Os principais pontos abordados são:
1) Características gerais dos protozoários e sua importância como agentes de controle biológico de pragas agrícolas e como fitopatógenos que afetam culturas como o coqueiro.
2) O gênero Phytomonas causa a doença conhecida como "murcha de Phytomonas" em palmeiras como o coqueiro, provocando amarelecimento, queda de folhas e morte da planta.
3) A transmissão de protozoários fitopat
1. UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA – UFRA
PROFª: ANDRÉA BEZERRA DE CASTRO
DISCIPLINA: ZOOLOGIA APLICADA
PROTOZOÁRIOS
Características Gerais
Embora os protozoários, não sejam mais considerados animais, estando incluídos atualmente no Reino Protista,
ainda continuam sendo estudados na Zoologia.
Os protozoários são protistas eucariontes, não fotossintéticos, unicelulares. A maioria dos protozoários é de vida livre,
habitando mares, ambientes dulcícolas, águas salobras ou solos úmidos.
Muitas espécies são zooparasitas que dependendo, do local onde parasitam são denominados: citoparasitos,
histoparasitos, hemoparasitos, enteroparasitos e mioparasitos. Os fitoparasitos são mais raros, vivendo, geralmente, na
seiva das plantas, como exemplo, temos representantes do gênero Phytomonas. A simbiose e o comensalismo são
frequentes. Existem formas coloniais.
Se a teca for agregada pelo protozoário, é dita autófia, e se constituída por partículas do meio (tal como grãos
de areia e frustulas de diatomáceas) é dita xenófia.
Os principais organóides utilizados pelo protozoários para seu deslocamento, de acordo com sua forma e organização,
são os pseudópodes, os cílios e os flagelos. Os pseudópodes consistem em extensões de citoplasma circulante, que
podem servir também para a captura do alimento. Os cílios são processos microscópicos com forma de cabelo, preso a
uma superfície livre da célula; geralmente são numerosos, arranjados em fileiras e capazes de vibrar. Os flagelos são
extensões filiformes capazes de vibração e semelhantes a longos chicotes.
A forma desses protistas pode ser fixa ou variável, no primeiro caso podem ser esféricos, ovalados, discoidais
ou fusiformes. Quase a totalidade dos protozoários é microscópica, por outro lado, existem espécies gigantescas, como
é o caso de Spirostomum que alcança até 3,0 mm de comprimento, contudo a maior espécie conhecida é o fóssil de
Numulites com 19cm de diâmetro. Em relação a cor a maioria é hialina. Os protozoários são encontrados em todas as
regiões do globo, mas predominam em ambientes tropicais e subtropicais.
Algumas espécies podem apresentar organóides de sustentação e/ou proteção constituídos por escleroproteínas,
carbonato de cálcio, silício ou de sulfato de estrôncio denominados de tecas, lóricas ou carapaças.
Relação dos protozoários com a agricultura
Os protozoários estão relacionados a agricultura sob dois aspectos: como patógenos de pragas, sendo úteis em
programas de controle biológico ou como patógenos de plantas, causando prejuízos expressivos ao produtor.
Importância como Agentes de Controle Biológico
O controle biológico utilizando protozoários ocorre principalmente através da contaminação oral do
hospedeiro, ou seja, o protozoário necessita ser ingerido para iniciar o processo da doença. Outra forma é através dos
ovos e transovariana. Existem relatos da transmissão por parasitas e predadores.
O inóculo é, geralmente, representado por esporos, cistos ou outra fase do desenvolvimento do protozoário.
Na tabela a seguir encontramos os principais gêneros de protozoários patogênicos as pragas:
Importância como Fïtopatógenos
Os protozoários de interesse fitopatológico são incluídos no filo Mastigophora, Classe Zoomastigophorasida,
ordem Kinetoplastida, família Trypanosomatidae, gênero Phytomonas.
São referidos como parasitas de mais de uma centena de espécies vegetais, pertencentes às famílias:
Euphorbiaceae, Asclepiadaceae, Apocinaceae, Moraceae, Rubiaceae, Palmae, Leguminosae, Solanaceae, Sapotacea e
Compositaeae.
No Brasil estão associados principalmente a palmaceas como: coqueiro (Cocos nucifera); dendezeiro
(Roystonea regional), piaçava (Attala funnifera); palmeira-maripa (Maximiliana maripa) e palmeira rabo-de-peixe anã
(Carioyota mites), nas quais causam a doença denominada de murcha de Phytomonas, sendo importante do ponto de
vista econômico por provocar a morte das plantas.
