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CAPÍTULO 11 167
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CAPÍTULO
11
Prover atenção à saúde da população idosa é e continuará progressivamente a ser um dos
maiores desafios da saúde pública e da medicina no século XXI. Além do número crescente da
população idosa, em comparação com a parcela mais jovem da população, muitas doenças apre-
sentam-se com maior freqüência e de forma grave na velhice, entre as quais se destaca o câncer.
No município de São Paulo, em 1993, as mulheres com 65 anos ou mais de idade representa-
vam 6,7% do conjunto da população feminina e concentravam 32,5% dos casos de câncer. Os
homens dessa faixa etária, no mesmo ano, constituíam 4,7% da população e encerravam 42,0%
dos cânceres incidentes no ano.
Neste capítulo será discutida a associação entre envelhecimento e câncer considerando-se
aspectos epidemiológicos de sua distribuição de acordo com a idade e, também, questões referen-
tes a prevenção, prognóstico, diagnóstico e tratamento. Na primeira parte serão apresentadas as
particularidades epidemiológicas e biológicas da incidência do câncer na velhice, examinando-se
as causas potenciais que interferem no padrão modificado da ocorrência de câncer com a idade
cronológica. A seguir serão abordadas questões sobre a detecção precoce do câncer na velhice e,
finalmente, serão discutidos tópicos relacionados à decisão de tratamento sobre o câncer em pa-
cientes idosos.
IDADE E CÂNCER
Muitos dos tumores diagnosticados em indivíduos aposentados resultam de múltiplas e suces-
sivas exposições a substâncias cancerígenas ocorridas durante sua vida produtiva. Esta constata-
ção revela o longo período de latência no câncer e, também, as dificuldades em relacionar
diretamente exposições pregressas e incidência de câncer de acordo com a idade. Para a maioria
dos tumores o período de latência é bastante longo, podendo variar de um mínimo de sete a oito
anos para algumas exposições em alguns tipos de leucemia, até períodos de 40-50 anos para al-
guns tumores sólidos.
A relação direta entre o avançar da idade e o aumento da incidência da maioria dos tumores
malignos sugere que a idade seria, isoladamente, a mais importante variável no desenvolvimento
de câncer. Há consenso entre os pesquisadores de que a carcinogênese é um processo de multiestá-
gios, envolvendo um evento mutagênico iniciador, seguido pela expansão clonal da linhagem da
célula lesada por meio da ação de promotores tumorais. Porém, uma única mutação não é suficien-
te para causar câncer. Há muitas indicações científicas que permitem concluir que a gênese do
câncer tipicamente requer que vários eventos raros e independentes ocorram na linhagem da célu-
la. A mais direta evidência provém de estudos epidemiológicos descritivos da incidência de câncer
como função da idade, que pode ser observada nos dados de câncer em São Paulo no ano de 1998
(Fig. 11.1). Na idade adulta, da segunda a sexta década de vida, a incidência de câncer é maior nas
mulheres. Nas faixas etárias mais avançadas há o aumento marcante da incidência entre os ho-
mens, mas, mais importante, as curvas do gráfico permitem inferir que, caso uma simples mutação
Câncer
Victor Wünsch Filho
Mariangela Cainelli de Oliveira Prado
168 CAPÍTULO 11
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Homens
Mulheres
fosse responsável pela doença e ocorrendo com probabilidade fixa ao ano, a chance de desenvol-
ver câncer em qualquer ano deveria ser independente da idade (Alberts et al., 2002).
Como padrão comum, para a maioria dos cânceres a incidência aumenta com a idade (Figs.
11.2 e 11.3). A probabilidade de desenvolvimento de algum tipo de câncer dos cinco aos 25 anos
de idade é de cerca de 1:700 indivíduos, elevando-se aos 65 anos de idade para cerca de 1:14
indivíduos. A ocorrência de tumores malignos aumenta com a idade, mas alguns apresentam mai-
or incidência na vida adulta madura (40-50 anos) e outros entre a sexta e a sétima década de vida.
Nas mulheres, por volta do período da menopausa, a incidência do câncer de mama revela uma
mudança na inflexão da curva de tendência no sentido da estabilização. Outros cânceres relaciona-
dos a hormônios, a exemplo dos tumores de endométrio e de ovário, mostram comportamento
similar. Este fato apresentou-se apenas discretamente nos dados de incidência por câncer de mama
nas mulheres da cidade de São Paulo em 1998 (Fig. 11.2). Nos homens, há uma tendência à esta-
bilização da incidência do câncer de pulmão a partir dos 70 anos e declínio após os 80 anos; para
o câncer de reto a incidência estabiliza-se no platô em torno dos 75 anos de idade. O câncer de
próstata constitui exceção a este padrão, caracterizando-se pelo aumento contínuo da incidência
com a idade. A probabilidade de uma pessoa desenvolver câncer após os 95 anos é menor que nas
décadas anteriores da vida. Com base neste conjunto de observações, a questão colocada por
Macieira-Coelho (2001) é pertinente: seriam estes fatos decorrentes do efeito de coorte dos sobre-
viventes tardios e naturalmente com maior resistência ao desenvolvimento de tumores, ou pode-
riam ser interpretados como uma característica desta última “janela” do curso da vida humana?
As conexões entre incidência de câncer e idade não são ainda completamente compreendidas,
e o tópico da biologia do câncer na velhice representa importante e crescente campo de pesquisa
oncológica que se abre em várias áreas específicas de estudo (Robert 2002).
Duas linhas principais de investigação buscam explicar os mecanismos que determinam o
padrão epidemiológico das curvas de incidência de câncer de acordo com a idade; diferenciam-se
por abordar a idade cronológica como marcador de dimensões distintas do tempo: a primeira
considera apenas a simples passagem do tempo e o conseqüente aumento da oportunidade de
exposições a carcinógenos; a segunda explora a biologia do envelhecimento do organismo como
fator independente para a ocorrência de câncer.
A teoria do acúmulo de mutações genéticas no transcorrer da vida decorrentes de exposições a
agentes endógenos e exógenos que lesam o DNA, induzindo um nível crítico de mutações celulares
Fig. 11.1 — Taxas padronizadas de incidência de câncer por 100 mil (exceto pele), de acordo com faixa
etária e sexo. São Paulo, 1998.
Gráfico na escala logarítmica
Fonte: Mirra et al. 2001.
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Próstata
Bexiga
Taxas por 100.000
Faixa etária
capaz de desencadear um tumor na velhice, tem sido reafirmada nos dias atuais (Peto 2001; Maciei-
ra-Coelho 2001). De fato, a maioria das neoplasias malignas é altamente dependente da duração e
regularidade das exposições ambientais. Duas variáveis apresentam-se, em diferentes pesquisas epi-
demiológicas, com papel relevante no risco de câncer: a idade da primeira exposição (latência) e a
duração da exposição a carcinógenos.
Fonte: Mirra et al. 2001
Fig. 11.2 — Taxas padronizadas de incidência por 100 mil mulheres por alguns tumores mais comuns de
acordo com faixa etária. São Paulo, 1998.
Em algumas neoplasias a idade da primeira exposição pode modular tanto a incidência de
tumores quanto a severidade da doença, independentemente da duração da exposição. A hipótese
de que os tecidos de pessoas idosas seriam mais suscetíveis aos carcinógenos ambientais tem sido
Fig. 11.3 — Taxas padronizadas de incidência por 100 mil homens por alguns tumores mais comuns de acordo
com faixa etária. São Paulo, 1998.
Fonte: Mirra et al. 2001
170 CAPÍTULO 11
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confirmada por algumas pesquisas. Por exemplo, após o desastre de Seveso, Itália, quando uma
grande parte da população desta região foi exposta à dioxina, o risco de câncer de pulmão aumen-
tou proporcionalmente com a idade do indivíduo no momento da exposição. Por outro lado, a
observação de que, nas últimas décadas, a incidência dos linfomas não-Hodgkin e tumores de
cérebro aumentou expressivamente nas pessoas com mais de 60 anos, tem sido explicada pela
maior suscetibilidade dos indivíduos idosos às lesões provocadas por novos carcinógenos ambientais.
