1. O livro aborda temas como sexo, amor, liberdade e compromisso no contexto da reencarnação e das consequências das ações.
2. É descrito o caso de um homem que tem um relacionamento com uma empregada, resultando em um filho, e anos mais tarde se apaixona pela mesma filha, sem saber que é pai dela.
3. O livro explora como os espíritos podem influenciar as pessoas e como certos erros precisam ser reparados ao longo de várias vidas.
2. i
Sexo e Destino – 60 Anos
SUMÁRIO
1. Introdução......................................................................................................1
2. Sexo e Destino - Temas Relevantes..............................................................7
2.1. O Ambiente Familiar e o Parente Desencarnado...................................7
2.2. A Mediunidade no leito de Morte ............................................................9
2.3. A Anamnese Espiritual/Psicológica .......................................................11
2.4. O Ambiente Familiar e o Vampirismo Espiritual ................................13
2.5. A Adoção / a Orfandade..........................................................................16
2.6. O Velório...................................................................................................18
2.7. A Família e o Doente Terminal ..............................................................19
2.8. A Ficha Espiritual....................................................................................22
2.9. A Falência Conjugal ................................................................................23
2.9.1. Causas e Consequências.......................................................................23
2.10. A Influenciação Espiritual Negativa...................................................32
2.10.1. A Responsabilidade Pessoal..............................................................32
2.11. O Envolvimento Amoroso/Sexual Negativo.......................................35
2.11.1. As Responsabilidades Cármicas.......................................................35
2.11.2. As Vinculações e as Desvinculações.................................................37
2.11.3. Síntese de Estudo de Casos...............................................................42
3. Sexo e Destino - Síntese...............................................................................43
4. Sexo e Destino – 60 Anos de publicação/2023 ..........................................48
4.1. Livro – Sinopse/1963................................................................................48
4.2. Autor – André Luiz..................................................................................61
4.2.1. André Luiz - Espírito ...........................................................................61
4.2.2. Possíveis Identidades na Matéria........................................................67
4.2.2.1. Carlos Chagas....................................................................................67
4.2.2.2. Faustino Esposel ................................................................................70
5. André Luiz – Livros - Listagem.................................................................71
5.1. Livros de André Luiz - Importância.....................................................71
5.2. Série André Luiz (Coleção A Vida no Mundo Espiritual)...................75
3. ii
Sexo e Destino – 60 Anos
5.3. André Luiz (Outras Obras) ....................................................................75
5.4. André Luiz (com Emmanuel) .................................................................75
5.5. André Luiz (com Outros Espíritos) .......................................................76
6. André Luiz – Livros – Sinopses.................................................................77
6.1. Coleção “A Vida no Mundo Espiritual”................................................77
6.2. Outras obras de André Luiz...................................................................81
6.3. Outras obras de André Luiz – em parceria com Emmanuel ..............83
7. Referências...................................................................................................85
4. 1
Sexo e Destino – 60 Anos
1. Introdução
Sexo e destino, amor e consciência, liberdade e compromisso, culpa e resgate, lar e
reencarnação constituem os temas deste livro, nascido na forja da realidade cotidiana.
André Luiz - Sexo e Destino – Introdução
“Sexo e Destino” é um empolgante romance, ou antes uma série de romances,
denunciando crimes hediondos que são hoje cometidos por toda a parte, como o foram no
passado, pelas paixões amorosas violentas, pela luxúria, que sacrifica vítimas inocentes,
levando-as a martírios apavorantes, arrastando-as a outros crimes, numa cadeia interminável de
sofrimentos que se estendem pelos séculos.
Sua leitura é cativante pelo enredo dos acontecimentos que nos prende a atenção, qual
nos bons romances.
E como notável parte das consequências é imediata, ocorre aqui mesmo na sociedade
humana, até o materialista mais ferrenho pode compreender a obra do moralista e dela colher
proveitos para sua conduta.
No livro encontramos um libidinoso inconsciente que desrespeita uma inocente criada,
moça delicada e virtuosa, e logo a abandona, em busca de outras aventuras. Não pensa mais
nela nem lhe conhece a via sacra. A infeliz tem uma filha e morre de desgosto.
Essa menina se torna filha adotiva dos patrões, sem que ele saiba que ela é sua própria
filha.
Mais tarde ele se apaixona pela filha adotiva e a violenta brutalmente.
Só depois do ato monstruoso veio ele a saber que ela era sua própria filha e que a antiga
criada nunca tivera relações com outro homem senão com ele.
Sua esposa possuía completa documentação para lhe demonstrar que a infeliz jovem era
filha dele.
Segue-se a série de desgraças ...
Lino Teles – Revista Reformador – 1963 – Novembro – Pag. 249 - 20 anos de André
Luiz
5. 2
Sexo e Destino – 60 Anos
(...)
Pelo excelente livro "Sexo e Destino"; André Luiz nos leva a uma grande instituição no
Plano Espiritual com o nome de "Almas Irmãs".
Sua finalidade é especializada em socorrer, reajustar, reparar as tristes consequências
de erros sexuais.
Numa bela prece, que vem nas páginas 245-7, aparece a lista das numerosas faltas que
os seres humanos cometem por desrespeito às funções sagradas do sexo, e de suas tristes
consequências que por vezes se estendem a séculos e milênios de sofrimentos e reparações.
O grupo de personagens do novo livro de André Luiz é formado de protegidos dessa
instituição; muitas dessas personagens têm dolorosas recaídas em séries de reencarnações.
Parecem incorrigíveis, mas os Benfeitores são incansáveis em auxiliá-las, e mais cedo
ou mais tarde vencem o mal e as reconduzem ao bem, à regeneração, à vida pura.
(....)
"Sexo e Destino" é maior do que os outros livros da coleção de André Luiz e parece-nos
o mais útil como ensino doutrinário.
Divide-se em duas partes: a primeira foi recebida por Waldo Vieira e a segunda por
Francisco Cândido Xavier.
Essa parceria de dois médiuns para receberem um mesmo livro é nova nos anais do
Espiritismo. Ao que nos parece, deu-se pela primeira vez com essa dupla de Uberaba, quando
Francisco Cândido Xavier ainda residia em Pedro Leopoldo, cada um escrevendo em sua
própria cidade.
É caso de imensa significação teórica para os estudiosos, porque demonstra que o Autor
é sempre o mesmo, apesar de servir-se de dois instrumentos mediúnicos.
Ismael Gomes Braga – Revista Reformador – 1964 – Janeiro – Sexo e Destino
6. 3
Sexo e Destino – 60 Anos
(...)
Em "Sexo e Destino" constatamos, assim, o fato de que é imperiosa a reparação de
nossas faltas afetivas, principalmente em relação às de natureza sexual e que, por isso mesmo,
temos uma responsabilidade decorrente da necessidade de darmos uma direção altamente
construtiva, moralizadora e disciplinada às nossas tendências e impulsos instintivos, a fim de
que nossas afirmações vitais se procedam em concordância com a Ordem Divina, que tem um
sentido teológico: quer a Perfeição de todos os seres! ...
E sentimos esse entendimento quando Cláudio Nogueira, uma das personagens centrais,
descobriu essas verdades doutrinárias junto à sua filha, por ele mesmo violentada, dando-lhe
ensejo a que visse um mundo novo, uma autêntica renovação panorâmica em sua existência.
Era para ele, então, a verdadeira liberdade, a liberdade de se comprometer com o Bem!
E é também por isso que "Sexo e Destino" nos dá a mensagem da fé consoladora e da
esperança transformadora, quando nos mostra que, se erramos, temos possibilidades de corrigir
o erro e de nos aperfeiçoarmos, em novas oportunidades de reajuste e aprimoramento que a
Vida nos oferece em concordância com as leis humanas e divinas, realizando, assim, a Vontade
de Deus, através dos ensinos de Jesus; quando nos demonstra a assistência espiritual que os
Espíritos desencarnados nos dão, relativamente ao problema sexual, de maneira incansável,
permanente e desvelada, visando ao nosso soerguimento moral, ou então nos ajudando a
sublimar nossas energias criadoras.
Nesse sentido, "Sexo e Destino" é uma das obras que mais impacto emocional nos causa,
principalmente quando, atingindo o clímax dessa assistência, Félix, um dos instrutores
desencarnados, toma novamente um corpo físico para continuar sua obra de recuperação
daquela que foi sua companheira em existência anterior, Márcia, justamente porque ele havia
sido condição de sua queda moral.
Aliás, essa assistência espiritual, além de ser altamente significativa para nossas vidas,
vem também confirmar a revelação da interdependência entre os planos material e espiritual, e,
consequentemente, a existência de uma sociedade invisível, que amplia a noção do fato social,
não apenas circunscrito às relações sociais entre encarnados.
Jarbas Leone Varanda – Revista Reformador – 1964 – Outubro – Apreciando Sexo e
Destino
7. 4
Sexo e Destino – 60 Anos
(...)
Além do estilo da linguagem, o que mais, em Sexo e Destino, é passível de comentário?
- A ligação dos fatos coincidentes, que se sucedem em ajustado entrelaçamento, tudo se
relacionando nas menores particularidades, em função da trama, em benefício do enredo?
Esta restrição carece de fundamento, porque, filosoficamente, todos concordamos em
que não existe o acaso.
Os mínimos acontecimentos possuem uma razão de ser, e na existência humana, muito
mais que nas novelas vulgares, e, é natural que os fatos se encadeiem harmoniosamente.
- A transformação radical da personalidade de um homem que, após violar a filha
supostamente adotiva, converte-se ao ideal espírita e apresenta-se regenerado?
Vasculhemos a memória. Antes de abraçar a fé que nos enobrece, cometemos erros
talvez igualmente mesquinhos, embora diferentes (só antes?)
E, possivelmente, chegamos ao vero Cristianismo sem experimentar uma tragédia tão
dolorosa quanto aquela que avassalou a alma de Cláudio Nogueira.
- As cenas do gari "regando as areias da praia" e da enferma acidentada, quase
agonizante, com as vestes tingidas de sangue, suor e excremento?
(...)
A respeito de Sexo e Destino, todas as objeções até aqui vistoriadas são demasiado
frágeis para merecerem mais longas considerações.
Destaca-se, contudo, um aspecto do livro que faz jus a rigorosa análise, por ser o mais
importante, o fundamental.
Trata-se do problema do vampirismo.
Sempre admitimos, pacificamente, que os desencarnados nos influenciam as ações, o
que, aliás, é princípio básico da Doutrina.
Como, no entanto, se processa esta influência?
Qual o seu mecanismo?
Que os obsessores utilizam os métodos da hipnose, já o sabíamos. Mas, como aplicam
esses métodos, de que maneira operam?
Sexo e Destino mostra-nos, com minúcias, com riqueza de detalhes, o modo de atuar
dos perseguidores invisíveis, transmitindo-nos informes que surpreendem.
Demonstra-nos, de saída, simplesmente isto: a atração magnética entre o obsidiado e o
obsessor pode ser tão forte que os dois, identificados em perfeita sintonia vibratória, imantam-
se em autêntica simbiose, e, colados um ao outro, como que se transfundem permutando ideias
e sensações, parecendo "dois seres num corpo só".
8. 5
Sexo e Destino – 60 Anos
Eis o vampirismo fotografado em seu aspecto fisiológico.
Para completar o quadro, vejamos como se passam as coisas no plano subjetivo.
Recordemos trecho do livro em que o personagem central se prepara para conquistar o
amor da própria filha adotiva, porém hesita, reconhecendo a vileza do ato que almeja praticar.
Jungido a tal personagem, um Espírito ainda escravizado a instintos animais espera a
consumação do delito, anseia por ele, na certeza de que partilhará o prazer do momento que se
aproxima.
Tal Espírito procura induzir tal personagem a cometer tal crime.
De um lado, o obsessor formulando hábeis insinuações; do outro lado, o obsidiado
tentando resistir, e supondo que trava consigo mesmo (subconsciente, etc.) o diálogo mantido,
na realidade, com uma entidade à qual se ligou por afinidade moral.
Em pensamento, pondera o obsidiado que não é lícito cobiçar a filha, e imediatamente
ouve, na acústica do cérebro, como se lhe pertencesse, a argumentação do obsessor:
- "Filha? Mero artifício social. Apenas mulher.
E quem assegurará que ela também não espera por seu beijo com a sede da corsa presa
ao pé da fonte?
Você não é nenhum neófito; sabe que toda mulher estima render-se, em trabalhosa
porfia." (Página 85.)
Aí está o quadro acabado, suscitando dúvidas.
Nesta altura de Sexo e Destino ficamos cientes de que:
1 - Os Espíritos podem confabular conosco normalmente, fazendo gestos, como se ainda
vivessem na matéria;
2 - Podem envolver-nos, penetrando nossa organização física e fundindo-se a ela;
3 - E podem, como resultado disso, além de comunicar-nos suas ideias, transferir para
nós suas sensações.
