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ROTEIROS DE AULAS PRÁTICAS




CURSO DE ZOOTECNIA


SOLOS E ADUBAÇÃO


PROFESSOR DOUTOR ERICO SENGIK
MARINGÁ – PARANÁ - 2005

I. DENSIDADE REAL, DENSIDADE DAS PARTÍCULAS, VOLUME DOS SÓLIDOS, PESO
ESPECÍFICO REAL, PESO DO VOLUME DE SÓLIDOS OU MASSA ESPECÍFICA REAL



1. CONCEITO:

         Dr é a relação existente entre a massa de uma amostra de solo (TFSE) e o volume ocupado
pelas suas partículas sólidas. Nos solos seu valor varia entre 2,30 e 2,90 g/cm . Seu valor médio, para
                                                                                3


efeito de cálculos, é de 2,65 g/cm (KIEHL, 1979), isto porque os constituintes minerais predominantes
                                  3


nos solos são o quartzo, os feldspatos e os silicatos de alumínio coloidais, cujas densidades reais estão
em torno de 2,65 g/cm .
                      3




         OLIVEIRA & ESPINOSA (1990), a partir de dados de periódicos e da EMBRAPA, obtiveram
um valor médio geral para a Dp de 2,59 g.cm e de 2,84 em Latossolos Roxos, de 2,70 em Terra Roxa e
                                             -3


de 1,89 g.cm em solos Orgânicos.
             -3
2. MÉTODOS DE DETERMINAÇÅO:

         Para a determinação é necessário obter-se o valor da massa da amostra e depois o volume dos
sólidos presentes. A massa dos sólidos é obtida por simples pesagens. Quanto ao volume dos sólidos,
por tornar-se um pouco mais complexa a sua obtenção, foram criadas algumas metodologias:



2.1. PICNÔMETRO COM ÁGUA:

         Consiste num frasco de vidro, que cheio de água irá deslocar um volume de água equivalente
ao solo adicionado.



2.2. MESA DE TENSÃO:

        É feita com amostra de terra indeformada num anel volumétrico.



2.3. BALÃO VOLUMÉTRICO:

          É um método expedito para se determinar a densidade real, recomendado quando não há
interesse em se ter resultados rigorosos.



METODOLOGIA:



a) Tomar 20g de TFSE (terra fina seca em estufa);

b) Passar para balão volumétrico de 50ml através de um funil;

c) Adicionar (com uma bureta de 50ml previamente cheia de álcool) cerca de 20ml de líquido,
suficiente para cobrir a amostra:

d) Agitar para que o álcool penetre melhor na terra, expulsando o ar;

e) Deixar em repouso por 15 minutos;

f) Agitar novamente e completar o volume do balão volumétrico com a bureta.



CÁLCULOS:
Dr = m/(Vb-Va)

                m = massa da amostra

                        Vb = volume do balão volumétrico




                        Va = volume de álcool gasto para completar o balão volumétrico.



3. FATORES QUE AFETAM A Dp:

         Explique para cada exemplo o fator que está afetando a densidade de partículas.



EXEMPLO 1:                caulinita       2,66 g/cm   3




solo A                 quartzo                  2,66 "

solo B                 hematita                 5,30 "

solo C                magnetita                5,30 "

solo E                goetita                  4,30 "

solo F                matéria orgânica         1,50 "



EXEMPLO 2:

caulinita + quartzo   Hematita + magnetita                Dr

    100%                        0%                    2,65 g/cm   3




     75%                     25%                      3,00 "

     55%                     45%                      3,35 "
EXEMPLO 3: solo com 5% de matéria orgânica......2,10 g/cm         3




              solo sem matéria orgânica ......... .......2,70 "




4. IMPORTÂNCIA E RELAÇÃO COM AS PLANTAS:

         Em mineralogia a densidade real nos auxilia na identificação dos minerais. Há expressões
matemáticas em que se calculam volumes ou massa de sólidos. Como exemplo tem-se a determinação
da porosidade, da aeração,...

         A densidade real tem efeito indireto sobre o crescimento vegetal, pois representa a média
ponderada da densidade real de todos os seus componentes minerais e orgânicos, valores altos ou
baixos estão ligados à presença de certos componentes minerais ou orgânicos.



5. QUESTÕES:



a) Conceitue Dr.

b) Cite os métodos usualmente utilizados para a determinação da Dp.

c) Calcule a Dr dos solos. Porquê a diferença.

d) Comente a importância edafológica da Dr.

e) Determine a Dr de qualquer material. Justifique.

f) Justifique o uso do álcool na metodologia do Balão Volumétrico.




"O cliente (agricultor) acha caro o que paga por uma orientação técnica, mas não considera caro o
                                    que perde pela falta desta."
II. DENSIDADE APARENTE, DENSIDADE DO SOLO, DENSIDADE DE VOLUME OU
DENSIDADE GLOBAL



1. INTRODUÇÃO:

        A densidade aparente pode ser definida como a relação entre a massa de uma
amostra de solo seca à 110 C e a soma dos volumes ocupados pelas partículas e poros.
                           o




                    FÓRMULA:      Da = m/v



                                       m = massa do solo

                                 v = volume (poros+terra)



          A densidade aparente, em geral, aumenta com a profundidade do perfil devido às
pressões exercidas pelas camadas superiores provocando a compactação, reduzindo a
porosidade. A movimentação de material fino dos horizontes superiores (eluviação) também
contribui para a redução dos espaços porosos aumentando a densidade aparente dessas
camadas.

         Nos solos minerais os valores de Da variam de 1,10...1,60 g cm . A Da também
                                                                            -3


pode ser calculada pela fórmula: Da = Dr (1-Pt), onde Dr é a densidade e Pt, a porosidade
total. Em solos orgânicos, a densidade do solo é inferior a unidade, achando-se valores entre
0,60 a 0,80 g/cm .
                3




        A Ds ou Dr, é um valor variável para um mesmo solo. O manejo incorreto de um
solo pode provocar a sua compactação,alterando-se a estruturação e portanto a densidade
aparente.
2. MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO:

Os métodos fundamentam-se na obtenção de dois dados principais: a massa e o volume. A
massa é obtida pesando-se a FSE (fração seca em estufa). Para a obtenção do volume
criaram-se as diferentes técnicas que originaram os vários métodos de determinação da
densidade aparente dos solos.



2.1. MÉTODO DO BALÃO VOLUMÉTRICO:

        O método do balão volumétrico consiste em se encher um balão volumétrico com
TFSA. O método apresenta como falhas o uso de terra fina, as quais perderam pelo
esboroamento e peneiragens, suas estruturas naturais. Em solos melhores estruturados os
volumes obtidos são bem diferentes dos obtidos com estrutura natural.



2.2. MÉTODO DO ANEL VOLUMÉTRICO (CILINDRO VOLUMÉTRICO-50cm ):                3




          O método do anel volumétrico fundamenta-se no uso de um anel de bordos
cortantes com capacidade interna conhecida. Crava-se o anel na parede do perfil ou no
próprio solo, por pancadas ou pressão. Removendo-se a seguir o excesso de terra, com o
auxílio de uma faca, até igualar as bordas do anel. O solo obtido é transferido para um
recipiente e levado a secar em uma estufa para obtenção da sua massa.



2.3. MÉTODO DO TORRÃO:

         Aplica-se em situações onde não é possível introduzir o anel volumétrico no solo. O
método consiste na impermeabilização de um torrão de maneira a permitir mergulhá-lo em
água ou outro líquido, a fim de se determinar seus volumes. A impermeabilização feita com
parafina fundida ou borracha crua, de um torrão de 3 a 5 cm de diâmetro, mergulhando-o
inteiramente em um vaso com água. O volume de água deslocada corresponde ao volume
do torrão.




2.4. ESCAVAÇÃO:

         Consiste em se cavar no solo um buraco de paredes lisas, coletando-se
cuidadosamente a terra escavada, secar e pesar, obtendo-se o valor da massa de terra.O
volume é obtido determinando o volume do buraco escavado: enchendo-se com areia o
balão de borracha.
2.5. MODERAÇÃO DE NÊUTRONS:

         Através da aplicação de nêutrons (laboratório ou campo) tem-se a moderação ou
transmissão de nêutrons no solo através das quais se obtém a densidade.




