2. O MAL DO MEDO
O medo é um mal?
Medo -
Não vos inquieteis
“Irmãos: Alegrai-vos sempre no Senhor. Novamente vos digo:
Alegrai-vos!… Não vos inquieteis com coisa alguma; mas em todas as
circunstâncias, apresentai os vossos pedidos diante de Deus, com
orações, súplicas e ações de graças. E a paz de Deus… guardará os
vossos corações… em Cristo Jesus”. (Fl 4,4.6-7 .).
3. O MAL DO MEDO
Talentos
Mateus 25:14–30
Porque será também como um homem que, partindo para fora
da sua terra, chamou os seus servos, e entregou-lhes os seus
bens; E a um deu cinco talentos, e a outro, dois, e a outro, um,
a cada um segundo a sua capacidade,
e ausentou-se logo para longe. ...
4. O MAL DO MEDO
Talentos
Mas o que recebera um foi enterrá-lo no chão, e escondeu o
dinheiro (que pertence ao seu senhor) do seu Senhor.
E muito tempo depois veio o senhor daqueles servos, e ajustou
contas com eles.
Então aproximou-se o que recebera cinco talentos, e trouxe-lhe
outros cinco talentos, dizendo: Senhor, entregaste-me cinco
talentos; eis aqui outros cinco talentos que granjeei com eles.
5. O MAL DO MEDO
Talentos
Disse-lhe o seu senhor: Bem está, bom e fiel servo. Sobre o pouco
foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor.
Mas, chegando também o que recebera um talento, disse:
Senhor, eu conhecia-te, que és um homem duro, que ceifas onde
não semeaste e ajuntas onde não espalhaste;
E atemorizado, escondi na terra o teu talento; aqui tens o que é
6. O MAL DO MEDO
Talentos
Respondendo, porém, o seu senhor, disse-lhe: Mau e negligente
servo; sabes que ceifo onde não semeei e ajunto onde não
espalhei;
Por isso te cumpria dar o meu dinheiro aos banqueiros, e
quando eu viesse, receberia o meu com os juros.
Tirai-lhe, pois, o talento, e dai-o ao que tem os dez talentos.
7. O MAL DO MEDO
O medo é um mal?
Medo -
Não vos inquieteis
Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã
cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal. Mateus 6:34
8. O MAL DO MEDO
Fato relatado à Alan Kardec que confirmam efeitos provocados pela
influência do medo.
Um médico citado como Dr. Fernando voltava para casa, em novembro de
1857, depois de ter feito algumas visitas aos seus doentes.
Numa dessas visitas, Dr. Fernando ganhou de presente uma garrafa de
excelente rum, importado diretamente da Jamaica.
O médico esqueceu no carro a garrafa preciosa.
9. O MAL DO MEDO
Um pouco mais tarde, foi procurá-la e disse ao chefe do estacionamento
que tinha deixado em uma das carruagens uma garrafa de um veneno
muito violento e o aconselhou a prevenir aos cocheiros que tivessem o
maior cuidado em não fazer uso daquele líquido mortal.
Quando o Dr. Fernando tinha acabado de chegar de volta ao seu
apartamento, vieram chamá-lo às pressas, pois três cocheiros do vizinho
estacionamento sofriam dores horríveis no estômago.
Foi muito difícil convencer de que tinham bebido excelente rum e que sua
indelicadeza não poderia ter tido mais graves consequências do que
aquele castigo imediato aos culpados.
10. O MAL DO MEDO - sessão 14 de setembro de
1858
─ São Luís poderia dar-nos uma explicação fisiológica dessa
transformação das propriedades de uma substância inofensiva?
Sabemos que, pela ação magnética, pode ocorrer tal transformação, mas
no caso sabemos que não houve emissão de fluido magnético: agiu
apenas a imaginação e não a vontade.
Kardec era um estudioso do magnetismo, antes mesmo do contato com o
fenômeno das mesas girantes.
A resposta de São Luiz:
11. O MAL DO MEDO
─ Vosso raciocínio é muito justo relativamente à imaginação.
Mas os Espíritos malévolos que induziram aqueles homens a cometer um
ato indelicado (incoveniente), fizeram passar no sangue, na matéria, um
arrepio de medo que bem poderia ser chamado de arrepio magnético, que
distende os nervos e produz um frio em certas regiões do corpo.
Como sabeis que todo frio na região abdominal pode produzir cólicas.
É, pois, um meio de punição que diverte os Espíritos que provocaram a
realização do furto e ao mesmo tempo que os faz rir à custa daqueles a
quem fizeram pecar.
A cólica era real
12. O MAL DO MEDO
Em todo caso, não ocorreria a morte.
Não houve mais que uma simples lição para os culpados e divertimento
para Espíritos levianos.
