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A grande problemática da criatura humana é a própria
criatura humana, herdeira de si mesma, conforme acentua a
doutrina espírita,a sua viagem, ao longo dos milênios tem sido
muito lenta através da qual vai adquirindo as primeiras
sensações para depois as emoções a fim de alcançar o estágio
superior da intuição repetindo experiências que se sucedem
como método pedagógico de aprendizagem. Fazendo-se uma
análise antropossociopsicológica dessa evolução iremos
observar o surgimento da ideação do pensamento em um
período já bastante recuado da nossa história evolutiva. O
admirável psicólogo Mira Y Lopez analisando o
desenvolvimento intelectual da criança estabelece que isso se
dá através de vários estágios ou períodos nos quais o cérebro
que áquela época era considerado como uma página em
branco,vai inscrevendo as experiências e conquistando
conhecimentos.A visão moderna da psicologia é bem
diferente.Segundo os autores mais audaciosos do momento,o
cérebro já trás tendências esculpidas,mensagens gravadas e
manifestações de conhecimento graças ao atavismo da
evolução. Mas assim mesmo vamos deter-nos um pouco no
esquema apresentado pelo Professor Dr. Mira Y
Lopez,somente que ao invés de analisarmos a criança vamos
fazer um estudo embora muito sucinto do processo da
evolução social e antropológica para entendermos a
possibilidade de vivermos em paz para chegarmos á
compreensão de que é possível viver em paz e que os
impedimentos são fenômenos naturais que vêm sendo
transferidos de uma etapa para outra e que nós podemos
naturalmente superar graças ao esforço que empreendamos
em benefício de nós próprios. Nesse labor exaustivo cada qual
tem que desempenhar o seu papel, ninguém pode realizar a
tarefa que a outrem compete.Podem-se estabelecer
valores,proporem-se experiências,apresentar-se métodos mas
a jornada é individual e é instransferível. Ninguém evolui por
outrem, ninguém adquire títulos de enobrecimento para os
transferir em favor de alguémque opte pela retaguarda.
Graças a isso o professor Mira Y Lopez estabelece que nesse
processo da evolução infantil o primeiro período é primitivo,
se nós anteciparmos a escala zoológica para vermos o instante
da transição do pithecantropus erectus para o homo sapiens
detectaremos que nessa fase não há pensamento, o ser é um
feixe de instintos. Depois que o princípio espiritual transitou
no reino animal em um longo letargo para poder desenvolver
o deus que nele jaz, ao chegar ao período animal ele viveu a
experiência do desenvolvimento de um sistema nervoso
embrionário na seiva da planta.Como os espíritas
sabemos,Deus não nos teria criado possuidores de todos os
valores que exornam a personalidade do ser contemporâneo,
Ele criou o princípio espiritual e facultou através dos milênios
de séculos a experiência individual, á semelhança de uma
semente que deve dormir na intimidade do subsolo para então
intumescer-se e começar a desenvolver a sua fatalidade
vegetativa. Á medida que ela vai intumescendo-se, a raiz que
vai buscar a seiva da vida, desce numa grande vertical
enquanto a vida em si mesma, ascende em uma outra plântula
igualmente vertical,uma haste para cima na busca da
fotossíntese, outra haste para baixo na busca das substâncias
minerais que a mantêm e dos fatores climatéricos
responsáveis pela sua existência.Assim também esse princípio
espiritual ao dormir longamente no reino mineral ele é apenas
uma força de radiação que aglutina as moléculas em torno de
um feixe central. Logo depois iria surgir nele o arrebentar da
couraça, esse princípio espiritual começara a crescer; a haste
na vertical inferior seria a segurança das primeiras
experiências da sensação e a haste na ascensão pela vertical é
exatamente a busca do estágio de humanidade, é uma
fatalidade que está íncita e que o tempo forçosamente irá
