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O MUNDO DO TRABALHO E A NOVA LÓGICA
                      INDUSTRIAL CAPITALISTA.


                                                                                    Angelo Peres, 2008∗


                             Resumo1.
                                         Vivemos numa nova ordem econômica e, que esta é perpetrada
                             pelas classes dominantes, para a superação da crise estrutural do
                             capitalismo, desde os meados dos anos 90, do século XX, no setor de
                             serviços, no Brasil. O pilar central é a reestruturação produtiva, e esta tem
                             severos rebatimentos nos processos de trabalho e na subjetividade da classe
                             trabalhadora. Este artigo reflete estas transformações no mundo do trabalho.
                             Isto porque esta nova ordem levou a refuncionalização do Estado, bem como
                             a precarização do trabalho, entre outros.




                             Abstract.
                                         We live in a new economic order, and that is perpetrated by the
                             ruling class, to overcome the structural crisis of capitalism, from the mid 90, of
                             the twentieth century, in the services sector, in Brazil. The central pillar is the
                             restructuring productive, and this has severe impacts in working processes
                             and the subjectivity of the working class. This article reflects these changes in
                             the world of work. This is because this new order has refuncionalização the
                             state, and the instability of employment, among others.


                             Palavras-chave:
                                  Trabalho; Mundo do trabalho; e Setor de serviços.


                             Keywords:
                                  Work; Working world; and Services sector.




  Mestre em Economia. Pós-Graduado em RH, Marketing e Gestão Estratégica. Professor da UCAM –
∗

Universidade Candido Mendes e do UCL – Centro Universitário Celso Lisboa. Sócio-Gerente da
Peres & Peres Consultores Associados. E-mail: ppconsul@unisys.com.br.
1
  Artigo apresentado No I Seminário Latino-Americano de Ciências Sociais e o I Encontro Latino-
Americano de Pós-Graduação em Serviço Social. Na seção Temática: Classe Social, Gênero e Etnia
– Junho de 2008.
INTRODUÇÃO.

         Vivemos num mundo de significativas transformações. Em nossa opinião essas
mudanças, todas elas, atingiram o coração dos trabalhadores e o mundo do trabalho. Ou
seja, essas alterações repercutiram de forma ímpar na classe trabalhadora e em sua
subjetividade, bem como no seu universo de consciência de classe e em suas formas de
representação.
         Nessa     perspectiva,   o   objeto   deste   artigo   situa-se   em:   debater   essas
macrotransformações no mundo do trabalho, no setor de serviços, na nova lógica industrial
capitalista2, um dos nexos do neoliberalismo. Ou melhor, este artigo quer debater as
transformações ocorridas no capitalismo, particularmente, no Brasil, a partir da década de
90, quando foi desencadeada, de forma tardia, uma enorme onda de especulações e
desregulamentações, nas mais distintas esferas do mundo do trabalho, bem como na
subjetividade da classe trabalhadora.
            Isto porque, o capital tenta nos fazer crer que a classe trabalhadora chegou ao
paraíso. Pois que, dentro da nova égide imposta, em função da flexibilização do trabalho,
desta nova era, a maioria dos trabalhadores poderia deixar de ser empregado e abrir o seu
próprio negócio.
            Nessa perspectiva, para Ianni (2004), este atrativo, na verdade, esconde a “reforma
do estado”, que compreende a “desregulamentação, a desnacionalização, a privatização, a
abertura do mercado e a crescente liberalização dos fluxos de fatores de produção”, e
implica, de forma crescente, na “destruição das bases político-econômicas, socioculturais e
institucionais do projeto nacional”. Ou seja, institucionaliza-se, o projeto transnacional,
denominado de: “mercado emergente”; que viabiliza a privatização das atividades
relacionadas à educação, saúde, previdência e, ao mesmo tempo, anulam-se as conquistas
sociais da classe trabalhadora.
            Como dito acima, de qualquer forma, a partir destas questões, este artigo quer
debater as transformações no mundo do trabalho na nova lógica industrial capitalista, no
Brasil, especificamente no setor de serviços; e, grosso modo, pretendemos pesquisar, a
partir deste eixo principal: os novos lustros dessas transformações, bem como os artifícios
exploratórios impostos ao Homem pelo Homem, no capitalismo contemporâneo, na busca
da mais-valia. Isto porque, acreditamos que a práxis e os padrões de desenvolvimento
desigual, impostos pelo capitalismo neoliberal, são o fio principal condutor e norteador,
dessa nova racionalidade econômica, o que leva a diversas formas de subsunção e de
transformação no espaço do trabalho.




2
    - Cf. Netto, 2007.
                                                                                               2
I   -   O    ADMIRÁVEL         “NOVO”       MUNDO        E    OS     REBATIMENTOS            NA     CLASSE
TRABALHADORA.