Uma razão adicional para o aumento da incidência de câncer com a idade tem sido atribuída à
senescência da replicação celular. Uma vez que as células progridem por meio de um certo núme-
ro de multiplicações de suas populações, elas simplesmente, em determinado momento, em fase
mais avançada da vida, cessariam sua proliferação — uma sucessão de eventos denominada de
senescência da replicação celular. Assim, com o envelhecimento algumas células atingiriam o
limite de sua proliferação. Em tais circunstâncias, se uma célula persistir na divisão, fato possível
em tecidos que exigem constante renovação, ela poderia escapar das restrições da senescência
replicativa. Embora o fenômeno da senescência da replicação celular esteja bem estabelecido, não
há consenso de como isto se relacionaria com a carcinogênese. De acordo com alguns autores, a
senescência replicativa constitui-se em mecanismo útil de proteção contra o câncer. Outros argu-
mentam que as células da maioria dos tecidos realmente nunca chegariam a atingir a senescência
replicativa no curso da vida humana.
Como resultado desta falta de concordância de idéias, o envelhecimento tem sido associado
tanto com mudanças que poderiam favorecer a carcinogênese como com outras que se oporiam ao
seu desenvolvimento. As mudanças pró-carcinogênicas incluiriam a formação de adutos no DNA,
hipometilação no DNA e a instabilidade genética que interferiria sobre os mecanismos de reparo
do DNA. Por outro lado, o encurtamento dos telômeros, levando à redução da atividade da telome-
rase, e a conseqüente ativação do gene supressor de tumor p16, seriam potenciais mecanismos
inibidores da formação de tumores de alguns tipos histológicos. Experimentos com ratos, entre-
tanto, mostraram que esta disfunção dos telômeros se associou a um aumento da freqüência de
cânceres epiteliais da mama, cólon e pele (De Pinho, 2000).
Em síntese, o entendimento das complexas relações entre idade e câncer e as razões para
justificar as relações assinaladas anteriormente incluem: o longo período de tempo necessário para
a carcinogênese (períodos de indução e latência); aumento da suscetibilidade dos tecidos envelhe-
cidos aos carcinógenos ambientais; e as inerentes mudanças no envelhecimento que podem favo-
recer o desenvolvimento de câncer, pois o processo é acompanhado por um declínio generalizado
das funções fisiológicas.
A criteriosa revisão da literatura científica indica que, embora as taxas de incidência e de
mortalidade aumentem com a idade, o envelhecimento não parece, de acordo com o conhecimento
acumulado até o presente, exercer papel determinante e independente no risco de câncer. Assim, o
argumento de que a idade cronológica seria essencialmente um marcador da exposição prolongada
à exposição a carcinógenos ambientais é a explanação mais plausível e adequada para as relações
que se observa entre idade e câncer.
Todavia, deve-se salientar que muitas das questões sobre as relações entre envelhecimento e
câncer não estão ainda completamente esclarecidas e permanecem em aberto para futuras pesquisas.
PREVENÇÃO DE CÂNCER EM IDOSOS
A prevenção de câncer, particularmente sua detecção precoce, é um dos principais objetivos
do Programa de Câncer nas Américas da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS). As estra-
tégias de prevenção em câncer podem ser aplicadas em continuum: a) na população geral; b) em
subgrupos populacionais com particular predisposição genética ou de exposição a fatores de risco
ambientais; c) em pessoas com lesões pré-cancerosas; d) em pacientes com câncer e sob risco de
segundos tumores primários (Iarc, 1997).
CAPÍTULO 11 171
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A prevenção primária para câncer envolve o controle da exposição a substâncias carcinogêni-
cas e a promoção de propostas para mudanças no estilo de vida; e ainda o aumento das defesas do
hospedeiro por meio da imunização e da quimioprevenção. A prevenção secundária pressupõe o
diagnóstico precoce de tumores pelo rastreamento (screening) de pessoas sob risco e que não
apresentam ainda sintomas. A idade pode afetar a efetividade em ambas as estratégias de prevenção.
Tanto o diagnóstico de câncer quanto a acurácia da causa de morte no atestado de óbito em
pessoas com mais de 75 anos de idade são menos confiáveis. Isto, pelo menos em parte, pode ser
creditado à percepção de que a tendência de câncer nas pessoas idosas geralmente reflete mudanças
na exposição afetando gerações mais velhas, e, portanto, com menor possibilidade para que se possa
avaliar prioridades atuais para pesquisas etiológicas e para prevenção primária. Esta situação deve
ser foco de preocupação das autoridades de saúde pública. Campanhas de esclarecimento devem
buscar reverter este quadro, pois com o crescente envelhecimento da população, dados confiáveis
sobre incidência e mortalidade são vitais para definir políticas de saúde para este grupo populacional.
Quimioprevenção
O termo quimioprevenção é usado com referência a intervenções com drogas farmacêuticas
— vitaminas, minerais e outros químicos — com o objetivo de reduzir a incidência de câncer. Pelo
menos três grupos de substâncias podem prevenir o câncer: os moduladores seletivos estrogênio-
receptores são considerados eficazes para prevenir o câncer de mama; os retinóides reduziriam a
ocorrência de tumores das vias aéreas superiores; e as drogas antiinflamatórias não-esteróides (por
exemplo: aspirina, sulindac, piroxicam, indometacina) poderiam prevenir o câncer de cólon. En-
tretanto, nenhuma dessas substâncias, nos estudos experimentais e populacionais realizados até o
momento presente, apresentou impacto significativo na redução da morbidade e da mortalidade
relacionadas aos cânceres específicos em que foram testadas (Iarc 1997; Repetto e Balducci 2002).
Assim, a prevenção primária de câncer por meio da quimioprevenção em pessoas idosas é
uma matéria ainda polêmica, principalmente devido aos efeitos colaterais do uso destas drogas,
que se apresentam excessivamente elevados nesta faixa etária. As taxas absolutas por úlceras
gástricas e duodenais, bem como de hemorragias gastrintestinais e dispepsia, são mais altas em
pessoas com mais de 65 anos de idade, e com o uso de antiinflamatórios este risco se multiplica.
Assim, tem sido proposto que o uso de tamoxifeno para quimioprevenção do câncer de mama em
mulheres idosas deve ser indicado apenas quando o seu risco de desenvolver câncer nos próximos
cinco anos é maior do que 7%, situação em que o benefício alcançado superaria as desvantagens
dos efeitos colaterais.
Rastreamento
O exame de indivíduos assintomáticos para a identificação presuntiva de doença não reconhe-
cida anteriormente é denominado rastreamento. Por meio de exames clínicos ou laboratoriais, em
geral de realização rápida, os indivíduos são classificados em suspeitos ou não de ter determinada
doença. Para sete dos cânceres mais comuns há estratégias de rastreamento propostas: mama, colo
uterino, colorretal, próstata, pulmão, pele e oral. Mas, um aspecto essencial num programa de
rastreamento é de ordem econômica, pois devido à variação de custo e da sensibilidade dos diver-
sos métodos disponíveis é necessário considerar relações de custo-benefício. De acordo com as
recomendações de grupos-tarefa organizados nos Estados Unidos e no Canadá para avaliar os
procedimentos utilizados na detecção de doenças em indivíduos assintomáticos, apenas para três
neoplasias malignas há conclusões científicas definitivas dos benefícios do rastreamento: colo de
útero (exame de Papanicolaou), mama (mamografia) e colorretal (pesquisa de sangue oculto nas
fezes e retossigmoidoscopia). Para os demais testes, envolvendo outros tumores, as conclusões indi-
cam que não haveria comprovações científicas suficientes para recomendar ações de rastreamento.