desenvolver. Para todos, este fenômeno espontâneo dar-se-á,
porque independe da vontade individual de cada qual. Logo
depois, no reino vegetal vai surgir-lhe os pródromos da
sensibilidade e a seiva, o futuro sistema nervoso central. Essa
seiva que reúne os valores vegetativos, que se encarrega da
nutrição, da conservação e da perpetuação da espécie através
das futuras flôres, dos futuros frutos e sementes que irão
representar na criatura humana as sensações reprodutoras
que estarão no reino animal como aparelho genésico. Vai
surgir agora, o instinto de reprodução, o instinto de
conservação da vida, o instinto de destruição. A lei universal
básica é a de amor muito bem exarada em o “Livro dos
Espíritos” na sua terceira parte e logo após a lei de amor, a lei
do progresso, inevitável. Estamos no rio da evolução e
ninguém pode optar por demorar-se á margem, todos
avançaremos mesmo quando nos atenhamos a fixações
perniciosas e desagradáveis. Já no reino animal vamos ter
agora as sensações já referidas mas também um passo adiante
para um instinto que é uma inteligência embrionária.Nós
vemos em todos os animais,particularmente no cão, no
golfinho, nas baleias, em outros mamíferos essa inteligência
que nos dá quase uma ideia de lucidez. No reino da ferocidade
quando os animais se agridem e tem desenvolvido o olfato e a
vista para a preservação da própria vida, quantas vezes temos
a ideia de que houve uma elaboração primária. Mas
recentemente graças à grande mídia, observamos cães e gatos
que têm sido treinados para salvarem as vidas daqueles que
são encarregados de os manter e agindo através de um
instinto parece que tem um vislumbre de inteligência, já se
encontram em uma fase mais adiantada, em uma faixa de
evolução mais aprimorada, mas tudo isto é uma herança que
se vai acumulando para desenvolver outros valores, alguns se
vão transformando, ficando á margem, enquanto outros vão
se desenvolvendo. Na semente, a casca desaparece e ás vezes
se converte em nutrição. Ela que era o claustro no qual estava
a seiva da vida, transforma-se no elemento nutriente da
própria vida. Nesse espírito o princípio espiritual aparecerá
agora o envoltório. À medida em que o reino animal se vai
agrandando esse envoltório vai se desenvolvendo, é a
fatalidade da futura forma que Allan Kardec denominou com
excelente propriedade, ”o perispírito”. É o modelo
organizador biológico graças ao qual a forma repete-se, seria
uma memória do espírito transferida para uma camada que o
protege e que arquiva as suas experiências.Nessa fase em que
transita do pithecantropus erectus para o homo sapiens ele
agora vai desenvolver os primeiros “insights”, os primeiros
lampejos da inteligência, não possuindo a capacidade de
raciocinar, surge-lhe a atenção como fator psicológico
primordial, será através da atenção, da observação, da
repetição do fato que ele irá fazer as primeiras pontes de
raciocínio e é esse o período que começa no processo
evolutivo, o pensamento, e esse pensamento, segundo Mira Y
Lopez, nessa fase, é o pensamento primitivo arcaico. Aquelas
heranças que levam o ser primário à defesa é o homem
primitivo que foge para a caverna, ele é impulsionado a
defender-se dos climas rígidos de então, das mudanças
bruscas de temperatura, que ele não compreende, das forças
galvanizantes da natureza, das feras que o hostilizam e que o
matam, então por instinto ele se vai preservar, ocultando-se
na intimidade das furnas. Há agora aí um princípio de
pensamento, ele dá-se conta pelo raciocínio que ali está
preservada a sua vida, o seu clã à semelhança do animal, ele
protege as crias daquele reino que ele veio. Quando nós vemos
a leoa lambendo o filho, podemos antecipar a futura mãe
humana beijando o seu descendente. Esse instinto de o limpar
com a língua se vai transformar na carícia que expressa a
ternura e o sentimento elevado. Então esse pensamento é
primário, ele é arcaico, não tem lógica, ele se vai repetir por
