1. MEMORIAL DESCRITIVO: A INFÂNCIA.
Rosangela Werner – PET/Educação
Universidade Federal de Pelotas
Licenciatura em Pedagogia
rosangelawer@hotmail.com
Palavras-chave: infância; memória; formação de professores.
Resumo
Trabalho apresentado à professora e colegas no final do primeiro semestre da
Licenciatura em Pedagogia, o Memorial Descritivo foi um desafio. Nele busquei recordar e
transcrever parte da minha história – em especial a infância na escola –, momentos e
pessoas especiais que permanecem em minha memória. Pude, também, recordar e olhar
sob outro ângulo para momentos não tão bons que, penso agora, de algum modo
contribuíram para que eu me tornasse um ser humano melhor. O objetivo proposto pela
docente que encaminhou o trabalho foi rememorar a infância de cada um e, nela,
professores que a marcaram, relacionando-os com o modelo/projeto de professor que
almejamos ser. Para Nava (1974, p. 17) in Porto (2011), “A memória dos que envelhecem
(e que transmite aos filhos, aos sobrinhos, aos netos, a lembrança dos pequenos fatos que
tecem a vida de cada indivíduo e do grupo com ele estabelece contatos, correlações,
aproximações, antagonismos, afeições, repulsas e ódios) é o elemento básico na construção
da tradição familiar. Esse folclore jorra e vai vivendo do contato do moço com o velho –
porque só este sabe que existiu em determinada ocasião o indivíduo cujo conhecimento
pessoal não valia nada, mas cuja evocação é uma esmagadora oportunidade poética”.
Partindo dos referenciais estudados, entre eles, a Psicanálise e o Behaviorismo, entramos
em contato com obras e autores como (BOCK, FURTADO e TEIXEIRA, 1999) e
(NUNES e SILVEIRA, 2011). Através destas leituras, foi possível estabelecer relações
entre minhas memórias e as teses estudadas, mais especialmente o Condicionamento
operante – que me fez entender atitudes de minha professora na primeira série – e o
2. Reforço positivo, compreendido, por exemplo, em uma das trocas proposta por outra de
minhas professoras: limpar a sala de aula para tocar piano e ganhar as sobras de giz
colorido. A metodologia proposta pela professora e desenvolvida por todos em sala de aula
foi a escrita memorialística. Ela pode ser entendida como “um teatro da narrativa, e as
máscaras com os quais o narrador se apresenta vêm em camadas num sutil palimpsesto de
rostos” (PORTO, 2011). Os procedimentos de pesquisa e escrita foram no decorrer do
semestre, sendo complementados com imagens e filmes indicados pela professora, imagens
pessoais – no meu caso, fotos – diálogos em família (com a minha original e com a que
formei), leituras e debates de pequenos textos em sala de aula, além de confraternização
entre a professora e colegas para rememorar sabores e odores através de lanches que
levávamos para a escola. O resultado – um memorial descritivo em formato Power Point –
foi apresentado como conclusão final da disciplina de Práticas Educativas I, no primeiro
semestre de 2012. Acredito, observando esse trabalho a partir de um olhar mais maduro
hoje, que sua importância ainda reverbera em minha formação e, observando os efeitos em
outros colegas (apreensão, medos, olhares emocionados, sorrisos), penso que o mesmo se
deu com eles.
REFERÊNCIAS
BOCK, A. M. B., FURTADO, O., TEIXEIRA, M. de L. T. (1999). Psicologias: uma
introdução ao estudo de psicologia. 13ª. Ed. Reformulada e ampliada. São Paulo: Saraiva.
NUNES, A. I. B. L. e SILVEIRA, R. do N. (2011). Psicologia da aprendizagem: processos,
teorias e contextos. 3ª. ed. – Brasília: Liber Livro.
PORTO, P. de C. P. (2011). Narrativas Memorialísticas: Memória e Literatura. Revista
Contemporânea
de
Educação.
Nº
12
–
ago./dez.
2011.
Disponível
em:
http://www.revistacontemporanea.fe.ufrj.br/index.php/contemporanea/article/viewFile/150
/139