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EM BUSCA DE PAZ E EQUILÍBRIO
O admirável escritor francês, Dominique Lapierre, tornou-se
célebre ao apresentar ao mundo uma obra grandiosa a
respeito de Mohandas Karamchand Gandhi, a obra que
sensibilizou o mundo, recebeu vários prêmios de literatura e
tornou-se uma grande película cinematográfica, chama-se
“Nesta noite, a Liberdade“.
Dominique Lapierre para poder escrever o seu livro fez uma
longa viagem à India e examinou os locais onde havia vivido o
Mahatma, manteve contato com as autoridades inglesas
depostas e tambem com aqueles que participaram da grande
noite da liberdade da Índia e do Paquistão, consultou as
várias classes indianas e porque a obra lhe havia rendido
extipêndios extraordinários ele se tornou um escritor não
apenas exitoso, porem muito rico e deu-se conta que aquela
Índia que lhe era tão querida, experimentava muitas aflições
apesar da liberdade que o Mahatma lhe havia oferecido.A
super população, a divisão em castas, a miséria sócio-
econômica e as misérias morais haviam tornado aquele
grande país, hoje emergente,numa comunidade de lágrimas e
aflições. Nessa oportunidade ele soube que um lar que atendia
crianças órfãs na cidade de Nova Delhi e que era financiado
por um conde Inglês havia fechado as portas por falta de
recursos para levar adiante a tarefa da educação. Foi então
que Dominique Lapierre teve uma ideia audaciosa, retribuir à
Índia, aquilo que o país dos Mahatmas e dos grandes gurus
lhe havia oferecido.Retornou então em uma longa viagem,
desde a capital, até Varanaze, a cidade sagrada para poder
ver, como poderia dizer “Muito obrigado!” escrevendo um
livro que afinal de contas é a sua arte que pudesse render
extipêndios capazes de minimizar a miséria do glorioso país.
Foi então que ele escreveu uma obra memorável que se chama
“Muito além do amor”. É possivelmente uma das obras mais
belas da literatura do século XX, na etapa final. Nesse livro
ele ressalta uma figura, a figura de uma menina pária que o
fascinou naqueles momentos em que em Varanaze, entre os
cadáveres queimados nas piras fumegantes e as águas lodosas
do rio, aqueles buscadores dos últimos despojos cadavéricos
para poder vende-los aos párias, entre eles destacava-se uma
menina adolescente de 12 anos, era de pele característica das
tradições indianas, a cabeleira negra, basta e no momento que
ela mergulhava nas águas lodosas, atava-as à cabeça toda
aquela cabeleira de triunfo.Ele observou a menina que era a
melhor nadadora entre os buscadores de despojos ali às
margens do rio sagrado. Aproximou-se da família, seus pais
também eram párias, apesar da nobre senhora Indira
Gandhi, quando primeira ministra da Índia, haver terminado
de maneira legal com as classes hediondas que assinala o país
há mais de 6.000 anos, a realidade é outra. Até esse momento
aqueles que nascem sob o estígma do pária, conserva as
marcas dolorosas de uma criatura fadada à desgraça, ao
sofrimento, cuja sombra não pode cair sobre ninguém porque
tornaria a pessoa imunda.Mas Dominique Lapierre,
desejando escrever a respeito daquela menina, Ananda, que
significa alegria, aproximou-se da família, que tinha um
bazar, era uma família de dez membros e Ananda destacava-
se pela habilidade de rebuscar os cadáveres mal queimados
ou apodrecidos, deles retirando dentes de ouro ou qualquer
uma peça que estivesse no corpo e pudesse ser revendida,
para a manutenção da família. Sua mãe administrava os
recursos familiares, seu pai era encarregado da preservação
dos filhos, todos eles nadadores do Ganges. Então Dominique
Lapierre apaixona-se por Ananda, aquela menina que parecia
uma flecha e ao mergulhar nas águas imundas conseguia
trazer sempre o espólio da sua atividade, a família a cercava
de muito carinho e ele resolveu acompanhar a vida dessa
extraordinária mensageira da alegria. Na obra, que é um
expressivo volume no qual ele estuda também a origem da
AIDS desde suas primeiras manifestações em Los
Angeles,New York,Miami, São Paulo e Rio e depois a
pandemia que já ceifou mais de 40 milhões de vidas e que tem
contaminado um número quase equivalente de portadores do
vírus HIV, soro positivo, ele vai oferecer-nos uma das belas
vidas, para nos mostrar a grandeza da paz e a melhor busca
da saúde. Observando Ananda por vários anos ele a viu
crescer e ainda se lembra de quando ela lhe confidenciou aos
quatorze anos, a maneira como a família havia se preparado
para poder vendê-la em matrimônio. Era natural que deve-se
levar um grande patrimônio para também os pais do noivo,
oferecerem um outro patrimônio, a fim de que o lar pudesse
revestir-se de um pouco de solidão, de solidariedade e também
de solidez. A mãe de Ananda reuniu um pequeno patrimônio
para doar ao seu sogro que por sua vez deveria doar a
Ananda alguns bens para construção da família. Narraria
Ananda, que ela observava no silêncio de seu quarto a
movimentação, famílias que entravam, que mantinham
colóquios e ela sabia que estava sendo exposta, à venda.
Nunca teve oportunidade de saber quem era o noivo, a quem
deveria servir com fidelidade até o momento de sua morte.Por
fim, ela veio a saber que estava noiva e no dia da apresentação
àquele que era mais velho do que ela vinte anos. A alegria
tornara-a ruborizada e mesmo vestida para o cerimonial
havia nela uma beleza explendente que parecia descer das
páginas mais belas do mundo transcendental e Ananda,
depois de ser apresentada, foi ser preparada para o
matrimônio. Nesse ínterim, certo dia enquanto se banhava nas
águas do Ganges, ela percebeu sobre o seio direito, uma
pequena mancha.Era uma despigmentação aprsentando na
orla, ligeira erupção. Ela passou a mão preocupada e
naturalmente chegando à casa, falou à mãe que estava com
algo singular. A mãe de imediato convidou um desses
curandeiros de rua, que tomando de um estilete, cravou-o na
parte rósea e porque a menina não sentisse nada, logo veio o
diagnóstico desesperador: Hanseníase! A doença que infecta
ainda hoje a Índia, sendo o país de maior incidência desse
terrível bacilo de hansen. No dia seguinte Ananda contará
entre lágimas. A família estava toda reunida e no meio da
sala, estava o vasilhame de alimentação convencional. Nos
dias normais, todos sentavam-se em torno da imensa gamela,
para servir-se utilizando-se das mãos; não naquela manhã,
havia uma trouxa de roupas ao lado do vasilhame de
alimentos. A família em volta da sala e quando ela saiu do
quarto o pai apontou-lhe, ela percebeu que estava sendo
expulsa da comunidade. A lepra ainda constitue um dos
terríveis males e o conceito da reencarnação baseado no
carma considera que a lepra é uma punição divina e ninguém
tem o direito de ajudar aquele que está queimando o seu
carma. Ananda dobrou-se, alimentou-se frugalmente, pegou
de 20 rupias e sem uma palavra pegou da pequena trouxa.
Todos lhe deram as costas e aos 14 anos ela saiu do lar para
nunca mais voltar. Falar a respeito do seu sofrimento que
sempre esteve presente na sua alma nas vascas da miséria
pária é impossível. Mas ela começou a deambular no meio
daquela súcia de miseráveis marcados a ferro e fogo que
apodreciam nas ruas e muitas vezes eram atirados às latas de
lixo antes de morrer para facilitar a desencarnação. Aquela
semana foi de opróbrio e de humilhações, agredida muitas
vezes pelos estupradores, ela teve que resistir na sua inocência
até que esfaimada, certo dia, na plataforma da estação de
trem que levava a regiões longínquas do seu país, quase a
morrer de inanição pela fome viu a providência superior
acercar-se. Um triciclo,viu dele saltar um homem de boa
aparência, acercar-se-lhe e perguntar-lhe no dialeto parse: -
Porque está aqui na rua tão jovem?e ela disse: - porque
minha família expulsou-me de casa. Mas você não tem
ninguém? – ninguém! Mas é exatamente o que estou
necessitando! Eu sou representante comercial, pai de duas
crianças e necessito de alguém para ajudar a tomar conta dos
meus filhos. Jovem, enquanto eu realizo viagens por diversas
cidades e de imediato deu-lhe uma nota de 50 rupias e
convidou-a para trabalhar no seu lar.Ananda verteu um
pranto de gratidão a Shiva, o deus da sua predileção. Ele a
colocou na pequena carruagem e viajou, alongou-se, saiu do
centro da cidade e nos arredores levou-a até uma propriedade
imensa de muros altos, cercados e apresentou-a a um homem
que a partir daquele momento se encarregaria do seu destino.
Esse cavalheiro distinto e nobre era um aliciador de menores
para a prostituição. Ele vendeu Ananda àquele explorador e a
primeira atitude desse foi aplicar-lhe uma surra para que ela
soubesse que a sua vida a partir daquele momento não lhe
pertencia mais.Ananda foi atirada a um pátio onde estavam
outras adolescentes, desde os 10 anos e passou a receber as
instruções próprias para o lenocínio. Quando ela foi despida e
se percebeu que tinha a marca da lepra naturalmente foi
separada para um grupo daquelas que somente podiam
atender aos párias, aos mendigos, aos miseráveis. Um pouco
de maquiagem resolveria o problema e ela foi atirada ao mais
baixo antro de prostituição tendo que atender em média a
vinte clientes por dia no mínimo e ficar apenas com uma
importância que mal dava para sustentá-la.Foi nessa agonia
terrível que ela experimentou os seis primeiros meses da sua
vida juvenil marcada pela tragédia. Aonde estaria Shiva, o
deus de sua predileção? Até que certo dia reunindo as forças
debilitadas, com uma outra amiga, rla resolveu correr o risco
da evasão e fugiu, o que naturalmente era punido com a
morte. Mas conseguiu misturar-se à farândula dos leprosos
que vagueavam por Varanaze e entre eles, procurar algo para
manter a vida. A lepra é indubitavelmente uma tragédia seja
em que época haja ocorrido e foi assim num dia de muita
fome, de muita dor, de maltratos no meio daqueles que
constituíam a suprema ralé da Índia que ela ouviu falar pela
primeira vez de madre Tereza de Calcutá.Alguém falou “en
passant” que havia uma religiosa na Índia que estava
querendo destruir os deuses para implantar um deus oriental
que vinha de Israel e acabar com as tradições da cultura, a
cultura que era considerada, originada em Brama, o senhor
do universo e ela detestou essa mulher terrível que desejava
substituir as tradições e a vida.Mas ela soube também que nos
arredores de Varanaze, havia um lugar onde se atendiam os
miseráveis, onde se dava um pedaço de pão e numa escudela,
um pouco de sopa. Com outros infelizes ela entrou em uma
fila imensa à porta de uma casa onde tinha escrito em
indiano:”Aqui existe a esperança”. Mas a fila era imensa e
quando estava mais ou menos próxima dela, acabou a
alimentação e todos foram expulsos da área. Ela ficou ali,
quase inanimada. No dia seguinte quando a fila se fez, ela
estava presente e foi então que uma mulher vigorosa que
apresentava um hábito branco debruado de azul e que servia
em um guichê adiante olhando a fila imensa, saiu e no meio
daqueles infelizes olhou para a menina demoradamente. Já
havia no rosto de Ananda, alguma despigmentação, então ela
perguntou-lhe: - Tens fome? Ananda mal podia dizer algo.