3. Explique através dos exemplos os fatores que afetam a Ds:



Exemplo 1: valores médios de Ds:

solos argilosos:       1,00 - 1,25 g.cm     -3




solos arenosos          1,25 - 1,40 g.cm    -3




solos humíferos         0,75 -1,00 g.cm     -3




solos turfosos          0,20 - 0,40 g.cm     -3




Exemplo 2:

solo             não cultivado          cultivado

         A             1,07 g.cm   -3
                                                  1,25 g.cm   -3




         B             0,93 g.cm   -3
                                                  1,13 g.cm   -3




         C             1,05 g.cm   -3
                                                  1,31 g.cm   -3




         D             1,14 g.cm   -3
                                                  1,45 g.cm   -3




4. RELAÇÃO COM AS PLANTAS E SOLOS:

          A determinação da densidade do solo dos horizontes de um perfil permite avaliar
propriedades do solo como a sua drenagem, sua condutividade hidráulica, sua
permeabilidade ao ar e a água, sua capacidade de saturação de água, etc. Através dela
teremos informações sobre o manejo atual do solo, e a possibilidade de uso para algumas
culturas como as produtoras de raízes e tubérculos.
Solos com densidade aparente entre 1,70 … 1,80 g cm dificultam a penetração de
                                                                     -3


raízes; solos com diversas texturas com Ds = 1,90 g cm , ou solos argilosos com Da = 1,60 -
                                                          -3


1,70 g cm podem não apresentar raízes (KIEHL,1979).
          -3




         Para reduzir o valor da densidade do solo recomenda-se o uso de resíduos
orgânicos e o bom manejo do solo. A aração do solo com bom teor de umidade contribui
para a agregação do solo assim como a manutenção e incorporação dos restos de cultura ao
solo.



5.QUESTÕES PARA FIXAÇÃO:

1. Conceitue Ds. E diferencie Ds de Da.

2. Cite os métodos utilizados para as determinações de Ds. Qual o principal objetivo dos
mesmos?

3. Explique a importância edafológica da Ds.

4. Explique os fatores que influem a Ds.

5. Determine Ds de dois pontos diferentes. Justifique a diferença.



IMPORTANTE: guarde o material e os dados para determinar a Dr e a porosidade dos solos:
Prática de porosidade.




Dados coletados para exercícios:



PONTOS 1:



  Repetições    Anel+solo seco     Anel, g   Massa Solo, g Volume Anel,   Ds
                                                               cm3


     1               112,0          43,0                       52,5
     2               130,0          49,0                       59,1
     3               114,0          43,0                       52,8
     4               128,8          48,8                       61,0
    Média
PONTOS 2:



  Repetições    Anel+solo seco    Anel, g    Massa Solo, g Volume Anel,   Ds
                                                               cm  3


     1               100,0          43,0                       53,0
     2               110,0          49,0                       60,0
     3               100,0          44,0                       53,0
     4               110,0          50,0                       60,0
    Média


Qual os dois pontos demonstra ter havido maior compactação? Justifique.




"Há vários tipos de profissionais: o político, o extensionista, o pesquisador, o prático,
 o teórico,... todos devem ser respeitados pois são úteis à sociedade e à profissão"




III. POROSIDADE, ESPAÇO POROSO, VOLUME DE POROS TOTAIS, VOLUME DE
POROS, ESPAÇO LACUNAR OU ESPAÇO INTERSTICIAL DO SOLO.



1. INTRODUÇÃO:
O arranjo ou a geometria das partÍculas do solo determina a quantidade e a
natureza dos poros de um solo. A porosidade depende principalmente da textura, da
estrutura e da matéria orgânica dos solos.

A porosidade de um solo pode ser definida como sendo o volume de vazios ou o espaço do
solo não ocupado pelos componentes sólidos.



                 % P = (Dr-Da) 100/Dr



        Há duas categorias de porosidade:



a) porosidade capilar denominada de microporosidade .



b) porosidade não capilar, denominada de macroporosidade.



A macroporosidade é também chamada de porosidade de aeração, porque é a porosidade
encontrada vazia, após ter ocorrido a percolação da maior parte da água gravitacional, é o
momento em que o ar passa a ocupar os poros não capilares.



2. MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO:



a) Método do anel volumétrico (50 cm3);

b) Método indireto (fórmula);

c) Método do picnômetro de ar;

d) Método do querosene.



3. IMPORTÂNCIA E RELAÇÕES COM AS PLANTAS:
Os solos que tem menor porosidade são os arenosos porque nos argilosos, o maior
teor de argila coloidal contribui para formar agregados. Na prática não se encontram solos
arenosos com porosidade superior a 30% e nem argilosos com porosidade superior a 60%.
Solo com porosidade entre 60-80% ocorre somente em solos ricos em matéria orgânica.

         As raízes podem se desenvolver com porosidade pouco acima de 10%, mas o ótimo
está entre 20 e 30%. Pode-se melhorar a porosidade pela adição de matéria orgânica. O
preparo do solo em condições ótimas de umidade, pode melhorar a estrutura do solo e
aumentar a sua porosidade.



4. EXERCÍCIO PARA FIXAÇÃO:



a) Calcular a porosidade dos solos, justificando a diferença entre os dois pontos.



b) Calcular a percentagem das fases e montar o círculo (parte sólida, ar e água) justificando
as diferenças.



5. BIBLIOGRAFIA:



BRADY, N.C. Natureza e propriedades dos solos. 7 edição. Rio de Janeiro, Freitas Bastos,
                                                      a


1989. 878p

KIEHL, E.J. Manual de edafologia, relações solo-planta. São Paulo, Editora Ceres, 1979.
263p.



Exercício: Analise do ponto de vista edafológico a porosidade nos dois pontos.



PONTO 1:

  Rep.   Massa, g Anel, cm   3
                                 Ds        Dr
   1      69,0      52,5                  2,90
   2      81,0      59,1                  2,80
   3      71,0      52,8                  2,93
   4      80,0      61,0                  3,00
Média


PONTO 2:

 Rep. Massa, g Anel, cm    3
                               Ds       Dr
  1    57,0      53,5                  2,90
  2    61,0      60,0                  2,80
  3    56,0      53,0                  2,93
  4    60,0      60,0                  3,00
 Média




             "O agricultor tem a prática, mas nós temos que ter a teoria"




IV. TEXTURA E CLASSE TEXTURAL (DETERMINAÇÃO EXPEDITA)



1. INTRODUÇÃO:

        A textura do solo pode ser definida como sendo a proporção relativa dos diferentes
grupos de partículas minerais primárias do solo: são elas a areia (com diâmetro de 2,0 a
0,05mm), o silte ou limo (0,05 - 0,002mm) e a argila (< 0,002mm).

       A textura é considerada uma propriedade básica do solo porque ela não está sujeita
a mudanças rápidas. Um solo rico em areia permanece arenoso e outro rico em argila irá
permanecer argiloso.

         Com a textura do solo pode-se classificar o solo em classes, e esta classificação
recebe o nome de CLASSES TEXTURAIS do solo. Quando se fala em % de areia, % de silte
e % de argila temos a textura, mas quando se afirma que um solo é argiloso ou arenoso
estamos nos referindo a sua classe textural.




2. DETERMINAÇÃO:
a) TEXTURA:

        Colocar uma pequena porção de terra fina (TFSA) na palma da mão e adicionar
água, pouco a pouco, até se obter uma pasta homogênea. A amostra precisa ser bastante
amassada para evitar erros, especialmente no caso de solos com argilas floculadas que se
apresentam como pseudo-areias e, também, para argilas sódicas.

         Avaliar as porcentagens de argila, silte e areia em função da sensação obtida
quando se esfrega uma parte da massa do solo entre o POLEGAR e o INDICADOR; a argila
produz a sensação de PLASTICIDADE e PEGAJOSIDADE, o silte de SEDOSIDADE e a
areia de ATRITO (ASPEREZA).

        A precisão dessa determinação depende da prática do operador e, para isso, é
necessário aferir o tato, através de treinamento com amostras analisadas que se usa como
padrões permanentes para comparação.



b) CLASSE TEXTURAL:

        A classe textural do solo pode ser determinada de diferentes maneiras:



a) MÉTODO DO MACARRÃO: com a massa de solo umedecido procura-se fazer um
macarrão da grossura de um lápis. O solo será classificado como arenoso quando não se
consegue fazer o macarrão. Feito o macarrão tenta-se fazer o número oito, se fizer o solo
será argiloso, do contrário será misto.



b) MÉTODO DAS CLASSES TEXTURAIS DEFINIDAS: através desse método são adotadas
três classes texturais:

      - ARENOSA (solo com menos de 15% de argila);

      - MÉDIA (entre 15 - 35% de argila);

      - ARGILOSA (com mais de 35% de argila)



3. IMPORTÂNCIA:

        A determinação da textura e da classe textural pelo tato pode ser considerada como
uma informação técnica importante. O método do tato é usado em operações de campo,
como para a pesquisa e classificação do solo. A exatidão dessa determinação depende
principalmente da experiência adquirida.

         A habilidade na determinação das classes texturais é uma das primeiras atividades
que o profissional de campo deve desenvolver. Através da classe textural tem-se a definição
dos espaçamentos entre terraços. Com a textura pode-se formar um diagnóstico geral da
propriedade quanto à resistência à erosão, quanto à sua fertilidade,...



4. EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO:

4.1. Afira o tato com as amostras conhecidas.

4.2. Estime a textura e as classes texturais para as amostras de solos fornecidas.

4.3. Classifique os solos quanto à fertilidade e à produtividade. Justifique.



5. BIBLIOGRAFIA:

BRADY, N.C. Natureza e propriedades dos solos. 7a edição. Rio de Janeiro, Freitas Bastos,
1989. 878p.

KIEHL, J.E. Manual de edafologia: relações solo-planta. São Paulo, Editora Agronômica
Ceres, 1979. 264p.

LEMOS, R.C. & SANTOS, R.D. Manual de descrição e coleta de solo no campo. Campinas,
Sociedade Brasileira de Ciência do solo, 1984. 46p.



                               "Faça do limão uma limonada"




V. COR DO SOLO

1) INTRODUÇÃO:

        Cor é a impressão que a luz refletida produz no órgão da visão. A cor de um solo
pode variar com o tipo de luz que o ilumina, sendo necessário uma boa iluminação assim
como observar o ângulo de incidência dos raios solares. Devendo-se observar a cor sempre
com as mesmas condições de iluminação.

         A coloração do solo sempre foi uma das maneiras mais primitivas de identificá-los.
Filósofos gregos e romanos, antes de cristo, classificavam os solos pela coloração. Como a
cor é conseqüência do material de origem do solo, dos seus componentes e das condições
climáticas predominantes, procura-se associar a cor a características como a fertilidade e
produtividade.

         A cor do solo é um importante elemento no reconhecimento e na descrição dos
diferentes grupos genéticos de solos, o que pode ser evidenciado pelo nome de solos como:
Latossolo Vermelho Escuro, Podzólico Vermelho Amarelo, Latossolo Roxo,...

2) CORRELAÇÕES DA COR:

a) UMIDADE: as tonalidades cinzentas, esverdeadas e azuladas, típicas de várzeas, estão
correlacionadas a deficiência de oxigênio. Em função disso os óxidos de ferro podem ter as
seguintes colorações:

FeO: óxido ferroso, cinzento

Fe3O3: óxido férrico (hematita), vermelho

Fe2O3. 3H2O: óxido férrico hidratado (limonita), amarelo

b) TOPOGRAFIA: em uma toposeqüência pode-se ter um solo vermelho no espigão, mais
seco; vermelho-amarelo na meia encosta; amarelado, com mosqueado, próximo da baixada;
pardo ou até negro, na baixada mais úmida.

c) MATÉRIA ORGÂNICA: a matéria orgânica tende a tornar um solo mais escuro quando
comparado com outro sob o mesmo clima.

d) TEXTURA: solos ricos em colóides minerais, de textura argilosa, com elevada superfície
específica, são mais coloridos que os arenosos. Os solos arenosos são mais susceptíveis ao
escurecimento pela matéria orgânica.

e) IDADE: nos solos jovens a cor‚ muito influenciada pelo material de origem enquanto que
nos solos maduros, a grande influência do clima faz com que a cor se relacione com as
condições de temperatura e umidade.

f) PLANTAS: através da cor do solo pode-se ter uma idéia de sua aeração, drenagem,
conclui-se sobre a permeabilidade, estrutura, porosidade e temperatura do solo,
características que influenciam a produtividade vegetal.

3. DETERMINAÇÃO:

        A determinação da cor é feita comparando-se a cor da amostra de solo com as
cores padrões existentes na ESCALA DE MUNSELL para solo. Raramente a coloração da
amostra será perfeitamente igual a de um dos padrões. Recomenda-se fazer a leitura com a
luz do sol, evitando-se trabalhar duas horas depois do sol nascer e duas antes dele se pôr. A
iluminação dever ser difusa, mas não direta, isto é à sombra.

        A anotação, em letras e números envolve o nome da cor (MATIZ), a sua tonalidade
(BRILHO) e a sua pureza ou intensidade (CROMA). O MATIZ encontra-se no alto e à direita
de cada folha, por exemplo: 10R, 2,5YR, 5YR,... O BRILHO é lido à esquerda da linha em
que se encontra o padrão e é representado pelo numerador de uma fração ordinária, por
exemplo: 6/, 4/, 3/, ... O CROMA da cor‚ lido na parte inferior da coluna em que se encontra o
padrão sendo representado pelo denominador de uma fração ordinária, por exemplo: /0, /6, /
8, etc.

Exemplos de notações completas:

                  Vermelho escuro (2,5 YR 3/4, seco);

                  Vermelho escuro (2,5 YR 3/6, úmido);

                  Vermelho amarelado (5YR 6/8, amassado úmido);

                  Vermelho amarelado (5YR 4/8, triturado seco);

4) QUESTÕES PARA FIXAÇÃO:

a) Determine a cor seca e úmida das amostras.

b) Classifique os solos e justifique: qual o mais e menos produtivo, idem para fertilidade, para
teores de hematita, para limonita, teores de argila, teores de areia, ...

5) BIBLIOGRAFIA:

MUNSELL COLOR. MACBETH DIVISION OF KOLLMORGEN CORPORATION, 1975.

KIEHL, J.E. Manual de edafologia. Relações solos-plantas. São Paulo, Editora Agronômica
Ceres Ltda, 1979. 264p.



 "Deixe a ZOOTECNIA entrar em seu sangue. Seja curioso. Procure saber os porquês.
                                Leia bastante."
VI. ESTRUTURA DO SOLO



1. INTRODUÇÃO :



          O termo estrutura se refere ao agrupamento ou arranjo das partículas do solo. A
estrutura de um solo é o resultado da agregação das suas partículas primárias, originando
formas definidas. As partículas de areia, silte e argila, juntas com a matéria orgânica,
calcário, sais podem se reunir em massas diferenciadas formando agregados estáveis, são
os elementos estruturais ou unidades estruturais.

        Os agrupamentos de partículas primárias ou agregados, ou PED, dão arranjos com
formas definidas, constituindo a estrutura do solo. No solo podem ser encontradas as
MACROESTRUTURAS, reconhecíveis a olho nu e as MICROESTRUTURAS, com
dimensões inferiores a 1mm, as quais só podem ser identificadas por processos ópticos.

         A gênese dos agregados (PED) do solo se deve à natureza e ao material de origem,
aos agentes cimentantes como a matéria orgânica, a argila e aos sesquióxidos de ferro e
alumínio. A presença de cátions e o manejo do solo também influenciam no processo de
estruturação.



2. CLASSIFICAÇÃO DA ESTUTURA:



        A classificação da estrutura é feita em função da forma (tipo), do tamanho (classe) e
do grau de estrutura (estabilidade)



2.1. FORMA: define o tipo de estrutura.



a) LAMINAR: quando as partículas do solo estão arranjadas em torno de um plano
horizontal. Típica de solos de regiões secas e frias, de solos compactados (por pisoteio, por
máquinas agrícolas,...). São freqüentes nos horizontes A1 e A2, podendo aparecer no C.



b) PRISMÁTICA: quando as partículas estão arranjadas em torno de uma linha vertical
dominante. Possui dois subtipos:
PRISMÁTICA quando a cabeça apresenta ângulos e COLUNAR quando
arredondada.

         Ambas são típicas de horizonte B, sendo a colunar diagnóstico de horizonte B
solonético.



c) BLOCOS: é a estrutura que possui as três dimensões da unidade estrutural (vertical,
horizontal e oblíqua) aproximadamente iguais. É típica de subsolos e comum em regiões
áridas e semi-áridas. Pode ser subdividida em:

         BLOCOS ANGULARES: em que as faces são planas e a maioria dos vértices
possui ângulos vivos.

        BLOCOS SUBANGULARES: é a que apresenta uma mistura de faces planas e
arredondadas, com muitos vértices arredondados.



d) GRANULAR OU ESFEROIDAL: partículas em torno de um ponto, como a em blocos só
que não possui faces de contato. Pode ser GRANULAR PROPRIAMENTE DITA e em
GRUMOS quando as unidades são porosas. É típica de camadas de aração, particularmente
as com muita matéria orgânica (BIOESTRUTURA). Estão sujeitas a modificações amplas e
rápidas.



2.2. TAMANHO:



          É que define a classe por tamanho da estrutura. Exemplo para granular e em
grumos:

      a) muito pequena         (< 1mm de diâmetro)

      b) pequena              (1 - 2 mm)

      c) média                 (2 - 5 mm)

      d) grande               (5 - 10 mm)

      e) muito grande         (> 10mm)



2.3. GRAU DE ESTRUTURA:
Ou estabilidade da estrutura, define o desenvolvimento da estrutura, sua
estabilidade, sua coesão dentro e fora dos agregados.




a) SEM ESTRUTURA: pode ser

 - GRÃO SIMPLES: não coerente. Solos arenosos

 - MACIÇA: coerente. Argilitos, siltitos

b) COM ESTRUTURA: pode ser

 - FRACA: quando é muito quebradiça

 - MODERADA: pedos moderadamente duros

 - FORTE: quando difícil de desmanchar



OBSERVAÇÕES:



- A condição favorável para a determinação da estrutura no campo é com o solo ligeiramente
mais seco do que úmido;

- Para o horizonte B latossólico "pó-de-café" a estrutura deve ser descrita como: forte muito
pequena granular;

- Há possibilidade de diferentes tipos de estrutura em um horizonte: nesse caso a estrutura é
composta;

- Num horizonte B textural ocorre a estrutura moderada média blocos subangulares e num
horizonte nátrico, a estrutura é forte grande colunar.



3. MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO:



a) MÉTODOS DIRETOS: método macroscópico feito no campo pela avaliação do tipo, classe
e grau de estruturação, ou através de métodos microscópicos onde através da confecção de
lâminas de vidro se fazem observações no microscópico polarizante.
b) MÉTODOS INDIRETOS: a estrutura é estudada através de suas causas e
conseqüências. As causas são os agentes físicos, químicos e físico-químicos necessários a
formação dos agregados. As conseqüências são características do solo relacionadas ao
crescimento das plantas: tamanho, distribuição e estabilidade dos agregados. Os principais
parâmetros estudados são a agregação e a porosidade, que pode ser feita pelo
TAMIZAMENTO A SECO ou TAMIZAMENTO ÚMIDO.



4. CORRELAÇÕES E IMPORTÂNCIA:



          Há evidências de que as condições e características do solo, como a infiltração e
movimentação de água, transferência de calor, aeração, densidade aparente e porosidade,
são influenciadas pela estrutura.

        As raízes retiram do solo o oxigênio, a água e nutrientes os quais poderão faltar
quando o solo não estiver bem estruturado. A penetração de raízes no solo é variável
segundo a estrutura que o mesmo apresenta. Foi observado em um Latossolo Roxo que
agregados menores que 1mm favorecem o crescimento do milho, num solo Podzólico
Vermelho Amarelo foram os agregados de 4 a 2mm e de 2 a 1mm os que favoreceram o
crescimento do milho.

Enquanto a destruição da estrutura é relativamente fácil a sua recuperação é muito lenta.
Para a recuperação ou manutenção se recomenda a rotação de culturas, a aplicação de
calcário, de adubos orgânicos e o manejo adequado do solo.



5. QUESTÕES:



5.1. Dê Um exemplo de denominação de estrutura.

5.2. Qual a forma, grau e a classe de estrutura dos solos?

5.3. Justifique o efeito da estrutura no controle da erosão hídrica?

5.4. Explique com suas palavras agregado do solo.



6. BIBLIOGRAFIA:
BRADY, N.C. Natureza e propriedades dos solos. 7a edição. Rio de Janeiro, Freitas Bastos,
989. 878p.

KIEHL, JE. Manual de edafologia: relações solo-planta. São Paulo, Editora Agronômica
Ceres, 1979. 264p.

LEMOS, R.C. & SANTOS, R.D. Manual de descrição e coleta de solo no campo.
Campinas, Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 1984. 46p.



    "Polidamente, sem criar constrangimentos: Seja "chato". Pergunte. Questione.
                         Entenda os porquês. Leia muito."




VII. COLETA DE AMOSTRAS DE SOLOS



01. ÉPOCA: pelo menos quatro meses antes do plantio ou semeadura;



02. PERIODICIDADE: dois em dois anos;



03. MATERIAL NECESSÁRIO:

  - balde de plástico, latão ou caixa de papelão;

  - pá cortadeira ou trado;

  - facão;

  - saco plástico limpo ou caixinhas de papelão;

  - lápis, caneta e etiquetas.
04. DIVIDIR A PROPRIEDADE EM TALHÕES (CROQUI), LOTES, ...

Com base em:             a) cor da terra

                                b) topografia

                                           c) uso da terra

                                   d) adubação

                                   e) textura

                                   f) manchas



05. RETIRE AS AMOSTRAS SIMPLES FORMANDO COMPOSTAS: em ziguezague



06. CADA AMOSTRA COMPOSTA DEVERÁ SER FORMADA POR 15 A 20 AMOSTRAS
SIMPLES:



07. NÃO RETIRE AMOSTRAS PERTO DE :

  a) - casas; b) galpões; c) chiqueiros; d) formigueiros; d) queimadas



08. COMO COLETAR AMOSTRAS SIMPLES:

 a) Limpe a superfície retirando o que não interessa (capim, lixo, pedras, folhas, etc)...);

  b) cave um buraco em forma de cunha, fundura dependendo da cultura, da calagem e adubação a
serem feitas;

 c) corte uma fatia de 5cm de largura de cima para baixo em um dos lados da cova;

 d) corte a fatia em três partes com a faca. Jogue fora os lados e coloque o "MIOLO" no balde limpo.



09. NÃO UTILIZE SACOS PLÁSTICOS SUJOS, LATAS ENFERRUJADAS, SACOS DE
ADUBO, DE CALCÁRIO, PARA ENSACAR A AMOSTRA;
10. NÃO RETIRE AS AMOSTRAS COM A TERRA NEM MUITO MOLHADA E NEM
MUITO SECA.



11. QUESTÕES:

 a) Faça um croqui de uma propriedade, separando-a em talhões. Justifique os talhões.

 b) Quantas amostras serão coletadas? E quantas amostras serão enviadas para análise?

 d) Qual a profundidade usual de coleta? Justifique.



"DEPURE-SE COMO PESSOA: saiba dançar, nadar, tocar um instrumento, pratique um
                  esporte, aprenda uma nova língua, ..."




VIII. ÁGUA DO SOLO



1. INTRODUÇÃO

A água é um dos fatores mais limitantes pra o crescimento vegetal. Sua deficiência é uma das
principais causas do insucesso do cultivo das plantas e do desenvolvimento dos animais. Ela age como
solvente, é considerado o solvente universal, forma a solução dos solos, de onde as plantas retiram seus
nutrientes, atua na aeração e controle da temperatura do solo e, em excesso, causa a erosão acelerada
dos solos agrícolas.

2. ESTRUTURA E PROPRIEDADES DA ÁGUA

A molécula da água é assimétrica com pólos positivo e negativo, resultando numa polaridade
importante nas reações do solo de interesse para as plantas pois ela dissolve íons e moléculas pela
hidratação.

As forças de coesão e adesão das moléculas de água dão a água a grande capacidade de capilaridade,
fazendo com que a água suba em altura bastante significativas como nas folhas de uma sequóia.

3. MOVIMENTO E CONCEITOS ENERGÉTICOS DA ÁGUA

O movimento da água depende de vários tipos de energia tais como a energia potencial, cinética,
gravitacional e elétrica. Sua energia livre é o somatório de todas outras energias da água. A água
sempre tende a se movimentar de um estado de maior para menor estado de energia.
As principais forças que atuam sobre a energia da água e portanto influem no seu movimento são:

   ��.aforça matricial (adesão): força dos sólidos (matriz solos) atraindo a água;
   ��.bforça osmótica: força exercida pelos sais dos solos;
   ��.cforça da gravidade: força que tende a puxar a água para baixo e desloca-la de pontos mais
     altos para mais baixos.

O potencial total da água do solo, ou diferença de energia livre de um ponto para outro, é a soma dos
potenciais resultantes das diversas forças existentes:

Ψt = Ψg + Ψm + ΨO + ...                           onde;

              Ψt = potencial total;

              Ψg = potencial gravitacional;

              Ψm = potencial matricial;

              ΨO = potencial osmótico.

4. DETERMINAÇÃO DA UMIDADE DO SOLO

O potencial de umidade do solo é feito com base em solo seco. Se 1,0 kg de solo úmido perde 0,2 kg de
água após a secagem o seu teor de umidade será de 25% (0,2/0,8 x 100 = 25%).

O termo de umidade do solo também pode se expresso em porcentagem de volume. Isto é, volume de
água por volume de solo.

O método de tensão ou de resistência é uma maneira de expressar a água no solo. Fornece leituras de 1
a 15 bares e se baseia na resistência de materiais porosos como o gesso.

5. RETENÇÃO DE UMIDADE NA PRÁTICA

A capacidade máxima de retenção (CMR) de umidade do solo é determinada com o solo saturado de
água. Nestas condições tanto macroporos como microporos estão cheios de água. Pode ser feita a
campo ou em condições de laboratório. Em laboratório seria só saturar amostras de solos em condições
controladas de peso e retenção.

A capacidade de campo (CC) é determinada após 2 a 3 dias em que a drenagem gravitacional da água
em macroporos tenha cessado.

Há conceitos relacionados às plantas tais como Ponto de Murcha Temporário (PMT) em que a planta
murcha mas pode se recuperar quando colocada em ambiente com alta umidade relativa ou mesmo à
noite. Difere do Ponto de Murcha Permanente (PMP) porque neste a planta não recupera mais o seu
turgor original.
Sempre que se trabalhar com irigação de vasos, experimentos de campo ou condução de práticas de
irrigação as informações referentes a esses parâmetros são importante para o manejo da água na
irrigação.