            É a partir da mundialização do capital que se desenvolve a chamada reestruturação
produtiva, com impactos significativos no mundo do trabalho e na subjetividade da classe
trabalhadora. Estes choques são frutos da ofensiva do capital, nos processos de produção,
que, em resumo, desenvolvem alterações nos métodos de trabalho e na precarização da
classe trabalhadora. Este complexo e intrincado nó, tem uma ordem explicativa e norteadora
por trás: o neoliberalismo3.
            O neoliberalismo, para Netto (2001), é a “entronização do mercado como instância
societal mediadora por excelência” e consiste, em linhas gerais, em um conjunto de políticas
e processos, que permitem a um número relativamente pequeno de pessoas, com
interesses particulares, o controle da maior parte da vida social com o objetivo de maximizar
seus benefícios. O curioso, ainda, é que no neoliberalismo, o estado passa a ser mínimo e
também é submetido a uma política econômica através da qual tudo deve andar, apenas, de
acordo, com as instituições transnacionais: FMI, OMC e Banco Mundial (IANNI, 2004)4.
            Traduzindo: o neoliberalismo é um movimento que se baseia a partir de idéias
neoclássicas5 e, também, seu sistema doutrinário foi determinado pelo Consenso de
Washington. Tal movimento incentiva o livre-mercado, o empreendimento privado, além de
premiar a responsabilidade pessoal, a iniciativa empresarial (o empreendedorismo, por
exemplo), entre outros. E, no limite, freia a mão pesada do estado que, em sua opinião, é
incompetente, burocrático e parasitário (NETTO, 2001).
            A doutrina dessa nova ordem, portanto, é constituída e aplicada por motivos e
práticas destinadas a favorecer a formação de mercados emergentes. Neste novo nexo, não
mais se trata de países, mas de mercados, que se constituem e se desenvolvem na medida
em que adotam as diretrizes delineadas pelas organizações multilaterais e pelas
corporações transnacionais.
            O mundo, nessa altura, é composto por instituições, alinhadas a um novo padrão
capitalista industrial de uma nova ordem. E isto nos faz crer, dentro da perspectiva
neoliberal, que estas empresas estão conectadas às suas concorrentes – através de
alianças estratégicas – e, ligadas através de estruturas inteiras tirânicas projetadas para
obstaculizar a tomada de decisão democrática e para proteger os donos da “disciplina do
mercado”. Em outras palavras, as organizações – nacionais e internacionais – estão, a partir
deste nexo, submetidas a estes mecanismos internacionais (IANNI, 2004).



3
  Para leitura substantiva: Montaño, 1999; entre outros.
4
  - A Este respeito ver Santos, 2006; e ; e Leher, 1999.
5
  - Cf. Hayek, 1978; e Friedman, 1969. Estes são os principais teóricos desta linha de pensamento que atualizam
para o século XX, as idéias liberais clássicas.
                                                                                                              3
Não há dúvida de que, há uma espécie de orquestração no sentido de dar corpo e
       a:   “globalização”,   “modernização”,     “racionalização”,   “mercado     emergente”,
vida
“produtividade”, “competitividade”, “lucratividade”, “qualidade total” etc. Nessa perspectiva,
estas alterações levam-nos a significativas mudanças no mundo do trabalho.


Classe Trabalhadora e Mundo do Trabalho.

        As alterações apontadas acima, de uma maneira geral, impactaram de forma ímpar
o mundo do trabalho. Tanto nas suas formas de inserção na estrutura produtiva, em sua
representação sindical, quanto na questão política. Enfim, estas mutações atingiram não só
a materialidade da classe trabalhadora, mas teve repercussões na sua subjetividade. Na
verdade, a classe trabalhadora começa a viver um novo ponto de inflexão, na medida em
que os padrões de gestão, de racionalização, reestruturação e intensificação do controle do
trabalho, tomaram novos rumos e significados (ANTUNES, 2006).
       No Brasil, assim como no resto do mundo industrializado, semi-industrializado ou de
serviços, estas mudanças só foram possíveis graças às transformações anunciadas na
seção anterior. Ou seja, estas mudanças levaram a um processo agressivo de globalização
econômica e de uma suposta abertura comercial de ordem neoliberal. Sobremaneira, as
novas tecnologias introduzidas pela computação permitiram que produtos, em alguns casos,
fossem o resultado de operações, vinculadas em tempo real, em diferentes países e
continentes.
       As organizações, nessa perspectiva, no sentido de enfrentar estes novos tempos,
ensejaram como efeito direto, além da mencionada reestruturação de si mesmas e de seus
processos, o seu afinamento. Essas mudanças acarretaram, principalmente, como já
sabemos, um grande enxugamento de pessoas nas linhas de produção. O resultado desse
processo econômico, objetivou uma alteração drástica e ímpar no mundo do trabalho, bem
como uma mudança radical em sua forma e conteúdo.
       Assim, essas macrotransformações corroeram o tecido que, historicamente, teceram
as políticas do pleno emprego e os avanços sociais nesta área. Este fato parece-nos como o
principal gerador das diversas formas precarizadas de trabalho que saturam a vida dos
trabalhadores e que levaram, no limite, ao desemprego estrutural.
       Surgem, neste ângulo, e de forma perene, as novas configurações espaciais no
mundo do trabalho e os contratos de trabalho tornam-se flexíveis. Paradoxalmente, as
proteções ao trabalhador - dentro e fora das organizações - foram sendo substituídas por
políticas de RH subsumidas ao capital, bem como ações empresarias com o intuito de
aumentar a produtividade, competitividade e a flexibilidade. Tudo isto, é feito com o intuito, e
em nome, do bem-estar dos trabalhadores. Desse modo, a sociedade moderna entra em um


                                                                                               4
período de crise do trabalho gerada pelo desemprego e por todas as alterações pontuadas
acima.
         Nessa direção, a questão social e a cidadania voltam ao centro das preocupações,
visto que o trabalho é um dos eixos centrais de vertebração da ordem social moderna. Em
tal contexto, aprofundam-se as desigualdades, marcadas, entre outras características, pelas
perdas dos institutos de proteção social, pelo aumento das taxas de pobreza global e pelo
aumento das disparidades sociais (RAMALHO e SANTANA, 2003).
         Deste modo, esta nova lógica industrial capitalista se transforma, e sobremaneira, a
partir do descrito acima, traz uma era de incertezas para a classe trabalhadora, para o
mundo do trabalho e suas relações. Ou seja, estes processos - produtivos, de gestão de
RH, de gestão geral e de introdução da tecnologia - trouxeram significativas reduções nos
postos de trabalho, que, agora, oscilam conforme os movimentos do mercado.
         Passamos a viver a era do trabalho polivalente ou multifuncional, ao que parece ser,
uma nova pílula neoliberal, a fim de acobertar a intensificação e a exploração da força de
trabalho.
         Este cenário, enfim, parece-nos, que não se esgota. Ou melhor, todas estas
alterações se deram por conta da mudança da racionalidade instrumental do mundo
empresarial moderno e, a sua ligação íntima aos processos de reestruturação produtiva do
capital. Estas transformações, grosso modo, fizeram surgir... o setor de serviços.