Ela tirou-a da fila, perguntou-lhe seu nome: - Ananda!
Alegria. A religiosa levou-a e examinando-lhe o corpo,
percebeu que ela era portadora da doença fatal, condenada
pelos deuses.Internou-a naquela casa da esperança. Eram
pavilhões abertos, esteiras no chão. As esteiras eram
disputadas por aqueles seres deformados, homens e mulheres
cotos. A maioria não tinha braços, não tinha pernas, usava
bastões, usava muletas e deram-lhe uma esteira d onde havia
saído um cadáver à véspera, era somente assim que se
encontrava lugar na casa da esperança. Mas aquela senhora
vigorosa, voltou-se para ela e disse-lhe:- eu sou a irmã
Bandona, servidora de Jesus! Deveria ser o deus estranho, ela
quis correr, mas não tinha forças. A irmã Bandona
diáriamente ia levar-lhe óleo de shalmugra porque não havia
nenhuma terapêutica eficiente, era esse produto, placebo que
se aplicava nos enfêrmos.Sulfona diasona, raramente
chegavam à Índia. Então a irmã Bandona passava o óleo de
chalmugra no corpo agora endurecido da menina que já
apresentava algumas deformidades e foi numa dessas vezes
quando a irmã Bandona veio falar aos infelizes que notou que
uma das esteiras que esvaziara pela morte de um, tomada por
um estranho. E ela perguntou como? Você adentrou-se aqui,
já havíamos reservado esse lugar para outrem! E o homem
reagiu e os pacientes reagiram, atiraram-lhe pedras,
atiraram-lhe as muletas e a irmã Bandona permaneceu de
maneira nobre como se estivesse sendo crucificada, nenhuma
palavra. Ananda ficou apavorada, correu, e escondeu-se ali
atrás e disse-lhe: - reaja! Mas a irmã Bandona não reagiu. A
menina pensou que ela ia expulsar aqueles miseráveis,
ingratos, perversos que recebiam todo o amor e ternura e
retribuíam dessa maneira cruel. Mas irmã Bandona
permaneceu incólume e quando parou um pouco a gritaria,
ela disse: - oremos! E começou a balbuciar em parse, o idioma
mais geral: o Pai Nosso... que Ananda por primeira vez
pronunciou. Esse exemplo notável de estoicismo e de
compaixão que irmã Bandona oferecera aos infelizes, tocou
profundamente Ananda e ela tornou-se-lhe auxiliar, a
sombra, onde irmã Bandona estava, Ananda também. E foi
assim que começa o terceiro capítulo da sua vida. A irmã
Bandona tocava-lhe o corpo, as suas mãos pareciam expargir
xispas luminosas e lentamente as tumorações de Ananda,
foram desaparecendo, ela foi recuperando a inteireza do seu
corpo quando então ela pediu: - eu gostaria de ser também
uma irmã da caridade. Irmã Bandona lhe disse que não podia
ali em Varanazi porque a ordem, tinha a sua sede em Calcutá
e a viagem era longa e dispendiosa, mas que tudo faria para
indicá-la à madre Tereza, o anjo dos leprosos. Alguns meses
depois, irmã Bandona leva Ananda à Casa da Caridade em
Calcuta. Era um casarão. Quando Ananda abre o portão e vê
aquele Cristo que tem na clausura, que mudou a vida de
madre Tereza quando ela voltava de um período de
meditação. Ao chegar naquela varanda ela viu escrito
embaixo da cruz a frase de duas palavras:em inglês:”tenho
sede” então Madre Tereza que era professora de inglês da
ordem, perguntou se ele tem sede? Há dois mil anos ele tem
sede e o que eu lhe dei?Quando ele gritou que tinha sede,
deram-lhe na ponta de uma lança uma esponja com vinagre e
alois, substancia amarga,mas ele continua com sede. Foi a
partir Dalí que nasce um anjo da caridade ela pede permissão
a Abadessa para afastar-se da ordem, ao Papa Paulo VI e
começa a recolher leprosos nas ruas de Calcutá nas quais se
encontravam à época mais de cem mil leprosos apodrecendo
nas avenidas da cidade que possuía na época 6 milhões de
habitantes,é ali que nasce e Ananda quando vê dizendo que
tem sede,ela se comove faz então o curso, o curso de noviciado
ela tinha necessidade imensa de dialogar com Madre Tereza.
Porém aquela monja baixinha, frágil, não parava em Calcutá
até que a aproximação dos votos, quando deveria receber o
hábito o tecido branco debruado de azul para fazer um sári
com quatro metros cobrindo a cabeça, madre Tereza
apareceu e sorriu para ela e disse-lhe: - toda a teologia está
nesta frase: “Amar até doer de tanto amar. ”o mais, é a
explicação disso.Quem já ama e experimenta a dor do seu
próximo, esse é o verdadeiro discípulo de Jesus e é quando
Ananda tem a data em que ia receber a indumentária das
irmãs da caridade, irmã Bandona veio participar da missa
episcopal porque ali estavam moças de diferentes famílias e
castas diversas de países longínquos e porque ela era pária,
ela era servidora de suas irmãs, encarregada de limpar os
despejos, de cuidar da parte infecta da organização, o que
fazia com doce encantamento. Nquele dia em que todas iam
despedir-se do mundo, estavam os seus familiares e Ananda
olhou na multidão até que vê levantar-se uma mão. Era irmã
Bandona a sua família. Depôs-se, retirou depois o vestido de
noiva e envolveu-se na indumentária branca debruada de
azul, sendo a religiosa 3.548. A ordem que mais cresceu no
mundo de abnegadas servidoras de Jesus. E recebeu como
tesouro uma bacia de flandres,um pedaço de sabão, duas
peças íntimas, mais quatro metros de tecido, o rosário e uma
cruz, feita de figueira brava. Eram todos oseus bens. A partir
Dalí, ela pertencia a Jesus. Irmã Bandona volta a Varanaze e
agora ela está sob a supervisão de uma outra monja quando
acontece um episódio extraordinário que vai ser uma nova
vida para a irmã Alegria. Madre Tereza voltava de Roma e
passando por New York ela soube da calamidade que estava
devorando a cidade, a Aids. Tudo havia começado quando um
jovem cabeleireiro gay de Los Angeles apresentou também
uma mancha na pele e sendo ele muito vaidoso foi ao
dermatologista que percebeu tratar-se de um tumor. Logo
depois a tumoração modificava-lhe a face. O médico
diagnosticou como tumor de Kaposi e logo depois esse jovem
teve uma problemática no aparelho digestivo, abriu-se-lhe em
aftas e uma espécie de pneumonia dominou-lhe os pulmões e
ele morreu desde o primeiro sintoma ao trigésimo dia. E o seu
corpo começou a decompor-se em um período muito rápido.
Foi sepultado de emergência e no necrotério, anotou-se que
ele havia falecido por falência múltipla dos órgãos de uma
doença estranha, quando então em Nova York o piloto da Air
Canada apresentou o mesmo tumor de Karposi. Esse rapaz
que também era gay,era comissário de bordo e depois de
receber o tratamento especializado,morreu em menos de dois
meses, decompondo-se em vida e isso chamou a atenção dos
médicos que logo estabeleceram tratar-se de uma doença
nova. Em Miami, o terceiro jovem que era estilista,
apresentou a mesma sintomatologia e morreu apodrecendo
vivo. Logo deu-se um alarme, o serviço de saúde pública dos
Estados Unidos consultou os três dados: Los Angeles, Nova
York, Miami,era uma epidemia. Logo depois chegavam
notícias de São Paulo, Paris, de Londres e os grandes
laboratórios como Pasteur,começaram a trabalhar. Primeiro,
isolar o vírus depois a tentativa de esclarecer como esse vírus
que fica inoculado no macaco barriga verde na África e é
inofensivo no símio, havia passado para o organismo humano,
e era terrível, já agora a pandemia da Aids ou Sida, se
alastrava pela terra e narra Dominique Lapierre que os
estados Unidos começaram a trabalhar para tentar observar
aquele vírus que tinha mutação,o que dificultava a elaboração
de uma vacina. Quando se preparava para o modelo 1, ele
apresentava uma mutação e era óbvio que era muito mais
voraz, mais destruidor. É nesse período que New York
principalmente o grande bairro em que moram artistas, ainda
hoje,GreenwichVillage. O número dos infectados era
imenso,os hospitais recusavam-se,foi um período de caça ás
bruxas. Tinha-se medo de qualquer contágio e eles morriam,
sob os viadutos, nas latas de lixo, eram perseguidos, alguns
foram queimados vivos, inclusive aqui no Brasil e esse pavor
que era a nova lepra, alarmava. Madre Tereza chega a Nova
York e vai ter um encontro com o Prefeito, o Sr. Edward
Koch, então ela diz: - Eu soube que uma doença nova está
matando a juventude norte americana. Ninguém faz nada por
nada e o prefeito disse que estava procurando uma casa em
Greenwich Village para fazer um pequeno hospital para
atende-los, já que não se podia cuidar, atende-los até a morte.
Então ela se ofereceu,porque todos os médicos recusavam-
se,os hospitais,os odontologos, os enfermeiros, todo mundo
tinha medo do contágio. E graças ao Cardeal
O’Connor,Madre Tereza conseguiu uma casa de três andares
ali mesmo no bairro de Green Village e estabeleceu esta
frase”Aqueles que são portadores de Aids, são Jesus
crucificado que nós deveremos atender. Aceitou a casa de três
pisos,estabeleceu como deveria ser edificada a construção
para adaptar um hospital. Nada do conforto americano.