6. EXERCÍCIO

Determine a umidade do solo e quantos litros de água devem ser colocados em um vaso com 5kg de
terra para que o mesmo atinja 70% da CMR?

DADOS:

Repetições            Solo Seco, g                               %
                                            Solo Saturado, g
1                     100                   120
2                     100                   115
3                     100                   120
4                     100                   115
Média


7. BIBLIOGRAFIA

BRADY, N.C. Natureza e propriedades dos solos. 7a edição. Rio de Janeiro, Freitas Bastos,
989. 878p.

KIEHL, JE. Manual de edafologia: relações solo-planta. São Paulo, Editora Agronômica Ceres, 1979.
264p.




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  • 1. 16 ROTEIROS DE AULAS PRÁTICAS CURSO DE ZOOTECNIA SOLOS E ADUBAÇÃO PROFESSOR DOUTOR ERICO SENGIK
  • 2. MARINGÁ – PARANÁ - 2005 I. DENSIDADE REAL, DENSIDADE DAS PARTÍCULAS, VOLUME DOS SÓLIDOS, PESO ESPECÍFICO REAL, PESO DO VOLUME DE SÓLIDOS OU MASSA ESPECÍFICA REAL 1. CONCEITO: Dr é a relação existente entre a massa de uma amostra de solo (TFSE) e o volume ocupado pelas suas partículas sólidas. Nos solos seu valor varia entre 2,30 e 2,90 g/cm . Seu valor médio, para 3 efeito de cálculos, é de 2,65 g/cm (KIEHL, 1979), isto porque os constituintes minerais predominantes 3 nos solos são o quartzo, os feldspatos e os silicatos de alumínio coloidais, cujas densidades reais estão em torno de 2,65 g/cm . 3 OLIVEIRA & ESPINOSA (1990), a partir de dados de periódicos e da EMBRAPA, obtiveram um valor médio geral para a Dp de 2,59 g.cm e de 2,84 em Latossolos Roxos, de 2,70 em Terra Roxa e -3 de 1,89 g.cm em solos Orgânicos. -3
  • 3. 2. MÉTODOS DE DETERMINAÇÅO: Para a determinação é necessário obter-se o valor da massa da amostra e depois o volume dos sólidos presentes. A massa dos sólidos é obtida por simples pesagens. Quanto ao volume dos sólidos, por tornar-se um pouco mais complexa a sua obtenção, foram criadas algumas metodologias: 2.1. PICNÔMETRO COM ÁGUA: Consiste num frasco de vidro, que cheio de água irá deslocar um volume de água equivalente ao solo adicionado. 2.2. MESA DE TENSÃO: É feita com amostra de terra indeformada num anel volumétrico. 2.3. BALÃO VOLUMÉTRICO: É um método expedito para se determinar a densidade real, recomendado quando não há interesse em se ter resultados rigorosos. METODOLOGIA: a) Tomar 20g de TFSE (terra fina seca em estufa); b) Passar para balão volumétrico de 50ml através de um funil; c) Adicionar (com uma bureta de 50ml previamente cheia de álcool) cerca de 20ml de líquido, suficiente para cobrir a amostra: d) Agitar para que o álcool penetre melhor na terra, expulsando o ar; e) Deixar em repouso por 15 minutos; f) Agitar novamente e completar o volume do balão volumétrico com a bureta. CÁLCULOS:
  • 4. Dr = m/(Vb-Va) m = massa da amostra Vb = volume do balão volumétrico Va = volume de álcool gasto para completar o balão volumétrico. 3. FATORES QUE AFETAM A Dp: Explique para cada exemplo o fator que está afetando a densidade de partículas. EXEMPLO 1: caulinita 2,66 g/cm 3 solo A quartzo 2,66 " solo B hematita 5,30 " solo C magnetita 5,30 " solo E goetita 4,30 " solo F matéria orgânica 1,50 " EXEMPLO 2: caulinita + quartzo Hematita + magnetita Dr 100% 0% 2,65 g/cm 3 75% 25% 3,00 " 55% 45% 3,35 "
  • 5. EXEMPLO 3: solo com 5% de matéria orgânica......2,10 g/cm 3 solo sem matéria orgânica ......... .......2,70 " 4. IMPORTÂNCIA E RELAÇÃO COM AS PLANTAS: Em mineralogia a densidade real nos auxilia na identificação dos minerais. Há expressões matemáticas em que se calculam volumes ou massa de sólidos. Como exemplo tem-se a determinação da porosidade, da aeração,... A densidade real tem efeito indireto sobre o crescimento vegetal, pois representa a média ponderada da densidade real de todos os seus componentes minerais e orgânicos, valores altos ou baixos estão ligados à presença de certos componentes minerais ou orgânicos. 5. QUESTÕES: a) Conceitue Dr. b) Cite os métodos usualmente utilizados para a determinação da Dp. c) Calcule a Dr dos solos. Porquê a diferença. d) Comente a importância edafológica da Dr. e) Determine a Dr de qualquer material. Justifique. f) Justifique o uso do álcool na metodologia do Balão Volumétrico. "O cliente (agricultor) acha caro o que paga por uma orientação técnica, mas não considera caro o que perde pela falta desta."
  • 6. II. DENSIDADE APARENTE, DENSIDADE DO SOLO, DENSIDADE DE VOLUME OU DENSIDADE GLOBAL 1. INTRODUÇÃO: A densidade aparente pode ser definida como a relação entre a massa de uma amostra de solo seca à 110 C e a soma dos volumes ocupados pelas partículas e poros. o FÓRMULA: Da = m/v m = massa do solo v = volume (poros+terra) A densidade aparente, em geral, aumenta com a profundidade do perfil devido às pressões exercidas pelas camadas superiores provocando a compactação, reduzindo a porosidade. A movimentação de material fino dos horizontes superiores (eluviação) também contribui para a redução dos espaços porosos aumentando a densidade aparente dessas camadas. Nos solos minerais os valores de Da variam de 1,10...1,60 g cm . A Da também -3 pode ser calculada pela fórmula: Da = Dr (1-Pt), onde Dr é a densidade e Pt, a porosidade total. Em solos orgânicos, a densidade do solo é inferior a unidade, achando-se valores entre 0,60 a 0,80 g/cm . 3 A Ds ou Dr, é um valor variável para um mesmo solo. O manejo incorreto de um solo pode provocar a sua compactação,alterando-se a estruturação e portanto a densidade aparente.
  • 7. 2. MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO: Os métodos fundamentam-se na obtenção de dois dados principais: a massa e o volume. A massa é obtida pesando-se a FSE (fração seca em estufa). Para a obtenção do volume criaram-se as diferentes técnicas que originaram os vários métodos de determinação da densidade aparente dos solos. 2.1. MÉTODO DO BALÃO VOLUMÉTRICO: O método do balão volumétrico consiste em se encher um balão volumétrico com TFSA. O método apresenta como falhas o uso de terra fina, as quais perderam pelo esboroamento e peneiragens, suas estruturas naturais. Em solos melhores estruturados os volumes obtidos são bem diferentes dos obtidos com estrutura natural. 2.2. MÉTODO DO ANEL VOLUMÉTRICO (CILINDRO VOLUMÉTRICO-50cm ): 3 O método do anel volumétrico fundamenta-se no uso de um anel de bordos cortantes com capacidade interna conhecida. Crava-se o anel na parede do perfil ou no próprio solo, por pancadas ou pressão. Removendo-se a seguir o excesso de terra, com o auxílio de uma faca, até igualar as bordas do anel. O solo obtido é transferido para um recipiente e levado a secar em uma estufa para obtenção da sua massa. 2.3. MÉTODO DO TORRÃO: Aplica-se em situações onde não é possível introduzir o anel volumétrico no solo. O método consiste na impermeabilização de um torrão de maneira a permitir mergulhá-lo em água ou outro líquido, a fim de se determinar seus volumes. A impermeabilização feita com parafina fundida ou borracha crua, de um torrão de 3 a 5 cm de diâmetro, mergulhando-o inteiramente em um vaso com água. O volume de água deslocada corresponde ao volume do torrão. 2.4. ESCAVAÇÃO: Consiste em se cavar no solo um buraco de paredes lisas, coletando-se cuidadosamente a terra escavada, secar e pesar, obtendo-se o valor da massa de terra.O volume é obtido determinando o volume do buraco escavado: enchendo-se com areia o balão de borracha.