II - O SETOR DE SERVIÇOS E OS DEBATES QUE SE APRESENTAM.

         O setor de serviços, na contemporaneidade tem sofrido muitos debates: de um lado
há autores que o enaltecem por sua pujança e por sua capacidade de gerar empregos;
outros autores afirmam que, na verdade, o que existe modernamente é uma imbricação
entre os setores e, por conta disto, é obsoleto tratar deste tema assim, de forma
compartimentada; outros afirmam que este setor é filho da era pós-moderna e do
capitalismo cognitivo; e há outros que afirmam que este setor é o coroamento – capitalista –
que vem para terminar de enlaçar o indivíduo em suas teias de bens-mercadorias e
serviços-mercadorias.
         A verdade é que o setor serviços apresenta esta performance por conta de algumas
variáveis importantes. Uma delas é o sistema de produção flexível que permitiu um aumento
no ritmo da inovação, ao lado da significativa exploração de nichos de mercado, que até
então não eram atendidos. Dessa forma, o tempo de giro foi diminuído com o auxílio do uso
intensivo de novas tecnologias produtivas e pela implementação de novas formas
organizacionais (HARVEY, 2006).
         A verdade, é que este setor tem crescido, e merecido estudos importantes. Um deles
é o Suplemento de Produtos e Serviços, da Pesquisa Anual de Serviços (PAS), do Instituto

                                                                                            5
Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE6, que bianualmente publica relatórios estatísticos
importantes sobre este setor. Ou seja, é um relatório, que tem feito investigações
importantes sobre o comportamento deste setor com o intuito de jogar alguma luz sobre ele,
bem como contribuir para uma classificação nacional, de seu desempenho.
          Assim, fica claro que o debate é complexo e que não para por aí. Há autores que
acreditam que nele ocorre certa tangibilização do serviço prestado ao cliente, outros não
concordam com esta afirmação. Segundo este primeiro grupo de pesquisadores, o objeto se
torna vendável graças à atuação do profissional-vendedor. Ou seja, a atuação deste
trabalhador (o efeito do seu trabalho) acaba se misturando com a mercadoria vendida e,
nesta ordem, ocorre uma interpenetração (SORJ, 2000; e ALMEIDA, 2004).
          Já no campo dos sistemas de controle e de acompanhamento, neste setor, os
autores também divergem. Para alguns, há apenas algum controle (externo) do trabalho -
controle remoto -, os trabalhadores seriam mais responsáveis, mais autônomos, porque são
levados a apelar para as suas capacidades cognitivas, bem como são responsáveis por
fazer circular a informação e dominar processos complexos. Já para Braverman (1981),
apesar da introdução de novas tecnologias o que há é a prevalência das mesmas normas
de rotinização, fragmentação e desqualificação vigentes no setor industrial.
          Como dito acima, em linhas gerais, é indiscutível a importância econômica e social
do setor de serviços, bem como há debates, em que alguns pesquisadores defendem
significativas mudanças no perfil profissional exigido neste setor. Porém, é necessário
lembrar que as mutações organizacionais e tecnológicas, e as mudanças na forma de
gestão, faz com que este setor venha - mais e mais - a se submeter à racionalidade
capitalista de forma inequívoca.
          A verdade, é que no fim das contas, seja no setor de serviços, ou em qualquer outro
setor, no século XXI, os trabalhadores são escolhidos a “dedo” pelo RH. Ou seja, o RH está
impondo novas regras para a contratação: o trabalhador não pode ter passado sindical; e
tem que aceitar um “contrato de trabalho” com total promessa de comprometimento. Enfim,
o RH só contrata, nesta nova perspectiva, pessoas que são despojadas de sua identidade
de classe, de seu lugar na sociedade e de seu pertencimento à sociedade global. Em troca,
a empresa lhe oferece/oferecerá: identidade empresarial; formação profissional específica;
estilo comportamental próprio; estilo vestimentar, entre outros.
          Assim e na verdade, com o processo de mundialização, de transnacionalização e de
financeirização dos capitais, ocorreu uma total reconfiguração o universo produtivo. Seja ele
qual for: industrial, agropecuário ou de serviços. Este artifício, oriundo da acumulação
flexível e do ideário japonês, trouxe uma série de mudanças e impactos, via pretensas
mudanças nas políticas de RH.


6
    Ver em www.ibge.gov.br.
                                                                                              6
As empresas deste setor, como as de outros, estão passando por significativos
processos de enxugamento, mudanças no controle sociotécnico, e nos processos
produtivos, bem como na organização dos controles sociais do trabalho.
           Foram operadas, por conta desta lógica neoliberal, novas fórmulas de flexibilização e
de desregulamentação dos direitos sociais, terceirização e, originais modelos de gestão da
força de trabalho, operadas pelo RH. Porém, em momento algum, o capitalismo abriu mão
de sua hegemonia. Dito de outra forma, o que ocorreu foi à mudança da face. Contudo,
ainda vivemos sobre os ditames do império7.
           Isto porque, para atender as pressões por adaptabilidade e flexibilidade, entre outras,
na ordem hegemônica do capital, muitas forame são as artimanhas utilizadas pelas
empresas a fim de cooptar, através de estratégias de dominação, a classe trabalhadora.
Melhor dizendo, via de regra, as ações de RH se transformaram nas novas estratégias
recriadas com o intuito de obscurecer e nublar a relação entre o capital e o trabalho. Na
verdade, são estratégias de domesticação e de esvaziamento. Ou seja, transformam-se em
estratégias        que     buscam       tornar       estes   trabalhadores   “parceiros”,   “sócios”   eou
“colaboradores”.
           No fundo, são as novas máscaras do capitalismo, que transformam os assalariados
em autônomos e/ou em prestadores de serviços, mormente. Dessa forma, esta nova
configuração de gestão e de controle, faz dessa nova massa de trabalhadores: fornecedores
particulares de prestações particulares, em condições particulares. Nessa perspectiva,
essas empresas estabelecem, para si, uma nova cultura, um novo patriotismo e um novo
pertencimento.
           Estas empresas exigem, nesta perspectiva, desses trabalhadores, estejam eles em
que setor estiverem, uma renúncia total e absoluta de si mesmos. Já nessa altura, as
empresas absorverão toda a energia dessas pessoas e, exigirão, sempre, crescentes níveis
de desempenho, confiabilidade à firma e a consideração a seus colegas. Já que o trabalho
em equipe, também, é uma prática deste novo nexo.




