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Hepatite E
Denise Vigo Potsch & Fernando S. V. Martins
A hepatite E é uma doença infecciosa aguda, causada pelo vírus da hepatite E, que
produz inflamação e necrose do fígado. A transmissão do vírus é fecal-oral, e ocorre
através da ingestão de água (principalmente) e alimentos contaminados. A transmissão
direta de uma pessoa para outra é rara. Uma pessoa infectada com o vírus pode ou não
desenvolver a doença. A infecção confere imunidade permanente contra a doença. A
hepatite E ocorre mais comumente em países onde a infra-estrutura de saneamento
básico é deficiente e ainda não existem vacinas disponíveis.
Transmissão
O ser humano parece ser o hospedeiro natural do vírus da hepatite E, embora haja
possibilidade de um reservatório animal (o vírus já foi isolado em porcos e ratos) e seja
possível a infecção experimental de macacos. A transmissão do vírus ocorre
principalmente através da ingestão de água contaminada, o que o pode determinar a
ocorrência de casos isolados e epidemias. As epidemias em geral acometem mais
adolescentes e adultos jovens (entre 15 e 40 anos). A transmissão entre as pessoas que
residem no mesmo domicílio é incomum. O período de transmissibilidade ainda não
está bem definido. Sabe-se que 30 dias após uma pessoa ser infectada, desenvolvendo
ou não as manifestações da doença, o vírus passa a ser eliminado nas fezes por cerca de
duas semanas.
Riscos
A infecção pelo vírus da hepatite E é mais comum em países em desenvolvimento, onde
a infra-estrutura de saneamento básico é inadequada ou inexistente. As epidemias estão
relacionadas a contaminação da água, e ocorrem mais comumente após inundações. A
infecção por ingestão de alimentos contaminados, mesmo frutos do mar crus ou mal
cozidos, parece pouco comum. Existem registros de epidemias na Índia, Paquistão,
Rússia, China, África Central, Nordeste da África, Peru e México, áreas onde o vírus E
chega a ser responsável por 20% a 30% das hepatites virais agudas. Na Europa
Ocidental e nos Estados Unidos, menos que 2% da população tem evidência sorológica
de infecção pelo vírus E. Nesses lugares, os casos de hepatite E são esporádicos e, em
geral, ocorrem em viajantes que retornam de áreas endêmicas.
No Brasil não existem relatos de epidemias causadas pelo vírus da hepatite E. Os dados
disponíveis são escassos e incompletos, embora demonstrem a ocorrência da infecção.
A infecção foi detectada em vários estados brasileiros, através de métodos sorológicos.
Na Bahia, em 1993, em 701 pessoas, detectou-se reatividade para o vírus da hepatite E
em 2% de doadores de sangue, em 25% de portadores de hepatite A, em 11,5% dos
pacientes com hepatite B, 0% em hepatite aguda C e em 26% dos pacientes com
hepatite aguda não A, não B não C. E. Em Mato Grosso e São Paulo a reatividade para
o vírus da hepatite E foi de 3,3% e 4,9% respectivamente. Em 1996, no Rio de Janeiro,
a ocorrencia da infecção pelo vírus da hepatite E foi demonstrada, em 17 (7,1%) de 238
pessoas, a maioria (16 de 17) em maiores de 12 anos.
Medidas de proteção individual
A hepatite E pode ser evitada através das medidas de proteção contra doenças
transmitidas por água e alimentos. Estas medidas incluem a utilização de água clorada
ou fervida e o consumo de alimentos cozidos, preparados na hora do consumo. Deve-se
lavar cuidadosamente as mãos com água e sabão antes das refeições. O consumo de
bebidas e qualquer tipo de alimento adquiridos com vendedores ambulantes deve ser
evitado. Ainda não existem vacinas contra a hepatite E, e nem estudos que comprovem
a eficácia do uso profilático de imunoglobulina.
Manifestações
A infecção pelo vírus da hepatite E pode ou não resultar em doença. As manifestações,
quando surgem, podem ocorrer de 15 a 60 dias (40, em média) após o contato com o
vírus da hepatite E (período de incubação). A evolução da doença em geral é benigna,
com icterícia, mal estar, perda do apetite, febre baixa, dor abdominal , náuseas, vômitos
e urina escura. Menos comumente podem surgir diarréia e dor nas articulações. As
grávidas, principalmente no último trimestre de gestação, têm risco maior de evolução
para hepatite fulminante, com alto índice de letalidade (20%).
A confirmação do diagnóstico de hepatite E não tem importância para tratamento da
pessoa doente, poém. é fundamental para a diferenciação com outros tipos de hepatite.
A confirmação é feita através de exames sorológicos. Os métodos mais utilizados são o
ELISA, imunofluorescência e PCR para detectar HEV RNA no soro e fezes. A pesquisa
de anticorpos IgM contra o vírus da hepatite E no sangue se reativa, indica infecção
recente. Esses anticorpos geralmente podem ser detectados quatro semanas após
exposição.
A hepatite E não tem tratamento específico. As medidas terapêuticas visam reduzir a
intesidade dos sintomas. No período inicial da doença está indicado repouso relativo, e a
volta às atividades deve ser gradual. As bebidas alcoólicas devem ser abolidas. Os
alimentos podem ser ingeridos de acordo com o apetite e a aceitação da pessoa, não
havendo necessidade de dietas. A recuperação é completa, e o vírus é totalmente
eliminado do organismo. Não há desenvolvimento de doença hepática crônica ou estado
de portador crônico do vírus.