Camas simples, nada de aquecimento,nada de
refrigeração,deveria ser um lugar espartano, mas ela não
sabia que o inverno em NovaYork tem temperaturas
negativas. Em hulho e agosto tem temperaturas de 40- 45
graus, mas estabeleceu seus critérios e mandou um aviso a
Calcutá, que enviasse um pelotão das irmãs de caridade para
tomar conta dos leprosos modernos, e entre as religiosas
elegidas,estava Ananda que contava agora, vinte anos. Havia
recuperado totalmente a saúde.Seus olhos brilhavam e
quando ela e as amigas chegam a Nova York,a alfândega de
Nova York, tem a maior surpresa de sua estória porque no
momento de fazer a revisão de bagagem o que aparecem para
eles. São vinte sacos de aniagem, tendo dentro de cada um,
uma bacia, um pedaço de sabão, duas peças íntimas, mais
quatro metros de tecido, exatamente o que elas usavam. E
somente necessitavam disso para servir Jesus em qualquer
parte da terra, sem a necessidade de bagagem, eles ficaram
surpresos. E saíram aquelas jovens, era dezembro, nevava em
Nova York e elas encantaram-se com a neve. Nunca haviam
visto,apanharam a neve para comer, quando o ônibus tomou-
as no aeroporto Kenedy a Greenwich Village em cuja casa de
três andares, elas enfrentariam a cultura americana. Ali
estavam jovens que se entregaram à mais vil
corrupção.Marcados pela Aids mas sobretudo pela
degradação moral do mais baixo nível. Apenas um médico
ajudava aquelas jovens que os atendiam até a morte. A sua
missão era atendê-los, não podiam fazer nada não havia
medicação, aos mais débeis, ofereciam o conforto de um
banho,palavras amigas, alimentá-los.Então Ananda, deixou-se
fascinar por um jovem afro-descendente.Ele era homosexual,
mas Ananda não entendia disso, havia vivido outro mundo,
quando o médico reuniu aquelas jovens e disse: -vocês estão
na América, não se surpreendam com nada, no que diz
respeito á degradação humana a América possui o que há de
mais vil, o que é de mais terrificante e deu-lhes uma aula
formal a respeito do contágio da Aids. Somente através do
esperma e do sangue é que o contágio se dá.Mas basta um leve
contágio. Basta a primeira experiência sexual com um
contaminado para contaminar-se também. Então ali já havia
jovens que já traziam transtornos mentais, da vida que
levava, entre eles um jovem que imitava uma grande atriz,
Laureen Bacall e que Humphrey Bogart, chamava de sweet.
Esse jovem era um depravado, era um travesti, então
personificava Laureen. Ele necessitava diariamente de
duzentos dólares para comprar cocaína, então entregava-se ao
mais vil dos comércios e voltava para a residência da
esperança. Então a diretora proibiu-o de sair para a
degradação. Ele teria que optar, ficar na casa da esperança ou
morrer debaixo de um viaduto como um animal putrefato. E
Ananda se foi integrando e este afro-descendente chamava-
a”a doce irmã Alegria”. Ele morreu em seus braços e antes de
morrer tentou contar a Ananda, o conflito de sua vida, essa
dificuldade de aceitar-se, depois a entrega ao prazer daninho,
a contaminação e o arrependimento de não haver recebido
Jesus no seu coração.Ananda ficou com ele até o último
momento e abençoou-o. Nesse ínterim, Madre Tereza sabendo
que nas prisões mais terríveis da América havia portadores de
AIDS em penitenciarias, mandou pedir ao prefeito que
mandasse para ali alguns desses condenados à morte e um
deles que estava no último estágio da vida, apaixonou-se
literalmente por Ananda Era um criminoso feroz, estava
praticamente despedindo-se da terra e Ananda pelo seu
encantamento a sua ternura, a sua pulcritude porque foi o
corpo estuprado, não foi ela. Ela permaneceu virginal, ele
propos-lhe em uma sedução vulgar,ela disse não posso. Eu sou
casada com Jesus e de imediato a fera reagiu dizendo que ela
evitava o contato com medo da AIDS. Em uma oportunidade
que Ananda atendia um paciente, de costas, ele havia tirado
sangue de uma artéria e chegando-lhe no glúteo, aplicou-lhe
para poder contaminá-la. Ananda apenas pôs a mão e disse: -
apesar disso e graças a isso, você jamais me terá.Ele morre e
Ananda continua por mais três anos na casa da
esperança.Como vimos,invariavelmente aloja-se na medula
óssea e pode ficar dez anos em incubação para então aparecer
a posteriori quando o organismo tem uma problemática
qualquer. Ananda, naqueles três anos, não apresentou
qualquer sintoma mas nesse ínterim quando a casa estava
organizada e atendia agora através de alguns produtos do
primeiro coquetel para manter o paciente vivo, a China abriu
espaço para que Madre Tereza ali ergue-se, na capital da
China o lar para crianças débeis mentais, para crianças
altistas e Ananda, pela sua virtude, trabalho e dignificação, foi
elegida para ir dirigir a ordem religiosa que havia adotado
em New York. Partem as duas, naquela época, 1986. Madre
Teresa era responsável por 186.000 hansenianos no mundo.A
sua ordem atendia a mais de duzentas mil crianças órfãs,
espalhadas na terra. Logo depois, Ananda viaja para Pequim
e Dominique Lapierre vai agora estudar a AIDS e demonstrar
que ainda hoje é incurável. Ninguem se equivoque, depois da
infecção, a cura até esse momento do ponto de vista da
ciência médica é incurável. O coquetel mantém o paciente
levando uma vida quase normal, mas ele continua infectando.
É necessário portanto que todos tenham cuidado, na hora do
sexo, que está brutalizado. Já não vivemos mais os dias do
sexo. É o erotismo vulgar, a promiscuidade, é o indivíduo que
se transformou somente na genitália pela corrupção moral
que assalta a nossa sociedade aturdida. E Dominique Lapierre
ao apresentar o seu “Muito além do amor” encerra a sua
obra, dizendo que a sua verdadeira saúde é aquela que vem
da paz interior. Para que o indivíduo possa desfrutar de saúde
é indispensável ter paz. Socrates, num dos seus maravilhosos
diálogos, narrado um deles por Platão assevera que a doença
está no ser o ser é um mortal, não uma sombra, que é o corpo
e é necessário que seja tratado no íntimo e não na
exterioridade. Graças à filosofia Socrática a humanidade vai
ter a base da medicina. Quando o eminente mestre estabelece
como padrão da medicina, ele que se torna o pai da medicina
grega, que é necessário o indivíduo desfrutar de paz para
poder superar qualquer conjuntura negativa na área do
organismo e Hipócrates, estabelece a doutrina através da qual
o indivíduo é portador de certos resíduos internos que abrem
espaço às contaminações. Duzentos anos depois de Jesus nós
vamos encontrar outro médico grego, Galeno, dizendo que é
necessário o cultivo da alegria, Ananda, Alegria, para
podermos viver com saúde. É natural que as pessoas
melancólicas, escreveu esse notávelGaleno há quase dezenove
séculos, têm mais tendência a ter doenças cardiopatas ou
cancerígenas e todos aqueles que vivem sob pressão mais cedo
ou mais tarde vão revelar distúrbios orgânicos com doenças
degenerativas. É por isso que um dia, o poeta de Nazaré, o
cantor das bem aventuranças, essa extraordinária sinfonia
inapagável que jamais se acaba na história da humanidade,
terá ocasião de dizer; - eu vos doo a minha paz. – eu vos trago
a minha paz.Não a dou conforme dou ao mundo. Eu a doo
como somente eu a posso doar. A que paz ele se referira?
Sócrates teria dito que era um estado de consciência reta. E
Buda, quinhentos e oitenta anos antes de Jesus, havia
assinalado que era necessário falar bem, pensar bem, agir
bem, corretamente, para poder ter um coração rico de
compaixão e viver em paz. Então a paz tornou-se, nos anais
da filosofia e nas estruturas da teologia, a base da saúde
integral. Quando guardamos ressentimentos, quando
cultivamos mágoas, quando nos deixamos ferir, quando
permitimos que os maus nos atinjam, é obvio que a nossa paz
desaparece. E ninguém merece perdermos a nossa paz. Não
devemos permitir jamais que alguém mate em nós a alegria de
viver. Porque quem assim procede não merece desprezo, nem
amargura, merece compaixão porque é portador de um
transtorno profundo de um distúrbio de comportamento que
talvez não se haja revelado mas que está incito no espírito
como um carma doloroso, a ingratidão, a perversidade,
ausência de sentimento e toda vez que eu falo isto, uma
emoção peculiar me domina porque ninguém chega à proveita
idade de 84 anos sem atravessar o vale das sombras, sem
suportar o calvário das ingratidões, sem coroar-se de
espinhos, sem ter que sorrir por fora e alma chorando.
Ninguém atinge uma idade avançada sem ter vivido as
experiências do cotidiano. Mas para que seja realmente feliz é
necessário não deixar que os maus o tornem mau, que os
infelizes façam que ele também seja infeliz. Não permitir que
a alegria embuchessa no coração, porque eu vos trago boas
novas de alegria, que é o evangelho, é a expressão de Jesus. E
quem realmente conheceu Jesus nunca mais é o mesmo, diz
Joana de Angelis, ou detesta, ou se fascina. Pode ficar em
cima do muro enquanto for um Jesus de conveniência. Mas
quando for aquele que arde nas entranhas de nossa alma e
nos aponta a certeza da sobrevivência, um halo de compaixão
toma-nos conta da vida e olhamos o perseguidor como um
infeliz, olhamos o perverso como um psicopata, e recebemos a
crueldade como um louro, porque só nos acontece aquilo que
temos necessidade para evoluir. Agradeço a Deus com toda a
emoção, as noites indormidas, as incompreenções, a internet
desmoralizadora que não dá enchança da pessoa justificar-se
porque o covarde se oculta por trás de um pseudônimo. Então
é necessário que mantenhamos a nossa saúde. Para minimizar
o tema: Certo dia, não faz muito eu cheguei para uma
conferência numa cidade no sul do país e um desses
confrades, um desequilibrado, vendo-me chegar, gritou: -
Divaldo, você não envelhece. Você está conservado em formol,
não envelhesse. Quem está conservado em Formol é cadáver!
Eu estou conservado em alegria e em shampoo, A alegria
mantém a vida e o shampoo, a cor dos cabelos.Então é
necessário ter alegria, alegria de viver porque a vida física por
mais larga que seja é breve e passa e como passa depois que
passa. No nordeste dizemos: -viver até os 39 anos é tão
demorado, mas quando começa o período dos enta, quarenta,
cinquenta, sessenta, setenta a gente olha para trás e foi ontem
porque nós somos pessoas saudáveis, com atividade. Não é o
tempo que corre, são as atividades que se multiplicam. Então,
não tem hora vazia, não tem momento ocioso,só tem momento
de ação e a alegria, que não quer dizer falta de tristeza,
porque a tristeza faz parte da saúde. Só os esquizofrênicos
têm uma linha reta porque eles não têm problemas, eles são
problemas para os outros. Toda pessoa saudável não quer
dizer que não tenha doenças e está provado cientificamente
que depois de uma boa depressão a pessoa melhora, porque a
depressão leva à reflexão profunda ao auto encontro. O
extraordinário Carl Gustav Jung em 1913 quando ele fez a
análise da psicologia profunda fazendo uma página
memorável “Onde estavas, minha alma”eu te procurei por
toda a parte, onde estavas minha alma, onde te escondeste de
mim. É uma página lírica do livro vermelho do Jung. Ele
entra em depressão profunda e graças á depressão profunda
ele se tornou um dos mais notáveis psicoterapeutas da
humanidade de todos os tempos. Então é natural que
tenhamos alegria, quando um ingrato nos desbordoa a face é
lógico que as emoções entristecem –se mas a compaixão nos
dá piedade e o amor, quando é verdadeiro vai verificar que a
pessoa está doente da emoção, ou psiquicamente, ou
espiritualmente tomada por um adversário que nos odeia.