172 CAPÍTULO 11
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Como a prevalência da maioria dos cânceres aumenta com a idade o valor preditivo positivo
do teste de rastreamento também aumenta, pois a taxa de falso-positivos tende a ser menor. Sob
este aspecto, os idosos se configurariam em uma população-alvo ideal para ser submetida a rastre-
amento para câncer. No entanto, com o envelhecimento também aumenta a possibilidade de que
uma determinada pessoa possa ter sido rastreada sucessivas vezes para a mesma doença, diminu-
indo progressivamente o rendimento dos rastreamentos posteriores ao primeiro (de prevalência).
Some-se a isto a curta expectativa de vida de pessoas idosas e, então, pode-se entender o limitado
benefício da detecção precoce de câncer neste grupo. Em geral, na ausência de melhores evidên-
cias e assumindo-se que os benefícios do rastreamento tornam-se perceptíveis apenas após cinco
anos, conclui-se que o rastreamento para câncer seria apenas recomendável em pessoas com uma
expectativa de vida mais longa do que este período de tempo.
Câncer de Mama
As neoplasias malignas de mama são responsáveis por 15% das mortes por câncer entre as
mulheres brasileiras, constituindo-se na principal causa de morte por câncer na população femini-
na. As taxas de incidência apresentam-se mais altas nas faixas etárias mais avançadas. Em 1998, na
cidade de São Paulo, as taxas de incidência por câncer de mama nas mulheres de 30 a 34 anos foi
de 31,9 por 100 mil mulheres e naquelas de 75 anos ou mais de 545 por 100 mil.
Para o câncer de mama recomenda-se o rastreamento por meio de mamografia anualmente
após a idade de 50 anos até os 75 anos de idade, quando seria então interrompido. Apenas dois
ensaios clínicos randomizados investigaram o valor da mamografia após os 75 anos de idade e os
resultados foram inconclusivos. O intervalo de tempo adequado entre os exames de mamografia
não é precisamente estabelecido. O crescimento do tumor em mulheres idosas é habitualmente
mais lento. Estudos têm mostrado que o intervalo do rastreamento de dois anos seria adequado
mesmo para mulheres mais jovens, e este intervalo de tempo é atualmente o recomendado (US
Preventive Services Task Force, 1996).
Câncer de Colo do Útero
O câncer de colo uterino continua a ser um dos maiores problemas de saúde na população
feminina de países em desenvolvimento. Estes tumores representam 7% de todas as mortes por
câncer nas mulheres brasileiras. As taxas de mortalidade por neoplasias de colo de útero apresentam-
se crescentes nas regiões Centro-Oeste e Nordeste do país. Na cidade de São Paulo, em 1998, as
taxas de incidência estabilizavam-se nas mulheres a partir dos 60 anos de idade (Fig. 11.2).
No tocante ao controle do câncer de colo uterino, a principal questão no Brasil, bem como
para o conjunto da América Latina, é a alta incidência da doença nas mulheres em geral. Por outro
lado, muitos estudos indicaram que as mulheres atualmente em faixas etárias mais avançadas
pertencem a coortes que tiveram menores oportunidades de se submeterem ao rastreamento de
rotina para o câncer de colo uterino. Os resultados provenientes de ensaios clínicos não indicam
que o rastreamento de mulheres idosas possa reduzir a morbidade e a letalidade por câncer cervi-
cal. Adicionalmente, pesquisas têm mostrado, direta ou indiretamente, que os programas de ras-
treamento para o câncer de colo de útero não têm sido efetivos na América Latina.
A sensibilidade de exames de rotina de Papanicolaou em mulheres jovens varia de 69% a 85%
para a detecção de câncer cervical. Alguns estudos sugerem sensibilidade e especificidade subs-
tancialmente mais baixas em mulheres mais idosas. A United States Preventive Services Task
Force recomenda que o teste de Papanicolaou deve ser realizado cada um a três anos a partir do
início da atividade sexual até a idade de 65 anos, quando o procedimento de rastreamento deveria
ser interrompido se os testes anteriores tiverem sido consistentemente normais. A recomendação
da Canadian Task Force on Cervical Cancer Screening apresenta poucas distinções em relação à
CAPÍTULO 11 173
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proposta americana, sugerindo o rastreamento anual entre os 18 e 35 anos de idade, e a partir de
então realizar o teste a cada 5 anos até a idade de 60 anos, quando seria interrompido.
Câncer Colorretal
As neoplasias de colo-reto representam a quinta causa de morte por câncer entre os homens e
mulheres no Brasil. Os dados da cidade de São Paulo de 1998 mostram que as taxas de incidência
de câncer colorretal começam a se tornar expressivas a partir dos 40 anos de idade e duplicam a
cada década sucessiva (Figs. 11.2 e 11.3).
O exame digital do reto, a pesquisa de sangue oculto nas fezes e a retossigmoidoscopia são os
testes de rastreamento propostos para o câncer colorretal. Apesar da falta de indícios científicos
rigorosos estabelecendo a efetividade do rastreamento para câncer colorretal, a American Cancer
Society recomenda o toque retal e a pesquisa de sangue oculto nas fezes anualmente para pessoas
acima de 50 anos de idade, e a retossigmoidoscopia cada três a cinco anos. A United States Task
Force sugere que a pesquisa de sangue oculto nas fezes e a retossigmoidoscopia sejam realizadas
em pacientes acima dos 50 anos de idade que relatam parentes com história de câncer de cólon ou
para aqueles com história de doença inflamatória intestinal.
Câncer de Próstata
Cerca de 80% dos casos de câncer de próstata ocorrem em pacientes com idade acima de 64
anos de idade. O câncer de próstata configura-se na terceira principal causa de morte por câncer
entre homens, e a evolução das taxas de mortalidade tem sido mais intensa que a observada para o
câncer de pulmão.
O exame de toque retal é o teste que tem sido recomendado por algumas instituições, como o
American Cancer Society, para detecção precoce do câncer de próstata. Tem a vantagem de ser
simples, seguro, e pode ser realizado como rotina no exame físico, independentemente da idade do
paciente. Algumas outras organizações não recomendam este procedimento de rastreamento. Tam-
bém têm sido propostos dois testes adicionais para o rastreamento de câncer de próstata: a ultra-
sonografia transretal da próstata e a mensuração do antígeno específico para próstata (prostate
specific antigen — PSA). Porém, a baixa sensibilidade e especificidade de ambos os testes os
tornam não recomendáveis para propostas de rastreamento populacional.
Rastreamento de Câncer em Idosos: Sinopse
A primeira conclusão sobre a questão do rastreamento de câncer em pessoas idosas é que
poucos estudos avaliaram adequadamente a efetividade das práticas de rastreamento para câncer
neste grupo populacional.
As evidências recomendam o rastreamento de câncer de mama por meio do exame clínico e
da mamografia em mulheres idosas. Também, há razoável conhecimento científico acumulado
mostrando que a efetividade do rastreamento de câncer cervical pelo exame de Papanicolaou em
mulheres idosas não previamente rastreadas, embora não haja indicações da necessidade de conti-
nuar este procedimento em mulheres com testes normais consecutivos. Também permanece como
válida a realização do exame de sangue oculto nas fezes e da retossigmoidoscopia para a detecção
precoce de câncer colorretal. Porém, não há evidências que dêem suporte para programas de ras-
treamento para os cânceres de próstata, de cavidade oral, de pele e de pulmão na velhice.
Em países com a estrutura socioeconômica da população brasileira, o fator agravante é que os
poucos estudos conduzidos para avaliar a eficiência dos programas de rastreamento indicam a sua
falta de efetividade. Uma realidade decepcionante quando se considera que abordagens simples e
174 CAPÍTULO 11
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reconhecidamente eficazes, a exemplo do exame de Papanicolaou, poderiam salvar vidas e inter-
ferir no perfil do câncer de colo uterino nestes países. Finalmente, deve-se considerar que talvez a
mais simples forma de prover o diagnóstico precoce de câncer na população idosa seria a disponi-
bilidade e o acesso desta população à atenção médica primária.
