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POESIA- VERSIFICAÇÃO




  “Que é poesia?     “ Poesia é a suprema
    uma ilha         forma de beleza.”
     cercada         (Mallarmé)
   de palavras       “Aprendemos o que é
    por todos        poesia lendo poesia.” (T.
    os lados.”       S. Eliot)
(Cassiano Ricardo)
Fanatismo
Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver!
Não és sequer razão de meu viver,
Pois que tu és já toda a minha vida!

Não vejo nada assim enlouquecida…
Passo no mundo, meu Amor, a ler

No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida!

“Tudo no mundo é frágil, tudo passa…”
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim!

E, olhos postos em ti, vivo de rastros:
“Ah! Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus: princípio e fim!…”
REFLETINDO SOBRE O
         TEXTO...

1. Em que gênero literário está
inserido esse texto?


   2. Que características esse
texto apresenta?
3. Poema X Poesia. Existe
 diferença?

4. O que é eu-lírico?

5. O que é verso?

6. O que é estrofe?

7.   Como     se      denominam   as
 estrofes?
Poesia está em toda parte:
nas canções de ninar, nas
cantigas     de     roda,    nas
propagandas,    nas   letras  de
música, em uma bela paisagem...

   A poesia encontra seu núcleo
no poema, feito e trabalhado
precisamente para consegui-la.
Ela é indefinível, porém é
definidora.
Poema é o gênero textual que
se constrói não apenas com idéias
e sentimentos, mas também por
meio do emprego do verso e seus
recursos musicais – a sonoridade
e o ritmo das palavras – , da
função poética da linguagem e de
palavras com sentido conotativo.

         Poesia é o subjetivo, o
abstrato enquanto que poema é o
concreto.
Poesia

Gastei uma hora pensando um verso
que a pena não quer escrever.
No entanto, ele está cá dentro
inquieto, vivo.
Ele está cá dentro
e não quer sair.
Mas a poesia deste momento
inunda minha vida inteira.
Eu-lírico ( eu-poético)
É a voz que fala no poema e nem
sempre corresponde à do autor

  “O poeta é um fingidor.
  Finge tão completamente
  Que chega a fingir que é dor
  A dor que deveras sente.”
  (Fernando Pessoa)
Observemos o lirismo dos versos
abaixo, em que o eu-lírico exprime seus
sentimentos em face do mundo exterior.

 “Fui sempre um homem alegre.
  Mas depois que tu partiste,
  Perdi de todo a alegria:
  Fiquei triste, triste, triste.”
  (Manuel Bandeira)
O eu-lírico pode aparecer na
 forma feminina, mesmo o autor
sendo do sexo masculino

“(...)E tantas águas rolaram
 Quantos homens me amaram
 Bem mais e melhor que você
 Quando você me quiser rever
 Já vai me encontrar refeita, pode
 crer (...)”
             (Chico Buarque de Holanda)
Verso corresponde a cada
linha do poema. Os versos
organizam-se em estrofes.



Estrofe ou estância é    um
agrupamento de versos.
Observe este poema de Manuel Bandeira,
há uma classificação para cada estrofe.
                   O bicho
  Vi ontem um bicho
  Na imundície do pátio
  Catando comida entre os detritos.
  Quando achava alguma coisa,
  Não examinava nem cheirava:
  Engolia com voracidade.
  O bicho não era um cão,
  Não era um gato,
  Não era um rato.
  O bicho, meu Deus, era um homem.
A primeira estrofe chama-se
sextilha, pois apresenta seis
versos.

