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CENTRO FEDERAL DE
 EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA
    DE MINAS GERAIS




Curso Pró-Técnico
Disciplina:

Matemática
Texto Experimental – 1a Edição



                     Antonio José Bento Bottion e
                      Paulo Henrique Cruz Pereira




    Varginha – Minas Gerais
       Dezembro de 2006
Álgebra




         Fonte: http://community.learnnc.org/dpi/math/archives/AlgArt.gif




                              Geometria




Fonte: http://ww2.wdg.uri.edu:81/testsite/fileadmin/advance_client/mathematics.gif
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MATEMÁTICA I
                                                 Prof. Antônio José Bento Bottion


                                                                             ÍNDICE
1.     TEORIA DOS CONJUNTOS .................................................................................................................... 6
     1.1.       SIMBOLOGIA ....................................................................................................................................... 6
     1.2.       CONCEITOS PRIMITIVOS ...................................................................................................................... 6
     1.3.       REPRESENTAÇÕES DE UM CONJUNTO .................................................................................................. 7
     1.4.       MAIS DOIS POSTULADOS ..................................................................................................................... 8
     1.5.       DEFINIÇÃO DE SUBCONJUNTO.............................................................................................................. 8
     1.6.       TEOREMAS ......................................................................................................................................... 9
     1.7.       COMPLEMENTAR............................................................................................................................... 10
     1.8.       CONJUNTO UNIVERSO ....................................................................................................................... 10
     1.9.       UNIÃO .............................................................................................................................................. 11
     1.10.      INTERSECÇÃO .................................................................................................................................. 12
     1.11.      DIFERENÇA ...................................................................................................................................... 13
     1.12.      PAR ORDENADO................................................................................................................................ 15
     1.13.      PRODUTO CARTESIANO ..................................................................................................................... 15

2.     CONJUNTOS NUMÉRICOS .................................................................................................................. 17
     2.1.       NÚMEROS NATURAIS E NÚMEROS INTEIROS ........................................................................................ 17
     2.2.       NÚMEROS RACIONAIS........................................................................................................................ 17
     2.3.       NÚMEROS IRRACIONAIS..................................................................................................................... 19
     2.4.       NÚMEROS REAIS ............................................................................................................................... 19
     2.5.       TEOREMAS ....................................................................................................................................... 19
     2.6.       OUTRAS NOTAÇÕES .......................................................................................................................... 21
     2.7.       INTERVALOS ..................................................................................................................................... 21

3.     ARITMÉTICA DOS INTEIROS ............................................................................................................... 23
     3.1.       MÚLTIPLO E DIVISOR ......................................................................................................................... 23
     3.2.       NÚMERO PAR ................................................................................................................................... 23
     3.3.       TEOREMA ......................................................................................................................................... 25
     3.4.       NÚMERO PRIMO ................................................................................................................................ 26
     3.5.       NÚMERO COMPOSTO ........................................................................................................................ 26
     3.6.       TEOREMA ......................................................................................................................................... 26
     3.7.       FORMA FATORADA ............................................................................................................................ 28
     3.8.       DIVISÃO EUCLIDIANA ......................................................................................................................... 30
     3.9.       MÁXIMO DIVISOR COMUM .................................................................................................................. 31

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     3.10.      NÚMEROS PRIMOS ENTRE SI .............................................................................................................. 32
     3.11.      MÍNIMO MÚLTIPLO COMUM ................................................................................................................. 32
     3.12.      TEOREMA ......................................................................................................................................... 33

4.     TÉCNICAS DE FATORAÇÃO................................................................................................................ 34
     4.1.       EXPRESSÃO ALGÉBRICA .................................................................................................................... 34
     4.2.       VALOR NUMÉRICO ............................................................................................................................. 34
     4.3.       FATORAR – DESENVOLVER ............................................................................................................... 35
     4.4.       CASOS DE FATORAÇÃO ..................................................................................................................... 36

5.     POTENCIAÇÃO...................................................................................................................................... 46
     5.1.       DEFINIÇÃO ....................................................................................................................................... 46
     5.2.       DEFINIÇÕES ..................................................................................................................................... 47
     5.3.       SIMPLIFICAÇÃO DE EXPRESSÕES ....................................................................................................... 49
     5.4.       PROPRIEDADES DAS POTÊNCIAS ........................................................................................................ 50
     5.5.       EQUAÇÕES EXPONENCIAIS ................................................................................................................ 53
     5.6.       NOTAÇÃO CIENTÍFICA ........................................................................................................................ 55
     5.7.       RESUMO .......................................................................................................................................... 56

6.     RADICIAÇÃO ......................................................................................................................................... 58
     6.1.       INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 58
     6.2.       GENERALIZAÇÃO .............................................................................................................................. 58
     6.3.       DEFINIÇÃO ....................................................................................................................................... 59
     6.4.       PROPRIEDADES DOS RADICAIS........................................................................................................... 61
     6.5.       REDUÇÃO DE RADICAIS AO MESMO ÍNDICE .......................................................................................... 64
     6.6.       RACIONALIZAÇÃO DE DENOMINADORES .............................................................................................. 65
     6.7.       POTÊNCIA DE EXPOENTE RACIONAL ................................................................................................... 66
     6.8.       RADICANDO NEGATIVO ...................................................................................................................... 67
     6.9.       PROPRIEDADE .................................................................................................................................. 68

7.     EQUAÇÃO DO 2º GRAU ....................................................................................................................... 69
     7.1.       DEFINIÇÃO ....................................................................................................................................... 69
     7.2.       RAIZ DA EQUAÇÃO ............................................................................................................................ 69
     7.3.       CONJUNTO SOLUÇÃO ........................................................................................................................ 70
     7.4.       FÓRMULA RESOLUTIVA ...................................................................................................................... 70
     7.5.       OBSERVAÇÕES ................................................................................................................................. 70
     7.6.       EQUAÇÕES INCOMPLETAS ................................................................................................................. 72
     7.7.       A FORMA FATORADA ......................................................................................................................... 72
     7.8.       SOMA E PRODUTO DAS RAÍZES........................................................................................................... 73
     7.9.       EQUAÇÕES BIQUADRADAS ................................................................................................................. 75

8.     TEORIA DAS FUNÇÕES ....................................................................................................................... 77
     8.1.       FUNÇÃO DE A EM B .......................................................................................................................... 77
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     8.2.       UMA OUTRA NOTAÇÃO....................................................................................................................... 78
     8.3.       DOMÍNIO DE UMA FUNÇÃO REAL DE VARIÁVEL REAL............................................................................. 80
     8.4.       CONJUNTO IMAGEM .......................................................................................................................... 81
     8.5.       GRÁFICO .......................................................................................................................................... 83
     8.6.       CRESCIMENTO DE UMA FUNÇÃO......................................................................................................... 85
     8.7.       CONJUNTO SIMÉTRICO ...................................................................................................................... 87
     8.8.       PARIDADE DE UMA FUNÇÃO ............................................................................................................... 87

9.     A FUNÇÃO DO 1° GRAU....................................................................................................................... 89
     9.1.       FUNÇÃO DO PRIMEIRO GRAU ............................................................................................................. 89
     9.2.       TEOREMA ......................................................................................................................................... 92

10.          A FUNÇÃO DO 2° GRAU .................................................................................................................. 94
     10.1.      FUNÇÃO DO SEGUNDO GRAU ............................................................................................................. 94
     10.2.      A PARÁBOLA..................................................................................................................................... 94
     10.3.      CONSIDERAÇÕES.............................................................................................................................. 96




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1. Teoria dos conjuntos


1.1.    Simbologia


        Para termos uma linguagem precisa e concisa, serão utilizados os seguintes símbolos:


                          Símbolo                                                 Leia-se

                            (∀ x )                                             para todo x

                            (∃ x )                                                existe x

                            (∃ x )                                         existe um único x

                            P⇒Q                                              se P, então Q

                           P⇔Q                                         P se, e somente se, Q


        Na implicação            P ⇒ Q , deve-se entender que, parindo da proposição P, deduz-se a
proposição Q. Assim, por exemplo, sendo x um número real, a sentença                                                 ( x > 5 ) ⇒ ( x > 3)           é

VERDADEIRA, pois todo número maior que 5 é maior que 3, enquanto que a sentença

( x > 3) ⇒ ( x > 5)       é FALSA, pois existem números maiores que 3, que não são maiores que 5.

        A bi-implicação          P ⇔ Q é equivalente à sentença ( P ⇒ Q ) ∧ ( Q ⇒ P ) .
        Assim, por exemplo,                x = 5 ⇔ x + 1 = 6 é uma sentença verdadeira, pois as sentenças
x = 5 ⇒ x + 1 = 6 e x + 1 = 6 ⇒ x = 5 são ambas verdadeiras.


1.2.    Conceitos primitivos


        O ponto de partida da teoria dos conjuntos consiste nos seguintes conceitos primitivos:


              −     conjunto
              −     elemento de um conjunto
              −     igualdade de conjuntos


        Para indicar que x é um elemento do conjunto A, escrevemos                                            x ∈ A (leia-se também x
pertence a A.)
        A notação        x ∉ A significa que x não é elemento do conjunto A.
        É importante observar que acima não consta o conceito de “elemento”, e sim o conceito de
“elemento de um conjunto”. Assim, não há sentido em discutir se x é elemento ou não. Discute-se
apenas se x é ou não elemento de um dado conjunto.


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1.3.    Representações de um conjunto


        Além de se representar um conjunto por uma letra (na maioria das vezes maiúscula), são
usadas as seguintes representações:


              −     {e1, e2, ..., en}, onde e1, e2, ..., em é a lista dos elementos do referido conjunto
                    dispostos numa ordem qualquer, com ou sem repetição.
              −     {x ∈A :S ( x )} , onde S(x) é uma propriedade sobre a variável x, que tem por
                    finalidade selecionar elementos de A; por exemplo,                               {x ∈A :x > 5} .

        Adotaremos também o seguinte postulado:


        Se todo elemento de A é elemento de B e todo elemento de B é elemento de A, então os
conjuntos A e B são iguais.


Exemplo 1

        {1, 2} = {2,1} e {1, 2} = {1, 2,1, 2, 2}

Exemplo 2

        Sendo        ℕ = {0,1, 2,...,10,11,...} o conjunto dos números naturais, quantos são os

elementos do referido conjunto:              {x ∈ℕ :2x + 5 ≤17} ?
                                     2x + 5 ≤ 17 ⇒ 2x ≤ 12 e 2x ≤ 12 ⇒ x ≤ 6
        Tem-se então que              x ≤ 6 e x ∈{0,1, 2,3, 4,5, 6} .
        Logo, os elementos do referido conjunto são 0, 1, 2, 3, 4, 5 e 6, e, portanto, este possui 7
elementos.


Resposta: 7.


Exemplo 3
        Quais são os elementos do conjunto ℕ dos números naturais que satisfazem à condição
S(x) :x + 2 ≤ 1 ?
                                                        x + 2 ≤ 1 ⇒ x ≤ −1
        Repare que não há número natural que satisfaz tal condição.


Resposta: Nenhum.




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1.4.    Mais dois postulados


        Para que possamos operar com conjuntos, sem correr o risco de ficar operando com o
“nada”, como no último exemplo, vamos estabelecer que:


        Existe um conjunto sem elementos, que chamamos de conjunto vazio e que indicaremos,
sem preferência por { } ou por ∅ (Postulado).


        Sendo assim, podemos voltar ao item 2 e obter maior precisão, se ficar estabelecido que:


        Dados um conjunto A e uma sentença S(x), na qual a variável x ocorre pelo menos uma
vez sem ser introduzida por “existe x”, nem por “para todo x”, existe sempre um conjunto B tal que

B = {x ∈ A : S ( x )} (Postulado).


        Assim,

        {x ∈ℕ :2x + 5 ≤17} = {0,1, 2,3, 4,5, 6}                         e

        {x ∈ℕ :x + 2 ≤1} = { } = ∅

1.5.    Definição de subconjunto


        Dados os conjuntos A e B, dizemos que B é subconjunto de A se , e somente se, todo
elemento de B é elemento de A.
        Notação:       B ⊂ A (leia-se B está contido em A).


                                                                                    A
                                                                         B




        B ⊂ A ⇔ ( ∀x )( x ∈ B ⇒ x ∈ A )


Obs: A representação gráfica usada aqui foi proposta pelo matemático Venn.


        Por outro lado, tem-se que B ⊄ A se, e somente se, existir pelo menos um elemento de
B que não é elemento de A.


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        Em símbolos:

        B ⊄ A ⇔ ( ∃x )( x ∈ B e x ∉ A )


Exemplo 4

        Dado o conjunto            A = {1, 2,3, {3, 4}} , classificar em verdadeira (V) ou falsa (F) cada uma
das seguintes proposições:


a) A possui quatro elementos ( )
b) 1 ∈ A e 2 ∈ A ( )
c)   {1, 2} ⊂ A (       )

d)   {3, 4} ⊂ A (        )

e)   {{3, 4}} ⊂ A       ( )
        O conjunto A possui 4 elementos, a saber, os números 1, 2, 3 e o conjunto binário                                                  {3, 4} ;
portanto, tem-se que 1 ∈ A , 2 ∈ A , 3 ∈ A e                       {3, 4} ∈ A .
        {1, 2} ⊂ A , pois 1 e 2 são elementos de A
        {3, 4} ⊄ A , pois 4 não é elemento de A
        {{3, 4}} ⊂ A , pois {3, 4} é elemento de A
        Sendo assim, a única afirmação falsa é a (d).


1.6.    Teoremas


        Qualquer que seja o conjunto A, tem-se que o conjunto vazio é subconjunto de A.


        Pois, se não o fosse, deveria existir pelo menos um elemento do conjunto vazio que não
pertencesse a A (o que é absurdo).


        Qualquer que seja o conjunto A, tem-se que A é subconjunto de A.


        Pois todo elemento de A é elemento de A.

        Tem-se então que             ( ∀A )( A ⊂ A ) , mesmo com A = {                         }.

        Repare ainda que a expressão “todo elemento de A” não implica que o conjunto A tenha
elementos. Assim, por exemplo, a afirmação “Toda tarefa deve ser cumprida.” não implica que
haja tarefa.




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            Sendo A e B conjuntos, tem-se que:
            A ⊂ B e B ⊂ A se, e somente se, A = B.
            Sendo A um conjunto finito com n elementos, prova-se que o número de subconjuntos de
       n
Aé2.
            O conjunto de todos os subconjuntos de A é chamado “o conjunto das partes de A” e será
indicado por P(A).


Exemplo 5

            Dado o conjunto            A = {1, 2,3} , obter o conjunto das partes de A.
            Como o número de elementos de A é 3, conclui-se que o número de seus subconjuntos é
 3
2 = 8. Os subconjuntos de A são:


{ }
{1} {2} {3}
{1,2} {1,3} {2,3}
A


Resposta:
O conjunto das partes de A é
P(A)= {{ }, {1}, {2}, {3}, {1,2}, {1,3}, {2,3}, A}


1.7.        Complementar


            Dados os conjuntos A e B, com B ⊂ A , chama-se de complementar de B em relação a A
ao conjunto:
                                                                                     A
                                                                             B




            CBA = {x ∈ A :x ∉ B}


1.8.        Conjunto universo


            Em qualquer discussão na teoria dos conjuntos devemos fixar sempre um conjunto U, que
contém todos os conjuntos que possam ser envolvidos. O conjunto U será chamado de conjunto
universo.




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         Sendo u o conjunto universo e A um conjunto qualquer, chama-se complementar de A ao
conjunto:
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                                                                               A




          A = CA U = {x ∈ U :x ∉ A}
Exemplo 6

         Considerando como universo o conjunto                                 U = {0,1, 2,3, 4,5, 6} , e dados os conjuntos

A = {1, 2,3, 4} e B = {2, 4} , tem-se que:


O complementar de B em relação a A é                        CBA = {1,3} .

O complementar de A em relação a A é                        CA A = {         }.
O complementar de B é               B = {0,1, 3,5, 6} .

O complementar de A é               A = {0,5, 6} .


1.9.      União


         Dados os conjuntos A e B num Universo U, chama-se de união (ou reunião) de A com B
ao conjunto dos elementos que pertencem a pelo menos um dos conjuntos A ou B.



                                                             A
                                                                                       B




                                                                                              U

          A ∪ B = {x ∈ U :x ∈ A ou x ∈ B}


Exemplo 7

a)   {1, 2,3, 4} ∪ {3, 4,5} = {1, 2,3, 4,5}
b)   {3, 4,5} ∪ {1, 2,3, 4} = {1, 2,3, 4,5}

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c)   {1, 2,3, 4} ∪ {3, 4} = {1, 2,3, 4}
d)   {1, 2,3, 4} ∪ { } = {1, 2,3, 4}

Propriedades:


A∪B = B∪A
B⊂ A ⇒ A∪B = A
A ∪{     }=A
( A ∪ B) ∪ C = A ∪ ( B ∪ C ) = A ∪ B ∪ C

1.10. Intersecção


          Dados os conjuntos A e B num universo U, chama-se de intersecção de A com B ao
conjunto dos elementos comuns a A e B.