(...)
Entretanto, tem mais. Duas outras contestações, feitas a Sexo e Destino, exigem sumário
e pulverizante juízo.
Primeira:
A de que os obsessores não cogitam de sexo ...
Será que não??? Voltemos às mensagens de O Céu e o Inferno, agora na página! 259:
" ... sabeis qual a existência desses homens sensuais que não deram ao Espírito outra
atividade além da invenção de novos prazeres?
9. 6
Sexo e Destino – 60 Anos
"A influência da matéria segue-os além-túmulo, sem que a morte lhes ponha termo aos
apetites ... "
Segunda:
A de que é absurdo aceitarmos a possibilidade de os obsessores conviverem com as
suas vítimas, residindo na mesma casa como se fossem. Membros da família,
Visitemos, para finalizar, mais uma página de O Céu e o Inferno, desta feita a de número
183:
"Um Espírito tanto pode, conseguintemente, habitar entre vós depois de morto como
quando vivo, ou, por outra, melhor ainda depois de morto, uma vez que pode ir e vir livre e
voluntariamente. Deste modo temos uma multidão de comensais, indiferentes uns, outros
atraídos por afeição."
Como vimos, Sexo e Destino não colide com os fundamentos da Doutrina Espírita, nada
contém em desacordo com os princípios gerais esboçados nas obras da Codificação.
No que tange ao seu conteúdo, é um livro de grande utilidade, porque amplia o horizonte
de nossos conhecimentos psíquicos, auxiliando-nos a compreender os problemas do sexo,
embaraçantes e sutis, dentro de uma dimensão que transcende os limites estreitos da psicologia
clássica.
No que se refere à sua forma, é um livro de bom gosto, que prende a atenção do princípio
ao fim, que joga inteligentemente com os implementas da dialética literária, que tem a virtude
de manipular ingredientes ácidos sem produzir substâncias corrosivas, que consegue comover
sem enveredar pelo melodrama piegas, que diz toda a verdade sem escandalizar.
Um livro caridoso, que entende e conforta: "A sublimação progressiva do sexo, em cada
um de nós, é fornalha candente de sacrifícios continuados. Não nos cabe condenar alguém por
faltas em que talvez possamos incidir ou nas quais tenhamos sido passíveis de culpa em outras
ocasiões."
Mas é também um livro altamente instrutivo, que educa e adverte:
"A responsabilidade tem o tamanho do conhecimento."
Nazareno Tourinho – Revista Reformador – 1965 – Setembro
10. 7
Sexo e Destino – 60 Anos
2. Sexo e Destino - Temas Relevantes
2.1. O Ambiente Familiar e o Parente Desencarnado
Imagine! Na carne, o medo é comum, à frente dos desencarnados e, em meu caso, fui
eu quem se afastou do ambiente doméstico, sob sensações de insopitável horror...
André Luiz - Sexo e Destino - 1º Parte - Cap. 1
Tinha visto, apavorado, em outro tempo, aqueles que se animalizavam, depois da morte,
nos lares que lhes haviam sido reduto à felicidade, a se precipitarem, violentos, sobre os entes
amados que lhes desertavam da afeição...
André Luiz - Sexo e Destino - 1º Parte - Cap. 3
Arrojara-se o companheiro ao clima da dignidade ofendida, dando a impressão de que
a família encarnada ainda lhe pertencia.
(...). Ouvia-lhe, condoído, os apontamentos, a refletir, de minha parte, quanto à
dificuldade com que somos todos nós defrontados para dissipar a ilusão da posse sobre os
outros.
André Luiz - Sexo e Destino - 1º Parte - Cap. 4
Antigamente — tartamudeou ele, desesperado — acreditava que o inferno, depois da
morte, fosse pular em vão num cárcere de fogo; hoje aprendo que o inferno é voltar à Terra
e estar com os parentes que já deixamos.... Isso é a purgação de nossos pecados!...
André Luiz - Sexo e Destino - 1º Parte - Cap. 5
No livro [Sexo e Destino], o autor espiritual comenta o caso de uma mulher de nome
Beatriz, com doença terminal.
O Espírito André Luiz está acompanhado do Espírito Pedro Neves, que fora pai da
personagem Beatriz.
Ocorre que Nemésio, marido de Beatriz e, portanto, genro de Neves (já desencarnado),
convidou Marina (colega de trabalho, com quem mantém caso extraconjugal clandestino) para
cuidar da esposa Beatriz.
Nemésio aguarda ansioso a desencarnação da esposa para ficar com Marina, livrando-
se dos processos burocráticos do divórcio. E é neste ponto que entra nossa reflexão.
11. 8
Sexo e Destino – 60 Anos
Num momento de visita à enferma, após avaliação do quadro clínico, Marina e o marido
de Beatriz retiram-se para cômodo ao lado e a simples suposição do que poderia acontecer ao
casal ou eles poderiam fazer sem conhecimento da esposa doente, faz com que o casal registre
situações maliciosas, mentalmente.
André e Neves, este abatido com a traição sofrida pela filha encarnada, percebem,
desapontados, que ajudaram a induzir aqueles pensamentos.
Orson Peter Carrara – Revista Reformador – 2005 – Outubro – Caminhos da
Indução mental
12. 9
Sexo e Destino – 60 Anos
2.2. A Mediunidade no leito de Morte
Dona Beatriz experimentava dores agudas e o companheiro mostrou o propósito de
aliviá-la, através do passe confortativo, enquanto a senhora se via aparentemente a sós. Em
grande prostração física, revelava profunda sensibilidade mediúnica.
André Luiz - Sexo e Destino - 1º Parte - Cap. 2
Nossa amiga, — explicou o Assistente, — em sua doce afetividade, supõe no filho um
gênio guardião, quando a realidade é que o infeliz se deixou dominar, mesmo depois de perder
o veículo carnal, pelo vício da embriaguez.
Alcoólatra impenitente, caiu ante o revólver de um companheiro, tão desvairado quanto
ele mesmo, numa noite de insânia.
Desligado da carne e já intensamente minado pelo “delirium tremens”, não teve forças
para mentalizar a recuperação que lhe é imprescindível e prosseguiu em companhia daqueles
que lhe pudessem facultar o prolongamento dos excessos em que se compraz…
Evocado, contudo, pela insistência materna, veio parar neste quarto, onde se encontra
enleado pelas requisições da irmã Elisa (sua mãe).
Acontece, no entanto, que, em se libertando gradualmente do vaso físico, nossa irmã
transfere o campo emotivo, do Círculo da carne para a Esfera do Espírito, passando
compulsoriamente a sofrer o influxo pernicioso da entidade que ela própria trouxe para junto
de si, usando a vontade e o pensamento.
Na posição em que se colocam, são ambos, assim, por força das circunstâncias, duas
mentes sintonizadas na mesma faixa de impressões, porque, enfraquecida qual se encontra, a
enferma se submete facilmente ao domínio do rapaz, cujo pavor e cujo desequilíbrio se lhe
transfundem na alma submissa e afetuosa.
Analisando o fenômeno, perguntei se a associação sob nossa vista poderia ser
comparada à incorporação mediúnica, qual a conhecemos.
— Sem qualquer dúvida, — confirmou o orientador. — Elisa, atraindo o filho, num
estado de passividade profunda, que lhe sobrevém por motivo de natural desgaste nervoso e
sem experiência que lhe outorgue discernimento e defesa, assimila-lhe, de modo espontâneo,
as correntes mentais, retratando-lhe a desarmonia interior.
13. 10
Sexo e Destino – 60 Anos
Estando a desencarnar-se, devagarinho, reflete-lhe as reminiscências do pretérito e as
terríveis visões íntimas que lhe são agora familiares, de vez que, à distância das libações
costumeiras, o infortunado amigo padece as alucinações comuns às vítimas do alcoolismo
crônico.
— Céus! — Exclamou Hilário, compadecido, — como relegar uma velhinha doente a
provação dessa ordem? Não significará isso clamorosa injustiça?
— Concordo em que é lamentável o quadro sob nosso exame, — obtemperou o
Assistente, — entretanto, ninguém trai as leis que nos regem a vida.
Elisa, com a presença do filho, recebeu aquilo que procurou ardentemente.
Certo, apresenta-se na configuração passageira de uma anciã penetrando a antecâmara
da morte, todavia, na realidade, é um Espírito imperecível e responsável, manejando os valores
mentais que se expressam e se conjugam, segundo princípios claros e definidos.
André Luiz - Nos Domínios da Mediunidade - Cap. 21 - Mediunidade no leito de morte
14. 11
Sexo e Destino – 60 Anos
2.3. A Anamnese Espiritual/Psicológica
Aproximei-me reverentemente da jovem, no propósito de sondá-la em silêncio e
colher-lhe as vibrações mais intimas.
Estranhas formas-pensamentos, retratando-lhe os hábitos e anseios.
Quadros vivos de esfuziante agitação ressumavam-lhe na cabeça...; exibia telas
mentais complexas, a lhe relampaguearem na aura imprecisa.
A Medicina terrestre, no futuro, para atender com eficácia, ao doente, examinar-lhe-á,
com minúcias, a feição espiritual de todas as peças humanas que lhe articulam a equipe.
André Luiz - Sexo e Destino - 1º Parte - Cap.2
Em aposento contíguo à sala principal, jovem franzina refletia, torturada, em dorida
atitude.
Era Marita, que os donos da casa haviam adotado, ao nascer, vinte anos antes. Bastou
uma vista de olhos para que André se condoesse ao contemplá-la.
Obedecendo a instruções de Félix, André abordou-a, enternecido, rogando-lhe,
mentalmente, algo esclarecesse em torno de si própria.
Desde o contato com Nemésio, Félix o ensaiava em novo gênero de anamnese:
consultar o enfermo espiritual em pensamento, a fim de pesquisar conclusões para o trabalho
assistencial.
Postado junto a Marita, André rogou-lhe paternalmente, sem palavras, confiasse nele,
desoprimindo-se e relacionando suas impressões mais recuadas no tempo.
Ele se propunha a auxiliá-la, mas nada conseguiria, agindo ao acaso: era imprescindível
que ela se lhe revelasse, arrancando à memória as cenas arquivadas desde a infância e expondo-
as na tela mental...
Marita assimilou o apelo, de imediato. E, incapaz de explicar a si mesma a razão pela
qual se via impelida a rememorar o passado, situou o impulso mental no ponto em que obtinha
o fio inicial de suas recordações.
Os quadros da infância se lhe estamparam na aura, movimentados como num filme, e,
enquanto os painéis se desdobravam, ela alinhava elucidações inarticuladas, respondendo às
perguntas de André.
Sabia não ser filha dos Nogueiras: nascera de jovem suicida, de nome Aracélia, que
trabalhava para o casal Cláudio e Márcia. Mais tarde, Márcia lhe dera a saber a breve história
da mulher simples e pobre que a trouxera ao mundo.
André Luiz - Sexo e Destino - 1º - Cap. 7
15. 12
Sexo e Destino – 60 Anos
Esse gênero de anamnese consiste em consultar o enfermo espiritual em pensamento, a
fim de pesquisar as conclusões necessárias ao trabalho assistencial.
Postado junto a Marita, André rogou-lhe paternalmente, sem palavras, confiasse nele,
desoprimindo-se e relacionando suas impressões mais recuadas no tempo.
Ele se propunha a auxiliá-la, mas era imprescindível que ela se lhe revelasse, arrancando
à memória as cenas arquivadas desde a infância e expondo-as na tela mental...
Marita assimilou o apelo, de imediato. E, incapaz de explicar a si mesma a razão pela
qual se via impelida a rememorar o passado, situou o impulso mental no ponto em que obtinha
o fio inicial de suas recordações.
Os quadros da infância se lhe estamparam na aura, movimentados como num filme, e,
enquanto os painéis se desdobravam, ela alinhava elucidações inarticuladas, respondendo às
perguntas de André.
Marcelo Borela de Oliveira - Sexo e Destino - Estudando - Parte 6 – Jornal O Consolador -
Ano 6 - N° 287 - 18 de Novembro de 2012
16. 13
Sexo e Destino – 60 Anos
2.4. O Ambiente Familiar e o Vampirismo Espiritual
Diante de nós, ambos os desencarnados infelizes, que surpreendêramos à entrada,
surgiram de repente, abordaram Cláudio e agiram sem-cerimônia. Um deles tateou-lhe um dos
ombros e gritou, insolente: — Beber, meu caro, quero beber! O assessor inconveniente repetiu
a solicitação, algumas vezes, na atitude do hipnotizador que insufla o próprio desejo,
reasseverando uma ordem.
O resultado não se fez demorar. Vimos o paciente desviar-se do artigo político em que
se entranhava. Ele próprio não explicaria o súbito desinteresse de que se notava acometido pelo
editorial que lhe apresara a atenção. Beber! Beber!...
Cláudio abrigou a sugestão, convicto de que se inclinava para um trago de uísque
exclusivamente por si.