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DE CÂNCER EM PACIENTES IDOSOS
Como padrão geral, mesmo nos países desenvolvidos, o diagnóstico de câncer em pacientes
idosos é precário. O médico, e por extensão o sistema de saúde como um todo, investe menos na
busca da definição do diagnóstico nestes pacientes, talvez assumindo a priori o baixo custo-bene-
fício decorrente da pouca expectativa de vida (Coleman et al., 1993).
O envelhecimento é, em geral, associado ao declínio do adequado funcionamento de múlti-
plos órgãos e com a progressiva restrição de recursos sociais e pessoais. Portanto, no tratamento
de pacientes idosos com câncer, uma questão importante a ser considerada é a presença de co-
morbidades. Adicionalmente, os tecidos normais, incluindo mucosas, sistema hematopoiético, o
coração, o sistema nervoso central e periférico, tornam-se crescentemente suscetíveis a aborda-
gens quimioterápicas e radiação.
Em linhas gerais, são basicamente quatro as abordagens terapêuticas em câncer, que delimi-
tam objetivos específicos: a) terapêutica ativa objetivando a cura; b) terapêutica paliativo-ativa
com o objetivo de aumentar a sobrevida do paciente; c) terapêutica paliativo-sintomática objeti-
vando a melhora na qualidade de vida; e d) terapêutica de suporte, com o objetivo de levar confor-
to para o paciente. Para a aplicação destas abordagens vários fatores devem ser considerados,
como o tipo de câncer, seu estadiamento e a idade do paciente. São estes os elementos concretos
para a decisão clínica da abordagem terapêutica a ser utilizada. A terapêutica deve ser considerada
para cada paciente. Naqueles muito idosos, em geral, a única alternativa, considerando-se as con-
dições físicas e a capacidade de resposta do paciente, é o tratamento de suporte. Este é um campo
de conhecimento que conflui para a denominada medicina paliativa, cujo objetivo é reparar os
sintomas físicos que interferem drasticamente na qualidade de vida do paciente. O objetivo da
medicina paliativa é, ante a um conjunto de situações na qual o tratamento que seria recomendado
não pode realisticamente aumentar de forma significativa a sobrevida, prover um final de vida
com menor carga de sintomas físicos e emocionais antes da morte (Brandão e Vizentini, 2002).
CONCLUSÕES
O envelhecimento populacional é um fato incontestável que suscita novas questões tanto para
a sociedade quanto para o Estado brasileiro. Na saúde esse fenômeno demográfico associa-se ao
aumento da incidência e prevalência de doenças crônicas não transmissíveis, entre as quais o
câncer, que representam uma carga particularmente expressiva e que demanda recursos financei-
ros, assistência médica especializada e cuidados com supervisão contínua.
O processo de envelhecimento no país apresenta duas características particulares que deve-
riam ser observadas na elaboração de políticas públicas voltadas para a população idosa. A primei-
ra se relaciona às transformações do tamanho e composição da família, que modificaram sua função
tradicional de apoio aos indivíduos idosos. A segunda questão se associa com a feminização do
envelhecimento populacional configurando uma população idosa majoritariamente feminina. As
mulheres idosas, em sua maioria, tiveram uma trajetória de vida marcada pela pouca escolariza-
ção, baixa inserção no mercado de trabalho formal, insuficiente qualificação profissional e um
ambiente sociocultural marcado pela forte ideologia de gênero; todos indicadores estritamente
correlacionados ao aumento no risco para câncer do colo do útero. A participação em programas
de rastreamento para os cânceres do colo do útero e da mama feminina é inversamente proporcio-
CAPÍTULO 11 175
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nal ao estrato socioeconômico, situação reversível com a remoção de barreiras culturais e econô-
micas que dificultam o acesso aos procedimentos de detecção precoce destes cânceres. O tumor de
próstata — doença típica de homens idosos — é o mais temido dos cânceres. Preconceito e sigilo
cercam alterações no orgasmo, a impotência sexual e a incontinência urinária, alguns dos efeitos
colaterais presentes nos sobreviventes do câncer da próstata. Se a vida sexual do homem sadio já
é pouco discutida, os mais idosos não têm onde se apoiar para fazer as escolhas necessárias e para
lidar com suas conseqüências. As questões discutidas neste capítulo, por sua magnitude e comple-
xidade, configuram uma situação emblemática para a saúde pública, cuja solução melhor se ajusta
à formulação de políticas gerais que assegurem suporte social ao conjunto da população do que a
políticas isoladas de atenção à saúde de pessoas idosas.
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CÂNCER EM IDOSOS

  • 1. CAPÍTULO 11 167 © Direitos reservados à EDITORA ATHENEU LTDA. CAPÍTULO 11 Prover atenção à saúde da população idosa é e continuará progressivamente a ser um dos maiores desafios da saúde pública e da medicina no século XXI. Além do número crescente da população idosa, em comparação com a parcela mais jovem da população, muitas doenças apre- sentam-se com maior freqüência e de forma grave na velhice, entre as quais se destaca o câncer. No município de São Paulo, em 1993, as mulheres com 65 anos ou mais de idade representa- vam 6,7% do conjunto da população feminina e concentravam 32,5% dos casos de câncer. Os homens dessa faixa etária, no mesmo ano, constituíam 4,7% da população e encerravam 42,0% dos cânceres incidentes no ano. Neste capítulo será discutida a associação entre envelhecimento e câncer considerando-se aspectos epidemiológicos de sua distribuição de acordo com a idade e, também, questões referen- tes a prevenção, prognóstico, diagnóstico e tratamento. Na primeira parte serão apresentadas as particularidades epidemiológicas e biológicas da incidência do câncer na velhice, examinando-se as causas potenciais que interferem no padrão modificado da ocorrência de câncer com a idade cronológica. A seguir serão abordadas questões sobre a detecção precoce do câncer na velhice e, finalmente, serão discutidos tópicos relacionados à decisão de tratamento sobre o câncer em pa- cientes idosos. IDADE E CÂNCER Muitos dos tumores diagnosticados em indivíduos aposentados resultam de múltiplas e suces- sivas exposições a substâncias cancerígenas ocorridas durante sua vida produtiva. Esta constata- ção revela o longo período de latência no câncer e, também, as dificuldades em relacionar diretamente exposições pregressas e incidência de câncer de acordo com a idade. Para a maioria dos tumores o período de latência é bastante longo, podendo variar de um mínimo de sete a oito anos para algumas exposições em alguns tipos de leucemia, até períodos de 40-50 anos para al- guns tumores sólidos. A relação direta entre o avançar da idade e o aumento da incidência da maioria dos tumores malignos sugere que a idade seria, isoladamente, a mais importante variável no desenvolvimento de câncer. Há consenso entre os pesquisadores de que a carcinogênese é um processo de multiestá- gios, envolvendo um evento mutagênico iniciador, seguido pela expansão clonal da linhagem da célula lesada por meio da ação de promotores tumorais. Porém, uma única mutação não é suficien- te para causar câncer. Há muitas indicações científicas que permitem concluir que a gênese do câncer tipicamente requer que vários eventos raros e independentes ocorram na linhagem da célu- la. A mais direta evidência provém de estudos epidemiológicos descritivos da incidência de câncer como função da idade, que pode ser observada nos dados de câncer em São Paulo no ano de 1998 (Fig. 11.1). Na idade adulta, da segunda a sexta década de vida, a incidência de câncer é maior nas mulheres. Nas faixas etárias mais avançadas há o aumento marcante da incidência entre os ho- mens, mas, mais importante, as curvas do gráfico permitem inferir que, caso uma simples mutação Câncer Victor Wünsch Filho Mariangela Cainelli de Oliveira Prado