                                                            A
                                                                                      B




                                                                                              U

          A ∩ B = {x ∈ U :x ∈ A e x ∈ B}


Exemplo 8


a)   {1, 2,3, 4} ∩ {3, 4,5} = {3, 4}
b)   {3, 4,5} ∩ {1, 2,3, 4} = {3, 4}
c)   {1, 2,3, 4} ∩ {3, 4} = {3, 4}
d)   {1, 2,3, 4} ∩ { } = { }

Propriedades:


A∩B = B∩A
B⊂ A ⇔ A∩B = B
A ∩{     }={ }
( A ∩ B) ∩ C = A ∩ ( B ∩ C ) = A ∩ B ∩ C ( A ∩ B) ⊂ ( A ∪ B)

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1.11. Diferença
          Dados os conjuntos A e B num universo U, chama-se de diferença entre A e B, nesta
ordem, ao conjunto dos elementos de A que não são elementos de B.



                                                          A
                                                                                       B




                                                                                                U

          A − B = {x ∈ U :x ∈ A e x ∉ B}
          Observe que aqui, ao contrário do que ocorreu na definição de complementar de B em
relação a A, não é exigido que B seja subconjunto de A.


Exemplo 9

a)   {1, 2,3, 4} − {3, 4,5} = {1, 2}
b)   {3, 4,5} − {1, 2,3, 4} = {5}
c)   {1, 2} − { } = {1, 2}
d)   { } − {1, 2} = { }

Propriedades:

( A − B) ⊂ A
A −{    }=A
{ }−A ={ }
B ⊂ A ⇔ A − B = CBA

A − ( A ∩ B) = A − B


Exemplo 10

          Dados os conjuntos                 A = {1, 2,3, 4} e B = {3, 4,5, 6, 7} , obter os conjuntos A ∩ B ,
A ∪B, A − B e B− A .
A ∩ B = {3, 4}

A ∪ B = {1, 2,3, 4,5, 6, 7}

A − B = {1, 2}

B − A = {5, 6, 7}


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Exemplo 11


        Sejam A e B conjuntos num universo U tais que: o complementar de A é                                             A = {e, f , g, h,i}


A ∪ B = {a, b, c, d, e, f , g}

A ∩ B = {c, d}


        Obter os conjuntos A e B.

         A ∩ B = {c, d} ⇒ c e d são os únicos elementos que A e B têm em comum.

        a ∉ A ⇒ a ∈ A e a ∉ ( A ∩ B)

        Logo,     a ∈ ( A − B) .

        Analogamente, conclui-se que                    b ∈ ( A − B) .

        e∈A ⇒ e∈A e
        e ∉ ( A ∪ B)

        Logo,     e ∈(B − A) .
        Analogamente para f, g.
        Repare que h e i não pertencem a A nem a B, pois não pertencem a                                           A ∪B.


Resposta:     A = {a, b, c, d} e B = {c, d, e, f ,g}


Exemplo 12


        Numa prova de Matemática caíram apenas dois problemas. Terminada a sua correção,
constatou-se que:
300 alunos acertaram somente um dos problemas
260 acertaram o segundo
100 acertaram os dois
210 erraram o primeiro


        Quantos alunos fizeram esta prova?




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Resolução:


                                                         Prb-1
                                                                                       Prb-2
                                                                 x        y        z


                                                                                          U

          Sendo x, y, z e w o número de elementos de cada partição indicada no diagrama acima,
segue que:

 x + z = 300 (1)

 y + z = 260 ( 2 )

     y = 100 ( 3)
z + w = 210 ( 4 )

          Das equações (3) e (2) tem-se que z = 160.
          Substituindo z por 160 nas equações (1) e (4), obtêm-se respectivamente, os valores de x
e w; x = 140 e w = 50.
          O número total de alunos que fizeram esta prova é x+y+z+w = 450.


1.12. Par ordenado
          Sabemos que           {a, b}      representam o mesmo conjunto.

          No entanto há situações em que é conveniente que haja uma ordem entre a e b. Para isto
existe o conceito de par ordenado.

          Definição:       ( a, b ) = {{a} , {a, b}}
          Observe aí a maneira sutil com que foi introduzida a noção de ordem, pois pela definição,

é fácil concluir que, se           a ≠ b , então ( a, b ) ≠ ( b, a ) , pois ( b, a ) = {{b} , {b, a}} , que é diferente

de   {{a} , {a, b}} .

1.13. Produto cartesiano
          Dados os conjuntos A e B, chama-se de produto cartesiano de A por B, nesta ordem, ao
conjunto de todos os pares ordenados (x,y), onde x é elemento de A e y é elemento de B.

          A × B = {( x, y ) : x ∈ A e y ∈ B}


Exemplo 13

          Dados os conjuntos                A = {1, 2,3} e B = { 4,5} , obtenha os produtos cartesianos AXB,
           2
BXA e B =BXB.




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A × B = {(1, 4 ) , (1,5 ) , ( 2, 4 ) , ( 2,5) , ( 3, 4 ) , ( 3,5 )}

B × A = {( 4,1) , ( 4, 2 ) , ( 4,3) , ( 5,1) , ( 5, 2 ) , ( 5,3)}

B2 = {( 4, 4 ) , ( 4,5 ) , ( 5, 4 ) , ( 5,5 )}


          Repare que o produto cartesiano é uma operação não comutativa, isto é, AXB pode não
ser igual a BXA.




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2. Conjuntos numéricos
2.1. Números naturais e números inteiros


           O conjunto dos números naturais                            {0,1, 2,... , n, ...}        será representado por ℕ , e o

conjunto dos números inteiros                   {..., − 2, − 1, 0,1, 2, ...} , por          ℤ . Repare que todo natural é inteiro,
isto é,   ℕ éum subconjunto de ℤ .


2.2.       Números racionais


                                                                                                                                           a
           Chamamos de número racional a todo número que pode ser expresso na forma                                                          , onde
                                                                                                                                           b
a e b são inteiros quaisquer, com                  b ≠ 0.


                                                 5                 −1 
           Assim, os números 5  =                  e -0,333333...  =  são dois exemplos de números
                                                 1                 3 
racionais.
           O conjunto dos números racionais é expresso por                                ℚ.
           Como todo inteiro é racional, podemos afirmar que                               ℤ ⊂ ℚ.


                                                                                      ℤ
                                                                            ℕ




                                                                                               ℚ


Exemplo 1
           Obter uma representação decimal para os números:
      3    9
a)      b)
     16    7

Resolução:




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                                                    b) 9,          7
a) 3,           16                                       20       1, 285714285714...285714...
     30      0,1875                                        60
     140                                                    40
      120                                                      50
          80                                                    10
            0                                                     30
                                                                    20


           Uma vez entendido o exemplo acima, é fácil concluir que todo número racional pode ser
expresso por uma dízima exata (existe um último algarismo à direita) ou por uma dízima periódica
infinita (não existe um último algarismo à direita, mas, sim, uma repetição indefinida de uma
seqüência de algarismos).
Exemplo 2
           Representar as seguintes dízimas por frações de inteiros (frações geratrizes):
a) -1,23456
b) 5,644444...4...
c) 5,645454545...45...

Resolução:
           −1, 23456 −123456
a)   f=             =
                1     100 000
b) Seja f = 5,644444...4... (I); então, multiplicando por 10, segue que 10f = 56,44444...4... (II).
   Calculando a diferença (II) – (I):
10f = 56, 44444...4...
  f = 5,644444...4...                 −
          9f = 50,8
                             50,8 508
     e, portanto,     f=         =
                              9    90
c) Seja f = 5,6454545454545...45... (I); então, multiplicando                                                    por      100,       segue         que
   100f=564,54545454... (II). Calculando a diferença (II) – (I):
     100f = 564,54545454...
          f=         5, 64545454... −
            99f = 558,9
                             558, 9 5589
     e, portanto,     f=           =
                              99     990

Resposta:




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     −123456    508    5589
a)           b)     c)
     100 000    90      990


          Com estes exemplos, podemos perceber que toda dízima periódica é um número racional.


          Outro fato que pode chamar atenção é que a dízima periódica 0,999...9... é uma outra
representação do número 1 (um).


2.3.      Números irracionais


          Existem dízimas infinitas e não periódicas; são os números irracionais. Como exemplos de
números irracionais, podemos citar:


          π = 3,1415926535...
             2 = 1, 4142135623...
             3 = 1, 7320508075...
                                                                                                                 a
          Os números irracionais não podem ser expressos na forma                                                  , com a e b inteiros e
                                                                                                                 b
b ≠ 0.


2.4.      Números reais


          A reunião do conjunto dos números irracionais com o dos racionais é o conjunto dos
números reais ( ℝ ).
          Dada uma reta, podemos estabelecer uma relação entre seus pontos e os números reais,
de tal modo que a todo ponto corresponda um único real e a todo real corresponda um único
ponto. Desta maneira podemos identificar todos os números reais por pontos da reta dada. A idéia
é construir uma espécie de régua em que constam também os números negativos.
          Chamamos esta régua de reta (ou eixo) real.
                                               -0,5




                                                                             0,5




                                                                                                           1,5
                                -1




                                                              0




                                                                                            1




                                                                                                                          2




2.5.      Teoremas


         Curso Pro-Técnico - Disciplina: Matemática - Professores Antônio José B. Bottion e Paulo Henrique C. Pereira                               19
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                                                                                                  n
− Sendo m e n naturais quaisquer, tem-se que m+n, m ⋅ n e m são todos naturais. (Lembre-se
          0
  de que 0 = 1.)
− Sendo h e k inteiros quaisquer, tem-se que h + k, h - k, h ⋅ k são todos inteiros.
                                                                                 r                         r
− Sendo r e s racionais quaisquer, r + s, r – s, r ⋅ s e                           são todos racionais. (Em , devemos ter
                                                                                 s                         s
  s ≠ 0 .)
− Sendo r um número racional e x um número irracional, tem-se que r + x é irracional.
− Sendo r, r ≠ 0 , um racional e x um número irracional, tem-se que r ⋅ x é irracional.
                                                                                    1
− Sendo x um irracional qualquer não nulo, tem-se que                                 é irracional.
                                                                                    x
− Entre dois números racionais existem infinitos outros números racionais e infinitos números
  irracionais.
− Entre dois números irracionais existem infinitos outros números irracionais e infinitos números
  racionais.

Exemplo 3

        Quantos são os elementos do conjunto                          {x ∈ ℕ /10          2 < x < 10 3 ?        }
Resolução:

  2 = 1, 41... ⇒ 10 2 = 14,1... e
  3 = 1, 73... ⇒ 10 3 =17, 3...
Entre 14,1... e 17,3... existem 3 números naturais, a saber 15, 16 e 17.


Resposta: 3


Exemplo 4
        (G. V.) Quaisquer que sejam o racional x e o irracional y, pode-se dizer que:


a) x ⋅ y é irracional
b) y ⋅ y é irracional
c) x + y é racional
d) x − y + 2 é irracional
e) x + 2y é irracional

Resolução:


Vejamos cada uma das alternativas:
a) (FALSA) Se x for igual a zero, x ⋅ y = 0, que é racional.
b) (FALSA) Se considerarmos, por exemplo, y = 3 , segue que y ⋅ y = 3 que é racional.
c) (FALSA) Para qualquer x racional e para qualquer y irracional, x + y é irracional.
d) (FALSA) Se y = 2 , x − y + 2 = x , que é racional.
e) (VERDADEIRA) Para qualquer irracional y, tem-se que 2y é irracional. Logo, x + 2y é irracional.
Resposta: e



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Exemplo 5

         Mostre que o número                  3 + 2 2 + 3 − 2 2 é irracional.


Resolução:



Seja   x = 3+ 2 2 + 3− 2 2 .
Observe que x é um número real positivo.


Segue que:

x2 = 3 + 2 2 + 3 − 2 2 + 2                  (3 + 2 2 )(3 − 2 2 )
x2 = 6 + 2      ( 3 + 2 2 )(3 − 2 2 )
x2 = 6 + 2 9 − 8
x2 = 8
E como x > 0, tem-se que              x = 2 2 , que é irracional.


2.6.     Outras notações
         Sendo A um dos conjuntos                   ℤ , ℚ ou ℝ , usaremos ainda as seguintes notações:
         A∗ para indicar {x ∈ A / x ≠ 0}

         A + para indicar {x ∈ A / x ≥ 0} (os não negativos)

         A∗ para indicar {x ∈ A / x > 0} (os positivos)
          +


         A − para indicar {x ∈ A / x ≤ 0} (os não positivos)

         A∗ para indicar {x ∈ A / x < 0} (os negativos)
          −




         Assim, por exemplo,               ℝ + é o conjunto de todos os números reais não negativos, isto é, o

conjunto   {x ∈ ℝ / x ≥ 0} .

2.7.     Intervalos


         Sendo a e b (a<b) números reais quaisquer, temos os seguintes subconjuntos de                                                            ℝ,
chamados de intervalos:




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      [ a, b] = {x ∈ ℝ |a ≤ x ≤ b} (intervalo fechado)
      ]a, b[ = {x ∈ ℝ |a < x < b} (intervalo aberto)
      [ a, b[ = {x ∈ ℝ |a ≤ x < b} (intervalo fechado só à esquerda)
      ]a, b] = {x ∈ ℝ |a < x ≤ b}

      [ a, +∞[ = {x ∈ ℝ | x ≥ a}
      ]a, +∞[ = {x ∈ ℝ | x > a}

      ]−∞, a ] = {x ∈ ℝ | x ≤ a}
      ]−∞, a[ = {x ∈ ℝ | x < a}

Exemplo 6

      Obter     [ 2,10] ∩ ]5,12[ .

Resolução:



                                           [ 2,10] :
                                                                2                      10


                                          ]5,12[ :
                                                                         5                   12


                               [ 2,10] ∩ ]5,12[
                                                                         5             10



Resposta:   ]5,10]




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3.     Aritmética dos inteiros


3.1.     Múltiplo e divisor


        Dados dois números m e d, dizemos que m é um múltiplo de d se, e somente se, existir
um inteiro k tal que m = k ⋅ d.
        Nestas condições, também se diz que d é um fator (ou divisor) de m.


3.2.     Número par


        Um número inteiro a é dito par se, e somente se, ele for múltiplo de 2.
        Todo número inteiro que não é par é dito número ímpar.


Exemplo 1
        Determinar quantos são os múltiplos de 7 compreendidos entre os números -50 e +500.


Resolução:


Se considerarmos estes números em ordem crescente, temos a P.A. (-49, -42, -35, ... , an), cujo
primeiro termo é a1 = -49, cuja razão é r = 7 e cujo último termo é an.
Precisamos obter o maior valor possível de n tal que seja satisfeita a condição na < 500.

Como   a n = a1 + ( n − 1) ⋅ r , segue que:


-49 + (n – 1) ⋅ 7 < 500
-49 + 7n < 556


O maior valor possível de n que satisfaz tal condição é 79.


Resposta: 79


Exemplo 2
        Decompor o inteiro 1995 numa soma de cinco ímpares consecutivos.


Resolução:


Considere a seqüência destes ímpares em ordem crescente e seja x o termo médio. Deste modo,
tem-se que

( x − 4 ) + ( x − 2 ) + x + ( x + 2 ) + ( x + 4 ) = 1995

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5x = 1995 , ou ainda, x = 399.

Resposta: 395 + 397 + 399 + 401 + 403


Exemplo 3
                                              2
        Seja um inteiro tal que a é ímpar. Prove que a é ímpar.




Demosntração:


        (Método indireto) Suponhamos que a seja um número par, isto é, a = 2k, com k inteiro.
               2        2                 2
Segue que a = 4n , ou seja, a é par, o que é ABSURDO, pois contraria a hipótese.


Observações importantes:
        Todo número ímpar, isto é, um inteiro não múltiplo de 2, pode ser representado,
indiferentemente, pela expressão 2k + 1, ou por 2k – 1, com k inteiro, pois sempre existem dois
números pares tais que ele seja o sucessor de um deles e o antecessor do outro.
        Assim, por exemplo, o número ímpar 17 é o sucessor de 16 e o antecessor de 18.
        Consideremos, agora, um inteiro x, não múltiplo de 3.
        Repare que há uma diferença entre afirmar que x é da forma 3k + 1 e afirmar que x é da
forma 3k – 1, onde k é um inteiro.
        Assim, por exemplo, o número 4 é da forma 3k + 1 e não da forma 3k – 1, enquanto o
número 5 é da forma 3k – 1, sempre considerando k inteiro.
        Observe que todo inteiro não múltiplo de 3, ou é da forma 3k + 1, ou é da forma 3k–1.
        Verifique a seguinte afirmação, com k inteiro:
        - Todo inteiro não múltiplo de 5 é de uma e apenas uma, das seguintes formas:
        5k + 1, 5k – 1, 5k + 2, 5k - 2


Exemplo 4
                                                                                                                    2                               2
        Sendo a um inteiro, não múltiplo de 5, mostre que o antecessor de a ou o sucessor de a
é um múltiplo de 5.


Demosntração:


        Tem-se que a é da forma 5k + 1 ou da forma 5k + 2.
        No primeiro caso, tem-se que:

        a 2 = 25k 2 + 10k + 4 , isto é, a 2 − 1 = 5 ( 5k 2 + 2k )
        No segundo caso, tem-se que:

        a 2 = 25k 2 + 10k + 4 e, portanto:

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           a 2 + 1 = 25k 2 + 10k + 5 = 5 ( 5k 2 + 2k + 1)                              (c.q.d.)

3.3.       Teorema
           Sejam x, y e d inteiros. Se d é divisor de x, e d é divisor de (x + y), então d é divisor de y.




Justificativa:
Existe um inteiro k1 tal que x = d ⋅ k1
Existe um inteiro k2 tal que x + y = d ⋅ k2
Logo, d ⋅ k1 + y = d ⋅ k2
           y = d ⋅ k2 - d ⋅ k1
           y = d ⋅ (k2 – k1)


Como k2 – k1 é inteiro, tem-se que d é divisor de y.
(c.q.d.)