Assim procedem, sempre que tem uma oportunidade, que até procuram,
para sua satisfação.
Nós podemos evitar isso, com certeza, buscando a Deus através de
pensamentos menos materiais que os pensamentos que ocupavam o
espírito daqueles homens.
13. O MAL DO MEDO
Os Espíritos malévolos gostam de se divertir.
E nós, nos divertimos pregando peças, provocando medos?
Cobra de meia,
Cuidado com eles!
Aquele que julga dizer uma frase agradável às pessoas que o cercam e
que diverte uma sociedade com piadas e atos, por vezes se engana, e
mesmo muitas vezes, quando pensa que tudo isso vem de si próprio.
Cuidado com as piadas que estimulam paixões e vícios morais!!!
14. O MAL DO MEDO
Os Espíritos malévolos gostam de se divertir.
Os Espíritos levianos que o cercam, com ele de tal modo se identificam,
que pouco a pouco o enganam a respeito de seus pensamentos,
enganando também aqueles que o ouvem.
Nesse caso, você acredita se tratar de um homem espirituoso, que no
entanto não passa de um ignorante.
Pense bem, e vai compreender o que estou dizendo.
Os Espíritos superiores não são, entretanto, inimigos da alegria. Por
vezes gostam de rir para se vos tornarem agradáveis. Mas cada coisa tem
o seu momento oportuno.
15. O MAL DO MEDO
Os Espíritos superiores não são, entretanto, inimigos da alegria.
As vezes gostam de rir para se tornarem agradáveis.
Mas cada coisa tem o seu momento oportuno.
16. O MAL DO MEDO
OBSERVAÇÃO:
Dizendo que no caso relatado não havia emissão de fluido magnético,
talvez não seja exatamente o caso.
Aqui aventuramos uma suposição.
Como o dissemos, sabe-se que transformações das propriedades da
matéria se podem operar sob a ação do fluido magnético dirigido pelo
pensamento.
17. O MAL DO MEDO
OBSERVAÇÃO:
Ora, não é possível admitir que, pelo pensamento do médico que queria
fazer crer na existência de um tóxico e dar aos ladrões as angústias do
envenenamento tivesse havido à distância uma espécie de magnetização
do líquido que assim teria adquirido novas propriedades, cuja ação teria
sido corroborada pelo estado moral dos indivíduos, a quem o medo
tornara impressionáveis?
Esta teoria não destruiria a de São Luís sobre a intervenção dos Espíritos
levianos em semelhantes circunstâncias.
18. O MAL DO MEDO
OBSERVAÇÃO:
Sabemos que os Espíritos agem fisicamente por meios físicos;
podem, pois, a fim de realizar certos desígnios, servir-se daqueles que
eles mesmos provocam e que nós lhes fornecemos inadvertidamente.
caminho mais fácil.
19. O Sr. R..., correspondente do Instituto de França e um dos mais
eminentes membros de Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, na
sessão de 14 de setembro, desenvolveu as considerações que se
seguem, como corolário da teoria que acabava de ser dada a propósito
do mal do medo, que relatamos pouco acima.
“De todas as comunicações dos Espíritos que nos são fornecidas,
verifica-se que eles exercem uma influência direta sobre as nossas
ações, uns solicitando-nos para o bem, outros para o mal. São Luís acaba
de nos dizer:
20. ─ “Os Espíritos malévolos gostam de se divertir. Cuidado com eles!
Aquele que julga dizer uma frase agradável às pessoas que o cercam e
que diverte uma sociedade com piadas e atos, por vezes se engana, e
mesmo muitas vezes, quando pensa que tudo isso vem de si próprio.
Os Espíritos levianos que o cercam, com ele de tal modo se identificam,
que pouco a pouco o enganam a respeito de seus pensamentos,
enganando também àqueles que o ouvem.”
“Disto se segue que aquilo que dizemos nem sempre vem de nós;
que muitas vezes, como os médiuns falantes, não somos mais que
intérpretes do pensamento de um Espírito estranho que se identificou
com o nosso.
21. Os fatos confirmam esta teoria e provam que muito frequentemente
também os nossos atos são consequência desse pensamento que nos é
sugerido.
O homem que faz o mal cede, pois, a uma sugestão, quando bastante
fraco para não resistir e quando se faz de surdo à voz da consciência que
tanto pode ser a sua própria quanto a de um bom Espírito que por seus
avisos nele combate a influência de um Espírito malévolo.
“Segundo o senso comum, o homem tiraria de si mesmo todos os seus
instintos.
22. Estes proviriam de sua organização física, pela qual ele não é
responsável, ou de sua própria natureza, na qual pode, a seus próprios
olhos, procurar uma causa, alegando que não é culpado por ter sido
criado assim.
