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BULLYING –
DIFERENTES FACES DE
UM MESMO PROBLEMA
SUMÁRIO
1. Introdução ..................................................................................................... 1
1.1 A Violência e o Bullying.............................................................................1
1.2 Bullying – Conceitos e definições...............................................................3
2. BULLYING – Histórico/Marcos ................................................................. 5
2.1 1978 – Dan Olweus – Noruega...................................................................5
2.2 1999 – Massacre de Columbine – USA......................................................7
2.3 2011 – Massacre do Realengo – Brasil.......................................................8
2.4 2015 – Lei de Combate a Intimidação Sistemática – Brasil .......................9
2.5 2016 – Dia Nacional de Combate ao Bullying e à Violência na Escola...11
3. BULLYING – Tipos/Formas ..................................................................... 12
3.1 Físicos/Material:........................................................................................12
3.2 Verbais ......................................................................................................12
3.3 Psicológico/Moral/Social..........................................................................13
3.4 Sexual........................................................................................................13
3.5 Virtual........................................................................................................13
4. BULLYING – Outras Formas................................................................... 14
4.1 Assédios ....................................................................................................14
4.1.1 Assédio Sexual..........................................................................................14
4.1.2 Assédio Imobiliário ou mobbing imobiliário............................................15
4.1.3 Grooming ..................................................................................................16
4.1.4 Stalking......................................................................................................17
4.2 Na Terceira Idade......................................................................................19
4.3 Religiosos..................................................................................................20
5. BULLYING – Local.................................................................................... 21
5.1 Escola ........................................................................................................21
5.2 Trabalho ....................................................................................................21
5.3 Internet ......................................................................................................22
6. BULLING – Envolvidos ............................................................................. 23
6.1 Agressores.................................................................................................23
6.2 Vítimas ......................................................................................................26
6.2.1 Vítimas típicas...........................................................................................26
6.2.2 Vítimas “provocadoras”............................................................................26
6.2.3 Vítimas agressoras ....................................................................................27
6.2.4 Vítimas vencedoras...................................................................................27
6.3 Expectadores .............................................................................................30
6.3.1 Espectadores passivos ...............................................................................30
6.3.2 Espectadores neutros.................................................................................31
6.3.3 Espectadores ativos ...................................................................................31
6.3.4 Espectadores defensores............................................................................31
7. BULLYING – Sintomas de alerta ............................................................. 32
7.1 Na Escola...................................................................................................32
7.2 Em Casa.....................................................................................................32
7.2.1 Sintomas....................................................................................................32
7.2.2 Check List .................................................................................................33
8. BULLYING – Consequências.................................................................... 34
9. BULLYING – Prevenção ........................................................................... 37
9.1 Você ..........................................................................................................37
9.1.1 10 mandamentos contra o cyberbullying ..................................................38
9.2 Na Escola...................................................................................................39
9.3 Na Família.................................................................................................40
9.4 No Centro Espírita.....................................................................................42
10. BULLYING – Síntese.............................................................................. 43
11. BULLYING – Referências...................................................................... 44
1
Bullying – diferentes faces de um mesmo problema
1. Introdução
1.1 A Violência e o Bullying
“Porque, para com Deus, não há acepção de pessoas”.
Paulo de Tarso – Romanos 2:11
(Fazer acepção de pessoas significa tratar certas pessoas de maneira diferente, usando medidas
diferentes para julgar).
Eu, porém, vos digo que quem quer que se puser em cólera contra seu irmão
merecerá ser condenado no juízo; que aquele que disser a seu irmão: Raca, merecerá ser
condenado pelo conselho; e aquele que lhe disser: “És louco”, merecerá ser condenado ao
fogo do inferno.
Jesus – Mateus, 5:21 e 22
“Fazei aos homens tudo o que queirais que eles vos façam, pois é nisto que consistem
a lei e os profetas”.
Jesus – Mateus, 7:12.
“Tratai todos os homens como quereríeis que eles vos tratassem”.
Jesus – Lucas, 6:31
Por estas máximas, Jesus faz da brandura, da moderação, da mansuetude, da
afabilidade e da doçura, uma lei. Condena, por conseguinte, a violência, a cólera e até toda
expressão descortês para com os semelhantes.
Allan Kardec – O Evangelho segundo o Espiritismo – Cap. 9, item. 1 a 4
(...) Não conheceis o que a inocência das crianças oculta. Não sabeis o que elas são, nem
o que foram, nem o que serão.
(...) A delicadeza da idade infantil os torna brandos, acessíveis aos conselhos da
experiência e dos que devam fazê-los progredir. Nessa fase é que se lhes pode reformar os
caracteres e reprimir os maus pendores. Tal o dever que Deus impôs aos Pais, missão sagrada
de que terão de dar contas.
Allan Kardec – O Livro dos Espíritos – Perg.385
Não acrediteis na esterilidade e no endurecimento do coração humano; ao amor
verdadeiro, ele, a seu mau grado, cede.
Allan Kardec – O Evangelho segundo o Espiritismo – Cap. 11 – item 9
2
Bullying – diferentes faces de um mesmo problema
Que importa o aspecto exterior desse ou daquele homem? Que interessam a sua
nacionalidade, o seu nome, a sua cor? Anotemos a mensagem de que são portadores. Se
permanecem consagrados ao mal, são dignos do bem que lhes possamos fazer, mas se são bons
e sinceros, no setor de serviço em que se encontram, merecem a paz e a honra de Deus.
Emmanuel – Caminho, Verdade e Vida – Cap. 42 – Glória ao Bem
Toda vez que alguém combate com exagerada veemência determinados traços do caráter
de alguém, projeta-se nele, transferido do eu, que o ego não deseja reconhecer como deficiente,
a qualidade negativa que lhe é peculiar.
Torna a sua vítima o espelho no qual se reflete inconscientemente.
Há uma necessidade de combater nos outros o que é desagradável em si.
Joanna de Angelis – O Ser Consciente – Cap. 26 – Mecanismos de fuga do ego
Um olhar agressivo.
Um gesto intempestivo.
A palavra contundente.
O verbete irônico.
A indiferença proposital.
O descaso programado.
Quando você está de mal consigo mesmo, permite que essas penosas ocorrências o façam
antipático.
Marco Prisco – Momentos de Decisão – Cap. 23 – Técnicas Infelizes
A violência é uma doença da alma e deve ser tratada na alma, tanto do ponto de vista
espiritual quanto de natureza psíquica. E para essa violência urbana, que se transformou em
uma guerra não declarada, a única solução é a Educação.
Divaldo Franco – Jornal Zero Hora – Entrevista – 27/08/2016
Quando alguém usar de violência ou de generosidade em relação a você, descarte
qualquer merecimento nessa ocorrência.
Você é somente pretexto para que o próximo se desvele.
Quando alguém o agrida ou o ame, a si próprio se violenta ou se estima. Você é apenas
o móvel daquela manifestação que está latente nele.
Marco Prisco – Luz Viva – Cap. 17 – Viva em Paz
A violência disfarça-se (...) na sociedade, quando (...) os sentimentos inferiores da
maledicência, da calúnia, da inveja, da traição, do suborno de qualquer tipo, da hipocrisia,
disseminam suas infelizes sementes.
A violência, de qualquer natureza, é atraso moral, síndrome do primitivismo humano
remanescente.
Joanna de Angelis – Momentos Enriquecedores – Cap. 1 – A Loucura da Violência
3
Bullying – diferentes faces de um mesmo problema
1.2 Bullying – Conceitos e definições
O bullying, considerado um tipo de violência, é definido antes como um padrão de
comportamento do que um evento isolado, e exerce um impacto negativo na vítima, no agressor
e nas testemunhas.
O bullying foi definido como “um comportamento indesejado e agressivo entre crianças
em idade escolar que envolve um real ou percebido desequilíbrio de poder. O comportamento
é repetido ou tem o potencial para ser repetido ao longo do tempo.
As crianças e os adolescentes mais vulneráveis, incluindo os mais pobres ou
provenientes de minorias étnicas, linguísticas ou culturais, migrantes ou pertencentes a
comunidades de refugiados ou pessoas com deficiências físicas, apresentam maiores riscos de
sofrer violência escolar e bullying.
Muitas vítimas da violência escolar e bullying não contam a ninguém sobre suas
experiências.
Entre os motivos disso estão a falta de confiança nos adultos, incluindo os professores,
o medo da repercussão ou de retaliações, o sentimento de culpa, vergonha ou confusão, o receio
de não serem levados a sério ou de não saber onde procurar ajuda.
A violência escolar e o bullying com frequência passam despercebidos ou são ignorados
pelos pais e professores. Em alguns contextos, os adultos veem os castigos físicos, as brigas e
o bullying como uma parte normal da disciplina ou do crescimento, ignorando seu impacto
negativo na educação, na saúde e no bem-estar das crianças e dos adolescentes.
As estimativas do número de crianças e jovens afetados pelo bullying escolar variam de
acordo com os países e o tipo de estudo, em uma escala que varia de menos de 10% até mais
de 65%. Em uma pesquisa de opinião realizada em 2016 pelo U-Report do UNICEF e pelo
representante especial do secretário-geral da ONU sobre Violência contra Crianças (SRSG-
VAC), à qual responderam 100 mil jovens de 18 países, dois terços deles relataram ter sido
vítimas de bullying.
Uma revisão de evidências feita pela UNESCO observa que a proporção de estudantes
lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros (LGBT) a sofrer a violência escolar e bullying varia
de 16% a 85%, sendo a prevalência da violência de três a cinco vezes maior entre estudantes
LGBT do que entre outros estudantes.
4
Bullying – diferentes faces de um mesmo problema
Violência escolar e bullying, de acordo como relatório sobre a situação mundial –
UNESCO Digital Library o bullying é uma subcategoria de comportamento agressivo
caracterizada pelos três critérios mínimos a seguir:
(1) intenção hostil,
(2) desequilíbrio de poder e
(3) repetição sobre um período de tempo.
O pesquisador norueguês Dan Olweus diz que o bullying ocorre quando uma pessoa é
"exposta, repetidamente e ao longo do tempo, a ações negativas por parte de uma ou mais
pessoas". Ele diz que as ações negativas ocorrem "quando uma pessoa intencionalmente inflige
dano ou desconforto a outra pessoa, através de contato físico, através de palavras ou de outras
formas".
Wikipédia, a enciclopédia livre – Bullying
Bullying (do verbo inglês, to bully = intimidar), expressão que traz o conceito de assédio
moral, vinculado à prática de atos intencionais e repetidos causadores de sofrimento e angústia,
consequentes de violência física e/ou psicológica.
Marta Antunes – Revista Reformador – 2011 – Outubro – Bullying
Bullying é forma de comportamento agressivo e direto que é intencional, doloroso e
persistente (repetido).
Crianças vítimas de maus-tratos são debochadas, assediadas, socialmente rejeitadas,
ameaçadas, caluniadas e assaltadas ou atacadas (verbal, física e psicologicamente) por um ou
mais indivíduos.
Allan Beane – Proteja seu filho do bullying – Cap. 1 – A Natureza do Bullying
A violência escolar envolve: a violência física, que inclui os castigos físicos; a violência
psicológica, que inclui o abuso verbal; a violência sexual, que inclui o estupro e o assédio; e o
bullying, que inclui cyberbullying.
O bullying, considerado um tipo de violência, é definido antes como um padrão de
comportamento do que um evento isolado, e exerce um impacto negativo na vítima, no agressor
e nas testemunhas.
O bullying foi definido como “um comportamento indesejado e agressivo entre crianças
em idade escolar que envolve um real ou percebido desequilíbrio de poder. O comportamento
é repetido ou tem o potencial para ser repetido ao longo do tempo”.
O bullying ou o cyberbullying constituem preocupações cruciais para crianças e
adolescentes.
UNESCO – Violência escolar e bullying/2017
5
Bullying – diferentes faces de um mesmo problema
2. BULLYING – Histórico/Marcos
2.1 1978 – Dan Olweus – Noruega
Os estudos sobre bullying foram introduzidos pelo psicólogo sueco Dan Akke Olweus
(nascido em Kalmar–Suécia, em 1931), a partir de resultados obtidos da pesquisa realizada na
Universidade de Bergen, Noruega, em que investigou causas das taxas de suicídio em crianças,
ocorridas na Noruega, na década de 1970.
Marta Antunes – Revista Reformador – 2011 – Outubro – Bullying
Ao pesquisar as tendências suicidas entre adolescentes, Olweus descobriu que a maioria
desses jovens tinha sofrido algum tipo de ameaça e que, portanto, bullying era um mal a
combater.
O que o distingue das brincadeiras próprias do desenvolvimento infanto-juvenil e regras
de boa convivência é a crueldade com que é exercido.
Associação Médico Espírita do Brasil – Folha Espírita em junho de 2005 –
bullying, o terror silencioso
Os estudos sobre o bullying iniciaram-se na Universidade de Bergen, na Noruega, e
duraram desde 1978 até 1993, com o professor Dan Olweus juntamente com a campanha
nacional anti-bullying que ocorreu em 1993.
Na década de 70 Olweus iniciou suas observações sobre agressores e suas vítimas
mesmo sem aval ou interesse das escolas sobre o assunto nas instituições de ensino
norueguesas.
Para que fossem aguçados os interesses das escolas da Noruega sobre o bullying foi
necessário que três rapazes entre 10 e 14 anos cometessem suicídio que segundo indícios foram
resultados dessa prática.
Olweus pesquisou inicialmente cerca de 84.000 estudantes, 300 a 400 professores e
1.000 pais entre os vários períodos de ensino. Um fator fundamental para a pesquisa sobre a
prevenção do bullying foi avaliar a sua natureza e ocorrência.
Como os estudos de observação direta ou indireta são demorados, o procedimento
adotado foi o uso de questionários, o que serviu para fazer a verificação das características e
extensão do bullying, bem como avaliar o impacto das intervenções que já vinham sendo
adotadas.
6
Bullying – diferentes faces de um mesmo problema
O questionário proposto por Olweus consistia de um total de 25 questões com respostas
de múltipla escolha, no qual se verificava a freqüência, tipos de agressões, locais de maior risco,
tipos de agressores e percepções individuais quanto ao número de agressores. Este instrumento
destinava-se a apurar as situações de vitimização e agressão segundo o ponto de vista da própria
criança ou adolescente.
Ele foi adaptado e utilizado em diversos estudos, em vários países, inclusive no Brasil,
possibilitando assim, o estabelecimento de comparações interculturais.
Os primeiros resultados, frutos das pesquisas realizadas por Olweus e por Roland, em
1989, constatou-se que dentre os 07 alunos, 01 encontrava-se envolvido na prática do bullying.
Em 1993, Olweus lançou sua pesquisa no livro “BULLYING at the school”. Nessa obra
encontravam-se, não apenas os resultados da pesquisa, mas também, um arcabouço de medidas
intervencionistas a fim de combater o bullying, na medida em que identifica vítimas e
agressores.
A obra gerou uma reação em cadeia que resultou na queda de 50% da incidência dos
casos de bullying no país de origem, a Noruega, bem como na adoção das medidas propostas
no livro na Inglaterra, em Portugal e Canadá.
Isso incentivou outros países na igual adoção destas mesmas medidas.
O programa de intervenção de Owleus tinha a intenção de criar regras combatentes ao
bullying nas escolas, o qual necessitava do envolvimento de pais e professores, para aumentar
a conscientização sobre o bullying, bem como a proteção e apoio para as vítimas.
Alexandre Saldanha – Bullying & Direito – Bullying: conceito, histórico e
antecedente – 2013/maio
7
Bullying – diferentes faces de um mesmo problema
2.2 1999 – Massacre de Columbine – USA
No dia 20 de abril de 1999, por volta das 11h20, doze alunos e um professor da
Columbine High School, no estado do Colorado, nos Estados Unidos (EUA), se tornaram
vítimas fatais de uma chacina escolar. Conhecido como o Massacre de Columbine, o ataque foi
cometido pelos jovens estudantes Eric Harris (18) e Dylan Klebold (17), que se suicidaram em
seguida.
O atentado de Columbine durou cerca de uma hora e deixou outras 23 pessoas feridas.
Segundo a investigação policial, Eric e Dylan buscavam alvos específicos, como atletas e
representantes escolares, motivados por um desejo de vingança pelo bullying sofrido durante
os 4 anos anteriores.
Columbine se tornou um caso emblemático e é considerado uma das inspirações para
autores de outros ataques a tiros em escola. Só nos EUA, foram 66 mortes em 22 ataques a tiros
em massa nos vinte anos que se seguiram após Columbine, enquanto nas seis décadas
anteriores, o número de mortes totalizou 55 em 22 ataques, segundo uma pesquisa da revista
americana Estudos da Criança e da Família.
Luiza Mançano – Brasil de Fato – 20 de abril de 2019
(...)
Nos 66 ataques em escolas que ocorreram no mundo de 1966 a 2011, 87% dos atiradores
sofriam bullying e foram movidos pelo desejo de vingança.
Trata-se da mesma motivação alegada pelo atirador Wellington Menezes de Oliveira,
autor do massacre na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo. "O bullying pode ser
considerado a chave para entender o problema e um enorme fator de risco, mas outras
características são importantes, como tendências suicidas, problemas mentais e acessos de ira.
Não acredito em um estereótipo ou perfil para um assassino potencial nas escolas."
Timothy Brewerton – O Estado de São Paulo – 16 de abril de 2011
8
Bullying – diferentes faces de um mesmo problema
2.3 2011 – Massacre do Realengo – Brasil
Massacre de Realengo refere-se à chacina ocorrida em 7 de abril de 2011, por volta das
8h30min da manhã, na Escola Municipal Tasso da Silveira, localizada no bairro de Realengo,
no município do Rio de Janeiro.
Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos, invadiu a escola armado com dois
revólveres e começou a disparar contra os alunos presentes, sendo que matou doze deles, com
idade entre 13 e 16 anos, e deixou mais de 22 feridos.
O assassino foi interceptado por policiais, mas cometeu suicídio antes de ser detido.
A motivação do crime figura incerta, porém a nota de suicídio de Wellington e o
testemunho público de sua irmã adotiva e o de um colega próximo apontam que o atirador era
reservado, sofria bullying e pesquisava muito sobre assuntos ligados a atentados terroristas e a
grupos religiosos fundamentalistas.
Na casa de Wellington Menezes foram encontrados dois vídeos em que ele fala sobre as
motivações do crime. Ele fez um discurso considerado confuso e com indícios de estar dopado
no qual, entre outras declarações, diz: "A luta pela qual muitos irmãos no passado morreram, e
eu morrerei, não é exclusivamente pelo que é conhecido como bullying. A nossa luta é contra
pessoas cruéis, covardes, que se aproveitam da bondade, da inocência, da fraqueza de pessoas
incapazes de se defenderem.
(...) um novo vídeo recuperado no disco rígido do computador de Wellington e feito
antes de julho de 2010, no qual ele lê uma carta. Esse vídeo reforça a tese de que Wellington
pretendia se vingar do bullying sofrido na escola: "A maioria das pessoas que me desrespeitam,
acham que eu sou um idiota, que se aproveitam de minha bondade, me julgam antecipadamente
(...). Uma ação fará pelos seus semelhantes que são humilhados, agredidos, desrespeitados em
vários locais, como escolas e colégios.
Wikipédia, a enciclopédia livre – Massacre de Realengo
9
Bullying – diferentes faces de um mesmo problema
2.4 2015 – Lei de Combate a Intimidação Sistemática – Brasil
Lei 13.185/2015 – Combate à Intimidação Sistemática (bullying)
Foi sancionada a Lei que torna obrigatória a conduta antibullying. O objetivo é que as
escolas de todo o país adotem medidas educativas para evitar e combater a prática de bullying
e cyberbullying.
No contexto e para os fins desta Lei, considera-se intimidação sistemática (Bullying)
todo ato de violência física ou psicológica, intencional e repetitivo que ocorre sem
motivação evidente, praticado por indivíduo ou grupo, contra uma ou mais pessoas, com
o objetivo de intimidá-la ou agredi-la, causando dor e angústia à vítima, em uma relação de
desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas.
Há intimidação sistemática na rede mundial de computadores (Cyberbullying), quando
se usarem os instrumentos que lhe são próprios para depreciar, incitar a violência, adulterar
fotos e dados pessoais com o intuito de criar meios de constrangimento psicossocial. (Artigo 1-
Inciso 1)
Esta Lei de nº 13.185 foi instituída no dia 6 de novembro de 2015, possui 8 (oito) artigos
no total e entrou em vigor 90 dias após a publicação, dia 7 de fevereiro de 2016.
A referida lei tem como propósito desencorajar atos de violência no âmbito escolar,
instituindo, por meio desta, o Programa de Combate à Intimidação Sistemática, mais conhecido
como bullying
Assim, para melhor utilização do dispositivo, foi instituída uma definição própria para
esse tipo de agressão, considerando bullying, em seu art. 1º, § 1o:
§ 1o
No contexto e para os fins desta Lei, considera-se intimidação sistemática
(bullying) todo ato de violência física ou psicológica, intencional e repetitivo que ocorre sem
motivação evidente, praticado por indivíduo ou grupo, contra uma ou mais pessoas, com o
objetivo de intimidá-la ou agredi-la, causando dor e angústia à vítima, em uma relação de
desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas.