Exemplo 5
           Obter os valores inteiros de n de modo que n + 3 seja um divisor de n + 13.


Resolução:
n + 3 é divisor de n + 11
n + 3 é divisor de n + 3 + 8 (*)
n + 3 é divisor de n + 3                (**)


De (*) e (**) segue que:


n + 3 é divisor de 8


Portanto,

n + 3 ∈ {1, 2, 4,8, −1, −2, −4, −8}

n ∈ {−2, −1,1,5, −4, −5, −7, −11}
Resposta: -2, -1, 1, 5, -4, -5, -7 e -11.


Exemplo 6
           Mostre que um inteiro             ℕ com quatro algarismos é múltiplo de 3 se, e somente se, a soma
dos algarismos for múltiplo de 3.
Demosntração:



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        Seja     ℕ = ( a, b,c, d ) , isto é, a é o algarismo dos milhares, b o das centenas, c o das
dezenas e d o das unidades.
ℕ = 1000a + 100b + 10c + d
ℕ = 999a + 99b + 9c + a + b + c + d
ℕ = 3 ( 333a + 33b + 3c ) + a + b + c + d


1a parte: se a + b + c + d = 3m, então                 ℕ é obviamente múltiplo de 3.


2a parte: se   ℕ for um múltiplo de 3, isto é, ℕ = 3h, então
        3h = 3 ( 333a + 33b + 3c ) + a + b + c + d

        3h − 3 ( 333a + 33b + 3c ) = a + b + c + d
        Logo, a + b + c + d é múltiplo de 3. (c.q.d.)


Observação:


        Esta regra de divisibilidade por 3 vale para todos os inteiros, independentemente do
número de algarismos. A mesma regra vale para a divisibilidade por 9.


3.4.    Número primo


        Um inteiro p é dito número primo, ou simplesmente primo, se, e somente se, ele possuir
quatro e apenas quatro divisores distintos. (Os quatro divisores em questão são 1, -1, p e –p.)


3.5.    Número composto


        Os números inteiros não nulos que têm mais do que 4 divisores distintos são chamados de
números compostos.
Observações:


− Os números 1, -1 e 0 não são primos nem compostos.
− Os números 2 e -2 são os únicos números primos e pares.
− Todo inteiro k positivo e diferente de 1 admite pelo menos um divisor primo positivo.


3.6.    Teorema


        Existem infinitos números primos.




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Demosntração:


        Suponhamos que exista só um número finito de primos positivos p1, p2, p3, ... , pn e
consideremos o número p = p1 ⋅ p2 ⋅ p3 ... ⋅ pn + 1.
        Como p é maior que qualquer um dos números primos enumerados, segue que p é um
número composto e, portanto, um destes primos deve ser o divisor de p.
        Seja pk, com 1<k<n, este divisor.
        Como pk é divisor de p1 ⋅ p2 ⋅ p3 ... ⋅ pn e pk é divisor de p, conclui-se que pk é divisor de 1,
o que é absurdo, pois os únicos divisores de 1 são os números 1 e -1.                                        (c.q.d.)


Exemplo 7
        Verificar se 251 é primo.


Resolução:
        O seguinte procedimento de verificar a primalidade de um número é conhecido como o
crivo de Erastótenes.
        Constrói-se uma tabela de todos os inteiros maiores que 1 cujos quadrados não superem
o número 251.
            2 3 4 5
         6 7 8 9 10
        11 12 13 14 15                         (Note que 162 > 251)
        O próximo passo consiste em verificar se um dos números desta tabela é um divisor do
número 251. Isto pode ser feito de maneira relativamente rápida, pois se um dado número não for
divisor, então seus números também não o serão.
        Note que 2 não é divisor de 251 e, portanto, os números 4, 6, 8, 10, 12 e 14 também não
serão. Vamos “eliminar” o número 2 e todos os seus múltiplos.

                                                            2       3        4        5
                                                   6 7              8 9              10
                                                   11 12           13 14             15
        Note que 3 não é divisor de 251 e, portanto, também podemos “eliminar” todos os
múltiplos de 3.
        Prosseguimos desta maneira até encontrar um divisor, ou então até “eliminar” todos os
números da tabela. Se for encontrado um divisor, então o número em questão é composto; caso
contrário, o número é primo.

                                                             2       3       4         5
                                                    6       7        8 9             10
                                                   11      12       13 14            15



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Resposta: 251 é primo


Observação:


         A elegância deste procedimento chama a atenção pelo seguinte:
         Consideremos o produto d1 ⋅ d2.
         Se d1 > 15 e d2 > 15, então d1 ⋅ d2 > 251.
         Logo, se 251 admitisse um divisor d1, d1 > 15, deveríamos ter um inteiro d2, d2 < 15, de
modo que d1 ⋅ d2 = 251, isto é, 251 teria um divisor menor ou igual a 15.
         Porém, isto é absurdo, pois, como foi verificado na tabela, 251 não admite divisor menor
ou igual a 15.


Exemplo 8
                                                              4      2
         Obter todos os inteiros a tais que a + a + 1 seja um número primo.


Resolução:

a 4 + a 2 + 1 = a 4 + 2a 2 + 1 − a 2
             = ( a 2 + 1) − a 2
                            2



             = ( a 2 + 1 − a )( a 2 + 1 + a )
Repare que para este produto ser um número primo é necessário (mas não sufuciente) que um
dos seus fatores seja igual a 1 ou igual a -1. Vejamos:

a 2 + 1 − a = 1 ⇒ a = 1 ou a = 0
a 2 + 1 − a = −1 ⇒ a não é int eiro
a 2 + 1 + a = 1 ⇒ a = −1 ou a = 0
a 2 + 1 + a = −1 ⇒ a não é int eiro
Os valores encontrados foram 1, -1 e 0.
                                          4      2
Substituindo, conclui-se que a + a + 1 é primo somente para a = 1 ou a = -1.


Resposta: 1 e -1


3.7.     Forma fatorada


         Todo inteiro a, não nulo, diferente de 1 e diferente de -1, pode ser expresso na forma:

         a = + p1α1 p 2 α2 p3α3 ...p n αn , se a > 0 , ou

         a = −p1α1 p 2 α2 p3α3 ...p n αn , se a < 0




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        onde p1, p2, ... e pn são primos positivos e dois a dois distintos, e os expoentes α1, α2, ...,
αn são números naturais não nulos.


Exemplo 9
        Qual a forma fatorada de 528?




Resolução:
528     2
264     2
132     2
 66     2
 33     3
 11    11
 1

                 4
Resposta: 2 ⋅ 3 ⋅ 11


Exemplo 10
                                                                   3       4
        Quantos divisores possui o número 5 ⋅ 11 ?


Resolução:
Consideremos os conjuntos:

D1 = {50 , 51 , 52 ,53 } e

D 2 = {110 ,111 ,112 ,113 ,114 }

Repare que todo produto do tipo d1 ⋅ d2 com                               d1 ∈ D1 , d 2 ∈ D 2 e apenas estes produtos são
                                 3       4
divisores positivos de 5 ⋅ 11 .
Para d1, temos (1 + 3) opções, e para d2 há (1 + 4) opções.
Logo, existem (1 + 3)(1 + 4) = 20 divisores positivos.
                                                                                                                      3      4
Consequentemente há 20 divisores negativos. Há, portanto, 40 divisores de 5 ⋅ 11 .


Resposta: 40


Observação:




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         Sendo        p1α1 p 2 α2 p 3α3 ...p n αn a forma fatorada de um número natural n, pode-se concluir que

o número de divisores positivos de n é                   ( α1 + 1)( α 2 + 1)         ... ( α n + 1) .


3.8.     Divisão euclidiana
         Dados dois inteiros n e d, com                      d ≠ 0 , efetuar a divisão de n por d significa obter dois
inteiros q e r tais que n = d ⋅ q + r e             0≤r< d .


         Os números n, d, q e r são, nesta ordem, chamados de dividendo, divisor, quociente e
resto. Pode-se provar que para cada par (n,d), o quociente e o resto são únicos.


Exemplo 11
         Efetuar a divisão de:
a) 29 por 4
b) 29 por -4
c) -29 por 4

Resolução:

   a) 29         4                 b) 29           −4                 c) −29            4
          1       7                        1        −7                         3        −8
Observe que, em cada caso, o resto é não negativo e é menor que o módulo do divisor!


Resposta:
a) quociente 7, resto 1
b) quociente -7, resto 1
c) quociente -8, resto 3

Exemplo 12
         Seja d um divisor comum dos inteiros não nulos x e y. Mostre que d é um divisor do resto
da divisão de x por y.
Demonstração:
         Sejam q e r, respectivamente, o quociente e o resto da divisão de x por y. Então:
x = y⋅q + r
Sendo   x = a ⋅ d e y = b ⋅ d , segue que:
r = x − y = a ⋅ d − b ⋅ d = d (a − b)                  (c.q.d.)


Exemplo 13
         Obter o conjunto dos inteiros positivos menores que 180 e que, quando divididos por 27,
deixam um resto igual ao quociente.



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Resolução:
x = 27r + r com 0 ≤ r ≤ 27 e x < 180
x = 28r
r ∈ {1, 2,3, 4,..., 26}

x ∈ {28,56,84,112,140,168,196,... }

Como devemos ter x < 180, tem-se que o conjunto pedido é:                                     {28,56,84,112,140,168} .
Resposta:       {28,56,84,112,140,168}

3.9.       Máximo divisor comum


           Sendo a e b inteiros, não ambos nulos, chama-se de máximo divisor comum de a e b ao
maior dos divisores que eles têm em comum.
           Notação: mdc(a,b)


Exemplo 14
           Calcular mdc(1750,1400).


Resolução:


1a maneira:

1750 = 21 ⋅ 53 ⋅ 71 e 1400 = 23 ⋅ 52 ⋅ 71
O maior divisor (ou fator) comum é

21 ⋅ 52 ⋅ 71 = 350 .

2a maneira (por divisões sucessivas):
Efetua-se a divisão de um número pelo outro e, daí em diante, divide-se sucessivamente o último
divisor obtido pelo resto, até obter um resto nulo. (Os quocientes são abandonados.)


                 1750           1400            350
restos:          350            0


(O exemplo 12 justifica a validade deste processo.)


Resposta: 350




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Exemplo 15
           Calcular mdc(2048,1935).


Resolução:


                 2048           1935            113          14           1
restos:          113            14              1            0


Resposta: 1




3.10. Números primos entre si


           Dois inteiros quais quer são ditos primos entre si se, e somente se, o seu mdc for 1.


Exemplo 16
           Os números 2048 e1935 são primos entre si.


Exemplo 17
           Verificar se existe um inteiro k tal que 3k + 1 e 2k + 1 não sejam primos entre si.


Resolução:
Seja d, d > 0 um divisor comum; então tem-se que:

3k + 1 = a ⋅ d (−2)

 2k + 1 = b ⋅ d (3)
−6k − 2 = −2a ⋅ d

 6k + 3 = 3b ⋅ d +
            1 = ( 3b − 2a ) ⋅ d
Como d=1, conclui-se que os números 3k + 1 e 2k + 1 são primos para todo inteiro k.


(Tente resolver este exercício pelo método das divisões sucessivas.)


Resposta: não


3.11. Mínimo múltiplo comum


           Sendo a e b inteiros, não ambos nulos, chama-se de mínimo múltiplo comum de a e b ao
menor dos múltipos positivos que eles têm em comum.


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       Notação: mmc(a,b)


Exemplo 18
       Calcular mmc(1750,1400).


Resolução:

       1750 = 21 ⋅ 53 ⋅ 71 e 1400 = 23 ⋅ 52 ⋅ 71
       O menor dos múltiplos positivos que estes números têm em comum é                                              23 ⋅ 53 ⋅ 71 .

Resposta: 7000


3.12. Teorema


       Sendo a e b inteiros, não ambos nulos, tem-se que:                               mdc ( a, b ) ⋅ mmc ( a, b ) = a ⋅ b .


Exemplo 19
       Obter k, dado que o mdc e o mmc de k e 20 são, nesta ordem, iguais a 4 e 160.


Resolução:

20 ⋅ k = 4 ⋅160 ⇒ k = 32 e 1400 = 23 ⋅ 52 ⋅ 71


Resposta: 32 e -32




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4. Técnicas de fatoração


4.1. Expressão algébrica


       Para estabelecer conceitos, definições, axiomas, teorema, etc., na Álgebra, usaremos,
quase sempre, seqüências de caracteres, que podem ser letras, algarismos, sinais de operação,
parênteses, colchetes ou chaves, dispostos numa ordem determinada. Seqüências desse tipo, em
que pelo menos um dos caracteres é uma letra, são chamadas expressões algébricas.
        O uso de expressões algébricas traz várias conveniências, entre elas a precisão e a
concisão de linguagem.
       Observe o quadro abaixo:
         Exemplo:                                                                  Expressão Algébrica:
         O dobro de um número                                                                          2x
                                                                                                            2
         O quadrado da soma de dois números                                                      (a + b)
                                                                                                   2        2
         A soma dos quadrados de dois números                                                    a +b
         A soma do quadrado de um número com o                                                     2
                                                                                                 n + 2n
         seu dobro


4.2. Valor numérico


       Quando, numa expressão algébrica, cada letra for substituída por um número e as
eventuais operações puderem ser efetuadas, obter-se-á um resultado chamado de valor numérico
da expressão algébrica.


Exemplo 1
                                                  2      2
       Obter o valor numérico de a – b + ab para:
       a) a = 1 e b = 2                     b) a = 2 e b = 1
Solução:
       a) Substituindo a por 1 e b por 2, obtemos:
       12 − 22 + (1)( 2 ) = 1 − 4 + 2 = −1 .


       b) Substituindo a por 2 e b por 1, obtemos:
        22 − 12 + ( 2 )(1) = 4 − 1 + 2 = 5 .


Exemplo 2

       Sendo a = 3 e b = 4, obter o valor numérico de                           ( a + 2 )( ab + 1) − a ( ab + 2b + 1)

Solução:


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            Substituindo a por 3 e b por 4, obtemos:

            ( 3 + 2 )(12 + 1) − 3 (12 + 8 + 1) = ( 5 )(13) − ( 3)( 21) = 2 .

Exemplo 3

            Mostrar que o valor numérico de                      ( a + 2 )( ab + 1) − a ( ab + 2b + 1)                independe dos valores

de a e b.


Solução:
            Efetuando os produtos indicados, obtemos:

            a 2 b + a + 2ab + 2 − a 2 b − 2ab − a = 2 .
            Portanto para quaisquer valores de a e b a expressão terá valor numérico 2.


EXERCÍCIOS
            Sendo a = 5 e b = 2, obter os valores numéricos de:

     (a + b)
                    2
1)
2)   a 2 + b2
     (a − b)
                    2
3)

     (b − a )
              2
4)

5) a − b
       2        2

6) Mostrar que o valor numérico da expressão abaixo não depende do valor de b.
     ( a + b )( ab + 1) − b ( a 2 + ab + 1) .

4.3.        Fatorar – Desenvolver


            Consideremos as expressões:

F = ( x + 2y )( 2x + 3y ) e D = 2x 2 + 7xy + 6y 2
            Repare que:

( x + 2y )( 2x + 3y ) = 2x 2 + 3xy + 4xy + 6y 2
                              = 2x 2 + 7xy + 6y 2


            Denomina-se:

•    ( x + 2y )( 2x + 3y ) de FORMA FATORADA
•    2x 2 + 7xy + 6y 2 de FORMA DESENVOLVIDA




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       Repare que, em geral, desenvolver um produto requer apenas mão-de-obra e, portanto,
não oferece maiores dificuldades. O que pode dar problemas é a passagem no sentido contrário.
Como fatorar? Isto é, como passar da forma desenvolvida para a forma fatorada?
       A     seguir       veremos          algumas          identidades           fundamentais,             que      serão        ferramentas
indispensáveis para a técnica de fatoração.


4.4. Casos de fatoração


1° caso: o fator comum

       Pela propriedade distributiva, temos que                          a ( b + c ) = ab + ac e portanto:

        a ⋅ b + a ⋅ c = a (b + c)


       Observe que no membro esquerdo da igualdade acima h’uma soma (adição ou subtração)
de produtos que, neles, a é um fator comum. No membro direito diremos que o fator comum a foi
colocado em “evidência”.
       A igualdade acima pode ser ilustrada da seguinte maneira:


                                                                           b+c




                                                                     ab                      ac
                                          a




                                                                     b                       c



       A área da região hachurada é igual a                       a ( b + c ) = ab + ac .
Exemplo 4
       Fatorar     2x + xy − ax .


Solução:
       Como x é fator comum, segue que:

        2x + xy − ax = x ( 2 + y − a )


Exemplo 5

       Fatorar     8x 2 − 4x .




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Solução:
          Observe que 4x é fator comum!

          8x 2 − 4x =
                         = 4x ⋅ 2x − 4x ⋅1
                         = 4x ( 2x − 1)


Exemplo 6

          Fatorar      x 3 y 2 − x 2 y3 + x 6 y5 .