André Luiz - Sexo e Destino - 1º Parte - Cap.6
Gúbio informou que, a determinadas horas da noite, três quartos da população da Crosta
se acham nas zonas de contato com os Espíritos e a maior percentagem permaneciam detidos
em círculos de baixas vibrações, como aquele. Por aqui -- disse Gúbio --, muitas vezes se
forjam dolorosos dramas que se desenrolam nos campos da carne.
Grandes crimes têm nestes sítios as respectivas nascentes e, não fosse o trabalho
ativo e constante dos Espíritos protetores que se desvelam pelos homens no labor sacrificial da
caridade oculta e da educação perseverante, sob a égide do Cristo, acontecimentos mais trágicos
estarreceriam as criaturas.
(...)
O choque da morte imprime nas personalidades vulgares tremendos conflitos à
organização perispirítica. Após perderem abençoados anos na esfera carnal, enredadas em
conflitos deploráveis, erram aflitas, exânimes e revoltadas, ajustando-se ao primeiro grupo
de entidades viciosas que lhes garantam continuidade de aventura em fictícios prazeres.
Formam, assim, associações enormes e compactas, com base nas emanações da Crosta
do Mundo, onde milhões de homens e mulheres lhes sustentam as exigências mais baixas e dos
quais sugam as energias, como se lidassem com generoso rebanho bovino...
(...)
Não estamos em cavernas infernais, mas atingimos, grande império de inteligências
perversas e atrasadas, anexo aos círculos da Crosta, onde os homens terrestres lhes sofrem
permanente influenciação.
17. 14
Sexo e Destino – 60 Anos
(...)
André também percebeu que a ociosidade era, ali, a nota dominante. Por que isso
acontecia? Gúbio respondeu que quase todas as almas humanas situadas naquelas furnas
sugavam as energias dos encarnados, vampirizando-lhes a vida, qual se fossem lampreias
insaciáveis no oceano do oxigênio terrestre.
Suspiram pelo retorno ao corpo físico, de vez que não aperfeiçoaram a mente para a
ascensão, e perseguem as emoções do campo carnal com o desvario dos sedentos no deserto,
acentuou Gúbio.
O "furto psíquico", eis o processo de seu sustento junto às comunidades da Terra.
Para que, então, trabalhar?
André Luiz – Libertação – Cap. 4
1. Quais são as maneiras de como essas interferências se dão?
i. A indução espiritual negativa coletiva
Gúbio informou que, a determinadas horas da noite, três quartos da população da Crosta
se acham nas zonas de contato com os Espíritos e a maior percentagem permaneciam detidos
em círculos de baixas vibrações, como aquele. Por aqui -- disse Gúbio --, muitas vezes se
forjam dolorosos dramas que se desenrolam nos campos da carne.
Grandes crimes têm nestes sítios as respectivas nascentes e, não fosse o trabalho
ativo e constante dos Espíritos protetores que se desvelam pelos homens no labor sacrificial da
caridade oculta e da educação perseverante, sob a égide do Cristo, acontecimentos mais trágicos
estarreceriam as criaturas.
André Luiz – Libertação – Cap. 6
Os espíritos obsessores, muitos deles, são altamente treinados na técnica de
hipnotizar; quase sempre, eles hipnotizam as suas vítimas quando elas se retiram do corpo, no
momento do sono.... Por este motivo, muita gente acorda mal-humorada e violenta.
Se soubéssemos o que nos espera no Além, não dormiríamos sem recorrer aos
benefícios da prece. Os espíritos nossos desafetos nos espreitam; se não tivermos defesa, eles
farão conosco o que bem entenderem.... Há obsessões terríveis que são programadas durante
o sono; toda noite é uma sessão de hipnose.... De repente, é uma agressão violenta dentro de
casa, um crime inexplicável...
ChicoXavier–OEvangelhodeChicoXavier–Item190
18. 15
Sexo e Destino – 60 Anos
ii. A absorção fluídica/vampirismo
Gúbio respondeu que quase todas as almas humanas situadas naquelas furnas
sugavam as energias dos encarnados, vampirizando-lhes a vida, qual se fossem lampreias
insaciáveis no oceano do oxigênio terrestre.
O "furto psíquico", eis o processo de seu sustento junto às comunidades da Terra.
André Luiz – Libertação – Cap. 4
19. 16
Sexo e Destino – 60 Anos
2.5. A Adoção / a Orfandade
A revelação inesperada ferira-lhe o espírito, à maneira de pedra contundente. Esvaecera-
se-lhe, de improviso, a alegria infantil. Sentira-se criatura humana adulta, amadurecida e
sofredora, de um momento para outro. Não era filha da casa.
Era órfã, adotada pelos corações queridos, aos quais amava tanto, julgando
pertencer-lhes.
(...) A partir da revelação que não mais se lhe desencravou do cérebro, conjeturava-se
diminuída, lesada, dependente. Semelhante suplício moral, que adquirira aos onze de idade,
atenuava-se tão somente pela dedicação incessante do pai adotivo que se lhe confirmava mais
terno, à medida que Dona Márcia e a filha se lhe afastavam da comunhão espiritual.
André Luiz - Sexo e Destino - 1º Parte - Cap.7
Adelino Correia era filho bastardo de Martim Gaspar com uma escrava, que veio a
falecer durante o parto.
Seu pai era um moço orgulhoso e tirânico, que maltratava os escravos e abusava das
escravas, porém para seu filho Martim (atual Adelino Correia) era um pai amoroso.
Quando seu pai casou-se com a leviana jovem Maria Emília, esta passou a conquistar
seu enteado Martim (Adelino Correia).
A aventura tomou tal vulto que ambos resolveram eliminar Martim Gaspar para ficarem
a sós.
Para conseguirem seus intentos, solicitaram a ajuda de dois capatazes: Antônio e
Lucídio.
Após aplicar-lhe entorpecente, pediram para os capatazes queimarem o corpo de Martim
Gaspar, simulando um incêndio.
Martim Gaspar morto passou a obsidiar ambos (esposa e filho).
Martim (Adelino Coreia), após sérios desequilíbrios, veio a falecer quase alucinado.
Nesta reencarnação, Adelino Correia, resgatando seus débitos do passado: recolhe dois
meninos rejeitados como filhos do coração, cujos nomes são, respectivamente, Mário e Raul,
que são os capatazes de outrora, Antônio e Lucídio, recebe como filha a antiga madrasta e
amante Maria Emília, adota um recém-nascido deixado na sua calçada (seu pai, Martim
Gaspar), suporta com dignidade todos os sofrimentos físicos mentais e por isso tem seu resgate
aliviado.
André Luiz - Ação e Reação – Cap. 16
20. 17
Sexo e Destino – 60 Anos
[1] No caso de crianças adotadas, existe pré-determinação do plano espiritual
para que seja acolhida naquele lar?
Normalmente, a criança que recebemos hoje, de outra maternidade, é o filho que
atiramos fora, quando veio pelos nossos braços.
Divaldo Franco – Elucidações Espíritas
Os filhos adotivos: quando e como os pais devem falar a verdade?
(...)
“...a revelação tem que ser feita com muito amor, com muito carinho. Reúna-os, ore
com eles e diga que gostaria muito que tivessem nascido dela, mas que Deus resolveu
diferente."
Chico Xavier – Lições de Sabedoria por Marlene Nobre - FE
(...)
Desde que são adotados, deverão criá-lo. Não há porque aguardar que cresçam. Os filhos
adotivos convivem muito bem com a revelação que lhes é feita, se feita com atenção e com
ingredientes de carinho, sem a intenção de magoar, de ferir.
Alegar-se-á a desencarnação dos verdadeiros pais ou a impossibilidade deles para criá-
los, por insuperáveis dificuldades. Deixem-nos sentir que são amados, respeitados como filhos
realmente, e nenhum problema advirá além das marcas com que a provação já os assinalou.
Raul Teixeira - Entrevista concedida por Raul Teixeira em Catanduvas/SP e
reproduzida pelo Jornal Mundo Espírita de agosto de 1986
21. 18
Sexo e Destino – 60 Anos
2.6. O Velório
Transcorrido algum tempo sobre o velório em si, vagabundos desencarnados nele
tiveram acesso livre.
O nível dos pensamentos descambou para a conversação libertina. Nem mesmo a
dignidade que a morte infundia ao recinto foi acatada.
Relatos jocosos irromperam, suplementados pela chacota dos próprios anedotistas.
Um dos presentes comentou, entusiasta, os espetáculos debochados de que fora
testemunha, em recente viagem ao estrangeiro, suscitando o interesse de vampirizadores que
ouviam as narrações, seduzidos pela tentação de repeti-los, na versão deles próprios.
André Luiz – Sexo e Destino - 2º parte - Cap. 5
Se fosse possível receber maior cooperação dos amigos encarnados, ser-lhe-ia mais fácil
o restabelecimento integral, nesta fase pós-desencarne. No entanto, cada vez que os parentes
se debruçam, em pranto, sobre os despojos, Dimas-Espírito é chamado ao cadáver, com
prejuízo para a restauração mais rápida.
Nossos amigos da esfera carnal são ainda muito ignorantes para o trato com a morte.
Quando do velório, ao invés de trazerem pensamentos amigos e reconfortadores, preces de
auxilio e vibrações fraternais, atiram aos recém-desencarnados as pedras e os espinhos que
deixaram nas estradas percorridas.
(...)
As grades da necrópole estavam cheias de gente da esfera invisível, em gritaria
ensurdecedora. Verdadeira concentração de vagabundos sem corpo físico apinhava-se à
porta - ... Nossa função, acompanhando os despojos destina-se também à sua defesa. Nos
cemitérios costuma congregar-se compacta fileira de malfeitores, atacando as vísceras
cadavéricas, para subtrair-lhes resíduos vitais.
O cooperador queria dizer, naturalmente, que a presença, ali, de malfeitores e ociosos
desencarnados se justificava em face do grande número de ociosos e malfeitores que se afastam
diariamente da crosta da Terra.
André Luiz - Obreiros da Vida Eterna – Cap. 13
22. 19
Sexo e Destino – 60 Anos
2.7. A Família e o Doente Terminal
Felizes da Terra! Quando passardes ao pé dos leitos de quantos atravessam prolongada
agonia, afastai do pensamento a idéia de lhes acelerardes a morte!...
Ladeando esses corpos amarrotados e por trás dessas bocas mudas, benfeitores do
plano espiritual articulam providências, executam encargos nobilitantes, pronunciam
orações ou estendem braços amigos!
Ignorais, por agora, o valor de alguns minutos de reconsideração para o viajor que
aspira a examinar os caminhos percorridos, antes do regresso ao aconchego do lar.
Se não vos sentis capacitados a oferecer-lhes uma frase de consolação ou o socorro de
uma prece, afastai-vos e deixai-os em paz! …
As lágrimas que derramam são pérolas de esperança com que as luzes de outras auroras
lhes rociam a face! …
Esses gemidos que se arrastam do peito aos lábios, semelhando soluços encarcerados
no coração, quase sempre traduzem cânticos de alegria, à frente da imortalidade que lhes fulgura
do Além! ….
Companheiros do mundo, que ainda trazeis a visão limitada aos arcabouços da carne,
por amor aos vossos sentimentos mais caros, daí consolo e silêncio, simpatia e veneração aos
que se abeiram do túmulo!
Eles não são as múmias torturadas que os vossos olhos contemplam, destinadas à
lousa que a poeira carcome…
São filhos do Céu, preparando o retorno à Pátria, prestes a transpor o rio da
Verdade, a cujas margens, um dia, também vós chegareis! …
André Luiz - Sexo e Destino - 2º parte - Cap. 7
23. 20
Sexo e Destino – 60 Anos
André Luiz acompanha irmã Paulina, que deseja ver seu pai, internado no pavilhão das
câmeras de retificação de Nosso Lar.
O pai de Paulina relata para a filha que ainda vê a cena onde seu filho Edelberto lhe
aplica o veneno mortal como medida de eutanásia.
Ele diz que nunca irá perdoar seu filho ingrato.
Edelberto era médico de aparência distinta. Empregou no genitor quase moribundo a
chamada “morte suave” para abreviar sua morte e, consequentemente, ficar logo com a sua
herança.
O pai de Paulina sofre também porque vê seus filhos brigarem judicialmente para
conseguirem maiores partes da herança deixada por ele.
Sua esposa, por desgosto e angústia, adoeceu e fora internada no hospício.
(...)
O enfermo tomou uma expressão de pavor e acrescentou:
– Maldito Edelberto! Filho criminoso e ingrato! Matou–me sem piedade, quando ainda
necessitava regularizar minhas disposições testamentárias! Malvado!...
Malvado!...
– Cale–se, papai! Tenha compaixão de seu filho, perdoe e esqueça!...