Caracterizam, também, exemplos de condutas que se encaixam na violência, sendo
estas:
Art. 2o
Caracteriza-se a intimidação sistemática (bullying) quando há violência física
ou psicológica em atos de intimidação, humilhação ou discriminação e, ainda:
10
Bullying – diferentes faces de um mesmo problema
I – Ataques físicos;
II – Insultos pessoais;
III – Comentários sistemáticos e apelidos pejorativos;
IV – Ameaças por quaisquer meios;
V – Grafites depreciativos;
VI – Expressões preconceituosas;
VII – Isolamento social consciente e premeditado;
VIII – Pilhérias.
Parágrafo único. Há intimidação sistemática na rede mundial de computadores
(cyberbullying), quando se usarem os instrumentos que lhe são próprios para depreciar, incitar
a violência, adulterar fotos e dados pessoais com o intuito de criar meios de constrangimento
psicossocial.
Art. 3º A intimidação sistemática (bullying) pode ser classificada, conforme as ações
praticadas, como:
I – Verbal: insultar, xingar e apelidar pejorativamente;
II – Moral: difamar, caluniar, disseminar rumores;
III – Sexual: assediar, induzir e/ou abusar;
IV – Social: ignorar, isolar e excluir;
V – Psicológica: perseguir, amedrontar, aterrorizar, intimidar, dominar, manipular,
chantagear e infernizar;
VI – Físico: socar, chutar, bater;
VII – Material: furtar, roubar, destruir pertences de outrem;
VIII – Virtual: depreciar, enviar mensagens intrusivas da intimidade, enviar ou adulterar
fotos e dados pessoais que resultem em sofrimento ou com o intuito de criar meios de
constrangimento psicológico e social.
11
Bullying – diferentes faces de um mesmo problema
2.5 2016 – Dia Nacional de Combate ao Bullying e à Violência na Escola
Lei 13.227/2016 – Dia Nacional de Combate ao Bullying
A Lei foi sancionada simbolicamente pelo Plenário do Senado no dia 07 de abril de 2016
– exatamente cinco anos após o massacre na escola de Realengo – com o objetivo de fomentar
a conscientização e reflexão sobre o tema.
Trazendo à memória o caso do assassino de 23 anos que afirmou ter sofrido bullying na
infância, enquanto frequentava a escola em que aconteceu o massacre.
Art. 1º É instituído o Dia Nacional de Combate ao Bullying e à Violência na Escola, a
ser celebrado, anualmente, no dia 7 de abril.
12
Bullying – diferentes faces de um mesmo problema
3. BULLYING – Tipos/Formas
A forma de execução do bullying acontece de muitas maneiras, sendo frequente entre
os rapazes o uso da força física ou psicológica e da intimidação, e entre as moças a mentira, a
fofoca, a maledicência, e a difamação; todas de forma orquestrada, ou seja, de comum acordo
e planejadas pelo grupo agressor, para desacreditar a vítima, de forma progressiva, numa atitude
de franca antipatia, muitas vezes ignorando a vítima nos ambientes que ela frequenta, como se
ela não existisse.
Edgard Diaz de Abreu – Bullying escolar – uma visão espírita –
http://www.portalespiritualista.org – 10 Março 2019
3.1 Físicos/Material:
O bullying físico é qualquer tipo de bullying que contém agressão ao corpo de alguém
ou que danifica seus pertences. Roubar, empurrar, bater, lutar e destruir pertences são tipos de
bullying físico.
O bullying físico raramente é a primeira forma de bullying que um alvo experimenta,
na maioria das vezes o bullying começa de forma diferente e depois evolui para a violência
física.
No bullying físico, a arma principal usada pelo agressor é seu corpo ao atacar seu alvo.
Às vezes, grupos de jovens adultos visam e alienam um colega por causa de algum
preconceito adolescente, isso pode rapidamente levar a uma situação em que a vítima é
insultada, torturada e espancada por seus colegas.
3.2 Verbais
O bullying verbal é qualquer tipo de bullying feito através da fala. Chamar por nomes,
espalhar rumores, ameaçar alguém e zombar de outros são formas de intimidação verbal.
O bullying verbal é um dos tipos mais comuns de bullying. No bullying verbal, a arma
principal do agressor é sua "palavra".
Em muitos casos, o bullying verbal é competência das meninas. As meninas são mais
sutis (e podem ser mais devastadoras), em geral, do que os meninos. As meninas usam o
bullying verbal, bem como as técnicas de exclusão social, para dominar e controlar outros
indivíduos e mostrar sua superioridade e poder.
13
Bullying – diferentes faces de um mesmo problema
No entanto, também há muitos meninos com sutileza suficiente para usar técnicas
verbais de dominação, e que são praticados no uso de palavras quando querem evitar os
problemas que podem ocorrer com o bullying físico de outra pessoa.
3.3 Psicológico/Moral/Social
O bullying relacional é qualquer tipo de bullying feito com a intenção de ferir a
reputação ou posição social de alguém, que também pode se ligar às técnicas incluídas no
bullying físico e verbal.
O bullying relacional é uma forma de bullying comum entre os jovens, mas
particularmente entre as meninas, pode ser usado como uma ferramenta pelos agressores para
melhorar sua posição social e controlar outros.
Ao contrário do bullying físico, que é óbvio, o bullying relacional não é evidente e pode
continuar por um longo tempo sem ser notado.
3.4 Sexual
O bullying sexual é "Qualquer comportamento de bullying, seja físico ou não físico,
baseado na sexualidade ou no gênero de uma pessoa. É quando a sexualidade ou o gênero é
usado como arma por meninos ou meninas contra outros meninos ou meninas – embora seja
mais comumente dirigido às meninas. Pode ser realizado na presença da vítima, por boatos ou
através do uso de tecnologia (redes sociais, e-mails etc.).
3.5 Virtual
O cyberbullying é o uso da tecnologia para assediar, ameaçar, envergonhar ou atingir
outra pessoa. Quando um adulto está envolvido, ele pode atender à definição de assédio ou
perseguição virtual, um crime que pode ter consequências legais e inclui o envio de e-mails,
mensagens instantâneas em redes sociais (como o Facebook), mensagens de texto e telefones
celulares etc.
Wikipédia, a enciclopédia livre – Bullying
14
Bullying – diferentes faces de um mesmo problema
4. BULLYING – Outras Formas
4.1 Assédios
O ato de assediar sempre existiu em variadas formas: no âmbito doméstico, na escola,
em vizinhanças, com cunho discriminatório, sexual e, por fim, laboral.
Ao lado do Assédio Moral do Trabalho, que estamos a discutir, existem outras
exterioridades que merecem referência.
Algumas são conhecidas, outras nem tanto… Mas todas extremamente danosas…
4.1.1 Assédio Sexual
O Assédio Sexual é “[…] toda conduta de natureza sexual não desejada que, embora
repelida pelo destinatário, é continuamente reiterada, causando constrangimento à intimidade
do assediado”. (1)
No Brasil, chegou-se à criminalização. O artigo 216-A do Código Penal Brasileiro,
inserido pela Lei nº. 10.224/01 tipifica a conduta “Constranger alguém com o intuito de obter
vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior
hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função”.
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos.
Parágrafo 2º. A pena é aumentada em até um terço se a vítima é menor de 18 (dezoito)
anos
Do que se vê, o Assédio Sexual revela-se como espécie de coerção de natureza sexual,
que pode se dar por qualquer forma – palavras, escritos, gestos – concretizada por uma pessoa
em posição hierárquica superior em relação a um subordinado, na maioria das vezes, mas não
exclusivamente, em local de trabalho.
Perceba que esta exigência de “favores de natureza sexual” no âmbito de uma relação
trabalhista provoca na vítima uma situação gravemente intimidatória e humilhante, havendo
temor de mal injusto nas legítimas expectativas laborais.
Ainda que se encontre previsto nos crimes contra a dignidade sexual, por óbvio, o
respeito às relações de trabalho e a honra pessoal do assediado também são protegidos. (2)
Ivanira Pancheri – O Assédio Moral no Trabalho
15
Bullying – diferentes faces de um mesmo problema
4.1.2 Assédio Imobiliário ou mobbing imobiliário.
De fato, constitui-se em reiterados atos hostis ou humilhantes cujo objeto seja impedir
o livre gozo da propriedade.
Pode-se aprender a origem de tal fenômeno nos conflitos raciais dos Estados Unidos
com populações negras rurais migrando para as cidades, em guetos e daí, o termo white only
ou mesmo, blockbusting e ainda, panic peddling.
Os corretores pretendiam apoderar-se de uma área imobiliária e assim, introduziam
massivamente famílias negras, o que provocava o êxodo dos moradores locais.
A criminalização nasceu a partir da Fair Housing Act para proteger vítimas
especialmente vulneráveis – idosos ou imigrantes, pessoas de escasso poder econômico,
ocupantes de antigos prédios – em zonas tendentes à especulação imobiliária, passíveis
inclusive de lucrativo uso comercial.
E, para aqueles que pensam estar a previsão distante da realidade brasileira, recomendo
assistir o filme Aquarius.
Aquarius é uma obra cinematográfica franco-brasileira do ano de 2016, escrita e dirigida
por Kleber Mendonça Filho, coproduzida por Walter Salles e estrelada pela premiada Sônia
Braga. Seu enredo gira em torno de Clara (Braga), uma viúva de 65 anos que é a última
moradora do edifício que dá título à obra, na orla da praia de Boa Viagem, no Recife. No
decorrer do filme acompanha-se, dentre outros, a investida de uma construtora que pretende
comprar o prédio a todo custo, visando erguer um mais moderno no local, numa crua abordagem
do assédio imobiliário.
Na verdade, trata-se de uma história baseada em parecidos fatos. E o edifício em questão
chama-se Oceania, tendo sido quase demolido em 2003 para a construção de outro mais
contemporâneo e de maior apelo comercial. Graças porém, à resistência de alguns moradores,
continua em pé.
Ivanira Pancheri – O Assédio Moral no Trabalho
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Bullying – diferentes faces de um mesmo problema
4.1.3 Grooming
O Grooming revela situação de risco para o menor na qual um adulto a partir de um
domínio emocional atua com propósito final de abuso sexual.
Em realidade, trata-se de um assédio sexual na Internet (por meio de chats,
comunicadores instantâneos, comunidades de relacionamento ou mesmo SMS) e que vai do
assédio inicial à exploração ou abuso sexual de crianças e adolescentes.
Assim, estabelece-se uma inicial amizade, que perpassa um aprofundamento na relação
até chegar ao componente sexual que poderia exemplificar-se por pedidos de fotos, vídeos ou
mesmo, participação em atividades sexuais. (7)
Pode-se enquadrar tal comportamento no crime do artigo 241-D prescrito no Estatuto
da criança e do adolescente, a saber:
Aliciar, assediar, instigar ou constranger, por qualquer meio de comunicação, criança,
com o fim de com ela praticar ato libidinoso:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem:
I – Facilita ou induz o acesso à criança de material contendo cena de sexo explícito ou
pornográfica com o fim de com ela praticar ato libidinoso;
II – Pratica as condutas descritas no caput deste artigo com o fim de induzir criança a se
exibir de forma pornográfica ou sexualmente explícita.
Depreende-se que, há em verdade, uma variedade de possíveis incriminações:
constrangimento ilegal, ameaça, invasão de privacidade, crimes contra a honra, delitos sexuais,
armazenamento e difusão de pornografia infantil e corrupção de menores, dentre outros, não se
propondo neste ínterim, debater sobre a existência ou não de uma autonomia inclusiva do menor
ou incapaz como sujeito de uma relação sexual.
Ivanira Pancheri – O Assédio Moral no Trabalho
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Bullying – diferentes faces de um mesmo problema
4.1.4 Stalking
Interessante modalidade de assédio persecutório é o stalking que está relacionado à caça.
Significa o ato de seguir a presa ou caminhar sigilosamente.
Cuidar-se-ia enfim, de uma obsessão, que se repete ao longo de variável tempo,
causando dano ao “stalkeado”.
Atualmente, dá-se de distintas formas, com o envio de correios eletrônicos, mensagens
ou chamadas telefônicas, em páginas da web, em foros de informática, acercando-se até, do
espaço vital da vítima.
Perceba que as condutas em si, não são ilícitas mas, o móvel. E trata-se de um acosso
psicológico, mais que moral.
Produz uma perturbação espiritual na pessoa, atingindo seu sentimento de segurança,
seja pessoal, seja em face de pessoas com as quais se relaciona, como também, o campo da
intimidade. Este observador, por vezes, anônimo, pode atacar afinal, patrimônio, integridade
física, liberdade sexual e vida. (8):
Apenas nos Estados Unidos estima-se que 7,5 milhões de pessoas sejam “stalkeadas”
todo ano. E, sintomas como ansiedade, insônia, disfunção social e depressão grave são
diagnosticados, especialmente se o assédio envolve ser perseguido/seguido ou ter qualquer
propriedade sua destruída. (10)
Conclusão
O conceito de assédio é profuso. Há, todavia, um denominador comum dentre os vários
âmbitos em que pode suceder: é a violência psicológica que ocasiona estresse, sentimentos de
culpa, depressão e, às vezes, suicídio.
Assim, alerta-se: não importa tanto o nome que se dê, mas o perigo que encerra.
Referências
(1) NASCIMENTO, Sônia A.C. Mascaro. Assédio moral. São Paulo: Saraiva, 2011.
(2) SILVEIRA, Renato de Mello Jorge et. al. Código penal comentado. São Paulo:
Saraiva, 2017.
(3) GONZÁLEZ, Maria Isabel Martínez et. al. El acoso: tratamento penal y procesal.
Valencia: Tirant
Lo Blanch, 2011.
(4) GONZÁLEZ in ob.cit.
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Bullying – diferentes faces de um mesmo problema
(5) GONZÁLEZ in ob.cit.
(6) O Patinho Feio é um conto de fadas do escritor dinamarquês Hans Christian
Andersen, publicado pela primeira vez em 11 de Novembro de 1843 e conta a história de um
filhote de cisne chocado no ninho de uma pata. Por ser diferente dos demais filhotes, o pobre é
perseguido, ofendido e maltratado por todos os patos e outras aves. Já a Turma da Mônica é
uma série em quadrinhos criada pelo cartunista Mauricio de Sousa nos idos de 1960. A
protagonista Mônica sofre bullying por ser “dentuça, baixinha e gorducha”.
(7) GONZÁLEZ in ob.cit.
(8) GONZÁLEZ in ob.cit.
(9) GONZÁLEZ in ob.cit., p. 31.
(10) Disponível em: http://victimsofcrime.org/our-programs/stalking-resource-center.
Acesso em: 27 jul. 2017.
Ivanira Pancheri – O Assédio Moral no Trabalho
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Bullying – diferentes faces de um mesmo problema
4.2 Na Terceira Idade
Podemos entender, que o bullying contra o idoso é qualquer tipo de violência tanto física
como verbal contra as pessoas de maior idade.
Esse tipo de bullying está impregnado na nossa sociedade, na maioria das vezes de
forma mais sútil, devido o desenvolvimento da ideia preconceituosa de uma fragilidade do idoso
(do idoso como uma pessoa mais frágil, menos informada, limitada) passando a ideia da
invalidade das pessoas de maior idade.
Camila Dantas – Bullying contra idosos – https://camiladasmas.wordpress.com/
O bullying em Idosos numa instituição pode concretizar-se de três formas:
i) bullying entre pares, ou seja, entre idosos;
ii) do idoso para os profissionais da instituição;
iii) dos profissionais para o idoso.
Os incidentes de bullying entre idosos e profissionais acontecem na sua maioria durante
o cuidado diário, como higiene e alimentação.
Nos episódios em que as agressões partem do profissional em relação ao idoso, os
agressores agem através de ataques físicos, obrigando a pessoa idosa a agir contra a sua vontade,
de forma a ferir ou causar dor.
Os agressores são negligentes e utilizam a força e os insultos para magoar. Em
consequência, as vítimas ficam intimidadas e com medo, acabando por se isolar.
Também há situações de bullying em que os idosos são os agressores e os profissionais
as vítimas. As agressões por parte dos idosos podem ser físicas (como: bater, beliscar, picar) ou
verbais (como ameaçar ou insultar). Porém, há que ter em consideração a situação clínica e
cognitiva da pessoa idosa, pois em casos de inimputabilidade não se pode falar em bullying.
Raramente estes incidentes resultam em lesões ou consequências graves, em geral, para
solucionar este tipo de incidentes recorre-se à contenção química dos agressores.
As pessoas idosas são mais prováveis vítimas de bullying pelos familiares, prestadores
de serviços; contudo também existe bullying entre pessoas idosas.
Joana Teixeira Ferreira – Bullying entre idosos institucionalizados
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Bullying – diferentes faces de um mesmo problema
4.3 Religiosos
Basicamente, o bullying consiste em certa perseguição de algum nível por determinadas
escolhas feitas ou por determinadas características nascidas com a pessoa. No caso do bullying
religioso, tal escolha se dá por opções a nível espiritual a que cada pessoa tem direito.
No Brasil, esta prática se verificou historicamente principalmente contra as religiões
afro-descendentes.
Os negros escravos e mesmo os livres eram duramente perseguidos pelas opções destes
de manterem suas tradições. Também se verificou o bullying contra certos missionários
evangélicos que buscavam expandir sua fé e arrebanhar certos membros católicos. No caso dos
judeus, por muito tempo foram vistos como avarentos (e hoje isso não é tão diferente).
Atualmente percebe-se as diversas facetas do bullying que tendem a perpetuar certos
perconceitos históricos, fazendo caricaturas e estereotipando certos grupos minoritários.
Muitos muçulmanos no país reclamam, por exemplo, que após os atentados terroristas
contra as torres gêmeas do WTC em Nova York no dia 11 de setembro de 2001, passaram a ser
vistos como potenciais terroristas por toda parte, e que qualquer alusão ao Islã foi vista
como sinônimo de terrorista.
Muitos se sentiram perseguidos mesmo num país tão “pacífico” como o Brasil. E se uma
criança entra na escola com um turbante sikh ou uma mulher trajando um véu que só lhe mostre
os olhos, tal fato constantemente vira alvo de chacota entre os seus colegas.
Camila Dantas – Bullying religiosos – https://camiladasmas.wordpress.com/
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Bullying – diferentes faces de um mesmo problema
5. BULLYING – Local
5.1 Escola
Pode ocorrer em escolas de todo o tipo: primárias, secundárias, rurais, públicas ou
privadas.
O que viria a ser o bullying escolar? Seria quando um grupo de colegas de uma mesma
escola, frequentemente da mesma turma, promove uma segregação, de forma repetitiva,
tentando isolar um dos membros da turma, seja este membro rapaz ou moça, de forma que este
fique isolado e sem ambiente na turma, o que gera muitas vezes na vítima, depressão, apatia,
falta de motivação, baixa do rendimento escolar, falta de apetite e tendência ao isolamento
(passa a não ter prazer em sair de casa ou a se relacionar com as pessoas) e vontade de trocar
de escola.
Edgard Diaz de Abreu – Bullying escolar – uma visão espírita –
http://www.portalespiritualista.org – 10 Março 2019
A violência escolar e o bullying podem ocorrer dentro e fora das salas de aula, no
entorno das escolas, no caminho e na volta da escola, assim como em ambientes virtuais
(online).
Nas escolas, o bullying ocorre com frequência em locais como banheiros, vestiários,
corredores e áreas recreativas, onde crianças e adolescentes são vistos ou supervisionados com
menos frequência por professores e outros funcionários da escola.
UNESCO – Violência escolar e bullying/2017
5.2 Trabalho
O bullying corporativo é a situação na qual um funcionário repetidamente e durante um
período prolongado de tempo está exposto a uma situação de assédio comportamental. Nessa
situação, o funcionário sofre maus-tratos constantes de colegas de trabalho ou de superiores
hierárquicos e se mostra incapaz de se defender.
Ou seja, o bullying corporativo é um abuso persistente que ocorre sempre que o
funcionário tem que lidar com o agressor no seu ambiente de trabalho. É um conflito que está
em curso e deixa o funcionário sem condições de reagir, por se ver em uma situação na qual se
sente indefeso.
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Bullying – diferentes faces de um mesmo problema
5.3 Internet
O cyberbullying é um problema crescente. A maior parte dos dados disponíveis sobre a
prevalência do cyberbullying provém de pesquisas conduzidas em países industrializados e
sugerem que a proporção de crianças e adolescentes afetados pelo cyberbullying varia de 5% a
21%, sendo as meninas mais propensas a sofrer essa forma de bullying do que os meninos.
UNESCO – Violência escolar e bullying/2017
(...)
Cyberbullying ou Ciberbullying é “uma prática que envolve o uso de tecnologias de
informação e comunicação para dar apoio a comportamentos deliberados, repetidos e hostis
praticados por um indivíduo ou grupo com a intenção de prejudicar outrem”.
Wikipédia, a enciclopédia livre – Cyberbullying
(...)
Os bullies virtuais possuem elevado grau de domínio tecnológico.
Enviam textos/imagens pela Internet e telefones celulares, via e-mail ou redes sociais
de comunicação eletrônica, atingindo numerosos indivíduos com o intuito de ridicularizar,
difamar, humilhar ou assediar, sempre que postam boatos, mentiras e rumores.
Marta Antunes – Reformador – 2011 – Novembro – Bullying
(...)