III - CONCLUSÃO

           Finalizando, é errado pensarmos que as mudanças no mercado de trabalho, que
despotencializam (e subsumem) a classe trabalhadora, são provenientes das modificações
do padrão tecnológico, a partir do fim do século XX.                    Ou seja, em nossa opinião, as
modificações que afetaram/ e afetam o mundo do trabalho, ainda, têm como norte o




7
    - Cf. Mandel,1982; Lênin, 1982; e Ianni, 2004.
                                                                                                          7
capitalismo. É disto que se trata, no limite, este artigo. A relação capital versus trabalho
ainda não foi superada.
       Ao longo deste artigo, tivemos a oportunidade de ratificar as significativas mudanças
no mundo do trabalho, mas tentamos, também, apontar para o nexo central, que é o
capitalismo impondo uma nova lógica industrial a partir do novo nexo: as determinações
neoliberais, que provocaram/ e provocam até hoje severos impactos na classe trabalhadora
e em sua subjetividade, no mundo do trabalho.
       Assim, devemos aceitar esta verdade: não importa em que setor o trabalhador esteja
inserido, as mudanças respondem a mesma lógica, e estas são notórias e inexoráveis.
Basta constatar o simples fato: o empregador, na defesa de seus interesses, “seduz” o
trabalhador com uma série de benefícios (acenados pelo RH). Caso este não o aceite, não
terá lugar no “mundo corporativo” daquela empresa. Nessa perspectiva, acreditamos que o
empresário tem a certeza de que a classe trabalhadora não tem/terá outra alternativa, neste
“novo” mundo, que não seja o de entregar todo o fruto de seu trabalhado a ele.
       Nessa perspectiva, a classe trabalhadora acaba tendo que se submeter aos ditames
do capital. Do contrário como vai ser para ela? Como ela vai sobreviver? Qual é a alternativa
substitutiva que o trabalhador tem?
       O que se percebe ao fim deste artigo, no “novo” mundo do trabalho, é um
trabalhador praticamente obrigado a subscrever-se a isso. Ou seja, a classe trabalhadora
está, neste momento, dando um aval ao capitalista, no sentido que ele lhe tome o corpo, o
sonho, e o espírito. Ou seja, o trabalhador está dando a este “senhor”, a possibilidade de ser
protagonista dele mesmo: um trabalhador subsumido e explorado, ao limite.




                                                                                             8
REFERÊNCIAS:
   ANTUNES, Ricardo. Adeus ao Trabalho? 11ª Edição. São Paulo: Editora Cortez, 2006.
   BRAVERMAN, Harry. Trabalho e Capital Monopolista: A Degradação do Trabalho no
   Século XX. 3ª Edição. Rio de Janeiro: Zahar, 1981.
   FRIEDMAN, R. e M. Capitalism and Freedom. Chicago: The University of Chicago Press,
   1969.
   HAYEK, F. A. Studies in Philosophy, Politics and Economics. London: Routledge &
   Kegan Paul, 1978.
   HARVEY, David. Condição Pós-Moderna. 15ª Edição. São Paulo: Loyola, 2006a.
   IANNI, Octavio. Capitalismo, Violência e Terrorismo. Rio de Janeiro: Civilização
   Brasileira, 2004.
   LÊNIN, Vladimir. O Desenvolvimento do capitalismo na Rússia. São Paulo: Abril, 1982.
   MANDEL, Ernest. O Capitalismo Tardio. São Paulo: Abril Cultural, 1982.
   NETTO, José Paulo. Crise do Socialismo e Ofensiva Neoliberal. 3ª Edição. São Paulo:
   Cortez, 2001.
   RAMALHO, José Ricardo e SANTANA, Marco Aurélio. Trabalhadores, Sindicatos e a
   Nova Questão Social. In RAMALHO, José Ricardo e SANTANA, Marco Aurélio. (Orgs.)
   Além da Fábrica: Trabalhadores, Sindicatos e a Nova Questão Social. São Paulo:
   Boitempo, 2003.


Jornais, Revistas e Boletins:
   MONTAÑO,        Carlos   Eduardo.   Globalização   e   Reestruturação   Produtiva:   Duas
   Determinantes Para a Estratégia Neoliberal de Estado e Mercado. V. 1, nº. 2. Rio de
   Janeiro: Revista Praia Vermelha, 1999.
   LEHER, Roberto. Um Novo Senhor da Educação? A Política do banco Mundial para a
   Periferia do Capitalismo. Revista do instituto de estudos Socialistas, SP, maio 1999.
   SANTOS, Cleusa. Liberação dos Serviços e Apropriação do Excedente: Elementos Para
   a Crítica da Mercantilização dos Serviços de Seguridade Social. A Questão Social e o
   Serviço Social. Nº. 14 e 15. Rio de Janeiro: Revista Praia Vermelha, 2006.