O velho, porém, continuou a praguejar em voz alta. A jovem preparava–se para discutir,
mas, Narcisa endereçou–lhe significativo olhar, chamando Salústio para socorrer o doente em
crise.
Calou–se Paulina, acariciando a fronte paterna e contendo, a custo, as lágrimas.
Daí a instante, retirava–me em companhia de ambas, sob forte impressão.
As duas amigas trocaram confidências, ainda por alguns minutos, despedindo–se.
Paulina a evidenciar muita generosidade nas frases gentis, mas muita tristeza no olhar
afogado em justa preocupação.
Voltando à intimidade, Narcisa disse, bondosa:
– Os casos de herança, em regra, são extremamente complicados. Com raras exceções,
acarretam enorme peso a legadores e legatários. Neste caso, porém, vemos não só isso, mas
também a eutanásia. A ambição do dinheiro criou, em toda a família de Paulina, esquisitices e
desavenças.
Pais avarentos possuem filhos esbanjadores.
Fui a casa de nossa amiga, quando o irmão, o Edelberto, médico de aparência distinta,
empregou, no genitor quase moribundo, a chamada "morte suave".
24. 21
Sexo e Destino – 60 Anos
Esforçamo–nos pôr o evitar, mas foi tudo em vão. O pobre rapaz desejava, de fato,
apressar o desenlace, por questões de ordem financeira, e aí temos agora a imprevidência e o
resultado o ódio e a moléstia.
E com expressivo gesto, Narcisa rematou:
– Deus criou seres e céus, mas nós costumamos transformar–nos em espíritos
diabólicos, criando nossos infernos individuais.
André Luiz – Nosso Lar – Cap. 30 – Herança e Eutanásia
O pobre amigo permanecia agarrado ao corpo pela vigorosa vontade de prosseguir
jungido à carne. Cavalcante, permanecia cego para o “outro lado da vida”, de onde tentávamos
auxiliá–lo, em vão.
Jerônimo poderia aplicar–lhe recursos extremos, mas absteve–se. Inquirido por mim
acerca de seus infindos cuidados, explicou, calmo – Ninguém corte, onde possa desatar.
(...) Sem qualquer conhecimento das dificuldades espirituais, o médico ministrou a
chamada injeção “compassiva”, ante o gesto de profunda desaprovação do meu orientador. Em
poucos instantes, o moribundo calou–se. Cavalcante, para o espectador comum, estava morto.
Não para nós, entretanto. A personalidade desencarnante estava presa ao corpo inerte, em
plena inconsciência e incapaz de qualquer reação.
A carga fulminante da medicação de “descanso”, por atuar diretamente em todo o
sistema nervoso, atinge também os centros do organismo perispiritual.
Cavalcante permanece, agora, colado a trilhões de células neutralizadas, dormentes,
invadido, ele mesmo, de estranho torpor que o impossibilita de dar qualquer resposta ao nosso
esforço. Provavelmente, só poderemos libertá-lo depois de decorridas mais de doze horas.
André Luiz – Obreiros da Vida Eterna – Cap. 18
25. 22
Sexo e Destino – 60 Anos
2.8. A Ficha Espiritual
Cada individualidade reencarnada com vínculos no “Almas Irmãs”, ali se encontra
convenientemente fichada, com todo o histórico do que está realizando na reencarnação
obtida, no qual se lhes vê o balanço dos créditos conquistados e dos débitos contraídos, balanço
esse que é examinável a qualquer momento, para efeito de auxílio maior ou menor aos
interessados, segundo a lealdade que demonstrem na desincumbência das obrigações a que se
empenharam e conforme o esforço espontâneo que revelem na construção do bem geral.
André Luiz - Sexo e Destino - 2º Parte - Cap. 9
Segundo Aulus, uma ficha psicoscópica é capaz de determinar a natureza de nossos
pensamentos e, por meio de semelhante auscultação, permite aos Benfeitores ajuizar dos nossos
méritos ou das nossas necessidades.
André Luiz - Nos Domínios da Mediunidade – Cap. 3
26. 23
Sexo e Destino – 60 Anos
2.9. A Falência Conjugal
2.9.1. Causas e Consequências
Nos primeiros tempos do consórcio, emergira entre ambos a muralha da discórdia, da
discórdia que lhes emanava do âmago, em ondas torvelinhantes de aversão instintiva, cuja
existência não haviam sequer pressentido, de leve, antes do casamento.
De começo, rixas e discussões. Depois, a indiferença, o cansaço total um do outro.
Aventuras unilaterais. Cada qual em seu caminho. Em casa, habitualmente reuniam-se à mesa,
a esposa, Marina e ele, à feição de três animais inteligentes, dissimulando o desprezo
recíproco, através da convenção ou do chiste.
Instalados na sala de visita, os cônjuges entrefitaram-se de estranha maneira.
Adversários declarados, em tréguas cordiais. Nos dois, porém, flutuava a desconfiança
recíproca. Duas bocas que se entendiam, duas cabeças que discordavam uma da outra.
Cada frase vinha pré-fabricada na garganta, dissimulando o pensamento.
André Luiz - Sexo e Destino - 1º Parte – Cap. 8
Duas espécies hão de afeição: a do corpo e a da alma, acontecendo com frequência
tomar-se uma pela outra. Quando pura e simpática, a afeição da alma é duradoura; efêmera a
do corpo. Daí vem que, muitas vezes, os que julgavam amar-se com eterno amor passam a
odiar-se, desde que a ilusão se desfaça.
Allan Kardec – Livro dos Espíritos – Perg. 939
As leis humanas casam as pessoas para que as pessoas se unam segundo as Leis
Divinas.
Emmanuel – Na Era do Espírito – Cap. 11
Muitos homens e mulheres exigem, por tempo vasto, flores celestes sobre espinhos
terrenos, reclamando dos outros atitudes e diretrizes que eles são, por enquanto, incapazes
de adotar, e o matrimônio se lhes converte em instituição detestável.
Emmanuel – Vinha de Luz – Cap. 137
27. 24
Sexo e Destino – 60 Anos
Noventa por cento, talvez, dos matrimônios, infelizes pela ausência de afinidade
espiritual, extinguem-se com a morte, que liberta naturalmente as vítimas dos grilhões e dos
algozes.
Humberto de Campos - Lázaro redivivo – Cap. 49 - Preparação familiar
Há inúmeros casamentos de expiação, muitos de provas, outros tantos de corrigenda,
muitos de fraternidade ou socorro mútuo, alguns de simpatia para tarefas em comum, e
raríssimos de verdadeiro amor, onde a reciprocidade e a sintonia perfeita sejam os
característicos fundamentais da ligação.
Arthur Joviano (Neio Lúcio) - Colheita do Bem – Cap. 11
Classificação dos Casamentos:
Acidentais: Encontro de almas inferiorizadas, por efeito de atração momentânea, sem
qualquer ascendente espiritual.
Provacionais: Reencontro de almas, para reajustes necessários à evolução de ambos.
Sacrificiais: Reencontro de alma Iluminada com alma Inferiorizada, com o objetivo de
redimi-la.
Afins: Reencontro de corações amigos, para consolidação de afetos.
Transcendentes: Almas engrandecidas no Bem e que se buscam para realizações
imortais.
Martins Peralva - Estudando a Mediunidade - Cap. 18 - Tipos de casamentos
Realmente, os casamentos de amor jamais adoecem, mas nos enlaces de provação
redentora, os cônjuges solicitaram, antes do berço terrestre, determinadas tarefas em regime de
compromisso perante a Vida Infinita.
E ante a Vida Infinita convém lembrar sempre que os nossos débitos não precisam de
resgate, a longo prazo, pela contabilidade dos séculos, desde que nos empenhamos a solvê-
los em tempo curto, pelo crediário da paciência, a serviço do amor.
Emmanuel – Caminhos de Volta – Cap. 20 – Uniões Enfermas
Em verdade, o que mantém o matrimônio não é o prazer sexual, sempre fugidio, mesmo
quando inspirado pelo amor, mas a amizade, que responde pelo intercâmbio emocional
através do diálogo, do interesse nas realizações do outro, na convivência compensadora, na
alegria de sentir-se útil e estimado.
Joanna de Angelis – Amor, Imbatível Amor – Cap.6
28. 25
Sexo e Destino – 60 Anos
Habitualmente, renascem juntos, sob os elos da consanguinidade, aqueles que ainda não
acertaram as rodas do entendimento, no carro da evolução, a fim de trabalharem com o
abençoado buril da dificuldade sobre as arestas que lhes impedem a harmonia.
Jungidos à máquina das convenções respeitáveis, no Instituto Familiar, caminham, lado
a lado, sob os aguilhões da responsabilidade e da tradição, sorvendo o remédio amargoso da
convivência compulsória para sanarem velhas feridas imanifestas.
E nesse vastíssimo roteiro de Espíritos em desajuste, não identificaremos tão somente
os cônjuges infortunados. Além deles, há fenômenos sentimentais mais complexos.
Existem Pais que não toleram os filhos e Mães que se voltam, impassivelmente, contra
os próprios descendentes.
Há filhos que se revelam inimigos dos progenitores e irmãos que se exterminam dentro
do magnetismo degenerado da antipatia congênita, dilacerando-se uns aos outros, com os raios
mortíferos e invisíveis do ódio e do ciúme, da inveja e do despeito, apaixonadamente cultivados
no solo mental.
Os hospitais e principalmente os manicômios apresentam significativo número de
enfermos, que não passam de mutilados espirituais dessa guerra terrível e incruenta na
trincheira mascarada sob o nome de Lar.
(...)
Ninguém pode negar a existência do amor no fundo das multiformes uniões a que
nos referimos. Mas esse amor ainda se encontra, à maneira do ouro inculto, incrustado no
cascalho duro e contundente do egoísmo e da ignorância que, ás vezes, matam sem a intenção
de destruir e ferem sem perceber a inocência ou a grandeza de suas vítimas.
Por isso mesmo, o Espiritismo com Jesus, convidando-nos ao sacrifício e à bondade,
ao conhecimento e ao perdão, aclarando a origem de nossos antagonismos e reportando-
nos aos dramas por nós todos já vividos no pretérito, acenderá um facho de luz em cada
coração, inclinando as almas rebeldes ou enfermiças à justa compreensão do programa sublime
de melhoria individual, em favor da tranquilidade coletiva e da ascensão de todos.
Humberto de Campos – Cartas e Crônicas – Cap. 32 – No Reino
29. 26
Sexo e Destino – 60 Anos
É comum observar-se que o casamento promissor repentinamente adoece.
Desvelam-se empeços dos cônjuges no ramerrão do cotidiano. Conflitos, moléstias,
desníveis, falhas de formação e temperamento.
Em certos lances da experiência, é a mulher que se consorciou acreditando encontrar no
esposo o retrato psicológico do pai, a quem se vinculou desde o berço; em outros, é o homem
a exigir da companheira a continuidade da genitora, a quem se jungiu desde a vida fetal.
Ocorre, porém, que o matrimónio é uma quebra de amarras através da qual o navio da
existência larga o cais dos laços afetivos em que, por muito tempo, jazia ancorado.
Na viagem, que se inicia a dois, parceiro e parceira se revelarão, um à frente do outro,
tais quais são e como se encontram na realidade, evidenciando, em toda a extensão, os defeitos
e as virtudes que, porventura, carreguem.
Desajustes e inadaptações costumam repontar, ameaçando a estabilidade da embarcação
doméstica, atirada ao navegar nas águas da experiência.
É razoável se convoque o auxílio de técnicos capazes de sanar as lesões no barco em
perigo, como sejam médicos e psicólogos, amigos e conselheiros, cuja contribuição se revestirá
sempre de inapreciável valor; entretanto, ao desenrolar de obstáculos e provas, o conhecimento
da reencarnação exerce encargo de importância por trazer aos interessados novo campo de
observações e reflexões, impelindo-os à tolerância, sem a qual a rearmonização acena sempre
mais longe.
Homem e mulher, usando a chave de semelhante entendimento, passam mecanicamente
a reconhecer que é preciso desvincular e renovar sentimentos, mas em bases de compreensão e
serenidade, amor e paz. Urge perceber que o "nós" da comunhão afetiva não opera a fusão dos
dois seres que o constituem.
Cada parceiro, no ajuste, continua sendo um mundo por si. E nem sempre os
característicos de um se afinam com o outro. Daí a conveniência do mútuo aceite, com a
obrigação da melhoria do casal. Para isso, não bastarão providências de superfície.
Emmanuel – Vida e Sexo – Cap. 12 - Desajustes
Se alguém não mais deseja, espontaneamente, seguir contigo, não te transformes em
algema ou prisão.
Cada ser ruma pela rota que melhor lhe apraz e vive conforme lhe convém. Estará,
porém, onde quer que vá, sob o clima que merece.
Tem paciência e confia em Deus.