  • 8. 2.5. MODERAÇÃO DE NÊUTRONS: Através da aplicação de nêutrons (laboratório ou campo) tem-se a moderação ou transmissão de nêutrons no solo através das quais se obtém a densidade. 3. Explique através dos exemplos os fatores que afetam a Ds: Exemplo 1: valores médios de Ds: solos argilosos: 1,00 - 1,25 g.cm -3 solos arenosos 1,25 - 1,40 g.cm -3 solos humíferos 0,75 -1,00 g.cm -3 solos turfosos 0,20 - 0,40 g.cm -3 Exemplo 2: solo não cultivado cultivado A 1,07 g.cm -3 1,25 g.cm -3 B 0,93 g.cm -3 1,13 g.cm -3 C 1,05 g.cm -3 1,31 g.cm -3 D 1,14 g.cm -3 1,45 g.cm -3 4. RELAÇÃO COM AS PLANTAS E SOLOS: A determinação da densidade do solo dos horizontes de um perfil permite avaliar propriedades do solo como a sua drenagem, sua condutividade hidráulica, sua permeabilidade ao ar e a água, sua capacidade de saturação de água, etc. Através dela teremos informações sobre o manejo atual do solo, e a possibilidade de uso para algumas culturas como as produtoras de raízes e tubérculos.
  • 9. Solos com densidade aparente entre 1,70 … 1,80 g cm dificultam a penetração de -3 raízes; solos com diversas texturas com Ds = 1,90 g cm , ou solos argilosos com Da = 1,60 - -3 1,70 g cm podem não apresentar raízes (KIEHL,1979). -3 Para reduzir o valor da densidade do solo recomenda-se o uso de resíduos orgânicos e o bom manejo do solo. A aração do solo com bom teor de umidade contribui para a agregação do solo assim como a manutenção e incorporação dos restos de cultura ao solo. 5.QUESTÕES PARA FIXAÇÃO: 1. Conceitue Ds. E diferencie Ds de Da. 2. Cite os métodos utilizados para as determinações de Ds. Qual o principal objetivo dos mesmos? 3. Explique a importância edafológica da Ds. 4. Explique os fatores que influem a Ds. 5. Determine Ds de dois pontos diferentes. Justifique a diferença. IMPORTANTE: guarde o material e os dados para determinar a Dr e a porosidade dos solos: Prática de porosidade. Dados coletados para exercícios: PONTOS 1: Repetições Anel+solo seco Anel, g Massa Solo, g Volume Anel, Ds cm3 1 112,0 43,0 52,5 2 130,0 49,0 59,1 3 114,0 43,0 52,8 4 128,8 48,8 61,0 Média
  • 10. PONTOS 2: Repetições Anel+solo seco Anel, g Massa Solo, g Volume Anel, Ds cm 3 1 100,0 43,0 53,0 2 110,0 49,0 60,0 3 100,0 44,0 53,0 4 110,0 50,0 60,0 Média Qual os dois pontos demonstra ter havido maior compactação? Justifique. "Há vários tipos de profissionais: o político, o extensionista, o pesquisador, o prático, o teórico,... todos devem ser respeitados pois são úteis à sociedade e à profissão" III. POROSIDADE, ESPAÇO POROSO, VOLUME DE POROS TOTAIS, VOLUME DE POROS, ESPAÇO LACUNAR OU ESPAÇO INTERSTICIAL DO SOLO. 1. INTRODUÇÃO:
  • 11. O arranjo ou a geometria das partÍculas do solo determina a quantidade e a natureza dos poros de um solo. A porosidade depende principalmente da textura, da estrutura e da matéria orgânica dos solos. A porosidade de um solo pode ser definida como sendo o volume de vazios ou o espaço do solo não ocupado pelos componentes sólidos. % P = (Dr-Da) 100/Dr Há duas categorias de porosidade: a) porosidade capilar denominada de microporosidade . b) porosidade não capilar, denominada de macroporosidade. A macroporosidade é também chamada de porosidade de aeração, porque é a porosidade encontrada vazia, após ter ocorrido a percolação da maior parte da água gravitacional, é o momento em que o ar passa a ocupar os poros não capilares. 2. MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO: a) Método do anel volumétrico (50 cm3); b) Método indireto (fórmula); c) Método do picnômetro de ar; d) Método do querosene. 3. IMPORTÂNCIA E RELAÇÕES COM AS PLANTAS:
  • 12. Os solos que tem menor porosidade são os arenosos porque nos argilosos, o maior teor de argila coloidal contribui para formar agregados. Na prática não se encontram solos arenosos com porosidade superior a 30% e nem argilosos com porosidade superior a 60%. Solo com porosidade entre 60-80% ocorre somente em solos ricos em matéria orgânica. As raízes podem se desenvolver com porosidade pouco acima de 10%, mas o ótimo está entre 20 e 30%. Pode-se melhorar a porosidade pela adição de matéria orgânica. O preparo do solo em condições ótimas de umidade, pode melhorar a estrutura do solo e aumentar a sua porosidade. 4. EXERCÍCIO PARA FIXAÇÃO: a) Calcular a porosidade dos solos, justificando a diferença entre os dois pontos. b) Calcular a percentagem das fases e montar o círculo (parte sólida, ar e água) justificando as diferenças. 5. BIBLIOGRAFIA: BRADY, N.C. Natureza e propriedades dos solos. 7 edição. Rio de Janeiro, Freitas Bastos, a 1989. 878p KIEHL, E.J. Manual de edafologia, relações solo-planta. São Paulo, Editora Ceres, 1979. 263p. Exercício: Analise do ponto de vista edafológico a porosidade nos dois pontos. PONTO 1: Rep. Massa, g Anel, cm 3 Ds Dr 1 69,0 52,5 2,90 2 81,0 59,1 2,80 3 71,0 52,8 2,93 4 80,0 61,0 3,00
  • 13. Média PONTO 2: Rep. Massa, g Anel, cm 3 Ds Dr 1 57,0 53,5 2,90 2 61,0 60,0 2,80 3 56,0 53,0 2,93 4 60,0 60,0 3,00 Média "O agricultor tem a prática, mas nós temos que ter a teoria" IV. TEXTURA E CLASSE TEXTURAL (DETERMINAÇÃO EXPEDITA) 1. INTRODUÇÃO: A textura do solo pode ser definida como sendo a proporção relativa dos diferentes grupos de partículas minerais primárias do solo: são elas a areia (com diâmetro de 2,0 a 0,05mm), o silte ou limo (0,05 - 0,002mm) e a argila (< 0,002mm). A textura é considerada uma propriedade básica do solo porque ela não está sujeita a mudanças rápidas. Um solo rico em areia permanece arenoso e outro rico em argila irá permanecer argiloso. Com a textura do solo pode-se classificar o solo em classes, e esta classificação recebe o nome de CLASSES TEXTURAIS do solo. Quando se fala em % de areia, % de silte e % de argila temos a textura, mas quando se afirma que um solo é argiloso ou arenoso estamos nos referindo a sua classe textural. 2. DETERMINAÇÃO:
  • 14. a) TEXTURA: Colocar uma pequena porção de terra fina (TFSA) na palma da mão e adicionar água, pouco a pouco, até se obter uma pasta homogênea. A amostra precisa ser bastante amassada para evitar erros, especialmente no caso de solos com argilas floculadas que se apresentam como pseudo-areias e, também, para argilas sódicas. Avaliar as porcentagens de argila, silte e areia em função da sensação obtida quando se esfrega uma parte da massa do solo entre o POLEGAR e o INDICADOR; a argila produz a sensação de PLASTICIDADE e PEGAJOSIDADE, o silte de SEDOSIDADE e a areia de ATRITO (ASPEREZA). A precisão dessa determinação depende da prática do operador e, para isso, é necessário aferir o tato, através de treinamento com amostras analisadas que se usa como padrões permanentes para comparação. b) CLASSE TEXTURAL: A classe textural do solo pode ser determinada de diferentes maneiras: a) MÉTODO DO MACARRÃO: com a massa de solo umedecido procura-se fazer um macarrão da grossura de um lápis. O solo será classificado como arenoso quando não se consegue fazer o macarrão. Feito o macarrão tenta-se fazer o número oito, se fizer o solo será argiloso, do contrário será misto. b) MÉTODO DAS CLASSES TEXTURAIS DEFINIDAS: através desse método são adotadas três classes texturais: - ARENOSA (solo com menos de 15% de argila); - MÉDIA (entre 15 - 35% de argila); - ARGILOSA (com mais de 35% de argila) 3. IMPORTÂNCIA: A determinação da textura e da classe textural pelo tato pode ser considerada como uma informação técnica importante. O método do tato é usado em operações de campo,
  • 15. como para a pesquisa e classificação do solo. A exatidão dessa determinação depende principalmente da experiência adquirida. A habilidade na determinação das classes texturais é uma das primeiras atividades que o profissional de campo deve desenvolver. Através da classe textural tem-se a definição dos espaçamentos entre terraços. Com a textura pode-se formar um diagnóstico geral da propriedade quanto à resistência à erosão, quanto à sua fertilidade,... 4. EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO: 4.1. Afira o tato com as amostras conhecidas. 4.2. Estime a textura e as classes texturais para as amostras de solos fornecidas. 4.3. Classifique os solos quanto à fertilidade e à produtividade. Justifique. 5. BIBLIOGRAFIA: BRADY, N.C. Natureza e propriedades dos solos. 7a edição. Rio de Janeiro, Freitas Bastos, 1989. 878p. KIEHL, J.E. Manual de edafologia: relações solo-planta. São Paulo, Editora Agronômica Ceres, 1979. 264p. LEMOS, R.C. & SANTOS, R.D. Manual de descrição e coleta de solo no campo. Campinas, Sociedade Brasileira de Ciência do solo, 1984. 46p. "Faça do limão uma limonada" V. COR DO SOLO 1) INTRODUÇÃO: Cor é a impressão que a luz refletida produz no órgão da visão. A cor de um solo pode variar com o tipo de luz que o ilumina, sendo necessário uma boa iluminação assim