alguns milhões de anos até criar hábitos e dá-se conta de
outros valores que não havia observado. Pela repetição ele vai
constatar que a furna à qual se acolhe não lhe dá a segurança
desejada e vai perceber que tem apenas uma entrada e
quando alguém por ela penetra, a sua fuga torna-se
impossível. Ao mesmo tempo ele vai perceber que se alguém
obstruir aquela porta de acesso ele ficará enjaulado até a
morte. Ele agora já percebe que aquela furna protetora, não é
a furna salvadora. Sai e vem habitar a floresta. O pensamento
já se torna, segundo Mira Y Lopez, pré mágico. Ao habitar a
floresta, ele observa os acontecimentos, as chuvas,a noite o
dia, o sol a lua,os movimentos do solo, os terremotos, os
maremotos, as erupções vulcânicas chamam-lhe a atenção e
ele parece que está desprotegido nesse caos então vem agora
um pensamento mágico, ele começa a conceber que existe algo
muito poderoso que ele não penetra e que modifica toda essa
estrutura. No reino infantil, nós notamos isso. A criança está
totalmente entregue àquele que dela cuida. A criança tem
instintos de aceitação e de repulsa às pessoas que se lhe
acercam do leito e como não tem a capacidade de discernir e a
visão ainda não proporciona a memória dos acontecimentos é
o olfato, a herança animal que faz a criança ficar tranquila ou
assustar-se quando chega um estranho. Nós, sempre infantis,
vemos uma criança que não conhecemos e já começamos a
fazer infantilidades: - que gracinha! E tal e ela chora, não é
da nossa palhaçada, é porque ela sente o cheiro nosso, não
sabe identificar, é um perigo, então ela chora para chamar a
atenção de alguém que a acolhe e ao acolhe-la ela sente o
cheiro convencional que lhe dá tranquilidade e acalma-se.
Não há um raciocínio, há todo um mecanismo de instintos que
adaptaram; aceitar ou recusar. É o homem primitivo então
que está agora no seio da floresta,pelo olfato ele pode
perceber perigos, a presença de animais que se acercam, de
outros indivíduos que lhe constituem ameaça, ele começa a
perceber com um sentido muito aguçado quando os animais
fogem pelo anuncio de um terremoto que eles captam pelas
ressonâncias vibratórias, o homem primitivo também, porque
ele é mais animal do que uma criatura pensante. Continuará
sempre animal num processo estéquiogenético de evolução.
Ele agora percebe, e se resguarda mas tudo nele é de uma
natureza mágica, fascinante e ele vai criando determinados
hábitos, ele vai dando-se conta que a esse fenômeno acontece
outro , não sabe porquê. Às chuvas torrenciais, vem um
período de paz relativa, de explosão de flores e de belezas,
logo depois, vem a ardência do sol, vem novamente uma
mudança de clima, para voltarem as chuvas e ele vai
percebendo esses ciclos, dentro da magia da estrutura de uma
mente, cujos sulcos cerebrais ainda não estão armazenando
informações. É um período portanto, fascinante. Logo depois
ele parte para o pensamento pré mágico. É a criança que
começa a balbuciar as primeiras palavras, que encanta e ela
vai pronunciar a primeira palavra da pessoa com quem mais
convive, é a mãe, é o pai, é a babá, é o gato; a depender
daquela proximidade e isso produz o encanto em que ouve o
seu nome ali anunciado numa sílaba mas na tradução do
sorriso da criança, na tradução desse espetáculo maravilhoso
da natureza, ele é pré mágico.Agora o indivíduo já pode
entender que cada período desse, tem uma proteção e vão
surgir os primeiros deuses que se encarregarão de favorecer
essa ocorrência habitual continuada. A criança vai eleger as
pessoas com quem se compraz. Nós, infantilmente,
começamos a perturbar o desenvolvimento intelectual e moral
da criança, subornando-a,dando coisas agradáveis, dando
doces, oferecendo balas para surgirem cáries logo depois.Na
nossa infantilidade nós queremos conquistar porque esses
períodos não estão definitivos, não terminam, eles mesclam-se.