Solução:

          O fator comum é            x 2 y2 :

          x 3 y 2 − x 2 y3 + x 6 y5 =
                                         = xx 2 y 2 − x 2 y 2 y + x 4 x 2 y 2 y3
                                         = x 2 y 2 ( x − y + x 4 y3 )


EXERCÍCIOS
          Fatorar as seguintes expressões:

7) a 2 + ab − a
8) a ( x + y) + b( x + y)

9)    a ( 3x − 2 ) − b ( 3x − 2 )
10)   x (a − b) + y (a − b)
11)   x (a − b) + b − a

OBSERVAÇÃO
          Pode haver aplicações repetidas deste caso. Vejamos um exemplo básico.
          ax + ay + bx + by =
                                       = ( ax + ay ) + ( bx + by )
                                       = a ( x + y) + b ( x + y)
                                       = ( a + b )( x + y )


Exemplo 7
          Fatorar     ax + ay − bx − by .


Solução:




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           ax + ay − bx − by =
                                       = ( ax + ay ) − ( bx + by )
                                       = a ( x + y) − b ( x + y)
                                       = ( a − b )( x + y )


Exemplo 8
           Fatorar    ax − ay − bx + by .


Solução:
           ax − ay − bx + by =
                                       = ( ax − ay ) − ( bx − by )
                                       = a ( x − y) − b ( x − y)
                                       = ( x − y )( a − b )


EXERCÍCIOS
           Fatorar:

12) ab − a 2 b − a + b
       2


13) x −3x + bx −3b
     2

14) ap − by + bp − ay
15) x 2 + ax + bx + ab
16) x + ( a − b ) x − ab
      2




2° caso: diferença de dois quadrados

           a 2 − b 2 = ( a + b )( a − b )
                                            2
           Assim, por exemplo, 5 – 3 é igual a
                                                   2
                                                                    ( 5 + 3)( 5 − 3) (verifique!).
           É claro que podemos justificar essa identidade partindo do membro direito e,
desenvolvendo o produto, chegar ao membro esquerdo. Como ficaria se quiséssemos partir do
membro esquerdo e, fatorando, chegar no direito?

           Repare que em           a 2 − b 2 = a ⋅ a − b ⋅ b não há fator comum!
           Observe então a seguinte seqüência em que é usado um pequeno artifício: somando e
subtraindo ab, obtemos fatores comuns sem alterar o valor da expressão.

a 2 − b 2 = a 2 + ab − ab − b 2
           = a (a + b) − b (a + b)
           = ( a + b )( a − b )
           Veja na seguinte ilustração como podemos verificar a identidade em questão.




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                                                                       a 2 − b2


                                                   a



                                                                                                b



                                                                                   b



                                                               a                       b




                                                       ( a + b )( a − b )                           a-b




         As      regiões            hachuradas           têm         áreas        iguais            e       ilustram   o     fato       de       que

a 2 − b 2 = ( a + b )( a − b ) .


Exemplo 9

         Fatorar      x 2 − 25 .

Solução:

          x 2 − 25 =
                      = x 2 − 52
                      = ( x + 5 )( x − 5 )


Exemplo 10

         Fatorar     a 4 − b4 .

Solução:

         a 4 − b4 =
                      = ( a 2 ) − ( b2 )
                                2            2



                      = ( a 2 + b 2 )( a 2 − b 2 )
                      = ( a 2 + b 2 ) ( a + b )( a − b )

                                                                                            2           2
(Observação: No conjunto dos números reais, a expressão a + b não é fatorável!)




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EXERCÍCIOS


         Fatorar as seguintes expressões em                        ℝ:
17)   x2 −1
18)   x4 −1
19)   a 2 − b 2 + ax + bx
20)   a + b + b2 − a 2
21)   a 2 − b 2 + a 2 − ab
22)   a 2 − b2 + b − a
23)   x 3 − 3x 2 − 4x + 12


3° caso: trinômio quadrado perfeito



          a 2 + 2ab + b 2 = ( a + b )
                                              2



          a 2 − 2ab + b 2 = ( a − b )
                                              2




         Veja:


a 2 + 2ab + b 2 =
                   = a 2 + ab + ab + b 2
                   = ( a 2 + ab ) + ( ab + b 2 )
                   = a (a + b) + b (a + b)
                   = ( a + b )( a + b )
                   = (a + b)
                                 2




a 2 − 2ab + b 2 =
                   = a 2 − ab − ab + b 2
                   = ( a 2 − ab ) − ( ab − b 2 )
                   = a (a − b) − b (a − b)
                   = ( a − b )( a − b )
                   = (a − b)
                                 2




Ilustrando:




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                                                     a                a2              ab




                                                     b                ab              b2



                                                                         a+b




                                                                     (a + b)
                                                                                2

                                                   a+b




Exemplo 11

      Desenvolver         ( 2x + 3y )    2 2
                                               .



Solução:

       ( 2x + 3y )  2 2
                          =

                          = ( 2x ) + 2 ( 2x ) ( 3y 2 ) + ( 3y 2 )
                                     2                                      2



                          = 4x 2 + 12xy 2 + 9y 4


Exemplo 12
                                         2
                      1
      Desenvolver  x −  .
                      x


Solução:
                   2
         1
       x−  =
         x
                                                            2
                                      1 1
                       = x2 − 2 ( x )   +  
                                      x x
                                    1
                       = x2 + 2 + 2
                                   x




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Exemplo 13

          Fatorar      4a 2 + 20ab 2 + 25b 4 .

Solução:

          4a 2 + 20ab 2 + 25b 4 =
                                           = ( 2a ) + 2 ( 2a ) ( 5b 2 ) + ( 5b 2 )
                                                     2                                      2



                                           = ( 2a + 5b 2 )
                                                               2




EXERCÍCIOS
                                      2
                     1
24) Desenvolver:  x + 
                     x

          Fatorar as seguintes expressões em                        ℝ:
25)   x2 + 6x +9
26)   x2 −10x + 25
27)   x3 −16x2 + 64x
28)   −x2 + 20x −100
29)   2x − 1 − x 2
                1
30)   a4 + a2 +
                4
31)   a + 2ab + b 2 − c 2
       2


32)   x 2 + 2x + 1 − y 2
      x 2 − ( y − 1)
                       2
33)
4° caso: soma e diferença de cubos

          a 3 + b3 = ( a + b ) ( a 2 − ab + b 2 )
          a 3 − b3 = ( a − b ) ( a 2 + ab + b 2 )
Justificativa:

( a + b ) ( a 2 − ab + b 2 ) =
                                = a 3 − a 2 b + ab 2 + a 2 b − ab 2 + b 3
                                = a 3 + b3


( a − b ) ( a 2 + ab + b 2 ) =
                                = a 3 + a 2 b + ab 2 − a 2 b − ab 2 − b3
                                = a 3 − b3




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Exemplo 14

        Fatorar        x3 + 8 .
Solução:

        x3 + 8 =
                  = x 3 + 23
                  = ( x + 2 ) ( x 2 − 2x + 22 )
                  = ( x + 2 ) ( x 2 − 2x + 4 )


Exemplo 15

        Fatorar     27x 3 − 1 .
Solução:

        27x 3 − 1 =
                  = ( 3x ) − 13
                             3



                  = ( 3x − 1) ( 3x ) + ( 3x )(1) + 12 
                                            2
                                                      
                  = ( 3x − 1) ( 9x 2 + 3x + 1)
Exemplo 16

        Fatorar     a 3 − b3 + a 2 − b 2 + a − b .
Solução:

        a 3 − b3 + a 2 − b 2 + a − b =
                  = ( a 3 − b3 ) + ( a 2 − b 2 ) + ( a − b )
                  = ( a − b ) ( a 2 + ab + b 2 ) + ( a + b )( a − b ) + 1( a − b )

                  = ( a − b ) ( a 2 + ab + b 2 ) + ( a + b ) + 1
                                                                
                  = ( a − b ) ( a 2 + ab + b 2 + a + b + 1)


EXERCÍCIOS

                   3
34) a) Fatorar x - 1
                                                                             x3 −1
        b) Sendo x = 0,1, obter o valor numérico de
                                                                             x −1

35) Fatorar:
        a)   x 9 + y9
        b)   x 9 − y9



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5° caso: cubo da soma e cubo da diferença



              a 3 + 3a 2 b + 3ab 2 + b3 = ( a + b )
                                                               3



              a 3 − 3a 2 b + 3ab 2 − b3 = ( a − b )
                                                              3




          Justificativa:

(a + b)        = (a + b) (a + b)
          3                    2



              = ( a 2 + 2ab + b 2 ) ( a + b )
              = a 3 + a 2 b + 2a 2 b + 2ab 2 + ab 2 + b 3
              = a 3 + 3a 2 b + 3ab 2 + b 3


(a − b)       = (a − b) (a − b)
          3                    2



              = ( a 2 − 2ab + b 2 ) ( a − b )
              = a 3 − a 2 b − 2a 2 b + 2ab 2 + ab 2 − b3
              = a 3 − 3a 2 b + 3ab 2 − b3


Exemplo 17

                                   ( 2x + 5 )
                                                3
          Desenvolver                               .

Solução:

          ( 2x + 5 )
                           3
                               =
                               = ( 2x ) + 3 ( 2x ) ( 5 ) + 3 ( 2x )( 5 ) + 53
                                       3                2                         2



                               = 8x 3 + 60x 2 + 150x + 125
Exemplo 18

                                   ( x − 2y )
                                                3
          Desenvolver                               .

Solução:

          ( x − 2y )
                           3
                               =
                               = x 3 − 3x 2 ( 2y ) + 3x ( 2y ) − ( 2y )
                                                                       2              3



                               = x 3 − 6x 2 y + 12xy 2 − 8y 3
Exemplo 19

          Fatorar         x 3 + 3x 2 + 3x + 1 .

Solução:




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          x 3 + 3x 2 + 3x + 1 =
                                      = x 3 + 3x 2 ⋅1 + 3x ⋅12 + 13
                                      = ( x + 1)
                                                    3



EXERCÍCIOS


36) Desenvolver as expressões:
          a)   ( x + yz ) 2 3
                                               b)   ( 2x − 1)
                                                                3




          Fatorar as expressões:


37)   x 3 + 3x 2 y + 3xy 2 + y3
38)   x 3 + 6x 2 y 2 + 12xy 4 + 8y 6
39) x 3 − 9x 2 + 27x − 27
40) a + 3a b + 3ab + b + c
     3      2        2    3 3




RESUMO


          1. ab + ac − ad = a ( b + c + −d )
          2. a 2 − b 2 = ( a + b )( a − b )
          3. a 2 + 2ab + b 2 = ( a + b )
                                                        2



          4. a 2 − 2ab + b 2 = ( a − b )
                                                     2



          5. a 3 + b3 = ( a + b ) ( a 2 − ab + b 2 )
          6. a 3 − b3 = ( a − b ) ( a 2 + ab + b 2 )
          7. a 3 + 3a 2 b + 3ab 2 + b3 = ( a + b )
                                                                    3



          8. a 3 − 3a 2 b + 3ab 2 − b3 = ( a − b )
                                                                 3




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5.     Potenciação


5.1.     Definição


         Dado um número a,                   a ∈ ℝ , e um número inteiro n, n > 1, chama-se potência enésima de
                                n
a, que se indica por a , ao produto de n fatores iguais a a. Assim:


                                                              a n = a ⋅ a ⋅ a ... a
                                                                         n fatores
         O número a é chamado de base e n, de expoente.
Exemplo 1


a)   23 = 2 ⋅ 2 ⋅ 2 = 8
     ( −2 )       = ( −2 ) ⋅ ( −2 ) ⋅ ( −2 ) = −8
              3
b)


Exemplo 2


         Obter o valor de cada expressão:
                                                              3                                   2             3
                                                    1                                  2            −3 
                  4 + ( −3 )
                                2
                                                          ⋅10                                        ⋅ 
                    2                                          2
         a)                                      b)                                  c)  
                                                     10                                3            2 
Solução:

                   42 + ( −3) = 4 ⋅ 4 + ( −3) ⋅ ( −3) = 16 + 9 = 25
                                    2
         a)
                           3
                   1            1 
                             1  1                 1
                     ⋅10 =   ⋅ 
                                ⋅     ⋅ 10 ⋅ 10 = ^
                          2
         b)
                    10      10   10
                                  10             10
                          2 2  3   3   3
               2       3
            2  3                                   3
         c)   ⋅  −  =  ⋅ ⋅ − ⋅ − ⋅ −  = −
            3  2      3 3  2   2   2         2

OBSERVAÇÕES



     ( −2 ) ≠ −22 pois:
              2
1)
     ( − 2 ) = ( −2 ) ⋅ ( −2 ) = 4               − 2 2 = − ( 2 ⋅ 2 ) = −4
            2
                                             e

     ( −1) = 1 , se n é par
          n
2)
     ( −1) = −1 , se n é ímpar
          n




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EXERCÍCIOS


1) Calcular:

a) 1
     4
                                                       d) 4
                                                              3
                                                                                                            g)   −4 2
                                                                                                                        2
                                                                                                                 2
                                                       e) ( −4 )
       4                                                              2
b) 0                                                                                                        h)    
                                                                                                                 3
                                                                                                                            2
                                                                                                                  2
                                                            ( −4 )
                                                                      3
c) 4
       2
                                                       f)                                                   i) −  − 
                                                                                                                  3
2) Calcular:

         ( −4 )
                  2
a)                    − 32
                       3
    1
b)  −  ⋅10 4
    10 
              2                2
   2                  3
c)                  ⋅ − 
   3                  2

5.2.         Definições

                                                                          5
             Considere, por exemplo, a potência 2 , que é 32.
             Observe que, ao diminuirmos de 1(uma) unidade o expoente, o valor da potência fica
dividido por 2, que é o valor da base. Veja:


              25 = 32 , 2 4 = 16 , 23 = 8 , 22 = 4

             Continuando-se o raciocínio anterior, vem:


                                                   1 −2 1
              21 = 2 , 20 = 1 , 2 −1 =               , 2 = e assim por diante.
                                                   2      4

             Tais resultados sugerem as definições:


                                                                                                                   n
                                                                                             −n     1 1
                                   a =a
                                   1
                                                                  a =1
                                                                  0
                                                                                         a        = n =   ,a ≠ 0
                                                                                                   a    a

Exemplo 3




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a)   31 = 3                                       e)    3−2 =          =
                                                                     32 9
                                                                    1    1
     ( −3 )                                            3−3 =
               1
b)                 = −3                           f)                 3
                                                                       =
                                                                    3    27
                                                                               1              1
                                                        ( −3 )
                                                                    −2
c)   30 = 1                                       g)                     =                =
                                                                             ( −3 )
                                                                                      2
                                                                                              9

                                                                               1                  1
                                                        ( −3 )
                                                                    −3
d)   ( −3 )
               0
                    =1                            h)                     =                =−
                                                                             ( −3 )
                                                                                      3
                                                                                                  27



Exemplo 4
               Calcular:
                                                         −2                                             −2
                         −4                  2                                              2
               a)       1                 b)                                            c)  −                   d)   2 2 ⋅ 2 −2
                                             3                                              3
Solução:


                    1
a)    1−4 =            =1
                    14
                   −2           2
   2   3 9
b)   =   =
   3   2   4
                        −2            2
    2      3 9
c)  −  =  −  =
    3      2     4
        −2     1
d) 2 ⋅ 2 = 2 ⋅ 2 = 1
     2      2

              2

EXERCÍCIOS


3) Calcular:

                                                                                                             1                           −2
                                                                                                     1                         3
                                                       ( −5 )
      1                                                       1
a)   5                                       d)                                                   g)                        j)  
                                                                                                     5                         4
                                                                                                             0                                −2
                                                                                                     1                          3
                                                       ( −5 )
                                                                0
b)   5   0
                                             e)                                                   h)                        k)  − 
                                                                                                     5                          4
                                                                                                             −1                                −2
                                                                                                       1                           3
                                                   ( −5 )
         −1                                                   −1
c)   5                                       f)                                                   i)                        l)   −− 
                                                                                                       5                           4


4) Calcular:

              Curso Pro-Técnico - Disciplina: Matemática - Professores Antônio José B. Bottion e Paulo Henrique C. Pereira                                 48
............................................................. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII - Varginha




            −1  1 −1                                          2  −2  1  −1 
        a)  2 +                                          b)   −  −  
           
                2                                           3 
                                                                           3    


5) Calcular o valor de ( x −1 + y −1 ) , sabendo que x = 0,1 e y = 0,9.
                                                    −1




5.3.    Simplificação de expressões


        Numa expressão numérica com parêntesis (                                  ), colchetes [           ] e chaves {           }, efetuamos
inicialmente as operações que estão entre parênteses, depois as que estão entre colchetes e por
fim aquelas que estão entre chaves, obedecendo à seguinte ordem de cáculo:
        1) as potenciações;
        2) as multiplicações ou divisões na ordem em que aparecem;
        3) as adições ou subtrações na ordem em que aparecem.

