Este conteúdo faz parte da primeira aula da cadeira de Economia Brasileira, do curso de Administração da Faculdade Murialdo, e consiste em uma revisão dos principais tópicos sobre setor externo.
4. Setor Externo
Balanço de Pagamentos
Balanço de pagamentos (BP) de um país é “... um resumo contábil das
transações econômicas que esse país faz com o resto do mundo, durante um
certo período de tempo.”
Exemplos de Créditos
● Exportações de bens e serviços;
● Recebimentos de doações e indenizações de estrangeiros;
● Recebimentos de empréstimos de estrangeiros;
● Recebimentos de reembolsos de capital estrangeiro;
● Vendas de ativos para extrangeiros.
Exemplos de Débitos
● Importações de bens e serviços;
● Pagamentos de doações ou indenizações a estrangeiros;
● Pagamento de capital emprestado por extrangeiro;
● Reembolsos de capital a estrangeiros;
● Compras de ativos de estrangeiros.
5. Setor Externo
Balanço de Pagamentos
O Balanço de Pagamentos é formado por quatro grupos principais:
1. Balança de Transações Correntes
a. Balança Comercial (FOB)
i. Exportações
ii. Importações
b. Balança de Serviços e Rendas
c. Transferências unilaterais correntes
2. Conta Capital e Financeira
a. Conta Capital
b. Conta Financeira
i. Investimento Direto Líquido
ii. Investimento em Carteira
iii. Derivativos
iv. Outros investimentos
3. Erros e Omissões
4. Variação de reservas
O resultado do balanço de pagamentos é a soma dos itens 1, 2 e 3.
6. Setor Externo
Balança de Transações Correntes
A Balança de Transações Correntes é o registro das vendas (exportações) e
compras (importações) de serviços e bens.
A Balança de Transações Correntes é composta pela
● Balança Comercial (FOB*)
É o resultado das vendas (exportações) e compras (importações) de bens ou
produtos tangíveis.
● Balança de Serviços e Rendas
Registra as transações internacionais intangíveis ou invisíveis.
● Transações Correntes Unilaterais
Registra os pagamentos e recebimentos de salários e investimentos, diretos
e indiretos sem contrapartida (ex.: doações, auxílios de guerra, etc).
* FOB é a sigla de free on board e significa sem os custos pós embarque, como por exemplo,
seguros e fretes.
10. Setor Externo
Balança de Rendas
A Balança de Rendas é composta por:
Salários e ordenados: pagamentos (despesas) a empregados não-residentes
que prestam serviços no país e recebimentos (receitas) de empregados
residentes que prestam serviços no resto do mundo.
Renda de investimentos: remessas (despesas) de rendas de capitais
estrangeiros e recebimentos (receitas) auferidas por capitais nacionais no resto
do mundo. Subdivide-se em:
● Renda de Investimento Direto: lucros e dividendos de investimentos diretos;
● Renda de Investimento em Carteira: lucros e dividendos de rendas de
carteira, como por exemplo ações e títulos públicos;
● Renda de Outros Investimentos: juros e créditos comerciais.
13. Setor Externo
Conta Capital E Financeira
A Conta Capital e Financeira registra as transações envolvendo a transferência
de ativos (direitos sobre não-residentes) e exigibilidades (endividamento de não-
residentes).
Conta Capital
Entram nessa conta transferências de propriedade de ativos fixos,
transferências de fundos financeiros, etc.
Conta Financeira
Essa conta registra investimentos com caráter de longo prazo e é formada
por três contas:
○ Participação no capital de empresas;
○ Reinvestimento de lucros;
○ Empréstimos intercompanhias.
16. Mercado de Câmbio
Taxa de Câmbio
● As transações internacionais (entre residentes de centros de interesse
diferentes) diferenciam-se das transações internas porque existe mais de
uma moeda (divisa) envolvida.
● Do lado da oferta de divisas estão os exportadores, os turistas estrangeiros,
os investidores, etc.;
● Do lado da demanda de divisas temos os importadores, turistas nacionais,
devedores no exterior, etc.;
● A taxa de câmbio é o preço que regula a oferta e demanda de
divisas internacionais, em razão da moeda nacional.
17. Mercado de Câmbio
Sistemas Cambiais
Existem dos principais sistemas cambiais no mundo:
● Câmbio fixo
A taxa de câmbio é fixa, não varia, geralmente atrelada ao preço de outra
mercadoria ou através de regulamentação oficial.
● Câmbio flutuante
A taxa de câmbio varia de acordo com a oferta e a demanda das moedas
negociadas, sendo possível para o governo definir políticas cambiais para
buscar o controle da moeda (flutuação suja).
Durante a história da política cambial brasileira se destaca-se ainda, dentro
do sistema de câmbio flutuante houve ainda a definição de bandas
cambiais, onde a taxa de câmbio podia flutuar somente dentro de
parâmetros divulgados pelo governo.
18. Mercado de Câmbio
Sistemas Cambiais
Desde o século XIX vigoraram os seguintes regimes cambiais:
● Padrão-ouro (1870 - 1914)
As moedas nacionais tinham seu valor fixado de acordo com o preço do ouro
no país. Os bancos centrais tinham a obrigação de manter uma paridade
entre a moeda em circulação e a quantidade de ouro em estoque no Banco
Central.
● Bretton-Woods (1944 - 1970)
O sistema proposto na conferência de Bretton era um sistema misto de
padrão ouro-dólar. Os Estados Unidos se comprometiam em manter a
paridade do dólar perante ao estoque de ouro e os demais países fariam a
conversão de sua moeda par ao dólar.
● Pós Bretton-Woods (1970 - hoje)
Com a crise do balanço de pagamentos americado os países em geral
abandonaram o padrão dólar e migraram para regimes cambiais flutuantes.
19. Mercado de Câmbio
Fatores que afetam a taxa de câmbio
● Variação do Produto Interno Bruto (PIB);
Com o aumento do PIB, por exemplo, é esperado que aumentem também as
importações e/ou as exportações, a grandeza de cada uma dessas forças vai
afetar a taxa de câmbio.
● Relação entre Preços Internos (PI) e Preços Externos (PE);
Se os preços dos produtos e serviços no mercado interno aumentam, as
importações ficam relativamente mais baratas, gerando uma demanda por
moeda estrangeira.
● Taxas de juros interna e externa.
Se as taxa de juros interna aumenta, por exemplo, mais investidores serão
incentivados a investir recursos no país, aumentando a demanda por moeda
nacional.