Há indivíduos modernos e temos-los dentro de nossa casa
vivendo ainda o período arcaico. Aquela pessoa retrógrada,
aquela pessoa de consciência de sono, aquele indivíduo
incapaz de dar um passo avançado. Ele vive essa fase da
rotina:- porque eu irei tentar fazer uma coisa que não
conheço se isso tem dado certo até agora? É o arcaísmo, ele
vive do que fez, ele repete o que sabe e por consequência, não
progride.Noutros nós vamos encontrar aquele indivíduo
mágico: - Ah no dia de hoje eu vou pedir a Santa Clara para
que ela coloque o sol e coloca sal no fogo como se Santa Clara
necessitasse de ser salgada ou então é aquela visita que chega
na hora errada,fica o tempo errado e fala tudo errado.Um
momentinho e coloca a vassoura de cabo para baixo para que
a pessoa saia, é o período mágico e como a pessoa já ia sair: -
viu! Que dá certo! E aí estabelece o período pré mitológico, a
crendice, a vassoura se torna a pessoa mais importante de
casa. É chegar uma visita desagradável; vassoura na visita!
Atrás da porta. Tem esse detalhe : se colocar na frente da
porta a pessoa não sai nunca mais, vai morar!Como estão
esses arcaísmos e nós, e como nós os repetimos sem nos
darmos conta de que estamos no período da razão, aliás a
doutrina espírita é a doutrina da lógica, da razão,do bom
senso mas eu sou tomado de surpresa a cada instante com os
espíritas do período pré mágico quando nós falamos da
realidade da doutrina, eles nos olham de esguelha até
aparecer alguém que mente, que fantasia e ele se deslumbra e
adota.Essas teses absurdas que não têm nenhuma vinculação
com a doutrina espírita mas que agradam a esse indivíduo
que apesar de informado intelectualmente dos valores
doutrinários, emocionalmente está numa fase primária da
evolução e adota. E muitos outros de nós reagimos, ficamos
coléricos, quando deveríamos ter uma postura de tolerância,
achar que está bem, melhor que faça o bem, mesmo que a seu
modo do que não fazerem bem nenhum ou começarem a
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10 a transformação do homem na era da regeneração
 

Viver em paz

  • 1. A grande problemática da criatura humana é a própria criatura humana, herdeira de si mesma, conforme acentua a doutrina espírita,a sua viagem, ao longo dos milênios tem sido muito lenta através da qual vai adquirindo as primeiras sensações para depois as emoções a fim de alcançar o estágio superior da intuição repetindo experiências que se sucedem como método pedagógico de aprendizagem. Fazendo-se uma análise antropossociopsicológica dessa evolução iremos observar o surgimento da ideação do pensamento em um período já bastante recuado da nossa história evolutiva. O admirável psicólogo Mira Y Lopez analisando o desenvolvimento intelectual da criança estabelece que isso se dá através de vários estágios ou períodos nos quais o cérebro que áquela época era considerado como uma página em branco,vai inscrevendo as experiências e conquistando conhecimentos.A visão moderna da psicologia é bem diferente.Segundo os autores mais audaciosos do momento,o cérebro já trás tendências esculpidas,mensagens gravadas e manifestações de conhecimento graças ao atavismo da evolução. Mas assim mesmo vamos deter-nos um pouco no esquema apresentado pelo Professor Dr. Mira Y Lopez,somente que ao invés de analisarmos a criança vamos fazer um estudo embora muito sucinto do processo da evolução social e antropológica para entendermos a possibilidade de vivermos em paz para chegarmos á compreensão de que é possível viver em paz e que os impedimentos são fenômenos naturais que vêm sendo transferidos de uma etapa para outra e que nós podemos naturalmente superar graças ao esforço que empreendamos em benefício de nós próprios. Nesse labor exaustivo cada qual tem que desempenhar o seu papel, ninguém pode realizar a tarefa que a outrem compete.Podem-se estabelecer valores,proporem-se experiências,apresentar-se métodos mas