A Doutrina Espírita é evidentemente mais moral.
Ela admite no homem o livre-arbítrio em toda a sua plenitude.
Dizendo que se ele faz o mal, cede a uma má sugestão estranha, deixa a
ele toda a responsabilidade, de vez que lhe reconhece o poder de resistir,
coisa evidentemente mais fácil do que se tivesse que lutar contra a sua
própria natureza.
23. Assim, segundo a Doutrina Espírita, não há arrastamento irresistível:
o homem pode sempre fechar os ouvidos à voz oculta que em seu foro
íntimo o solicita para o mal, assim como pode fechá-los à voz material
daquele que lhe fala.
Ele o pode por vontade própria, pedindo a Deus a força necessária, para
o que suplicará a assistência dos bons Espíritos.
É isto o que Jesus nos ensina na sublime prece do Pater, quando nos
manda dizer:
Não nos deixeis sucumbir à tentação, mas livrai-nos do mal.”
24. Quando tomamos como pretexto de uma de nossas questões a pequena
história que acabamos de relatar, não pensávamos no desenvolvimento
que a mesma iria ter.
Sentimo-nos duplamente feliz pelas belas palavras que ela mereceu de
São Luís e de nosso eminente colega.
Se não estivéssemos há muito tempo edificado quanto à alta capacidade
deste último e quanto aos seus profundos conhecimentos em matéria de
Espiritismo, seríamos tentado a crer que aquela teoria a ele se deve e que
São Luís dele se serviu para completar o seu ensino.
A isto somos levados a juntar as nossas próprias reflexões:
25. Esta teoria da causa excitadora de nossos atos, evidentemente ressalta
de todo o ensino dado pelos Espíritos.
Ela não só é de sublime moralidade, mas ainda revela o homem aos seus
próprios olhos;
mostra-o livre de abalar o jugo obsessor, assim como é livre para fechar a
porta aos importunos:
já não é qual máquina, agindo por um impulso independente de sua
vontade;
é um ser pensante que ouve, julga e escolhe livremente entre dois
conselhos.
26. Acrescentemos que, apesar disto, o homem absolutamente não é privado
de iniciativa;
ele a toma por movimento próprio, de vez que é um Espírito encarnado
que conserva sob o envoltório corporal as qualidades e defeitos que
tinha como Espírito.
As faltas que cometemos têm, pois, a primeira fonte na imperfeição de
nosso próprio Espírito, que ainda não atingiu a superioridade moral que
terá um dia, mas que nem por isso deixa de ter o seu livre arbítrio.
A vida corporal lhe é dada para purgar-se das imperfeições, pelas provas
que nela sofre, e são precisamente essas imperfeições que o tornam mais
fraco e mais acessível às sugestões de outros Espíritos imperfeitos, os
quais se aproveitam da circunstância para tentar fazê-lo sucumbir na luta
que empreendeu.
27. Se ele sair vencedor nessa luta, eleva-se;
se fracassar, permanecerá o que era, nem melhor, nem pior.
É uma prova a recomeçar, e isto pode se prolongar assim por muito
tempo.
Quanto mais se depurar, mais diminuirão seus pontos fracos e menos
sujeito ficará aos que o solicitem para o mal;
sua força moral crescerá proporcionalmente à sua elevação e dele
afastar-se-ão os maus Espíritos.
Quem serão, pois, esses maus Espíritos?
28. Serão aqueles que chamamos demônios?
Não são os demônios na acepção vulgar do vocábulo, de vez que por
demônios se compreende uma classe de seres criados para o mal e
perpetuamente votados ao mal.
Ora, dizem-nos os Espíritos que todos melhoram mais cedo ou mais
tarde, conforme sua vontade, mas enquanto são imperfeitos, podem fazer
o mal, assim como a água não purificada pode espalhar miasmas
pútridos e mórbidos.
Encarnados, depuram-se, desde que para tanto façam aquilo que é
preciso;
29. na condição de Espíritos, sofrem as consequências do que fizeram ou
deixaram de fazer para seu melhoramento, consequências que eles
sofrem também na Terra, pois as vicissitudes da vida são ao mesmo
tempo expiação e prova.
Todos esses Espíritos, mais depurados ou menos depurados,
constituem, quando encarnados, a espécie humana.
Como a nossa Terra é um dos mundos menos adiantados, aqui se
encontram mais Espíritos maus do que bons, razão pela qual aqui vemos
tanta perversidade.
Apliquemos pois todos os nossos esforços para não regressarmos a ela
depois desta experiência, e para que mereçamos habitar um mundo
melhor, numa dessas esferas privilegiadas onde o bem reina sem partilha
e onde recordaremos como um mau sonho nossa passagem pela Terra.