Joanna de Angelis – Após a Tempestade – Cap.13
30. 27
Sexo e Destino – 60 Anos
Os que se casam, unem-se e não se fundem, o que determina que cada qual prosseguirá
com suas conquistas e gostos, preferências e realidades íntimas, inteiramente “sui generis”.
Camilo - Educação e Vivências – Cap. 11
A cultura do exacerbado materialismo desses dias tem ensinado aos indivíduos a fechar
ouvidos e corações para o exercício da paciência, da tolerância, do perdão, da perseverança, da
cooperação recíproca, no vero cumprimento dos deveres conjugais, e, ao invés disto, há
estabelecido o culto ao “meu” prazer, ao “meu” bem-estar, a “minha” satisfação, a
“minha” razão e ao “meu” direito, num aterrador domínio egoístico, promotor de
inenarráveis tormentos para o porvir.
Camilo – Desafios da Educação – Parte 5 – Perg. 56
Declarar de modo geral que o divórcio é sempre errado é tão incorreto quanto
assegurar que está sempre certo.
Em algumas circunstâncias, a separação é um subterfúgio para uma saída fácil ou um
pretexto com que alguém procura esquivar-se das responsabilidades, unicamente.
Há uniões em que o divórcio é compreensível e razoável, porque a decisão de casar foi
tomada sem maturidade, porque são diversos os equívocos e desencontros humanos.
Em outros casos, há anos de atitudes de desrespeito e maus tratos, há os que
impedem o desenvolvimento do outro.
São variadas as necessidades da alma humana e, muitas vezes, é melhor que os parceiros
se decidam pela separação a permanecerem juntos, fazendo da união conjugal uma hipocrisia.
Em todas as atitudes e acontecimentos da vida, somente a própria consciência do
indivíduo pode fazer o autojulgamento e decidir sobre suas carências e dificuldades da
vida a dois.
Hammed - As Dores da Alma – Pag. 89
Frustrações, conflitos, vinculações extremadas e aversões congênitas de hoje são
frutos dos desequilíbrios afetivos de ontem a nos pedirem trabalho e restauração.
Emmanuel – Na Era do Espírito – Cap. 27
31. 28
Sexo e Destino – 60 Anos
Há alguns sinais de alarme que podem informar a situação de dificuldade antes de
agravar a união conjugal:
− Silêncios injustificáveis quando os esposos estão juntos;
− Tédio inexplicável ante a presença do companheiro ou da companheira;
− Ira disfarçada quando o consorte ou a consorte emite uma opinião;
− Saturação dos temas habituais, versados em casa, fugindo para intérminas
leituras de jornais ou inacabáveis novelas de televisão;
− Irritabilidade contumaz sempre que se avizinha do lar;
− Desinteresse pelos problemas do outro;
− Falta de intercâmbio de opiniões.
− Atritos contínuos que ateiam fagulhas de irascibilidade, capazes de provocar
incêndios em forma de agressão desta ou daquela maneira...
E muitos outros mais.
***
Antes que as dificuldades abram distâncias e os espinhos da incompreensão produzam
feridas, justo que se assumam atitudes de lealdade, fazendo um exame das ocorrências e
tomando-se providências para sanar os males em pauta.
Assim, a honestidade lavrada na sensatez, que manda "abrir-se o coração" um para com
o outro, consegue corrigir as deficiências e reorganizar o panorama afetivo.
Joanna de Angelis – Sol de Esperança – Cap. 35
O amor é de origem divina. Quanto mais se doa, mais se multiplica sem jamais exaurir-
se.
Partidários da libertinagem, porém, empenham-se em insensata cruzada para torná-lo
livre, como se jamais não o houvera sido.
Confundem-no com sensualidade e pensam convertê-lo apenas em instinto primitivo,
padronizado pelos impulsos da sexualidade atribulada.
Liberdade para amar, sem dúvida, disciplina para o sexo, também.
Amor é emoção, sexo sensação.
Compreensivelmente, mesmo nas uniões mais ajustadas, irrompem desentendimentos,
incompreensões, discórdias que o amor suplanta.
Joanna de Angelis – Celeiro de Bênçãos – Cap. 34
32. 29
Sexo e Destino – 60 Anos
Famílias-problemas! ...
− Irmãos que se antagonizam...
− Cônjuges em lamentáveis litígios...
− Animosidades entre filho e pai, farpas de ódios entre filha e mãe...
− Afetos conjugais que se desmantelam em caudais de torvas acrimônias...
− Sorrisos filiais que se transfiguram em rictos de idiossincrasias e vinditas...
− Tempestades verbais em discussões extemporâneas...
− Agressões infelizes de consequências fatais...
− Tragédias nas paredes estreitas da família...
− Enfermidades rigorosas sob látegos de impiedosa maldade...
− Mãos encanecidas sob tormentos de filhos dominados por ódios inomináveis.
− Pais enfermos açoitados por filhas obsidiadas, em conúbios satânicos de
reações violentas em cadeia de ira...
− Irmãos dependentes sofrendo agressões e recebendo amargos pães, fabricados
com vinagre e fel de queixas e recriminações...
Famílias em guerras tiranizantes, famílias-problemas! ...
É da Lei Divina que o infrator renasça ligado à infração que o caracteriza.
A justiça celeste estabeleceu que a sementeira tem caráter espontânea, mas a colheita
tem impositivo de obrigatoriedade.
Não renasceste ali por circunstância anacrônica ou casual.
Não resides com uma família-problema por fator fortuito nem por engano dos Espíritos
Egrégios.
Escolheste, antes do retorno ao veículo físico, aqueles que dividiriam contigo as aflições
superlativas e os próprios desenganos.
Joanna de Angelis – Dimensões da Verdade – Cap. 52 – Dentro do Lar
33. 30
Sexo e Destino – 60 Anos
A companheira intransigente e obsidiada, a envolver-te em farpas magnéticas de ciúme,
não é outra senão a jovem que outrora embaíste com falsos juramentos de amor,
enredando-lhe os pés em degradação e loucura.
(...)
O rapaz distinto que atrai presentemente a companheira, para os laços da comunhão
mais profunda, bastas vezes será provavelmente depois o homem cruel e desorientado,
suscetível de constrangê-la a carregar todo um calvário de aflições, incompatíveis com os
anseios de ventura que lhe palpitam na alma.
Esse mesmo rapaz distinto, porém, foi no pretérito --- em existências que já se
foram --- a vítima dela própria, quando, desregrada ou caprichosa, lhe desfigurou o caráter,
metamorfoseando-o no homem vicioso ou fingido que lhe compete tolerar e reeducar.
(...)
Habitualmente, o homem recebe a mulher, como a deixou e no ponto em que a
deixou no passado próximo, isto é, nas estâncias do tempo que se foi para o continuísmo da
obra de resgate ou de elevação no tempo de agora, sucedendo o mesmo referentemente à
mulher.
O parceiro desorientado, enfermo ou infiel, é aquele homem que a parceira, em
existências anteriores, conduziu à perturbação, à doença ou à deslealdade, através de
atitude que o segregaram em deploráveis estados compulsivos; e a parceira, nessas
condições, consubstancia necessidades e provas da mesma espécie.
(...)
Toda vez que amamos alguém e nós entregamos a esse alguém, no ajuste sexual,
ansiando por não nos desligarmos desse alguém, para depois - somente depois - surpreender
nesse alguém defeitos e nódoas que antes não víamos, estamos à frente de criatura
anteriormente dilapidada por nós, a ferir-nos justamente nos pontos em que a prejudicamos,
no passado, não só a cobrar-nos o pagamento de certas contas, mas, sobretudo, a esmolar-nos
compreensão e assistência, tolerância e misericórdia, para que se refaça ante as leis do
destino.
Emmanuel – Vida e Sexo – Cap. 12
Nas ligações terrenas, encontramos as grandes alegrias; no entanto, é também dentro
delas que somos habitualmente defrontados pelas mais duras provações.
Isso porque, embora não percebamos de imediato, recebemos, quase sempre, no
companheiro ou na companheira da vida íntima, os reflexos de nós próprios.
Emmanuel – Vida e Sexo – Cap. 9
34. 31
Sexo e Destino – 60 Anos
Nessa ou naquela idade física, o homem e a mulher, com a supervisão da Lei que nos
governa os destinos, encontram as pessoas e as situações de que necessitam para superarem
as provas do caminho, provas indispensáveis ao burilamento espiritual de que não prescindem
para a justa ascensão às Esferas Mais Altas.
Assim é que somos atraídos por determinadas almas e por determinadas questões,
nem sempre porque as estimemos em sentido profundo, mas sim porque o passado a elas
nos reúne, a fim de que por elas e com elas venhamos a adquirir a experiência necessária à
assimilação do verdadeiro amor e da verdadeira sabedoria.
É por isso que a maioria dos consórcios humanos, por enquanto, constituem ligações de
aprendizado e sacrifício, em que, muitas vezes, as criaturas se querem mutuamente e
mutuamente sofrem pavorosos conflitos na convivência umas das outras.
Nesses embates, alinham-se os recursos da redenção.
Quem for mais claro e mais exato no cumprimento da Lei que ordena seja mantido
o bem de todos, acima de tudo, mais ampla liberdade encontra para a vida eterna.
Quanto mais sacrifício com serviço incessante pela felicidade dos corações que o Senhor
nos confia, mais elevada ascensão à glória do Amor Divino.
(...)
Embora estejamos todos, uns diante dos outros, em processo reparador de culpas
recíprocas, em verdade, antes de tudo, somos devedores da Lei em nossas consciências.
Fazendo mal aos outros, praticamos o mal contra nós mesmos.
André Luiz – Ação e Reação – Cap. 14
35. 32
Sexo e Destino – 60 Anos
2.10. A Influenciação Espiritual Negativa
2.10.1. A Responsabilidade Pessoal
Abeirei-me de Cláudio para avaliar, com imparcialidade, até onde sofreria ele,
mentalmente, aquele processo de fusão.
Para logo convenci-me de que continuava livre, no íntimo. Não experimentava
qualquer espécie de tortura, a fim de render-se. Hospedava o outro, simplesmente, aceitava-lhe
a direção, entregava-se por deliberação própria.
Nenhuma simbiose em que se destacasse por vítima. Associação implícita, mistura
natural.
Responsabilidade não é título variável. Tanto vale numa esfera, quanto em outras.
Cláudio e os companheiros, na cena que acompanhamos, são três consciências na mesma
faixa de escolha e manifestações consequentes. Todos somos livres para sugerir ou assimilar
isso ou aquilo. Alienação da vontade tem limites.
O verbo enrodilhar-se, na linguagem humana, figura-se o mais adequado à definição
daquela ocorrência de possessão partilhada, que se nos apresentava ao exame, conquanto não
exprima, com exatidão, todo o processo de enrolamento fluídico, em que se imantavam.
E afirmamos “possessão partilhada”, porque, efetivamente, ali, um aspirava
ardentemente aos objetivos desonestos do outro, completando-se, euforicamente, na divisão
da responsabilidade em quotas iguais.
(...)
Você abrigou esta menina nos braços, embalou-a no peito; viu-lhe o crescimento, como
quem acompanha a evolução da flor que desabrocha, e acabou descobrindo nela o seu tipo. Não
estará você cansado de vê-la e desejá-la, ardentemente, todos os dias, resignando-se ao suplício
da distância, vivendo tão perto?
Alucinado de lascívia, envolveu-a em longo olhar, inferindo que, não fossem o temor
de vê-la fugir em definitivo e o receio de verificar-se por ela própria desonrado, tomar-lhe-ia o
colo entre os braços, qual guri destemeroso, buscando desentranhar-lhe a ternura.
Entretanto, os derradeiros arrazoados esmaeciam. Esbarrondara-se, dentro dele, a última
trincheira que lhe cerceava os impulsos. Sujeitou-se de todo à direção do vampirizador que
o comandava. Colaram-se, fundiram-se, enfim.
O momento reclamava atenção. Necessário contornar obstáculos, improvisar medidas
socorristas que protegessem a triste menina desarmada.
André Luiz - Sexo e Destino - 1º Parte - Cap.8
36. 33
Sexo e Destino – 60 Anos
A estes e a seus congêneres deve a sociedade do Rio de Janeiro grande percentagem dos
acidentes verificados diariamente nas vias públicas e pelos domicílios particulares:
atropelamentos, quedas, braços e pernas partidos, queimaduras, suicídios, homicídios,
brigas, escândalos, confusões domésticas, assaltos, etc., etc.
É a atmosfera. em que vivem e se agitam, porque já eram afins com ela antes de
passarem para a vida invisível.
É o que constantemente inspiram, sugerem e incitam, encontrando no homem um
colaborador passivo, que facilmente se deixa dominar por suas terríveis seduções.
A infelicidade alheia é o seu espetáculo preferido: Provocam mil distúrbios na sociedade
e nos lares, pois se divertem com a prática de malefícios. Não entendem a sublime significação
dos vocábulos - amor, caridade, piedade, fraternidade, honestidade! Não crêem em Deus nem
têm religião. Odeiam o bem e o belo com todas as forças vibratórias que possuem.