Exemplo 5


        Simplificar a expressão:



        {3 x 4 + ( 6 : 2 − 7 )} + 3
            2       1        2      2       0            2




Solução:


        Efetuando as operações entre parênteses na ordem dada:



        {3 x 4 + ( 36 : 4 − 1)} + 3
            2
             
                    1
                                
                                                     2



        = {3 x  4 + ( 9 − 1) } + 3
               
                2       1
                              
                                                2



        = {3 x  4 + 8} + 3
               
                2
                       
                        1               2




        Efetuando as operações entre colchetes na ordem dada:




       Curso Pro-Técnico - Disciplina: Matemática - Professores Antônio José B. Bottion e Paulo Henrique C. Pereira                               49
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  • 1. CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS Curso Pró-Técnico Disciplina: Matemática Texto Experimental – 1a Edição Antonio José Bento Bottion e Paulo Henrique Cruz Pereira Varginha – Minas Gerais Dezembro de 2006
  • 2. Álgebra Fonte: http://community.learnnc.org/dpi/math/archives/AlgArt.gif Geometria Fonte: http://ww2.wdg.uri.edu:81/testsite/fileadmin/advance_client/mathematics.gif
  • 3. ............................................................................ Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais – Campus VIII - Varginha MATEMÁTICA I Prof. Antônio José Bento Bottion ÍNDICE 1. TEORIA DOS CONJUNTOS .................................................................................................................... 6 1.1. SIMBOLOGIA ....................................................................................................................................... 6 1.2. CONCEITOS PRIMITIVOS ...................................................................................................................... 6 1.3. REPRESENTAÇÕES DE UM CONJUNTO .................................................................................................. 7 1.4. MAIS DOIS POSTULADOS ..................................................................................................................... 8 1.5. DEFINIÇÃO DE SUBCONJUNTO.............................................................................................................. 8 1.6. TEOREMAS ......................................................................................................................................... 9 1.7. COMPLEMENTAR............................................................................................................................... 10 1.8. CONJUNTO UNIVERSO ....................................................................................................................... 10 1.9. UNIÃO .............................................................................................................................................. 11 1.10. INTERSECÇÃO .................................................................................................................................. 12 1.11. DIFERENÇA ...................................................................................................................................... 13 1.12. PAR ORDENADO................................................................................................................................ 15 1.13. PRODUTO CARTESIANO ..................................................................................................................... 15 2. CONJUNTOS NUMÉRICOS .................................................................................................................. 17 2.1. NÚMEROS NATURAIS E NÚMEROS INTEIROS ........................................................................................ 17 2.2. NÚMEROS RACIONAIS........................................................................................................................ 17 2.3. NÚMEROS IRRACIONAIS..................................................................................................................... 19 2.4. NÚMEROS REAIS ............................................................................................................................... 19 2.5. TEOREMAS ....................................................................................................................................... 19 2.6. OUTRAS NOTAÇÕES .......................................................................................................................... 21 2.7. INTERVALOS ..................................................................................................................................... 21 3. ARITMÉTICA DOS INTEIROS ............................................................................................................... 23 3.1. MÚLTIPLO E DIVISOR ......................................................................................................................... 23 3.2. NÚMERO PAR ................................................................................................................................... 23 3.3. TEOREMA ......................................................................................................................................... 25 3.4. NÚMERO PRIMO ................................................................................................................................ 26 3.5. NÚMERO COMPOSTO ........................................................................................................................ 26 3.6. TEOREMA ......................................................................................................................................... 26 3.7. FORMA FATORADA ............................................................................................................................ 28 3.8. DIVISÃO EUCLIDIANA ......................................................................................................................... 30 3.9. MÁXIMO DIVISOR COMUM .................................................................................................................. 31 Curso Pró-Técnico - Disciplina: Matemática – Professores Antonio José B. Bottion e Paulo Henrique C. Pereira
  • 4. ............................................................................ Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais – Campus VIII - Varginha 3.10. NÚMEROS PRIMOS ENTRE SI .............................................................................................................. 32 3.11. MÍNIMO MÚLTIPLO COMUM ................................................................................................................. 32 3.12. TEOREMA ......................................................................................................................................... 33 4. TÉCNICAS DE FATORAÇÃO................................................................................................................ 34 4.1. EXPRESSÃO ALGÉBRICA .................................................................................................................... 34 4.2. VALOR NUMÉRICO ............................................................................................................................. 34 4.3. FATORAR – DESENVOLVER ............................................................................................................... 35 4.4. CASOS DE FATORAÇÃO ..................................................................................................................... 36 5. POTENCIAÇÃO...................................................................................................................................... 46 5.1. DEFINIÇÃO ....................................................................................................................................... 46 5.2. DEFINIÇÕES ..................................................................................................................................... 47 5.3. SIMPLIFICAÇÃO DE EXPRESSÕES ....................................................................................................... 49 5.4. PROPRIEDADES DAS POTÊNCIAS ........................................................................................................ 50 5.5. EQUAÇÕES EXPONENCIAIS ................................................................................................................ 53 5.6. NOTAÇÃO CIENTÍFICA ........................................................................................................................ 55 5.7. RESUMO .......................................................................................................................................... 56 6. RADICIAÇÃO ......................................................................................................................................... 58 6.1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 58 6.2. GENERALIZAÇÃO .............................................................................................................................. 58 6.3. DEFINIÇÃO ....................................................................................................................................... 59 6.4. PROPRIEDADES DOS RADICAIS........................................................................................................... 61 6.5. REDUÇÃO DE RADICAIS AO MESMO ÍNDICE .......................................................................................... 64 6.6. RACIONALIZAÇÃO DE DENOMINADORES .............................................................................................. 65 6.7. POTÊNCIA DE EXPOENTE RACIONAL ................................................................................................... 66 6.8. RADICANDO NEGATIVO ...................................................................................................................... 67 6.9. PROPRIEDADE .................................................................................................................................. 68 7. EQUAÇÃO DO 2º GRAU ....................................................................................................................... 69 7.1. DEFINIÇÃO ....................................................................................................................................... 69 7.2. RAIZ DA EQUAÇÃO ............................................................................................................................ 69 7.3. CONJUNTO SOLUÇÃO ........................................................................................................................ 70 7.4. FÓRMULA RESOLUTIVA ...................................................................................................................... 70 7.5. OBSERVAÇÕES ................................................................................................................................. 70 7.6. EQUAÇÕES INCOMPLETAS ................................................................................................................. 72 7.7. A FORMA FATORADA ......................................................................................................................... 72 7.8. SOMA E PRODUTO DAS RAÍZES........................................................................................................... 73 7.9. EQUAÇÕES BIQUADRADAS ................................................................................................................. 75 8. TEORIA DAS FUNÇÕES ....................................................................................................................... 77 8.1. FUNÇÃO DE A EM B .......................................................................................................................... 77 Curso Pró-Técnico - Disciplina: Matemática – Professores Antonio José B. Bottion e Paulo Henrique C. Pereira
  • 5. ............................................................................ Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais – Campus VIII - Varginha 8.2. UMA OUTRA NOTAÇÃO....................................................................................................................... 78 8.3. DOMÍNIO DE UMA FUNÇÃO REAL DE VARIÁVEL REAL............................................................................. 80 8.4. CONJUNTO IMAGEM .......................................................................................................................... 81 8.5. GRÁFICO .......................................................................................................................................... 83 8.6. CRESCIMENTO DE UMA FUNÇÃO......................................................................................................... 85 8.7. CONJUNTO SIMÉTRICO ...................................................................................................................... 87 8.8. PARIDADE DE UMA FUNÇÃO ............................................................................................................... 87 9. A FUNÇÃO DO 1° GRAU....................................................................................................................... 89 9.1. FUNÇÃO DO PRIMEIRO GRAU ............................................................................................................. 89 9.2. TEOREMA ......................................................................................................................................... 92 10. A FUNÇÃO DO 2° GRAU .................................................................................................................. 94 10.1. FUNÇÃO DO SEGUNDO GRAU ............................................................................................................. 94 10.2. A PARÁBOLA..................................................................................................................................... 94 10.3. CONSIDERAÇÕES.............................................................................................................................. 96 Curso Pró-Técnico - Disciplina: Matemática – Professores Antonio José B. Bottion e Paulo Henrique C. Pereira
  • 6. ............................................................. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII - Varginha 1. Teoria dos conjuntos 1.1. Simbologia Para termos uma linguagem precisa e concisa, serão utilizados os seguintes símbolos: Símbolo Leia-se (∀ x ) para todo x (∃ x ) existe x (∃ x ) existe um único x P⇒Q se P, então Q P⇔Q P se, e somente se, Q Na implicação P ⇒ Q , deve-se entender que, parindo da proposição P, deduz-se a proposição Q. Assim, por exemplo, sendo x um número real, a sentença ( x > 5 ) ⇒ ( x > 3) é VERDADEIRA, pois todo número maior que 5 é maior que 3, enquanto que a sentença ( x > 3) ⇒ ( x > 5) é FALSA, pois existem números maiores que 3, que não são maiores que 5. A bi-implicação P ⇔ Q é equivalente à sentença ( P ⇒ Q ) ∧ ( Q ⇒ P ) . Assim, por exemplo, x = 5 ⇔ x + 1 = 6 é uma sentença verdadeira, pois as sentenças x = 5 ⇒ x + 1 = 6 e x + 1 = 6 ⇒ x = 5 são ambas verdadeiras. 1.2. Conceitos primitivos O ponto de partida da teoria dos conjuntos consiste nos seguintes conceitos primitivos: − conjunto − elemento de um conjunto − igualdade de conjuntos Para indicar que x é um elemento do conjunto A, escrevemos x ∈ A (leia-se também x pertence a A.) A notação x ∉ A significa que x não é elemento do conjunto A. É importante observar que acima não consta o conceito de “elemento”, e sim o conceito de “elemento de um conjunto”. Assim, não há sentido em discutir se x é elemento ou não. Discute-se apenas se x é ou não elemento de um dado conjunto. Curso Pro-Técnico - Disciplina: Matemática - Professores Antônio José B. Bottion e Paulo Henrique C. Pereira 6