Vejo, vejo em volta das pessoas aqueles cômpares que as
odeiam, que as detestam.No ano de 1951 eu tive a satisfação
de ler algumas das conferências do professor Ubaldi pelo
nordeste do Brasil. Em Salvador, em Fortaleza porque ele não
falava português. Ele escrevia a conferência em italiano,o
professor Clóvis Tavares traduzia e eu lia-as e através de
interpretes as perguntas eram atendidas.Viajando de
Salvador a fortaleza eu me aproveitei do professor Ubaldi
então eu perguntei: - professor, por acaso o senhor vê os
espíritos que acompanham as pessoas? Ele me disse que sim e
eu lhe disse, às vezes eu fico tão aturdido professor porque a
pessoa está me contando uma coisa e eu estou vendo outra
pessoa dizendo: - é mentira, não é assim não! e eu fico
embaraçado ouvindo os dois e as vezes ao invés de responder
ao espírito, eu respondo à pessoa o que o espírito disse e tenho
tido vários momentos de constrangimento. Então o professor
Ubaldi me disse: Ele era um grande místico,pegou na minha
mão e disse: como? Você também?e eu disse: - eu também,
infelizmente. Ele disse, meu filho, comigo ainda é pior. Eu
vejo as pessoas cavalgadas por espíritos que montam nos
ombros e ficam batendo os pés no tórax. Muitas vezes em
Gúbio, onde ele morava, na Itália, vem pessoas dizendo Dr. eu
estou, ele não era dr. era professor, mas como era um místico
as pessoas o procuravam. Eu vim aqui pedir um remédio para
os brônquios e eu via os espíritos batendo os pés e dizendo não
dê não,diga para esse sem-vergonha que o melhor remédio é
mudar de caráter e então o que eu podia dizer; encaminhar
ao médico e dizia: -ore mais, vá mais á igreja e etc...eu vejo
que o indivíduo é no bem e no mau. Allan Kardec perguntou
aos espíritos, interferem os espíritos nas nossas vidas?
Mais do que imaginais a ponto de que muitas vezes são eles
que nos conduzem e porque? somos marionetes? De acordo
com a nossa conduta interna, atraímos semelhantes e esses
semelhantes, por afinidade mudam o nosso comportamento,
mudam a nossa vida, nossos inimigos, utilizam-se dessas
pessoas irresponsáveis e levianas para nos ferirem e nós, como
crianças, caímos no jogo.Deixamo-nos levar. Então é preciso
ter paz, essa paz que Jesus nos dá e que a doutrina espírita
restabeleceu quando provou que nós somos imortais. A
alegria de sermos imortais é tão fascinante, que muitas vezes
me dou conta que elegendo a minha futura reencarnação e já
esperando o momento da grande transição planetária quando
estarei aqui, de volta é claro. Logo mais eu parto e retornarei.
Outro momento curioso de minha vida, permitam-me contar
sem querer fazer auto biografia. Quando eu completei 80
anos, ai meu Deus como é pesado... meus oitenta anos,quando
completei, resolvi que não tinha mais condições de
viajar,porque um homem de oitenta anos, está cansado,
arrasta os pés,perda de memória, perda de cabelo, perda de
tudo. Eu digo meu deus eu não quero desfazer o pouco que fiz
na minha vida e estava pensando em aposentar-me, eu já
estava aposentado do Instituto, aposentado da palavra,lá na
mansão do caminho eu entrava em contato, graças à
tecnologia e estava até alegre pois viajar é uma beleza.Viajar
para a divulgação da doutrina é uma benção, cansativa, bem
se vê. Então eu recebi um convite para falar num congresso
mundial na Espanha. No meio de 2010. Eu disse, meu deus,
daqui há três anos, eu estarei um caco.Os amigos me
convidaram porque fui eu quem falou pela primeira vez
durante a ditadura, nos subterrâneos espanhóis, a doutrina
Renascer, então desejando estimular-me, homenagear-me,
convidaram-me e eu digo, de forma nenhuma, deixei o convite
para lá! Quando estou em Salvador, diáriamente às 9 horas,
Joana de Angelis vem e escreve uma mensagem, no passado,
ela saia e eu datilografava, agora ela sai e eu digito, para não
acumular.Nesse ínterim, pela primeira vez ela botou a
mensagem e parou entre as duas mesas, a mesa maior e a
mesa do computador, termino de psicografar e vou digitar.
Ela ficou entre as duas mesas. Eu comecei a digitar e pensei,
meu Deus,o que será?... será que ela vai me dizer que vou
desencarnar?Mas eu olhei para ela, aquele rosto suave, de
riso, riso de freira, não mostra os dentes. Irmã, eu nunca
pergunto nada. Eu gostaria de um conselho da senhora.Uns
amigos da Espanha convidaram-me para proferir a
conferência de abertura do congresso mundial e ela bem
generosamente sábia, perguntou-me como se não soubesse: -
Quando será? meu filho. Eu disse: -outubro de 2010. Mas eu
estarei com 83 anos, eu não sei o que respondo? Ela sorrindo
disse – aceite meu filho.eudisse:- oba, ganhei três anos, tá
garantido! Ela saiu, eu já fiz um mel e disse estarei aí se por
acaso estiver reencarnado e tal e tal e já comecei a planificar,
amanhã vou pregar, estou encarnado. Um mês depois eu
recebi da cidade de ponta Grossa no Paraná um convite para
falar no centenário do Centro Francisco de Assis local onde eu
falei pela primeira vez no Paraná, no ano 2012 Eu digo Ave
Maria, eles querem me matar,em 2012 eu estarei com 85 anos.
Nem vou dar importância, 83 vá lá. E daí a um mês- dois,
Joana escreve e para outra vez. Eu já estava mais ou menos
habilitado aí eu dei á minha voz um tom melífero: - Ah minha
irmã os espíritas são fascinantes, a senhora imagine que os
irmãos de ponta Grossa estão convidando-me para proferir a
conferência do centenário do Francisco de Assis.Quando será
meu filho? -2012 e aí eu fiquei na certeza de que ela iria dizer;
- aceite! Ela sorriu e disse- 2012? Sim senhora!Temos que
orar bastante!então respondi: - Eu aceito se orarmos
bastante. Já venci 2010,2011 já está desencarnando,janeiro de
2012 vem aí, estou orando. A Federação Espírita Portuguesa
convidou-me para a palestra do centenário em 2027. Eu
aceitei, porque dá tempo de ir e voltar e voltarei criança
índigo.Como as crianças estão revolucionando a terra eu
imaginei ainda que eu desencarne em 15 ou 16, que não seja
antes e então eu volto em 18, estarei lá em uma palestra,
lembrando-me de hoje em São José do Rio Preto e vou
proferir a palestra “Alegria de viver com Jesus”.Porque a
doutrina nos disse que a morte é nada mais do que um
passaporte que nos leva para outra dimensão. Então nós
poderemos tornar nossas vidas perfeitamente ditosas.
Mantendo a alegria, sabendo que tudo passa. Que a tristeza
de hoje é a véspera da alegria de amanhã. Como muitas vezes
a alegria de hoje são as lágrimas que virão. Então nesta
mensagem que eu dediquei para falar aos corações amigos de
Rio Preto e região a respeito de Ananda que experimentou
tantas vicissitudes e do amor de Cristo que a convidou para
salvar vidas, para que nunca percamos a alegria de viver,
mesmo na doença,especialmente na doença. Já tive parada
cardíaca, morte clínica, câncer de próstata. Durante dezoito
anos tive asma, experimentei todos os tormentos de bronquite
crônica, alérgica. Nunca me queixei,somente pedido ao
senhor: que eu não desencarne durante uma palestra. Logo
depois nos bastidores, cheio de alegria, faça a viagem e
quando os amigos souberem digam: - Tambem estava na
hora, o que é isso? Porque Jesus nos está chamando para o
amor. É uma hora tão difícil. Os relacionamentos são tão
frágeis. As amizades tão sem consistência,é necessário que
nós, sejamos o exemplo, que o Cristo viva em nós, fale pela
nossa boca, haja pelas nossas mãos, caminhe em nossos pés.
Ele está de volta e escolheu-nos a nós para cantarmos o hino
de alegria, alegria da boa nova no momento da transição. Que
não nos deixemos perturbar, que não permitamos que as
dificuldades nos entorpeçam e que apesar dos desafios
digamos: - Senhor eu gostaria de dizer-te que eu amo a vida,
que para mim é bela e é consentida, muito obrigado Senhor,
por tudo que me deste, por tudo que me dá, obrigado pelo ar,
pelo pão, pela paz, obrigado pela beleza que meus olhos vêem
no altar da natureza, olhos que fitam o céu, a terra e o mar,
que acompanham a ave ligeira que voa fagueira pelo céu de
anil e se daqui da terra aureolada em flores em tonalidades
mil. Muito obrigado Senhor porque eu posso ver meu amor,
mas diante da minha visão eu detecto os cegos que andam na
escuridão, que tropeçam na multidão, que choram na
solidão,por eles eu oro e a ti eu imploro comiseração. Porque
eu sei que depois desta luta na outra vida eles também
enxergarão. Muito obrigado pelos ouvidos meus, que me
foram dados por Deus. Ouvidos que ouvem o tamborilar da
chuva no telheiro, a melodia do vento, dos ramos do olmeiro,
as lágrimas que vertem dos olhos do mundo inteiro. Ouvidos
que ouvem a musica do povo que desce do morro na praça a
cantar. A melodia dos imortais que se ouve uma vez e não se
esquece nunca mais a voz melodiosa, canora, melancólica do
boiadeiro e a dor que geme e que chora no coração do mundo
inteiro. Pela minha faculdade de ouvir,pelos surdos eu te
quero pedir porque eu sei que depois desta dor, no teu reino
de amor eles voltarão a ouvir. Obrigado pela minha voz,
também pela sua voz. Pela voz que canta, que ama, ensina,
que alfabetiza, que legisla que pauteia uma canção e o teu
nome profere com sentida emoção. Diante da minha melodia
eu quero rogar pelos que sofrem de afasia, eles não cantam de
noite eles não falam de dia, oro por eles porque eu sei que
depois desta prova, na vida nova cantarão. Obrigado pelas
minhas mãos, mãos que aram, mãos que semeiam, mãos que
agasalham, mãos de ternura, que libertam da amargura,
mãos que apertam mãos, mãos dos adeuses, mãos que limpam
feridas, que enxugam suores e lágrimas das vidas,pelas mãos
de sinfonias, de poesias, de cirurgias, de psicografias. Pelas
mãos que atendem a velhice, a dor o desamor, pelas mãos que
no seio embalam o corpo do filho alheio, sem receio e pelos
pés,por me levantar sem reclamar, obrigado Senhorporque
posso bailar diante do meu corpo perfeito eu te quero louvar,
porque vejo na terra, aleijados, amputados, marcados,
paralisados que se não podem movimentar. Eu oro por eles
porque sei que depois desta expiação na outra reencarnação
eles também bailarão. Muito obrigado senhor pelo meu lar. É
tão maravilhoso ter um lar, não é importante se é uma
favela,ser um ninho, um gramado de dor, um bangalô uma
casa no caminho, um duplex, seja o que for, mas que dentro
dele exista a figura do amor. Amor de mãe ou de pai, de
mulher ou de marido, de filho ou de irmão. A presença de um
amigo, alguém que me dê a mão, porque é muito triste viver
na solidão, pelo menos a companhia de um cão.Mas se eu, a
ninguém tiver para me amar, nenhum teto para me
agasalhar, nenhuma cama para me deitar, nem aí reclamarei,
pelo contrário eu te direi: -obrigado Senhor porque eu nasci,
obrigado Senhor porque eu creio em ti, pelo teu amor,
obrigado Senhor.Pela sua atenção, obrigado senhores.