A segunda estrofe chama-se
terceto, pois apresenta três
versos.
A terceira estrofe chama-se
monóstico, pois apresenta um
verso.
DENOMINAÇÃO DAS ESTROFES
    QUANTO AO NÚMERO DE VERSOS
• MONÓSTICO: ESTROFE COM UM VERSO.
• DÍSTICO: ESTROFE COM DOIS VERSOS.
• TERCETO: ESTROFE COM TRÊS VERSOS.
• QUADRA OU QUARTETO: ESTROFE COM
                          QUATRO
VERSOS.
• QUINTILHA: ESTROFE COM CINCO
VERSOS.
• SEXTILHA: ESTROFE COM SEIS VERSOS.
• SÉTIMA OU SEPTILHA: ESTROFE COM
SETE
                        VERSOS.
• OITAVA: ESTROFE COM OITO VERSOS.
MÉTRICA é a medida ou
 


quantidade de sílabas que um verso
possui.
      A divisão e a contagem das
sílabas métricas de um verso são
chamadas de ESCANSÃO.
     Essa contagem não é feita da
mesma forma que a divisão e
contagem de sílabas normais.
O número de sílabas poéticas e
gramaticais nem sempre coincidem.
    A contagem das sílabas métricas
faz-se auditivamente e subordina-se
às seguintes regras:

1. Só se contam as sílabas
 até a última sílaba tônica do
           verso.
2. Quando duas ou mais vogais se
 encontram no fim de uma palavra
 e começo de outra, e podem ser
 pronunciadas numa só emissão
 de voz, unem-se numa única
 sílaba métrica.

“A i/da/de aus/te/ra e/ no/bre a/
 que/ che/ga/mos.”
                        (Alberto de
 Oliveira)
OBSERVAÇÕES:
•         Para que tais uniões
    vocálicas não sejam duras e
    malsonantes, as vogais (pelo
    menos a primeira delas) devem
    ser átonas e não passar de
    três.
b) Não se unem vogais tônicas
    (vi/ó/dios); (es/tá/úmido) nem se
 juntam tônicas com átonas
3. Ditongos       crescentes      valem,
 geralmente,       uma    só      sílaba
 métrica:
“O/pe/rá/rio/mo/des/to/, a/be/lha
 pobre”
      Às    vezes, porém, poetas
 dissolvem ditongos crescentes
 em    hiatos.   Esta  dissolução
 denomina-se diérese:
“Nem/ fez/ cas/te/los/gran/di/o/sos”
DENOMINAÇÃO QUANTO AO
    NÚMERO DE SÍLABAS
        POÉTICAS
UMA SÍLABA: Monossílabo
DUAS SÍLABAS: Dissílabos
TRÊS SÍLABAS: Trissílabos
QUATRO SÍLABAS: Tetrassílabos
CINCO SÍLABAS: Pentassílabos
ou
                     Redondilha
menor
OITO SÍLABAS: Octossílabos
NOVE SÍLABAS: Eneassílabos ou
                 Jâmbicos
DEZ SÍLABAS: Decassílabos ou
               Heróicos
ONZE SÍLABAS: Hendecassílabos
DOZE SÍLABAS: Dodecassílabos
ou
                 Alexandrinos
MAIS DE DOZE SÍLABAS:
Bárbaros
OBSERVE O EXEMPLO
               DIVISÃO DE SÍLABAS GRAMATICAIS

MI    NH       AL MA       D            NHA     TE   A       DA       PE   DI   D
       A                   E       SO    R           N                R         A


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               DIVISÃO DE SÍLABAS POÉTICAS

MI     NH’         MA      DE      S    NHA     TE   DA       PE      DI   DA
       AL                          O     R      AN            R

                                                                       *
1          2       3       4       5    6       7        8        9   10



     * ÚLTIMA SÍLABA TÔNICA
VEJA OUTRO EXEMPLO
                              DIVISÃO DE SÍLABAS
                                 GRAMATICAIS
A ME            MA   HI      TÓ    RI   TAN          TA     VE      ZE    LI    DA
   S                 S             A                  S              S


1       2       3        4    5     6       7         8         9    10   11    12


                         DIVISÃO DE SÍLABAS POÉTICAS

A       MES MA HIS            TÓ    RIA         TAN       TAS       VE    ZES   LI   DA


                                                                                 *
    1       2        3        4         5        6         7         8     9    10

        * ÚLTIMA         SÍLABA TÔNICA
RITMO
        Resulta da regular
sucessão de sílabas átonas
ou fracas e de sílabas
tônicas ou fortes.
   Os acentos tônicos, ou as
sílabas    tônicas,     devem
repetir-se   com    intervalos
regulares, de      modo a
cadenciar o verso e torná-lo
Observe o ritmo nas estrofes a seguir,
sempre na 2ª sílaba poética.
          “Quem dera
           Que sintas
           as dores
           De amores
           Que louco
           Senti!
           Quem dera
           Que sintas!...
           - Não negues,
           Não mintas...
           Eu vi!...” (Casimiro de Abreu)
Agora observe estes versos que
apresentam acentuação na 3ª, na 6ª
e na 9ª sílabas.