São protozoários com predomínio da forma promastigota, medindo de 12 a 20 mm de comprimento por 1,5
mm de largura. São fusiformes e torcidos duas e três vezes em relação ao eixo longitudinal do corpo, o qual apresenta
na região anterior, um flagelo variando de 10 a 15 um, que permite a mobilidade do protozoário.
Os sintomas apresentados por plantas infestadas por Phytomonas são variáveis conforme o hospedeiro e
localização do flagelado na planta. Quando o protozoário localiza-se nos tubos de látex, o sintoma característico é o
amarelecimento, deformação, seca e queda das folhas, sendo raramente constatados, podendo nestes casos causar
subdesenvolvimento, declínio e morte.
No interior do floema do cafeeiro, Phytomonas leptorosorum provoca o amarelecimento e queda das folhas
mais velhas, palidez, amarelecimento e queda de folhas novas, morte da planta após três a doze meses dos primeiros
sintomas.
2. Em palmaceas verifica-se murcha, amarelecimento e escurecimento da folha: podridão do broto apical; necrose
das inflorescências e raízes, e por fim a morte da planta.
Já plantas de mandioca apresentam clorose generalizada, subdesenvolvimento, além da ocorrência de raízes
delgadas, em pequeno número, sendo este sintoma conhecido chocheamento de raízes. Estes protozoários são
transmitidos de uma planta para outra por percevejos. cigarras e cigarrinhas.
Uma das maneiras de se prevenir da doença consiste em eliminar as plantas daninhas, as folhas mais velhas e
as bainhas mortas, as quais podem abrigar os insetos vetores. O controle químico do vetor é fundamental para
diminuição da incidência da doença.
Para o protozoário não existe ainda controle químico eficiente, embora alguns produtos já tenham sido
constados eficazes in vitro, como a ciclohexemida, mas ao serem testados in vivo mostraram fitotoxicidade para o
coqueiro.
Algumas espécies e híbridos de coqueiro e dendezeiro parecem menos suscetíveis a Phytomonas, todavia
carecem de maiores estudos.
3. Principais gêneros de protozoários patogênicos
FILOS ORDENS GÊNEROS HOSPEDEIROS
SARCOMASTIGOPHORA KINETOPLASTIDA - 1 ou 2 flagelos Blastocrithidia Diversos
Núcleo simples, exceto em Foraminiferidae, AMOEBIDA Malpighamoeba Abelhas
locomoção por flagelos, pseudópodes ou Tipicamente unicelulares, mitocondrias Malamoeba Ortópteros
ambos. Dobelina Dípteros
EUGREGARINIDA Gregarina Diversos
APICOMPLEXA Merogania ausente, gametogonia e esporogonia presente
Complexo apical só visível ao microscópio NEOGREGARINIDA Mattesia Coleópteros e Lepdópteros
eletrônico, cílios ausentes, reprodução por Merogonia dentro de tubos de Malpighi, intestino,
singamia, todos parasitos. hemocele ou tecido adiposo
EUCOCCIDIDA Adelina Coleópteros
Merogonia presente
MINISPORIDA Chytridiopis Coleópteros
MICROSPORA Tendência geral para o desenvolvimento mínimo de Hessea Dípteros
Esporos unicelulares com filamento polar, organelas acessórias de esporos
parede não perfurada contendo esporoplasma MICROSPORIDA Burunella Formigas
uni ou binucleado, com aparelho de extrusão. Tendência ao máximo desenvolvimento e especialização Chytridiopis Coleópteros
variada de organelas acessórias de esporos Duboscquia Dípteros e Isópteros
Gurleya Diversos
Nasema Diversos
Octosporea Dípteros, Hemípteros e Lepdópteros
Pleistophora Lepdópteros
Telomyxa Coleópteros
Teloahania Lepdópteros e Ortópteros
Taxoglugea Ortópteros
Vairimorfa Coleópteros e Dípteros
CILIOPHORA HYMENOSTOMATIDA Tetrahymena Dípteros
Organelas representadas por cílios curtos e Cavidade bucal bem definida contendo membranelas com
contráteis, geralmente 2 tipos de núcleo. base infraciliar com 3 a 4 filas de quinetosomas
espaçadas
4. As principais características do inseto doente e da doença causada por protozoário são as seguintes:
a) desenvolvimento retardado,
b) deformação nos apêndices, pupação anormal,
c) dificuldades no movimento e falta de apetite,
d) secreção anal esbranquiçada,
e) cutícula transparente com áreas branco-opacas ou com presença de pontos escuros,
í) os protozoários formam esporos ou cistos resistentes que conseguem sobreviver em ambientes desfavoráveis,
g) as epizootias* são limitadas a pequenas áreas (focos)
h) os protozoários atuam lentamente sobre a população de insetos, podendo torná-la suscetível a viroses,
i) podem ser disseminados pêlos ovos, o que facilita o desenvolvimento das epizootias, podendo ser utilizados em
colonização,
j) dificilmente são empregados com inseticidas microbianos em grandes áreas devido à dificuldade de multiplicação,
sendo a maioria parasites obrigatórios.