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4 em busca de paz e equilíbrio

  • 1. EM BUSCA DE PAZ E EQUILÍBRIO O admirável escritor francês, Dominique Lapierre, tornou-se célebre ao apresentar ao mundo uma obra grandiosa a respeito de Mohandas Karamchand Gandhi, a obra que sensibilizou o mundo, recebeu vários prêmios de literatura e tornou-se uma grande película cinematográfica, chama-se “Nesta noite, a Liberdade“. Dominique Lapierre para poder escrever o seu livro fez uma longa viagem à India e examinou os locais onde havia vivido o Mahatma, manteve contato com as autoridades inglesas depostas e tambem com aqueles que participaram da grande noite da liberdade da Índia e do Paquistão, consultou as várias classes indianas e porque a obra lhe havia rendido extipêndios extraordinários ele se tornou um escritor não apenas exitoso, porem muito rico e deu-se conta que aquela Índia que lhe era tão querida, experimentava muitas aflições apesar da liberdade que o Mahatma lhe havia oferecido.A super população, a divisão em castas, a miséria sócio- econômica e as misérias morais haviam tornado aquele grande país, hoje emergente,numa comunidade de lágrimas e aflições. Nessa oportunidade ele soube que um lar que atendia crianças órfãs na cidade de Nova Delhi e que era financiado por um conde Inglês havia fechado as portas por falta de recursos para levar adiante a tarefa da educação. Foi então que Dominique Lapierre teve uma ideia audaciosa, retribuir à Índia, aquilo que o país dos Mahatmas e dos grandes gurus lhe havia oferecido.Retornou então em uma longa viagem, desde a capital, até Varanaze, a cidade sagrada para poder ver, como poderia dizer “Muito obrigado!” escrevendo um livro que afinal de contas é a sua arte que pudesse render extipêndios capazes de minimizar a miséria do glorioso país.
  • 2. Foi então que ele escreveu uma obra memorável que se chama “Muito além do amor”. É possivelmente uma das obras mais belas da literatura do século XX, na etapa final. Nesse livro ele ressalta uma figura, a figura de uma menina pária que o fascinou naqueles momentos em que em Varanaze, entre os cadáveres queimados nas piras fumegantes e as águas lodosas do rio, aqueles buscadores dos últimos despojos cadavéricos para poder vende-los aos párias, entre eles destacava-se uma menina adolescente de 12 anos, era de pele característica das tradições indianas, a cabeleira negra, basta e no momento que ela mergulhava nas águas lodosas, atava-as à cabeça toda aquela cabeleira de triunfo.Ele observou a menina que era a melhor nadadora entre os buscadores de despojos ali às margens do rio sagrado. Aproximou-se da família, seus pais também eram párias, apesar da nobre senhora Indira Gandhi, quando primeira ministra da Índia, haver terminado de maneira legal com as classes hediondas que assinala o país há mais de 6.000 anos, a realidade é outra. Até esse momento aqueles que nascem sob o estígma do pária, conserva as marcas dolorosas de uma criatura fadada à desgraça, ao sofrimento, cuja sombra não pode cair sobre ninguém porque tornaria a pessoa imunda.Mas Dominique Lapierre, desejando escrever a respeito daquela menina, Ananda, que significa alegria, aproximou-se da família, que tinha um bazar, era uma família de dez membros e Ananda destacava- se pela habilidade de rebuscar os cadáveres mal queimados ou apodrecidos, deles retirando dentes de ouro ou qualquer uma peça que estivesse no corpo e pudesse ser revendida, para a manutenção da família. Sua mãe administrava os recursos familiares, seu pai era encarregado da preservação dos filhos, todos eles nadadores do Ganges. Então Dominique Lapierre apaixona-se por Ananda, aquela menina que parecia uma flecha e ao mergulhar nas águas imundas conseguia
  • 3. trazer sempre o espólio da sua atividade, a família a cercava de muito carinho e ele resolveu acompanhar a vida dessa extraordinária mensageira da alegria. Na obra, que é um expressivo volume no qual ele estuda também a origem da AIDS desde suas primeiras manifestações em Los Angeles,New York,Miami, São Paulo e Rio e depois a pandemia que já ceifou mais de 40 milhões de vidas e que tem contaminado um número quase equivalente de portadores do vírus HIV, soro positivo, ele vai oferecer-nos uma das belas vidas, para nos mostrar a grandeza da paz e a melhor busca da saúde. Observando Ananda por vários anos ele a viu crescer e ainda se lembra de quando ela lhe confidenciou aos quatorze anos, a maneira como a família havia se preparado para poder vendê-la em matrimônio. Era natural que deve-se levar um grande patrimônio para também os pais do noivo, oferecerem um outro patrimônio, a fim de que o lar pudesse revestir-se de um pouco de solidão, de solidariedade e também de solidez. A mãe de Ananda reuniu um pequeno patrimônio para doar ao seu sogro que por sua vez deveria doar a Ananda alguns bens para construção da família. Narraria Ananda, que ela observava no silêncio de seu quarto a movimentação, famílias que entravam, que mantinham colóquios e ela sabia que estava sendo exposta, à venda. Nunca teve oportunidade de saber quem era o noivo, a quem deveria servir com fidelidade até o momento de sua morte.Por fim, ela veio a saber que estava noiva e no dia da apresentação àquele que era mais velho do que ela vinte anos. A alegria tornara-a ruborizada e mesmo vestida para o cerimonial havia nela uma beleza explendente que parecia descer das páginas mais belas do mundo transcendental e Ananda, depois de ser apresentada, foi ser preparada para o matrimônio. Nesse ínterim, certo dia enquanto se banhava nas águas do Ganges, ela percebeu sobre o seio direito, uma
  • 4. pequena mancha.Era uma despigmentação aprsentando na orla, ligeira erupção. Ela passou a mão preocupada e naturalmente chegando à casa, falou à mãe que estava com algo singular. A mãe de imediato convidou um desses curandeiros de rua, que tomando de um estilete, cravou-o na parte rósea e porque a menina não sentisse nada, logo veio o diagnóstico desesperador: Hanseníase! A doença que infecta ainda hoje a Índia, sendo o país de maior incidência desse terrível bacilo de hansen. No dia seguinte Ananda contará entre lágimas. A família estava toda reunida e no meio da sala, estava o vasilhame de alimentação convencional. Nos dias normais, todos sentavam-se em torno da imensa gamela, para servir-se utilizando-se das mãos; não naquela manhã, havia uma trouxa de roupas ao lado do vasilhame de alimentos. A família em volta da sala e quando ela saiu do quarto o pai apontou-lhe, ela percebeu que estava sendo expulsa da comunidade. A lepra ainda constitue um dos terríveis males e o conceito da reencarnação baseado no carma considera que a lepra é uma punição divina e ninguém tem o direito de ajudar aquele que está queimando o seu carma. Ananda dobrou-se, alimentou-se frugalmente, pegou de 20 rupias e sem uma palavra pegou da pequena trouxa. Todos lhe deram as costas e aos 14 anos ela saiu do lar para nunca mais voltar. Falar a respeito do seu sofrimento que sempre esteve presente na sua alma nas vascas da miséria pária é impossível. Mas ela começou a deambular no meio daquela súcia de miseráveis marcados a ferro e fogo que apodreciam nas ruas e muitas vezes eram atirados às latas de lixo antes de morrer para facilitar a desencarnação. Aquela semana foi de opróbrio e de humilhações, agredida muitas vezes pelos estupradores, ela teve que resistir na sua inocência até que esfaimada, certo dia, na plataforma da estação de trem que levava a regiões longínquas do seu país, quase a
  • 5. morrer de inanição pela fome viu a providência superior acercar-se. Um triciclo,viu dele saltar um homem de boa aparência, acercar-se-lhe e perguntar-lhe no dialeto parse: - Porque está aqui na rua tão jovem?e ela disse: - porque minha família expulsou-me de casa. Mas você não tem ninguém? – ninguém! Mas é exatamente o que estou necessitando! Eu sou representante comercial, pai de duas crianças e necessito de alguém para ajudar a tomar conta dos meus filhos. Jovem, enquanto eu realizo viagens por diversas cidades e de imediato deu-lhe uma nota de 50 rupias e convidou-a para trabalhar no seu lar.Ananda verteu um pranto de gratidão a Shiva, o deus da sua predileção. Ele a colocou na pequena carruagem e viajou, alongou-se, saiu do centro da cidade e nos arredores levou-a até uma propriedade imensa de muros altos, cercados e apresentou-a a um homem que a partir daquele momento se encarregaria do seu destino. Esse cavalheiro distinto e nobre era um aliciador de menores para a prostituição. Ele vendeu Ananda àquele explorador e a primeira atitude desse foi aplicar-lhe uma surra para que ela soubesse que a sua vida a partir daquele momento não lhe pertencia mais.Ananda foi atirada a um pátio onde estavam outras adolescentes, desde os 10 anos e passou a receber as instruções próprias para o lenocínio. Quando ela foi despida e se percebeu que tinha a marca da lepra naturalmente foi separada para um grupo daquelas que somente podiam atender aos párias, aos mendigos, aos miseráveis. Um pouco de maquiagem resolveria o problema e ela foi atirada ao mais baixo antro de prostituição tendo que atender em média a vinte clientes por dia no mínimo e ficar apenas com uma importância que mal dava para sustentá-la.Foi nessa agonia terrível que ela experimentou os seis primeiros meses da sua vida juvenil marcada pela tragédia. Aonde estaria Shiva, o deus de sua predileção? Até que certo dia reunindo as forças
  • 6. debilitadas, com uma outra amiga, rla resolveu correr o risco da evasão e fugiu, o que naturalmente era punido com a morte. Mas conseguiu misturar-se à farândula dos leprosos que vagueavam por Varanaze e entre eles, procurar algo para manter a vida. A lepra é indubitavelmente uma tragédia seja em que época haja ocorrido e foi assim num dia de muita fome, de muita dor, de maltratos no meio daqueles que constituíam a suprema ralé da Índia que ela ouviu falar pela primeira vez de madre Tereza de Calcutá.Alguém falou “en passant” que havia uma religiosa na Índia que estava querendo destruir os deuses para implantar um deus oriental que vinha de Israel e acabar com as tradições da cultura, a cultura que era considerada, originada em Brama, o senhor do universo e ela detestou essa mulher terrível que desejava substituir as tradições e a vida.Mas ela soube também que nos arredores de Varanaze, havia um lugar onde se atendiam os miseráveis, onde se dava um pedaço de pão e numa escudela, um pouco de sopa. Com outros infelizes ela entrou em uma fila imensa à porta de uma casa onde tinha escrito em indiano:”Aqui existe a esperança”. Mas a fila era imensa e quando estava mais ou menos próxima dela, acabou a alimentação e todos foram expulsos da área. Ela ficou ali, quase inanimada. No dia seguinte quando a fila se fez, ela estava presente e foi então que uma mulher vigorosa que apresentava um hábito branco debruado de azul e que servia em um guichê adiante olhando a fila imensa, saiu e no meio daqueles infelizes olhou para a menina demoradamente. Já havia no rosto de Ananda, alguma despigmentação, então ela perguntou-lhe: - Tens fome? Ananda mal podia dizer algo. Ela tirou-a da fila, perguntou-lhe seu nome: - Ananda! Alegria. A religiosa levou-a e examinando-lhe o corpo, percebeu que ela era portadora da doença fatal, condenada pelos deuses.Internou-a naquela casa da esperança. Eram