“ Contem plan do o teu vul to
sa gra do,
 Compreen de mos o no sso de ver ;
 E o Bra sil , por seus fi lhos
a ma do,
 Pode ro so e fe liz há de ser .”
            (Hino à Bandeira – Olavo Bilac)
Manuel Bandeira

Trem de Ferro

         Café com pão
         Café com pão
         Café com pão
         Virge Maria que foi isso maquinista?
         Agora sim
         Café com pão
         Agora sim
         Voa, fumaça
         Corre, cerca
         Ai seu foguista
Bota fogo
Na fornalha
Que eu preciso
Muita força
Muita força
Muita força
(trem de ferro, trem de ferro)
Oô...
Foge, bicho
Foge, povo
Passa ponte
Passa poste
Passa pasto
Passa boi
Passa boiada
Passa galho
Da ingazeira
Debruçada
No riacho
Que vontade
De cantar!
Oô...
(café com pão é muito bom)
Quando me prendero
No canaviá
Cada pé de cana
Era um oficiá
Oô...
Menina bonita
Do vestido verde
Me dá tua boca
Pra matar minha sede
Oô...
Vou mimbora vou mimbora
Não gosto daqui
Nasci no sertão
Sou de Ouricuri
Oô...
Vou depressa
Vou correndo
Vou na toda
Que só levo
Pouca gente
Pouca gente
Pouca gente...
(trem de ferro, trem de ferro)

(Manuel Bandeira in "Estrela da Manhã" 1936)
RIMA
  São coincidências sonoras que
podem ocorrer em qualquer lugar
dos versos, dependendo da escolha
do poeta.
  Obedecem         a       diversas
classificações. As rimas de dentro
do verso são chamadas internas e as
rimas nas últimas palavras do verso
são chamadas de finais.
QUANTO À TERMINAÇÃO
         DO SOM

1) PERFEITAS:
  sereno e moreno; neve e
 leve

2) IMPERFEITAS:
  Deus e céus; estrela e vela
QUANTO À TONICIDADE
1) AGUDAS (oxítonas)
 feroz e atroz; amor e clamor

2) GRAVES (paroxítonas)
 festa e manifesta; flores e cores

3) ESDRÚXULAS (proparoxítonas)
 mágico e trágico; lírico e onírico
QUANTO AO VOCABULÁRIO
POBRES
Mesma classe gramatical
Ex: Coração e oração

RICAS
Classe gramatical diferente
Ex: Prece e adormece
RIMA INTERIOR
     Veja alguns exemplos:
“Como são cheirosas as primeiras
rosas” (A. de Guimarães)

“Donzela bela, que me inspira a
lira
 Um canto santo de fremente amor
 Ao bardo o cardo da tremenda
senda
 Estanca arranca-lhe a terrível
dor.”
                        (Castro
DISPOSIÇÃO DAS RIMAS
          NAS ESTROFES

  RIMAS EMPARELHADAS (AABB)

“Ele deixava atrás tanta recorda ção! A
E o pesar, a saudade, até no próprio chão, A
Debaixo dos seus pés, parece que gem ia, B
Levanta-se o sol, vinha rompendo o d ia(...)” B

                                (A. de Oliveira)
RIMAS ALTERNADAS (ABAB)


“ Tu és um beijo materno ! A
                 mat
Tu és um riso infant il , B
Sol entre as flores de inv erno ,
A
Rosa entre as flores de abr il ! ”
B
RIMAS INTERPOLADAS
       OU OPOSTAS (ABBA)

“ Saudade! Olhar de minha mãe rez ando      A
  E o pranto lento deslizando em f io ...   B
  Saudade! Amor dminha terra... O r io      B
  Cantigas de águas claras soluç ando . “   A

                     (Da Costa e Silva)
VERSOS BRANCOS

    São os versos sem rima.