  • 2. 168 CAPÍTULO 11 © Direitos reservados à EDITORA ATHENEU LTDA. 10 100 1.000 10.000 0-4 5-9 10-14 15-19 20-25 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 50-54 55-59 60-64 65-69 70-74 75+ Homens Mulheres fosse responsável pela doença e ocorrendo com probabilidade fixa ao ano, a chance de desenvol- ver câncer em qualquer ano deveria ser independente da idade (Alberts et al., 2002). Como padrão comum, para a maioria dos cânceres a incidência aumenta com a idade (Figs. 11.2 e 11.3). A probabilidade de desenvolvimento de algum tipo de câncer dos cinco aos 25 anos de idade é de cerca de 1:700 indivíduos, elevando-se aos 65 anos de idade para cerca de 1:14 indivíduos. A ocorrência de tumores malignos aumenta com a idade, mas alguns apresentam mai- or incidência na vida adulta madura (40-50 anos) e outros entre a sexta e a sétima década de vida. Nas mulheres, por volta do período da menopausa, a incidência do câncer de mama revela uma mudança na inflexão da curva de tendência no sentido da estabilização. Outros cânceres relaciona- dos a hormônios, a exemplo dos tumores de endométrio e de ovário, mostram comportamento similar. Este fato apresentou-se apenas discretamente nos dados de incidência por câncer de mama nas mulheres da cidade de São Paulo em 1998 (Fig. 11.2). Nos homens, há uma tendência à esta- bilização da incidência do câncer de pulmão a partir dos 70 anos e declínio após os 80 anos; para o câncer de reto a incidência estabiliza-se no platô em torno dos 75 anos de idade. O câncer de próstata constitui exceção a este padrão, caracterizando-se pelo aumento contínuo da incidência com a idade. A probabilidade de uma pessoa desenvolver câncer após os 95 anos é menor que nas décadas anteriores da vida. Com base neste conjunto de observações, a questão colocada por Macieira-Coelho (2001) é pertinente: seriam estes fatos decorrentes do efeito de coorte dos sobre- viventes tardios e naturalmente com maior resistência ao desenvolvimento de tumores, ou pode- riam ser interpretados como uma característica desta última “janela” do curso da vida humana? As conexões entre incidência de câncer e idade não são ainda completamente compreendidas, e o tópico da biologia do câncer na velhice representa importante e crescente campo de pesquisa oncológica que se abre em várias áreas específicas de estudo (Robert 2002). Duas linhas principais de investigação buscam explicar os mecanismos que determinam o padrão epidemiológico das curvas de incidência de câncer de acordo com a idade; diferenciam-se por abordar a idade cronológica como marcador de dimensões distintas do tempo: a primeira considera apenas a simples passagem do tempo e o conseqüente aumento da oportunidade de exposições a carcinógenos; a segunda explora a biologia do envelhecimento do organismo como fator independente para a ocorrência de câncer. A teoria do acúmulo de mutações genéticas no transcorrer da vida decorrentes de exposições a agentes endógenos e exógenos que lesam o DNA, induzindo um nível crítico de mutações celulares Fig. 11.1 — Taxas padronizadas de incidência de câncer por 100 mil (exceto pele), de acordo com faixa etária e sexo. São Paulo, 1998. Gráfico na escala logarítmica Fonte: Mirra et al. 2001.
  • 3. CAPÍTULO 11 169 © Direitos reservados à EDITORA ATHENEU LTDA. 0 200 400 600 800 1.000 1.200 20-29 30-39 40-49 50-59 60-69 70+ Colorretal Pulmão Mama Colo de útero Bexiga Faixa etária Taxas por 100.000 0 500 1.000 1.500 2.000 2.500 20-29 30-39 40-49 50-59 60-69 70+ Colorretal Pulmão Próstata Bexiga Taxas por 100.000 Faixa etária capaz de desencadear um tumor na velhice, tem sido reafirmada nos dias atuais (Peto 2001; Maciei- ra-Coelho 2001). De fato, a maioria das neoplasias malignas é altamente dependente da duração e regularidade das exposições ambientais. Duas variáveis apresentam-se, em diferentes pesquisas epi- demiológicas, com papel relevante no risco de câncer: a idade da primeira exposição (latência) e a duração da exposição a carcinógenos. Fonte: Mirra et al. 2001 Fig. 11.2 — Taxas padronizadas de incidência por 100 mil mulheres por alguns tumores mais comuns de acordo com faixa etária. São Paulo, 1998. Em algumas neoplasias a idade da primeira exposição pode modular tanto a incidência de tumores quanto a severidade da doença, independentemente da duração da exposição. A hipótese de que os tecidos de pessoas idosas seriam mais suscetíveis aos carcinógenos ambientais tem sido Fig. 11.3 — Taxas padronizadas de incidência por 100 mil homens por alguns tumores mais comuns de acordo com faixa etária. São Paulo, 1998. Fonte: Mirra et al. 2001
  • 4. 170 CAPÍTULO 11 © Direitos reservados à EDITORA ATHENEU LTDA. confirmada por algumas pesquisas. Por exemplo, após o desastre de Seveso, Itália, quando uma grande parte da população desta região foi exposta à dioxina, o risco de câncer de pulmão aumen- tou proporcionalmente com a idade do indivíduo no momento da exposição. Por outro lado, a observação de que, nas últimas décadas, a incidência dos linfomas não-Hodgkin e tumores de cérebro aumentou expressivamente nas pessoas com mais de 60 anos, tem sido explicada pela maior suscetibilidade dos indivíduos idosos às lesões provocadas por novos carcinógenos ambientais. Uma razão adicional para o aumento da incidência de câncer com a idade tem sido atribuída à senescência da replicação celular. Uma vez que as células progridem por meio de um certo núme- ro de multiplicações de suas populações, elas simplesmente, em determinado momento, em fase mais avançada da vida, cessariam sua proliferação — uma sucessão de eventos denominada de senescência da replicação celular. Assim, com o envelhecimento algumas células atingiriam o limite de sua proliferação. Em tais circunstâncias, se uma célula persistir na divisão, fato possível em tecidos que exigem constante renovação, ela poderia escapar das restrições da senescência replicativa. Embora o fenômeno da senescência da replicação celular esteja bem estabelecido, não há consenso de como isto se relacionaria com a carcinogênese. De acordo com alguns autores, a senescência replicativa constitui-se em mecanismo útil de proteção contra o câncer. Outros argu- mentam que as células da maioria dos tecidos realmente nunca chegariam a atingir a senescência replicativa no curso da vida humana. Como resultado desta falta de concordância de idéias, o envelhecimento tem sido associado tanto com mudanças que poderiam favorecer a carcinogênese como com outras que se oporiam ao seu desenvolvimento. As mudanças pró-carcinogênicas incluiriam a formação de adutos no DNA, hipometilação no DNA e a instabilidade genética que interferiria sobre os mecanismos de reparo do DNA. Por outro lado, o encurtamento dos telômeros, levando à redução da atividade da telome- rase, e a conseqüente ativação do gene supressor de tumor p16, seriam potenciais mecanismos inibidores da formação de tumores de alguns tipos histológicos. Experimentos com ratos, entre- tanto, mostraram que esta disfunção dos telômeros se associou a um aumento da freqüência de cânceres epiteliais da mama, cólon e pele (De Pinho, 2000). Em síntese, o entendimento das complexas relações entre idade e câncer e as razões para justificar as relações assinaladas anteriormente incluem: o longo período de tempo necessário para a carcinogênese (períodos de indução e latência); aumento da suscetibilidade dos tecidos envelhe- cidos aos carcinógenos ambientais; e as inerentes mudanças no envelhecimento que podem favo- recer o desenvolvimento de câncer, pois o processo é acompanhado por um declínio generalizado das funções fisiológicas. A criteriosa revisão da literatura científica indica que, embora as taxas de incidência e de mortalidade aumentem com a idade, o envelhecimento não parece, de acordo com o conhecimento acumulado até o presente, exercer papel determinante e independente no risco de câncer. Assim, o argumento de que a idade cronológica seria essencialmente um marcador da exposição prolongada à exposição a carcinógenos ambientais é a explanação mais plausível e adequada para as relações que se observa entre idade e câncer. Todavia, deve-se salientar que muitas das questões sobre as relações entre envelhecimento e câncer não estão ainda completamente esclarecidas e permanecem em aberto para futuras pesquisas. PREVENÇÃO DE CÂNCER EM IDOSOS A prevenção de câncer, particularmente sua detecção precoce, é um dos principais objetivos do Programa de Câncer nas Américas da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS). As estra- tégias de prevenção em câncer podem ser aplicadas em continuum: a) na população geral; b) em subgrupos populacionais com particular predisposição genética ou de exposição a fatores de risco ambientais; c) em pessoas com lesões pré-cancerosas; d) em pacientes com câncer e sob risco de segundos tumores primários (Iarc, 1997).