O jovem moderno vive uma rotina tecnológica muito especial e perigosa. A
comunicação virtual que se lhe encontra ao alcance no lar, sem a orientação nem a vigilância
dos pais, indu-lo à convivência com portadores de transtornos de comportamento, pessoas
viciosas, grupos atormentados que o cativam e o arrastam para as suas malhas perigosas.
Esse trabalho de assistência é essencialmente da família.
Clara Lila Gonzalez de Araújo – Reformador – 2018 – julho – O uso indevido das
novas tecnologias – analise espirita
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Bullying – diferentes faces de um mesmo problema
6. BULLING – Envolvidos
6.1 Agressores
Caracterizam-se pela extrema necessidade de dominar e subjugar os demais, a fim de
obter a própria satisfação. “São particularidades dos autores de ’bullying’ a manipulação, o
exibicionismo, a mentira, o desrespeito, as transgressões (às regras da sala de aula e da escola),
a inveja e, principalmente, a superioridade” [1].
Muitos apresentam tais comportamentos porque os presenciam na sua convivência
diária. Trata-se de uma prática comportamental reflexa. De outra sorte, seus agressores podem
ser portadores dos seguintes transtornos mentais: transtorno de conduta e/ou transtorno
desafiador opositivo.
Os portadores de Transtorno de Conduta “não demonstram sentimento de culpa ou
remorso pelos seus atos, são sádicos, negativistas, desafiadores, hostis e podem realizar atos de
vandalismo, furtos e destruição de patrimônio alheio. Em quadros iniciais do transtorno de
conduta, podem ser observados repetidos roubos em lojas de departamento ou de objetos
pessoais de colegas em sala de aula, além de violência e intimidações contra outros estudantes”
[2].
Imprescindível salientar que é somente até os 18 anos de idade que alguém pode ser
diagnosticado com tal transtorno. Isso porque, se tais comportamentos persistirem na fase
adulta, o diagnóstico passará a ser o de Transtorno de Personalidade Antissocial, vulgarmente
conhecido como psicopatia. De outro prisma, tem-se que um psicopata foi, durante sua infância
e adolescência, possivelmente diagnosticado com Transtorno de Conduta.
Os bullies ainda podem ser portadores do Transtorno Desafiador Opositivo, definido
“como um padrão persistente de comportamentos negativistas, hostis, desafiadores e
desobedientes observados nas interações da criança com adultos e figuras de autoridade, como
pais, tios, avós e professores” [3]. Seus portadores são impacientes, desafiadores,
desobedientes, indisciplinados, irritados, ressentidos, rancorosos e vingativos [4].
[1] Luiz Flávio Gomes e Natália Macedo Sanzovo, Bullying e prevenção da violência
nas escolas. Quebrando mitos, construindo verdades, p. 63.
[2] Gustavo Teixeira, Manual dos Transtornos Escolares: entendendo os problemas de
crianças e adolescentes na escola, p.54-55.
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Bullying – diferentes faces de um mesmo problema
[3] Gustavo Teixeira, Manual dos Transtornos Escolares: entendendo os problemas de
crianças e adolescentes na escola, p.41.
[4] Segundo Gustavo Teixeira, “quando não tratado, o transtorno desafiador opositivo
pode evoluir para o transtorno de conduta, o que ocorre em até 75% dos casos de crianças com
o diagnóstico inicial.” (Manual dos Transtornos Escolares: entendendo os problemas de
crianças e adolescentes na escola, p. 43).
Michele O. de Abreu – Bullying – conhecendo o fenômeno
Os agressores, na sua grande maioria, não cometem os delitos por pura maldade.
Precisam ser identificados e tratados. São indivíduos que apresentam problemas
psicológicos e sociais, decorrentes de traumas e experiências negativas durante a infância ou
juventude.
Em geral, sentem dificuldade de relacionamento com outras crianças, gostam de
experimentar continuamente a sensação de poder, sofrem ou sofreram humilhações e abusos de
toda ordem por parte dos pais ou outros adultos encarregados de sua educação ou cuidados, ou
vivem sob constante e intensa pressão para que tenham sucesso em suas atividades.
Associação Médico Espírita do Brasil – Folha Espírita em junho de 2005 – bullying,
o terror silencioso
Este problema (o bullying) tem mostrado que a criança não é tão inocente e imaculada
como pensávamos. O Espiritismo trata a questão elucidando-nos que a criança é um Espírito
que viveu muitas experiências em outras vidas, e que, apesar de estar vestindo hoje um corpo
infantil, essas experiências podem influenciar os atos do presente, ainda mais quando não
recebe uma educação adequada.
Juliana Demarchi – O Bullying é a antítese do Jesus nos Ensina – O Consolador –
Ano 4 – N° 190 – 2 de Janeiro de 2011
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Bullying – diferentes faces de um mesmo problema
O ofensor pode ser a criatura que está sob lastimáveis processos obsessivos, que carrega
enfermidades ocultas, que age ao impulso de tremendos enganos, que atravessa a nuvem do
chamado momento infeliz, e, quando assim não seja, é alguém que traz a visão espiritual
enevoada pela poeira da ignorância, o que, no mundo, é uma infelicidade como qualquer outra.
Emmanuel – Alma e Coração – Cap. 47 – Ofensa e Ofensores
Continuamos naquele recinto e, como era a primeira vez que tinha oportunidade de
encontrar-me em uma Escola para crianças, pude observar que todas eram acompanhadas
por Espíritos, algumas felizes, e não poucas por Entidades cruéis que, desde cedo,
intentavam perturbá-las, vinculando-se-lhes psiquicamente.
Diversas podiam situar-se no diagnóstico de obsidiadas, tão estreito era já o
conúbio mental entre os desencarnados e elas.
Irritação, agressividade, indiferença emocional, perversidade, obtusão de
raciocínio, enfermidade físicas e distúrbios psicológicos fazem parte das síndromes
perturbadoras da infância, que tem suas nascentes na interferência de Espíritos perversos
uns, traiçoeiros outros, vingativos todos eles...
Olhando, em derredor, enquanto não se iniciavam as aulas, apontou uma menina loura
de olhos claros e cabelos encaracolados com mais ou menos sete anos, que gritava, agredindo
outra com palavras e gestos vulgares, quase aplicando-lhe golpes físicos.
Aí está um exemplo. A pequenina, como podemos observar, é uma obsessa. No lar é
tida como recalcitrante e teimosa, não obstante os castigos físicos que lhe aplicam os pais
desinformados e confusos, por não entenderem o que ocorre com a filha que esperaram com
imenso carinho e os decepciona.
(...) Quando luzir na Humanidade o conhecimento espírita e as sutilezas da obsessão
puderem ser identificadas desde os primeiros sintomas, muitos transtornos infanto-juvenis
serão evitados, graças às terapias preventivas, ou minimizados mediante os tratamentos que o
Espiritismo coloca a disposição dos interessados.
No caso em tela, a terapêutica bio-energética, a sua participação nas aulas de
orientação evangélica sob a luz do pensamento espírita, a água magnetizada e a psicosfera
de bondade, do esclarecimento, da paciência dos genitores libertá-la-ia da influencia
perniciosa, auxiliando-a ater um desenvolvimento normal. Concomitantemente, porque em
ambiente propício, os Benfeitores da Vida Maior poderiam também conduzir o seu desafeto
ao tratamento espiritual desobsessivo, alterando completamente o quadro
Manoel Philomeno de Miranda – Sexo e Obsessão – Cap. 4 – O Drama da Obsessão na
Infância
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Bullying – diferentes faces de um mesmo problema
6.2 Vítimas
6.2.1 Vítimas típicas
São crianças e jovens que apresentam algumas diferenças em relação ao grupo ao qual
estão inseridas. Por sua vulnerabilidade, passividade, falta de recursos ou habilidade para
reagir, são os alvos mais visados pelos agressores.
Associação Médico Espírita do Brasil – Folha Espírita em junho de 2005 – Bullying,
o terror silencioso
Normalmente são caladas, cautelosas, sensíveis e podem chorar facilmente;
Podem ser inseguras, ter pouca confiança e sofrer de baixa auto-estima;
Geralmente têm poucos amigos e são socialmente isoladas;
Têm medo de serem feridas;
Podem ser ansiosas ou deprimidas;
Tendem a ser fisicamente mais fracas que seus pares (especialmente no caso de
meninos);
Podem preferir passar mais tempo com adultos (pais, professores, auxiliares) do que
com colegas da mesma idade.
6.2.2 Vítimas “provocadoras”
As vítimas denominadas provocadoras são aquelas capazes de insuflar em seus colegas
reações agressivas contra si mesmas. No entanto, não conseguem responder aos revides de
forma satisfatória. Ela, em geral, discute ou briga quando são atacadas ou insultadas.
Nesse grupo geralmente encontramos as crianças ou adolescentes hiperativos e
impulsivos e/ou imaturos, que criam, sem intenção explícita, um ambiente tenso na escola. Sem
perceberem, as vítimas provocadoras acabam “dando um tiro nos próprios pés”, chamando a
atenção dos agressores genuínos. Estes, por sua vez, se aproveitam dessas situações para
desviarem toda a atenção para a vítima provocadora. Assim, os verdadeiros agressores
continuam incógnitos em suas táticas de perseguição.
Ana Beatriz Barbosa Silva – Bullying – mentes perigosas nas Escolas – Cap. 2 – Os
Personagens dessa Tragédia
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Bullying – diferentes faces de um mesmo problema
6.2.3 Vítimas agressoras
Reproduz os maus-tratos sofridos como forma de compensação, ou seja, ela procura
outra vítima, ainda mais frágil e vulnerável, e comete contra esta todas as agressões sofridas.
Ana Beatriz Barbosa Silva – Bullying – mentes perigosas nas Escolas – Cap. 2 – Os
Personagens dessa Tragédia
6.2.4 Vítimas vencedoras
Bruna Marquezine
Às vezes os alunos excluem porque você é diferente. Faltei no primeiro dia de aula, no
segundo dia pedi para meu pai para me levar na sala, pois eu não conhecia ninguém. Começou
o bullying aí, o pai levou na sala, atriz, bobona, não fala palavrão, tinha que falar palavrão, não
beijava na boca, tinha que beijar na boca. Sofri muito. Tinha uns 11, 12 anos.
Cauã Reymond
Sofri bastante na escola. Eu era muito comunicativo e tinha acabado de chegar na escola
e por algum motivo um grupo de meninos não gostou disso e eu sofri muito durante dois anos.
Depois fui ficando mais velho, fazia jiu-jitsu, comecei a ser o cara a fazer bullying, tinha o
'puxar cueca', o 'cuecão'. Mas aí quando eu via alguém sofrendo o que eu sofri, eu era o primeiro
a parar.
Marina Ruy Barbosa
Sempre fui ruiva e meu apelido era “arroto de Fanta laranja”, “ferrugem”, mas eu dizia
que era como a Pequena Sereia, como a Florzinha das 'Meninas Superpoderosas'. Tive de
aprender a me defender.
Junior Lima
Eu sofria bullying por tudo: eu tinha o cabelo arrepiado, então era o cabelo, era porque
eu era famoso, porque eu era o filho do sertanejo. O sertanejo não tinha o status que tem hoje
em dia.
Então houve um período da minha vida que eu tive que aprender a andar fingindo que
não estava ouvindo, me fingindo de surdo no colégio. Tive que superar esse isso tipo de coisa
muito cedo.
Eu sofria muito bullying e eu fazia bullying. O gordinho eu chamava de gordinho
quando eu era moleque. Eu não fui só vítima, eu também fiz muito. Você cresce nesse ambiente.
Se você for diferente você vai ser o coitadinho, então você dar um jeito de ser ‘malandrão’
também.
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Bullying – diferentes faces de um mesmo problema
Alinne Moraes
A linda atriz Alinne Moraes sofreu muito bullying na escola por causa de seus lábios
carnudos e boca grande. A atriz teve de conviver com comparações ao personagem Bocão, da
Royal, por um longo tempo.
Gisele Bündchen
A top model era muito zoada na escola por causa do seu porte físico. Ser magra e alta
sempre rendeu apelidos maldosos que a incomodavam, mas por ironia do destino foi justamente
o seu porte físico em junção com sua beleza, carisma e talento que a tornou uma das maiores
modelos do mundo na história.
Grazi Massafera
Grazi teve que ouvir muitas ofensas por sua magreza. Entre seus apelidos estavam
“Olívia Palito” e “lombriga”. “Lembro que eu chorava tanto, me sentia diminuída perante elas.
Eu cheguei a usar três calças jeans para parecer mais? encorpadinha?
Taylor Swift
Alguns anos atrás, alguém me chamou de cobra em uma mídia social e isso pegou.
Depois, muitas pessoas me chamaram de vários nomes na internet. E eu passei por momentos
muito ruins por causa disso. Eu cheguei a duvidar que continuaria minha carreira. Mas, se
alguém usa xingamentos para te intimidar na internet, mesmo que muitas pessoas também
entrem nessa, isso não tem que te derrotar. Pode fortalecê-lo. Você não deveria se importar
tanto caso se sinta incompreendido por muitas pessoas que não o conhecem, contanto que você
se sinta compreendido pelas pessoas que conhece, que te apoiam e que veem você como um ser
humano.
Lady Gaga
Era importunada por ser feia, ter um nariz grande e ser irritante”, contou ela à Rolling
Stone, e aproveitou para listar algumas das provocações: “‘Sua risada é engraçada, você é
estranha, por que você sempre canta, por que você gosta tanto do palco, por que você faz sua
maquiagem desse jeito’? Eles costumavam me chamar de prostituta, daquilo, disso… às vezes
eu nem queria ir para a escola.
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Bullying – diferentes faces de um mesmo problema
Justin Timberlake
O cantor foi vítima de bullying no colégio por gostar mais de música do que de futebol.
“Eu cresci no Tenessee e lá, se você não gosta de jogar futebol americano, você é um maricas”.
“Eu recebia insultos o tempo todo porque fazia aulas de música e arte. Mas aquilo pelo que
pegam no seu pé é, essencialmente, o que te torna sexy quando adulto.
Michael Phelps
O maior nadador da história era alvo de piadas por causa de suas orelhas. Além disso,
Phelps sofreu bullying no colégio por ter déficit de atenção. Uma professora chegou a afirmar
que o atleta seria um fracassado.
Beyoncé
Ela era chamada de “Dumbo” na escola, porque tinha orelhas grandes. As crianças
diziam que suas orelhas eram “maiores do que a cabeça”.
Demi Lovato
A cantora era alvo de bullying por conta de estar acima do peso.
"Havia uma petição que passou pelo colégio pedindo que eu me matasse. E muitas
pessoas assinaram, dizendo: 'Sim, esperamos que ela leve a ideia adiante'. Eram coisas muitos
maldosas, que fazem seu estômago revirar. Também havia uma 'parede do ódio a Demi', que
ficava em um banheiro cheio de coisas nojentas escritas. Eu lidei com isso e acabou me tornando
uma pessoa mais forte
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Bullying – diferentes faces de um mesmo problema
6.3 Expectadores
São considerados espectadores todos aqueles que não participam dos atos de bullying,
mas que estão de algum modo envolvidos com sua prática. Nessa categoria estão aqueles que
presenciam as agressões e os que fazem parte do ambiente em que são praticadas.
Enquanto existem os espectadores que instigam a prática das agressões, participando
intelectualmente do ato, há os que apenas assistem sem se envolver.
O que há de mais tormentoso nesse grupo é que um dos responsáveis pelo planejamento
do bullying pode não participar do ato diretamente.
Por outro lado, muitos dos que presenciam sem se envolver sofrem transtornos de
ansiedade por temerem ser a próxima vítima. Muitas das consequências psicológicas
recorrentes nas vítimas de bullying podem ser facilmente encontradas em alguns dos
espectadores.
Michele O. de Abreu – Bullying – conhecendo o fenômeno
O espectador típico é uma testemunha dos fatos, pois não sai em defesa da vítima nem
se junta aos autores. Quando recebe uma mensagem, não repassa. Essa atitude passiva pode
ocorrer por medo de também ser alvo de ataques ou por falta de iniciativa para tomar partido.
Também são considerados espectadores os que atuam como plateia ativa ou como
torcida, reforçando a agressão, rindo ou dizendo palavras de incentivo. Eles retransmitem
imagens ou fofocas. Geralmente, estão acostumados com a prática, encarando-a como natural
dentro do ambiente escolar. ''O espectador se fecha aos relacionamentos, se exclui porque acha
que pode sofrer também no futuro. Se for pela internet, por exemplo, ele? apenas? repassa a
informação.
Cléo Fante – Fenômeno Bullying: Como Prevenir a Violência nas Escolas e Educar
para a Paz
6.3.1 Espectadores passivos
Os espectadores passivos, também conhecidos como testemunhas silenciosas,
representam um grupo maior, formado por pessoas que ao mesmo tempo são, de certa forma,
vítimas e testemunhas dos fatos.
A grande maioria não concorda com as agressões, mas preferem ficar em silêncio, pois
têm medo de que os agressores, em caso de saída em defesa das vítimas, as ‘eleja’ também para
esses ataques.
Lélio Braga – Bullying, o que você precisa saber: identificação, prevenção e
repressão – Cap. 1 – Bullying – noções preliminares
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Bullying – diferentes faces de um mesmo problema
6.3.2 Espectadores neutros
Dentre eles, podemos perceber os alunos que, por uma questão sociocultural (advindos
de lares desestruturados ou de comunidades em que a violência faz parte do cotidiano), não
demonstram sensibilidade pelas situações de bullying que presenciam. Eles são acometidos por
uma “anestesia emocional”, em função do próprio contexto social no qual estão inseridos.
Ana Beatriz Barbosa Silva – Bullying – mentes perigosas nas Escolas – Cap. 2
6.3.3 Espectadores ativos
Estão inclusos nesse grupo os alunos que, apesar de não participarem ativamente dos
ataques contra as vítimas, manifestam “apoio moral” aos agressores, com risadas e palavras de
incentivo. Não se envolvem diretamente, mas isso não significa, em absoluto, que deixam de
se divertir com o que veem.
É importante ressaltar que misturados aos espectadores podemos encontrar os
verdadeiros articuladores dos ataques, perfeitamente “camuflados” de bons moços. Eles
tramaram tudo e, agora, estão apenas observando e se divertindo ao verem o circo pegar fogo.
Ana Beatriz Barbosa Silva – Bullying – mentes perigosas nas Escolas – Cap. 2 – Os
Personagens dessa Tragédia
6.3.4 Espectadores defensores
Os defensores sentem empatia pela vítima, condenam as agressões e protegem o alvo
ou informam a quem possa tomar providências, apesar do risco de sofrerem represálias.
32
Bullying – diferentes faces de um mesmo problema
7. BULLYING – Sintomas de alerta
7.1 Na Escola
 NO RECREIO encontram-se isoladas do grupo.
 NA SALA DE AULA apresentam postura retraída.
 Faltam frequentemente às aulas.
 Mostram-se comumente TRISTES, DEPRIMIDAS OU AFLITAS.
 Nos jogos ou atividades em grupo sempre SÃO AS ÚLTIMAS A SEREM
ESCOLHIDAS ou são excluídas, aos poucos vão se desinteressando das atividades e
tarefas escolares.
Ana Beatriz Barbosa Silva – Bullying – mentes perigosas nas Escolas – Cap. 2 – Os
Personagens dessa Tragédia
7.2 Em Casa
7.2.1 Sintomas
 MACHUGADOS PELO CORPO: apresentam hematomas, arranhões, cortes.
 MATERIAL ESCOLAR DANIFICADO: cadernos com folhas rasgadas, mochila
danificada, lápis quebrados, etc.
 QUEDA REPENTINA NO RENDIMENTO: o aproveitamento escolar cai, por
vezes, drasticamente.
 DESAJUSTES ORGÂNICOS: frequentemente se queixam de dores de cabeça,
enjoo, dor de estômago, tonturas, vômitos, perda de apetite, insônia.
 MUDANÇAS DE COMPORTAMENTO: frequentes e intensas de estado de
humor, com explosões repentinas de irritação ou raiva.
 ISOLAMENTO: São escassos os telefonemas, e-mails, torpedos, convites para festas,
passeios ou viagens com o grupo escolar.
 GASTOS EXTEMPORÂNEOS: passam a gastar mais dinheiro do que o habitual na
cantina ou com a compra de objetos diversos com o intuito de presentear os outros.
 RESISTÊNCIA EM IR A ESCOLA: apresentam diversas desculpas (inclusive
doenças físicas) para faltar às aulas.
Ana Beatriz Barbosa Silva – Bullying – mentes perigosas nas Escolas – Cap. 2 – Os
Personagens dessa Tragédia
33
Bullying – diferentes faces de um mesmo problema
7.2.2 Check List
 Pergunte sobre lesões físicas (arranhões, crostas, marcas etc.) que você notou em seu
filho.
 Lembre-se de itens perdidos ou destruídos e informe-se mais sobre como isso
aconteceu.
 Acompanhe o dinheiro que seu filho tem e onde é gasto.
 Observe a frequência de doenças, dores de cabeça ou dores de estômago e pergunte
sobre elas.
 Com que frequência seu filho frequenta a escola? Existe um padrão?
 Seu filho evita uma determinada classe, amigo, treinador ou professor?
 Existem mudanças nos hábitos alimentares?
 Há dificuldade para dormir ou dormir demais?