Sites:
   ALMEIDA, Paulo Pereira de. (2004), A Servicialização do Trabalho: Perspectivas e
   Tendências. Sociologia. [on-line]. jan. 2004, no.44 [citado 17 Setembro 2007], p.83-107.
   Disponível:www.scielo.oces.mctes.pt/scielo.php. ISSN 0873-6529.
   SORJ, B. (2000) Sociologia e Trabalho: Mutações, Encontros e Desencontros. Revista
   Brasileira de Ciências Sociais, São Paulo, v. 45, n. 43, p. 25-43, jun/2000.
   Disponível:http://www.scielo.oces.mctes.pt/scielo.php.

                                                                                           9

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5 O Mundo do Trabalho e a Nova Lógica Industrial Capitalista

  • 1. O MUNDO DO TRABALHO E A NOVA LÓGICA INDUSTRIAL CAPITALISTA. Angelo Peres, 2008∗ Resumo1. Vivemos numa nova ordem econômica e, que esta é perpetrada pelas classes dominantes, para a superação da crise estrutural do capitalismo, desde os meados dos anos 90, do século XX, no setor de serviços, no Brasil. O pilar central é a reestruturação produtiva, e esta tem severos rebatimentos nos processos de trabalho e na subjetividade da classe trabalhadora. Este artigo reflete estas transformações no mundo do trabalho. Isto porque esta nova ordem levou a refuncionalização do Estado, bem como a precarização do trabalho, entre outros. Abstract. We live in a new economic order, and that is perpetrated by the ruling class, to overcome the structural crisis of capitalism, from the mid 90, of the twentieth century, in the services sector, in Brazil. The central pillar is the restructuring productive, and this has severe impacts in working processes and the subjectivity of the working class. This article reflects these changes in the world of work. This is because this new order has refuncionalização the state, and the instability of employment, among others. Palavras-chave: Trabalho; Mundo do trabalho; e Setor de serviços. Keywords: Work; Working world; and Services sector. Mestre em Economia. Pós-Graduado em RH, Marketing e Gestão Estratégica. Professor da UCAM – ∗ Universidade Candido Mendes e do UCL – Centro Universitário Celso Lisboa. Sócio-Gerente da Peres & Peres Consultores Associados. E-mail: ppconsul@unisys.com.br. 1 Artigo apresentado No I Seminário Latino-Americano de Ciências Sociais e o I Encontro Latino- Americano de Pós-Graduação em Serviço Social. Na seção Temática: Classe Social, Gênero e Etnia – Junho de 2008.
  • 2. INTRODUÇÃO. Vivemos num mundo de significativas transformações. Em nossa opinião essas mudanças, todas elas, atingiram o coração dos trabalhadores e o mundo do trabalho. Ou seja, essas alterações repercutiram de forma ímpar na classe trabalhadora e em sua subjetividade, bem como no seu universo de consciência de classe e em suas formas de representação. Nessa perspectiva, o objeto deste artigo situa-se em: debater essas macrotransformações no mundo do trabalho, no setor de serviços, na nova lógica industrial capitalista2, um dos nexos do neoliberalismo. Ou melhor, este artigo quer debater as transformações ocorridas no capitalismo, particularmente, no Brasil, a partir da década de 90, quando foi desencadeada, de forma tardia, uma enorme onda de especulações e desregulamentações, nas mais distintas esferas do mundo do trabalho, bem como na subjetividade da classe trabalhadora. Isto porque, o capital tenta nos fazer crer que a classe trabalhadora chegou ao paraíso. Pois que, dentro da nova égide imposta, em função da flexibilização do trabalho, desta nova era, a maioria dos trabalhadores poderia deixar de ser empregado e abrir o seu próprio negócio. Nessa perspectiva, para Ianni (2004), este atrativo, na verdade, esconde a “reforma do estado”, que compreende a “desregulamentação, a desnacionalização, a privatização, a abertura do mercado e a crescente liberalização dos fluxos de fatores de produção”, e implica, de forma crescente, na “destruição das bases político-econômicas, socioculturais e institucionais do projeto nacional”. Ou seja, institucionaliza-se, o projeto transnacional, denominado de: “mercado emergente”; que viabiliza a privatização das atividades relacionadas à educação, saúde, previdência e, ao mesmo tempo, anulam-se as conquistas sociais da classe trabalhadora. Como dito acima, de qualquer forma, a partir destas questões, este artigo quer debater as transformações no mundo do trabalho na nova lógica industrial capitalista, no Brasil, especificamente no setor de serviços; e, grosso modo, pretendemos pesquisar, a partir deste eixo principal: os novos lustros dessas transformações, bem como os artifícios exploratórios impostos ao Homem pelo Homem, no capitalismo contemporâneo, na busca da mais-valia. Isto porque, acreditamos que a práxis e os padrões de desenvolvimento desigual, impostos pelo capitalismo neoliberal, são o fio principal condutor e norteador, dessa nova racionalidade econômica, o que leva a diversas formas de subsunção e de transformação no espaço do trabalho. 2 - Cf. Netto, 2007. 2