                  Envelhecer

Antes, todos os caminhos iam.
Agora todos os caminhos vêm.
A casa é acolhedora, os livros poucos.
E eu mesmo preparo o chá para os
fantasmas.

                            (Mário Quintana)
VERSO LIVRE
        São os versos que não
obedecem aos preceitos da
versificação   tradicional,   em
relação à métrica e ao ritmo.


 Observe este     poema    de
Ferreira Gullar
Não há vagas
O preço do feijão            Como não cabe no poema
não cabe no poema. O preço   o operário
do arroz                     que esmerila seu dia de aço
não cabe no poema.           e carvão
Não cabem no poema o gás     nas oficinas escuras
a luz o telefone
a sonegação                   – porque o poema, senhores,
do leite                     Está fechado:
da carne                     “não há vagas”
do açúcar
do pão                       Só cabe no poema
                             O homem sem estômago
O funcionário público        a mulher de nuvens
não cabe no poema            A fruta sem preço
com seu salário de fome               O poema, senhores,
sua vida fechada                      Não fede
em arquivos.                          nem cheira.
AS FORMAS FIXAS

Há poemas que têm forma fixa, isto é,
submetida a regras quanto à
combinação dos versos, das rimas e
das estrofes. Assim, há, por exemplo, o
soneto, cujos versos são agrupados
em dois quartetos e dois tercetos; a
balada (três oitavas e uma quadra); o
rondó (somente quadras ou quadras
combinadas com oitavas); o haicai
DISPOSIÇÃO DAS RIMAS NO
          SONETO
As rimas das quadras são as mesmas.
 Um par de rimas serve a ambas,
 segundo o esquema abba-abba ou
 abab-abab.
Nos tercetos podem combinar-se duas
 ou, mais frequentemente, três rimas.
     Quando há apenas duas rimas,
 dispõem-se elas normalmente de
 forma alternada: cdc-dcd.
Fanatismo

Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida   a
Meus olhos andam cegos de te ver!        b
Não és sequer razão de meu viver,        b
Pois que tu és já toda a minha vida!    a