 Seu filho está tendo pesadelos ?
 O seu filho está passando por notas decrescentes?
 Seu filho evita ir de ônibus? Se sim, descubra o porquê.
 Existe uma perda de interesse na escola, acampamento, trabalho ou com amigos?
 Que tal uma perda repentina de um grupo de amigos, discussões ou uma briga?
 Seu filho evita situações sociais? Se sim, onde e quando isso está acontecendo?
 Seu filho está expressando sentimentos de desamparo?
 Como é a linguagem não verbal do seu filho? Ele ou ela parece temeroso,
constrangido ou escondido à vista de todos?
 Você percebe alguma retirada ou isolamento?
 Você está preocupado com a auto-estima do seu filho ?
 Você notou uma conversa mais negativa, como "Não posso mais lidar com a
escola". "Eu odeio acampamento e desejo nunca ter ido para lá." "Eu queria estar
morto." " O mundo está melhor sem mim. "
 Seu filho mostra sentimentos excessivos de vergonha ou culpa ?
 Seu filho está mais irritado do que o habitual?
 Existe uso de álcool ou substância?
 Você notou algum comportamento excessivo de correr riscos ?
 Você notou algum dano ou corte pessoal?
 Seu filho está distribuindo itens?
 Seu filho não está mais pensando no futuro?
 Você notou uma súbita calma ou resignação em seu filho?
Deborah Serani – Psychology Today – Jun 02, 2018
34
Bullying – diferentes faces de um mesmo problema
8. BULLYING – Consequências
Os resultados do desequilíbrio emocional que passam a viver os tornam inseguros com
relação à auto-estima. Impedidos de pedir qualquer tipo de ajuda, chegam a interiorizar os
“castigos” que lhes são impostos, julgando-se merecedores deles. Simulam doenças, que
acabam tornando-se verdadeiras, entram em estados depressivos deploráveis e perdem o prazer
de viver. O problema, em grande parte dos casos, arrasta-se pelo resto da vida, tornando-os
adultos com sérios problemas no trabalho, vida afetiva e social.
Associação Médico Espírita do Brasil – Folha Espírita em junho de 2005 – bullying,
o terror silencioso
Parte das vítimas cresce e supera o Bullying com o chamado “efeito elástico”, que é a
capacidade de ser testado ao limite e não ter a sua constituição emocional alterada, mas grande
parte delas levará traumas e inseguranças para o resto de suas vidas. Assim como pensamos nas
vítimas, devemos pensar nos agressores que chegarão à fase adulta dotados dessa carga de
violência e desrespeito, desprovidos de limites e valores morais que são essenciais à evolução
como cidadãos e Espíritos que também o são.
Jorge Hessen – Revista Agenda Espírita Brasil - Bullying
Contrário do que muitos pensam, o bully – aquele que pratica o bullying – também sofre
consequências de seus próprios atos. Praticar bullying pode culminar em comportamentos
criminosos. “60% dos estudantes do sexo masculino que cometeram bullying do 6° ao 9° ano
foram acusados de pelo menos um crime até a idade de 24 anos, comparados com 23% daqueles
que não cometeram bullying; 35% a 40% desses bullies foram acusados de três ou mais crimes
até a idade de 24 anos comparados com 10% daqueles que não cometeram bullying”.
Além disso, pesquisas indicam que o bullying pode ser relacionado a comportamentos
antissociais, além do porte de armas, brigas, vandalismo, furtos, entre outros.
Os espectadores de bullying podem sofrer por também se sentirem intimidados,
apresentando um baixo rendimento escolas e, até mesmo, isolamento, pois temem que sua
imagem seja vinculada ao colega que sofre com a violência. O estudante pode demonstrar ainda
sentimentos de culpa, insegurança ou desesperança, por não saber como lidar com as situações
presenciadas
Redação Abrace – Programas Preventivos – Volta às aulas: bullying, o que é
preciso saber para prevenir e combater essa prática
35
Bullying – diferentes faces de um mesmo problema
Algumas reações físicas comprovadas do bullying incluem dores de estômago e de
cabeça e dificuldade para comer e dormir. Os que sofrem bullying estão mais propensos a terem
dificuldades interpessoais, depressão, solidão ou ansiedade, autoestima baixa, pensamentos
suicidas ou a tentarem o suicídio.
A violência e o bullying exercidos por professores e colegas podem deixar as crianças e
adolescentes, bem como as testemunhas, com medo de ir à escola, interferindo em sua
capacidade de concentração em sala de aula e na participação das atividades escolares. Eles
correm o risco de faltar aulas, evitar atividades escolares ou abandonar de vez a escola, o que
produz um impacto negativo no desempenho e resultado acadêmico, educação futura e
possibilidades de emprego. Pesquisas internacionais mostram claramente que o bullying reduz
o desempenho dos estudantes em disciplinas essenciais, como a matemática.
A violência e o bullying afetam o ambiente escolar como um todo. Ambientes de
aprendizagem não seguros criam um clima de medo e insegurança e a percepção de que os
professores não estão no controle da situação ou não se preocupam com o bem-estar dos
estudantes, o que reduz a qualidade da educação para todos os estudantes.
A violência e o bullying praticados na escola e em seu entorno também acarretam custos
sociais e econômicos significativos. Como parte das consequências a longo prazo, tanto as
vítimas quanto os agressores apresentam maior risco de desenvolverem problemas sociais e de
relacionamento, comportamento antissocial e criminal, piores qualificações, além de uma maior
probabilidade de não receberem apoio social adequado. O impacto econômico também é
substancial, incluindo as relacionadas a evasão escolar e a sub-representação das meninas na
educação
UNESCO – Violência escolar e bullying/2017
Algumas vítimas do bullying buscam não demonstrar sinais de que estão sendo afetadas
pelos atos para não parecerem fracos diante dos colegas estudantes e do próprio agressor.
Em outros casos, a vítima esconde dos pais o sofrimento que vem passando ou deixa de
falar a um adulto sobre suas dificuldades por acreditar que não será ouvida. Por isso, cabe aos
pais, responsáveis e profissionais educadores estarem atentos aos mínimos sinais que o aluno
possa apresentar.
Algumas pessoas acreditam que apenas adultos passam por momentos de estresse e
cansaço. Mas crianças e adolescentes são diariamente afetados por situações diversas, sendo o
estresse um dos principais efeitos nas vítimas de bullying.
36
Bullying – diferentes faces de um mesmo problema
Mas crianças e adolescentes são diariamente afetados por situações diversas, sendo o
estresse um dos principais efeitos nas vítimas de bullying.
Estudos apontam para três fases que fazem parte do processo de estresse, sendo a
primeira a fase de alarme, quando o organismo se prepara para lutar contra as situações
estressantes modificando processos de respiração e circulação, entre outros. A segunda fase, a
de resistência, se dá quando o estímulo – que nesse caso pode ser o bullying – é continuo e,
portanto, o organismo busca reestabelecer o equilíbrio e acaba sofrendo um grande desgaste,
que resulta em dores corporais, alterações no humor e no padrão de sono, por exemplo.
Já a terceira fase é a da exaustão ou esgotamento, quando a resistência não apresenta
resultados positivos ou existe um acúmulo de estressores e, algumas de suas consequências,
podem seguir até a vida adulta. Entre elas estão a insônia, ansiedade, solidão, tristeza, dores de
cabeça, tontura, náuseas, sudorese, ânsia de vômito, depressão, queda no rendimento escolar, e
muito mais.
Redação Abrace – Programas Preventivos – Volta às aulas: bullying, o que é
preciso saber para prevenir e combater essa prática
37
Bullying – diferentes faces de um mesmo problema
9. BULLYING – Prevenção
A prevenção do bullying é de natureza educativa e contínua, abrangendo todos os
seguimentos da sociedade, dando-se ênfase: “à tolerância, ao respeito à diversidade, à
comunicação eficaz, a autoestima, à mediação de conflitos, à promoção da paz e da
cidadania”.
Miriam Dusi – Previna o bullying: jogos para uma cultura de paz – Introdução
Quando alguém é cruel e age como um bully, você não deve ir para este mesmo nível.
Não. Nosso lema é: quando eles jogam baixo, nós jogamos alto"
Michelle Obama – Revista Vogue – 2016/Dezembro
9.1 Você
Não sofra em silêncio! Aquele que sofre em silêncio poderá sofrer por muito tempo.
O Bullying, se alimenta do silêncio das vítimas.
1. Denuncie! O silêncio é a pior forma de tentar resolver o problema. Uma pesquisa
realizada em 1995 e publicada no Journal Education of Canada constatou que
aproximadamente um terço dos estudantes que sofrem bullying não relatam a um adulto,
o que dificulta o combate.
2. Mantenha a calma: Um dos objetivos do bully é causar irritação e raiva no agredido.
Demonstrar tais sentimentos só alimenta ainda mais o problema.
3. Apoie outros colegas e mantenham-se unidos: a probabilidade de sofrer bullying quando
se está com alguém é bem menor do que quando se está sozinho.
4. Se necessário, procure ajuda de profissionais: agora que você sabe os sintomas, e
percebeu que o bullying está comprometendo a sua saúde, não hesite em solicitar aos
seus pais ou responsáveis que procurem a ajuda de um profissional especializado.
5. Demonstre autoconfiança: pessoas que não demonstram segurança ou autoconfiança são
alvos mais fáceis para os bullies, pois aparentam vulnerabilidade.
6. Tenha esperança: por pior que pareça a situação na escola, mantenha boas expectativas.
Quando sofremos bullying e nada é feito para intervir, acabamos deixando a
desesperança tomar conta de nós, o que pode aumentar o sentimento de angústia e fazer
com que as coisas percam sentido.
Redação Abrace – Programas Preventivos – Volta às aulas: bullying, o que é preciso saber
para prevenir e combater essa prática
38
Bullying – diferentes faces de um mesmo problema
9.1.1 10 mandamentos contra o cyberbullying
O projeto tem dado ênfase à figura do espectador. “Porque é ele quem vai dar
visibilidade para a vítima e para o agressor na forma de ‘likes’, na forma de ‘curtir’. Então
temos trabalhado muito para que esse espectador, que não é vítima nem agressor, denuncie. Em
vez de curtir, que fale ‘isso não tem nada a ver, isso não é legal’. Se eles [casos de cyberbullying]
têm um reforço negativo, certamente aquilo ali para. Mas se tem várias curtidas, então fica
muito difícil [combater a situação]”,
1) NÃO RESPONDA quando estiver com raiva.
2) PEÇA AJUDA de alguém que você confia, um colega, um amigo, seus Pais ou um
professional.
3) GUARDE EVIDÊNCIAS. Salve conversas, ofensas e agressões. Você pode precisar.
4) Informações pessoais devem ser vistas por pessoas de confiança. SEJA SELETIVO
COM O QUE POSTA e compartilha.
5) NÃO ENVIE MENSAGENS quando está IRRITADO com alguém.
6) BLOQUEIE o agressor.
7) DENUNCIE para a própria rede social o usuário e o conteúdo postado.
8) DELETE/troque seu perfil.
9) Encare o assunto com SERIEDADE.
10) NÃO se torne um AGRESSOR.
Liga Acadêmica de Prevenção e Intervenção a Violência (Lavip), da Universidade
Federal de São Paulo (Unifesp) – Cyberbullying
39
Bullying – diferentes faces de um mesmo problema
9.2 Na Escola
Devemos procurar os professores da turma em questão e colocar o ocorrido, de forma
serena, mas com firmeza, numa tentativa de amenizar a situação, o que nem sempre é fácil, se
não houver a participação de pais, professores e funcionários, em virtude dos traumas e das
humilhações já vivenciadas, algumas vezes uma troca de turma numa mesma escola já pode
ajudar.
Podemos ainda incentivar o convívio com outros colegas, com os quais essas crianças
não tinham convívio ainda, às vezes até por falta de oportunidade.
Devemos ainda, caso a criança encontre-se deprimida, lançar mão da ajuda de um
profissional, como um psicólogo, para ajudar na recuperação desta criança, facilitando assim
sua reintegração na escola.
Edgard Diaz de Abreu – Bullying escolar – uma visão espírita –
http://www.portalespiritualista.org – 10 Março 2019
 Incentivar a solidariedade, a generosidade e o respeito às diferenças por meio de
conversas,
 Instituir campanhas de incentivo à paz e à tolerância,
 Executar trabalhos didáticos, como atividades de cooperação e interpretação de
diferentes papéis em um grupo,
 Desenvolver em sala de aula um ambiente favorável à comunicação entre alunos;
 Quando um estudante reclamar de algo ou denunciar o bullying, procurar imediatamente
a direção da escola.
 A escola não pode legitimar a atuação do autor da agressão nem humilhá-lo ou puni-lo
com medidas não relacionadas ao mal causado, como proibi-lo de frequentar o intervalo
Cléo Fante e José Augusto Pedra – Bullying Escolar
40
Bullying – diferentes faces de um mesmo problema
9.3 Na Família
Pode ser possível que, algumas vezes, os pais desses algozes, percebam o bullying
praticado pelos filhos, mas façam vista grossa, por perceberem que a prática do filho pode estar
rendendo-lhe algum tipo de vantagem, o que torna o ato mais desumano ainda, pois estaria
presente a conivência paterna. Tal ato poderia ser facilmente explicado pela falta de ética e
educação dos referidos pais, fato tão comum nos dias atuais.
Edgard Diaz de Abreu – Bullying escolar – uma visão espírita –
http://www.portalespiritualista.org – 10 Março 2019
Via de regra, os filhos que praticam o bullying quase sempre são insurgentes e
incorrigíveis, impermeáveis a todos os processos educativos; por isso, “os pais [espíritas] de
tais rebeldes, depois de movimentar todos os processos de amor e de energia no trabalho de
orientação educativa deles, e sem descontinuidade da dedicação e do sacrifício, que esperem a
manifestação da Providência Divina para o esclarecimento dos filhos incorrigíveis,
compreendendo que essa manifestação deve chegar através de dores e de provas amargas, de
modo a semear-lhes, com êxito, o campo da compreensão e do sentimento.”
Jorge Hessen – Revista Agenda Espírita Brasil - Bullying
•Educação à luz do Evangelho sem disfarces nem
distorções, desde à gestação.
•Família Espiritual
EDUCAÇÃO MORAL
Emocional desajustado
•Conscientização espiritual sem alardes.
•Reencarnação/Imortalidade
ESCLARECIMENTO
ESPÍRITA
Materialismo
Espírito conturbado
•Liberdade e orientação com base na responsabilidade.
•Limitações da Vida
CULTIVO DO
DISCERNIMENTO
Falência da ética/meio
•Vigilância carinhosa dos Pais e Mestres cautelosos.
•Amor vigilante
ATENÇÃO PERMANENTE
Família displicente
41
Bullying – diferentes faces de um mesmo problema
 Nunca ameaçar uma pessoa na frente do Filho.
 Os Pais devem ser mais próximos aos Filhos e não resolver os problemas com
agressividade e brigas.
 Devem ir à Escola com frequência para se informar das atitudes do seu filho.
 Quando o filho faz algo errado não resolver com agressividade.
 Jamais incentivar o filho a brigar ou humilhar outra pessoa.
 Nunca humilhar os filhos pois os mesmos podem reproduzir este comportamento com
colegas.
 Estabelecer um diálogo com o filho para ele se abra e conte seus problemas.
 Devem agir de maneira educada frente ao Professor, pois ele está ali para ajudar.
 Devem saber que Bullying é crime e podem responder pelos atos de seus filhos.
Cléo Fante e José Augusto Pedra – Bullying Escolar
42
Bullying – diferentes faces de um mesmo problema
9.4 No Centro Espírita
•Discutir com os jovens (nas mocidades, Pré-mocidades,
infância, etc.,) os problemas que envolvem a vida do
espírito encarnado (violência urbana, violência familiar,
violência nas escolas, as drogas, etc.).
PROMOVER
PALESTRAS/DEBATES
•Procurar integrar os envolvidos em Bullying nas
atividades da casa, em vez de discriminar e rejeitar.
INTEGRAR O JOVEM
•Encaminhá-los para a assistência espiritual, quando
houver processos obsessivos.
TRATAR O ESPÍRITO
•Estimular seus frequentadores, em particular a família do
envolvido no Bullying, à prática do evangelho no lar.
EVANGELIZAÇÃO
FAMILIAR
•Criar, no trabalho assistencial da casa, uma atividade que
enseje o diálogo, a orientação, o acompanhamento e o
esclarecimento, com fundamentação doutrinária, ao
envolvido no Bullying e a seus familiares.
SUPORTE AO JOVEM E A
FAMÍLIA
43
Bullying – diferentes faces de um mesmo problema
10.BULLYING – Síntese
A VIOLÊNCIA É UMA DOENÇA DA ALMA e deve ser tratada na alma, tanto do
ponto de vista espiritual quanto de natureza psíquica.
Divaldo Franco – Jornal Zero Hora – Entrevista – 27/08/2016
Quando alguém o AGRIDA ou O AME, A SI PRÓPRIO SE VIOLENTA OU SE
ESTIMA. Você é apenas o móvel daquela manifestação que está latente nele.
Marco Prisco – Luz Viva – Cap. 17 – Viva em Paz
O Termo Bullying pode ser adotado para explicar TODO O TIPO DE
COMPORTAMENTO AGRESSIVO, cruel, proposital e sistemático inerente às relações
interpessoais.
Ana Beatriz Barbosa Silva – Bullying – mentes perigosas nas Escolas – Cap. 1 –
Bullying – perigo
O Bullying se torna as vezes uma tragédia, mas antes disso é um DESAFIO.
Chorei, não procurei esconder
Todos viram, fingiram
Pena de mim, não precisava
Ali onde eu chorei
Qualquer um chorava.
Dar a volta por cima que eu dei
Quero ver quem dava
(...)
Levanta, sacode a poeira
E dá a volta por cima.
NOITE ILUSTRADA – Volta por Cima (1962)
44
Bullying – diferentes faces de um mesmo problema
11.BULLYING – Referências
Esta relação bibliográfica não está, intencionalmente, seguindo os padrões usuais – está
numa forma mais sintética.
