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O conhecimento pela Arte.
Prof. Ítalo Colares
Primavera, de Sandro Botticelli, c. 1482. A pintura renascentista é baseada na
observação da natureza, sendo bastante realista. Note a representação das flores, da
relva e das árvores, os corpos das Três Graças, de Mercúrio, o mensageiro dos
deuses, do lado esquerdo, e de Zefir perseguindo Flora, do lado direito.
A arte é uma maneira que o ser
humano encontrou para marcar sua
presença no mundo, criando objetos
que oferecem uma interpretação da
realidade tanto quanto uma frase. Só
que em vez de dizer como as coisas
são assim, o artista mostra, por meio
da arte, que as coisas podem ser
assim.
A primeira característica da arte: o
objeto artístico fala à nossa
imaginação.
O objetivo da arte NÃO é mostrar a
realidade como ela é, mas COMO
PODE SER.
Ao criar a obra, o artista parte da
intuição, isto é, do conhecimento
imediato da forma concreta e
individual da experiência para a
simbolização desse conhecimento
em um objeto que também é
concreto, sensível e individual.
“O que se intui, na arte, é uma dupla realidade: a realidade da
natureza e da vida humana. Toda grande obra de arte nos
permite uma nova aproximação e uma nova interpretação da
natureza e da vida. Mas esta interpretação só é possível em
termos de intuição, não de conceitos, em termos de forma
sensível e não de signos abstratos. Quando perdemos essas
formas sensíveis de vista, perdemos a base da experiência
estética”.

ERNST CASSIRER. Symbol, myth and culture. 1979. p. 157
A EDUCAÇÃO DA SENSIBILIDADE

A sensibilidade só pode ser
treinada
por
meio
da
FAMILIARIDADE com muitas,
com inúmeras obras de arte, de
todas as épocas, vários estilos,
várias artes.
A frequentação é a
convivência com as
obras de arte. Ajuda a
construir um certo
“vocabulário”
de
estilos, de artistas,
épocas,
linguagens,
suportes.
Também é necessário que
tenhamos disponibilidade para
apreciar a arte. Isso quer dizer
deixar os preconceitos de lado...
A disponibilidade é isso: querer
entender, deixar que a obra revele
os seus sentidos a nós, por mais
diferentes e inesperados que eles
possam ser.
Deve-se ter o conhecimento de
história, pois nos possibilita
compreender a obra de arte
dentro do conjunto de atividades,
acontecimentos e valores da
época em que foi criada e do
nosso tempo.
E claro, conhecer a história da
arte faz com que reconheçamos
escolas, estilos e propostas e até
técnicas que nos ajudam a
entender melhor o que cada obra
nos oferece.
FUNÇÕES DA ARTE
As obras de arte, desde a
Antiguidade até hoje, nem sempre
tiveram a mesma função. Ora
serviram para contar uma história,
ora
para
rememorar
um
acontecimento importante ou para
despertar o sentimento religioso ou
cívico.
Função pragmática ou utilitarista:
Dentro dessa visão, a arte serve ou
é útil para se alcançar um fim não
artístico, isto é, ela não é valorizada
por si mesma, mas só como meio
de alcançar uma outra finalidade.
Por exemplo, nas finalidades
religiosas, políticas e ideológicas.
Função naturalista:
A função naturalista refere-se ao
interesse pelo conteúdo da obra, ou
seja, pelo que a obra retrata, em
detrimento de sua forma ou
aparência. A obra é encarada como
um espelho, que reflete a realidade
e nos remete diretamente a ela.
O grito do Ipiranga. Óleo sobre tela. PEDRO AMÉRICO, 1888.
Os critérios de avaliação de uma obra
de arte do ponto de vista da função
naturalista são:
 a correção da representação que
permite a identificação do assunto;
 a inteireza: o assunto deve ser
representado por inteiro;
 e o vigor, que confere poder de
persuasão se a situação representada
for imaginária.
Função formalista:
O interesse formalista, preocupa -se
com a forma de apresentação da
obra.
A
forma
contribui
decisivamente para o significado da
obra de arte e, portanto, é o único
dos interesses que se ocupa da arte
enquanto tal e por motivos que não
são estranhos ao âmbito artístico.
Desse ponto de vista buscamos, em
cada obra, os princípios que regem
sua
organização
interna:
os
elementos que entraram em sua
composição e as relações entre eles.
Não importa o tipo de obra
analisado.
A arte é um modo privilegiado de
conhecimento intuitivo que se realiza
por meio de uma obra concreta e
individual e que fala mais ao
sentimento do que à razão. A arte abre
as portas para que possamos
compreender múltiplas possibilidades
do mundo vivido. Ela altera o modo
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Conhecimento pela arte.