Não vejo nada assim enlouquecida…            a
Passo no mundo, meu Amor, a ler             b
No misterioso livro do teu ser          b
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  • 1. POESIA- VERSIFICAÇÃO “Que é poesia? “ Poesia é a suprema uma ilha forma de beleza.” cercada (Mallarmé) de palavras “Aprendemos o que é por todos poesia lendo poesia.” (T. os lados.” S. Eliot) (Cassiano Ricardo)
  • 2. Fanatismo Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida Meus olhos andam cegos de te ver! Não és sequer razão de meu viver, Pois que tu és já toda a minha vida! Não vejo nada assim enlouquecida… Passo no mundo, meu Amor, a ler No misterioso livro do teu ser A mesma história tantas vezes lida! “Tudo no mundo é frágil, tudo passa…” Quando me dizem isto, toda a graça Duma boca divina fala em mim! E, olhos postos em ti, vivo de rastros: “Ah! Podem voar mundos, morrer astros, Que tu és como Deus: princípio e fim!…”
  • 3. REFLETINDO SOBRE O TEXTO... 1. Em que gênero literário está inserido esse texto? 2. Que características esse texto apresenta?
  • 4. 3. Poema X Poesia. Existe diferença? 4. O que é eu-lírico? 5. O que é verso? 6. O que é estrofe? 7. Como se denominam as estrofes?
  • 5. Poesia está em toda parte: nas canções de ninar, nas cantigas de roda, nas propagandas, nas letras de música, em uma bela paisagem... A poesia encontra seu núcleo no poema, feito e trabalhado precisamente para consegui-la. Ela é indefinível, porém é definidora.
  • 6. Poema é o gênero textual que se constrói não apenas com idéias e sentimentos, mas também por meio do emprego do verso e seus recursos musicais – a sonoridade e o ritmo das palavras – , da função poética da linguagem e de palavras com sentido conotativo. Poesia é o subjetivo, o abstrato enquanto que poema é o concreto.
  • 7. Poesia Gastei uma hora pensando um verso que a pena não quer escrever. No entanto, ele está cá dentro inquieto, vivo. Ele está cá dentro e não quer sair. Mas a poesia deste momento inunda minha vida inteira.
  • 8. Eu-lírico ( eu-poético) É a voz que fala no poema e nem sempre corresponde à do autor “O poeta é um fingidor. Finge tão completamente Que chega a fingir que é dor A dor que deveras sente.” (Fernando Pessoa)
  • 9. Observemos o lirismo dos versos abaixo, em que o eu-lírico exprime seus sentimentos em face do mundo exterior. “Fui sempre um homem alegre. Mas depois que tu partiste, Perdi de todo a alegria: Fiquei triste, triste, triste.” (Manuel Bandeira)
  • 10. O eu-lírico pode aparecer na forma feminina, mesmo o autor sendo do sexo masculino “(...)E tantas águas rolaram Quantos homens me amaram Bem mais e melhor que você Quando você me quiser rever Já vai me encontrar refeita, pode crer (...)” (Chico Buarque de Holanda)
  • 11. Verso corresponde a cada linha do poema. Os versos organizam-se em estrofes. Estrofe ou estância é um agrupamento de versos.
  • 12. Observe este poema de Manuel Bandeira, há uma classificação para cada estrofe. O bicho Vi ontem um bicho Na imundície do pátio Catando comida entre os detritos. Quando achava alguma coisa, Não examinava nem cheirava: Engolia com voracidade. O bicho não era um cão, Não era um gato, Não era um rato. O bicho, meu Deus, era um homem.
  • 13. A primeira estrofe chama-se sextilha, pois apresenta seis versos. A segunda estrofe chama-se terceto, pois apresenta três versos. A terceira estrofe chama-se monóstico, pois apresenta um verso.
  • 14. DENOMINAÇÃO DAS ESTROFES QUANTO AO NÚMERO DE VERSOS • MONÓSTICO: ESTROFE COM UM VERSO. • DÍSTICO: ESTROFE COM DOIS VERSOS. • TERCETO: ESTROFE COM TRÊS VERSOS. • QUADRA OU QUARTETO: ESTROFE COM QUATRO VERSOS. • QUINTILHA: ESTROFE COM CINCO VERSOS. • SEXTILHA: ESTROFE COM SEIS VERSOS. • SÉTIMA OU SEPTILHA: ESTROFE COM SETE VERSOS. • OITAVA: ESTROFE COM OITO VERSOS.