  • 5. CAPÍTULO 11 171 © Direitos reservados à EDITORA ATHENEU LTDA. A prevenção primária para câncer envolve o controle da exposição a substâncias carcinogêni- cas e a promoção de propostas para mudanças no estilo de vida; e ainda o aumento das defesas do hospedeiro por meio da imunização e da quimioprevenção. A prevenção secundária pressupõe o diagnóstico precoce de tumores pelo rastreamento (screening) de pessoas sob risco e que não apresentam ainda sintomas. A idade pode afetar a efetividade em ambas as estratégias de prevenção. Tanto o diagnóstico de câncer quanto a acurácia da causa de morte no atestado de óbito em pessoas com mais de 75 anos de idade são menos confiáveis. Isto, pelo menos em parte, pode ser creditado à percepção de que a tendência de câncer nas pessoas idosas geralmente reflete mudanças na exposição afetando gerações mais velhas, e, portanto, com menor possibilidade para que se possa avaliar prioridades atuais para pesquisas etiológicas e para prevenção primária. Esta situação deve ser foco de preocupação das autoridades de saúde pública. Campanhas de esclarecimento devem buscar reverter este quadro, pois com o crescente envelhecimento da população, dados confiáveis sobre incidência e mortalidade são vitais para definir políticas de saúde para este grupo populacional. Quimioprevenção O termo quimioprevenção é usado com referência a intervenções com drogas farmacêuticas — vitaminas, minerais e outros químicos — com o objetivo de reduzir a incidência de câncer. Pelo menos três grupos de substâncias podem prevenir o câncer: os moduladores seletivos estrogênio- receptores são considerados eficazes para prevenir o câncer de mama; os retinóides reduziriam a ocorrência de tumores das vias aéreas superiores; e as drogas antiinflamatórias não-esteróides (por exemplo: aspirina, sulindac, piroxicam, indometacina) poderiam prevenir o câncer de cólon. En- tretanto, nenhuma dessas substâncias, nos estudos experimentais e populacionais realizados até o momento presente, apresentou impacto significativo na redução da morbidade e da mortalidade relacionadas aos cânceres específicos em que foram testadas (Iarc 1997; Repetto e Balducci 2002). Assim, a prevenção primária de câncer por meio da quimioprevenção em pessoas idosas é uma matéria ainda polêmica, principalmente devido aos efeitos colaterais do uso destas drogas, que se apresentam excessivamente elevados nesta faixa etária. As taxas absolutas por úlceras gástricas e duodenais, bem como de hemorragias gastrintestinais e dispepsia, são mais altas em pessoas com mais de 65 anos de idade, e com o uso de antiinflamatórios este risco se multiplica. Assim, tem sido proposto que o uso de tamoxifeno para quimioprevenção do câncer de mama em mulheres idosas deve ser indicado apenas quando o seu risco de desenvolver câncer nos próximos cinco anos é maior do que 7%, situação em que o benefício alcançado superaria as desvantagens dos efeitos colaterais. Rastreamento O exame de indivíduos assintomáticos para a identificação presuntiva de doença não reconhe- cida anteriormente é denominado rastreamento. Por meio de exames clínicos ou laboratoriais, em geral de realização rápida, os indivíduos são classificados em suspeitos ou não de ter determinada doença. Para sete dos cânceres mais comuns há estratégias de rastreamento propostas: mama, colo uterino, colorretal, próstata, pulmão, pele e oral. Mas, um aspecto essencial num programa de rastreamento é de ordem econômica, pois devido à variação de custo e da sensibilidade dos diver- sos métodos disponíveis é necessário considerar relações de custo-benefício. De acordo com as recomendações de grupos-tarefa organizados nos Estados Unidos e no Canadá para avaliar os procedimentos utilizados na detecção de doenças em indivíduos assintomáticos, apenas para três neoplasias malignas há conclusões científicas definitivas dos benefícios do rastreamento: colo de útero (exame de Papanicolaou), mama (mamografia) e colorretal (pesquisa de sangue oculto nas fezes e retossigmoidoscopia). Para os demais testes, envolvendo outros tumores, as conclusões indi- cam que não haveria comprovações científicas suficientes para recomendar ações de rastreamento.
  • 6. 172 CAPÍTULO 11 © Direitos reservados à EDITORA ATHENEU LTDA. Como a prevalência da maioria dos cânceres aumenta com a idade o valor preditivo positivo do teste de rastreamento também aumenta, pois a taxa de falso-positivos tende a ser menor. Sob este aspecto, os idosos se configurariam em uma população-alvo ideal para ser submetida a rastre- amento para câncer. No entanto, com o envelhecimento também aumenta a possibilidade de que uma determinada pessoa possa ter sido rastreada sucessivas vezes para a mesma doença, diminu- indo progressivamente o rendimento dos rastreamentos posteriores ao primeiro (de prevalência). Some-se a isto a curta expectativa de vida de pessoas idosas e, então, pode-se entender o limitado benefício da detecção precoce de câncer neste grupo. Em geral, na ausência de melhores evidên- cias e assumindo-se que os benefícios do rastreamento tornam-se perceptíveis apenas após cinco anos, conclui-se que o rastreamento para câncer seria apenas recomendável em pessoas com uma expectativa de vida mais longa do que este período de tempo. Câncer de Mama As neoplasias malignas de mama são responsáveis por 15% das mortes por câncer entre as mulheres brasileiras, constituindo-se na principal causa de morte por câncer na população femini- na. As taxas de incidência apresentam-se mais altas nas faixas etárias mais avançadas. Em 1998, na cidade de São Paulo, as taxas de incidência por câncer de mama nas mulheres de 30 a 34 anos foi de 31,9 por 100 mil mulheres e naquelas de 75 anos ou mais de 545 por 100 mil. Para o câncer de mama recomenda-se o rastreamento por meio de mamografia anualmente após a idade de 50 anos até os 75 anos de idade, quando seria então interrompido. Apenas dois ensaios clínicos randomizados investigaram o valor da mamografia após os 75 anos de idade e os resultados foram inconclusivos. O intervalo de tempo adequado entre os exames de mamografia não é precisamente estabelecido. O crescimento do tumor em mulheres idosas é habitualmente mais lento. Estudos têm mostrado que o intervalo do rastreamento de dois anos seria adequado mesmo para mulheres mais jovens, e este intervalo de tempo é atualmente o recomendado (US Preventive Services Task Force, 1996). Câncer de Colo do Útero O câncer de colo uterino continua a ser um dos maiores problemas de saúde na população feminina de países em desenvolvimento. Estes tumores representam 7% de todas as mortes por câncer nas mulheres brasileiras. As taxas de mortalidade por neoplasias de colo de útero apresentam- se crescentes nas regiões Centro-Oeste e Nordeste do país. Na cidade de São Paulo, em 1998, as taxas de incidência estabilizavam-se nas mulheres a partir dos 60 anos de idade (Fig. 11.2). No tocante ao controle do câncer de colo uterino, a principal questão no Brasil, bem como para o conjunto da América Latina, é a alta incidência da doença nas mulheres em geral. Por outro lado, muitos estudos indicaram que as mulheres atualmente em faixas etárias mais avançadas pertencem a coortes que tiveram menores oportunidades de se submeterem ao rastreamento de rotina para o câncer de colo uterino. Os resultados provenientes de ensaios clínicos não indicam que o rastreamento de mulheres idosas possa reduzir a morbidade e a letalidade por câncer cervi- cal. Adicionalmente, pesquisas têm mostrado, direta ou indiretamente, que os programas de ras- treamento para o câncer de colo de útero não têm sido efetivos na América Latina. A sensibilidade de exames de rotina de Papanicolaou em mulheres jovens varia de 69% a 85% para a detecção de câncer cervical. Alguns estudos sugerem sensibilidade e especificidade subs- tancialmente mais baixas em mulheres mais idosas. A United States Preventive Services Task Force recomenda que o teste de Papanicolaou deve ser realizado cada um a três anos a partir do início da atividade sexual até a idade de 65 anos, quando o procedimento de rastreamento deveria ser interrompido se os testes anteriores tiverem sido consistentemente normais. A recomendação da Canadian Task Force on Cervical Cancer Screening apresenta poucas distinções em relação à