Odeiam os homens e os seguem, sorrateira e covardemente, porque odiavam a
própria sociedade, antes de morrerem, sabendo que não serão vistos nem pressentidos. E
a perseguição mental que lhes movem, aos homens, é inveterada e implacável, afirmando eles
que assim agem porque igualmente foram perseguidos, quando homens, pela sociedade, que
nunca os protegeu contra os males com que tiveram de lutar: doenças, miséria, fome, falta de
instrução, orfandade, desemprego, delinquência, desesperos de mil e uma naturezas...
E muitos destes foram, com efeito, delinquentes que a sociedade perseguiu e levou ao
desespero, em vez de ajudá-los a se reeducarem para Deus... O resultado de tal incúria por
parte dos homens aí está: uma vez desaparecidos da vida objetiva, pela chamada morte,
infestam, como Espíritos, a sociedade, e prejudicam-na, acobertados pelo segredo da
morte...
(...)
Em vez de “braço fraturado” ou “atropelamento”, suponhamos que sugiram o
suicídio, o homicídio, uma mesa de jogo, um conflito, uma rixa, um adultério...
Suponhamos que, em vez de carregarem de vibrações pesadas um braço, para que a vítima o
suponha fraturado e sinta dores atrozes, carreguem a mente com sugestões luxuriosas...
Aí teremos também a irremediável desonra, o vício, o desregramento sexual...
Far-se-á maléfica a hipnose, e aquele que não teve forças morais e vibratórias para se
desvencilhar-se das teias em que se deixou envolver, submeter-se-á a tudo...
Yvonne Pereira – Devassando o Invisível – Cap. 10
37. 34
Sexo e Destino – 60 Anos
• As vítimas não terão responsabilidade, portanto nos delitos que, por essa
forma, praticarem?
Terão, ao contrário, grande responsabilidade, visto que encontraram exatamente
aquilo que desejaram e procuraram, através dos maus pensamentos que alimentaram e
da displicência com que se conduziram... pois que, se não fossem igualmente inferiores, tais
como os ditos perseguidores, seus espíritos não se acumpliciariam com eles durante o sono,
nem aceitariam suas sugestões, por assim dizer, hipnóticas... Então não sabes que «os afins
se procuram»?...
Yvonne Pereira – Devassando o Invisível – Cap. 10
38. 35
Sexo e Destino – 60 Anos
2.11. O Envolvimento Amoroso/Sexual Negativo
2.11.1. As Responsabilidades Cármicas
Na obra “Sexo e destino” Nemésio Torres é casado com Beatriz e tem um romance
de adultério com Marina Nogueira.
Em encarnação passada, Nemésio e Marina também foram amantes nas
personagens vividas por Justiniano da Fonseca Teles e Virgínia Castanheira.
Na encarnação vivida na obra, ainda nutrem inconscientemente uma atração sexual
muito forte que não conseguem controlar, e se envolvem novamente em adultério.
André Luiz - Sexo e Destino – Cap. 9
O advogado Cláudio Nogueira tem uma forte atração sexual pela sua enteada
Marita.
Cláudio, não resistindo à atração por Marita, vai ao encontro dela no lugar do seu noivo
e lá, num ambiente escuro, acontece o incesto, sem que Marita perceba que se tratava do seu
padrasto.
Na realidade, Cláudio era seu pai verdadeiro, que a teve com uma de suas empregadas.
Após o ocorrido, Marita tenta se suicidar, mas é impedida pela Espiritualidade, mas
vítima de um acidente automobilístico, entra em coma.
Cláudio, com remorso, procura se reconciliar com sua filha, em coma.
Porém, analisando a sua última reencarnação, vamos descobrir que eles foram
casados.
Ainda nessa existência, Cláudio tinha uma forte atração sexual pela ex-mulher, que
não conseguiu controlar.
André Luiz - Sexo e Destino – Cap. 9
Qualquer ligação sexual, instalada no campo emotivo, engendra sistemas de
compensação vibratória, e o parceiro que lesa o outro, até o ponto em que suscitou os desastres
morais consequentes, passa a responder por dívida justa.
Todo desmando sexual danificando consciências reclama corrigenda, tanto quanto
qualquer abuso do raciocínio. Homem que abandone a companheira sem razão ou mulher
que assim proceda, gerando desregramentos passionais na vítima, cria certo ônus cármico
no próprio caminho, pois ninguém causa prejuízo a outrem sem embaraçar a si mesmo.
André Luiz - Sexo e Destino - 2º Parte - Cap. 9
39. 36
Sexo e Destino – 60 Anos
Em matéria de afetividade, no curso dos séculos, vezes inúmeras disparamos na direção
do narcisismo e, estirados na volúpia do prazer estéril, espezinhamos sentimentos alheios,
impelindo criaturas estimáveis e nobres a processos de angústia e criminalidade, depois de
prendê-las a nós mesmos com o vínculo de promessas brilhantes, das quais nos descartamos em
movimentação imponderada.
Toda vez que determinada pessoa convide outra à comunhão sexual ou aceita de alguém
um apelo neste sentido, em bases de afinidade e confiança, estabelece-se entre ambas um
circuito de forças, pelo qual a dupla se alimenta psiquicamente de energias espirituais, em
regime de reciprocidade.
Quando um dos parceiros foge ao compromisso assumido, sem razão justa, lesa o outro
na sustentação do equilíbrio emotivo, seja qual for o campo de circunstâncias em que esse
compromisso venha a ser efetuado.
Criada a ruptura no sistema de permuta das cargas magnéticas de manutenção, de alma
para alma, o parceiro prejudicado, se não dispõe de conhecimentos superiores na auto-
defensiva, entra em pânico, sem que se lhe possa prever o descontrole que, muitas vezes, raia
na delinquência.
Tais resultados da imprudência e da invigilância repercutem no agressor, que partilhará
das consequências desencadeadas por ele próprio, debitandose-lhe ao caminho a sementeira
partilhada de conflitos e frustrações que carreará para o futuro.
Sabemos que a Justiça Humana comina punições para os atos de pilhagem na esfera das
realidades objetivas, considerando a respeitabilidade dos interesses alheios; no entanto, os
legisladores terrestres perceberão igualmente, um dia, que a Justiça Divina alcança também os
contraventores da Lei do Amor e determina se lhes instale nas consciências os reflexos do saque
afetivo que perpetram contra os outros.
Emmanuel - Vida e Sexo – Cap. 6 - Compromisso Afetivo
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Sexo e Destino – 60 Anos
2.11.2. As Vinculações e as Desvinculações
A desvinculação entre os que se amam com a necessidade de sanar os enganos e erros
do amor assume habitualmente o aspecto de dolorosa cirurgia psíquica.
Por semelhante razão, a Divina Sabedoria concede às criaturas tempo e condições
renovadas na preparação gradual do acontecimento.
Essa desvinculação, via de regra, se verifica numa constante digna de nota — a posição
de pais e filhos, incluindo-se nela os pais e filhos adotivos —, de vez que no enternecimento do
lar, todos os jogos da ternura são colocados na mesa do cotidiano, revestidos de encantamento
construtivo.
No fundo, porém, da personalidade paterna ou do maternal coração, descansamos
remanescentes de grandes afeições, às vezes des equilibradas e menos felizes, trazidos de outras
estâncias, nos domínios da reencarnação.
A libido ou o instinto sexual na forma de energia psíquica, tendente à conservação da
vida, permanece, em muitos casos, na carícia dos pais, vestida em veludíneo manto de carinho
e beleza, mas o amor é ainda, no ádito do espírito, qual fogo de vida que se nutre do próprio
lenho.
Por sua vez, nos entes queridos que retornam à estação da esperança doméstica, essa
mesma afetividade reponta, insopitável e genuína, conquanto metamorfoseada nos brincos da
infância.
Os pequeninos, porém, recém-vindos da amnésia natural que a reencarnação lhes impôs,
não conseguem esconder as próprias disposições no campo das preferências.
E surgem neles, de inopino, quase sempre, as inclinações descontroladas, nos caprichos
com que se mostram, exigindo especial atenção de pai ou mãe, a revelarem, de modo claro, para
que rumo se lhes dirigem os laços mais fortes.
Geralmente, com muitas exceções, aliás, as filhas se voltam para os pais e os filhos para
as mães, patenteando a natureza das ligações havidas em existências passadas e prenunciando
a obra de desvinculação que se executará, inevitável, no futuro próximo.
Óbvio que nem todos os filhos aparecem no lar categorizados à conta da desvinculação
afetiva, porquanto milhões de Espíritos no corpo da Humanidade tomam a estrutura física, no
desempenho de encargos simples ou complexos, valendo-se da colaboração dos pais, à maneira
de amigos que se entreajudam, nas faixas da confiança e da afinidade recíprocas.
41. 38
Sexo e Destino – 60 Anos
Referimo-nos, porém, ao lar como pouso de desligamento, porque, na Terra, as relações
entre pais e filhos e, consequentemente, as relações de ordem familiar constituem clima ideal
para a libertação de quantos se jungiram entre si, de modo inconveniente, nos desregramentos
emotivos em nome do amor.
E assim que a sabedoria da Natureza faculta o reencontro, sob as teias da parentela, de
quantos se desvairaram, em outro tempo, nos desmandos de ordem sexual, reencontro esse que
persiste em condições mais íntimas e mais profundas, até que os companheiros do pretérito,
reencarnados na posição de filhos, atinjam a juventude, na existência nova, elegendo novos
parceiros para a sua vida afetiva, ante a presença ou a supervisão dos pais ou de familiares
outros, nem sempre satisfeitos ou tranquilos com as escolhas que são obrigados a assistir ou a
aprovar pela força das circunstâncias.
Pais que sofrem na entrega das jovens que o lar lhes confiou, aos companheiros que as
requisitam para os misteres do casamento, quase sempre estão renunciando à companhia de
antigas afeições que eles mesmos, no passado, mal conduziam, ao passo que as mães
experimentam análogo fenômeno de dilaceração psíquica, em se separando de filhos que lhes
recordam, embora inconscientemente, as ligações empolgantes ou menos felizes de tempos que
já se foram.
E, através das lutas e adeuses em família, com a criação de núcleos diferentes na
parentela, pela transferência habitual dos filhos, seja a noras e genros, ou a tarefas e experiências
diversas das deles, os pais, sempre que respeitem as necessidades e resoluções dos seus
rebentos, alcançam a vitória sobre si mesmos, no rumo da própria emancipação na imortalidade.
Emmanuel - Vida e Sexo – Cap. 15 – Desvinculações
Empresa difícil no mundo íntimo — a desvinculação.
(...). Entretanto, se a desvinculação comparece no esquema das lutas morais em que te
vês, compadece-te daqueles que te amam, talvez ainda sem compreender-te.
Não te desvincules deles, de improviso, qual se estivesses operando enfermos vários
com pancadaria no coração.
Ninguém deveria separar-se de alguém, sem propiciar a esse alguém o equilíbrio
preciso, a fim de sustentar-se de pé.
Reflete nos pais e filhos, irmãos e companheiros que a desvinculação violenta já relegou
aos vales do sofrimento e da morte e não assinales o teu caminho com as lágrimas alheias.
Prepara o sentimento das criaturas que te compartilham as experiências do dia a dia,
antes de entregar-te às renovações que desejas.
Meimei - Somente amor – Cap. 25 – Desvinculações
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Sexo e Destino – 60 Anos
É possível te admires das alterações que, por vezes, te desafiam o entendimento nas
criaturas amadas. (...). Assim ocorre na vida sentimental. Se tens o ânimo defrontado por essa
espécie de surpresa, enuncia com bondade o teu diverso ponto de vista.
Entretanto, ainda mesmo nos casos em que a escolha dos entes queridos se incline para
estradas claramente inferiores, compadece-te e não violentes a confiança daqueles que a Divina
Providência te confiou.
Não estraçalhes o nó afetivo nessa ou naquela alma que te desfruta a convivência,
porque a Sabedoria da Vida saberá como e quando desatá-lo.
(...)
Cada criatura caminha na direção das experiências de que se reconhece necessitada.
Ampara-os, sem exigência, para que os teus sentimentos não se tisnem com a dor ou
com a revolta, por vezes, imanifestas de quantos se arrastam sob as correntes invisíveis dessa
ou daquela imposição.
Meimei - Sinais de Rumo – Cap. 11 – Escolhas
À frente de criaturas, vinculadas ao teu amor, sequiosas de independência, aprende a
libertá-las com a força da compreensão que te felicita.
(...)
Criaturas amadas, que apresentam o nome de filhos e filhas, nem sempre se mostram
felizes ao lado de nosso amor; outras que desempenham, junto de nós, os encargos de pais ou
mães talvez anseiem por experiências diferentes das nossas; irmãos e companheiros
inesquecíveis, em certas ocasiões, demonstram, de modo claro, o propósito de se manter
desligados de nós, por vezes fatigados de nossa presença ou do sistema de vida a que nos
impomos.
