O documento descreve os procedimentos para coleta, preservação, montagem e manutenção de espécimes para coleções taxonômicas zoológicas, incluindo técnicas de coleta, rotulagem, preservação temporária e permanente, organização da coleção e etiquetagem.
1. Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA
Disciplina: Zoologia
Professora: Andréa Bezerra de Castro
COLEÇÃO TAXONÔMICA
Conceito:
A coleção taxonômica é a reunião ordenada de espécimes mortos ou partes
corporais desses espécimes, devidamente preservados para estudos.
Importância das coleções:
• É imprescindível para estudos taxonômicos – toda a classificação animal se
fundamenta em estudo comparativo de caracteres morfológicos que podem ser
analisados em espécimes preservados.
• Oferecer os elementos para comprovação de toda pesquisa pregressa – todo material
utilizado por pesquisadores anteriores para publicação dos resultados de seus estudos
há que estar devidamente preservado e será utilizado, posteriormente, em
confrontações.
Fontes de material para Coleção
• Coleta: Expedições zoológicas e levantamentos faunísticos.
• Permuta: Troca de espécimes entre instituições.
• Retenção: O especialista que recebe espécimes para identificar, combina que
determinado número de espécimes irão para a coleção.
• Doação: Espécimes doados para a coleção.
Tipos de Coleções
• Coleções Didáticas: Abrigam material destinado a ensino, demonstrações e
treinamento.
• Coleções Científicas (de Pesquisa): Abrigam material destinado a pesquisa científica.
• Coleções de Interesse Econômico: Colecionam grupos de interesse para sua área
(insetos pragas de lavouras, vetores, animais peçonhentos, etc.).
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2. Coleta (livro de campo)
• Data da Coleta;
• Horário;
• Localidade; - Coordenada Geográfica (Latitude e Longitude).
• Município; Estado; País;
• Nome do Coletor;
• Outras Informações: habitat (vegetação, solo), comportamento, condições climáticas,
etc.
Rotulagem de campo
- Rotulador (Etiquetador) ou papel vegetal caneta com tinta nanquim.
Técnicas de coleta – depende do material zoológico que se deseja coletar.
Organização e Manutenção da Coleção
Livro Tombo ou de Registro:
• O material (espécime) é tombado, recebendo um número e seus dados de coleta são
registrados em um livro.
Curadoria das Coleções:
• Curador: Desempenha as atividades de coleta, preservação, armazenamento e
catalogação do material científico.
Acesso à Coleção:
• Coleção Pública;
• Objetivo (Projeto de Pesquisa);
• Função da Coleção.
Sala de Coleção Zoológica:
• Local de Guarda do Material: Gavetas, Armários, Tambores, Vidros;
• Via Seca ou Úmida;
• Livro Tombo;
• Catálogo;
• Coleções Informatizadas.
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3. Manutenção da Coleção:
• Exames periódicos da coleção.
• Evitar incidência de luz, umidade e pó.
• Acrescentar ou substituir periodicamente produtos defensivos, repelentes ou
preservativos nas coleções a seco.
• Manter o álcool nas coleções úmidas.
Identificação
• Por remessa de material a especialista
• Identificação por comparação direta
• Identificação por bibliografia (Chaves taxonômicas, guias de identificação e descrições).
• Etiqueta de identificação
Preservação e Montagem
Preservação Temporária
- Quando não há tempo para montagem logo após a coleta
- Método depende do tempo que ficarão estocados até a montagem
a. Refrigeração
- Recipiente adequado – papel filtro no fundo para manutenção da umidade dentro do
recipiente – refrigerador ou freezer – vários dias.
b. Preservação em Via-líquida
- Em álcool 70% ou outros conservantes apropriados
- Vários anos
- Não recomendado para alguns grupos: Lepidoptera em geral e Diptera-Culicidae
(mosquitos) – são frágeis e possuem escamas e cerdas importantes para a
identificação.
c. Preservação em Via-Seca
- Alfinetagem
- Envelopes ou triângulos
- Etiquetas – procedência
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4. Montagem e Conservação permanente
Conservação em via seca
- Câmara úmida: recipiente com abertura ampla que não permita a entrada de ar com
fundo de areia úmida/ papel filtro e conservante (fenol, naftalina ou creosoto de
faia).
- Alfinetagem: melhor processo para conservação de insetos de corpo duro. Utiliza-se
alfinete entomológico de aço (para não enferrujar) com espessura adequada ao
tamanho do inseto (0 a 7). O alfinete deve ser introduzido diretamente no local
indicado para cada tipo de inseto, mas sempre do lado direito e de maneira
perpendicular com o corpo.
- Montagem: utiliza-se placa de isopor forrada de papel para que o corpo do inseto
possa estar assentado e possa ser arrumado (pernas, antenas, asas—alfinetes
entrecruzados).
- Montagem de Lepidoptera e Odonata – utiliza-se esticadores ou tábuas de distensão,
ou improvisa-se com isopor.
- Montagem em lâminas – Deve-se montar em lâminas insetos pequenos e frágeis como
pulgões e trips.
Cuidados durante a montagem
- Quando estocados em mantas/envelopes – devem ser bem amolecidos em câmara
úmida.
- Quando estocados em via líquida – para os frágeis – devem ser devidamente
desidratados (usa-se série alcóolica – 75 – 80 – 85 – 90 – 95º ); para os esclerotizados
– alfineta-se logo após a retirada do álcool.
Conservação em via líquida
- Principal substância – álcool geralmente 70 %; Hymenoptera (parasitóides) – álcool 95
% - previne enrrugamento do corpo e da asa; Trips e Ácaros – álcool mais ácido
acético glicerinado; formas imaturas – Kahle Dietrich ou KAA. Muitas vezes
aconselha-se matar em água quente e depois mergulhar no conservante para não haver
perda da coloração.
Cuidados com a coleção via líquida
- Revisão periódica para reposição do líquido conservante (evaporação; estes
recipientes devem ser acondicionados em armários com portas bem fechadas e longe
da coleção via seca.
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5. Etiquetagem
Insetos montados ou armazenados em via seca ou úmida devem receber etiquetas:
- Etiquetas de 1,6 X 0,6 cm escrita em naquim ou tinta preta a prova d´água em papel
resistente paralela ao corpo do inseto em distância também de mais um menos 1 cm
ou na medida padrão (bloco de madeira ou medidor).
Belém - Pará - Brasil
10/01/2010
A.B. Castro leg.
- As etiquetas para os vidros podem ser maiores (proporcionais) em papel vegetal à
lápis ou nanquim.
Procedimentos após a montagem
Os insetos devem ser colocados em estufa por 24 a 48 horas para a eliminação da
umidade
Bibliografia
• PAPAVERO, Nelson. 1994. Fundamentos práticos de taxonomia zoológica
(coleções, bibliografia, nomenclatura). Editora Unesp/ Fapesp AWRENCE, G.H.M.
1977.
• BARNES, Robert S.K.; CALOW, P. & OLIVE, O. J.W. Os invertebrados: uma nova
síntese. São Paulo, Atheneu. 1995.
• POUGH, F. H.; JANIS, C. M. & HEISER, J. H. A vida dos vertebrados. Atheneu
Editora São Paulo. 2003.
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