  • 7. CAPÍTULO 11 173 © Direitos reservados à EDITORA ATHENEU LTDA. proposta americana, sugerindo o rastreamento anual entre os 18 e 35 anos de idade, e a partir de então realizar o teste a cada 5 anos até a idade de 60 anos, quando seria interrompido. Câncer Colorretal As neoplasias de colo-reto representam a quinta causa de morte por câncer entre os homens e mulheres no Brasil. Os dados da cidade de São Paulo de 1998 mostram que as taxas de incidência de câncer colorretal começam a se tornar expressivas a partir dos 40 anos de idade e duplicam a cada década sucessiva (Figs. 11.2 e 11.3). O exame digital do reto, a pesquisa de sangue oculto nas fezes e a retossigmoidoscopia são os testes de rastreamento propostos para o câncer colorretal. Apesar da falta de indícios científicos rigorosos estabelecendo a efetividade do rastreamento para câncer colorretal, a American Cancer Society recomenda o toque retal e a pesquisa de sangue oculto nas fezes anualmente para pessoas acima de 50 anos de idade, e a retossigmoidoscopia cada três a cinco anos. A United States Task Force sugere que a pesquisa de sangue oculto nas fezes e a retossigmoidoscopia sejam realizadas em pacientes acima dos 50 anos de idade que relatam parentes com história de câncer de cólon ou para aqueles com história de doença inflamatória intestinal. Câncer de Próstata Cerca de 80% dos casos de câncer de próstata ocorrem em pacientes com idade acima de 64 anos de idade. O câncer de próstata configura-se na terceira principal causa de morte por câncer entre homens, e a evolução das taxas de mortalidade tem sido mais intensa que a observada para o câncer de pulmão. O exame de toque retal é o teste que tem sido recomendado por algumas instituições, como o American Cancer Society, para detecção precoce do câncer de próstata. Tem a vantagem de ser simples, seguro, e pode ser realizado como rotina no exame físico, independentemente da idade do paciente. Algumas outras organizações não recomendam este procedimento de rastreamento. Tam- bém têm sido propostos dois testes adicionais para o rastreamento de câncer de próstata: a ultra- sonografia transretal da próstata e a mensuração do antígeno específico para próstata (prostate specific antigen — PSA). Porém, a baixa sensibilidade e especificidade de ambos os testes os tornam não recomendáveis para propostas de rastreamento populacional. Rastreamento de Câncer em Idosos: Sinopse A primeira conclusão sobre a questão do rastreamento de câncer em pessoas idosas é que poucos estudos avaliaram adequadamente a efetividade das práticas de rastreamento para câncer neste grupo populacional. As evidências recomendam o rastreamento de câncer de mama por meio do exame clínico e da mamografia em mulheres idosas. Também, há razoável conhecimento científico acumulado mostrando que a efetividade do rastreamento de câncer cervical pelo exame de Papanicolaou em mulheres idosas não previamente rastreadas, embora não haja indicações da necessidade de conti- nuar este procedimento em mulheres com testes normais consecutivos. Também permanece como válida a realização do exame de sangue oculto nas fezes e da retossigmoidoscopia para a detecção precoce de câncer colorretal. Porém, não há evidências que dêem suporte para programas de ras- treamento para os cânceres de próstata, de cavidade oral, de pele e de pulmão na velhice. Em países com a estrutura socioeconômica da população brasileira, o fator agravante é que os poucos estudos conduzidos para avaliar a eficiência dos programas de rastreamento indicam a sua falta de efetividade. Uma realidade decepcionante quando se considera que abordagens simples e
  • 8. 174 CAPÍTULO 11 © Direitos reservados à EDITORA ATHENEU LTDA. reconhecidamente eficazes, a exemplo do exame de Papanicolaou, poderiam salvar vidas e inter- ferir no perfil do câncer de colo uterino nestes países. Finalmente, deve-se considerar que talvez a mais simples forma de prover o diagnóstico precoce de câncer na população idosa seria a disponi- bilidade e o acesso desta população à atenção médica primária. DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DE CÂNCER EM PACIENTES IDOSOS Como padrão geral, mesmo nos países desenvolvidos, o diagnóstico de câncer em pacientes idosos é precário. O médico, e por extensão o sistema de saúde como um todo, investe menos na busca da definição do diagnóstico nestes pacientes, talvez assumindo a priori o baixo custo-bene- fício decorrente da pouca expectativa de vida (Coleman et al., 1993). O envelhecimento é, em geral, associado ao declínio do adequado funcionamento de múlti- plos órgãos e com a progressiva restrição de recursos sociais e pessoais. Portanto, no tratamento de pacientes idosos com câncer, uma questão importante a ser considerada é a presença de co- morbidades. Adicionalmente, os tecidos normais, incluindo mucosas, sistema hematopoiético, o coração, o sistema nervoso central e periférico, tornam-se crescentemente suscetíveis a aborda- gens quimioterápicas e radiação. Em linhas gerais, são basicamente quatro as abordagens terapêuticas em câncer, que delimi- tam objetivos específicos: a) terapêutica ativa objetivando a cura; b) terapêutica paliativo-ativa com o objetivo de aumentar a sobrevida do paciente; c) terapêutica paliativo-sintomática objeti- vando a melhora na qualidade de vida; e d) terapêutica de suporte, com o objetivo de levar confor- to para o paciente. Para a aplicação destas abordagens vários fatores devem ser considerados, como o tipo de câncer, seu estadiamento e a idade do paciente. São estes os elementos concretos para a decisão clínica da abordagem terapêutica a ser utilizada. A terapêutica deve ser considerada para cada paciente. Naqueles muito idosos, em geral, a única alternativa, considerando-se as con- dições físicas e a capacidade de resposta do paciente, é o tratamento de suporte. Este é um campo de conhecimento que conflui para a denominada medicina paliativa, cujo objetivo é reparar os sintomas físicos que interferem drasticamente na qualidade de vida do paciente. O objetivo da medicina paliativa é, ante a um conjunto de situações na qual o tratamento que seria recomendado não pode realisticamente aumentar de forma significativa a sobrevida, prover um final