  • 2. a jornada é individual e é instransferível. Ninguém evolui por outrem, ninguém adquire títulos de enobrecimento para os transferir em favor de alguémque opte pela retaguarda. Graças a isso o professor Mira Y Lopez estabelece que nesse processo da evolução infantil o primeiro período é primitivo, se nós anteciparmos a escala zoológica para vermos o instante da transição do pithecantropus erectus para o homo sapiens detectaremos que nessa fase não há pensamento, o ser é um feixe de instintos. Depois que o princípio espiritual transitou no reino animal em um longo letargo para poder desenvolver o deus que nele jaz, ao chegar ao período animal ele viveu a experiência do desenvolvimento de um sistema nervoso embrionário na seiva da planta.Como os espíritas sabemos,Deus não nos teria criado possuidores de todos os valores que exornam a personalidade do ser contemporâneo, Ele criou o princípio espiritual e facultou através dos milênios de séculos a experiência individual, á semelhança de uma semente que deve dormir na intimidade do subsolo para então intumescer-se e começar a desenvolver a sua fatalidade vegetativa. Á medida que ela vai intumescendo-se, a raiz que vai buscar a seiva da vida, desce numa grande vertical enquanto a vida em si mesma, ascende em uma outra plântula igualmente vertical,uma haste para cima na busca da fotossíntese, outra haste para baixo na busca das substâncias minerais que a mantêm e dos fatores climatéricos responsáveis pela sua existência.Assim também esse princípio espiritual ao dormir longamente no reino mineral ele é apenas uma força de radiação que aglutina as moléculas em torno de um feixe central. Logo depois iria surgir nele o arrebentar da couraça, esse princípio espiritual começara a crescer; a haste na vertical inferior seria a segurança das primeiras experiências da sensação e a haste na ascensão pela vertical é exatamente a busca do estágio de humanidade, é uma
  • 3. fatalidade que está íncita e que o tempo forçosamente irá desenvolver. Para todos, este fenômeno espontâneo dar-se-á, porque independe da vontade individual de cada qual. Logo depois, no reino vegetal vai surgir-lhe os pródromos da sensibilidade e a seiva, o futuro sistema nervoso central. Essa seiva que reúne os valores vegetativos, que se encarrega da nutrição, da conservação e da perpetuação da espécie através das futuras flôres, dos futuros frutos e sementes que irão representar na criatura humana as sensações reprodutoras que estarão no reino animal como aparelho genésico. Vai surgir agora, o instinto de reprodução, o instinto de conservação da vida, o instinto de destruição. A lei universal básica é a de amor muito bem exarada em o “Livro dos Espíritos” na sua terceira parte e logo após a lei de amor, a lei do progresso, inevitável. Estamos no rio da evolução e ninguém pode optar por demorar-se á margem, todos avançaremos mesmo quando nos atenhamos a fixações perniciosas e desagradáveis. Já no reino animal vamos ter agora as sensações já referidas mas também um passo adiante para um instinto que é uma inteligência embrionária.Nós vemos em todos os animais,particularmente no cão, no golfinho, nas baleias, em outros mamíferos essa inteligência que nos dá quase uma ideia de lucidez. No reino da ferocidade quando os animais se agridem e tem desenvolvido o olfato e a vista para a preservação da própria vida, quantas vezes temos a ideia de que houve uma elaboração primária. Mas recentemente graças à grande mídia, observamos cães e gatos que têm sido treinados para salvarem as vidas daqueles que são encarregados de os manter e agindo através de um instinto parece que tem um vislumbre de inteligência, já se encontram em uma fase mais adiantada, em uma faixa de evolução mais aprimorada, mas tudo isto é uma herança que se vai acumulando para desenvolver outros valores, alguns se