# Autor – Livro ou Revista – Cap. ou Item – Título
1
Alexandre Saldanha – Bullying & Direito – Bullying: conceito, histórico e antecedente –
2013/maio
2
Allan Beane – Proteja seu filho do bullying – Cap. 1 – A Natureza do Bullying
3
Allan Kardec – O Evangelho segundo o Espiritismo – Cap. 11 – item 9
4
Allan Kardec – O Evangelho segundo o Espiritismo – Cap. 9, item. 1 a 4
5
Allan Kardec – O Livro dos Espíritos – Perg.385
6
Ana Beatriz Barbosa Silva – Bullying – mentes perigosas nas Escolas – Cap. 02 – Os
Personagens dessa Tragédia
7
Ana Beatriz Barbosa Silva – Bullying – mentes perigosas nas Escolas – Cap. 01 – Bullying –
perigo
8
Associação Médico Espírita do Brasil – Folha Espírita em junho de 2005 – bullying, o terror
silencioso
9
Camila Damas – Bullying contra idosos – https://camiladasmas.wordpress.com/
10
Camila Damas – Bullying religiosos – https://camiladasmas.wordpress.com/
11
Clara Lila Gonzalez de Araújo – Reformador – 2018 – julho – O uso indevido das novas
tecnologias – analise espirita
12
Cléo Fante – Fenômeno Bullying: Como Prevenir a Violência nas Escolas e Educar para a
Paz
13
Cléo Fante e José Augusto Pedra – Bullying Escolar
14
Deborah Serani – Psychology Today – Jun 02, 2018
15
Divaldo Franco – Jornal Zero Hora – Entrevista – 27/08/2016
16
Edgard Diaz de Abreu – Bullying escolar – uma visão espírita
17
Emmanuel – Alma e Coração – Cap. 47 – Ofensa e Ofensores
18
Emmanuel – Caminho, Verdade e Vida – Cap. 42 – Glória ao Bem
19
Ivanira Pancheri – O Assédio Moral no Trabalho
45
Bullying – diferentes faces de um mesmo problema
# Autor – Livro ou Revista – Cap. ou Item – Título
20
Joana Teixeira Ferreira – Bullying entre idosos institucionalizados
21
Joanna de Angelis – Momentos Enriquecedores – Cap. 1 – A Loucura da Violência
22
Joanna de Angelis – O Ser Consciente – Cap. 26 – Mecanismos de fuga do ego
23
Jorge Hessen – Revista Agenda Espírita Brasil – Bullying
24
Juliana Demarchi – O Bullying é a antítese do Jesus nos Ensina – O Consolador – Ano 4 –
N° 190 – 2 de Janeiro de 2011
25
Lélio Braga – Bullying, o que você precisa saber: identificação, prevenção e repressão –
Cap. 1 – Bullying – noções preliminares
26
Liga Acadêmica de Prevenção e Intervenção a Violência (Lavip), da Universidade Federal
de São Paulo (Unifesp) – Cyberbullying
27
Luiza Mançano – Brasil de Fato – 20 de abril de 2019
28
Manoel Philomeno de Miranda – Sexo e Obsessão – Cap. 4 – O Drama da Obsessão na
Infância
29
Marco Prisco – Luz Viva – Cap. 17 – Viva em Paz
30
Marco Prisco – Momentos de Decisão – Cap. 23 – Técnicas Infelizes
31
Marta Antunes – Revista Reformador – 2011 – Outubro – Bullying
32
Michele O. de Abreu – Bullying – conhecendo o fenômeno
33
Miriam Dusi – Previna o bullying: jogos para uma cultura de paz – Introdução
34
Redação Abrace – Programas Preventivos – Volta às aulas: bullying, o que é preciso saber
para prevenir e combater essa prática
35
Timothy Brewerton – O Estado de São Paulo – 16 de abril de 2011
36
UNESCO – Violência escolar e bullying/2017
37
Wikipédia, a enciclopédia livre – Bullying
38
Wikipédia, a enciclopédia livre – Cyberbullying
39
Wikipédia, a enciclopédia livre – Massacre de Realengo
46
Bullying – diferentes faces de um mesmo problema
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  • 1. BULLYING – DIFERENTES FACES DE UM MESMO PROBLEMA
  • 2. SUMÁRIO 1. Introdução ..................................................................................................... 1 1.1 A Violência e o Bullying.............................................................................1 1.2 Bullying – Conceitos e definições...............................................................3 2. BULLYING – Histórico/Marcos ................................................................. 5 2.1 1978 – Dan Olweus – Noruega...................................................................5 2.2 1999 – Massacre de Columbine – USA......................................................7 2.3 2011 – Massacre do Realengo – Brasil.......................................................8 2.4 2015 – Lei de Combate a Intimidação Sistemática – Brasil .......................9 2.5 2016 – Dia Nacional de Combate ao Bullying e à Violência na Escola...11 3. BULLYING – Tipos/Formas ..................................................................... 12 3.1 Físicos/Material:........................................................................................12 3.2 Verbais ......................................................................................................12 3.3 Psicológico/Moral/Social..........................................................................13 3.4 Sexual........................................................................................................13 3.5 Virtual........................................................................................................13 4. BULLYING – Outras Formas................................................................... 14 4.1 Assédios ....................................................................................................14 4.1.1 Assédio Sexual..........................................................................................14 4.1.2 Assédio Imobiliário ou mobbing imobiliário............................................15 4.1.3 Grooming ..................................................................................................16 4.1.4 Stalking......................................................................................................17 4.2 Na Terceira Idade......................................................................................19 4.3 Religiosos..................................................................................................20 5. BULLYING – Local.................................................................................... 21 5.1 Escola ........................................................................................................21 5.2 Trabalho ....................................................................................................21 5.3 Internet ......................................................................................................22 6. BULLING – Envolvidos ............................................................................. 23 6.1 Agressores.................................................................................................23 6.2 Vítimas ......................................................................................................26 6.2.1 Vítimas típicas...........................................................................................26 6.2.2 Vítimas “provocadoras”............................................................................26
  • 3. 6.2.3 Vítimas agressoras ....................................................................................27 6.2.4 Vítimas vencedoras...................................................................................27 6.3 Expectadores .............................................................................................30 6.3.1 Espectadores passivos ...............................................................................30 6.3.2 Espectadores neutros.................................................................................31 6.3.3 Espectadores ativos ...................................................................................31 6.3.4 Espectadores defensores............................................................................31 7. BULLYING – Sintomas de alerta ............................................................. 32 7.1 Na Escola...................................................................................................32 7.2 Em Casa.....................................................................................................32 7.2.1 Sintomas....................................................................................................32 7.2.2 Check List .................................................................................................33 8. BULLYING – Consequências.................................................................... 34 9. BULLYING – Prevenção ........................................................................... 37 9.1 Você ..........................................................................................................37 9.1.1 10 mandamentos contra o cyberbullying ..................................................38 9.2 Na Escola...................................................................................................39 9.3 Na Família.................................................................................................40 9.4 No Centro Espírita.....................................................................................42 10. BULLYING – Síntese.............................................................................. 43 11. BULLYING – Referências...................................................................... 44
  • 4. 1 Bullying – diferentes faces de um mesmo problema 1. Introdução 1.1 A Violência e o Bullying “Porque, para com Deus, não há acepção de pessoas”. Paulo de Tarso – Romanos 2:11 (Fazer acepção de pessoas significa tratar certas pessoas de maneira diferente, usando medidas diferentes para julgar). Eu, porém, vos digo que quem quer que se puser em cólera contra seu irmão merecerá ser condenado no juízo; que aquele que disser a seu irmão: Raca, merecerá ser condenado pelo conselho; e aquele que lhe disser: “És louco”, merecerá ser condenado ao fogo do inferno. Jesus – Mateus, 5:21 e 22 “Fazei aos homens tudo o que queirais que eles vos façam, pois é nisto que consistem a lei e os profetas”. Jesus – Mateus, 7:12. “Tratai todos os homens como quereríeis que eles vos tratassem”. Jesus – Lucas, 6:31 Por estas máximas, Jesus faz da brandura, da moderação, da mansuetude, da afabilidade e da doçura, uma lei. Condena, por conseguinte, a violência, a cólera e até toda expressão descortês para com os semelhantes. Allan Kardec – O Evangelho segundo o Espiritismo – Cap. 9, item. 1 a 4 (...) Não conheceis o que a inocência das crianças oculta. Não sabeis o que elas são, nem o que foram, nem o que serão. (...) A delicadeza da idade infantil os torna brandos, acessíveis aos conselhos da experiência e dos que devam fazê-los progredir. Nessa fase é que se lhes pode reformar os caracteres e reprimir os maus pendores. Tal o dever que Deus impôs aos Pais, missão sagrada de que terão de dar contas. Allan Kardec – O Livro dos Espíritos – Perg.385 Não acrediteis na esterilidade e no endurecimento do coração humano; ao amor verdadeiro, ele, a seu mau grado, cede. Allan Kardec – O Evangelho segundo o Espiritismo – Cap. 11 – item 9
  • 5. 2 Bullying – diferentes faces de um mesmo problema Que importa o aspecto exterior desse ou daquele homem? Que interessam a sua nacionalidade, o seu nome, a sua cor? Anotemos a mensagem de que são portadores. Se permanecem consagrados ao mal, são dignos do bem que lhes possamos fazer, mas se são bons e sinceros, no setor de serviço em que se encontram, merecem a paz e a honra de Deus. Emmanuel – Caminho, Verdade e Vida – Cap. 42 – Glória ao Bem Toda vez que alguém combate com exagerada veemência determinados traços do caráter de alguém, projeta-se nele, transferido do eu, que o ego não deseja reconhecer como deficiente, a qualidade negativa que lhe é peculiar. Torna a sua vítima o espelho no qual se reflete inconscientemente. Há uma necessidade de combater nos outros o que é desagradável em si. Joanna de Angelis – O Ser Consciente – Cap. 26 – Mecanismos de fuga do ego Um olhar agressivo. Um gesto intempestivo. A palavra contundente. O verbete irônico. A indiferença proposital. O descaso programado. Quando você está de mal consigo mesmo, permite que essas penosas ocorrências o façam antipático. Marco Prisco – Momentos de Decisão – Cap. 23 – Técnicas Infelizes A violência é uma doença da alma e deve ser tratada na alma, tanto do ponto de vista espiritual quanto de natureza psíquica. E para essa violência urbana, que se transformou em uma guerra não declarada, a única solução é a Educação. Divaldo Franco – Jornal Zero Hora – Entrevista – 27/08/2016 Quando alguém usar de violência ou de generosidade em relação a você, descarte qualquer merecimento nessa ocorrência. Você é somente pretexto para que o próximo se desvele. Quando alguém o agrida ou o ame, a si próprio se violenta ou se estima. Você é apenas o móvel daquela manifestação que está latente nele. Marco Prisco – Luz Viva – Cap. 17 – Viva em Paz A violência disfarça-se (...) na sociedade, quando (...) os sentimentos inferiores da maledicência, da calúnia, da inveja, da traição, do suborno de qualquer tipo, da hipocrisia, disseminam suas infelizes sementes. A violência, de qualquer natureza, é atraso moral, síndrome do primitivismo humano remanescente. Joanna de Angelis – Momentos Enriquecedores – Cap. 1 – A Loucura da Violência
  • 6. 3 Bullying – diferentes faces de um mesmo problema 1.2 Bullying – Conceitos e definições O bullying, considerado um tipo de violência, é definido antes como um padrão de comportamento do que um evento isolado, e exerce um impacto negativo na vítima, no agressor e nas testemunhas. O bullying foi definido como “um comportamento indesejado e agressivo entre crianças em idade escolar que envolve um real ou percebido desequilíbrio de poder. O comportamento é repetido ou tem o potencial para ser repetido ao longo do tempo. As crianças e os adolescentes mais vulneráveis, incluindo os mais pobres ou provenientes de minorias étnicas, linguísticas ou culturais, migrantes ou pertencentes a comunidades de refugiados ou pessoas com deficiências físicas, apresentam maiores riscos de sofrer violência escolar e bullying. Muitas vítimas da violência escolar e bullying não contam a ninguém sobre suas experiências. Entre os motivos disso estão a falta de confiança nos adultos, incluindo os professores, o medo da repercussão ou de retaliações, o sentimento de culpa, vergonha ou confusão, o receio de não serem levados a sério ou de não saber onde procurar ajuda. A violência escolar e o bullying com frequência passam despercebidos ou são ignorados pelos pais e professores. Em alguns contextos, os adultos veem os castigos físicos, as brigas e o bullying como uma parte normal da disciplina ou do crescimento, ignorando seu impacto negativo na educação, na saúde e no bem-estar das crianças e dos adolescentes. As estimativas do número de crianças e jovens afetados pelo bullying escolar variam de acordo com os países e o tipo de estudo, em uma escala que varia de menos de 10% até mais de 65%. Em uma pesquisa de opinião realizada em 2016 pelo U-Report do UNICEF e pelo representante especial do secretário-geral da ONU sobre Violência contra Crianças (SRSG- VAC), à qual responderam 100 mil jovens de 18 países, dois terços deles relataram ter sido vítimas de bullying. Uma revisão de evidências feita pela UNESCO observa que a proporção de estudantes lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros (LGBT) a sofrer a violência escolar e bullying varia de 16% a 85%, sendo a prevalência da violência de três a cinco vezes maior entre estudantes LGBT do que entre outros estudantes.
  • 7. 4 Bullying – diferentes faces de um mesmo problema Violência escolar e bullying, de acordo como relatório sobre a situação mundial – UNESCO Digital Library o bullying é uma subcategoria de comportamento agressivo caracterizada pelos três critérios mínimos a seguir: (1) intenção hostil, (2) desequilíbrio de poder e (3) repetição sobre um período de tempo. O pesquisador norueguês Dan Olweus diz que o bullying ocorre quando uma pessoa é "exposta, repetidamente e ao longo do tempo, a ações negativas por parte de uma ou mais pessoas". Ele diz que as ações negativas ocorrem "quando uma pessoa intencionalmente inflige dano ou desconforto a outra pessoa, através de contato físico, através de palavras ou de outras formas". Wikipédia, a enciclopédia livre – Bullying Bullying (do verbo inglês, to bully = intimidar), expressão que traz o conceito de assédio moral, vinculado à prática de atos intencionais e repetidos causadores de sofrimento e angústia, consequentes de violência física e/ou psicológica. Marta Antunes – Revista Reformador – 2011 – Outubro – Bullying Bullying é forma de comportamento agressivo e direto que é intencional, doloroso e persistente (repetido). Crianças vítimas de maus-tratos são debochadas, assediadas, socialmente rejeitadas, ameaçadas, caluniadas e assaltadas ou atacadas (verbal, física e psicologicamente) por um ou mais indivíduos. Allan Beane – Proteja seu filho do bullying – Cap. 1 – A Natureza do Bullying A violência escolar envolve: a violência física, que inclui os castigos físicos; a violência psicológica, que inclui o abuso verbal; a violência sexual, que inclui o estupro e o assédio; e o bullying, que inclui cyberbullying. O bullying, considerado um tipo de violência, é definido antes como um padrão de comportamento do que um evento isolado, e exerce um impacto negativo na vítima, no agressor e nas testemunhas. O bullying foi definido como “um comportamento indesejado e agressivo entre crianças em idade escolar que envolve um real ou percebido desequilíbrio de poder. O comportamento é repetido ou tem o potencial para ser repetido ao longo do tempo”. O bullying ou o cyberbullying constituem preocupações cruciais para crianças e adolescentes. UNESCO – Violência escolar e bullying/2017
  • 8. 5 Bullying – diferentes faces de um mesmo problema 2. BULLYING – Histórico/Marcos 2.1 1978 – Dan Olweus – Noruega Os estudos sobre bullying foram introduzidos pelo psicólogo sueco Dan Akke Olweus (nascido em Kalmar–Suécia, em 1931), a partir de resultados obtidos da pesquisa realizada na Universidade de Bergen, Noruega, em que investigou causas das taxas de suicídio em crianças, ocorridas na Noruega, na década de 1970. Marta Antunes – Revista Reformador – 2011 – Outubro – Bullying Ao pesquisar as tendências suicidas entre adolescentes, Olweus descobriu que a maioria desses jovens tinha sofrido algum tipo de ameaça e que, portanto, bullying era um mal a combater. O que o distingue das brincadeiras próprias do desenvolvimento infanto-juvenil e regras de boa convivência é a crueldade com que é exercido. Associação Médico Espírita do Brasil – Folha Espírita em junho de 2005 – bullying, o terror silencioso Os estudos sobre o bullying iniciaram-se na Universidade de Bergen, na Noruega, e duraram desde 1978 até 1993, com o professor Dan Olweus juntamente com a campanha nacional anti-bullying que ocorreu em 1993. Na década de 70 Olweus iniciou suas observações sobre agressores e suas vítimas mesmo sem aval ou interesse das escolas sobre o assunto nas instituições de ensino norueguesas. Para que fossem aguçados os interesses das escolas da Noruega sobre o bullying foi necessário que três rapazes entre 10 e 14 anos cometessem suicídio que segundo indícios foram resultados dessa prática. Olweus pesquisou inicialmente cerca de 84.000 estudantes, 300 a 400 professores e 1.000 pais entre os vários períodos de ensino. Um fator fundamental para a pesquisa sobre a prevenção do bullying foi avaliar a sua natureza e ocorrência. Como os estudos de observação direta ou indireta são demorados, o procedimento adotado foi o uso de questionários, o que serviu para fazer a verificação das características e extensão do bullying, bem como avaliar o impacto das intervenções que já vinham sendo adotadas.
  • 9. 6 Bullying – diferentes faces de um mesmo problema O questionário proposto por Olweus consistia de um total de 25 questões com respostas de múltipla escolha, no qual se verificava a freqüência, tipos de agressões, locais de maior risco, tipos de agressores e percepções individuais quanto ao número de agressores. Este instrumento destinava-se a apurar as situações de vitimização e agressão segundo o ponto de vista da própria criança ou adolescente. Ele foi adaptado e utilizado em diversos estudos, em vários países, inclusive no Brasil, possibilitando assim, o estabelecimento de comparações interculturais. Os primeiros resultados, frutos das pesquisas realizadas por Olweus e por Roland, em 1989, constatou-se que dentre os 07 alunos, 01 encontrava-se envolvido na prática do bullying. Em 1993, Olweus lançou sua pesquisa no livro “BULLYING at the school”. Nessa obra encontravam-se, não apenas os resultados da pesquisa, mas também, um arcabouço de medidas intervencionistas a fim de combater o bullying, na medida em que identifica vítimas e agressores. A obra gerou uma reação em cadeia que resultou na queda de 50% da incidência dos casos de bullying no país de origem, a Noruega, bem como na adoção das medidas propostas no livro na Inglaterra, em Portugal e Canadá. Isso incentivou outros países na igual adoção destas mesmas medidas. O programa de intervenção de Owleus tinha a intenção de criar regras combatentes ao bullying nas escolas, o qual necessitava do envolvimento de pais e professores, para aumentar a conscientização sobre o bullying, bem como a proteção e apoio para as vítimas. Alexandre Saldanha – Bullying & Direito – Bullying: conceito, histórico e antecedente – 2013/maio
  • 10. 7 Bullying – diferentes faces de um mesmo problema 2.2 1999 – Massacre de Columbine – USA No dia 20 de abril de 1999, por volta das 11h20, doze alunos e um professor da Columbine High School, no estado do Colorado, nos Estados Unidos (EUA), se tornaram vítimas fatais de uma chacina escolar. Conhecido como o Massacre de Columbine, o ataque foi cometido pelos jovens estudantes Eric Harris (18) e Dylan Klebold (17), que se suicidaram em seguida. O atentado de Columbine durou cerca de uma hora e deixou outras 23 pessoas feridas. Segundo a investigação policial, Eric e Dylan buscavam alvos específicos, como atletas e representantes escolares, motivados por um desejo de vingança pelo bullying sofrido durante os 4 anos anteriores. Columbine se tornou um caso emblemático e é considerado uma das inspirações para autores de outros ataques a tiros em escola. Só nos EUA, foram 66 mortes em 22 ataques a tiros em massa nos vinte anos que se seguiram após Columbine, enquanto nas seis décadas anteriores, o número de mortes totalizou 55 em 22 ataques, segundo uma pesquisa da revista americana Estudos da Criança e da Família. Luiza Mançano – Brasil de Fato – 20 de abril de 2019 (...) Nos 66 ataques em escolas que ocorreram no mundo de 1966 a 2011, 87% dos atiradores sofriam bullying e foram movidos pelo desejo de vingança. Trata-se da mesma motivação alegada pelo atirador Wellington Menezes de Oliveira, autor do massacre na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo. "O bullying pode ser considerado a chave para entender o problema e um enorme fator de risco, mas outras características são importantes, como tendências suicidas, problemas mentais e acessos de ira. Não acredito em um estereótipo ou perfil para um assassino potencial nas escolas." Timothy Brewerton – O Estado de São Paulo – 16 de abril de 2011
  • 11. 8 Bullying – diferentes faces de um mesmo problema 2.3 2011 – Massacre do Realengo – Brasil Massacre de Realengo refere-se à chacina ocorrida em 7 de abril de 2011, por volta das 8h30min da manhã, na Escola Municipal Tasso da Silveira, localizada no bairro de Realengo, no município do Rio de Janeiro. Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos, invadiu a escola armado com dois revólveres e começou a disparar contra os alunos presentes, sendo que matou doze deles, com idade entre 13 e 16 anos, e deixou mais de 22 feridos. O assassino foi interceptado por policiais, mas cometeu suicídio antes de ser detido. A motivação do crime figura incerta, porém a nota de suicídio de Wellington e o testemunho público de sua irmã adotiva e o de um colega próximo apontam que o atirador era reservado, sofria bullying e pesquisava muito sobre assuntos ligados a atentados terroristas e a grupos religiosos fundamentalistas. Na casa de Wellington Menezes foram encontrados dois vídeos em que ele fala sobre as motivações do crime. Ele fez um discurso considerado confuso e com indícios de estar dopado no qual, entre outras declarações, diz: "A luta pela qual muitos irmãos no passado morreram, e eu morrerei, não é exclusivamente pelo que é conhecido como bullying. A nossa luta é contra pessoas cruéis, covardes, que se aproveitam da bondade, da inocência, da fraqueza de pessoas incapazes de se defenderem. (...) um novo vídeo recuperado no disco rígido do computador de Wellington e feito antes de julho de 2010, no qual ele lê uma carta. Esse vídeo reforça a tese de que Wellington pretendia se vingar do bullying sofrido na escola: "A maioria das pessoas que me desrespeitam, acham que eu sou um idiota, que se aproveitam de minha bondade, me julgam antecipadamente (...). Uma ação fará pelos seus semelhantes que são humilhados, agredidos, desrespeitados em vários locais, como escolas e colégios. Wikipédia, a enciclopédia livre – Massacre de Realengo
  • 12. 9 Bullying – diferentes faces de um mesmo problema 2.4 2015 – Lei de Combate a Intimidação Sistemática – Brasil Lei 13.185/2015 – Combate à Intimidação Sistemática (bullying) Foi sancionada a Lei que torna obrigatória a conduta antibullying. O objetivo é que as escolas de todo o país adotem medidas educativas para evitar e combater a prática de bullying e cyberbullying. No contexto e para os fins desta Lei, considera-se intimidação sistemática (Bullying) todo ato de violência física ou psicológica, intencional e repetitivo que ocorre sem motivação evidente, praticado por indivíduo ou grupo, contra uma ou mais pessoas, com o objetivo de intimidá-la ou agredi-la, causando dor e angústia à vítima, em uma relação de desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas. Há intimidação sistemática na rede mundial de computadores (Cyberbullying), quando se usarem os instrumentos que lhe são próprios para depreciar, incitar a violência, adulterar fotos e dados pessoais com o intuito de criar meios de constrangimento psicossocial. (Artigo 1- Inciso 1) Esta Lei de nº 13.185 foi instituída no dia 6 de novembro de 2015, possui 8 (oito) artigos no total e entrou em vigor 90 dias após a publicação, dia 7 de fevereiro de 2016. A referida lei tem como propósito desencorajar atos de violência no âmbito escolar, instituindo, por meio desta, o Programa de Combate à Intimidação Sistemática, mais conhecido como bullying Assim, para melhor utilização do dispositivo, foi instituída uma definição própria para esse tipo de agressão, considerando bullying, em seu art. 1º, § 1o: § 1o No contexto e para os fins desta Lei, considera-se intimidação sistemática (bullying) todo ato de violência física ou psicológica, intencional e repetitivo que ocorre sem motivação evidente, praticado por indivíduo ou grupo, contra uma ou mais pessoas, com o objetivo de intimidá-la ou agredi-la, causando dor e angústia à vítima, em uma relação de desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas. Caracterizam, também, exemplos de condutas que se encaixam na violência, sendo estas: Art. 2o Caracteriza-se a intimidação sistemática (bullying) quando há violência física ou psicológica em atos de intimidação, humilhação ou discriminação e, ainda:
  • 13. 10 Bullying – diferentes faces de um mesmo problema I – Ataques físicos; II – Insultos pessoais; III – Comentários sistemáticos e apelidos pejorativos; IV – Ameaças por quaisquer meios; V – Grafites depreciativos; VI – Expressões preconceituosas; VII – Isolamento social consciente e premeditado; VIII – Pilhérias. Parágrafo único. Há intimidação sistemática na rede mundial de computadores (cyberbullying), quando se usarem os instrumentos que lhe são próprios para depreciar, incitar a violência, adulterar fotos e dados pessoais com o intuito de criar meios de constrangimento psicossocial. Art. 3º A intimidação sistemática (bullying) pode ser classificada, conforme as ações praticadas, como: I – Verbal: insultar, xingar e apelidar pejorativamente; II – Moral: difamar, caluniar, disseminar rumores; III – Sexual: assediar, induzir e/ou abusar; IV – Social: ignorar, isolar e excluir; V – Psicológica: perseguir, amedrontar, aterrorizar, intimidar, dominar, manipular, chantagear e infernizar; VI – Físico: socar, chutar, bater; VII – Material: furtar, roubar, destruir pertences de outrem; VIII – Virtual: depreciar, enviar mensagens intrusivas da intimidade, enviar ou adulterar fotos e dados pessoais que resultem em sofrimento ou com o intuito de criar meios de constrangimento psicológico e social.