Auxiliemo-los a se livrarem de nós, sem estranheza ou ressentimento.
Já que não são crianças, credores de proteção e discernimento, confiemo-los à escola da
vida, em que a Divina Providência nos internou.
E, ao liberá-los, estejamos prontos a servi-los tantas vezes quantas se fizerem
necessárias.
O amor não cria problemas.
Cada qual tem o seu próprio caminho
Emmanuel - Algo mais – Cap. 7 - Imunização espiritual
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Sexo e Destino – 60 Anos
Aqueles que libertamos de qualquer obrigação para conosco, entregando-os à bondade
de Deus, mais cedo regressam à luz da compreensão.
Emmanuel - Palavras de Vida Eterna - Emmanuel – Cap. 75 - Libertemos
Compadece-te dos corações queridos a que te vinculas.
Apesar do imenso afeto que te consagram, em certos lances da estrada humana, são eles
chamados a resgates e provas, por vezes difíceis, e de que nem sempre se desvencilham senão
com largas coberturas de trabalho e de tempo.
Amar é servir, compreender, auxiliar, abençoar, libertar…
Que o teu amor seja paz e vida, alegria e esperança naqueles a quem ofertas dedicação
e carinho.
Não te permitas entravar os passos dos entes queridos com grilhões psicológicos, porque
toda afeição possessiva é sinônimo de sofrimento.
Ama e obterás a bênção do amor. Compreende e colherás compreensão.
E se em teu devotamento surgirem crises de apreensão e medo, perante as lutas dos seres
amados, procura esquecer receios e inquietações, amparando a cada um, na fonte viva da prece,
a recordar, antes de tudo, que eles e nós pertencemos a Deus.
Emmanuel - Busca e Acharás - Cap. 42 - Compadece-te dos Teus
44. 41
Sexo e Destino – 60 Anos
Para muitos companheiros na Terra a desvinculação no campo afetivo é prova difícil.
Desligamento do grupo familiar, distância da convivência. Hora da diferenciação de
alguém perante outro alguém.
Se te vês num momento assim, na posição de quem pode libertar associados de ideal e
de afinidade, não hesites no bem por fazer.
Aqueles que anseiam por independência e mudança, depois de te compartilharem a vida,
são pedintes de tranquilidade e renovação.
Não precisam tanto de teu ouro e assistência, nome e prestígio.
Rogam-te, acima de tudo, escoras de tolerância e bondade, a fim de que te possam deixar
sem que o espinheiro da mágoa te nasça no coração.
Medita naqueles que, um dia, igualmente largaste para tomar embarcações outras,
diferentes do navio em que se te localizava a área doméstica, de modo a te fazeres ao mar
profundo e vasto da experiência terrestre.
Familiares que te amavam a presença e amigos que te disputavam a companhia se viram,
de instante para outro, apartados de ti por efeito de tuas próprias deliberações.
Assim nos expressamos porque frequentemente a harmonia na desvinculação depende
daqueles que já amadureceram na vida física, aos quais se pede amparo e segurança, auxílio e
aprovação.
Se alguém ao teu lado te solicita o cancelamento de compromissos e deveres assumidos
para contigo, concede a paz a quem necessita de paz a fim de atender a impositivos da vida em
outros setores de evolução.
Realmente desejas que os descendentes se garantam para a felicidade, não queres que
os filhos bem-amados atravessem tribulações e enganos que te amarguraram a infância ou a
juventude; habituas-te à desaprovar as resoluções de amigos que se afastam para caminhos que
já sabes estarem encharcados de lágrimas, nem concordas em que os entes queridos venham a
transitar por estradas que já trilhaste entre pedras e aflições, entretanto, por mais nos doa ao
coração — muitos daqueles que mais amamos chegaram à Terra exatamente para isso.
Diante dos companheiros que se te distanciam da convivência ou que te dizem adeus
para te reencontrarem mais tarde, em outros e novos níveis de espaço e tempo, não lastimes
nem condenes.
Bendize e auxilia sempre. Os que partem ou se te separam da estrada, no dia a dia,
esperam de ti, sobretudo, o patrocínio do amor e o refúgio da bênção.
Emmanuel - Na Era do Espírito – Cap. 3 - O apego afetivo
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Sexo e Destino – 60 Anos
2.11.3. Síntese de Estudo de Casos – Relacionamentos Conflituosos
Estudo de Casos
# Autor Livro Caso/descrição
1 ? Depois da Vida
1º Parte – Cap. 9
Noivado desfeito + suicídio
2 Albertina Depois da Vida
3º Parte – Cap. 2
Infidelidade + homicídio
3 Almério Tormentos da Obsessão
Cap. 5
Infidelidade + aborto
4 André Luiz Ação e Reação
Cap. 14
Infidelidade + tentativa de
homicídio (arma de fogo)
5 André Luiz Sexo e Destino
1º Parte
Infidelidade + incesto (Pai/Filha)
6 Antônio Viana Depois da Vida
2º Parte – Cap. 3
Assassinato + Incesto (Mãe/Filho)
7 Armando Ramos Depois da Vida
1º Parte – Cap. 3
Infidelidade + aborto
8 Cândida Maria Depoimentos Vivos
Cap. 44
Infidelidade + suicídio (filhos
desamparados)
9 Evaristo Depoimentos Vivos
Cap. 2
Desequilíbrios Sexuais
10 Inácio Psiquiatria em Face da
Reencarnação – Cap. 5
Infidelidade + assassinato
11 João Mateus Depoimentos Vivos
Cap. 29
Infidelidade + homicídio oculto
(envenenamento)
12 Jovelina Reencontro com a Vida
2º Parte – Cap. 7
Infidelidade + assassinato
13 Manoel Philomeno de
Miranda
Entre dois Mundos
Cap. 7
Infidelidade + tentativa homicídio
(envenenamento)
14 Manoel Philomeno de
Miranda
Perturbação Espiritual
Cap. 5
Infidelidade + indução ao aborto
(espíritas)
15 Margot de Montegui Depois da Vida
2º Parte – Cap. 6
Infidelidade + triângulo amoroso
(espíritas) + suicídio
16 Marina da Conceição Depois da Vida
3º Parte – Cap. 1
Infidelidade + aversão Pais/Filha
+ assassinato
17 Melquisedec
Aventino
Depois da Vida
2º Parte – Cap. 1
Infidelidade + incesto (Pai/Filha)
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Sexo e Destino – 60 Anos
3. Sexo e Destino - Síntese
Devido ao seu estado de desequilíbrio após desencane, Beatriz foi submetida, na colônia
espiritual “Almas Irmãs”, ao tratamento de sonoterapia com exercício de narcoanálise, para as
suas recordações de existências anteriores, a fim de trazê-la à realidade.
Beatriz é submetida a uma regressão de memória e narra que nascera no Rio de Janeiro
em 1792, e se chamava Leonor da Fonseca Teles (Beatriz Neves Torres), nome que recebeu do
seu segundo marido.
Em 1910, casou-se novamente com o português Domingos de Aguiar e Silva, que estava
no Brasil a serviço.
Com Domingos, teve um filho, que se chamava Álvaro (instrutor Félix), em 1912.
Domingos morreu prematuramente em serviço.
Viúva aos 22 anos, casou-se com o ourives Justiniano da Fonseca Teles (Nemésio
Torres).
Álvaro, com 15 anos de idade, conhece Brites (Márcia Nogueira), casada com Teodoro
Castanheira (Cláudio Nogueira), num sarau.
Foi aí que começou o drama: Álvaro e Brites tornaram-se amantes.
Teodoro Castanheira, quando percebeu que estava sendo traído, tornou-se amante de
Naninha (Marita Nogueira).
Álvaro, querendo se livrar da amante Brites, mas com medo que ela cometesse suicídio,
forçou um romance dela com seu padrasto Justiniano para flagrá-los e poder partir livre para
Portugal, como amante traído.
Posteriormente, Naninha uniu-se a outro homem e aí se iniciam outros acontecimentos
que geraram o drama narrado nesse livro por André Luiz.
(...)
No livro “Sexo e destino”, há uma trama que envolve alguns integrantes de uma mesma
família e de alguns integrantes de outras famílias, e tem como protagonista principal a jovem
Marita.
A sua mãe de criação, Márcia, não lhe dá o mesmo cuidado e atenção que recebe sua
irmã Marina.
Marita é uma jovem modesta e simples, que noivara com Gilberto, mas sua irmã Marina,
por leviandade e orgulho, o conquistou, deixando-a em grande sofrimento emocional e por isso
Marita pensa em suicidar-se.
Cláudio elabora um plano e se encontra no escuro com Marita para abusar dela.
47. 44
Sexo e Destino – 60 Anos
Marita, ao perceber que foi abusada pelo próprio padrasto, fica descontrolada e tenta
comprar veneno numa farmácia para suicidar-se.
O farmacêutico é influenciado pelo instrutor Félix para fornecer calmante no lugar do
veneno e Marita ao toma-lo entra num torpor e é atropelada na Av. Atlântica do Rio de Janeiro,
e levada, em estado de coma, a um hospital.
Cláudio toma conhecimento que Marita é sua própria filha com uma das empregadas e
com remorso procura dar toda a assistência a ela no hospital, onde lhe perde perdão.
Marita recebe, então, uma moratória em torno de 15 a 20 dias para que possa perdoar o
seu pai Cláudio e os outros que lhe fizeram sofrer.
Num processo de resgate, Marita renasce como filha de Marina e Gilberto.
(...)
Irmão Félix é um espírito evoluído e na obra “Sexo e destino” é o instrutor principal.
Diretor do instituto espiritual “Almas Irmãs”, em Nosso Lar.
Tem longa experiência médica.
No século XIX foi a encarnação de Álvaro de Aguiar e Silva. Filho do casal Leonor
Domingos.
Apaixonou-se pela senhora Brites e foram amantes.
Nessa obra, Brites é a encarnação de Márcia, esposa de Cláudio Nogueira.
Assim fica fácil compreender porque Félix é o protetor familiar do lar de Cláudio
Nogueira.
André Luiz - Sexo e Destino
48. 45
Sexo e Destino – 60 Anos
O Amor e o Sexo plasmam responsabilidades naturais na consciência de cada um e
que ninguém lesa alguém nos tesouros afetivos, sem dolorosas reparações.
Emmanuel - Sexo e Destino – Introdução
A sublimação progressiva do sexo, em cada um de nós, é fornalha candente de
sacrifícios continuados. Não nos cabe condenar alguém por faltas em que talvez possamos
incidir ou nas quais tenhamos sido passíveis de culpa em outras ocasiões.
Compreendamos para que sejamos compreendidos.
Félix - Sexo e Destino – Cap. 5
Também nós, criatura humana desencarnada, conhecíamos de sobra os lances da batalha
interior, em que o adversário somos sempre nós mesmos, na arena das qualidades inferiores
que nos tocam sublimar.
André Luiz - Sexo e Destino - Sexo e Destino – 1º parte - Cap. 8
Mestre, não te exoramos a piedade somente para eles, irmãos bem-amados, que
consideramos filhos da própria alma! …
Suplicamos-te arrimo para todos os que resvalaram nos enganos do sexo desorientado,
quando nos ofereceste o sexo por estrela de amor a brilhar, assegurando-nos a alegria de viver
e garantindo-nos os recursos da existência! …
Consente, Senhor, possamos relacionar, diante de ti, aqueles irmãos que as convenções
terrestres tantas vezes se esquecem de nomear, quando te dirigem o coração.
Abençoa os que se tresmalharam na insânia ou no infortúnio, em nome do amor que não
chegaram a conhecer!