  • 7. ............................................................. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII - Varginha 1.3. Representações de um conjunto Além de se representar um conjunto por uma letra (na maioria das vezes maiúscula), são usadas as seguintes representações: − {e1, e2, ..., en}, onde e1, e2, ..., em é a lista dos elementos do referido conjunto dispostos numa ordem qualquer, com ou sem repetição. − {x ∈A :S ( x )} , onde S(x) é uma propriedade sobre a variável x, que tem por finalidade selecionar elementos de A; por exemplo, {x ∈A :x > 5} . Adotaremos também o seguinte postulado: Se todo elemento de A é elemento de B e todo elemento de B é elemento de A, então os conjuntos A e B são iguais. Exemplo 1 {1, 2} = {2,1} e {1, 2} = {1, 2,1, 2, 2} Exemplo 2 Sendo ℕ = {0,1, 2,...,10,11,...} o conjunto dos números naturais, quantos são os elementos do referido conjunto: {x ∈ℕ :2x + 5 ≤17} ? 2x + 5 ≤ 17 ⇒ 2x ≤ 12 e 2x ≤ 12 ⇒ x ≤ 6 Tem-se então que x ≤ 6 e x ∈{0,1, 2,3, 4,5, 6} . Logo, os elementos do referido conjunto são 0, 1, 2, 3, 4, 5 e 6, e, portanto, este possui 7 elementos. Resposta: 7. Exemplo 3 Quais são os elementos do conjunto ℕ dos números naturais que satisfazem à condição S(x) :x + 2 ≤ 1 ? x + 2 ≤ 1 ⇒ x ≤ −1 Repare que não há número natural que satisfaz tal condição. Resposta: Nenhum. Curso Pro-Técnico - Disciplina: Matemática - Professores Antônio José B. Bottion e Paulo Henrique C. Pereira 7
  • 8. ............................................................. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII - Varginha 1.4. Mais dois postulados Para que possamos operar com conjuntos, sem correr o risco de ficar operando com o “nada”, como no último exemplo, vamos estabelecer que: Existe um conjunto sem elementos, que chamamos de conjunto vazio e que indicaremos, sem preferência por { } ou por ∅ (Postulado). Sendo assim, podemos voltar ao item 2 e obter maior precisão, se ficar estabelecido que: Dados um conjunto A e uma sentença S(x), na qual a variável x ocorre pelo menos uma vez sem ser introduzida por “existe x”, nem por “para todo x”, existe sempre um conjunto B tal que B = {x ∈ A : S ( x )} (Postulado). Assim, {x ∈ℕ :2x + 5 ≤17} = {0,1, 2,3, 4,5, 6} e {x ∈ℕ :x + 2 ≤1} = { } = ∅ 1.5. Definição de subconjunto Dados os conjuntos A e B, dizemos que B é subconjunto de A se , e somente se, todo elemento de B é elemento de A. Notação: B ⊂ A (leia-se B está contido em A). A B B ⊂ A ⇔ ( ∀x )( x ∈ B ⇒ x ∈ A ) Obs: A representação gráfica usada aqui foi proposta pelo matemático Venn. Por outro lado, tem-se que B ⊄ A se, e somente se, existir pelo menos um elemento de B que não é elemento de A. Curso Pro-Técnico - Disciplina: Matemática - Professores Antônio José B. Bottion e Paulo Henrique C. Pereira 8
  • 9. ............................................................. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII - Varginha Em símbolos: B ⊄ A ⇔ ( ∃x )( x ∈ B e x ∉ A ) Exemplo 4 Dado o conjunto A = {1, 2,3, {3, 4}} , classificar em verdadeira (V) ou falsa (F) cada uma das seguintes proposições: a) A possui quatro elementos ( ) b) 1 ∈ A e 2 ∈ A ( ) c) {1, 2} ⊂ A ( ) d) {3, 4} ⊂ A ( ) e) {{3, 4}} ⊂ A ( ) O conjunto A possui 4 elementos, a saber, os números 1, 2, 3 e o conjunto binário {3, 4} ; portanto, tem-se que 1 ∈ A , 2 ∈ A , 3 ∈ A e {3, 4} ∈ A . {1, 2} ⊂ A , pois 1 e 2 são elementos de A {3, 4} ⊄ A , pois 4 não é elemento de A {{3, 4}} ⊂ A , pois {3, 4} é elemento de A Sendo assim, a única afirmação falsa é a (d). 1.6. Teoremas Qualquer que seja o conjunto A, tem-se que o conjunto vazio é subconjunto de A. Pois, se não o fosse, deveria existir pelo menos um elemento do conjunto vazio que não pertencesse a A (o que é absurdo). Qualquer que seja o conjunto A, tem-se que A é subconjunto de A. Pois todo elemento de A é elemento de A. Tem-se então que ( ∀A )( A ⊂ A ) , mesmo com A = { }. Repare ainda que a expressão “todo elemento de A” não implica que o conjunto A tenha elementos. Assim, por exemplo, a afirmação “Toda tarefa deve ser cumprida.” não implica que haja tarefa. Curso Pro-Técnico - Disciplina: Matemática - Professores Antônio José B. Bottion e Paulo Henrique C. Pereira 9
  • 10. ............................................................. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII - Varginha Sendo A e B conjuntos, tem-se que: A ⊂ B e B ⊂ A se, e somente se, A = B. Sendo A um conjunto finito com n elementos, prova-se que o número de subconjuntos de n Aé2. O conjunto de todos os subconjuntos de A é chamado “o conjunto das partes de A” e será indicado por P(A). Exemplo 5 Dado o conjunto A = {1, 2,3} , obter o conjunto das partes de A. Como o número de elementos de A é 3, conclui-se que o número de seus subconjuntos é 3 2 = 8. Os subconjuntos de A são: { } {1} {2} {3} {1,2} {1,3} {2,3} A Resposta: O conjunto das partes de A é P(A)= {{ }, {1}, {2}, {3}, {1,2}, {1,3}, {2,3}, A} 1.7. Complementar Dados os conjuntos A e B, com B ⊂ A , chama-se de complementar de B em relação a A ao conjunto: A B CBA = {x ∈ A :x ∉ B} 1.8. Conjunto universo Em qualquer discussão na teoria dos conjuntos devemos fixar sempre um conjunto U, que contém todos os conjuntos que possam ser envolvidos. O conjunto U será chamado de conjunto universo. Curso Pro-Técnico - Disciplina: Matemática - Professores Antônio José B. Bottion e Paulo Henrique C. Pereira 10
  • 11. ............................................................. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII - Varginha Sendo u o conjunto universo e A um conjunto qualquer, chama-se complementar de A ao conjunto: U A A = CA U = {x ∈ U :x ∉ A} Exemplo 6 Considerando como universo o conjunto U = {0,1, 2,3, 4,5, 6} , e dados os conjuntos A = {1, 2,3, 4} e B = {2, 4} , tem-se que: O complementar de B em relação a A é CBA = {1,3} . O complementar de A em relação a A é CA A = { }. O complementar de B é B = {0,1, 3,5, 6} . O complementar de A é A = {0,5, 6} . 1.9. União Dados os conjuntos A e B num Universo U, chama-se de união (ou reunião) de A com B ao conjunto dos elementos que pertencem a pelo menos um dos conjuntos A ou B. A B U A ∪ B = {x ∈ U :x ∈ A ou x ∈ B} Exemplo 7 a) {1, 2,3, 4} ∪ {3, 4,5} = {1, 2,3, 4,5} b) {3, 4,5} ∪ {1, 2,3, 4} = {1, 2,3, 4,5} Curso Pro-Técnico - Disciplina: Matemática - Professores Antônio José B. Bottion e Paulo Henrique C. Pereira 11
  • 12. ............................................................. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII - Varginha c) {1, 2,3, 4} ∪ {3, 4} = {1, 2,3, 4} d) {1, 2,3, 4} ∪ { } = {1, 2,3, 4} Propriedades: A∪B = B∪A B⊂ A ⇒ A∪B = A A ∪{ }=A ( A ∪ B) ∪ C = A ∪ ( B ∪ C ) = A ∪ B ∪ C 1.10. Intersecção Dados os conjuntos A e B num universo U, chama-se de intersecção de A com B ao conjunto dos elementos comuns a A e B. A B U A ∩ B = {x ∈ U :x ∈ A e x ∈ B} Exemplo 8 a) {1, 2,3, 4} ∩ {3, 4,5} = {3, 4} b) {3, 4,5} ∩ {1, 2,3, 4} = {3, 4} c) {1, 2,3, 4} ∩ {3, 4} = {3, 4} d) {1, 2,3, 4} ∩ { } = { } Propriedades: A∩B = B∩A B⊂ A ⇔ A∩B = B A ∩{ }={ } ( A ∩ B) ∩ C = A ∩ ( B ∩ C ) = A ∩ B ∩ C ( A ∩ B) ⊂ ( A ∪ B) Curso Pro-Técnico - Disciplina: Matemática - Professores Antônio José B. Bottion e Paulo Henrique C. Pereira 12
  • 13. ............................................................. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII - Varginha 1.11. Diferença Dados os conjuntos A e B num universo U, chama-se de diferença entre A e B, nesta ordem, ao conjunto dos elementos de A que não são elementos de B. A B U A − B = {x ∈ U :x ∈ A e x ∉ B} Observe que aqui, ao contrário do que ocorreu na definição de complementar de B em relação a A, não é exigido que B seja subconjunto de A. Exemplo 9 a) {1, 2,3, 4} − {3, 4,5} = {1, 2} b) {3, 4,5} − {1, 2,3, 4} = {5} c) {1, 2} − { } = {1, 2} d) { } − {1, 2} = { } Propriedades: ( A − B) ⊂ A A −{ }=A { }−A ={ } B ⊂ A ⇔ A − B = CBA A − ( A ∩ B) = A − B Exemplo 10 Dados os conjuntos A = {1, 2,3, 4} e B = {3, 4,5, 6, 7} , obter os conjuntos A ∩ B , A ∪B, A − B e B− A . A ∩ B = {3, 4} A ∪ B = {1, 2,3, 4,5, 6, 7} A − B = {1, 2} B − A = {5, 6, 7} Curso Pro-Técnico - Disciplina: Matemática - Professores Antônio José B. Bottion e Paulo Henrique C. Pereira 13
  • 14. ............................................................. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII - Varginha Exemplo 11 Sejam A e B conjuntos num universo U tais que: o complementar de A é A = {e, f , g, h,i} A ∪ B = {a, b, c, d, e, f , g} A ∩ B = {c, d} Obter os conjuntos A e B. A ∩ B = {c, d} ⇒ c e d são os únicos elementos que A e B têm em comum. a ∉ A ⇒ a ∈ A e a ∉ ( A ∩ B) Logo, a ∈ ( A − B) . Analogamente, conclui-se que b ∈ ( A − B) . e∈A ⇒ e∈A e e ∉ ( A ∪ B) Logo, e ∈(B − A) . Analogamente para f, g. Repare que h e i não pertencem a A nem a B, pois não pertencem a A ∪B. Resposta: A = {a, b, c, d} e B = {c, d, e, f ,g} Exemplo 12 Numa prova de Matemática caíram apenas dois problemas. Terminada a sua correção, constatou-se que: 300 alunos acertaram somente um dos problemas 260 acertaram o segundo 100 acertaram os dois 210 erraram o primeiro Quantos alunos fizeram esta prova? Curso Pro-Técnico - Disciplina: Matemática - Professores Antônio José B. Bottion e Paulo Henrique C. Pereira 14
  • 15. ............................................................. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII - Varginha Resolução: Prb-1 Prb-2 x y z U Sendo x, y, z e w o número de elementos de cada partição indicada no diagrama acima, segue que:  x + z = 300 (1)   y + z = 260 ( 2 )   y = 100 ( 3) z + w = 210 ( 4 )  Das equações (3) e (2) tem-se que z = 160. Substituindo z por 160 nas equações (1) e (4), obtêm-se respectivamente, os valores de x e w; x = 140 e w = 50. O número total de alunos que fizeram esta prova é x+y+z+w = 450. 1.12. Par ordenado Sabemos que {a, b} representam o mesmo conjunto. No entanto há situações em que é conveniente que haja uma ordem entre a e b. Para isto existe o conceito de par ordenado. Definição: ( a, b ) = {{a} , {a, b}} Observe aí a maneira sutil com que foi introduzida a noção de ordem, pois pela definição, é fácil concluir que, se a ≠ b , então ( a, b ) ≠ ( b, a ) , pois ( b, a ) = {{b} , {b, a}} , que é diferente de {{a} , {a, b}} . 1.13. Produto cartesiano Dados os conjuntos A e B, chama-se de produto cartesiano de A por B, nesta ordem, ao conjunto de todos os pares ordenados (x,y), onde x é elemento de A e y é elemento de B. A × B = {( x, y ) : x ∈ A e y ∈ B} Exemplo 13 Dados os conjuntos A = {1, 2,3} e B = { 4,5} , obtenha os produtos cartesianos AXB, 2 BXA e B =BXB. Curso Pro-Técnico - Disciplina: Matemática - Professores Antônio José B. Bottion e Paulo Henrique C. Pereira 15
  • 16. ............................................................. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII - Varginha A × B = {(1, 4 ) , (1,5 ) , ( 2, 4 ) , ( 2,5) , ( 3, 4 ) , ( 3,5 )} B × A = {( 4,1) , ( 4, 2 ) , ( 4,3) , ( 5,1) , ( 5, 2 ) , ( 5,3)} B2 = {( 4, 4 ) , ( 4,5 ) , ( 5, 4 ) , ( 5,5 )} Repare que o produto cartesiano é uma operação não comutativa, isto é, AXB pode não ser igual a BXA. Curso Pro-Técnico - Disciplina: Matemática - Professores Antônio José B. Bottion e Paulo Henrique C. Pereira 16
  • 17. ............................................................. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII - Varginha 2. Conjuntos numéricos 2.1. Números naturais e números inteiros O conjunto dos números naturais {0,1, 2,... , n, ...} será representado por ℕ , e o conjunto dos números inteiros {..., − 2, − 1, 0,1, 2, ...} , por ℤ . Repare que todo natural é inteiro, isto é, ℕ éum subconjunto de ℤ . 2.2. Números racionais a Chamamos de número racional a todo número que pode ser expresso na forma , onde b a e b são inteiros quaisquer, com b ≠ 0.  5  −1  Assim, os números 5  =  e -0,333333...  =  são dois exemplos de números  1  3  racionais. O conjunto dos números racionais é expresso por ℚ. Como todo inteiro é racional, podemos afirmar que ℤ ⊂ ℚ. ℤ ℕ ℚ Exemplo 1 Obter uma representação decimal para os números: 3 9 a) b) 16 7 Resolução: Curso Pro-Técnico - Disciplina: Matemática - Professores Antônio José B. Bottion e Paulo Henrique C. Pereira 17
  • 18. ............................................................. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII - Varginha b) 9, 7 a) 3, 16 20 1, 285714285714...285714... 30 0,1875 60 140 40 120 50 80 10 0 30 20 Uma vez entendido o exemplo acima, é fácil concluir que todo número racional pode ser expresso por uma dízima exata (existe um último algarismo à direita) ou por uma dízima periódica infinita (não existe um último algarismo à direita, mas, sim, uma repetição indefinida de uma seqüência de algarismos). Exemplo 2 Representar as seguintes dízimas por frações de inteiros (frações geratrizes): a) -1,23456 b) 5,644444...4... c) 5,645454545...45... Resolução: −1, 23456 −123456 a) f= = 1 100 000 b) Seja f = 5,644444...4... (I); então, multiplicando por 10, segue que 10f = 56,44444...4... (II). Calculando a diferença (II) – (I): 10f = 56, 44444...4... f = 5,644444...4... − 9f = 50,8 50,8 508 e, portanto, f= = 9 90 c) Seja f = 5,6454545454545...45... (I); então, multiplicando por 100, segue que 100f=564,54545454... (II). Calculando a diferença (II) – (I): 100f = 564,54545454... f= 5, 64545454... − 99f = 558,9 558, 9 5589 e, portanto, f= = 99 990 Resposta: Curso Pro-Técnico - Disciplina: Matemática - Professores Antônio José B. Bottion e Paulo Henrique C. Pereira 18
  • 19. ............................................................. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII - Varginha −123456 508 5589 a) b) c) 100 000 90 990 Com estes exemplos, podemos perceber que toda dízima periódica é um número racional. Outro fato que pode chamar atenção é que a dízima periódica 0,999...9... é uma outra representação do número 1 (um). 2.3. Números irracionais Existem dízimas infinitas e não periódicas; são os números irracionais. Como exemplos de números irracionais, podemos citar: π = 3,1415926535... 2 = 1, 4142135623... 3 = 1, 7320508075... a Os números irracionais não podem ser expressos na forma , com a e b inteiros e b b ≠ 0. 2.4. Números reais A reunião do conjunto dos números irracionais com o dos racionais é o conjunto dos números reais ( ℝ ). Dada uma reta, podemos estabelecer uma relação entre seus pontos e os números reais, de tal modo que a todo ponto corresponda um único real e a todo real corresponda um único ponto. Desta maneira podemos identificar todos os números reais por pontos da reta dada. A idéia é construir uma espécie de régua em que constam também os números negativos. Chamamos esta régua de reta (ou eixo) real. -0,5 0,5 1,5 -1 0 1 2 2.5. Teoremas Curso Pro-Técnico - Disciplina: Matemática - Professores Antônio José B. Bottion e Paulo Henrique C. Pereira 19
  • 20. ............................................................. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII - Varginha n − Sendo m e n naturais quaisquer, tem-se que m+n, m ⋅ n e m são todos naturais. (Lembre-se 0 de que 0 = 1.) − Sendo h e k inteiros quaisquer, tem-se que h + k, h - k, h ⋅ k são todos inteiros. r r − Sendo r e s racionais quaisquer, r + s, r – s, r ⋅ s e são todos racionais. (Em , devemos ter s s s ≠ 0 .) − Sendo r um número racional e x um número irracional, tem-se que r + x é irracional. − Sendo r, r ≠ 0 , um racional e x um número irracional, tem-se que r ⋅ x é irracional. 1 − Sendo x um irracional qualquer não nulo, tem-se que é irracional. x − Entre dois números racionais existem infinitos outros números racionais e infinitos números irracionais. − Entre dois números irracionais existem infinitos outros números irracionais e infinitos números racionais. Exemplo 3 Quantos são os elementos do conjunto {x ∈ ℕ /10 2 < x < 10 3 ? } Resolução: 2 = 1, 41... ⇒ 10 2 = 14,1... e 3 = 1, 73... ⇒ 10 3 =17, 3... Entre 14,1... e 17,3... existem 3 números naturais, a saber 15, 16 e 17. Resposta: 3 Exemplo 4 (G. V.) Quaisquer que sejam o racional x e o irracional y, pode-se dizer que: a) x ⋅ y é irracional b) y ⋅ y é irracional c) x + y é racional d) x − y + 2 é irracional e) x + 2y é irracional Resolução: Vejamos cada uma das alternativas: a) (FALSA) Se x for igual a zero, x ⋅ y = 0, que é racional. b) (FALSA) Se considerarmos, por exemplo, y = 3 , segue que y ⋅ y = 3 que é racional. c) (FALSA) Para qualquer x racional e para qualquer y irracional, x + y é irracional. d) (FALSA) Se y = 2 , x − y + 2 = x , que é racional. e) (VERDADEIRA) Para qualquer irracional y, tem-se que 2y é irracional. Logo, x + 2y é irracional. Resposta: e Curso Pro-Técnico - Disciplina: Matemática - Professores Antônio José B. Bottion e Paulo Henrique C. Pereira 20