  • 1. O conhecimento pela Arte. Prof. Ítalo Colares
  • 2. Primavera, de Sandro Botticelli, c. 1482. A pintura renascentista é baseada na observação da natureza, sendo bastante realista. Note a representação das flores, da relva e das árvores, os corpos das Três Graças, de Mercúrio, o mensageiro dos deuses, do lado esquerdo, e de Zefir perseguindo Flora, do lado direito.
  • 3. A arte é uma maneira que o ser humano encontrou para marcar sua presença no mundo, criando objetos que oferecem uma interpretação da realidade tanto quanto uma frase. Só que em vez de dizer como as coisas são assim, o artista mostra, por meio da arte, que as coisas podem ser assim.
  • 4. A primeira característica da arte: o objeto artístico fala à nossa imaginação.
  • 5. O objetivo da arte NÃO é mostrar a realidade como ela é, mas COMO PODE SER.
  • 6. Ao criar a obra, o artista parte da intuição, isto é, do conhecimento imediato da forma concreta e individual da experiência para a simbolização desse conhecimento em um objeto que também é concreto, sensível e individual.
  • 7. “O que se intui, na arte, é uma dupla realidade: a realidade da natureza e da vida humana. Toda grande obra de arte nos permite uma nova aproximação e uma nova interpretação da natureza e da vida. Mas esta interpretação só é possível em termos de intuição, não de conceitos, em termos de forma sensível e não de signos abstratos. Quando perdemos essas formas sensíveis de vista, perdemos a base da experiência estética”. ERNST CASSIRER. Symbol, myth and culture. 1979. p. 157
  • 8. A EDUCAÇÃO DA SENSIBILIDADE A sensibilidade só pode ser treinada por meio da FAMILIARIDADE com muitas, com inúmeras obras de arte, de todas as épocas, vários estilos, várias artes.
  • 9.
  • 10. A frequentação é a convivência com as obras de arte. Ajuda a construir um certo “vocabulário” de estilos, de artistas, épocas, linguagens, suportes.
  • 11. Também é necessário que tenhamos disponibilidade para apreciar a arte. Isso quer dizer deixar os preconceitos de lado...
  • 12. A disponibilidade é isso: querer entender, deixar que a obra revele os seus sentidos a nós, por mais diferentes e inesperados que eles possam ser.
  • 13.
  • 14. Deve-se ter o conhecimento de história, pois nos possibilita compreender a obra de arte dentro do conjunto de atividades, acontecimentos e valores da época em que foi criada e do nosso tempo.
  • 15. E claro, conhecer a história da arte faz com que reconheçamos escolas, estilos e propostas e até técnicas que nos ajudam a entender melhor o que cada obra nos oferece.
  • 16. FUNÇÕES DA ARTE As obras de arte, desde a Antiguidade até hoje, nem sempre tiveram a mesma função. Ora serviram para contar uma história, ora para rememorar um acontecimento importante ou para despertar o sentimento religioso ou cívico.
  • 17. Função pragmática ou utilitarista: Dentro dessa visão, a arte serve ou é útil para se alcançar um fim não artístico, isto é, ela não é valorizada por si mesma, mas só como meio de alcançar uma outra finalidade. Por exemplo, nas finalidades religiosas, políticas e ideológicas.
  • 18.
  • 19. Função naturalista: A função naturalista refere-se ao interesse pelo conteúdo da obra, ou seja, pelo que a obra retrata, em detrimento de sua forma ou aparência. A obra é encarada como um espelho, que reflete a realidade e nos remete diretamente a ela.
  • 20. O grito do Ipiranga. Óleo sobre tela. PEDRO AMÉRICO, 1888.
  • 21. Os critérios de avaliação de uma obra de arte do ponto de vista da função naturalista são:  a correção da representação que permite a identificação do assunto;  a inteireza: o assunto deve ser representado por inteiro;  e o vigor, que confere poder de persuasão se a situação representada for imaginária.
  • 22. Função formalista: O interesse formalista, preocupa -se com a forma de apresentação da obra. A forma contribui decisivamente para o significado da obra de arte e, portanto, é o único dos interesses que se ocupa da arte enquanto tal e por motivos que não são estranhos ao âmbito artístico.
  • 23. Desse ponto de vista buscamos, em cada obra, os princípios que regem sua organização interna: os elementos que entraram em sua composição e as relações entre eles. Não importa o tipo de obra analisado.
  • 24.
  • 25. A arte é um modo privilegiado de conhecimento intuitivo que se realiza por meio de uma obra concreta e individual e que fala mais ao sentimento do que à razão. A arte abre as portas para que possamos compreender múltiplas possibilidades do mundo vivido. Ela altera o modo como vemos a realidade ao mostrar outros mundos possíveis.

Notas do Editor

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