Socorre nossas irmãs entregues à prostituição, já que todas nasceram para a felicidade
do lar, e corrige com tua munificência os que as impeliram para a viciação das forças genésicas;
Acolhe as vítimas do aborto, arrancadas violentamente ao claustro materno, dentro dos
prostíbulos ou em recintos que a impunidade acoberta, e retifica, sob teu auxílio, as mães que
não vacilaram asfixiar-lhes ou degolar-lhes os corpos em formação;
49. 46
Sexo e Destino – 60 Anos
Restaura as criaturas sacrificadas pelas deserções afetivas, que não souberam encontrar
outro recurso senão o suicídio ou o manicômio para ocultarem o martírio moral que lhes
transcendeu a capacidade de resistência, e compadece-te de todos aqueles que lhes
escarneceram da ternura, transformando-se, quase sempre, em carrascos sorridentes e
empedernidos;
Protege os que renasceram desajustados, no clima da inversão, suportando
constrangedoras tarefas ou padecendo inibições regenerativas, e recupera os que se
reencarnaram nessa prova, sem forças para sustentar as obrigações assumidas, afogando a
existência em devassidão;
Recolhe as crianças que foram seviciadas e renova, com atua generosidade, os
estupradores que se animalizaram, inconscientes;
Agasalha os que rolaram na desencarnação prematura, por efeito de golpes homicidas,
nas tragédias da insatisfação e do desespero, e ampara os que se lhes tornaram os verdugos
padecentes, vergastados pelo remorso, seja na liberdade atenazada de angústia ou no espaço
estreito dos calabouços! …
Mestre, digna-te reconduzir ao caminho justo os homens e as mulheres, nossos irmãos,
que, dominados pela obsessão ou traídos pela própria fraqueza, não conseguiram manter os
compromissos de fidelidade ao tálamo doméstico;
Reequilibra os que fazem da noite pasto à demência;
Conforta os que exibem mutilações e moléstias resultantes dos excessos ou dos erros
passionais que praticaram nesta ou em outras existências;
Reabilita a cabeça desvairada dos que exploram o filão de trevas do lenocínio;
Regenera o pensamento insensato dos que abusam da mocidade, propiciando-lhe
entorpecentes;
Sustenta os que rogaram antes da reencarnação as lágrimas da solidão afetiva e as
receberam na Terra, por medida expiatória aos desmandos sexuais, a que se afeiçoaram, em
outras vidas, e que, muitas vezes, sucumbem de inanição e desalento, em cativeiro familiar, sob
o desprezo de parentes insensíveis, a cuja felicidade consagraram a juventude! …
Senhor, estende também a destra misericordiosa sobre os corações retos e enobrecidos!
Desperta os que repousam nos ajustes legais, acatados nas organizações terrestres, e
esclarece os que respiram em lares, revestidos pela dignidade que mereceram, a fim de que
tratem com humanidade e compaixão os que ainda não podem guardar-lhes os princípios e
imitar-lhes os bons exemplos! …
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Ilumina o sentimento das mulheres engrandecidas pelo sacrifício e pelo trabalho, para
que não desamparem aquelas outras que, até agora, ainda não conquistaram a maternidade
premiada pelo respeito do mundo, e que, tantas vezes, lhes suportam a brutalidade dos filhos
nos lupanares!
Sensibiliza o raciocínio dos homens que encaneceram honrados e puros, de modo a que
não abandonem os jovens desditosos e transviados! …
Senhor, não consintas que a virtude se converta em fogo no tormento dos caídos e nem
permitas que a honestidade se faça gelo nos corações! …
Tu, que desceste às vielas do mundo para curar os enfermos, sabes que todos aqueles
que jornadeiam na Terra, atormentados pela carência de alimentação afetiva ou alucinados
pelos distúrbios do sexo, são doentes e infelizes, filhos de Deus, necessitados de tuas mãos! …
Inspira-nos em nossas relações uns com os outros e clareia-nos o entendimento para que
saibamos ser agradecidos à tua bondade, para sempre! …
Felix/André Luiz – Sexo e Destino - 2ª Parte - Capítulo 7 – Prece
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4. Sexo e Destino – 60 Anos de publicação/2023
4.1. Livro – Sinopse/1963
• Autor: André Luiz
• Médium: Francisco Cândido Xavier
• Editora: FEB
• 1º Edição: 1963
• Sinopse:
— Que efeito terão para o Espírito imortal em sua vida futura, em seu destino, suas
experiências sexuais e sua conduta, quando encarnado?
Neste livro estão as respostas a esta e a outras das várias indagações sobre o
relacionamento sexual humano, com as implicações na vida do Espírito imortal, possibilitando
aos interessados “aprender com a biblioteca da experiência”.
Sexo e destino, amor e consciência, liberdade e compromisso, culpa e resgate, lar e
reencarnação, constituem os temas deste livro, nascido na forja da realidade cotidiana.
Homossexualismo, poligamia, divórcio, inibições físicas, crimes sexuais — todos estes temas
são aqui analisados sob foco da Espiritualidade, em especial da Lei de Ação e Reação,
culminando com a certeza inamovível do grande Amor do Pai para com todos, não permitindo
que uma única ovelha do Seu redil se perca, em especial as transviadas...
O mais impressionante nesse abençoado livro é que o Autor declara, de início, que se
trata de acontecimentos reais...
Eurípedes Kuhl – Roteiro de Estudos das Obras de André Luiz – Cap. 12 – Sexo e Destino
PERSONAGENS E TERMOS POUCO USADOS
A título de colaboração, registraremos abaixo de cada capítulo os nomes dos
personagens, informando inclusive a página onde são mencionados pela primeira vez,
colocando a seguir, entre parênteses: (d) = desencarnado; (e) = encarnado, acrescentando
pequenas notas biográficas.
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SINOPSE - Capítulo a capítulo
1ª Parte – Psicografia de Waldo Vieira
Cap 1
André Luiz refletia sobre os desdobramentos subsequentes à desencarnação e registra
que “o nosso passado remoto descansa nos porões da memória”.
Na nova situação (desencarnados) surgem angústias e conflitos até que nos
acomodemos e aspiremos a nova reencarnação, para renovação e começo.
Tais reflexões surgiram ao reparar que um companheiro seu em “Nosso Lar” (NL),
trabalhador infatigável no auxílio ao próximo, humilde e lúcido, agora se mostrava arredio e
desencantado. Esse amigo apresentava grandes angústias, por motivos familiares.
ANDRÉ LUIZ - é Autor Espiritual. Permaneceu no Umbral por oito anos. Recolhido
ao “Nosso Lar” (Cidade Espiritual acima do Rio de Janeiro), depois de algum tempo, por
méritos, obteve permissão para repassar para o plano físico os aprendizados que colheu.
E assim, sob a tutela do Espírito Emmanuel e outros benfeitores espirituais, aproximou-
se do médium Francisco Cândido Xavier. Daí iniciou sublime apostolado.
Estava há quinze anos em “Nosso Lar” quando tomou conhecimento desta narrativa,
baseada em fatos reais. Repassou-a aos médiuns citados alguns anos depois.
PEDRO NEVES/15 (d) – Advogado, caridoso, companheiro de A.Luiz em “Nosso Lar”.
Surge angustiado, face problemas com familiares encarnados, que deixou há 40 anos...
ENEDINA/16 (d) – Esposa de Pedro Neves. Desencarnou por leviandade e desvarios.
JORGE e ERNESTO/17 – (e) Filhos de Pedro Neves e Enedina.
BEATRIZ/18 – (e) – Filha de Pedro Neves e Enedina. Alma afetuosa, enferma, em processo de
desencarnação. É casada (com Nemésio).
Cap 2
Uma doente, preste a desencarnar, relembra a infância e a morte do pai, a quem tanto
amava e ama. Encontramos aqui mais uma referência à Medicina do futuro: os diagnósticos
serão muito mais precisos, pois o exame alcançará também o perispírito do doente. (Como já
mencionamos a Apometria em outras sinopses, não o faremos aqui).
Os Espíritos têm condições de auscultar a vida dos desencarnados; estes, por indução
daqueles, revelam suas telas mentais, como se estivessem se autobiografando.
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AMARO/20 (d) – Médico que assiste Beatriz, amparando-a.
FÉLIX (“Irmão FÉLIX”)/20 e 37 (d) – Espírito evoluído. Diretor de Instituto Espiritual
em NL. Tem longa experiência médica. Protetor familiar (no lar de Cláudio Nogueira).
MARINA/22 (e) – Jovem. Contadora. Amante de Nemésio (marido de Beatriz). Vive
em dicotomia passional, entre o amante e o filho dele...
Cap 3
Somos acompanhados de perto pelos desencarnados aos quais nossa vida e nossos atos
se entrelaçam...
Obs – Sugerimos ida ao “O Livro dos Espíritos”, de Allan Kardec: questão n° 459...
Um marido situa a amante como enfermeira da esposa doente... tal o doloroso quadro
que o sogro (desencarnado há 40 anos!) testemunha e pelo qual se desespera e sofre.
NEMÉSIO/28 (e) – Tem 60 anos. Marido de Beatriz. Amante de Marina.
OLÍMPIA/29 (e) – Pessoa pobre, empregada do casal Nemésio-Beatriz.
Cap 4
O marido infiel, junto da amante é sincero. Porém, a amante, calculista...
O Autor espiritual, em certo ponto da narração, reconhece que se concentrando no casal
de amantes, em censura e expectativa maliciosa, agravou-lhes o apetite sexual. Isso nos mostra
que até mesmo Espíritos já trilhando o bem não podem se entregar à curiosidade enfermiça...
(*)
Há um drama envolvendo a amante que, quase arrependida, não sabe que decisão tomar.
Surge inesperadamente no cenário doméstico um Espírito evoluído, o qual A.Luiz tem
a impressão de já conhecer...
(*) André Luiz confessa remorso por essa sua atitude imprópria. Fica para nós sublime
lição de humildade, lição maior até mesmo que o próprio ensinamento de tal procedimento
inconveniente.
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Cap 5
– Um Espírito protetor realiza diagnóstico de doença em encarnado. Ao toque fraterno
de um Espírito elevado o encarnado descerra as cortinas da mente e se autobiografa: estando
enfermo descuida da saúde, buscando apresentar-se qual moço e capaz à amante, “moderno e
dinâmico”. Entrega-se a modernidades e afrodisíacos, que agravam seu estado físico.
Grande lição: não aprovar o desequilíbrio moral de ninguém, mas jamais recusar
medicação ao doente!
Cap 6
– A ação de Espíritos trevosos (verdadeiros vampiros, hipnotizadores) expõe as terríveis
consequências para o ser encarnado que com eles sintoniza.
Aliás, a hipnose é tema complexo, mas a responsabilidade não é título transferível: é
individual, face o livre-arbítrio de cada um.
A vigilância e a prece, recomendadas por Jesus, constituem poderosa defesa espiritual
a repelir formas-pensamentos infelizes, arremessadas por encarnados ou desencarnados.
Amparo de exceção: ocorre quando o Plano Maior produz medidas especiais que
causam aflições e dores a determinadas pessoas, com merecimento, objetivando livrá-las de
queda em desastres morais.
Os responsáveis pelas guerras responderão por suas decisões. Colherão amargos
frutos...
CLÁUDIO NOGUEIRA/51 (e) – Pai de Marina. Há um obsessor (desencarnado) junto
dele, em tempo integral, instigando-o às bebidas alcoólicas e a relações sexuais espúrias.
Cap 7
– É exposta a dor de uma adolescente que aos onze anos fica sabendo, pela mãe adotiva,
que não lhe é filha biológica. Inocente e pura, sofre tremendas consequências por parte dessa
mãe adotiva, que apenas tem consideração e cuidados pela outra jovem da casa – esta, sim, filha
biológica.
Não bastasse aquela ser desconsiderada no lar que cresceu, começa a trabalhar e é vítima
de assédio sexual por parte de mais de um colega. Tem amor pelo namorado, mas a irmã adotiva
também o ama...
MARITA/60 (e) – Jovem (20 anos), bela, franzina. Filha adotiva de Cláudio Nogueira.
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MÁRCIA/61 (e) – Mãe adotiva de Marita (e biológica, de Marina). Esposa de Cláudio
Nogueira. Extremamente calculista.
ARACÉLIA/61 (d) – Mãe biológica de Marita. Suicidou-se, jovem ainda, quando a filha
nasceu. Era empregada no lar de Cláudio Nogueira e Márcia.
GILBERTO/75 (e) – Filho de Nemésio e Beatriz. É namorado de Marita, mas mantém
relacionamento também com Marina.
Cap 8
– Fica bem caracterizado que o momento da desencarnação pode ser alterado. Aqui, o
foi, para mais. A “possessão partilhada” ocorre quando dois Espíritos, um encarnado e outro
desencarnado, enrodilham-se reciprocamente, em plenitude de sintonia, ambos tendo os
idênticos propósitos, infelizes.
Exposição do desencanto subsequente à licenciosidade, como quase sempre acontece...
quando o sexo fica sem governo e a irresponsabilidade faz companhia aos desatinos.
JUSTA/97 (e) – Doméstica, trabalha na casa de Márcia e Cláudio Nogueira.
Cap 9
– O capítulo relata diálogo entre cônjuges que não se toleram, ambos disfarçando
sentimentos. Mostra ainda a insensatez das entregas sexuais, movidas apenas pela busca do
prazer — sexo, pelo sexo.
A filha, de equivocado procedimento sexual, ao invés de ser orientada e advertida pelos
pais, que conhecem tal situação, é usada por eles em seus próprios tristes propósitos.
Cap 10
– A prece de uma filha (encarnada) e em dificuldades existenciais traz-lhe à presença o
Espírito da mãe que, embora suicida, vem amparada por Espírito bondoso e assim consegue
ajudar a essa filha.
A idéia fixa, principalmente às vésperas do sono, quase sempre conduz o Espírito,
desdobrado, ao alvo mentalizado... Em sequência, o despertar brusco de um desdobramento
inconscientemente buscado, traz sérios prejuízos.