  • 3. I - O ADMIRÁVEL “NOVO” MUNDO E OS REBATIMENTOS NA CLASSE TRABALHADORA. É a partir da mundialização do capital que se desenvolve a chamada reestruturação produtiva, com impactos significativos no mundo do trabalho e na subjetividade da classe trabalhadora. Estes choques são frutos da ofensiva do capital, nos processos de produção, que, em resumo, desenvolvem alterações nos métodos de trabalho e na precarização da classe trabalhadora. Este complexo e intrincado nó, tem uma ordem explicativa e norteadora por trás: o neoliberalismo3. O neoliberalismo, para Netto (2001), é a “entronização do mercado como instância societal mediadora por excelência” e consiste, em linhas gerais, em um conjunto de políticas e processos, que permitem a um número relativamente pequeno de pessoas, com interesses particulares, o controle da maior parte da vida social com o objetivo de maximizar seus benefícios. O curioso, ainda, é que no neoliberalismo, o estado passa a ser mínimo e também é submetido a uma política econômica através da qual tudo deve andar, apenas, de acordo, com as instituições transnacionais: FMI, OMC e Banco Mundial (IANNI, 2004)4. Traduzindo: o neoliberalismo é um movimento que se baseia a partir de idéias neoclássicas5 e, também, seu sistema doutrinário foi determinado pelo Consenso de Washington. Tal movimento incentiva o livre-mercado, o empreendimento privado, além de premiar a responsabilidade pessoal, a iniciativa empresarial (o empreendedorismo, por exemplo), entre outros. E, no limite, freia a mão pesada do estado que, em sua opinião, é incompetente, burocrático e parasitário (NETTO, 2001). A doutrina dessa nova ordem, portanto, é constituída e aplicada por motivos e práticas destinadas a favorecer a formação de mercados emergentes. Neste novo nexo, não mais se trata de países, mas de mercados, que se constituem e se desenvolvem na medida em que adotam as diretrizes delineadas pelas organizações multilaterais e pelas corporações transnacionais. O mundo, nessa altura, é composto por instituições, alinhadas a um novo padrão capitalista industrial de uma nova ordem. E isto nos faz crer, dentro da perspectiva neoliberal, que estas empresas estão conectadas às suas concorrentes – através de alianças estratégicas – e, ligadas através de estruturas inteiras tirânicas projetadas para obstaculizar a tomada de decisão democrática e para proteger os donos da “disciplina do mercado”. Em outras palavras, as organizações – nacionais e internacionais – estão, a partir deste nexo, submetidas a estes mecanismos internacionais (IANNI, 2004). 3 Para leitura substantiva: Montaño, 1999; entre outros. 4 - A Este respeito ver Santos, 2006; e ; e Leher, 1999. 5 - Cf. Hayek, 1978; e Friedman, 1969. Estes são os principais teóricos desta linha de pensamento que atualizam para o século XX, as idéias liberais clássicas. 3
  • 4. Não há dúvida de que, há uma espécie de orquestração no sentido de dar corpo e a: “globalização”, “modernização”, “racionalização”, “mercado emergente”, vida “produtividade”, “competitividade”, “lucratividade”, “qualidade total” etc. Nessa perspectiva, estas alterações levam-nos a significativas mudanças no mundo do trabalho. Classe Trabalhadora e Mundo do Trabalho. As alterações apontadas acima, de uma maneira geral, impactaram de forma ímpar o mundo do trabalho. Tanto nas suas formas de inserção na estrutura produtiva, em sua representação sindical, quanto na questão política. Enfim, estas mutações atingiram não só a materialidade da classe trabalhadora, mas teve repercussões na sua subjetividade. Na verdade, a classe trabalhadora começa a viver um novo ponto de inflexão, na medida em que os padrões de gestão, de racionalização, reestruturação e intensificação do controle do trabalho, tomaram novos rumos e significados (ANTUNES, 2006). No Brasil, assim como no resto do mundo industrializado, semi-industrializado ou de serviços, estas mudanças só foram possíveis graças às transformações anunciadas na seção anterior. Ou seja, estas mudanças levaram a um processo agressivo de globalização econômica e de uma suposta abertura comercial de ordem neoliberal. Sobremaneira, as novas tecnologias introduzidas pela computação permitiram que produtos, em alguns casos, fossem o resultado de operações, vinculadas em tempo real, em diferentes países e continentes. As organizações, nessa perspectiva, no sentido de enfrentar estes novos tempos, ensejaram como efeito direto, além da mencionada reestruturação de si mesmas e de seus processos, o seu afinamento. Essas mudanças acarretaram, principalmente, como já sabemos, um grande enxugamento de pessoas nas linhas de produção. O resultado desse processo econômico, objetivou uma alteração drástica e ímpar no mundo do trabalho, bem como uma mudança radical em sua forma e conteúdo. Assim, essas macrotransformações corroeram o tecido que, historicamente, teceram as políticas do pleno emprego e os avanços sociais nesta área. Este fato parece-nos como o principal gerador das diversas formas precarizadas de trabalho que saturam a vida dos trabalhadores e que levaram, no limite, ao desemprego estrutural. Surgem, neste ângulo, e de forma perene, as novas configurações espaciais no mundo do trabalho e os contratos de trabalho tornam-se flexíveis. Paradoxalmente, as proteções ao trabalhador - dentro e fora das organizações - foram sendo substituídas por políticas de RH subsumidas ao capital, bem como ações empresarias com o intuito de aumentar a produtividade, competitividade e a flexibilidade. Tudo isto, é feito com o intuito, e em nome, do bem-estar dos trabalhadores. Desse modo, a sociedade moderna entra em um 4