  • 15. MÉTRICA é a medida ou   quantidade de sílabas que um verso possui. A divisão e a contagem das sílabas métricas de um verso são chamadas de ESCANSÃO. Essa contagem não é feita da mesma forma que a divisão e contagem de sílabas normais.
  • 16. O número de sílabas poéticas e gramaticais nem sempre coincidem. A contagem das sílabas métricas faz-se auditivamente e subordina-se às seguintes regras: 1. Só se contam as sílabas até a última sílaba tônica do verso.
  • 17. 2. Quando duas ou mais vogais se encontram no fim de uma palavra e começo de outra, e podem ser pronunciadas numa só emissão de voz, unem-se numa única sílaba métrica. “A i/da/de aus/te/ra e/ no/bre a/ que/ che/ga/mos.” (Alberto de Oliveira)
  • 18. OBSERVAÇÕES: • Para que tais uniões vocálicas não sejam duras e malsonantes, as vogais (pelo menos a primeira delas) devem ser átonas e não passar de três. b) Não se unem vogais tônicas (vi/ó/dios); (es/tá/úmido) nem se juntam tônicas com átonas
  • 19. 3. Ditongos crescentes valem, geralmente, uma só sílaba métrica: “O/pe/rá/rio/mo/des/to/, a/be/lha pobre” Às vezes, porém, poetas dissolvem ditongos crescentes em hiatos. Esta dissolução denomina-se diérese: “Nem/ fez/ cas/te/los/gran/di/o/sos”
  • 20. DENOMINAÇÃO QUANTO AO NÚMERO DE SÍLABAS POÉTICAS UMA SÍLABA: Monossílabo DUAS SÍLABAS: Dissílabos TRÊS SÍLABAS: Trissílabos QUATRO SÍLABAS: Tetrassílabos CINCO SÍLABAS: Pentassílabos ou Redondilha menor
  • 21. OITO SÍLABAS: Octossílabos NOVE SÍLABAS: Eneassílabos ou Jâmbicos DEZ SÍLABAS: Decassílabos ou Heróicos ONZE SÍLABAS: Hendecassílabos DOZE SÍLABAS: Dodecassílabos ou Alexandrinos MAIS DE DOZE SÍLABAS: Bárbaros
  • 22. OBSERVE O EXEMPLO DIVISÃO DE SÍLABAS GRAMATICAIS MI NH AL MA D NHA TE A DA PE DI D A E SO R N R A 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 DIVISÃO DE SÍLABAS POÉTICAS MI NH’ MA DE S NHA TE DA PE DI DA AL O R AN R * 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 * ÚLTIMA SÍLABA TÔNICA
  • 23. VEJA OUTRO EXEMPLO DIVISÃO DE SÍLABAS GRAMATICAIS A ME MA HI TÓ RI TAN TA VE ZE LI DA S S A S S 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 DIVISÃO DE SÍLABAS POÉTICAS A MES MA HIS TÓ RIA TAN TAS VE ZES LI DA * 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 * ÚLTIMA SÍLABA TÔNICA
  • 24. RITMO Resulta da regular sucessão de sílabas átonas ou fracas e de sílabas tônicas ou fortes. Os acentos tônicos, ou as sílabas tônicas, devem repetir-se com intervalos regulares, de modo a cadenciar o verso e torná-lo
  • 25. Observe o ritmo nas estrofes a seguir, sempre na 2ª sílaba poética. “Quem dera Que sintas as dores De amores Que louco Senti! Quem dera Que sintas!... - Não negues, Não mintas... Eu vi!...” (Casimiro de Abreu)
  • 26. Agora observe estes versos que apresentam acentuação na 3ª, na 6ª e na 9ª sílabas. “ Contem plan do o teu vul to sa gra do, Compreen de mos o no sso de ver ; E o Bra sil , por seus fi lhos a ma do, Pode ro so e fe liz há de ser .” (Hino à Bandeira – Olavo Bilac)
  • 27. Manuel Bandeira Trem de Ferro Café com pão Café com pão Café com pão Virge Maria que foi isso maquinista? Agora sim Café com pão Agora sim Voa, fumaça Corre, cerca Ai seu foguista
  • 28. Bota fogo Na fornalha Que eu preciso Muita força Muita força Muita força (trem de ferro, trem de ferro) Oô... Foge, bicho Foge, povo Passa ponte Passa poste Passa pasto Passa boi Passa boiada Passa galho Da ingazeira Debruçada No riacho Que vontade De cantar! Oô... (café com pão é muito bom)
  • 29. Quando me prendero No canaviá Cada pé de cana Era um oficiá Oô... Menina bonita Do vestido verde Me dá tua boca Pra matar minha sede Oô... Vou mimbora vou mimbora Não gosto daqui Nasci no sertão Sou de Ouricuri Oô... Vou depressa Vou correndo Vou na toda Que só levo Pouca gente Pouca gente Pouca gente... (trem de ferro, trem de ferro) (Manuel Bandeira in "Estrela da Manhã" 1936)