  • 4. vão transformando, ficando á margem, enquanto outros vão se desenvolvendo. Na semente, a casca desaparece e ás vezes se converte em nutrição. Ela que era o claustro no qual estava a seiva da vida, transforma-se no elemento nutriente da própria vida. Nesse espírito o princípio espiritual aparecerá agora o envoltório. À medida em que o reino animal se vai agrandando esse envoltório vai se desenvolvendo, é a fatalidade da futura forma que Allan Kardec denominou com excelente propriedade, ”o perispírito”. É o modelo organizador biológico graças ao qual a forma repete-se, seria uma memória do espírito transferida para uma camada que o protege e que arquiva as suas experiências.Nessa fase em que transita do pithecantropus erectus para o homo sapiens ele agora vai desenvolver os primeiros “insights”, os primeiros lampejos da inteligência, não possuindo a capacidade de raciocinar, surge-lhe a atenção como fator psicológico primordial, será através da atenção, da observação, da repetição do fato que ele irá fazer as primeiras pontes de raciocínio e é esse o período que começa no processo evolutivo, o pensamento, e esse pensamento, segundo Mira Y Lopez, nessa fase, é o pensamento primitivo arcaico. Aquelas heranças que levam o ser primário à defesa é o homem primitivo que foge para a caverna, ele é impulsionado a defender-se dos climas rígidos de então, das mudanças bruscas de temperatura, que ele não compreende, das forças galvanizantes da natureza, das feras que o hostilizam e que o matam, então por instinto ele se vai preservar, ocultando-se na intimidade das furnas. Há agora aí um princípio de pensamento, ele dá-se conta pelo raciocínio que ali está preservada a sua vida, o seu clã à semelhança do animal, ele protege as crias daquele reino que ele veio. Quando nós vemos a leoa lambendo o filho, podemos antecipar a futura mãe humana beijando o seu descendente. Esse instinto de o limpar
  • 5. com a língua se vai transformar na carícia que expressa a ternura e o sentimento elevado. Então esse pensamento é primário, ele é arcaico, não tem lógica, ele se vai repetir por alguns milhões de anos até criar hábitos e dá-se conta de outros valores que não havia observado. Pela repetição ele vai constatar que a furna à qual se acolhe não lhe dá a segurança desejada e vai perceber que tem apenas uma entrada e quando alguém por ela penetra, a sua fuga torna-se impossível. Ao mesmo tempo ele vai perceber que se alguém obstruir aquela porta de acesso ele ficará enjaulado até a morte. Ele agora já percebe que aquela furna protetora, não é a furna salvadora. Sai e vem habitar a floresta. O pensamento já se torna, segundo Mira Y Lopez, pré mágico. Ao habitar a floresta, ele observa os acontecimentos, as chuvas,a noite o dia, o sol a lua,os movimentos do solo, os terremotos, os maremotos, as erupções vulcânicas chamam-lhe a atenção e ele parece que está desprotegido nesse caos então vem agora um pensamento mágico, ele começa a conceber que existe algo muito poderoso que ele não penetra e que modifica toda essa estrutura. No reino infantil, nós notamos isso. A criança está totalmente entregue àquele que dela cuida. A criança tem instintos de aceitação e de repulsa às pessoas que se lhe acercam do leito e como não tem a capacidade de discernir e a visão ainda não proporciona a memória dos acontecimentos é o olfato, a herança animal que faz a criança ficar tranquila ou assustar-se quando chega um estranho. Nós, sempre infantis, vemos uma criança que não conhecemos e já começamos a fazer infantilidades: - que gracinha! E tal e ela chora, não é da nossa palhaçada, é porque ela sente o cheiro nosso, não sabe identificar, é um perigo, então ela chora para chamar a atenção de alguém que a acolhe e ao acolhe-la ela sente o cheiro convencional que lhe dá tranquilidade e acalma-se. Não há um raciocínio, há todo um mecanismo de instintos que