  • 16. como observar o ângulo de incidência dos raios solares. Devendo-se observar a cor sempre com as mesmas condições de iluminação. A coloração do solo sempre foi uma das maneiras mais primitivas de identificá-los. Filósofos gregos e romanos, antes de cristo, classificavam os solos pela coloração. Como a cor é conseqüência do material de origem do solo, dos seus componentes e das condições climáticas predominantes, procura-se associar a cor a características como a fertilidade e produtividade. A cor do solo é um importante elemento no reconhecimento e na descrição dos diferentes grupos genéticos de solos, o que pode ser evidenciado pelo nome de solos como: Latossolo Vermelho Escuro, Podzólico Vermelho Amarelo, Latossolo Roxo,... 2) CORRELAÇÕES DA COR: a) UMIDADE: as tonalidades cinzentas, esverdeadas e azuladas, típicas de várzeas, estão correlacionadas a deficiência de oxigênio. Em função disso os óxidos de ferro podem ter as seguintes colorações: FeO: óxido ferroso, cinzento Fe3O3: óxido férrico (hematita), vermelho Fe2O3. 3H2O: óxido férrico hidratado (limonita), amarelo b) TOPOGRAFIA: em uma toposeqüência pode-se ter um solo vermelho no espigão, mais seco; vermelho-amarelo na meia encosta; amarelado, com mosqueado, próximo da baixada; pardo ou até negro, na baixada mais úmida. c) MATÉRIA ORGÂNICA: a matéria orgânica tende a tornar um solo mais escuro quando comparado com outro sob o mesmo clima. d) TEXTURA: solos ricos em colóides minerais, de textura argilosa, com elevada superfície específica, são mais coloridos que os arenosos. Os solos arenosos são mais susceptíveis ao escurecimento pela matéria orgânica. e) IDADE: nos solos jovens a cor‚ muito influenciada pelo material de origem enquanto que nos solos maduros, a grande influência do clima faz com que a cor se relacione com as condições de temperatura e umidade. f) PLANTAS: através da cor do solo pode-se ter uma idéia de sua aeração, drenagem, conclui-se sobre a permeabilidade, estrutura, porosidade e temperatura do solo, características que influenciam a produtividade vegetal. 3. DETERMINAÇÃO: A determinação da cor é feita comparando-se a cor da amostra de solo com as cores padrões existentes na ESCALA DE MUNSELL para solo. Raramente a coloração da
  • 17. amostra será perfeitamente igual a de um dos padrões. Recomenda-se fazer a leitura com a luz do sol, evitando-se trabalhar duas horas depois do sol nascer e duas antes dele se pôr. A iluminação dever ser difusa, mas não direta, isto é à sombra. A anotação, em letras e números envolve o nome da cor (MATIZ), a sua tonalidade (BRILHO) e a sua pureza ou intensidade (CROMA). O MATIZ encontra-se no alto e à direita de cada folha, por exemplo: 10R, 2,5YR, 5YR,... O BRILHO é lido à esquerda da linha em que se encontra o padrão e é representado pelo numerador de uma fração ordinária, por exemplo: 6/, 4/, 3/, ... O CROMA da cor‚ lido na parte inferior da coluna em que se encontra o padrão sendo representado pelo denominador de uma fração ordinária, por exemplo: /0, /6, / 8, etc. Exemplos de notações completas: Vermelho escuro (2,5 YR 3/4, seco); Vermelho escuro (2,5 YR 3/6, úmido); Vermelho amarelado (5YR 6/8, amassado úmido); Vermelho amarelado (5YR 4/8, triturado seco); 4) QUESTÕES PARA FIXAÇÃO: a) Determine a cor seca e úmida das amostras. b) Classifique os solos e justifique: qual o mais e menos produtivo, idem para fertilidade, para teores de hematita, para limonita, teores de argila, teores de areia, ... 5) BIBLIOGRAFIA: MUNSELL COLOR. MACBETH DIVISION OF KOLLMORGEN CORPORATION, 1975. KIEHL, J.E. Manual de edafologia. Relações solos-plantas. São Paulo, Editora Agronômica Ceres Ltda, 1979. 264p. "Deixe a ZOOTECNIA entrar em seu sangue. Seja curioso. Procure saber os porquês. Leia bastante."
  • 18. VI. ESTRUTURA DO SOLO 1. INTRODUÇÃO : O termo estrutura se refere ao agrupamento ou arranjo das partículas do solo. A estrutura de um solo é o resultado da agregação das suas partículas primárias, originando formas definidas. As partículas de areia, silte e argila, juntas com a matéria orgânica, calcário, sais podem se reunir em massas diferenciadas formando agregados estáveis, são os elementos estruturais ou unidades estruturais. Os agrupamentos de partículas primárias ou agregados, ou PED, dão arranjos com formas definidas, constituindo a estrutura do solo. No solo podem ser encontradas as MACROESTRUTURAS, reconhecíveis a olho nu e as MICROESTRUTURAS, com dimensões inferiores a 1mm, as quais só podem ser identificadas por processos ópticos. A gênese dos agregados (PED) do solo se deve à natureza e ao material de origem, aos agentes cimentantes como a matéria orgânica, a argila e aos sesquióxidos de ferro e alumínio. A presença de cátions e o manejo do solo também influenciam no processo de estruturação. 2. CLASSIFICAÇÃO DA ESTUTURA: A classificação da estrutura é feita em função da forma (tipo), do tamanho (classe) e do grau de estrutura (estabilidade) 2.1. FORMA: define o tipo de estrutura. a) LAMINAR: quando as partículas do solo estão arranjadas em torno de um plano horizontal. Típica de solos de regiões secas e frias, de solos compactados (por pisoteio, por máquinas agrícolas,...). São freqüentes nos horizontes A1 e A2, podendo aparecer no C. b) PRISMÁTICA: quando as partículas estão arranjadas em torno de uma linha vertical dominante. Possui dois subtipos:
  • 19. PRISMÁTICA quando a cabeça apresenta ângulos e COLUNAR quando arredondada. Ambas são típicas de horizonte B, sendo a colunar diagnóstico de horizonte B solonético. c) BLOCOS: é a estrutura que possui as três dimensões da unidade estrutural (vertical, horizontal e oblíqua) aproximadamente iguais. É típica de subsolos e comum em regiões áridas e semi-áridas. Pode ser subdividida em: BLOCOS ANGULARES: em que as faces são planas e a maioria dos vértices possui ângulos vivos. BLOCOS SUBANGULARES: é a que apresenta uma mistura de faces planas e arredondadas, com muitos vértices arredondados. d) GRANULAR OU ESFEROIDAL: partículas em torno de um ponto, como a em blocos só que não possui faces de contato. Pode ser GRANULAR PROPRIAMENTE DITA e em GRUMOS quando as unidades são porosas. É típica de camadas de aração, particularmente as com muita matéria orgânica (BIOESTRUTURA). Estão sujeitas a modificações amplas e rápidas. 2.2. TAMANHO: É que define a classe por tamanho da estrutura. Exemplo para granular e em grumos: a) muito pequena (< 1mm de diâmetro) b) pequena (1 - 2 mm) c) média (2 - 5 mm) d) grande (5 - 10 mm) e) muito grande (> 10mm) 2.3. GRAU DE ESTRUTURA:
  • 20. Ou estabilidade da estrutura, define o desenvolvimento da estrutura, sua estabilidade, sua coesão dentro e fora dos agregados. a) SEM ESTRUTURA: pode ser - GRÃO SIMPLES: não coerente. Solos arenosos - MACIÇA: coerente. Argilitos, siltitos b) COM ESTRUTURA: pode ser - FRACA: quando é muito quebradiça - MODERADA: pedos moderadamente duros - FORTE: quando difícil de desmanchar OBSERVAÇÕES: - A condição favorável para a determinação da estrutura no campo é com o solo ligeiramente mais seco do que úmido; - Para o horizonte B latossólico "pó-de-café" a estrutura deve ser descrita como: forte muito pequena granular; - Há possibilidade de diferentes tipos de estrutura em um horizonte: nesse caso a estrutura é composta; - Num horizonte B textural ocorre a estrutura moderada média blocos subangulares e num horizonte nátrico, a estrutura é forte grande colunar. 3. MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO: a) MÉTODOS DIRETOS: método macroscópico feito no campo pela avaliação do tipo, classe e grau de estruturação, ou através de métodos microscópicos onde através da confecção de lâminas de vidro se fazem observações no microscópico polarizante.
