O documento resume a biografia do autor Mário de Andrade e sua obra Amar, Verbo Intransitivo. A história se passa em São Paulo e gira em torno de Carlos, filho de uma família burguesa, e a governanta alemã contratada para ensiná-lo sobre sexualidade. O livro mistura crítica, teoria e romance de forma experimental e fugindo das normas gramaticais da época.
1. EE Profª Irene Dias Ribeiro Amar, verbo Intransitivo 2011 Mario Andrade Michele Trindade KarolyneKenya Cássio Grosso Fábio José 3ºA
2. Biografia do Autor Mário Raul de Morais Andrade nasceu em São Paulo em 1893. Além de poeta e escritor, foi musicólogo, folclorista e conferencista, estreou em 1917 com o livro de versos sob o pseudônimo de Mário Sobral "Há uma gota de sangue em Cada Poema". Liberta-se, porém, das primitivas influências com os versos que iriam compor a "Paulicéia Desvairada", escritos numa noite em 1920. Mário de Andrade defendia a disciplina formal na elaboração poética e apontava o artesanato como sua fundamentação estética. Formula um verdadeiro manifesto em "Prefácio Interessantíssimo", que precede os versos de "Paulicéia Desvairada”, e que ajudou a estampar-lhe o rótulo de criador de novos rumos, valorizou a fala brasileira e procurava uma "estilização culta da linguagem popular da roça como da cidade, do passado e do presente".
3. Essa estilização utilizava vocábulos do linguajar nacional de todos os pontos do país, erros e impropriedades inventados pelo povo, construindo assim uma poesia coloquial e impressionista. Já no fim da vida passa a desenvolver uma poesia interessada no drama social contemporâneo, de vinculação política, apresentada em "Lira Paulistana". Entre outras instituições de ensino, lecionou por algum tempo na Universidade do Distrito Federal e exerceu vários cargos públicos ligados à cultura, de onde sobressaía sua faceta de importante pesquisador do folclore brasileiro. Foi um dos principais nomes da Semana de Arte Moderna de 1922
4. Filia-se ao Partido Democrático. Participou também de importantes publicações modernistas como a Revista "Klaxon" e a "Estética". Mário de Andrade morreu de ataque cardíaco no ano de 1945 em São Paulo 1927 - Mário, neste período, está empenhado em sua poesia, em sua ficção e em definir-se dentro do nacionalismo crítico. Desejando conhecer o Brasil e o povo brasileiro através da cultura popular, elege o Norte e o Nordeste como regiões privilegiadas que deveria visitar em viagens de estudo e pesquisa. Realiza entre maio e agosto a primeira "viagem etnográfica" ao norte, percorrendo parte da Amazônia e chegando a Iquitos, no Peru, sua única saída do país. Mário viaja em companhia de D. Olívia Guedes Penteado, sua sobrinha Mag e a filha de Tarsila, Dolour.
5. Obras Há uma Gota de Sangue em cada Poema (1917) Paulicéia Desvairada (1922) A Escrava que não É Isaura (1925) Amar, Verbo Intransitivo (1927) Macunaíma (1928) Remate dos Males (1930) A Costela do Grão Cão (1933) - contém o poema Quarenta Anos O Baile das Quatro Artes (1943) Aspectos da Literatura Brasileira (1943) Lira Paulistana (1947) Contos Novos (1947) - inclui o conto ''Tempo da Camisolinha'' Poesia Completa (1955) Danças Dramáticas do Brasil (1959)
6. Enredo Souza Costa, homem burguês, bem posto na vida, contrata uma governanta alemã, de 35 anos, para a educação do filho, principalmente para a sua educação sexual. Não me agradaria ser tomada por aventureira, sou séria, e tenho 35 anos, senhor. Certamente não irei se sua esposa não souber o que vou fazer lá. Elza é o nome da moça. Mas vai ficar conhecida e será chamada sempre pela palavra alemã Fräulein. Chegou à mansão de Souza Costa, numa terça-feira. (Ganharia algum dinheiro... Voltaria para a Alemanha... Se casaria com um moço “comprido, magro”, muito alvo, quase transparente”...). A família era formada pelo pai, por D. Laura, o rapazinho Carlos e as meninas: Maria Luísa, com 12 anos; Laurita com 7 e Aldinha com 5. Havia também na casa um criado japonês: Tanaka. A criançada toda começou logo aprendendo alemão e chamando a governanta de Fräulein. Carlos não está muito para o estudo. Fräulein logo se ajeitou na família, uma família “imóvel mas feliz”. Mas o papel principal da governanta é ensinar o “amor”.
7. Personagens Felisberto Sousa Costa - pai de Carlos. É, possivelmente um doutor em qualquer coisa, mania muito comum e que Eça de Queiróz criticou numa saborosa carta a Eduardo Prado: todo mundo é doutor, todo mundo tem a mania do diploma e do anel do dedo. É o centro, não afetivo, mas administrativo da casa em que mantém, mais ou menos, o regime patriarcalista. D. Laura - mãe de Carlos, esposa de Felisberto. Como devia, sempre obedece ao marido. É uma senhora bem composta, acomodada, burguesa. Uma senhora da sociedade e que mantém todas as aparências de seriedade religiosa e familiar. Concorda com os argumentos tão convincentes... do marido, na educação do único filho-homem.