  • 6. adaptaram; aceitar ou recusar. É o homem primitivo então que está agora no seio da floresta,pelo olfato ele pode perceber perigos, a presença de animais que se acercam, de outros indivíduos que lhe constituem ameaça, ele começa a perceber com um sentido muito aguçado quando os animais fogem pelo anuncio de um terremoto que eles captam pelas ressonâncias vibratórias, o homem primitivo também, porque ele é mais animal do que uma criatura pensante. Continuará sempre animal num processo estéquiogenético de evolução. Ele agora percebe, e se resguarda mas tudo nele é de uma natureza mágica, fascinante e ele vai criando determinados hábitos, ele vai dando-se conta que a esse fenômeno acontece outro , não sabe porquê. Às chuvas torrenciais, vem um período de paz relativa, de explosão de flores e de belezas, logo depois, vem a ardência do sol, vem novamente uma mudança de clima, para voltarem as chuvas e ele vai percebendo esses ciclos, dentro da magia da estrutura de uma mente, cujos sulcos cerebrais ainda não estão armazenando informações. É um período portanto, fascinante. Logo depois ele parte para o pensamento pré mágico. É a criança que começa a balbuciar as primeiras palavras, que encanta e ela vai pronunciar a primeira palavra da pessoa com quem mais convive, é a mãe, é o pai, é a babá, é o gato; a depender daquela proximidade e isso produz o encanto em que ouve o seu nome ali anunciado numa sílaba mas na tradução do sorriso da criança, na tradução desse espetáculo maravilhoso da natureza, ele é pré mágico.Agora o indivíduo já pode entender que cada período desse, tem uma proteção e vão surgir os primeiros deuses que se encarregarão de favorecer essa ocorrência habitual continuada. A criança vai eleger as pessoas com quem se compraz. Nós, infantilmente, começamos a perturbar o desenvolvimento intelectual e moral da criança, subornando-a,dando coisas agradáveis, dando
  • 7. doces, oferecendo balas para surgirem cáries logo depois.Na nossa infantilidade nós queremos conquistar porque esses períodos não estão definitivos, não terminam, eles mesclam-se. Há indivíduos modernos e temos-los dentro de nossa casa vivendo ainda o período arcaico. Aquela pessoa retrógrada, aquela pessoa de consciência de sono, aquele indivíduo incapaz de dar um passo avançado. Ele vive essa fase da rotina:- porque eu irei tentar fazer uma coisa que não conheço se isso tem dado certo até agora? É o arcaísmo, ele vive do que fez, ele repete o que sabe e por consequência, não progride.Noutros nós vamos encontrar aquele indivíduo mágico: - Ah no dia de hoje eu vou pedir a Santa Clara para que ela coloque o sol e coloca sal no fogo como se Santa Clara necessitasse de ser salgada ou então é aquela visita que chega na hora errada,fica o tempo errado e fala tudo errado.Um momentinho e coloca a vassoura de cabo para baixo para que a pessoa saia, é o período mágico e como a pessoa já ia sair: - viu! Que dá certo! E aí estabelece o período pré mitológico, a crendice, a vassoura se torna a pessoa mais importante de casa. É chegar uma visita desagradável; vassoura na visita! Atrás da porta. Tem esse detalhe : se colocar na frente da porta a pessoa não sai nunca mais, vai morar!Como estão esses arcaísmos e nós, e como nós os repetimos sem nos darmos conta de que estamos no período da razão, aliás a doutrina espírita é a doutrina da lógica, da razão,do bom senso mas eu sou tomado de surpresa a cada instante com os espíritas do período pré mágico quando nós falamos da realidade da doutrina, eles nos olham de esguelha até aparecer alguém que mente, que fantasia e ele se deslumbra e adota.Essas teses absurdas que não têm nenhuma vinculação com a doutrina espírita mas que agradam a esse indivíduo que apesar de informado intelectualmente dos valores doutrinários, emocionalmente está numa fase primária da
  • 8. evolução e adota. E muitos outros de nós reagimos, ficamos coléricos, quando deveríamos ter uma postura de tolerância, achar que está bem, melhor que faça o bem, mesmo que a seu modo do que não fazerem bem nenhum ou começarem a praticar o mal. Mas é uma fase de evolução que nos exige uma tolerância muito grande como a criança nos exige essa compreensão e torna-se-nos muitas vezes, razão de riso.Quando a criança tem determinada postura