  • 14. 11 Bullying – diferentes faces de um mesmo problema 2.5 2016 – Dia Nacional de Combate ao Bullying e à Violência na Escola Lei 13.227/2016 – Dia Nacional de Combate ao Bullying A Lei foi sancionada simbolicamente pelo Plenário do Senado no dia 07 de abril de 2016 – exatamente cinco anos após o massacre na escola de Realengo – com o objetivo de fomentar a conscientização e reflexão sobre o tema. Trazendo à memória o caso do assassino de 23 anos que afirmou ter sofrido bullying na infância, enquanto frequentava a escola em que aconteceu o massacre. Art. 1º É instituído o Dia Nacional de Combate ao Bullying e à Violência na Escola, a ser celebrado, anualmente, no dia 7 de abril.
  • 15. 12 Bullying – diferentes faces de um mesmo problema 3. BULLYING – Tipos/Formas A forma de execução do bullying acontece de muitas maneiras, sendo frequente entre os rapazes o uso da força física ou psicológica e da intimidação, e entre as moças a mentira, a fofoca, a maledicência, e a difamação; todas de forma orquestrada, ou seja, de comum acordo e planejadas pelo grupo agressor, para desacreditar a vítima, de forma progressiva, numa atitude de franca antipatia, muitas vezes ignorando a vítima nos ambientes que ela frequenta, como se ela não existisse. Edgard Diaz de Abreu – Bullying escolar – uma visão espírita – http://www.portalespiritualista.org – 10 Março 2019 3.1 Físicos/Material: O bullying físico é qualquer tipo de bullying que contém agressão ao corpo de alguém ou que danifica seus pertences. Roubar, empurrar, bater, lutar e destruir pertences são tipos de bullying físico. O bullying físico raramente é a primeira forma de bullying que um alvo experimenta, na maioria das vezes o bullying começa de forma diferente e depois evolui para a violência física. No bullying físico, a arma principal usada pelo agressor é seu corpo ao atacar seu alvo. Às vezes, grupos de jovens adultos visam e alienam um colega por causa de algum preconceito adolescente, isso pode rapidamente levar a uma situação em que a vítima é insultada, torturada e espancada por seus colegas. 3.2 Verbais O bullying verbal é qualquer tipo de bullying feito através da fala. Chamar por nomes, espalhar rumores, ameaçar alguém e zombar de outros são formas de intimidação verbal. O bullying verbal é um dos tipos mais comuns de bullying. No bullying verbal, a arma principal do agressor é sua "palavra". Em muitos casos, o bullying verbal é competência das meninas. As meninas são mais sutis (e podem ser mais devastadoras), em geral, do que os meninos. As meninas usam o bullying verbal, bem como as técnicas de exclusão social, para dominar e controlar outros indivíduos e mostrar sua superioridade e poder.
  • 16. 13 Bullying – diferentes faces de um mesmo problema No entanto, também há muitos meninos com sutileza suficiente para usar técnicas verbais de dominação, e que são praticados no uso de palavras quando querem evitar os problemas que podem ocorrer com o bullying físico de outra pessoa. 3.3 Psicológico/Moral/Social O bullying relacional é qualquer tipo de bullying feito com a intenção de ferir a reputação ou posição social de alguém, que também pode se ligar às técnicas incluídas no bullying físico e verbal. O bullying relacional é uma forma de bullying comum entre os jovens, mas particularmente entre as meninas, pode ser usado como uma ferramenta pelos agressores para melhorar sua posição social e controlar outros. Ao contrário do bullying físico, que é óbvio, o bullying relacional não é evidente e pode continuar por um longo tempo sem ser notado. 3.4 Sexual O bullying sexual é "Qualquer comportamento de bullying, seja físico ou não físico, baseado na sexualidade ou no gênero de uma pessoa. É quando a sexualidade ou o gênero é usado como arma por meninos ou meninas contra outros meninos ou meninas – embora seja mais comumente dirigido às meninas. Pode ser realizado na presença da vítima, por boatos ou através do uso de tecnologia (redes sociais, e-mails etc.). 3.5 Virtual O cyberbullying é o uso da tecnologia para assediar, ameaçar, envergonhar ou atingir outra pessoa. Quando um adulto está envolvido, ele pode atender à definição de assédio ou perseguição virtual, um crime que pode ter consequências legais e inclui o envio de e-mails, mensagens instantâneas em redes sociais (como o Facebook), mensagens de texto e telefones celulares etc. Wikipédia, a enciclopédia livre – Bullying
  • 17. 14 Bullying – diferentes faces de um mesmo problema 4. BULLYING – Outras Formas 4.1 Assédios O ato de assediar sempre existiu em variadas formas: no âmbito doméstico, na escola, em vizinhanças, com cunho discriminatório, sexual e, por fim, laboral. Ao lado do Assédio Moral do Trabalho, que estamos a discutir, existem outras exterioridades que merecem referência. Algumas são conhecidas, outras nem tanto… Mas todas extremamente danosas… 4.1.1 Assédio Sexual O Assédio Sexual é “[…] toda conduta de natureza sexual não desejada que, embora repelida pelo destinatário, é continuamente reiterada, causando constrangimento à intimidade do assediado”. (1) No Brasil, chegou-se à criminalização. O artigo 216-A do Código Penal Brasileiro, inserido pela Lei nº. 10.224/01 tipifica a conduta “Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função”. Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos. Parágrafo 2º. A pena é aumentada em até um terço se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos Do que se vê, o Assédio Sexual revela-se como espécie de coerção de natureza sexual, que pode se dar por qualquer forma – palavras, escritos, gestos – concretizada por uma pessoa em posição hierárquica superior em relação a um subordinado, na maioria das vezes, mas não exclusivamente, em local de trabalho. Perceba que esta exigência de “favores de natureza sexual” no âmbito de uma relação trabalhista provoca na vítima uma situação gravemente intimidatória e humilhante, havendo temor de mal injusto nas legítimas expectativas laborais. Ainda que se encontre previsto nos crimes contra a dignidade sexual, por óbvio, o respeito às relações de trabalho e a honra pessoal do assediado também são protegidos. (2) Ivanira Pancheri – O Assédio Moral no Trabalho
  • 18. 15 Bullying – diferentes faces de um mesmo problema 4.1.2 Assédio Imobiliário ou mobbing imobiliário. De fato, constitui-se em reiterados atos hostis ou humilhantes cujo objeto seja impedir o livre gozo da propriedade. Pode-se aprender a origem de tal fenômeno nos conflitos raciais dos Estados Unidos com populações negras rurais migrando para as cidades, em guetos e daí, o termo white only ou mesmo, blockbusting e ainda, panic peddling. Os corretores pretendiam apoderar-se de uma área imobiliária e assim, introduziam massivamente famílias negras, o que provocava o êxodo dos moradores locais. A criminalização nasceu a partir da Fair Housing Act para proteger vítimas especialmente vulneráveis – idosos ou imigrantes, pessoas de escasso poder econômico, ocupantes de antigos prédios – em zonas tendentes à especulação imobiliária, passíveis inclusive de lucrativo uso comercial. E, para aqueles que pensam estar a previsão distante da realidade brasileira, recomendo assistir o filme Aquarius. Aquarius é uma obra cinematográfica franco-brasileira do ano de 2016, escrita e dirigida por Kleber Mendonça Filho, coproduzida por Walter Salles e estrelada pela premiada Sônia Braga. Seu enredo gira em torno de Clara (Braga), uma viúva de 65 anos que é a última moradora do edifício que dá título à obra, na orla da praia de Boa Viagem, no Recife. No decorrer do filme acompanha-se, dentre outros, a investida de uma construtora que pretende comprar o prédio a todo custo, visando erguer um mais moderno no local, numa crua abordagem do assédio imobiliário. Na verdade, trata-se de uma história baseada em parecidos fatos. E o edifício em questão chama-se Oceania, tendo sido quase demolido em 2003 para a construção de outro mais contemporâneo e de maior apelo comercial. Graças porém, à resistência de alguns moradores, continua em pé. Ivanira Pancheri – O Assédio Moral no Trabalho
  • 19. 16 Bullying – diferentes faces de um mesmo problema 4.1.3 Grooming O Grooming revela situação de risco para o menor na qual um adulto a partir de um domínio emocional atua com propósito final de abuso sexual. Em realidade, trata-se de um assédio sexual na Internet (por meio de chats, comunicadores instantâneos, comunidades de relacionamento ou mesmo SMS) e que vai do assédio inicial à exploração ou abuso sexual de crianças e adolescentes. Assim, estabelece-se uma inicial amizade, que perpassa um aprofundamento na relação até chegar ao componente sexual que poderia exemplificar-se por pedidos de fotos, vídeos ou mesmo, participação em atividades sexuais. (7) Pode-se enquadrar tal comportamento no crime do artigo 241-D prescrito no Estatuto da criança e do adolescente, a saber: Aliciar, assediar, instigar ou constranger, por qualquer meio de comunicação, criança, com o fim de com ela praticar ato libidinoso: Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem: I – Facilita ou induz o acesso à criança de material contendo cena de sexo explícito ou pornográfica com o fim de com ela praticar ato libidinoso; II – Pratica as condutas descritas no caput deste artigo com o fim de induzir criança a se exibir de forma pornográfica ou sexualmente explícita. Depreende-se que, há em verdade, uma variedade de possíveis incriminações: constrangimento ilegal, ameaça, invasão de privacidade, crimes contra a honra, delitos sexuais, armazenamento e difusão de pornografia infantil e corrupção de menores, dentre outros, não se propondo neste ínterim, debater sobre a existência ou não de uma autonomia inclusiva do menor ou incapaz como sujeito de uma relação sexual. Ivanira Pancheri – O Assédio Moral no Trabalho
  • 20. 17 Bullying – diferentes faces de um mesmo problema 4.1.4 Stalking Interessante modalidade de assédio persecutório é o stalking que está relacionado à caça. Significa o ato de seguir a presa ou caminhar sigilosamente. Cuidar-se-ia enfim, de uma obsessão, que se repete ao longo de variável tempo, causando dano ao “stalkeado”. Atualmente, dá-se de distintas formas, com o envio de correios eletrônicos, mensagens ou chamadas telefônicas, em páginas da web, em foros de informática, acercando-se até, do espaço vital da vítima. Perceba que as condutas em si, não são ilícitas mas, o móvel. E trata-se de um acosso psicológico, mais que moral. Produz uma perturbação espiritual na pessoa, atingindo seu sentimento de segurança, seja pessoal, seja em face de pessoas com as quais se relaciona, como também, o campo da intimidade. Este observador, por vezes, anônimo, pode atacar afinal, patrimônio, integridade física, liberdade sexual e vida. (8): Apenas nos Estados Unidos estima-se que 7,5 milhões de pessoas sejam “stalkeadas” todo ano. E, sintomas como ansiedade, insônia, disfunção social e depressão grave são diagnosticados, especialmente se o assédio envolve ser perseguido/seguido ou ter qualquer propriedade sua destruída. (10) Conclusão O conceito de assédio é profuso. Há, todavia, um denominador comum dentre os vários âmbitos em que pode suceder: é a violência psicológica que ocasiona estresse, sentimentos de culpa, depressão e, às vezes, suicídio. Assim, alerta-se: não importa tanto o nome que se dê, mas o perigo que encerra. Referências (1) NASCIMENTO, Sônia A.C. Mascaro. Assédio moral. São Paulo: Saraiva, 2011. (2) SILVEIRA, Renato de Mello Jorge et. al. Código penal comentado. São Paulo: Saraiva, 2017. (3) GONZÁLEZ, Maria Isabel Martínez et. al. El acoso: tratamento penal y procesal. Valencia: Tirant Lo Blanch, 2011. (4) GONZÁLEZ in ob.cit.
  • 21. 18 Bullying – diferentes faces de um mesmo problema (5) GONZÁLEZ in ob.cit. (6) O Patinho Feio é um conto de fadas do escritor dinamarquês Hans Christian Andersen, publicado pela primeira vez em 11 de Novembro de 1843 e conta a história de um filhote de cisne chocado no ninho de uma pata. Por ser diferente dos demais filhotes, o pobre é perseguido, ofendido e maltratado por todos os patos e outras aves. Já a Turma da Mônica é uma série em quadrinhos criada pelo cartunista Mauricio de Sousa nos idos de 1960. A protagonista Mônica sofre bullying por ser “dentuça, baixinha e gorducha”. (7) GONZÁLEZ in ob.cit. (8) GONZÁLEZ in ob.cit. (9) GONZÁLEZ in ob.cit., p. 31. (10) Disponível em: http://victimsofcrime.org/our-programs/stalking-resource-center. Acesso em: 27 jul. 2017. Ivanira Pancheri – O Assédio Moral no Trabalho
  • 22. 19 Bullying – diferentes faces de um mesmo problema 4.2 Na Terceira Idade Podemos entender, que o bullying contra o idoso é qualquer tipo de violência tanto física como verbal contra as pessoas de maior idade. Esse tipo de bullying está impregnado na nossa sociedade, na maioria das vezes de forma mais sútil, devido o desenvolvimento da ideia preconceituosa de uma fragilidade do idoso (do idoso como uma pessoa mais frágil, menos informada, limitada) passando a ideia da invalidade das pessoas de maior idade. Camila Dantas – Bullying contra idosos – https://camiladasmas.wordpress.com/ O bullying em Idosos numa instituição pode concretizar-se de três formas: i) bullying entre pares, ou seja, entre idosos; ii) do idoso para os profissionais da instituição; iii) dos profissionais para o idoso. Os incidentes de bullying entre idosos e profissionais acontecem na sua maioria durante o cuidado diário, como higiene e alimentação. Nos episódios em que as agressões partem do profissional em relação ao idoso, os agressores agem através de ataques físicos, obrigando a pessoa idosa a agir contra a sua vontade, de forma a ferir ou causar dor. Os agressores são negligentes e utilizam a força e os insultos para magoar. Em consequência, as vítimas ficam intimidadas e com medo, acabando por se isolar. Também há situações de bullying em que os idosos são os agressores e os profissionais as vítimas. As agressões por parte dos idosos podem ser físicas (como: bater, beliscar, picar) ou verbais (como ameaçar ou insultar). Porém, há que ter em consideração a situação clínica e cognitiva da pessoa idosa, pois em casos de inimputabilidade não se pode falar em bullying. Raramente estes incidentes resultam em lesões ou consequências graves, em geral, para solucionar este tipo de incidentes recorre-se à contenção química dos agressores. As pessoas idosas são mais prováveis vítimas de bullying pelos familiares, prestadores de serviços; contudo também existe bullying entre pessoas idosas. Joana Teixeira Ferreira – Bullying entre idosos institucionalizados
  • 23. 20 Bullying – diferentes faces de um mesmo problema 4.3 Religiosos Basicamente, o bullying consiste em certa perseguição de algum nível por determinadas escolhas feitas ou por determinadas características nascidas com a pessoa. No caso do bullying religioso, tal escolha se dá por opções a nível espiritual a que cada pessoa tem direito. No Brasil, esta prática se verificou historicamente principalmente contra as religiões afro-descendentes. Os negros escravos e mesmo os livres eram duramente perseguidos pelas opções destes de manterem suas tradições. Também se verificou o bullying contra certos missionários evangélicos que buscavam expandir sua fé e arrebanhar certos membros católicos. No caso dos judeus, por muito tempo foram vistos como avarentos (e hoje isso não é tão diferente). Atualmente percebe-se as diversas facetas do bullying que tendem a perpetuar certos perconceitos históricos, fazendo caricaturas e estereotipando certos grupos minoritários. Muitos muçulmanos no país reclamam, por exemplo, que após os atentados terroristas contra as torres gêmeas do WTC em Nova York no dia 11 de setembro de 2001, passaram a ser vistos como potenciais terroristas por toda parte, e que qualquer alusão ao Islã foi vista como sinônimo de terrorista. Muitos se sentiram perseguidos mesmo num país tão “pacífico” como o Brasil. E se uma criança entra na escola com um turbante sikh ou uma mulher trajando um véu que só lhe mostre os olhos, tal fato constantemente vira alvo de chacota entre os seus colegas. Camila Dantas – Bullying religiosos – https://camiladasmas.wordpress.com/
  • 24. 21 Bullying – diferentes faces de um mesmo problema 5. BULLYING – Local 5.1 Escola Pode ocorrer em escolas de todo o tipo: primárias, secundárias, rurais, públicas ou privadas. O que viria a ser o bullying escolar? Seria quando um grupo de colegas de uma mesma escola, frequentemente da mesma turma, promove uma segregação, de forma repetitiva, tentando isolar um dos membros da turma, seja este membro rapaz ou moça, de forma que este fique isolado e sem ambiente na turma, o que gera muitas vezes na vítima, depressão, apatia, falta de motivação, baixa do rendimento escolar, falta de apetite e tendência ao isolamento (passa a não ter prazer em sair de casa ou a se relacionar com as pessoas) e vontade de trocar de escola. Edgard Diaz de Abreu – Bullying escolar – uma visão espírita – http://www.portalespiritualista.org – 10 Março 2019 A violência escolar e o bullying podem ocorrer dentro e fora das salas de aula, no entorno das escolas, no caminho e na volta da escola, assim como em ambientes virtuais (online). Nas escolas, o bullying ocorre com frequência em locais como banheiros, vestiários, corredores e áreas recreativas, onde crianças e adolescentes são vistos ou supervisionados com menos frequência por professores e outros funcionários da escola. UNESCO – Violência escolar e bullying/2017 5.2 Trabalho O bullying corporativo é a situação na qual um funcionário repetidamente e durante um período prolongado de tempo está exposto a uma situação de assédio comportamental. Nessa situação, o funcionário sofre maus-tratos constantes de colegas de trabalho ou de superiores hierárquicos e se mostra incapaz de se defender. Ou seja, o bullying corporativo é um abuso persistente que ocorre sempre que o funcionário tem que lidar com o agressor no seu ambiente de trabalho. É um conflito que está em curso e deixa o funcionário sem condições de reagir, por se ver em uma situação na qual se sente indefeso.