de vida com menor carga de sintomas físicos e emocionais antes da morte (Brandão e Vizentini, 2002). CONCLUSÕES O envelhecimento populacional é um fato incontestável que suscita novas questões tanto para a sociedade quanto para o Estado brasileiro. Na saúde esse fenômeno demográfico associa-se ao aumento da incidência e prevalência de doenças crônicas não transmissíveis, entre as quais o câncer, que representam uma carga particularmente expressiva e que demanda recursos financei- ros, assistência médica especializada e cuidados com supervisão contínua. O processo de envelhecimento no país apresenta duas características particulares que deve- riam ser observadas na elaboração de políticas públicas voltadas para a população idosa. A primei- ra se relaciona às transformações do tamanho e composição da família, que modificaram sua função tradicional de apoio aos indivíduos idosos. A segunda questão se associa com a feminização do envelhecimento populacional configurando uma população idosa majoritariamente feminina. As mulheres idosas, em sua maioria, tiveram uma trajetória de vida marcada pela pouca escolariza- ção, baixa inserção no mercado de trabalho formal, insuficiente qualificação profissional e um ambiente sociocultural marcado pela forte ideologia de gênero; todos indicadores estritamente correlacionados ao aumento no risco para câncer do colo do útero. A participação em programas de rastreamento para os cânceres do colo do útero e da mama feminina é inversamente proporcio-
  • 9. CAPÍTULO 11 175 © Direitos reservados à EDITORA ATHENEU LTDA. nal ao estrato socioeconômico, situação reversível com a remoção de barreiras culturais e econô- micas que dificultam o acesso aos procedimentos de detecção precoce destes cânceres. O tumor de próstata — doença típica de homens idosos — é o mais temido dos cânceres. Preconceito e sigilo cercam alterações no orgasmo, a impotência sexual e a incontinência urinária, alguns dos efeitos colaterais presentes nos sobreviventes do câncer da próstata. Se a vida sexual do homem sadio já é pouco discutida, os mais idosos não têm onde se apoiar para fazer as escolhas necessárias e para lidar com suas conseqüências. As questões discutidas neste capítulo, por sua magnitude e comple- xidade, configuram uma situação emblemática para a saúde pública, cuja solução melhor se ajusta à formulação de políticas gerais que assegurem suporte social ao conjunto da população do que a políticas isoladas de atenção à saúde de pessoas idosas. BIBLIOGRAFIA 01. Alberts B, Johnson A, Lewis J, Raff M, Roberts K, Walter P. Molecular biology of the cell. 4th ed. New York: Garland Science, 2002. 02. American Cancer Society. Guidelines for the cancer-related checkup. CA, 30:194, 1980. 03. Barbone F, Bovenzi M, Cavallieri F, Stanta G. Air pollution and lung cancer in Trieste, Italy. Am J Epidemiol 141:1161-9, 1995. 04. Brandão C, Vizentini MC. Relembrando conceitos — medicina paliativa. Revista Brasileira de Homecare, outubro de 2002, p. 28. 05. Canadian Task Force on the Periodic Health Examination. The periodic health examination. Can Med Assoc J 121:1193-254, 1979. 06. Coleman MP, Estève J, Damiecki P, Arslan A, Renard H. Trends in cancer incidence and mortality. IARC Scientific Publications n. 121. Lyon, IARC Press, 1993. 07. Coutinho M, Soares GAD. Homens: a maioria desorganizada. Dados [on line] 2000:43(2). Disponível em http://www.scielo.br 08. DePinho RA. The age of cancer. Nature 408:248-54, 2000. 09. Eluf-Neto J, Wünsch Filho V. Screening faz bem à saúde. Rev Assoc Med Bras 46:310-1, 2000. 10. Gessert CE, Elliot BA, Haller IV. Dying of old age: an examination of death certificates of Minnesota centenarians. J Am Geriatr Soc 50:1561-5, 2002. 11. IARC (International Agency for Research on Cancer). IARC Handbooks of cancer prevention. vol. 1 — Non-steroidal anti-inflammatory drugs. Oxford: Oxford University Press, 1997. 12. Kerlikowske K, Grady D, Rubin SM, Sandrock C, Ernster VL. Efficacy of screening mammography. A meta-analysis. JAMA 273:149-54, 1995. 13. Kogevinas M, Pearce N, Susser M, Boffetta P. Social inequalities and cancer. IARC Scientific Publications n. 138. Lyon, IARC Press, 1997. 14. Lazcano-Ponce EC, Nájera-Aguilar P, Buiatti E, Alonso-de-Ruiz P, Kuri P, Cantoral L, et al. The cervical cancer screening program in Mexico: problems with access and coverage. Cancer Causes Control 8(5):698- 704, 1997. 15. Macieira-Coelho A. Neoplastic disease through the human life span. Biogerontology 2:179-92, 2001. 16. Miller RJ. Supporting a cancer patient’s decision to limit therapy. Semin Oncol 21:787-91, 1994. 17. Mirra AP, Latorre MRDO, Veneziano DB (eds.) Incidência de câncer no Município de São Paulo, Brasil 1997-1998. Tendência no período 1969-1998. Brasília: Ministério da Saúde, 2001. 18. Mirra AP, Latorre MRDO, Veneziano DB (eds.). Incidência de câncer no Município de São Paulo, Brasil 1983-1988-1993. Tendência no período 1969-1993. Brasília: Ministério da Saúde, 1999. 19. Nascimento MR. O envelhecimento da população brasileira e o aumento da longevidade. Subsídios para políticas orientadas ao bem-estar do idoso. Wong LLR (org.). Feminização do envelhecimento populacional: expectativas e realidades de mulheres idosas quanto ao suporte familiar. Belo Horizonte, UFMG/Cedeplar/ ABEP, 2001. 20. Oddone EZ, Feussner JR, Cohen HJ. Can screening older patients for cancer save lives? Clin Geriatr Med 8(1):51-67, 1992. 21. Peto J. Cancer epidemiology in the last century and the next decade. Nature 411:390-95, 2001. 22. Prado COM. Câncer feminino: Evolução da mortalidade por câncer da mama e de colo do útero em distritos do Município de São Paulo, 1985-1999. [Tese de Doutorado]. Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, 2002.
  • 10. 176 CAPÍTULO 11 © Direitos reservados à EDITORA ATHENEU LTDA. 23. Repetto L, Balducci L. A case for geriatric oncology. The Lancet Oncology 3:289-97, 2002. 24. Robert L. Cell-matrix interactions in cancer spreading — effect of aging. An introduction. Seminars in Cancer Biology 12:157-63, 2002. 25. Ruddon RW, Jr. Molecular and genetic events in neoplastic transformation. In: Schottenfeld D, Fraumeni JF (eds.). Cancer epidemiology and prevention. 2nd ed. New York: Oxford University Press, 1996. 26. Sackett DL, Haynes RB, Tugwell P. Clinical epidemiology — a basic science for clinical medicine. Boston: Little, Brown and Company, 1985. 27. Serraino D, Fratino L. Ageing and cancer: the epidemiological point of view. Tumori 88(suppl. 1):S7-S8, 2002. 28. Stanta G, Campagner L, Cavallieri F, Giarelli L. Cancer of the oldest old. What we have learned from autopsy studies. Clin Geriatr Med 13:55-68, 1997. 29. Tomatis L. Cancer: causes, occurrence and control. IARC Scientific Publications No 100. Lyon, IARC Press, 1990. 30. US Preventive Services Task Force. Guide to clinical preventive services. 2nd ed. Baltimore: Williams & Wilkins, 1996. 31. Wünsch Filho V, Moncau JE. Mortalidade por câncer no Brasil 1980-1995: padrões regionais e tendências temporais. Rev Assoc Med Bras 48(3):250-57, 2002. 32. Yancik R, Ries LAG. Aging and cancer in America: demographic and epidemiologic perspectives. Hematol Oncol Clin North Am 14(1):17-23, 2000. 33. Zhang Y, Herman B. Ageing and apoptosis. Mech Ageing Dev 2002, 123:245-60.