  • 21. ............................................................. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII - Varginha Exemplo 5 Mostre que o número 3 + 2 2 + 3 − 2 2 é irracional. Resolução: Seja x = 3+ 2 2 + 3− 2 2 . Observe que x é um número real positivo. Segue que: x2 = 3 + 2 2 + 3 − 2 2 + 2 (3 + 2 2 )(3 − 2 2 ) x2 = 6 + 2 ( 3 + 2 2 )(3 − 2 2 ) x2 = 6 + 2 9 − 8 x2 = 8 E como x > 0, tem-se que x = 2 2 , que é irracional. 2.6. Outras notações Sendo A um dos conjuntos ℤ , ℚ ou ℝ , usaremos ainda as seguintes notações: A∗ para indicar {x ∈ A / x ≠ 0} A + para indicar {x ∈ A / x ≥ 0} (os não negativos) A∗ para indicar {x ∈ A / x > 0} (os positivos) + A − para indicar {x ∈ A / x ≤ 0} (os não positivos) A∗ para indicar {x ∈ A / x < 0} (os negativos) − Assim, por exemplo, ℝ + é o conjunto de todos os números reais não negativos, isto é, o conjunto {x ∈ ℝ / x ≥ 0} . 2.7. Intervalos Sendo a e b (a<b) números reais quaisquer, temos os seguintes subconjuntos de ℝ, chamados de intervalos: Curso Pro-Técnico - Disciplina: Matemática - Professores Antônio José B. Bottion e Paulo Henrique C. Pereira 21
  • 22. ............................................................. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII - Varginha [ a, b] = {x ∈ ℝ |a ≤ x ≤ b} (intervalo fechado) ]a, b[ = {x ∈ ℝ |a < x < b} (intervalo aberto) [ a, b[ = {x ∈ ℝ |a ≤ x < b} (intervalo fechado só à esquerda) ]a, b] = {x ∈ ℝ |a < x ≤ b} [ a, +∞[ = {x ∈ ℝ | x ≥ a} ]a, +∞[ = {x ∈ ℝ | x > a} ]−∞, a ] = {x ∈ ℝ | x ≤ a} ]−∞, a[ = {x ∈ ℝ | x < a} Exemplo 6 Obter [ 2,10] ∩ ]5,12[ . Resolução: [ 2,10] : 2 10 ]5,12[ : 5 12 [ 2,10] ∩ ]5,12[ 5 10 Resposta: ]5,10] Curso Pro-Técnico - Disciplina: Matemática - Professores Antônio José B. Bottion e Paulo Henrique C. Pereira 22
  • 23. ............................................................. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII - Varginha 3. Aritmética dos inteiros 3.1. Múltiplo e divisor Dados dois números m e d, dizemos que m é um múltiplo de d se, e somente se, existir um inteiro k tal que m = k ⋅ d. Nestas condições, também se diz que d é um fator (ou divisor) de m. 3.2. Número par Um número inteiro a é dito par se, e somente se, ele for múltiplo de 2. Todo número inteiro que não é par é dito número ímpar. Exemplo 1 Determinar quantos são os múltiplos de 7 compreendidos entre os números -50 e +500. Resolução: Se considerarmos estes números em ordem crescente, temos a P.A. (-49, -42, -35, ... , an), cujo primeiro termo é a1 = -49, cuja razão é r = 7 e cujo último termo é an. Precisamos obter o maior valor possível de n tal que seja satisfeita a condição na < 500. Como a n = a1 + ( n − 1) ⋅ r , segue que: -49 + (n – 1) ⋅ 7 < 500 -49 + 7n < 556 O maior valor possível de n que satisfaz tal condição é 79. Resposta: 79 Exemplo 2 Decompor o inteiro 1995 numa soma de cinco ímpares consecutivos. Resolução: Considere a seqüência destes ímpares em ordem crescente e seja x o termo médio. Deste modo, tem-se que ( x − 4 ) + ( x − 2 ) + x + ( x + 2 ) + ( x + 4 ) = 1995 Curso Pro-Técnico - Disciplina: Matemática - Professores Antônio José B. Bottion e Paulo Henrique C. Pereira 23
  • 24. ............................................................. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII - Varginha 5x = 1995 , ou ainda, x = 399. Resposta: 395 + 397 + 399 + 401 + 403 Exemplo 3 2 Seja um inteiro tal que a é ímpar. Prove que a é ímpar. Demosntração: (Método indireto) Suponhamos que a seja um número par, isto é, a = 2k, com k inteiro. 2 2 2 Segue que a = 4n , ou seja, a é par, o que é ABSURDO, pois contraria a hipótese. Observações importantes: Todo número ímpar, isto é, um inteiro não múltiplo de 2, pode ser representado, indiferentemente, pela expressão 2k + 1, ou por 2k – 1, com k inteiro, pois sempre existem dois números pares tais que ele seja o sucessor de um deles e o antecessor do outro. Assim, por exemplo, o número ímpar 17 é o sucessor de 16 e o antecessor de 18. Consideremos, agora, um inteiro x, não múltiplo de 3. Repare que há uma diferença entre afirmar que x é da forma 3k + 1 e afirmar que x é da forma 3k – 1, onde k é um inteiro. Assim, por exemplo, o número 4 é da forma 3k + 1 e não da forma 3k – 1, enquanto o número 5 é da forma 3k – 1, sempre considerando k inteiro. Observe que todo inteiro não múltiplo de 3, ou é da forma 3k + 1, ou é da forma 3k–1. Verifique a seguinte afirmação, com k inteiro: - Todo inteiro não múltiplo de 5 é de uma e apenas uma, das seguintes formas: 5k + 1, 5k – 1, 5k + 2, 5k - 2 Exemplo 4 2 2 Sendo a um inteiro, não múltiplo de 5, mostre que o antecessor de a ou o sucessor de a é um múltiplo de 5. Demosntração: Tem-se que a é da forma 5k + 1 ou da forma 5k + 2. No primeiro caso, tem-se que: a 2 = 25k 2 + 10k + 4 , isto é, a 2 − 1 = 5 ( 5k 2 + 2k ) No segundo caso, tem-se que: a 2 = 25k 2 + 10k + 4 e, portanto: Curso Pro-Técnico - Disciplina: Matemática - Professores Antônio José B. Bottion e Paulo Henrique C. Pereira 24
  • 25. ............................................................. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII - Varginha a 2 + 1 = 25k 2 + 10k + 5 = 5 ( 5k 2 + 2k + 1) (c.q.d.) 3.3. Teorema Sejam x, y e d inteiros. Se d é divisor de x, e d é divisor de (x + y), então d é divisor de y. Justificativa: Existe um inteiro k1 tal que x = d ⋅ k1 Existe um inteiro k2 tal que x + y = d ⋅ k2 Logo, d ⋅ k1 + y = d ⋅ k2 y = d ⋅ k2 - d ⋅ k1 y = d ⋅ (k2 – k1) Como k2 – k1 é inteiro, tem-se que d é divisor de y. (c.q.d.) Exemplo 5 Obter os valores inteiros de n de modo que n + 3 seja um divisor de n + 13. Resolução: n + 3 é divisor de n + 11 n + 3 é divisor de n + 3 + 8 (*) n + 3 é divisor de n + 3 (**) De (*) e (**) segue que: n + 3 é divisor de 8 Portanto, n + 3 ∈ {1, 2, 4,8, −1, −2, −4, −8} n ∈ {−2, −1,1,5, −4, −5, −7, −11} Resposta: -2, -1, 1, 5, -4, -5, -7 e -11. Exemplo 6 Mostre que um inteiro ℕ com quatro algarismos é múltiplo de 3 se, e somente se, a soma dos algarismos for múltiplo de 3. Demosntração: Curso Pro-Técnico - Disciplina: Matemática - Professores Antônio José B. Bottion e Paulo Henrique C. Pereira 25
  • 26. ............................................................. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII - Varginha Seja ℕ = ( a, b,c, d ) , isto é, a é o algarismo dos milhares, b o das centenas, c o das dezenas e d o das unidades. ℕ = 1000a + 100b + 10c + d ℕ = 999a + 99b + 9c + a + b + c + d ℕ = 3 ( 333a + 33b + 3c ) + a + b + c + d 1a parte: se a + b + c + d = 3m, então ℕ é obviamente múltiplo de 3. 2a parte: se ℕ for um múltiplo de 3, isto é, ℕ = 3h, então 3h = 3 ( 333a + 33b + 3c ) + a + b + c + d 3h − 3 ( 333a + 33b + 3c ) = a + b + c + d Logo, a + b + c + d é múltiplo de 3. (c.q.d.) Observação: Esta regra de divisibilidade por 3 vale para todos os inteiros, independentemente do número de algarismos. A mesma regra vale para a divisibilidade por 9. 3.4. Número primo Um inteiro p é dito número primo, ou simplesmente primo, se, e somente se, ele possuir quatro e apenas quatro divisores distintos. (Os quatro divisores em questão são 1, -1, p e –p.) 3.5. Número composto Os números inteiros não nulos que têm mais do que 4 divisores distintos são chamados de números compostos. Observações: − Os números 1, -1 e 0 não são primos nem compostos. − Os números 2 e -2 são os únicos números primos e pares. − Todo inteiro k positivo e diferente de 1 admite pelo menos um divisor primo positivo. 3.6. Teorema Existem infinitos números primos. Curso Pro-Técnico - Disciplina: Matemática - Professores Antônio José B. Bottion e Paulo Henrique C. Pereira 26
  • 27. ............................................................. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII - Varginha Demosntração: Suponhamos que exista só um número finito de primos positivos p1, p2, p3, ... , pn e consideremos o número p = p1 ⋅ p2 ⋅ p3 ... ⋅ pn + 1. Como p é maior que qualquer um dos números primos enumerados, segue que p é um número composto e, portanto, um destes primos deve ser o divisor de p. Seja pk, com 1<k<n, este divisor. Como pk é divisor de p1 ⋅ p2 ⋅ p3 ... ⋅ pn e pk é divisor de p, conclui-se que pk é divisor de 1, o que é absurdo, pois os únicos divisores de 1 são os números 1 e -1. (c.q.d.) Exemplo 7 Verificar se 251 é primo. Resolução: O seguinte procedimento de verificar a primalidade de um número é conhecido como o crivo de Erastótenes. Constrói-se uma tabela de todos os inteiros maiores que 1 cujos quadrados não superem o número 251. 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 (Note que 162 > 251) O próximo passo consiste em verificar se um dos números desta tabela é um divisor do número 251. Isto pode ser feito de maneira relativamente rápida, pois se um dado número não for divisor, então seus números também não o serão. Note que 2 não é divisor de 251 e, portanto, os números 4, 6, 8, 10, 12 e 14 também não serão. Vamos “eliminar” o número 2 e todos os seus múltiplos. 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 Note que 3 não é divisor de 251 e, portanto, também podemos “eliminar” todos os múltiplos de 3. Prosseguimos desta maneira até encontrar um divisor, ou então até “eliminar” todos os números da tabela. Se for encontrado um divisor, então o número em questão é composto; caso contrário, o número é primo. 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 Curso Pro-Técnico - Disciplina: Matemática - Professores Antônio José B. Bottion e Paulo Henrique C. Pereira 27
  • 28. ............................................................. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII - Varginha Resposta: 251 é primo Observação: A elegância deste procedimento chama a atenção pelo seguinte: Consideremos o produto d1 ⋅ d2. Se d1 > 15 e d2 > 15, então d1 ⋅ d2 > 251. Logo, se 251 admitisse um divisor d1, d1 > 15, deveríamos ter um inteiro d2, d2 < 15, de modo que d1 ⋅ d2 = 251, isto é, 251 teria um divisor menor ou igual a 15. Porém, isto é absurdo, pois, como foi verificado na tabela, 251 não admite divisor menor ou igual a 15. Exemplo 8 4 2 Obter todos os inteiros a tais que a + a + 1 seja um número primo. Resolução: a 4 + a 2 + 1 = a 4 + 2a 2 + 1 − a 2 = ( a 2 + 1) − a 2 2 = ( a 2 + 1 − a )( a 2 + 1 + a ) Repare que para este produto ser um número primo é necessário (mas não sufuciente) que um dos seus fatores seja igual a 1 ou igual a -1. Vejamos: a 2 + 1 − a = 1 ⇒ a = 1 ou a = 0 a 2 + 1 − a = −1 ⇒ a não é int eiro a 2 + 1 + a = 1 ⇒ a = −1 ou a = 0 a 2 + 1 + a = −1 ⇒ a não é int eiro Os valores encontrados foram 1, -1 e 0. 4 2 Substituindo, conclui-se que a + a + 1 é primo somente para a = 1 ou a = -1. Resposta: 1 e -1 3.7. Forma fatorada Todo inteiro a, não nulo, diferente de 1 e diferente de -1, pode ser expresso na forma: a = + p1α1 p 2 α2 p3α3 ...p n αn , se a > 0 , ou a = −p1α1 p 2 α2 p3α3 ...p n αn , se a < 0 Curso Pro-Técnico - Disciplina: Matemática - Professores Antônio José B. Bottion e Paulo Henrique C. Pereira 28
  • 29. ............................................................. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII - Varginha onde p1, p2, ... e pn são primos positivos e dois a dois distintos, e os expoentes α1, α2, ..., αn são números naturais não nulos. Exemplo 9 Qual a forma fatorada de 528? Resolução: 528 2 264 2 132 2 66 2 33 3 11 11 1 4 Resposta: 2 ⋅ 3 ⋅ 11 Exemplo 10 3 4 Quantos divisores possui o número 5 ⋅ 11 ? Resolução: Consideremos os conjuntos: D1 = {50 , 51 , 52 ,53 } e D 2 = {110 ,111 ,112 ,113 ,114 } Repare que todo produto do tipo d1 ⋅ d2 com d1 ∈ D1 , d 2 ∈ D 2 e apenas estes produtos são 3 4 divisores positivos de 5 ⋅ 11 . Para d1, temos (1 + 3) opções, e para d2 há (1 + 4) opções. Logo, existem (1 + 3)(1 + 4) = 20 divisores positivos. 3 4 Consequentemente há 20 divisores negativos. Há, portanto, 40 divisores de 5 ⋅ 11 . Resposta: 40 Observação: Curso Pro-Técnico - Disciplina: Matemática - Professores Antônio José B. Bottion e Paulo Henrique C. Pereira 29
  • 30. ............................................................. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII - Varginha Sendo p1α1 p 2 α2 p 3α3 ...p n αn a forma fatorada de um número natural n, pode-se concluir que o número de divisores positivos de n é ( α1 + 1)( α 2 + 1) ... ( α n + 1) . 3.8. Divisão euclidiana Dados dois inteiros n e d, com d ≠ 0 , efetuar a divisão de n por d significa obter dois inteiros q e r tais que n = d ⋅ q + r e 0≤r< d . Os números n, d, q e r são, nesta ordem, chamados de dividendo, divisor, quociente e resto. Pode-se provar que para cada par (n,d), o quociente e o resto são únicos. Exemplo 11 Efetuar a divisão de: a) 29 por 4 b) 29 por -4 c) -29 por 4 Resolução: a) 29 4 b) 29 −4 c) −29 4 1 7 1 −7 3 −8 Observe que, em cada caso, o resto é não negativo e é menor que o módulo do divisor! Resposta: a) quociente 7, resto 1 b) quociente -7, resto 1 c) quociente -8, resto 3 Exemplo 12 Seja d um divisor comum dos inteiros não nulos x e y. Mostre que d é um divisor do resto da divisão de x por y. Demonstração: Sejam q e r, respectivamente, o quociente e o resto da divisão de x por y. Então: x = y⋅q + r Sendo x = a ⋅ d e y = b ⋅ d , segue que: r = x − y = a ⋅ d − b ⋅ d = d (a − b) (c.q.d.) Exemplo 13 Obter o conjunto dos inteiros positivos menores que 180 e que, quando divididos por 27, deixam um resto igual ao quociente. Curso Pro-Técnico - Disciplina: Matemática - Professores Antônio José B. Bottion e Paulo Henrique C. Pereira 30
  • 31. ............................................................. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII - Varginha Resolução: x = 27r + r com 0 ≤ r ≤ 27 e x < 180 x = 28r r ∈ {1, 2,3, 4,..., 26} x ∈ {28,56,84,112,140,168,196,... } Como devemos ter x < 180, tem-se que o conjunto pedido é: {28,56,84,112,140,168} . Resposta: {28,56,84,112,140,168} 3.9. Máximo divisor comum Sendo a e b inteiros, não ambos nulos, chama-se de máximo divisor comum de a e b ao maior dos divisores que eles têm em comum. Notação: mdc(a,b) Exemplo 14 Calcular mdc(1750,1400). Resolução: 1a maneira: 1750 = 21 ⋅ 53 ⋅ 71 e 1400 = 23 ⋅ 52 ⋅ 71 O maior divisor (ou fator) comum é 21 ⋅ 52 ⋅ 71 = 350 . 2a maneira (por divisões sucessivas): Efetua-se a divisão de um número pelo outro e, daí em diante, divide-se sucessivamente o último divisor obtido pelo resto, até obter um resto nulo. (Os quocientes são abandonados.) 1750 1400 350 restos: 350 0 (O exemplo 12 justifica a validade deste processo.) Resposta: 350 Curso Pro-Técnico - Disciplina: Matemática - Professores Antônio José B. Bottion e Paulo Henrique C. Pereira 31
  • 32. ............................................................. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII - Varginha Exemplo 15 Calcular mdc(2048,1935). Resolução: 2048 1935 113 14 1 restos: 113 14 1 0 Resposta: 1 3.10. Números primos entre si Dois inteiros quais quer são ditos primos entre si se, e somente se, o seu mdc for 1. Exemplo 16 Os números 2048 e1935 são primos entre si. Exemplo 17 Verificar se existe um inteiro k tal que 3k + 1 e 2k + 1 não sejam primos entre si. Resolução: Seja d, d > 0 um divisor comum; então tem-se que: 3k + 1 = a ⋅ d (−2)   2k + 1 = b ⋅ d (3) −6k − 2 = −2a ⋅ d   6k + 3 = 3b ⋅ d + 1 = ( 3b − 2a ) ⋅ d Como d=1, conclui-se que os números 3k + 1 e 2k + 1 são primos para todo inteiro k. (Tente resolver este exercício pelo método das divisões sucessivas.) Resposta: não 3.11. Mínimo múltiplo comum Sendo a e b inteiros, não ambos nulos, chama-se de mínimo múltiplo comum de a e b ao menor dos múltipos positivos que eles têm em comum. Curso Pro-Técnico - Disciplina: Matemática - Professores Antônio José B. Bottion e Paulo Henrique C. Pereira 32