  • 5. período de crise do trabalho gerada pelo desemprego e por todas as alterações pontuadas acima. Nessa direção, a questão social e a cidadania voltam ao centro das preocupações, visto que o trabalho é um dos eixos centrais de vertebração da ordem social moderna. Em tal contexto, aprofundam-se as desigualdades, marcadas, entre outras características, pelas perdas dos institutos de proteção social, pelo aumento das taxas de pobreza global e pelo aumento das disparidades sociais (RAMALHO e SANTANA, 2003). Deste modo, esta nova lógica industrial capitalista se transforma, e sobremaneira, a partir do descrito acima, traz uma era de incertezas para a classe trabalhadora, para o mundo do trabalho e suas relações. Ou seja, estes processos - produtivos, de gestão de RH, de gestão geral e de introdução da tecnologia - trouxeram significativas reduções nos postos de trabalho, que, agora, oscilam conforme os movimentos do mercado. Passamos a viver a era do trabalho polivalente ou multifuncional, ao que parece ser, uma nova pílula neoliberal, a fim de acobertar a intensificação e a exploração da força de trabalho. Este cenário, enfim, parece-nos, que não se esgota. Ou melhor, todas estas alterações se deram por conta da mudança da racionalidade instrumental do mundo empresarial moderno e, a sua ligação íntima aos processos de reestruturação produtiva do capital. Estas transformações, grosso modo, fizeram surgir... o setor de serviços. II - O SETOR DE SERVIÇOS E OS DEBATES QUE SE APRESENTAM. O setor de serviços, na contemporaneidade tem sofrido muitos debates: de um lado há autores que o enaltecem por sua pujança e por sua capacidade de gerar empregos; outros autores afirmam que, na verdade, o que existe modernamente é uma imbricação entre os setores e, por conta disto, é obsoleto tratar deste tema assim, de forma compartimentada; outros afirmam que este setor é filho da era pós-moderna e do capitalismo cognitivo; e há outros que afirmam que este setor é o coroamento – capitalista – que vem para terminar de enlaçar o indivíduo em suas teias de bens-mercadorias e serviços-mercadorias. A verdade é que o setor serviços apresenta esta performance por conta de algumas variáveis importantes. Uma delas é o sistema de produção flexível que permitiu um aumento no ritmo da inovação, ao lado da significativa exploração de nichos de mercado, que até então não eram atendidos. Dessa forma, o tempo de giro foi diminuído com o auxílio do uso intensivo de novas tecnologias produtivas e pela implementação de novas formas organizacionais (HARVEY, 2006). A verdade, é que este setor tem crescido, e merecido estudos importantes. Um deles é o Suplemento de Produtos e Serviços, da Pesquisa Anual de Serviços (PAS), do Instituto 5
  • 6. Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE6, que bianualmente publica relatórios estatísticos importantes sobre este setor. Ou seja, é um relatório, que tem feito investigações importantes sobre o comportamento deste setor com o intuito de jogar alguma luz sobre ele, bem como contribuir para uma classificação nacional, de seu desempenho. Assim, fica claro que o debate é complexo e que não para por aí. Há autores que acreditam que nele ocorre certa tangibilização do serviço prestado ao cliente, outros não concordam com esta afirmação. Segundo este primeiro grupo de pesquisadores, o objeto se torna vendável graças à atuação do profissional-vendedor. Ou seja, a atuação deste trabalhador (o efeito do seu trabalho) acaba se misturando com a mercadoria vendida e, nesta ordem, ocorre uma interpenetração (SORJ, 2000; e ALMEIDA, 2004). Já no campo dos sistemas de controle e de acompanhamento, neste setor, os autores também divergem. Para alguns, há apenas algum controle (externo) do trabalho - controle remoto -, os trabalhadores seriam mais responsáveis, mais autônomos, porque são levados a apelar para as suas capacidades cognitivas, bem como são responsáveis por fazer circular a informação e dominar processos complexos. Já para Braverman (1981), apesar da introdução de novas tecnologias o que há é a prevalência das mesmas normas de rotinização, fragmentação e desqualificação vigentes no setor industrial. Como dito acima, em linhas gerais, é indiscutível a importância econômica e social do setor de serviços, bem como há debates, em que alguns pesquisadores defendem significativas mudanças no perfil profissional exigido neste setor. Porém, é necessário lembrar que as mutações organizacionais e tecnológicas, e as mudanças na forma de gestão, faz com que este setor venha - mais e mais - a se submeter à racionalidade capitalista de forma inequívoca. A verdade, é que no fim das contas, seja no setor de serviços, ou em qualquer outro setor, no século XXI, os trabalhadores são escolhidos a “dedo” pelo RH. Ou seja, o RH está impondo novas regras para a contratação: o trabalhador não pode ter passado sindical; e tem que aceitar um “contrato de trabalho” com total promessa de comprometimento. Enfim, o RH só contrata, nesta nova perspectiva, pessoas que são despojadas de sua identidade de classe, de seu lugar na sociedade e de seu pertencimento à sociedade global. Em troca, a empresa lhe oferece/oferecerá: identidade empresarial; formação profissional específica; estilo comportamental próprio; estilo vestimentar, entre outros. Assim e na verdade, com o processo de mundialização, de transnacionalização e de financeirização dos capitais, ocorreu uma total reconfiguração o universo produtivo. Seja ele qual for: industrial, agropecuário ou de serviços. Este artifício, oriundo da acumulação flexível e do ideário japonês, trouxe uma série de mudanças e impactos, via pretensas mudanças nas políticas de RH. 6 Ver em www.ibge.gov.br. 6