8. Carlos Alberto - filho de Felisberto e D. Laura, com idade entre 15 e 16 anos. Uma espécie de “enfantgaté” (um queridinho da família, porque único) e que, certamente, deverá ser o principal herdeiro do nome, da fortuna e das realizações paternas. Como era costume, possivelmente, deveria ser a projeção do pai, a sua continuação. Centraliza a narrativa, é personagem do pequeno drama amoroso do livro, ao lado da governanta alemã, Elza. Maria Luísa - irmã de Carlos, tem 12 anos. Ela vai ser o centro de uma narrativa dentro do romance: a sua doença e a viagem ao Rio de Janeiro, para um clima mais saudável em oposição ao frio paulistano
9. Elza - Fräulein (= senhorita), governanta alemã. Tão importante que ela dava nome ao romance. Como é Fräulein? Ela é a mais humana e real, mais de carne e osso. Talvez arrancada da vida. Ela, sem muito interesse, cuida também da educação ou instrução das meninas: principalmente para ensinar alemão e piano. São três meninas que, apenas, completam a família burguesa. São três meninas que brincam de casinha. Maria Luísa - irmã de Carlos, tem 12 anos. Ela vai ser o centro de uma narrativa dentro do romance: a sua doença e a viagem ao Rio de Janeiro, para um clima mais saudável em oposição ao frio paulistano. Laurita- irmã de Carlos, tem 7 anos. Aldina - irmã caçula de Carlos. Tem 5 anos
10. Tempo O tempo é cronológico, pois o autor narra a história como se fosse acontecendo naquele momento sem flash Black. A história toda é narrada para que em pensamento ela seja desenvolvida. Por exemplo: “O pequeno corredor de que o quarto dela era a ultima porta dava pra sala central.De lá vinham as flautas e os teco-tecos. Parava a música. A bulha dos passarinhos arranhava o corredor. De repente foge-fugia assustados sem motivo colibri. Plequepleque, pleque... Pleque...”
11. Espaço A história é narrada em um bairro de São Paulo chamado Higienópolis. A família burguesa é patriarca: o centro de tudo é o homem, o pai e o filho, Carlos. Todos têm que obedecer ao pater-familias. A começar de D. Laura que se submete, se adapta, aceita as idéias do marido, se conforma com a presença da Fräulein como professora de sexo do filho. E a família vai continuar patriarca porque já estão centralizando todas as atenções no filho varão.
12. Foco narrativo A narrativa é feita na terceira pessoa, por um narrador que não faz parte do romance. É o narrador tradicional, um narrador onisciente e onipresente. Mas há ainda um outro ponto-de-vista: o autor se coloca dentro do livro para fazer suas numerosas observações marginais. Para comentar, criticar, expor idéias, concordar ou discordar... É uma velha mania do romance tradicional. E os comentários são feitos na primeira pessoa. Observe: Isto não sei se é bem se é mal, mas a culpa é toda de Elza. Isto sei e afirmo... Volto a afirmar que o meu livro tem 50 leitores. Comigo 51.
13. Linguagem e Estrutura A narrativa corre sem divisões de capítulos. Mário de Andrade usa as formas conhecidas de discurso. É mais freqüente o discurso direto, nos diálogos, mas em algumas vezes, usa também o discurso indireto e o discurso indireto livre. A narrativa segue, de modo geral, uma linha linear: princípio, meio e fim. Começa com a chegada de Fräulein, se estende em episódios e incidentes, acaba com a saída de Fräulein. Quando termina o idílio, o autor escreve “Fim” e, depois, ainda narra um pequeno episódio:
14. Um encontro de longe entre Carlos e Fräulein, num corso de carnaval. Freqüentemente a narrativa fica retardada pelos comentários marginais do autor: algumas vezes exposição de tese. Apesar de certos alongamentos em seus comentários marginais, o autor escreve com rapidez, dinamicamente, em frases e palavras com jeito cinematográfico. Mário de Andrade usa uma linguagem sincopada, cheia de elipses que obrigam o leitor a ligar e completar os pensamentos. Em vez de dizer e de explicar tudo, apenas sugere em frases curtas, mínimas.
15. A pontuação da frase é muito liberal. Conscientemente liberal. O ritmo de leitura depende muito da capacidade de cada leitor. Abandona a pontuação quando as frases se amontoam, acavalando-se umas sobre as outras, polifônicas, simultâneas, fugindo das regrinhas escolares de pontos e vírgulas. É preciso lembrar que Mário de Andrade é sempre um experimentador em busca de soluções novas para a linguagem. Para alcançar ou tentar suas inovações ele trabalhou suadamente: fazia e refazia suas redações em versões diferentes. Assim em Amar, Verbo Intransitivo e mais ainda em Macunaíma. Sobre Fräulein: Agora primeiro vou deixar o livro descansar uma semana ou mais sem pegar nele, depois principiarei a corrigir e a escrever o livro na forma definitiva. Definitiva? Não posso garantir nada, não. Fräulein teve quatro redações diferentes! (Carta a Manuel Bandeira, pág. 184).
16. Verossimilhança Tudo começa pelas diferencias sociais. O amor por dinheiro, fazendo com que uma mulher se sujeite ao homem pelo dinheiro, pois é o que acontece hoje em dia em nossa sociedade, pois muitas mulheres passam por isso e colocam como um trabalho. Isso é visto no livro também pois Fraulen é contratada para um serviço ensinar a sexualidade ao menino.
17. Movimento literário O movimento era do modernismo que naquele tempo tinha a valorização do romance regionalista nordestino. E na história o autor coloca muito romance e um pouco de ironia pois o menino acaba se apaixonando por uma mulher q é 25 anos mais velha do que ele e é uma “professora de sexo”. Isso que chama toda a atenção para o modernismo.
18. Conclusão “O livro é uma mistura incrível. Tem de tudo; Crítica, teoria, psicologia e até romance; com pronomes oblíquos ; foge um pouco do sistema do português , e não se importa com falhas no livro.” Se coloca em posição de leitor ao escrever seu livro fazendo com que o leitor possa telo como um filme em seus pensamentos. Na nossa opinião um ótimo livro.