  • 25. 22 Bullying – diferentes faces de um mesmo problema 5.3 Internet O cyberbullying é um problema crescente. A maior parte dos dados disponíveis sobre a prevalência do cyberbullying provém de pesquisas conduzidas em países industrializados e sugerem que a proporção de crianças e adolescentes afetados pelo cyberbullying varia de 5% a 21%, sendo as meninas mais propensas a sofrer essa forma de bullying do que os meninos. UNESCO – Violência escolar e bullying/2017 (...) Cyberbullying ou Ciberbullying é “uma prática que envolve o uso de tecnologias de informação e comunicação para dar apoio a comportamentos deliberados, repetidos e hostis praticados por um indivíduo ou grupo com a intenção de prejudicar outrem”. Wikipédia, a enciclopédia livre – Cyberbullying (...) Os bullies virtuais possuem elevado grau de domínio tecnológico. Enviam textos/imagens pela Internet e telefones celulares, via e-mail ou redes sociais de comunicação eletrônica, atingindo numerosos indivíduos com o intuito de ridicularizar, difamar, humilhar ou assediar, sempre que postam boatos, mentiras e rumores. Marta Antunes – Reformador – 2011 – Novembro – Bullying (...) O jovem moderno vive uma rotina tecnológica muito especial e perigosa. A comunicação virtual que se lhe encontra ao alcance no lar, sem a orientação nem a vigilância dos pais, indu-lo à convivência com portadores de transtornos de comportamento, pessoas viciosas, grupos atormentados que o cativam e o arrastam para as suas malhas perigosas. Esse trabalho de assistência é essencialmente da família. Clara Lila Gonzalez de Araújo – Reformador – 2018 – julho – O uso indevido das novas tecnologias – analise espirita
  • 26. 23 Bullying – diferentes faces de um mesmo problema 6. BULLING – Envolvidos 6.1 Agressores Caracterizam-se pela extrema necessidade de dominar e subjugar os demais, a fim de obter a própria satisfação. “São particularidades dos autores de ’bullying’ a manipulação, o exibicionismo, a mentira, o desrespeito, as transgressões (às regras da sala de aula e da escola), a inveja e, principalmente, a superioridade” [1]. Muitos apresentam tais comportamentos porque os presenciam na sua convivência diária. Trata-se de uma prática comportamental reflexa. De outra sorte, seus agressores podem ser portadores dos seguintes transtornos mentais: transtorno de conduta e/ou transtorno desafiador opositivo. Os portadores de Transtorno de Conduta “não demonstram sentimento de culpa ou remorso pelos seus atos, são sádicos, negativistas, desafiadores, hostis e podem realizar atos de vandalismo, furtos e destruição de patrimônio alheio. Em quadros iniciais do transtorno de conduta, podem ser observados repetidos roubos em lojas de departamento ou de objetos pessoais de colegas em sala de aula, além de violência e intimidações contra outros estudantes” [2]. Imprescindível salientar que é somente até os 18 anos de idade que alguém pode ser diagnosticado com tal transtorno. Isso porque, se tais comportamentos persistirem na fase adulta, o diagnóstico passará a ser o de Transtorno de Personalidade Antissocial, vulgarmente conhecido como psicopatia. De outro prisma, tem-se que um psicopata foi, durante sua infância e adolescência, possivelmente diagnosticado com Transtorno de Conduta. Os bullies ainda podem ser portadores do Transtorno Desafiador Opositivo, definido “como um padrão persistente de comportamentos negativistas, hostis, desafiadores e desobedientes observados nas interações da criança com adultos e figuras de autoridade, como pais, tios, avós e professores” [3]. Seus portadores são impacientes, desafiadores, desobedientes, indisciplinados, irritados, ressentidos, rancorosos e vingativos [4]. [1] Luiz Flávio Gomes e Natália Macedo Sanzovo, Bullying e prevenção da violência nas escolas. Quebrando mitos, construindo verdades, p. 63. [2] Gustavo Teixeira, Manual dos Transtornos Escolares: entendendo os problemas de crianças e adolescentes na escola, p.54-55.
  • 27. 24 Bullying – diferentes faces de um mesmo problema [3] Gustavo Teixeira, Manual dos Transtornos Escolares: entendendo os problemas de crianças e adolescentes na escola, p.41. [4] Segundo Gustavo Teixeira, “quando não tratado, o transtorno desafiador opositivo pode evoluir para o transtorno de conduta, o que ocorre em até 75% dos casos de crianças com o diagnóstico inicial.” (Manual dos Transtornos Escolares: entendendo os problemas de crianças e adolescentes na escola, p. 43). Michele O. de Abreu – Bullying – conhecendo o fenômeno Os agressores, na sua grande maioria, não cometem os delitos por pura maldade. Precisam ser identificados e tratados. São indivíduos que apresentam problemas psicológicos e sociais, decorrentes de traumas e experiências negativas durante a infância ou juventude. Em geral, sentem dificuldade de relacionamento com outras crianças, gostam de experimentar continuamente a sensação de poder, sofrem ou sofreram humilhações e abusos de toda ordem por parte dos pais ou outros adultos encarregados de sua educação ou cuidados, ou vivem sob constante e intensa pressão para que tenham sucesso em suas atividades. Associação Médico Espírita do Brasil – Folha Espírita em junho de 2005 – bullying, o terror silencioso Este problema (o bullying) tem mostrado que a criança não é tão inocente e imaculada como pensávamos. O Espiritismo trata a questão elucidando-nos que a criança é um Espírito que viveu muitas experiências em outras vidas, e que, apesar de estar vestindo hoje um corpo infantil, essas experiências podem influenciar os atos do presente, ainda mais quando não recebe uma educação adequada. Juliana Demarchi – O Bullying é a antítese do Jesus nos Ensina – O Consolador – Ano 4 – N° 190 – 2 de Janeiro de 2011
  • 28. 25 Bullying – diferentes faces de um mesmo problema O ofensor pode ser a criatura que está sob lastimáveis processos obsessivos, que carrega enfermidades ocultas, que age ao impulso de tremendos enganos, que atravessa a nuvem do chamado momento infeliz, e, quando assim não seja, é alguém que traz a visão espiritual enevoada pela poeira da ignorância, o que, no mundo, é uma infelicidade como qualquer outra. Emmanuel – Alma e Coração – Cap. 47 – Ofensa e Ofensores Continuamos naquele recinto e, como era a primeira vez que tinha oportunidade de encontrar-me em uma Escola para crianças, pude observar que todas eram acompanhadas por Espíritos, algumas felizes, e não poucas por Entidades cruéis que, desde cedo, intentavam perturbá-las, vinculando-se-lhes psiquicamente. Diversas podiam situar-se no diagnóstico de obsidiadas, tão estreito era já o conúbio mental entre os desencarnados e elas. Irritação, agressividade, indiferença emocional, perversidade, obtusão de raciocínio, enfermidade físicas e distúrbios psicológicos fazem parte das síndromes perturbadoras da infância, que tem suas nascentes na interferência de Espíritos perversos uns, traiçoeiros outros, vingativos todos eles... Olhando, em derredor, enquanto não se iniciavam as aulas, apontou uma menina loura de olhos claros e cabelos encaracolados com mais ou menos sete anos, que gritava, agredindo outra com palavras e gestos vulgares, quase aplicando-lhe golpes físicos. Aí está um exemplo. A pequenina, como podemos observar, é uma obsessa. No lar é tida como recalcitrante e teimosa, não obstante os castigos físicos que lhe aplicam os pais desinformados e confusos, por não entenderem o que ocorre com a filha que esperaram com imenso carinho e os decepciona. (...) Quando luzir na Humanidade o conhecimento espírita e as sutilezas da obsessão puderem ser identificadas desde os primeiros sintomas, muitos transtornos infanto-juvenis serão evitados, graças às terapias preventivas, ou minimizados mediante os tratamentos que o Espiritismo coloca a disposição dos interessados. No caso em tela, a terapêutica bio-energética, a sua participação nas aulas de orientação evangélica sob a luz do pensamento espírita, a água magnetizada e a psicosfera de bondade, do esclarecimento, da paciência dos genitores libertá-la-ia da influencia perniciosa, auxiliando-a ater um desenvolvimento normal. Concomitantemente, porque em ambiente propício, os Benfeitores da Vida Maior poderiam também conduzir o seu desafeto ao tratamento espiritual desobsessivo, alterando completamente o quadro Manoel Philomeno de Miranda – Sexo e Obsessão – Cap. 4 – O Drama da Obsessão na Infância
  • 29. 26 Bullying – diferentes faces de um mesmo problema 6.2 Vítimas 6.2.1 Vítimas típicas São crianças e jovens que apresentam algumas diferenças em relação ao grupo ao qual estão inseridas. Por sua vulnerabilidade, passividade, falta de recursos ou habilidade para reagir, são os alvos mais visados pelos agressores. Associação Médico Espírita do Brasil – Folha Espírita em junho de 2005 – Bullying, o terror silencioso Normalmente são caladas, cautelosas, sensíveis e podem chorar facilmente; Podem ser inseguras, ter pouca confiança e sofrer de baixa auto-estima; Geralmente têm poucos amigos e são socialmente isoladas; Têm medo de serem feridas; Podem ser ansiosas ou deprimidas; Tendem a ser fisicamente mais fracas que seus pares (especialmente no caso de meninos); Podem preferir passar mais tempo com adultos (pais, professores, auxiliares) do que com colegas da mesma idade. 6.2.2 Vítimas “provocadoras” As vítimas denominadas provocadoras são aquelas capazes de insuflar em seus colegas reações agressivas contra si mesmas. No entanto, não conseguem responder aos revides de forma satisfatória. Ela, em geral, discute ou briga quando são atacadas ou insultadas. Nesse grupo geralmente encontramos as crianças ou adolescentes hiperativos e impulsivos e/ou imaturos, que criam, sem intenção explícita, um ambiente tenso na escola. Sem perceberem, as vítimas provocadoras acabam “dando um tiro nos próprios pés”, chamando a atenção dos agressores genuínos. Estes, por sua vez, se aproveitam dessas situações para desviarem toda a atenção para a vítima provocadora. Assim, os verdadeiros agressores continuam incógnitos em suas táticas de perseguição. Ana Beatriz Barbosa Silva – Bullying – mentes perigosas nas Escolas – Cap. 2 – Os Personagens dessa Tragédia
  • 30. 27 Bullying – diferentes faces de um mesmo problema 6.2.3 Vítimas agressoras Reproduz os maus-tratos sofridos como forma de compensação, ou seja, ela procura outra vítima, ainda mais frágil e vulnerável, e comete contra esta todas as agressões sofridas. Ana Beatriz Barbosa Silva – Bullying – mentes perigosas nas Escolas – Cap. 2 – Os Personagens dessa Tragédia 6.2.4 Vítimas vencedoras Bruna Marquezine Às vezes os alunos excluem porque você é diferente. Faltei no primeiro dia de aula, no segundo dia pedi para meu pai para me levar na sala, pois eu não conhecia ninguém. Começou o bullying aí, o pai levou na sala, atriz, bobona, não fala palavrão, tinha que falar palavrão, não beijava na boca, tinha que beijar na boca. Sofri muito. Tinha uns 11, 12 anos. Cauã Reymond Sofri bastante na escola. Eu era muito comunicativo e tinha acabado de chegar na escola e por algum motivo um grupo de meninos não gostou disso e eu sofri muito durante dois anos. Depois fui ficando mais velho, fazia jiu-jitsu, comecei a ser o cara a fazer bullying, tinha o 'puxar cueca', o 'cuecão'. Mas aí quando eu via alguém sofrendo o que eu sofri, eu era o primeiro a parar. Marina Ruy Barbosa Sempre fui ruiva e meu apelido era “arroto de Fanta laranja”, “ferrugem”, mas eu dizia que era como a Pequena Sereia, como a Florzinha das 'Meninas Superpoderosas'. Tive de aprender a me defender. Junior Lima Eu sofria bullying por tudo: eu tinha o cabelo arrepiado, então era o cabelo, era porque eu era famoso, porque eu era o filho do sertanejo. O sertanejo não tinha o status que tem hoje em dia. Então houve um período da minha vida que eu tive que aprender a andar fingindo que não estava ouvindo, me fingindo de surdo no colégio. Tive que superar esse isso tipo de coisa muito cedo. Eu sofria muito bullying e eu fazia bullying. O gordinho eu chamava de gordinho quando eu era moleque. Eu não fui só vítima, eu também fiz muito. Você cresce nesse ambiente. Se você for diferente você vai ser o coitadinho, então você dar um jeito de ser ‘malandrão’ também.
  • 31. 28 Bullying – diferentes faces de um mesmo problema Alinne Moraes A linda atriz Alinne Moraes sofreu muito bullying na escola por causa de seus lábios carnudos e boca grande. A atriz teve de conviver com comparações ao personagem Bocão, da Royal, por um longo tempo. Gisele Bündchen A top model era muito zoada na escola por causa do seu porte físico. Ser magra e alta sempre rendeu apelidos maldosos que a incomodavam, mas por ironia do destino foi justamente o seu porte físico em junção com sua beleza, carisma e talento que a tornou uma das maiores modelos do mundo na história. Grazi Massafera Grazi teve que ouvir muitas ofensas por sua magreza. Entre seus apelidos estavam “Olívia Palito” e “lombriga”. “Lembro que eu chorava tanto, me sentia diminuída perante elas. Eu cheguei a usar três calças jeans para parecer mais? encorpadinha? Taylor Swift Alguns anos atrás, alguém me chamou de cobra em uma mídia social e isso pegou. Depois, muitas pessoas me chamaram de vários nomes na internet. E eu passei por momentos muito ruins por causa disso. Eu cheguei a duvidar que continuaria minha carreira. Mas, se alguém usa xingamentos para te intimidar na internet, mesmo que muitas pessoas também entrem nessa, isso não tem que te derrotar. Pode fortalecê-lo. Você não deveria se importar tanto caso se sinta incompreendido por muitas pessoas que não o conhecem, contanto que você se sinta compreendido pelas pessoas que conhece, que te apoiam e que veem você como um ser humano. Lady Gaga Era importunada por ser feia, ter um nariz grande e ser irritante”, contou ela à Rolling Stone, e aproveitou para listar algumas das provocações: “‘Sua risada é engraçada, você é estranha, por que você sempre canta, por que você gosta tanto do palco, por que você faz sua maquiagem desse jeito’? Eles costumavam me chamar de prostituta, daquilo, disso… às vezes eu nem queria ir para a escola.
  • 32. 29 Bullying – diferentes faces de um mesmo problema Justin Timberlake O cantor foi vítima de bullying no colégio por gostar mais de música do que de futebol. “Eu cresci no Tenessee e lá, se você não gosta de jogar futebol americano, você é um maricas”. “Eu recebia insultos o tempo todo porque fazia aulas de música e arte. Mas aquilo pelo que pegam no seu pé é, essencialmente, o que te torna sexy quando adulto. Michael Phelps O maior nadador da história era alvo de piadas por causa de suas orelhas. Além disso, Phelps sofreu bullying no colégio por ter déficit de atenção. Uma professora chegou a afirmar que o atleta seria um fracassado. Beyoncé Ela era chamada de “Dumbo” na escola, porque tinha orelhas grandes. As crianças diziam que suas orelhas eram “maiores do que a cabeça”. Demi Lovato A cantora era alvo de bullying por conta de estar acima do peso. "Havia uma petição que passou pelo colégio pedindo que eu me matasse. E muitas pessoas assinaram, dizendo: 'Sim, esperamos que ela leve a ideia adiante'. Eram coisas muitos maldosas, que fazem seu estômago revirar. Também havia uma 'parede do ódio a Demi', que ficava em um banheiro cheio de coisas nojentas escritas. Eu lidei com isso e acabou me tornando uma pessoa mais forte
  • 33. 30 Bullying – diferentes faces de um mesmo problema 6.3 Expectadores São considerados espectadores todos aqueles que não participam dos atos de bullying, mas que estão de algum modo envolvidos com sua prática. Nessa categoria estão aqueles que presenciam as agressões e os que fazem parte do ambiente em que são praticadas. Enquanto existem os espectadores que instigam a prática das agressões, participando intelectualmente do ato, há os que apenas assistem sem se envolver. O que há de mais tormentoso nesse grupo é que um dos responsáveis pelo planejamento do bullying pode não participar do ato diretamente. Por outro lado, muitos dos que presenciam sem se envolver sofrem transtornos de ansiedade por temerem ser a próxima vítima. Muitas das consequências psicológicas recorrentes nas vítimas de bullying podem ser facilmente encontradas em alguns dos espectadores. Michele O. de Abreu – Bullying – conhecendo o fenômeno O espectador típico é uma testemunha dos fatos, pois não sai em defesa da vítima nem se junta aos autores. Quando recebe uma mensagem, não repassa. Essa atitude passiva pode ocorrer por medo de também ser alvo de ataques ou por falta de iniciativa para tomar partido. Também são considerados espectadores os que atuam como plateia ativa ou como torcida, reforçando a agressão, rindo ou dizendo palavras de incentivo. Eles retransmitem imagens ou fofocas. Geralmente, estão acostumados com a prática, encarando-a como natural dentro do ambiente escolar. ''O espectador se fecha aos relacionamentos, se exclui porque acha que pode sofrer também no futuro. Se for pela internet, por exemplo, ele? apenas? repassa a informação. Cléo Fante – Fenômeno Bullying: Como Prevenir a Violência nas Escolas e Educar para a Paz 6.3.1 Espectadores passivos Os espectadores passivos, também conhecidos como testemunhas silenciosas, representam um grupo maior, formado por pessoas que ao mesmo tempo são, de certa forma, vítimas e testemunhas dos fatos. A grande maioria não concorda com as agressões, mas preferem ficar em silêncio, pois têm medo de que os agressores, em caso de saída em defesa das vítimas, as ‘eleja’ também para esses ataques. Lélio Braga – Bullying, o que você precisa saber: identificação, prevenção e repressão – Cap. 1 – Bullying – noções preliminares
  • 34. 31 Bullying – diferentes faces de um mesmo problema 6.3.2 Espectadores neutros Dentre eles, podemos perceber os alunos que, por uma questão sociocultural (advindos de lares desestruturados ou de comunidades em que a violência faz parte do cotidiano), não demonstram sensibilidade pelas situações de bullying que presenciam. Eles são acometidos por uma “anestesia emocional”, em função do próprio contexto social no qual estão inseridos. Ana Beatriz Barbosa Silva – Bullying – mentes perigosas nas Escolas – Cap. 2 6.3.3 Espectadores ativos Estão inclusos nesse grupo os alunos que, apesar de não participarem ativamente dos ataques contra as vítimas, manifestam “apoio moral” aos agressores, com risadas e palavras de incentivo. Não se envolvem diretamente, mas isso não significa, em absoluto, que deixam de se divertir com o que veem. É importante ressaltar que misturados aos espectadores podemos encontrar os verdadeiros articuladores dos ataques, perfeitamente “camuflados” de bons moços. Eles tramaram tudo e, agora, estão apenas observando e se divertindo ao verem o circo pegar fogo. Ana Beatriz Barbosa Silva – Bullying – mentes perigosas nas Escolas – Cap. 2 – Os Personagens dessa Tragédia 6.3.4 Espectadores defensores Os defensores sentem empatia pela vítima, condenam as agressões e protegem o alvo ou informam a quem possa tomar providências, apesar do risco de sofrerem represálias.