  • 7. As empresas deste setor, como as de outros, estão passando por significativos processos de enxugamento, mudanças no controle sociotécnico, e nos processos produtivos, bem como na organização dos controles sociais do trabalho. Foram operadas, por conta desta lógica neoliberal, novas fórmulas de flexibilização e de desregulamentação dos direitos sociais, terceirização e, originais modelos de gestão da força de trabalho, operadas pelo RH. Porém, em momento algum, o capitalismo abriu mão de sua hegemonia. Dito de outra forma, o que ocorreu foi à mudança da face. Contudo, ainda vivemos sobre os ditames do império7. Isto porque, para atender as pressões por adaptabilidade e flexibilidade, entre outras, na ordem hegemônica do capital, muitas forame são as artimanhas utilizadas pelas empresas a fim de cooptar, através de estratégias de dominação, a classe trabalhadora. Melhor dizendo, via de regra, as ações de RH se transformaram nas novas estratégias recriadas com o intuito de obscurecer e nublar a relação entre o capital e o trabalho. Na verdade, são estratégias de domesticação e de esvaziamento. Ou seja, transformam-se em estratégias que buscam tornar estes trabalhadores “parceiros”, “sócios” eou “colaboradores”. No fundo, são as novas máscaras do capitalismo, que transformam os assalariados em autônomos e/ou em prestadores de serviços, mormente. Dessa forma, esta nova configuração de gestão e de controle, faz dessa nova massa de trabalhadores: fornecedores particulares de prestações particulares, em condições particulares. Nessa perspectiva, essas empresas estabelecem, para si, uma nova cultura, um novo patriotismo e um novo pertencimento. Estas empresas exigem, nesta perspectiva, desses trabalhadores, estejam eles em que setor estiverem, uma renúncia total e absoluta de si mesmos. Já nessa altura, as empresas absorverão toda a energia dessas pessoas e, exigirão, sempre, crescentes níveis de desempenho, confiabilidade à firma e a consideração a seus colegas. Já que o trabalho em equipe, também, é uma prática deste novo nexo. III - CONCLUSÃO Finalizando, é errado pensarmos que as mudanças no mercado de trabalho, que despotencializam (e subsumem) a classe trabalhadora, são provenientes das modificações do padrão tecnológico, a partir do fim do século XX. Ou seja, em nossa opinião, as modificações que afetaram/ e afetam o mundo do trabalho, ainda, têm como norte o 7 - Cf. Mandel,1982; Lênin, 1982; e Ianni, 2004. 7
  • 8. capitalismo. É disto que se trata, no limite, este artigo. A relação capital versus trabalho ainda não foi superada. Ao longo deste artigo, tivemos a oportunidade de ratificar as significativas mudanças no mundo do trabalho, mas tentamos, também, apontar para o nexo central, que é o capitalismo impondo uma nova lógica industrial a partir do novo nexo: as determinações neoliberais, que provocaram/ e provocam até hoje severos impactos na classe trabalhadora e em sua subjetividade, no mundo do trabalho. Assim, devemos aceitar esta verdade: não importa em que setor o trabalhador esteja inserido, as mudanças respondem a mesma lógica, e estas são notórias e inexoráveis. Basta constatar o simples fato: o empregador, na defesa de seus interesses, “seduz” o trabalhador com uma série de benefícios (acenados pelo RH). Caso este não o aceite, não terá lugar no “mundo corporativo” daquela empresa. Nessa perspectiva, acreditamos que o empresário tem a certeza de que a classe trabalhadora não tem/terá outra alternativa, neste “novo” mundo, que não seja o de entregar todo o fruto de seu trabalhado a ele. Nessa perspectiva, a classe trabalhadora acaba tendo que se submeter aos ditames do capital. Do contrário como vai ser para ela? Como ela vai sobreviver? Qual é a alternativa substitutiva que o trabalhador tem? O que se percebe ao fim deste artigo, no “novo” mundo do trabalho, é um trabalhador praticamente obrigado a subscrever-se a isso. Ou seja, a classe trabalhadora está, neste momento, dando um aval ao capitalista, no sentido que ele lhe tome o corpo, o sonho, e o espírito. Ou seja, o trabalhador está dando a este “senhor”, a possibilidade de ser protagonista dele mesmo: um trabalhador subsumido e explorado, ao limite. 8
  • 9. REFERÊNCIAS: ANTUNES, Ricardo. Adeus ao Trabalho? 11ª Edição. São Paulo: Editora Cortez, 2006. BRAVERMAN, Harry. Trabalho e Capital Monopolista: A Degradação do Trabalho no Século XX. 3ª Edição. Rio de Janeiro: Zahar, 1981. FRIEDMAN, R. e M. Capitalism and Freedom. Chicago: The University of Chicago Press, 1969. HAYEK, F. A. Studies in Philosophy, Politics and Economics. London: Routledge & Kegan Paul, 1978. HARVEY, David. Condição Pós-Moderna. 15ª Edição. São Paulo: Loyola, 2006a. IANNI, Octavio. Capitalismo, Violência e Terrorismo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2004. LÊNIN, Vladimir. O Desenvolvimento do capitalismo na Rússia. São Paulo: Abril, 1982. MANDEL, Ernest. O Capitalismo Tardio. São Paulo: Abril Cultural, 1982. NETTO, José Paulo. Crise do Socialismo e Ofensiva Neoliberal. 3ª Edição. São Paulo: Cortez, 2001. RAMALHO, José Ricardo e SANTANA, Marco Aurélio. Trabalhadores, Sindicatos e a Nova Questão Social. In RAMALHO, José Ricardo e SANTANA, Marco Aurélio. (Orgs.) Além da Fábrica: Trabalhadores, Sindicatos e a Nova Questão Social. São Paulo: Boitempo, 2003. Jornais, Revistas e Boletins: MONTAÑO, Carlos Eduardo. Globalização e Reestruturação Produtiva: Duas Determinantes Para a Estratégia Neoliberal de Estado e Mercado. V. 1, nº. 2. Rio de Janeiro: Revista Praia Vermelha, 1999. LEHER, Roberto. Um Novo Senhor da Educação? A Política do banco Mundial para a Periferia do Capitalismo. Revista do instituto de estudos Socialistas, SP, maio 1999. SANTOS, Cleusa. Liberação dos Serviços e Apropriação do Excedente: Elementos Para a Crítica da Mercantilização dos Serviços de Seguridade Social. A Questão Social e o Serviço Social. Nº. 14 e 15. Rio de Janeiro: Revista Praia Vermelha, 2006. Sites: ALMEIDA, Paulo Pereira de. (2004), A Servicialização do Trabalho: Perspectivas e Tendências. Sociologia. [on-line]. jan. 2004, no.44 [citado 17 Setembro 2007], p.83-107. Disponível:www.scielo.oces.mctes.pt/scielo.php. ISSN 0873-6529. SORJ, B. (2000) Sociologia e Trabalho: Mutações, Encontros e Desencontros. Revista Brasileira de Ciências Sociais, São Paulo, v. 45, n. 43, p. 25-43, jun/2000. Disponível:http://www.scielo.oces.mctes.pt/scielo.php. 9