  • 7. pavilhões abertos, esteiras no chão. As esteiras eram disputadas por aqueles seres deformados, homens e mulheres cotos. A maioria não tinha braços, não tinha pernas, usava bastões, usava muletas e deram-lhe uma esteira d onde havia saído um cadáver à véspera, era somente assim que se encontrava lugar na casa da esperança. Mas aquela senhora vigorosa, voltou-se para ela e disse-lhe:- eu sou a irmã Bandona, servidora de Jesus! Deveria ser o deus estranho, ela quis correr, mas não tinha forças. A irmã Bandona diáriamente ia levar-lhe óleo de shalmugra porque não havia nenhuma terapêutica eficiente, era esse produto, placebo que se aplicava nos enfêrmos.Sulfona diasona, raramente chegavam à Índia. Então a irmã Bandona passava o óleo de chalmugra no corpo agora endurecido da menina que já apresentava algumas deformidades e foi numa dessas vezes quando a irmã Bandona veio falar aos infelizes que notou que uma das esteiras que esvaziara pela morte de um, tomada por um estranho. E ela perguntou como? Você adentrou-se aqui, já havíamos reservado esse lugar para outrem! E o homem reagiu e os pacientes reagiram, atiraram-lhe pedras, atiraram-lhe as muletas e a irmã Bandona permaneceu de maneira nobre como se estivesse sendo crucificada, nenhuma palavra. Ananda ficou apavorada, correu, e escondeu-se ali atrás e disse-lhe: - reaja! Mas a irmã Bandona não reagiu. A menina pensou que ela ia expulsar aqueles miseráveis, ingratos, perversos que recebiam todo o amor e ternura e retribuíam dessa maneira cruel. Mas irmã Bandona permaneceu incólume e quando parou um pouco a gritaria, ela disse: - oremos! E começou a balbuciar em parse, o idioma mais geral: o Pai Nosso... que Ananda por primeira vez pronunciou. Esse exemplo notável de estoicismo e de compaixão que irmã Bandona oferecera aos infelizes, tocou profundamente Ananda e ela tornou-se-lhe auxiliar, a
  • 8. sombra, onde irmã Bandona estava, Ananda também. E foi assim que começa o terceiro capítulo da sua vida. A irmã Bandona tocava-lhe o corpo, as suas mãos pareciam expargir xispas luminosas e lentamente as tumorações de Ananda, foram desaparecendo, ela foi recuperando a inteireza do seu corpo quando então ela pediu: - eu gostaria de ser também uma irmã da caridade. Irmã Bandona lhe disse que não podia ali em Varanazi porque a ordem, tinha a sua sede em Calcutá e a viagem era longa e dispendiosa, mas que tudo faria para indicá-la à madre Tereza, o anjo dos leprosos. Alguns meses depois, irmã Bandona leva Ananda à Casa da Caridade em Calcuta. Era um casarão. Quando Ananda abre o portão e vê aquele Cristo que tem na clausura, que mudou a vida de madre Tereza quando ela voltava de um período de meditação. Ao chegar naquela varanda ela viu escrito embaixo da cruz a frase de duas palavras:em inglês:”tenho sede” então Madre Tereza que era professora de inglês da ordem, perguntou se ele tem sede? Há dois mil anos ele tem sede e o que eu lhe dei?Quando ele gritou que tinha sede, deram-lhe na ponta de uma lança uma esponja com vinagre e alois, substancia amarga,mas ele continua com sede. Foi a partir Dalí que nasce um anjo da caridade ela pede permissão a Abadessa para afastar-se da ordem, ao Papa Paulo VI e começa a recolher leprosos nas ruas de Calcutá nas quais se encontravam à época mais de cem mil leprosos apodrecendo nas avenidas da cidade que possuía na época 6 milhões de habitantes,é ali que nasce e Ananda quando vê dizendo que tem sede,ela se comove faz então o curso, o curso de noviciado ela tinha necessidade imensa de dialogar com Madre Tereza. Porém aquela monja baixinha, frágil, não parava em Calcutá até que a aproximação dos votos, quando deveria receber o hábito o tecido branco debruado de azul para fazer um sári com quatro metros cobrindo a cabeça, madre Tereza
  • 9. apareceu e sorriu para ela e disse-lhe: - toda a teologia está nesta frase: “Amar até doer de tanto amar. ”o mais, é a explicação disso.Quem já ama e experimenta a dor do seu próximo, esse é o verdadeiro discípulo de Jesus e é quando Ananda tem a data em que ia receber a indumentária das irmãs da caridade, irmã Bandona veio participar da missa episcopal porque ali estavam moças de diferentes famílias e castas diversas de países longínquos e porque ela era pária, ela era servidora de suas irmãs, encarregada de limpar os despejos, de cuidar da parte infecta da organização, o que fazia com doce encantamento. Nquele dia em que todas iam despedir-se do mundo, estavam os seus familiares e Ananda olhou na multidão até que vê levantar-se uma mão. Era irmã Bandona a sua família. Depôs-se, retirou depois o vestido de noiva e envolveu-se na indumentária branca debruada de azul, sendo a religiosa 3.548. A ordem que mais cresceu no mundo de abnegadas servidoras de Jesus. E recebeu como tesouro uma bacia de flandres,um pedaço de sabão, duas peças íntimas, mais quatro metros de tecido, o rosário e uma cruz, feita de figueira brava. Eram todos oseus bens. A partir Dalí, ela pertencia a Jesus. Irmã Bandona volta a Varanaze e agora ela está sob a supervisão de uma outra monja quando acontece um episódio extraordinário que vai ser uma nova vida para a irmã Alegria. Madre Tereza voltava de Roma e passando por New York ela soube da calamidade que estava devorando a cidade, a Aids. Tudo havia começado quando um jovem cabeleireiro gay de Los Angeles apresentou também uma mancha na pele e sendo ele muito vaidoso foi ao dermatologista que percebeu tratar-se de um tumor. Logo depois a tumoração modificava-lhe a face. O médico diagnosticou como tumor de Kaposi e logo depois esse jovem teve uma problemática no aparelho digestivo, abriu-se-lhe em aftas e uma espécie de pneumonia dominou-lhe os pulmões e
  • 10. ele morreu desde o primeiro sintoma ao trigésimo dia. E o seu corpo começou a decompor-se em um período muito rápido. Foi sepultado de emergência e no necrotério, anotou-se que ele havia falecido por falência múltipla dos órgãos de uma doença estranha, quando então em Nova York o piloto da Air Canada apresentou o mesmo tumor de Karposi. Esse rapaz que também era gay,era comissário de bordo e depois de receber o tratamento especializado,morreu em menos de dois meses, decompondo-se em vida e isso chamou a atenção dos médicos que logo estabeleceram tratar-se de uma doença nova. Em Miami, o terceiro jovem que era estilista, apresentou a mesma sintomatologia e morreu apodrecendo vivo. Logo deu-se um alarme, o serviço de saúde pública dos Estados Unidos consultou os três dados: Los Angeles, Nova York, Miami,era uma epidemia. Logo depois chegavam notícias de São Paulo, Paris, de Londres e os grandes laboratórios como Pasteur,começaram a trabalhar. Primeiro, isolar o vírus depois a tentativa de esclarecer como esse vírus que fica inoculado no macaco barriga verde na África e é inofensivo no símio, havia passado para o organismo humano, e era terrível, já agora a pandemia da Aids ou Sida, se alastrava pela terra e narra Dominique Lapierre que os estados Unidos começaram a trabalhar para tentar observar aquele vírus que tinha mutação,o que dificultava a elaboração de uma vacina. Quando se preparava para o modelo 1, ele apresentava uma mutação e era óbvio que era muito mais voraz, mais destruidor. É nesse período que New York principalmente o grande bairro em que moram artistas, ainda hoje,GreenwichVillage. O número dos infectados era imenso,os hospitais recusavam-se,foi um período de caça ás bruxas. Tinha-se medo de qualquer contágio e eles morriam, sob os viadutos, nas latas de lixo, eram perseguidos, alguns foram queimados vivos, inclusive aqui no Brasil e esse pavor
  • 11. que era a nova lepra, alarmava. Madre Tereza chega a Nova York e vai ter um encontro com o Prefeito, o Sr. Edward Koch, então ela diz: - Eu soube que uma doença nova está matando a juventude norte americana. Ninguém faz nada por nada e o prefeito disse que estava procurando uma casa em Greenwich Village para fazer um pequeno hospital para atende-los, já que não se podia cuidar, atende-los até a morte. Então ela se ofereceu,porque todos os médicos recusavam- se,os hospitais,os odontologos, os enfermeiros, todo mundo tinha medo do contágio. E graças ao Cardeal O’Connor,Madre Tereza conseguiu uma casa de três andares ali mesmo no bairro de Green Village e estabeleceu esta frase”Aqueles que são portadores de Aids, são Jesus crucificado que nós deveremos atender. Aceitou a casa de três pisos,estabeleceu como deveria ser edificada a construção para adaptar um hospital. Nada do conforto americano. Camas simples, nada de aquecimento,nada de refrigeração,deveria ser um lugar espartano, mas ela não sabia que o inverno em NovaYork tem temperaturas negativas. Em hulho e agosto tem temperaturas de 40- 45 graus, mas estabeleceu seus critérios e mandou um aviso a Calcutá, que enviasse um pelotão das irmãs de caridade para tomar conta dos leprosos modernos, e entre as religiosas elegidas,estava Ananda que contava agora, vinte anos. Havia recuperado totalmente a saúde.Seus olhos brilhavam e quando ela e as amigas chegam a Nova York,a alfândega de Nova York, tem a maior surpresa de sua estória porque no momento de fazer a revisão de bagagem o que aparecem para eles. São vinte sacos de aniagem, tendo dentro de cada um, uma bacia, um pedaço de sabão, duas peças íntimas, mais quatro metros de tecido, exatamente o que elas usavam. E somente necessitavam disso para servir Jesus em qualquer parte da terra, sem a necessidade de bagagem, eles ficaram