  • 30. RIMA São coincidências sonoras que podem ocorrer em qualquer lugar dos versos, dependendo da escolha do poeta. Obedecem a diversas classificações. As rimas de dentro do verso são chamadas internas e as rimas nas últimas palavras do verso são chamadas de finais.
  • 31. QUANTO À TERMINAÇÃO DO SOM 1) PERFEITAS: sereno e moreno; neve e leve 2) IMPERFEITAS: Deus e céus; estrela e vela
  • 32. QUANTO À TONICIDADE 1) AGUDAS (oxítonas) feroz e atroz; amor e clamor 2) GRAVES (paroxítonas) festa e manifesta; flores e cores 3) ESDRÚXULAS (proparoxítonas) mágico e trágico; lírico e onírico
  • 33. QUANTO AO VOCABULÁRIO POBRES Mesma classe gramatical Ex: Coração e oração RICAS Classe gramatical diferente Ex: Prece e adormece
  • 34. RIMA INTERIOR Veja alguns exemplos: “Como são cheirosas as primeiras rosas” (A. de Guimarães) “Donzela bela, que me inspira a lira Um canto santo de fremente amor Ao bardo o cardo da tremenda senda Estanca arranca-lhe a terrível dor.” (Castro
  • 35. DISPOSIÇÃO DAS RIMAS NAS ESTROFES RIMAS EMPARELHADAS (AABB) “Ele deixava atrás tanta recorda ção! A E o pesar, a saudade, até no próprio chão, A Debaixo dos seus pés, parece que gem ia, B Levanta-se o sol, vinha rompendo o d ia(...)” B (A. de Oliveira)
  • 36. RIMAS ALTERNADAS (ABAB) “ Tu és um beijo materno ! A mat Tu és um riso infant il , B Sol entre as flores de inv erno , A Rosa entre as flores de abr il ! ” B
  • 37. RIMAS INTERPOLADAS OU OPOSTAS (ABBA) “ Saudade! Olhar de minha mãe rez ando A E o pranto lento deslizando em f io ... B Saudade! Amor dminha terra... O r io B Cantigas de águas claras soluç ando . “ A (Da Costa e Silva)
  • 38. VERSOS BRANCOS São os versos sem rima. Envelhecer Antes, todos os caminhos iam. Agora todos os caminhos vêm. A casa é acolhedora, os livros poucos. E eu mesmo preparo o chá para os fantasmas. (Mário Quintana)
  • 39. VERSO LIVRE São os versos que não obedecem aos preceitos da versificação tradicional, em relação à métrica e ao ritmo. Observe este poema de Ferreira Gullar
  • 40. Não há vagas O preço do feijão Como não cabe no poema não cabe no poema. O preço o operário do arroz que esmerila seu dia de aço não cabe no poema. e carvão Não cabem no poema o gás nas oficinas escuras a luz o telefone a sonegação – porque o poema, senhores, do leite Está fechado: da carne “não há vagas” do açúcar do pão Só cabe no poema O homem sem estômago O funcionário público a mulher de nuvens não cabe no poema A fruta sem preço com seu salário de fome O poema, senhores, sua vida fechada Não fede em arquivos. nem cheira.
  • 41. AS FORMAS FIXAS Há poemas que têm forma fixa, isto é, submetida a regras quanto à combinação dos versos, das rimas e das estrofes. Assim, há, por exemplo, o soneto, cujos versos são agrupados em dois quartetos e dois tercetos; a balada (três oitavas e uma quadra); o rondó (somente quadras ou quadras combinadas com oitavas); o haicai
  • 42. DISPOSIÇÃO DAS RIMAS NO SONETO As rimas das quadras são as mesmas. Um par de rimas serve a ambas, segundo o esquema abba-abba ou abab-abab. Nos tercetos podem combinar-se duas ou, mais frequentemente, três rimas. Quando há apenas duas rimas, dispõem-se elas normalmente de forma alternada: cdc-dcd.
  • 43. Fanatismo Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida a Meus olhos andam cegos de te ver! b Não és sequer razão de meu viver, b Pois que tu és já toda a minha vida! a Não vejo nada assim enlouquecida… a Passo no mundo, meu Amor, a ler b No misterioso livro do teu ser b A mesma história tantas vezes lida! a “Tudo no mundo é frágil, tudo passa…” c Quando me dizem isto, toda a graça c Duma boca divina fala em mim! d E, olhos postos em ti, vivo de rastros: e “Ah! Podem voar mundos, morrer astros, e Que tu és como Deus: princípio e fim!…” d