O documento discute as informações essenciais que devem estar presentes em um laudo de cintilografia de perfusão do miocárdio, incluindo: procedimentos realizados, achados da imagem, descrição de defeitos de perfusão, outras anormalidades, função ventricular e impressões finais diagnosticas.
1. O que não pode faltar em um laudo de
cintilografia de perfusão do miocárdio
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5.
6. Indicações para a cintilografia do
miocárdio
• Diagnóstico das DACs.
• Delineação da extensão e
severidade da doença coronariana.
• Estratificação de risco.
• Determinação da viabilidade do
miocárdio.
• Avaliação das síndromes de dor
torácica.
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A interpretação de qualquer exame por imagem em
Medicina obedece a um critério bastante simples:
o
o
Identificação do padrão de imagem
Classificação deste padrão
Na cintilografia de perfusão do miocárdio este padrão
consiste na contagem da intensidade das imagens no
ventrículo esquerdo.
Para tanto, assume-se que a captação relativa do
traçador no músculo cardíaco está diretamente
correlacionada com o fluxo sanguíneo disponível para
cada região.
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O processo de interpretação tem duas etapas
fundamentais:
o O médico reconhece o padrão de perfusão.
o Em seguida ele o classifica através do
diagnóstico e prognóstico.
Um médico experiente já tem um modelo
mental para o que se constitui um exame
normal.
Em um processo típico de interpretação o
médico identifica o achado, que consiste,
primariamente, no padrão de perfusão
miocárdica.
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Esta identificação geralmente é feita pela inspeção das
várias incidências do exame: axial, sagital e coronal.
Após estabelecer que o exame não se enquadra no
modelo normal, os achados devem ser interpretados.
Os achados podem ser o resultado de uma doença já
estabelecida, um doença nova, insuspeita ou um
artefato.
Neste momento, o médico pode olhar outras partes do
exame, como as imagens planares ou o exame no
modo cine.
Se não for corroborada a presença de artefato, outros
elementos do exame pode ser utilizados para confirmar
a natureza real da doença.
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Achados adicionais tais como um ventrículo esquerdo
aumentado, uma mudança de tamanho da câmara
ventricular entre o esforço e o repouso, um ventrículo
direito proeminente ou a presença de traçador no
pulmão pode indicar a presença de doença.
Outro elemento importante é o resultado do teste
ergométrico que pode ajudar ao leitor do exame decidir
se um defeito de perfusão é provocado por doença
importante.
Se a doença realmente estiver presente, a
anormalidade de perfusão deve ser caracterizada
quanto ao tamanho do defeito de perfusão, sua
localização e o provável vaso coronariano culpado,
além da presença ou ausência de um padrão
reversível.
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Uma outra abordagem para interpretação da
cintilografia seria através de uma progressão
sistemática, começando com as projeções planares
rotativas.
Estas imagens mostram se o paciente se moveu
durante o exame, a presença de outras estruturas extra
cardíacas, além de dar uma boa idéia da qualidade da
aquisição dos dados.
Em seguida segue-se para as imagens nas diversas
projeções: axial, sagital e oblíqua.
Faz-se depois a revisão dos resultados quantitativos e
mapas polares.
Se houver discrepância entre os cortes tomográficos e
os resultados quantitativos, é necessário uma
verficação mais profunda desta desigualdade.
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O exame deve ser lido duas vezes.
Na primeira vez, o médico não está ciente dos dados
clínicos, tendo conhecimento apenas do sexo do
paciente, para não introduzir um "bias" em sua
interpretação.
Na segunda leitura seria disponibilizado o acesso às
demais informações do paciente: história, resultado do
teste ergométrico e de outros exames, como a
cineangiocoronariografia.
Esta segunda interpretação pode esclarecer dúvidas
quanto ao padrão equívoco de perfusão em
determindas regiões e também faz possível uma leitura
de maior relevância clínica, preparando o médico leitor
para uma melhor interação com o médico do paciente.
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Simons e cols estudaram o impacto do conhecimento
dos dados clínicos sobre a intrepretação da cintilografia
do miocárdio em um grupo de pacientes e notaram que
isto resultava em uma mudança no laudo final em 27%
dos casos (próximo slide).
Esta mudança ocorria mais frequentemente em
pacientes com DAC suspeita que em pacientes com
doença estabelecida.
Os autores também verificaram que os radiologistas
(médicos nucleares) e os clínicos, algumas vezes, interpretavam a informação clínica de maneira diferente.
Os dados clínicos deveriam ser utilizados duas vezes:
pelo radiologista (para influenciar a interpretação da cin
- tilografia) e pelo clínico (para avaliar o significado do
laudo em termos de prognóstico e tratamento).
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Procedimento
Tipo do estresse: se teste ergométrico ou estresse
farmacológico.
Duração do exercício.
Indicações para o término do estudo.
Presença de sintomas durante o teste ergométrico/
estresse farmacológico.
Informação hemodinâmica: rítmo cardíaco no repouso e
no pico máximo de exercício, pressão sanguínea,
percentual da frequência cardíaca esperada alcançado.
Mudanças eletrocardiográficas significativas e
descrição das mudanças do ST e arritmia.
Protocolo de imagem.
Uso do gated e correção de atenuação.
21. Achados da cintilografia (1)
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Descrever a qualidade da imagem: movimento do
paciente durante o exame, atividade hepatica/
subdiafragmática, atividade em partes moles,
insuficiente atividade no miocárdio, etc.
Tamanho dos ventrículos esquerdo e direito durante o
esforço e repouso.
Descrição dos defeitos de perfusão:
o
Tamanho (pequeno, médio, grande)
o
o
o
o
o
Severidade (leve, moderada, severa)
Tipo (reversível, persistente, misto)
Localização do defeito
Presença de doença de um vaso ou múltiplos vasos
Descrição quantitativa (SSS, SRS, SDS)
22. Achados da cintilografia (2)
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Evidência de outras anormalidades: atividade pulmonar
(Tálio), dilatação transitoria da cavidade ventricular
(índice TID), atividade anormal ou tamanho aumentado
do VD.
Descrição das técnicas gated da função ventricular
esquerda em estresse e/ou repouso, severidade das
anormalidades de movimento das paredes,
anormalidade global ou focal, função sistólica total do
LV com fração de ejeção e volumes ventriculares.
Presença de atividade extra cardíaca anormal
significativa.
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25. Impressões
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A seção de impressão diagnóstica deveria conter 3
elementos:
o Impressão final tanto para a perfusão como a função
(normal/anormal). As categorias de "provavelmente
normal", "equívoco" e "provavelmente normal" devem ser
usadas o menos possível e devem ser explicadas
quando usadas. O termo "não diagnóstico" deve ser
reservado para os casos onde o nível de estresse é
inadequado ou as imagens são pobres.
o Anormalidades de perfusão aparentes (com o
reconhecimento de artefatos, se os houver) e informação
da função. Incluir correlação com dados do teste
ergométrico/estresse farmacológico e com exames
anteriores.
o Referência à questão clínica inicial.
Notas do Editor
1) diagno- sis of coronary artery disease, 2) delineation of extent and severity of disease, 3) risk stratification, 4) determination of myocardial viability, or 5) assessment of acute chest pain syndromes.