  • 12. surpresos. E saíram aquelas jovens, era dezembro, nevava em Nova York e elas encantaram-se com a neve. Nunca haviam visto,apanharam a neve para comer, quando o ônibus tomou- as no aeroporto Kenedy a Greenwich Village em cuja casa de três andares, elas enfrentariam a cultura americana. Ali estavam jovens que se entregaram à mais vil corrupção.Marcados pela Aids mas sobretudo pela degradação moral do mais baixo nível. Apenas um médico ajudava aquelas jovens que os atendiam até a morte. A sua missão era atendê-los, não podiam fazer nada não havia medicação, aos mais débeis, ofereciam o conforto de um banho,palavras amigas, alimentá-los.Então Ananda, deixou-se fascinar por um jovem afro-descendente.Ele era homosexual, mas Ananda não entendia disso, havia vivido outro mundo, quando o médico reuniu aquelas jovens e disse: -vocês estão na América, não se surpreendam com nada, no que diz respeito á degradação humana a América possui o que há de mais vil, o que é de mais terrificante e deu-lhes uma aula formal a respeito do contágio da Aids. Somente através do esperma e do sangue é que o contágio se dá.Mas basta um leve contágio. Basta a primeira experiência sexual com um contaminado para contaminar-se também. Então ali já havia jovens que já traziam transtornos mentais, da vida que levava, entre eles um jovem que imitava uma grande atriz, Laureen Bacall e que Humphrey Bogart, chamava de sweet. Esse jovem era um depravado, era um travesti, então personificava Laureen. Ele necessitava diariamente de duzentos dólares para comprar cocaína, então entregava-se ao mais vil dos comércios e voltava para a residência da esperança. Então a diretora proibiu-o de sair para a degradação. Ele teria que optar, ficar na casa da esperança ou morrer debaixo de um viaduto como um animal putrefato. E Ananda se foi integrando e este afro-descendente chamava-
  • 13. a”a doce irmã Alegria”. Ele morreu em seus braços e antes de morrer tentou contar a Ananda, o conflito de sua vida, essa dificuldade de aceitar-se, depois a entrega ao prazer daninho, a contaminação e o arrependimento de não haver recebido Jesus no seu coração.Ananda ficou com ele até o último momento e abençoou-o. Nesse ínterim, Madre Tereza sabendo que nas prisões mais terríveis da América havia portadores de AIDS em penitenciarias, mandou pedir ao prefeito que mandasse para ali alguns desses condenados à morte e um deles que estava no último estágio da vida, apaixonou-se literalmente por Ananda Era um criminoso feroz, estava praticamente despedindo-se da terra e Ananda pelo seu encantamento a sua ternura, a sua pulcritude porque foi o corpo estuprado, não foi ela. Ela permaneceu virginal, ele propos-lhe em uma sedução vulgar,ela disse não posso. Eu sou casada com Jesus e de imediato a fera reagiu dizendo que ela evitava o contato com medo da AIDS. Em uma oportunidade que Ananda atendia um paciente, de costas, ele havia tirado sangue de uma artéria e chegando-lhe no glúteo, aplicou-lhe para poder contaminá-la. Ananda apenas pôs a mão e disse: - apesar disso e graças a isso, você jamais me terá.Ele morre e Ananda continua por mais três anos na casa da esperança.Como vimos,invariavelmente aloja-se na medula óssea e pode ficar dez anos em incubação para então aparecer a posteriori quando o organismo tem uma problemática qualquer. Ananda, naqueles três anos, não apresentou qualquer sintoma mas nesse ínterim quando a casa estava organizada e atendia agora através de alguns produtos do primeiro coquetel para manter o paciente vivo, a China abriu espaço para que Madre Tereza ali ergue-se, na capital da China o lar para crianças débeis mentais, para crianças altistas e Ananda, pela sua virtude, trabalho e dignificação, foi elegida para ir dirigir a ordem religiosa que havia adotado
  • 14. em New York. Partem as duas, naquela época, 1986. Madre Teresa era responsável por 186.000 hansenianos no mundo.A sua ordem atendia a mais de duzentas mil crianças órfãs, espalhadas na terra. Logo depois, Ananda viaja para Pequim e Dominique Lapierre vai agora estudar a AIDS e demonstrar que ainda hoje é incurável. Ninguem se equivoque, depois da infecção, a cura até esse momento do ponto de vista da ciência médica é incurável. O coquetel mantém o paciente levando uma vida quase normal, mas ele continua infectando. É necessário portanto que todos tenham cuidado, na hora do sexo, que está brutalizado. Já não vivemos mais os dias do sexo. É o erotismo vulgar, a promiscuidade, é o indivíduo que se transformou somente na genitália pela corrupção moral que assalta a nossa sociedade aturdida. E Dominique Lapierre ao apresentar o seu “Muito além do amor” encerra a sua obra, dizendo que a sua verdadeira saúde é aquela que vem da paz interior. Para que o indivíduo possa desfrutar de saúde é indispensável ter paz. Socrates, num dos seus maravilhosos diálogos, narrado um deles por Platão assevera que a doença está no ser o ser é um mortal, não uma sombra, que é o corpo e é necessário que seja tratado no íntimo e não na exterioridade. Graças à filosofia Socrática a humanidade vai ter a base da medicina. Quando o eminente mestre estabelece como padrão da medicina, ele que se torna o pai da medicina grega, que é necessário o indivíduo desfrutar de paz para poder superar qualquer conjuntura negativa na área do organismo e Hipócrates, estabelece a doutrina através da qual o indivíduo é portador de certos resíduos internos que abrem espaço às contaminações. Duzentos anos depois de Jesus nós vamos encontrar outro médico grego, Galeno, dizendo que é necessário o cultivo da alegria, Ananda, Alegria, para podermos viver com saúde. É natural que as pessoas melancólicas, escreveu esse notávelGaleno há quase dezenove
  • 15. séculos, têm mais tendência a ter doenças cardiopatas ou cancerígenas e todos aqueles que vivem sob pressão mais cedo ou mais tarde vão revelar distúrbios orgânicos com doenças degenerativas. É por isso que um dia, o poeta de Nazaré, o cantor das bem aventuranças, essa extraordinária sinfonia inapagável que jamais se acaba na história da humanidade, terá ocasião de dizer; - eu vos doo a minha paz. – eu vos trago a minha paz.Não a dou conforme dou ao mundo. Eu a doo como somente eu a posso doar. A que paz ele se referira? Sócrates teria dito que era um estado de consciência reta. E Buda, quinhentos e oitenta anos antes de Jesus, havia assinalado que era necessário falar bem, pensar bem, agir bem, corretamente, para poder ter um coração rico de compaixão e viver em paz. Então a paz tornou-se, nos anais da filosofia e nas estruturas da teologia, a base da saúde integral. Quando guardamos ressentimentos, quando cultivamos mágoas, quando nos deixamos ferir, quando permitimos que os maus nos atinjam, é obvio que a nossa paz desaparece. E ninguém merece perdermos a nossa paz. Não devemos permitir jamais que alguém mate em nós a alegria de viver. Porque quem assim procede não merece desprezo, nem amargura, merece compaixão porque é portador de um transtorno profundo de um distúrbio de comportamento que talvez não se haja revelado mas que está incito no espírito como um carma doloroso, a ingratidão, a perversidade, ausência de sentimento e toda vez que eu falo isto, uma emoção peculiar me domina porque ninguém chega à proveita idade de 84 anos sem atravessar o vale das sombras, sem suportar o calvário das ingratidões, sem coroar-se de espinhos, sem ter que sorrir por fora e alma chorando. Ninguém atinge uma idade avançada sem ter vivido as experiências do cotidiano. Mas para que seja realmente feliz é necessário não deixar que os maus o tornem mau, que os
  • 16. infelizes façam que ele também seja infeliz. Não permitir que a alegria embuchessa no coração, porque eu vos trago boas novas de alegria, que é o evangelho, é a expressão de Jesus. E quem realmente conheceu Jesus nunca mais é o mesmo, diz Joana de Angelis, ou detesta, ou se fascina. Pode ficar em cima do muro enquanto for um Jesus de conveniência. Mas quando for aquele que arde nas entranhas de nossa alma e nos aponta a certeza da sobrevivência, um halo de compaixão toma-nos conta da vida e olhamos o perseguidor como um infeliz, olhamos o perverso como um psicopata, e recebemos a crueldade como um louro, porque só nos acontece aquilo que temos necessidade para evoluir. Agradeço a Deus com toda a emoção, as noites indormidas, as incompreenções, a internet desmoralizadora que não dá enchança da pessoa justificar-se porque o covarde se oculta por trás de um pseudônimo. Então é necessário que mantenhamos a nossa saúde. Para minimizar o tema: Certo dia, não faz muito eu cheguei para uma conferência numa cidade no sul do país e um desses confrades, um desequilibrado, vendo-me chegar, gritou: - Divaldo, você não envelhece. Você está conservado em formol, não envelhesse. Quem está conservado em Formol é cadáver! Eu estou conservado em alegria e em shampoo, A alegria mantém a vida e o shampoo, a cor dos cabelos.Então é necessário ter alegria, alegria de viver porque a vida física por mais larga que seja é breve e passa e como passa depois que passa. No nordeste dizemos: -viver até os 39 anos é tão demorado, mas quando começa o período dos enta, quarenta, cinquenta, sessenta, setenta a gente olha para trás e foi ontem porque nós somos pessoas saudáveis, com atividade. Não é o tempo que corre, são as atividades que se multiplicam. Então, não tem hora vazia, não tem momento ocioso,só tem momento de ação e a alegria, que não quer dizer falta de tristeza, porque a tristeza faz parte da saúde. Só os esquizofrênicos
  • 17. têm uma linha reta porque eles não têm problemas, eles são problemas para os outros. Toda pessoa saudável não quer dizer que não tenha doenças e está provado cientificamente que depois de uma boa depressão a pessoa melhora, porque a depressão leva à reflexão profunda ao auto encontro. O extraordinário Carl Gustav Jung em 1913 quando ele fez a análise da psicologia profunda fazendo uma página memorável “Onde estavas, minha alma”eu te procurei por toda a parte, onde estavas minha alma, onde te escondeste de mim. É uma página lírica do livro vermelho do Jung. Ele entra em depressão profunda e graças á depressão profunda ele se tornou um dos mais notáveis psicoterapeutas da humanidade de todos os tempos. Então é natural que tenhamos alegria, quando um ingrato nos desbordoa a face é lógico que as emoções entristecem –se mas a compaixão nos dá piedade e o amor, quando é verdadeiro vai verificar que a pessoa está doente da emoção, ou psiquicamente, ou espiritualmente tomada por um adversário que nos odeia. Vejo, vejo em volta das pessoas aqueles cômpares que as odeiam, que as detestam.No ano de 1951 eu tive a satisfação de ler algumas das conferências do professor Ubaldi pelo nordeste do Brasil. Em Salvador, em Fortaleza porque ele não falava português. Ele escrevia a conferência em italiano,o professor Clóvis Tavares traduzia e eu lia-as e através de interpretes as perguntas eram atendidas.Viajando de Salvador a fortaleza eu me aproveitei do professor Ubaldi então eu perguntei: - professor, por acaso o senhor vê os espíritos que acompanham as pessoas? Ele me disse que sim e eu lhe disse, às vezes eu fico tão aturdido professor porque a pessoa está me contando uma coisa e eu estou vendo outra pessoa dizendo: - é mentira, não é assim não! e eu fico embaraçado ouvindo os dois e as vezes ao invés de responder ao espírito, eu respondo à pessoa o que o espírito disse e tenho