  • 21. b) MÉTODOS INDIRETOS: a estrutura é estudada através de suas causas e conseqüências. As causas são os agentes físicos, químicos e físico-químicos necessários a formação dos agregados. As conseqüências são características do solo relacionadas ao crescimento das plantas: tamanho, distribuição e estabilidade dos agregados. Os principais parâmetros estudados são a agregação e a porosidade, que pode ser feita pelo TAMIZAMENTO A SECO ou TAMIZAMENTO ÚMIDO. 4. CORRELAÇÕES E IMPORTÂNCIA: Há evidências de que as condições e características do solo, como a infiltração e movimentação de água, transferência de calor, aeração, densidade aparente e porosidade, são influenciadas pela estrutura. As raízes retiram do solo o oxigênio, a água e nutrientes os quais poderão faltar quando o solo não estiver bem estruturado. A penetração de raízes no solo é variável segundo a estrutura que o mesmo apresenta. Foi observado em um Latossolo Roxo que agregados menores que 1mm favorecem o crescimento do milho, num solo Podzólico Vermelho Amarelo foram os agregados de 4 a 2mm e de 2 a 1mm os que favoreceram o crescimento do milho. Enquanto a destruição da estrutura é relativamente fácil a sua recuperação é muito lenta. Para a recuperação ou manutenção se recomenda a rotação de culturas, a aplicação de calcário, de adubos orgânicos e o manejo adequado do solo. 5. QUESTÕES: 5.1. Dê Um exemplo de denominação de estrutura. 5.2. Qual a forma, grau e a classe de estrutura dos solos? 5.3. Justifique o efeito da estrutura no controle da erosão hídrica? 5.4. Explique com suas palavras agregado do solo. 6. BIBLIOGRAFIA:
  • 22. BRADY, N.C. Natureza e propriedades dos solos. 7a edição. Rio de Janeiro, Freitas Bastos, 989. 878p. KIEHL, JE. Manual de edafologia: relações solo-planta. São Paulo, Editora Agronômica Ceres, 1979. 264p. LEMOS, R.C. & SANTOS, R.D. Manual de descrição e coleta de solo no campo. Campinas, Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 1984. 46p. "Polidamente, sem criar constrangimentos: Seja "chato". Pergunte. Questione. Entenda os porquês. Leia muito." VII. COLETA DE AMOSTRAS DE SOLOS 01. ÉPOCA: pelo menos quatro meses antes do plantio ou semeadura; 02. PERIODICIDADE: dois em dois anos; 03. MATERIAL NECESSÁRIO: - balde de plástico, latão ou caixa de papelão; - pá cortadeira ou trado; - facão; - saco plástico limpo ou caixinhas de papelão; - lápis, caneta e etiquetas.
  • 23. 04. DIVIDIR A PROPRIEDADE EM TALHÕES (CROQUI), LOTES, ... Com base em: a) cor da terra b) topografia c) uso da terra d) adubação e) textura f) manchas 05. RETIRE AS AMOSTRAS SIMPLES FORMANDO COMPOSTAS: em ziguezague 06. CADA AMOSTRA COMPOSTA DEVERÁ SER FORMADA POR 15 A 20 AMOSTRAS SIMPLES: 07. NÃO RETIRE AMOSTRAS PERTO DE : a) - casas; b) galpões; c) chiqueiros; d) formigueiros; d) queimadas 08. COMO COLETAR AMOSTRAS SIMPLES: a) Limpe a superfície retirando o que não interessa (capim, lixo, pedras, folhas, etc)...); b) cave um buraco em forma de cunha, fundura dependendo da cultura, da calagem e adubação a serem feitas; c) corte uma fatia de 5cm de largura de cima para baixo em um dos lados da cova; d) corte a fatia em três partes com a faca. Jogue fora os lados e coloque o "MIOLO" no balde limpo. 09. NÃO UTILIZE SACOS PLÁSTICOS SUJOS, LATAS ENFERRUJADAS, SACOS DE ADUBO, DE CALCÁRIO, PARA ENSACAR A AMOSTRA;
  • 24. 10. NÃO RETIRE AS AMOSTRAS COM A TERRA NEM MUITO MOLHADA E NEM MUITO SECA. 11. QUESTÕES: a) Faça um croqui de uma propriedade, separando-a em talhões. Justifique os talhões. b) Quantas amostras serão coletadas? E quantas amostras serão enviadas para análise? d) Qual a profundidade usual de coleta? Justifique. "DEPURE-SE COMO PESSOA: saiba dançar, nadar, tocar um instrumento, pratique um esporte, aprenda uma nova língua, ..." VIII. ÁGUA DO SOLO 1. INTRODUÇÃO A água é um dos fatores mais limitantes pra o crescimento vegetal. Sua deficiência é uma das principais causas do insucesso do cultivo das plantas e do desenvolvimento dos animais. Ela age como solvente, é considerado o solvente universal, forma a solução dos solos, de onde as plantas retiram seus nutrientes, atua na aeração e controle da temperatura do solo e, em excesso, causa a erosão acelerada dos solos agrícolas. 2. ESTRUTURA E PROPRIEDADES DA ÁGUA A molécula da água é assimétrica com pólos positivo e negativo, resultando numa polaridade importante nas reações do solo de interesse para as plantas pois ela dissolve íons e moléculas pela hidratação. As forças de coesão e adesão das moléculas de água dão a água a grande capacidade de capilaridade, fazendo com que a água suba em altura bastante significativas como nas folhas de uma sequóia. 3. MOVIMENTO E CONCEITOS ENERGÉTICOS DA ÁGUA O movimento da água depende de vários tipos de energia tais como a energia potencial, cinética, gravitacional e elétrica. Sua energia livre é o somatório de todas outras energias da água. A água sempre tende a se movimentar de um estado de maior para menor estado de energia.
  • 25. As principais forças que atuam sobre a energia da água e portanto influem no seu movimento são: ��.aforça matricial (adesão): força dos sólidos (matriz solos) atraindo a água; ��.bforça osmótica: força exercida pelos sais dos solos; ��.cforça da gravidade: força que tende a puxar a água para baixo e desloca-la de pontos mais altos para mais baixos. O potencial total da água do solo, ou diferença de energia livre de um ponto para outro, é a soma dos potenciais resultantes das diversas forças existentes: Ψt = Ψg + Ψm + ΨO + ... onde; Ψt = potencial total; Ψg = potencial gravitacional; Ψm = potencial matricial; ΨO = potencial osmótico. 4. DETERMINAÇÃO DA UMIDADE DO SOLO O potencial de umidade do solo é feito com base em solo seco. Se 1,0 kg de solo úmido perde 0,2 kg de água após a secagem o seu teor de umidade será de 25% (0,2/0,8 x 100 = 25%). O termo de umidade do solo também pode se expresso em porcentagem de volume. Isto é, volume de água por volume de solo. O método de tensão ou de resistência é uma maneira de expressar a água no solo. Fornece leituras de 1 a 15 bares e se baseia na resistência de materiais porosos como o gesso. 5. RETENÇÃO DE UMIDADE NA PRÁTICA A capacidade máxima de retenção (CMR) de umidade do solo é determinada com o solo saturado de água. Nestas condições tanto macroporos como microporos estão cheios de água. Pode ser feita a campo ou em condições de laboratório. Em laboratório seria só saturar amostras de solos em condições controladas de peso e retenção. A capacidade de campo (CC) é determinada após 2 a 3 dias em que a drenagem gravitacional da água em macroporos tenha cessado. Há conceitos relacionados às plantas tais como Ponto de Murcha Temporário (PMT) em que a planta murcha mas pode se recuperar quando colocada em ambiente com alta umidade relativa ou mesmo à noite. Difere do Ponto de Murcha Permanente (PMP) porque neste a planta não recupera mais o seu turgor original.
  • 26. Sempre que se trabalhar com irigação de vasos, experimentos de campo ou condução de práticas de irrigação as informações referentes a esses parâmetros são importante para o manejo da água na irrigação. 6. EXERCÍCIO Determine a umidade do solo e quantos litros de água devem ser colocados em um vaso com 5kg de terra para que o mesmo atinja 70% da CMR? DADOS: Repetições Solo Seco, g % Solo Saturado, g 1 100 120 2 100 115 3 100 120 4 100 115 Média 7. BIBLIOGRAFIA BRADY, N.C. Natureza e propriedades dos solos. 7a edição. Rio de Janeiro, Freitas Bastos, 989. 878p. KIEHL, JE. Manual de edafologia: relações solo-planta. São Paulo, Editora Agronômica Ceres, 1979. 264p. “We Become What We Think”