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  • 1. Hepatite E Denise Vigo Potsch & Fernando S. V. Martins A hepatite E é uma doença infecciosa aguda, causada pelo vírus da hepatite E, que produz inflamação e necrose do fígado. A transmissão do vírus é fecal-oral, e ocorre através da ingestão de água (principalmente) e alimentos contaminados. A transmissão direta de uma pessoa para outra é rara. Uma pessoa infectada com o vírus pode ou não desenvolver a doença. A infecção confere imunidade permanente contra a doença. A hepatite E ocorre mais comumente em países onde a infra-estrutura de saneamento básico é deficiente e ainda não existem vacinas disponíveis. Transmissão O ser humano parece ser o hospedeiro natural do vírus da hepatite E, embora haja possibilidade de um reservatório animal (o vírus já foi isolado em porcos e ratos) e seja possível a infecção experimental de macacos. A transmissão do vírus ocorre principalmente através da ingestão de água contaminada, o que o pode determinar a ocorrência de casos isolados e epidemias. As epidemias em geral acometem mais adolescentes e adultos jovens (entre 15 e 40 anos). A transmissão entre as pessoas que residem no mesmo domicílio é incomum. O período de transmissibilidade ainda não está bem definido. Sabe-se que 30 dias após uma pessoa ser infectada, desenvolvendo ou não as manifestações da doença, o vírus passa a ser eliminado nas fezes por cerca de duas semanas. Riscos A infecção pelo vírus da hepatite E é mais comum em países em desenvolvimento, onde a infra-estrutura de saneamento básico é inadequada ou inexistente. As epidemias estão relacionadas a contaminação da água, e ocorrem mais comumente após inundações. A infecção por ingestão de alimentos contaminados, mesmo frutos do mar crus ou mal cozidos, parece pouco comum. Existem registros de epidemias na Índia, Paquistão, Rússia, China, África Central, Nordeste da África, Peru e México, áreas onde o vírus E chega a ser responsável por 20% a 30% das hepatites virais agudas. Na Europa Ocidental e nos Estados Unidos, menos que 2% da população tem evidência sorológica de infecção pelo vírus E. Nesses lugares, os casos de hepatite E são esporádicos e, em geral, ocorrem em viajantes que retornam de áreas endêmicas. No Brasil não existem relatos de epidemias causadas pelo vírus da hepatite E. Os dados disponíveis são escassos e incompletos, embora demonstrem a ocorrência da infecção. A infecção foi detectada em vários estados brasileiros, através de métodos sorológicos. Na Bahia, em 1993, em 701 pessoas, detectou-se reatividade para o vírus da hepatite E em 2% de doadores de sangue, em 25% de portadores de hepatite A, em 11,5% dos pacientes com hepatite B, 0% em hepatite aguda C e em 26% dos pacientes com hepatite aguda não A, não B não C. E. Em Mato Grosso e São Paulo a reatividade para o vírus da hepatite E foi de 3,3% e 4,9% respectivamente. Em 1996, no Rio de Janeiro, a ocorrencia da infecção pelo vírus da hepatite E foi demonstrada, em 17 (7,1%) de 238 pessoas, a maioria (16 de 17) em maiores de 12 anos.
  • 2. Medidas de proteção individual A hepatite E pode ser evitada através das medidas de proteção contra doenças transmitidas por água e alimentos. Estas medidas incluem a utilização de água clorada ou fervida e o consumo de alimentos cozidos, preparados na hora do consumo. Deve-se lavar cuidadosamente as mãos com água e sabão antes das refeições. O consumo de bebidas e qualquer tipo de alimento adquiridos com vendedores ambulantes deve ser evitado. Ainda não existem vacinas contra a hepatite E, e nem estudos que comprovem a eficácia do uso profilático de imunoglobulina. Manifestações A infecção pelo vírus da hepatite E pode ou não resultar em doença. As manifestações, quando surgem, podem ocorrer de 15 a 60 dias (40, em média) após o contato com o vírus da hepatite E (período de incubação). A evolução da doença em geral é benigna, com icterícia, mal estar, perda do apetite, febre baixa, dor abdominal , náuseas, vômitos e urina escura. Menos comumente podem surgir diarréia e dor nas articulações. As grávidas, principalmente no último trimestre de gestação, têm risco maior de evolução para hepatite fulminante, com alto índice de letalidade (20%). A confirmação do diagnóstico de hepatite E não tem importância para tratamento da pessoa doente, poém. é fundamental para a diferenciação com outros tipos de hepatite. A confirmação é feita através de exames sorológicos. Os métodos mais utilizados são o ELISA, imunofluorescência e PCR para detectar HEV RNA no soro e fezes. A pesquisa de anticorpos IgM contra o vírus da hepatite E no sangue se reativa, indica infecção recente. Esses anticorpos geralmente podem ser detectados quatro semanas após exposição. A hepatite E não tem tratamento específico. As medidas terapêuticas visam reduzir a intesidade dos sintomas. No período inicial da doença está indicado repouso relativo, e a volta às atividades deve ser gradual. As bebidas alcoólicas devem ser abolidas. Os alimentos podem ser ingeridos de acordo com o apetite e a aceitação da pessoa, não havendo necessidade de dietas. A recuperação é completa, e o vírus é totalmente eliminado do organismo. Não há desenvolvimento de doença hepática crônica ou estado de portador crônico do vírus.