  • 33. ............................................................. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII - Varginha Notação: mmc(a,b) Exemplo 18 Calcular mmc(1750,1400). Resolução: 1750 = 21 ⋅ 53 ⋅ 71 e 1400 = 23 ⋅ 52 ⋅ 71 O menor dos múltiplos positivos que estes números têm em comum é 23 ⋅ 53 ⋅ 71 . Resposta: 7000 3.12. Teorema Sendo a e b inteiros, não ambos nulos, tem-se que: mdc ( a, b ) ⋅ mmc ( a, b ) = a ⋅ b . Exemplo 19 Obter k, dado que o mdc e o mmc de k e 20 são, nesta ordem, iguais a 4 e 160. Resolução: 20 ⋅ k = 4 ⋅160 ⇒ k = 32 e 1400 = 23 ⋅ 52 ⋅ 71 Resposta: 32 e -32 Curso Pro-Técnico - Disciplina: Matemática - Professores Antônio José B. Bottion e Paulo Henrique C. Pereira 33
  • 34. ............................................................. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII - Varginha 4. Técnicas de fatoração 4.1. Expressão algébrica Para estabelecer conceitos, definições, axiomas, teorema, etc., na Álgebra, usaremos, quase sempre, seqüências de caracteres, que podem ser letras, algarismos, sinais de operação, parênteses, colchetes ou chaves, dispostos numa ordem determinada. Seqüências desse tipo, em que pelo menos um dos caracteres é uma letra, são chamadas expressões algébricas. O uso de expressões algébricas traz várias conveniências, entre elas a precisão e a concisão de linguagem. Observe o quadro abaixo: Exemplo: Expressão Algébrica: O dobro de um número 2x 2 O quadrado da soma de dois números (a + b) 2 2 A soma dos quadrados de dois números a +b A soma do quadrado de um número com o 2 n + 2n seu dobro 4.2. Valor numérico Quando, numa expressão algébrica, cada letra for substituída por um número e as eventuais operações puderem ser efetuadas, obter-se-á um resultado chamado de valor numérico da expressão algébrica. Exemplo 1 2 2 Obter o valor numérico de a – b + ab para: a) a = 1 e b = 2 b) a = 2 e b = 1 Solução: a) Substituindo a por 1 e b por 2, obtemos: 12 − 22 + (1)( 2 ) = 1 − 4 + 2 = −1 . b) Substituindo a por 2 e b por 1, obtemos: 22 − 12 + ( 2 )(1) = 4 − 1 + 2 = 5 . Exemplo 2 Sendo a = 3 e b = 4, obter o valor numérico de ( a + 2 )( ab + 1) − a ( ab + 2b + 1) Solução: Curso Pro-Técnico - Disciplina: Matemática - Professores Antônio José B. Bottion e Paulo Henrique C. Pereira 34
  • 35. ............................................................. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII - Varginha Substituindo a por 3 e b por 4, obtemos: ( 3 + 2 )(12 + 1) − 3 (12 + 8 + 1) = ( 5 )(13) − ( 3)( 21) = 2 . Exemplo 3 Mostrar que o valor numérico de ( a + 2 )( ab + 1) − a ( ab + 2b + 1) independe dos valores de a e b. Solução: Efetuando os produtos indicados, obtemos: a 2 b + a + 2ab + 2 − a 2 b − 2ab − a = 2 . Portanto para quaisquer valores de a e b a expressão terá valor numérico 2. EXERCÍCIOS Sendo a = 5 e b = 2, obter os valores numéricos de: (a + b) 2 1) 2) a 2 + b2 (a − b) 2 3) (b − a ) 2 4) 5) a − b 2 2 6) Mostrar que o valor numérico da expressão abaixo não depende do valor de b. ( a + b )( ab + 1) − b ( a 2 + ab + 1) . 4.3. Fatorar – Desenvolver Consideremos as expressões: F = ( x + 2y )( 2x + 3y ) e D = 2x 2 + 7xy + 6y 2 Repare que: ( x + 2y )( 2x + 3y ) = 2x 2 + 3xy + 4xy + 6y 2 = 2x 2 + 7xy + 6y 2 Denomina-se: • ( x + 2y )( 2x + 3y ) de FORMA FATORADA • 2x 2 + 7xy + 6y 2 de FORMA DESENVOLVIDA Curso Pro-Técnico - Disciplina: Matemática - Professores Antônio José B. Bottion e Paulo Henrique C. Pereira 35
  • 36. ............................................................. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII - Varginha Repare que, em geral, desenvolver um produto requer apenas mão-de-obra e, portanto, não oferece maiores dificuldades. O que pode dar problemas é a passagem no sentido contrário. Como fatorar? Isto é, como passar da forma desenvolvida para a forma fatorada? A seguir veremos algumas identidades fundamentais, que serão ferramentas indispensáveis para a técnica de fatoração. 4.4. Casos de fatoração 1° caso: o fator comum Pela propriedade distributiva, temos que a ( b + c ) = ab + ac e portanto: a ⋅ b + a ⋅ c = a (b + c) Observe que no membro esquerdo da igualdade acima h’uma soma (adição ou subtração) de produtos que, neles, a é um fator comum. No membro direito diremos que o fator comum a foi colocado em “evidência”. A igualdade acima pode ser ilustrada da seguinte maneira: b+c ab ac a b c A área da região hachurada é igual a a ( b + c ) = ab + ac . Exemplo 4 Fatorar 2x + xy − ax . Solução: Como x é fator comum, segue que: 2x + xy − ax = x ( 2 + y − a ) Exemplo 5 Fatorar 8x 2 − 4x . Curso Pro-Técnico - Disciplina: Matemática - Professores Antônio José B. Bottion e Paulo Henrique C. Pereira 36
  • 37. ............................................................. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII - Varginha Solução: Observe que 4x é fator comum! 8x 2 − 4x = = 4x ⋅ 2x − 4x ⋅1 = 4x ( 2x − 1) Exemplo 6 Fatorar x 3 y 2 − x 2 y3 + x 6 y5 . Solução: O fator comum é x 2 y2 : x 3 y 2 − x 2 y3 + x 6 y5 = = xx 2 y 2 − x 2 y 2 y + x 4 x 2 y 2 y3 = x 2 y 2 ( x − y + x 4 y3 ) EXERCÍCIOS Fatorar as seguintes expressões: 7) a 2 + ab − a 8) a ( x + y) + b( x + y) 9) a ( 3x − 2 ) − b ( 3x − 2 ) 10) x (a − b) + y (a − b) 11) x (a − b) + b − a OBSERVAÇÃO Pode haver aplicações repetidas deste caso. Vejamos um exemplo básico. ax + ay + bx + by = = ( ax + ay ) + ( bx + by ) = a ( x + y) + b ( x + y) = ( a + b )( x + y ) Exemplo 7 Fatorar ax + ay − bx − by . Solução: Curso Pro-Técnico - Disciplina: Matemática - Professores Antônio José B. Bottion e Paulo Henrique C. Pereira 37
  • 38. ............................................................. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII - Varginha ax + ay − bx − by = = ( ax + ay ) − ( bx + by ) = a ( x + y) − b ( x + y) = ( a − b )( x + y ) Exemplo 8 Fatorar ax − ay − bx + by . Solução: ax − ay − bx + by = = ( ax − ay ) − ( bx − by ) = a ( x − y) − b ( x − y) = ( x − y )( a − b ) EXERCÍCIOS Fatorar: 12) ab − a 2 b − a + b 2 13) x −3x + bx −3b 2 14) ap − by + bp − ay 15) x 2 + ax + bx + ab 16) x + ( a − b ) x − ab 2 2° caso: diferença de dois quadrados a 2 − b 2 = ( a + b )( a − b ) 2 Assim, por exemplo, 5 – 3 é igual a 2 ( 5 + 3)( 5 − 3) (verifique!). É claro que podemos justificar essa identidade partindo do membro direito e, desenvolvendo o produto, chegar ao membro esquerdo. Como ficaria se quiséssemos partir do membro esquerdo e, fatorando, chegar no direito? Repare que em a 2 − b 2 = a ⋅ a − b ⋅ b não há fator comum! Observe então a seguinte seqüência em que é usado um pequeno artifício: somando e subtraindo ab, obtemos fatores comuns sem alterar o valor da expressão. a 2 − b 2 = a 2 + ab − ab − b 2 = a (a + b) − b (a + b) = ( a + b )( a − b ) Veja na seguinte ilustração como podemos verificar a identidade em questão. Curso Pro-Técnico - Disciplina: Matemática - Professores Antônio José B. Bottion e Paulo Henrique C. Pereira 38
  • 39. ............................................................. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII - Varginha a a 2 − b2 a b b a b ( a + b )( a − b ) a-b As regiões hachuradas têm áreas iguais e ilustram o fato de que a 2 − b 2 = ( a + b )( a − b ) . Exemplo 9 Fatorar x 2 − 25 . Solução: x 2 − 25 = = x 2 − 52 = ( x + 5 )( x − 5 ) Exemplo 10 Fatorar a 4 − b4 . Solução: a 4 − b4 = = ( a 2 ) − ( b2 ) 2 2 = ( a 2 + b 2 )( a 2 − b 2 ) = ( a 2 + b 2 ) ( a + b )( a − b ) 2 2 (Observação: No conjunto dos números reais, a expressão a + b não é fatorável!) Curso Pro-Técnico - Disciplina: Matemática - Professores Antônio José B. Bottion e Paulo Henrique C. Pereira 39
  • 40. ............................................................. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII - Varginha EXERCÍCIOS Fatorar as seguintes expressões em ℝ: 17) x2 −1 18) x4 −1 19) a 2 − b 2 + ax + bx 20) a + b + b2 − a 2 21) a 2 − b 2 + a 2 − ab 22) a 2 − b2 + b − a 23) x 3 − 3x 2 − 4x + 12 3° caso: trinômio quadrado perfeito a 2 + 2ab + b 2 = ( a + b ) 2 a 2 − 2ab + b 2 = ( a − b ) 2 Veja: a 2 + 2ab + b 2 = = a 2 + ab + ab + b 2 = ( a 2 + ab ) + ( ab + b 2 ) = a (a + b) + b (a + b) = ( a + b )( a + b ) = (a + b) 2 a 2 − 2ab + b 2 = = a 2 − ab − ab + b 2 = ( a 2 − ab ) − ( ab − b 2 ) = a (a − b) − b (a − b) = ( a − b )( a − b ) = (a − b) 2 Ilustrando: Curso Pro-Técnico - Disciplina: Matemática - Professores Antônio José B. Bottion e Paulo Henrique C. Pereira 40
  • 41. ............................................................. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII - Varginha a b a a2 ab b ab b2 a+b (a + b) 2 a+b Exemplo 11 Desenvolver ( 2x + 3y ) 2 2 . Solução: ( 2x + 3y ) 2 2 = = ( 2x ) + 2 ( 2x ) ( 3y 2 ) + ( 3y 2 ) 2 2 = 4x 2 + 12xy 2 + 9y 4 Exemplo 12 2  1 Desenvolver  x −  .  x Solução: 2  1 x−  =  x 2 1 1 = x2 − 2 ( x )   +   x x 1 = x2 + 2 + 2 x Curso Pro-Técnico - Disciplina: Matemática - Professores Antônio José B. Bottion e Paulo Henrique C. Pereira 41
  • 42. ............................................................. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII - Varginha Exemplo 13 Fatorar 4a 2 + 20ab 2 + 25b 4 . Solução: 4a 2 + 20ab 2 + 25b 4 = = ( 2a ) + 2 ( 2a ) ( 5b 2 ) + ( 5b 2 ) 2 2 = ( 2a + 5b 2 ) 2 EXERCÍCIOS 2  1 24) Desenvolver:  x +   x Fatorar as seguintes expressões em ℝ: 25) x2 + 6x +9 26) x2 −10x + 25 27) x3 −16x2 + 64x 28) −x2 + 20x −100 29) 2x − 1 − x 2 1 30) a4 + a2 + 4 31) a + 2ab + b 2 − c 2 2 32) x 2 + 2x + 1 − y 2 x 2 − ( y − 1) 2 33) 4° caso: soma e diferença de cubos a 3 + b3 = ( a + b ) ( a 2 − ab + b 2 ) a 3 − b3 = ( a − b ) ( a 2 + ab + b 2 ) Justificativa: ( a + b ) ( a 2 − ab + b 2 ) = = a 3 − a 2 b + ab 2 + a 2 b − ab 2 + b 3 = a 3 + b3 ( a − b ) ( a 2 + ab + b 2 ) = = a 3 + a 2 b + ab 2 − a 2 b − ab 2 − b3 = a 3 − b3 Curso Pro-Técnico - Disciplina: Matemática - Professores Antônio José B. Bottion e Paulo Henrique C. Pereira 42
  • 43. ............................................................. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII - Varginha Exemplo 14 Fatorar x3 + 8 . Solução: x3 + 8 = = x 3 + 23 = ( x + 2 ) ( x 2 − 2x + 22 ) = ( x + 2 ) ( x 2 − 2x + 4 ) Exemplo 15 Fatorar 27x 3 − 1 . Solução: 27x 3 − 1 = = ( 3x ) − 13 3 = ( 3x − 1) ( 3x ) + ( 3x )(1) + 12  2   = ( 3x − 1) ( 9x 2 + 3x + 1) Exemplo 16 Fatorar a 3 − b3 + a 2 − b 2 + a − b . Solução: a 3 − b3 + a 2 − b 2 + a − b = = ( a 3 − b3 ) + ( a 2 − b 2 ) + ( a − b ) = ( a − b ) ( a 2 + ab + b 2 ) + ( a + b )( a − b ) + 1( a − b ) = ( a − b ) ( a 2 + ab + b 2 ) + ( a + b ) + 1   = ( a − b ) ( a 2 + ab + b 2 + a + b + 1) EXERCÍCIOS 3 34) a) Fatorar x - 1 x3 −1 b) Sendo x = 0,1, obter o valor numérico de x −1 35) Fatorar: a) x 9 + y9 b) x 9 − y9 Curso Pro-Técnico - Disciplina: Matemática - Professores Antônio José B. Bottion e Paulo Henrique C. Pereira 43
  • 44. ............................................................. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII - Varginha 5° caso: cubo da soma e cubo da diferença a 3 + 3a 2 b + 3ab 2 + b3 = ( a + b ) 3 a 3 − 3a 2 b + 3ab 2 − b3 = ( a − b ) 3 Justificativa: (a + b) = (a + b) (a + b) 3 2 = ( a 2 + 2ab + b 2 ) ( a + b ) = a 3 + a 2 b + 2a 2 b + 2ab 2 + ab 2 + b 3 = a 3 + 3a 2 b + 3ab 2 + b 3 (a − b) = (a − b) (a − b) 3 2 = ( a 2 − 2ab + b 2 ) ( a − b ) = a 3 − a 2 b − 2a 2 b + 2ab 2 + ab 2 − b3 = a 3 − 3a 2 b + 3ab 2 − b3 Exemplo 17 ( 2x + 5 ) 3 Desenvolver . Solução: ( 2x + 5 ) 3 = = ( 2x ) + 3 ( 2x ) ( 5 ) + 3 ( 2x )( 5 ) + 53 3 2 2 = 8x 3 + 60x 2 + 150x + 125 Exemplo 18 ( x − 2y ) 3 Desenvolver . Solução: ( x − 2y ) 3 = = x 3 − 3x 2 ( 2y ) + 3x ( 2y ) − ( 2y ) 2 3 = x 3 − 6x 2 y + 12xy 2 − 8y 3 Exemplo 19 Fatorar x 3 + 3x 2 + 3x + 1 . Solução: Curso Pro-Técnico - Disciplina: Matemática - Professores Antônio José B. Bottion e Paulo Henrique C. Pereira 44
  • 45. ............................................................. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII - Varginha x 3 + 3x 2 + 3x + 1 = = x 3 + 3x 2 ⋅1 + 3x ⋅12 + 13 = ( x + 1) 3 EXERCÍCIOS 36) Desenvolver as expressões: a) ( x + yz ) 2 3 b) ( 2x − 1) 3 Fatorar as expressões: 37) x 3 + 3x 2 y + 3xy 2 + y3 38) x 3 + 6x 2 y 2 + 12xy 4 + 8y 6 39) x 3 − 9x 2 + 27x − 27 40) a + 3a b + 3ab + b + c 3 2 2 3 3 RESUMO 1. ab + ac − ad = a ( b + c + −d ) 2. a 2 − b 2 = ( a + b )( a − b ) 3. a 2 + 2ab + b 2 = ( a + b ) 2 4. a 2 − 2ab + b 2 = ( a − b ) 2 5. a 3 + b3 = ( a + b ) ( a 2 − ab + b 2 ) 6. a 3 − b3 = ( a − b ) ( a 2 + ab + b 2 ) 7. a 3 + 3a 2 b + 3ab 2 + b3 = ( a + b ) 3 8. a 3 − 3a 2 b + 3ab 2 − b3 = ( a − b ) 3 Curso Pro-Técnico - Disciplina: Matemática - Professores Antônio José B. Bottion e Paulo Henrique C. Pereira 45
  • 46. ............................................................. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII - Varginha 5. Potenciação 5.1. Definição Dado um número a, a ∈ ℝ , e um número inteiro n, n > 1, chama-se potência enésima de n a, que se indica por a , ao produto de n fatores iguais a a. Assim: a n = a ⋅ a ⋅ a ... a n fatores O número a é chamado de base e n, de expoente. Exemplo 1 a) 23 = 2 ⋅ 2 ⋅ 2 = 8 ( −2 ) = ( −2 ) ⋅ ( −2 ) ⋅ ( −2 ) = −8 3 b) Exemplo 2 Obter o valor de cada expressão: 3 2 3 1 2  −3  4 + ( −3 ) 2  ⋅10 ⋅  2 2 a) b)  c)    10  3  2  Solução: 42 + ( −3) = 4 ⋅ 4 + ( −3) ⋅ ( −3) = 16 + 9 = 25 2 a) 3 1   1  1  1 1   ⋅10 =   ⋅  ⋅  ⋅ 10 ⋅ 10 = ^ 2 b)  10   10   10   10  10 2 2  3   3   3 2 3 2  3 3 c)   ⋅  −  = ⋅ ⋅ − ⋅ − ⋅ −  = − 3  2 3 3  2   2   2 2 OBSERVAÇÕES ( −2 ) ≠ −22 pois: 2 1) ( − 2 ) = ( −2 ) ⋅ ( −2 ) = 4 − 2 2 = − ( 2 ⋅ 2 ) = −4 2 e ( −1) = 1 , se n é par n 2) ( −1) = −1 , se n é ímpar n Curso Pro-Técnico - Disciplina: Matemática - Professores Antônio José B. Bottion e Paulo Henrique C. Pereira 46
  • 47. ............................................................. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII - Varginha EXERCÍCIOS 1) Calcular: a) 1 4 d) 4 3 g) −4 2 2 2 e) ( −4 ) 4 2 b) 0 h)   3 2  2 ( −4 ) 3 c) 4 2 f) i) −  −   3 2) Calcular: ( −4 ) 2 a) − 32 3  1 b)  −  ⋅10 4  10  2 2 2  3 c)   ⋅ −  3  2 5.2. Definições 5 Considere, por exemplo, a potência 2 , que é 32. Observe que, ao diminuirmos de 1(uma) unidade o expoente, o valor da potência fica dividido por 2, que é o valor da base. Veja: 25 = 32 , 2 4 = 16 , 23 = 8 , 22 = 4 Continuando-se o raciocínio anterior, vem: 1 −2 1 21 = 2 , 20 = 1 , 2 −1 = , 2 = e assim por diante. 2 4 Tais resultados sugerem as definições: n −n 1 1 a =a 1 a =1 0 a = n =   ,a ≠ 0 a a Exemplo 3 Curso Pro-Técnico - Disciplina: Matemática - Professores Antônio José B. Bottion e Paulo Henrique C. Pereira 47
  • 48. ............................................................. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII - Varginha 1 1 a) 31 = 3 e) 3−2 = = 32 9 1 1 ( −3 ) 3−3 = 1 b) = −3 f) 3 = 3 27 1 1 ( −3 ) −2 c) 30 = 1 g) = = ( −3 ) 2 9 1 1 ( −3 ) −3 d) ( −3 ) 0 =1 h) = =− ( −3 ) 3 27 Exemplo 4 Calcular: −2 −2 −4 2  2 a) 1 b)   c)  −  d) 2 2 ⋅ 2 −2 3  3 Solução: 1 a) 1−4 = =1 14 −2 2 2 3 9 b)   =   = 3 2 4 −2 2  2  3 9 c)  −  =  −  =  3  2 4 −2 1 d) 2 ⋅ 2 = 2 ⋅ 2 = 1 2 2 2 EXERCÍCIOS 3) Calcular: 1 −2 1 3 ( −5 ) 1 1 a) 5 d) g)   j)   5 4 0 −2 1  3 ( −5 ) 0 b) 5 0 e) h)   k)  −  5  4 −1 −2 1  3 ( −5 ) −1 −1 c) 5 f) i)   l) −−  5  4 4) Calcular: Curso Pro-Técnico - Disciplina: Matemática - Professores Antônio José B. Bottion e Paulo Henrique C. Pereira 48
  • 49. ............................................................. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII - Varginha  −1  1 −1    2  −2  1  −1  a)  2 +    b)   −  −     2    3    3   5) Calcular o valor de ( x −1 + y −1 ) , sabendo que x = 0,1 e y = 0,9. −1 5.3. Simplificação de expressões Numa expressão numérica com parêntesis ( ), colchetes [ ] e chaves { }, efetuamos inicialmente as operações que estão entre parênteses, depois as que estão entre colchetes e por fim aquelas que estão entre chaves, obedecendo à seguinte ordem de cáculo: 1) as potenciações; 2) as multiplicações ou divisões na ordem em que aparecem; 3) as adições ou subtrações na ordem em que aparecem. Exemplo 5 Simplificar a expressão: {3 x 4 + ( 6 : 2 − 7 )} + 3 2 1 2 2 0 2 Solução: Efetuando as operações entre parênteses na ordem dada: {3 x 4 + ( 36 : 4 − 1)} + 3 2  1  2 = {3 x  4 + ( 9 − 1) } + 3  2 1  2 = {3 x  4 + 8} + 3  2  1 2 Efetuando as operações entre colchetes na ordem dada: Curso Pro-Técnico - Disciplina: Matemática - Professores Antônio José B. Bottion e Paulo Henrique C. Pereira 49