  • 35. 32 Bullying – diferentes faces de um mesmo problema 7. BULLYING – Sintomas de alerta 7.1 Na Escola  NO RECREIO encontram-se isoladas do grupo.  NA SALA DE AULA apresentam postura retraída.  Faltam frequentemente às aulas.  Mostram-se comumente TRISTES, DEPRIMIDAS OU AFLITAS.  Nos jogos ou atividades em grupo sempre SÃO AS ÚLTIMAS A SEREM ESCOLHIDAS ou são excluídas, aos poucos vão se desinteressando das atividades e tarefas escolares. Ana Beatriz Barbosa Silva – Bullying – mentes perigosas nas Escolas – Cap. 2 – Os Personagens dessa Tragédia 7.2 Em Casa 7.2.1 Sintomas  MACHUGADOS PELO CORPO: apresentam hematomas, arranhões, cortes.  MATERIAL ESCOLAR DANIFICADO: cadernos com folhas rasgadas, mochila danificada, lápis quebrados, etc.  QUEDA REPENTINA NO RENDIMENTO: o aproveitamento escolar cai, por vezes, drasticamente.  DESAJUSTES ORGÂNICOS: frequentemente se queixam de dores de cabeça, enjoo, dor de estômago, tonturas, vômitos, perda de apetite, insônia.  MUDANÇAS DE COMPORTAMENTO: frequentes e intensas de estado de humor, com explosões repentinas de irritação ou raiva.  ISOLAMENTO: São escassos os telefonemas, e-mails, torpedos, convites para festas, passeios ou viagens com o grupo escolar.  GASTOS EXTEMPORÂNEOS: passam a gastar mais dinheiro do que o habitual na cantina ou com a compra de objetos diversos com o intuito de presentear os outros.  RESISTÊNCIA EM IR A ESCOLA: apresentam diversas desculpas (inclusive doenças físicas) para faltar às aulas. Ana Beatriz Barbosa Silva – Bullying – mentes perigosas nas Escolas – Cap. 2 – Os Personagens dessa Tragédia
  • 36. 33 Bullying – diferentes faces de um mesmo problema 7.2.2 Check List  Pergunte sobre lesões físicas (arranhões, crostas, marcas etc.) que você notou em seu filho.  Lembre-se de itens perdidos ou destruídos e informe-se mais sobre como isso aconteceu.  Acompanhe o dinheiro que seu filho tem e onde é gasto.  Observe a frequência de doenças, dores de cabeça ou dores de estômago e pergunte sobre elas.  Com que frequência seu filho frequenta a escola? Existe um padrão?  Seu filho evita uma determinada classe, amigo, treinador ou professor?  Existem mudanças nos hábitos alimentares?  Há dificuldade para dormir ou dormir demais?  Seu filho está tendo pesadelos ?  O seu filho está passando por notas decrescentes?  Seu filho evita ir de ônibus? Se sim, descubra o porquê.  Existe uma perda de interesse na escola, acampamento, trabalho ou com amigos?  Que tal uma perda repentina de um grupo de amigos, discussões ou uma briga?  Seu filho evita situações sociais? Se sim, onde e quando isso está acontecendo?  Seu filho está expressando sentimentos de desamparo?  Como é a linguagem não verbal do seu filho? Ele ou ela parece temeroso, constrangido ou escondido à vista de todos?  Você percebe alguma retirada ou isolamento?  Você está preocupado com a auto-estima do seu filho ?  Você notou uma conversa mais negativa, como "Não posso mais lidar com a escola". "Eu odeio acampamento e desejo nunca ter ido para lá." "Eu queria estar morto." " O mundo está melhor sem mim. "  Seu filho mostra sentimentos excessivos de vergonha ou culpa ?  Seu filho está mais irritado do que o habitual?  Existe uso de álcool ou substância?  Você notou algum comportamento excessivo de correr riscos ?  Você notou algum dano ou corte pessoal?  Seu filho está distribuindo itens?  Seu filho não está mais pensando no futuro?  Você notou uma súbita calma ou resignação em seu filho? Deborah Serani – Psychology Today – Jun 02, 2018
  • 37. 34 Bullying – diferentes faces de um mesmo problema 8. BULLYING – Consequências Os resultados do desequilíbrio emocional que passam a viver os tornam inseguros com relação à auto-estima. Impedidos de pedir qualquer tipo de ajuda, chegam a interiorizar os “castigos” que lhes são impostos, julgando-se merecedores deles. Simulam doenças, que acabam tornando-se verdadeiras, entram em estados depressivos deploráveis e perdem o prazer de viver. O problema, em grande parte dos casos, arrasta-se pelo resto da vida, tornando-os adultos com sérios problemas no trabalho, vida afetiva e social. Associação Médico Espírita do Brasil – Folha Espírita em junho de 2005 – bullying, o terror silencioso Parte das vítimas cresce e supera o Bullying com o chamado “efeito elástico”, que é a capacidade de ser testado ao limite e não ter a sua constituição emocional alterada, mas grande parte delas levará traumas e inseguranças para o resto de suas vidas. Assim como pensamos nas vítimas, devemos pensar nos agressores que chegarão à fase adulta dotados dessa carga de violência e desrespeito, desprovidos de limites e valores morais que são essenciais à evolução como cidadãos e Espíritos que também o são. Jorge Hessen – Revista Agenda Espírita Brasil - Bullying Contrário do que muitos pensam, o bully – aquele que pratica o bullying – também sofre consequências de seus próprios atos. Praticar bullying pode culminar em comportamentos criminosos. “60% dos estudantes do sexo masculino que cometeram bullying do 6° ao 9° ano foram acusados de pelo menos um crime até a idade de 24 anos, comparados com 23% daqueles que não cometeram bullying; 35% a 40% desses bullies foram acusados de três ou mais crimes até a idade de 24 anos comparados com 10% daqueles que não cometeram bullying”. Além disso, pesquisas indicam que o bullying pode ser relacionado a comportamentos antissociais, além do porte de armas, brigas, vandalismo, furtos, entre outros. Os espectadores de bullying podem sofrer por também se sentirem intimidados, apresentando um baixo rendimento escolas e, até mesmo, isolamento, pois temem que sua imagem seja vinculada ao colega que sofre com a violência. O estudante pode demonstrar ainda sentimentos de culpa, insegurança ou desesperança, por não saber como lidar com as situações presenciadas Redação Abrace – Programas Preventivos – Volta às aulas: bullying, o que é preciso saber para prevenir e combater essa prática
  • 38. 35 Bullying – diferentes faces de um mesmo problema Algumas reações físicas comprovadas do bullying incluem dores de estômago e de cabeça e dificuldade para comer e dormir. Os que sofrem bullying estão mais propensos a terem dificuldades interpessoais, depressão, solidão ou ansiedade, autoestima baixa, pensamentos suicidas ou a tentarem o suicídio. A violência e o bullying exercidos por professores e colegas podem deixar as crianças e adolescentes, bem como as testemunhas, com medo de ir à escola, interferindo em sua capacidade de concentração em sala de aula e na participação das atividades escolares. Eles correm o risco de faltar aulas, evitar atividades escolares ou abandonar de vez a escola, o que produz um impacto negativo no desempenho e resultado acadêmico, educação futura e possibilidades de emprego. Pesquisas internacionais mostram claramente que o bullying reduz o desempenho dos estudantes em disciplinas essenciais, como a matemática. A violência e o bullying afetam o ambiente escolar como um todo. Ambientes de aprendizagem não seguros criam um clima de medo e insegurança e a percepção de que os professores não estão no controle da situação ou não se preocupam com o bem-estar dos estudantes, o que reduz a qualidade da educação para todos os estudantes. A violência e o bullying praticados na escola e em seu entorno também acarretam custos sociais e econômicos significativos. Como parte das consequências a longo prazo, tanto as vítimas quanto os agressores apresentam maior risco de desenvolverem problemas sociais e de relacionamento, comportamento antissocial e criminal, piores qualificações, além de uma maior probabilidade de não receberem apoio social adequado. O impacto econômico também é substancial, incluindo as relacionadas a evasão escolar e a sub-representação das meninas na educação UNESCO – Violência escolar e bullying/2017 Algumas vítimas do bullying buscam não demonstrar sinais de que estão sendo afetadas pelos atos para não parecerem fracos diante dos colegas estudantes e do próprio agressor. Em outros casos, a vítima esconde dos pais o sofrimento que vem passando ou deixa de falar a um adulto sobre suas dificuldades por acreditar que não será ouvida. Por isso, cabe aos pais, responsáveis e profissionais educadores estarem atentos aos mínimos sinais que o aluno possa apresentar. Algumas pessoas acreditam que apenas adultos passam por momentos de estresse e cansaço. Mas crianças e adolescentes são diariamente afetados por situações diversas, sendo o estresse um dos principais efeitos nas vítimas de bullying.
  • 39. 36 Bullying – diferentes faces de um mesmo problema Mas crianças e adolescentes são diariamente afetados por situações diversas, sendo o estresse um dos principais efeitos nas vítimas de bullying. Estudos apontam para três fases que fazem parte do processo de estresse, sendo a primeira a fase de alarme, quando o organismo se prepara para lutar contra as situações estressantes modificando processos de respiração e circulação, entre outros. A segunda fase, a de resistência, se dá quando o estímulo – que nesse caso pode ser o bullying – é continuo e, portanto, o organismo busca reestabelecer o equilíbrio e acaba sofrendo um grande desgaste, que resulta em dores corporais, alterações no humor e no padrão de sono, por exemplo. Já a terceira fase é a da exaustão ou esgotamento, quando a resistência não apresenta resultados positivos ou existe um acúmulo de estressores e, algumas de suas consequências, podem seguir até a vida adulta. Entre elas estão a insônia, ansiedade, solidão, tristeza, dores de cabeça, tontura, náuseas, sudorese, ânsia de vômito, depressão, queda no rendimento escolar, e muito mais. Redação Abrace – Programas Preventivos – Volta às aulas: bullying, o que é preciso saber para prevenir e combater essa prática
  • 40. 37 Bullying – diferentes faces de um mesmo problema 9. BULLYING – Prevenção A prevenção do bullying é de natureza educativa e contínua, abrangendo todos os seguimentos da sociedade, dando-se ênfase: “à tolerância, ao respeito à diversidade, à comunicação eficaz, a autoestima, à mediação de conflitos, à promoção da paz e da cidadania”. Miriam Dusi – Previna o bullying: jogos para uma cultura de paz – Introdução Quando alguém é cruel e age como um bully, você não deve ir para este mesmo nível. Não. Nosso lema é: quando eles jogam baixo, nós jogamos alto" Michelle Obama – Revista Vogue – 2016/Dezembro 9.1 Você Não sofra em silêncio! Aquele que sofre em silêncio poderá sofrer por muito tempo. O Bullying, se alimenta do silêncio das vítimas. 1. Denuncie! O silêncio é a pior forma de tentar resolver o problema. Uma pesquisa realizada em 1995 e publicada no Journal Education of Canada constatou que aproximadamente um terço dos estudantes que sofrem bullying não relatam a um adulto, o que dificulta o combate. 2. Mantenha a calma: Um dos objetivos do bully é causar irritação e raiva no agredido. Demonstrar tais sentimentos só alimenta ainda mais o problema. 3. Apoie outros colegas e mantenham-se unidos: a probabilidade de sofrer bullying quando se está com alguém é bem menor do que quando se está sozinho. 4. Se necessário, procure ajuda de profissionais: agora que você sabe os sintomas, e percebeu que o bullying está comprometendo a sua saúde, não hesite em solicitar aos seus pais ou responsáveis que procurem a ajuda de um profissional especializado. 5. Demonstre autoconfiança: pessoas que não demonstram segurança ou autoconfiança são alvos mais fáceis para os bullies, pois aparentam vulnerabilidade. 6. Tenha esperança: por pior que pareça a situação na escola, mantenha boas expectativas. Quando sofremos bullying e nada é feito para intervir, acabamos deixando a desesperança tomar conta de nós, o que pode aumentar o sentimento de angústia e fazer com que as coisas percam sentido. Redação Abrace – Programas Preventivos – Volta às aulas: bullying, o que é preciso saber para prevenir e combater essa prática
  • 41. 38 Bullying – diferentes faces de um mesmo problema 9.1.1 10 mandamentos contra o cyberbullying O projeto tem dado ênfase à figura do espectador. “Porque é ele quem vai dar visibilidade para a vítima e para o agressor na forma de ‘likes’, na forma de ‘curtir’. Então temos trabalhado muito para que esse espectador, que não é vítima nem agressor, denuncie. Em vez de curtir, que fale ‘isso não tem nada a ver, isso não é legal’. Se eles [casos de cyberbullying] têm um reforço negativo, certamente aquilo ali para. Mas se tem várias curtidas, então fica muito difícil [combater a situação]”, 1) NÃO RESPONDA quando estiver com raiva. 2) PEÇA AJUDA de alguém que você confia, um colega, um amigo, seus Pais ou um professional. 3) GUARDE EVIDÊNCIAS. Salve conversas, ofensas e agressões. Você pode precisar. 4) Informações pessoais devem ser vistas por pessoas de confiança. SEJA SELETIVO COM O QUE POSTA e compartilha. 5) NÃO ENVIE MENSAGENS quando está IRRITADO com alguém. 6) BLOQUEIE o agressor. 7) DENUNCIE para a própria rede social o usuário e o conteúdo postado. 8) DELETE/troque seu perfil. 9) Encare o assunto com SERIEDADE. 10) NÃO se torne um AGRESSOR. Liga Acadêmica de Prevenção e Intervenção a Violência (Lavip), da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) – Cyberbullying
  • 42. 39 Bullying – diferentes faces de um mesmo problema 9.2 Na Escola Devemos procurar os professores da turma em questão e colocar o ocorrido, de forma serena, mas com firmeza, numa tentativa de amenizar a situação, o que nem sempre é fácil, se não houver a participação de pais, professores e funcionários, em virtude dos traumas e das humilhações já vivenciadas, algumas vezes uma troca de turma numa mesma escola já pode ajudar. Podemos ainda incentivar o convívio com outros colegas, com os quais essas crianças não tinham convívio ainda, às vezes até por falta de oportunidade. Devemos ainda, caso a criança encontre-se deprimida, lançar mão da ajuda de um profissional, como um psicólogo, para ajudar na recuperação desta criança, facilitando assim sua reintegração na escola. Edgard Diaz de Abreu – Bullying escolar – uma visão espírita – http://www.portalespiritualista.org – 10 Março 2019  Incentivar a solidariedade, a generosidade e o respeito às diferenças por meio de conversas,  Instituir campanhas de incentivo à paz e à tolerância,  Executar trabalhos didáticos, como atividades de cooperação e interpretação de diferentes papéis em um grupo,  Desenvolver em sala de aula um ambiente favorável à comunicação entre alunos;  Quando um estudante reclamar de algo ou denunciar o bullying, procurar imediatamente a direção da escola.  A escola não pode legitimar a atuação do autor da agressão nem humilhá-lo ou puni-lo com medidas não relacionadas ao mal causado, como proibi-lo de frequentar o intervalo Cléo Fante e José Augusto Pedra – Bullying Escolar
  • 43. 40 Bullying – diferentes faces de um mesmo problema 9.3 Na Família Pode ser possível que, algumas vezes, os pais desses algozes, percebam o bullying praticado pelos filhos, mas façam vista grossa, por perceberem que a prática do filho pode estar rendendo-lhe algum tipo de vantagem, o que torna o ato mais desumano ainda, pois estaria presente a conivência paterna. Tal ato poderia ser facilmente explicado pela falta de ética e educação dos referidos pais, fato tão comum nos dias atuais. Edgard Diaz de Abreu – Bullying escolar – uma visão espírita – http://www.portalespiritualista.org – 10 Março 2019 Via de regra, os filhos que praticam o bullying quase sempre são insurgentes e incorrigíveis, impermeáveis a todos os processos educativos; por isso, “os pais [espíritas] de tais rebeldes, depois de movimentar todos os processos de amor e de energia no trabalho de orientação educativa deles, e sem descontinuidade da dedicação e do sacrifício, que esperem a manifestação da Providência Divina para o esclarecimento dos filhos incorrigíveis, compreendendo que essa manifestação deve chegar através de dores e de provas amargas, de modo a semear-lhes, com êxito, o campo da compreensão e do sentimento.” Jorge Hessen – Revista Agenda Espírita Brasil - Bullying •Educação à luz do Evangelho sem disfarces nem distorções, desde à gestação. •Família Espiritual EDUCAÇÃO MORAL Emocional desajustado •Conscientização espiritual sem alardes. •Reencarnação/Imortalidade ESCLARECIMENTO ESPÍRITA Materialismo Espírito conturbado •Liberdade e orientação com base na responsabilidade. •Limitações da Vida CULTIVO DO DISCERNIMENTO Falência da ética/meio •Vigilância carinhosa dos Pais e Mestres cautelosos. •Amor vigilante ATENÇÃO PERMANENTE Família displicente
  • 44. 41 Bullying – diferentes faces de um mesmo problema  Nunca ameaçar uma pessoa na frente do Filho.  Os Pais devem ser mais próximos aos Filhos e não resolver os problemas com agressividade e brigas.  Devem ir à Escola com frequência para se informar das atitudes do seu filho.  Quando o filho faz algo errado não resolver com agressividade.  Jamais incentivar o filho a brigar ou humilhar outra pessoa.  Nunca humilhar os filhos pois os mesmos podem reproduzir este comportamento com colegas.  Estabelecer um diálogo com o filho para ele se abra e conte seus problemas.  Devem agir de maneira educada frente ao Professor, pois ele está ali para ajudar.  Devem saber que Bullying é crime e podem responder pelos atos de seus filhos. Cléo Fante e José Augusto Pedra – Bullying Escolar
  • 45. 42 Bullying – diferentes faces de um mesmo problema 9.4 No Centro Espírita •Discutir com os jovens (nas mocidades, Pré-mocidades, infância, etc.,) os problemas que envolvem a vida do espírito encarnado (violência urbana, violência familiar, violência nas escolas, as drogas, etc.). PROMOVER PALESTRAS/DEBATES •Procurar integrar os envolvidos em Bullying nas atividades da casa, em vez de discriminar e rejeitar. INTEGRAR O JOVEM •Encaminhá-los para a assistência espiritual, quando houver processos obsessivos. TRATAR O ESPÍRITO •Estimular seus frequentadores, em particular a família do envolvido no Bullying, à prática do evangelho no lar. EVANGELIZAÇÃO FAMILIAR •Criar, no trabalho assistencial da casa, uma atividade que enseje o diálogo, a orientação, o acompanhamento e o esclarecimento, com fundamentação doutrinária, ao envolvido no Bullying e a seus familiares. SUPORTE AO JOVEM E A FAMÍLIA
  • 46. 43 Bullying – diferentes faces de um mesmo problema 10.BULLYING – Síntese A VIOLÊNCIA É UMA DOENÇA DA ALMA e deve ser tratada na alma, tanto do ponto de vista espiritual quanto de natureza psíquica. Divaldo Franco – Jornal Zero Hora – Entrevista – 27/08/2016 Quando alguém o AGRIDA ou O AME, A SI PRÓPRIO SE VIOLENTA OU SE ESTIMA. Você é apenas o móvel daquela manifestação que está latente nele. Marco Prisco – Luz Viva – Cap. 17 – Viva em Paz O Termo Bullying pode ser adotado para explicar TODO O TIPO DE COMPORTAMENTO AGRESSIVO, cruel, proposital e sistemático inerente às relações interpessoais. Ana Beatriz Barbosa Silva – Bullying – mentes perigosas nas Escolas – Cap. 1 – Bullying – perigo O Bullying se torna as vezes uma tragédia, mas antes disso é um DESAFIO. Chorei, não procurei esconder Todos viram, fingiram Pena de mim, não precisava Ali onde eu chorei Qualquer um chorava. Dar a volta por cima que eu dei Quero ver quem dava (...) Levanta, sacode a poeira E dá a volta por cima. NOITE ILUSTRADA – Volta por Cima (1962)
  • 47. 44 Bullying – diferentes faces de um mesmo problema 11.BULLYING – Referências Esta relação bibliográfica não está, intencionalmente, seguindo os padrões usuais – está numa forma mais sintética. # Autor – Livro ou Revista – Cap. ou Item – Título 1 Alexandre Saldanha – Bullying & Direito – Bullying: conceito, histórico e antecedente – 2013/maio 2 Allan Beane – Proteja seu filho do bullying – Cap. 1 – A Natureza do Bullying 3 Allan Kardec – O Evangelho segundo o Espiritismo – Cap. 11 – item 9 4 Allan Kardec – O Evangelho segundo o Espiritismo – Cap. 9, item. 1 a 4 5 Allan Kardec – O Livro dos Espíritos – Perg.385 6 Ana Beatriz Barbosa Silva – Bullying – mentes perigosas nas Escolas – Cap. 02 – Os Personagens dessa Tragédia 7 Ana Beatriz Barbosa Silva – Bullying – mentes perigosas nas Escolas – Cap. 01 – Bullying – perigo 8 Associação Médico Espírita do Brasil – Folha Espírita em junho de 2005 – bullying, o terror silencioso 9 Camila Damas – Bullying contra idosos – https://camiladasmas.wordpress.com/ 10 Camila Damas – Bullying religiosos – https://camiladasmas.wordpress.com/ 11 Clara Lila Gonzalez de Araújo – Reformador – 2018 – julho – O uso indevido das novas tecnologias – analise espirita 12 Cléo Fante – Fenômeno Bullying: Como Prevenir a Violência nas Escolas e Educar para a Paz 13 Cléo Fante e José Augusto Pedra – Bullying Escolar 14 Deborah Serani – Psychology Today – Jun 02, 2018 15 Divaldo Franco – Jornal Zero Hora – Entrevista – 27/08/2016 16 Edgard Diaz de Abreu – Bullying escolar – uma visão espírita 17 Emmanuel – Alma e Coração – Cap. 47 – Ofensa e Ofensores 18 Emmanuel – Caminho, Verdade e Vida – Cap. 42 – Glória ao Bem 19 Ivanira Pancheri – O Assédio Moral no Trabalho
  • 48. 45 Bullying – diferentes faces de um mesmo problema # Autor – Livro ou Revista – Cap. ou Item – Título 20 Joana Teixeira Ferreira – Bullying entre idosos institucionalizados 21 Joanna de Angelis – Momentos Enriquecedores – Cap. 1 – A Loucura da Violência 22 Joanna de Angelis – O Ser Consciente – Cap. 26 – Mecanismos de fuga do ego 23 Jorge Hessen – Revista Agenda Espírita Brasil – Bullying 24 Juliana Demarchi – O Bullying é a antítese do Jesus nos Ensina – O Consolador – Ano 4 – N° 190 – 2 de Janeiro de 2011 25 Lélio Braga – Bullying, o que você precisa saber: identificação, prevenção e repressão – Cap. 1 – Bullying – noções preliminares 26 Liga Acadêmica de Prevenção e Intervenção a Violência (Lavip), da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) – Cyberbullying 27 Luiza Mançano – Brasil de Fato – 20 de abril de 2019 28 Manoel Philomeno de Miranda – Sexo e Obsessão – Cap. 4 – O Drama da Obsessão na Infância 29 Marco Prisco – Luz Viva – Cap. 17 – Viva em Paz 30 Marco Prisco – Momentos de Decisão – Cap. 23 – Técnicas Infelizes 31 Marta Antunes – Revista Reformador – 2011 – Outubro – Bullying 32 Michele O. de Abreu – Bullying – conhecendo o fenômeno 33 Miriam Dusi – Previna o bullying: jogos para uma cultura de paz – Introdução 34 Redação Abrace – Programas Preventivos – Volta às aulas: bullying, o que é preciso saber para prevenir e combater essa prática 35 Timothy Brewerton – O Estado de São Paulo – 16 de abril de 2011 36 UNESCO – Violência escolar e bullying/2017 37 Wikipédia, a enciclopédia livre – Bullying 38 Wikipédia, a enciclopédia livre – Cyberbullying 39 Wikipédia, a enciclopédia livre – Massacre de Realengo
  • 49. 46 Bullying – diferentes faces de um mesmo problema Poderá se ter acesso a esse material e a outros Estudos, Apresentações e Vídeos no: Contato: E-mail : adalberto.acsjr@gmail.com Blog: "O Escriba Espírita": https://escribaespirita.blogspot.com/ Site: "O Escriba Espírita": https://www.xn--escribaesprita-9lb.org/ Canal de YouTube: "O Escriba Espírita": https://www.youtube.com/channel/UCj39fLNXa2nKXfVTNlZ_JGw Instagram: https://www.instagram.com/adalberto.coelho.silva/ Twitter: https://twitter.com/ADALBERTO_CSJR