  • 18. tido vários momentos de constrangimento. Então o professor Ubaldi me disse: Ele era um grande místico,pegou na minha mão e disse: como? Você também?e eu disse: - eu também, infelizmente. Ele disse, meu filho, comigo ainda é pior. Eu vejo as pessoas cavalgadas por espíritos que montam nos ombros e ficam batendo os pés no tórax. Muitas vezes em Gúbio, onde ele morava, na Itália, vem pessoas dizendo Dr. eu estou, ele não era dr. era professor, mas como era um místico as pessoas o procuravam. Eu vim aqui pedir um remédio para os brônquios e eu via os espíritos batendo os pés e dizendo não dê não,diga para esse sem-vergonha que o melhor remédio é mudar de caráter e então o que eu podia dizer; encaminhar ao médico e dizia: -ore mais, vá mais á igreja e etc...eu vejo que o indivíduo é no bem e no mau. Allan Kardec perguntou aos espíritos, interferem os espíritos nas nossas vidas? Mais do que imaginais a ponto de que muitas vezes são eles que nos conduzem e porque? somos marionetes? De acordo com a nossa conduta interna, atraímos semelhantes e esses semelhantes, por afinidade mudam o nosso comportamento, mudam a nossa vida, nossos inimigos, utilizam-se dessas pessoas irresponsáveis e levianas para nos ferirem e nós, como crianças, caímos no jogo.Deixamo-nos levar. Então é preciso ter paz, essa paz que Jesus nos dá e que a doutrina espírita restabeleceu quando provou que nós somos imortais. A alegria de sermos imortais é tão fascinante, que muitas vezes me dou conta que elegendo a minha futura reencarnação e já esperando o momento da grande transição planetária quando estarei aqui, de volta é claro. Logo mais eu parto e retornarei. Outro momento curioso de minha vida, permitam-me contar sem querer fazer auto biografia. Quando eu completei 80 anos, ai meu Deus como é pesado... meus oitenta anos,quando completei, resolvi que não tinha mais condições de
  • 19. viajar,porque um homem de oitenta anos, está cansado, arrasta os pés,perda de memória, perda de cabelo, perda de tudo. Eu digo meu deus eu não quero desfazer o pouco que fiz na minha vida e estava pensando em aposentar-me, eu já estava aposentado do Instituto, aposentado da palavra,lá na mansão do caminho eu entrava em contato, graças à tecnologia e estava até alegre pois viajar é uma beleza.Viajar para a divulgação da doutrina é uma benção, cansativa, bem se vê. Então eu recebi um convite para falar num congresso mundial na Espanha. No meio de 2010. Eu disse, meu deus, daqui há três anos, eu estarei um caco.Os amigos me convidaram porque fui eu quem falou pela primeira vez durante a ditadura, nos subterrâneos espanhóis, a doutrina Renascer, então desejando estimular-me, homenagear-me, convidaram-me e eu digo, de forma nenhuma, deixei o convite para lá! Quando estou em Salvador, diáriamente às 9 horas, Joana de Angelis vem e escreve uma mensagem, no passado, ela saia e eu datilografava, agora ela sai e eu digito, para não acumular.Nesse ínterim, pela primeira vez ela botou a mensagem e parou entre as duas mesas, a mesa maior e a mesa do computador, termino de psicografar e vou digitar. Ela ficou entre as duas mesas. Eu comecei a digitar e pensei, meu Deus,o que será?... será que ela vai me dizer que vou desencarnar?Mas eu olhei para ela, aquele rosto suave, de riso, riso de freira, não mostra os dentes. Irmã, eu nunca pergunto nada. Eu gostaria de um conselho da senhora.Uns amigos da Espanha convidaram-me para proferir a conferência de abertura do congresso mundial e ela bem generosamente sábia, perguntou-me como se não soubesse: - Quando será? meu filho. Eu disse: -outubro de 2010. Mas eu estarei com 83 anos, eu não sei o que respondo? Ela sorrindo disse – aceite meu filho.eudisse:- oba, ganhei três anos, tá garantido! Ela saiu, eu já fiz um mel e disse estarei aí se por
  • 20. acaso estiver reencarnado e tal e tal e já comecei a planificar, amanhã vou pregar, estou encarnado. Um mês depois eu recebi da cidade de ponta Grossa no Paraná um convite para falar no centenário do Centro Francisco de Assis local onde eu falei pela primeira vez no Paraná, no ano 2012 Eu digo Ave Maria, eles querem me matar,em 2012 eu estarei com 85 anos. Nem vou dar importância, 83 vá lá. E daí a um mês- dois, Joana escreve e para outra vez. Eu já estava mais ou menos habilitado aí eu dei á minha voz um tom melífero: - Ah minha irmã os espíritas são fascinantes, a senhora imagine que os irmãos de ponta Grossa estão convidando-me para proferir a conferência do centenário do Francisco de Assis.Quando será meu filho? -2012 e aí eu fiquei na certeza de que ela iria dizer; - aceite! Ela sorriu e disse- 2012? Sim senhora!Temos que orar bastante!então respondi: - Eu aceito se orarmos bastante. Já venci 2010,2011 já está desencarnando,janeiro de 2012 vem aí, estou orando. A Federação Espírita Portuguesa convidou-me para a palestra do centenário em 2027. Eu aceitei, porque dá tempo de ir e voltar e voltarei criança índigo.Como as crianças estão revolucionando a terra eu imaginei ainda que eu desencarne em 15 ou 16, que não seja antes e então eu volto em 18, estarei lá em uma palestra, lembrando-me de hoje em São José do Rio Preto e vou proferir a palestra “Alegria de viver com Jesus”.Porque a doutrina nos disse que a morte é nada mais do que um passaporte que nos leva para outra dimensão. Então nós poderemos tornar nossas vidas perfeitamente ditosas. Mantendo a alegria, sabendo que tudo passa. Que a tristeza de hoje é a véspera da alegria de amanhã. Como muitas vezes a alegria de hoje são as lágrimas que virão. Então nesta mensagem que eu dediquei para falar aos corações amigos de Rio Preto e região a respeito de Ananda que experimentou tantas vicissitudes e do amor de Cristo que a convidou para
  • 21. salvar vidas, para que nunca percamos a alegria de viver, mesmo na doença,especialmente na doença. Já tive parada cardíaca, morte clínica, câncer de próstata. Durante dezoito anos tive asma, experimentei todos os tormentos de bronquite crônica, alérgica. Nunca me queixei,somente pedido ao senhor: que eu não desencarne durante uma palestra. Logo depois nos bastidores, cheio de alegria, faça a viagem e quando os amigos souberem digam: - Tambem estava na hora, o que é isso? Porque Jesus nos está chamando para o amor. É uma hora tão difícil. Os relacionamentos são tão frágeis. As amizades tão sem consistência,é necessário que nós, sejamos o exemplo, que o Cristo viva em nós, fale pela nossa boca, haja pelas nossas mãos, caminhe em nossos pés. Ele está de volta e escolheu-nos a nós para cantarmos o hino de alegria, alegria da boa nova no momento da transição. Que não nos deixemos perturbar, que não permitamos que as dificuldades nos entorpeçam e que apesar dos desafios digamos: - Senhor eu gostaria de dizer-te que eu amo a vida, que para mim é bela e é consentida, muito obrigado Senhor, por tudo que me deste, por tudo que me dá, obrigado pelo ar, pelo pão, pela paz, obrigado pela beleza que meus olhos vêem no altar da natureza, olhos que fitam o céu, a terra e o mar, que acompanham a ave ligeira que voa fagueira pelo céu de anil e se daqui da terra aureolada em flores em tonalidades mil. Muito obrigado Senhor porque eu posso ver meu amor, mas diante da minha visão eu detecto os cegos que andam na escuridão, que tropeçam na multidão, que choram na solidão,por eles eu oro e a ti eu imploro comiseração. Porque eu sei que depois desta luta na outra vida eles também enxergarão. Muito obrigado pelos ouvidos meus, que me foram dados por Deus. Ouvidos que ouvem o tamborilar da chuva no telheiro, a melodia do vento, dos ramos do olmeiro, as lágrimas que vertem dos olhos do mundo inteiro. Ouvidos
  • 22. que ouvem a musica do povo que desce do morro na praça a cantar. A melodia dos imortais que se ouve uma vez e não se esquece nunca mais a voz melodiosa, canora, melancólica do boiadeiro e a dor que geme e que chora no coração do mundo inteiro. Pela minha faculdade de ouvir,pelos surdos eu te quero pedir porque eu sei que depois desta dor, no teu reino de amor eles voltarão a ouvir. Obrigado pela minha voz, também pela sua voz. Pela voz que canta, que ama, ensina, que alfabetiza, que legisla que pauteia uma canção e o teu nome profere com sentida emoção. Diante da minha melodia eu quero rogar pelos que sofrem de afasia, eles não cantam de noite eles não falam de dia, oro por eles porque eu sei que depois desta prova, na vida nova cantarão. Obrigado pelas minhas mãos, mãos que aram, mãos que semeiam, mãos que agasalham, mãos de ternura, que libertam da amargura, mãos que apertam mãos, mãos dos adeuses, mãos que limpam feridas, que enxugam suores e lágrimas das vidas,pelas mãos de sinfonias, de poesias, de cirurgias, de psicografias. Pelas mãos que atendem a velhice, a dor o desamor, pelas mãos que no seio embalam o corpo do filho alheio, sem receio e pelos pés,por me levantar sem reclamar, obrigado Senhorporque posso bailar diante do meu corpo perfeito eu te quero louvar, porque vejo na terra, aleijados, amputados, marcados, paralisados que se não podem movimentar. Eu oro por eles porque sei que depois desta expiação na outra reencarnação eles também bailarão. Muito obrigado senhor pelo meu lar. É tão maravilhoso ter um lar, não é importante se é uma favela,ser um ninho, um gramado de dor, um bangalô uma casa no caminho, um duplex, seja o que for, mas que dentro dele exista a figura do amor. Amor de mãe ou de pai, de mulher ou de marido, de filho ou de irmão. A presença de um amigo, alguém que me dê a mão, porque é muito triste viver na solidão, pelo menos a companhia de um cão.Mas se eu, a
  • 23. ninguém tiver para me amar, nenhum teto para me agasalhar, nenhuma cama para me deitar, nem aí reclamarei, pelo contrário eu te direi: -obrigado Senhor porque eu nasci, obrigado Senhor porque eu creio em ti, pelo teu amor, obrigado Senhor.Pela sua atenção, obrigado senhores.