* epizootia = doença que ataca numerosos animais ao mesmo tempo em um mesmo lugar
Importância como Fïtopatógenos
Os protozoários de interesse fitopatológico são incluídos no filo Mastigophora,
Classe Zoomastigophorasida, ordem Kinetoplastida, família Trypanosomatidae, gênero
Phytomonas.
São referidos como parasitas de mais de uma centena de espécies vegetais,
pertencentes às famílias: Euphorbiaceae, Asclepiadaceae, Apocinaceae, Moraceae,
Rubiaceae, Palmae, Leguminosae, Solanaceae, Sapotacea e Compositaeae.
No Brasil estão associados principalmente a palmaceas como: coqueiro (Cocos
nucifera); dendezeiro (Roystonea regional), piaçava (Attala funnifera); palmeira-
maripa (Maximiliana maripa) e palmeira rabo-de-peixe anã (Carioyota mites), nas quais
causam a doença denominada de murcha de Phytomonas, sendo importante do ponto de
vista econômico por provocar a morte das plantas.
São protozoários com predomínio da forma promastigota, medindo de 12 a 20
mm de comprimento por 1,5 mm de largura. São fusiformes e torcidos duas e três
vezes em relação ao eixo longitudinal do corpo, o qual apresenta na região anterior, um
flagelo variando de 10 a 15 um, que permite a mobilidade do protozoário.
Os sintomas apresentados por plantas infestadas por Phytomonas são variáveis
conforme o hospedeiro e localização do flagelado na planta. Quando o protozoário
localiza-se nos tubos de látex, o sintoma característico é o amarelecimento,
deformação, seca e queda das folhas, sendo raramente constatados, podendo nestes
casos causar subdesenvolvimento, declínio e morte.
No interior do floema do cafeeiro, Phytomonas leptorosorum provoca o
amarelecimento e queda das folhas mais velhas, palidez, amarelecimento e queda de
folhas novas, morte da planta após três a doze meses dos primeiros sintomas.
Em palmaceas verifica-se murcha, amarelecimento e escurecimento da folha:
podridão do broto apical; necrose das inflorescências e raízes, e por fim a morte da
planta.
Já plantas de mandioca apresentam clorose generalizada, subdesenvolvimento,
além da ocorrência de raízes delgadas, em pequeno número, sendo este sintoma
conhecido chocheamento de raízes. Estes protozoários são transmitidos de uma planta
para outra por percevejos. cigarras e cigarrinhas.
5. Uma das maneiras de se prevenir da doença consiste em eliminar as plantas
daninhas, as folhas mais velhas e as bainhas mortas, as quais podem abrigar os insetos
vetores. O controle químico do vetor é fundamental para diminuição da incidência da
doença.
Para o protozoário não existe ainda controle químico eficiente, embora alguns
produtos já tenham sido constados eficazes in vitro, como a ciclohexemida, mas ao
serem testados in vivo mostraram fitotoxicidade para o coqueiro.
Algumas espécies e híbridos de coqueiro e dendezeiro parecem menos
suscetíveis a Phytomonas, todavia carecem de maiores estudos.
Famílias
Euphorbiaceae
Acalypha hispida Acalifa-macarrão
Acalypha reptans Rabo-de-gato
Acalypha wilkesiana Crista-de-peru
Codiaeum variegatum Cróton
Euphorbia cotinifolia Leiteiro-vermelho
Euphorbia fulgens Chiquita-bacana
Euphorbia ingens Cacto-candelabro
Euphorbia leucocephala Cabeleira-de-velho
Euphorbia milii Colchão-de-noiva
Euphorbia pulcherrima Poinsétia
Pedilanthus tithymaloides Sapatinho-do-diabo
Asclepiadaceae
Asclepias physocarpa Flor-borboleta
Ceropegia woodii Corações-emaranhados
Stapelia hirsuta Flor-estrela
Stephanotis floribunda Jasmim-de-madagascar
Apocynaceae
Adenium obesum Rosa-do-deserto
Allamanda blanchetti Alamanda-roxa
Allamanda cathartica Alamanda
Allamanda polyantha Alamanda-de-cerca
Catharanthus roseus Vinca
Hoya carnosa Flor-de-cera
Mandevilla splendens Dipladênia
Nerium oleander Espirradeira
Plumeria rubra Jasmim-manga
Thevetia peruviana Chapéu-de-napoleão
Vinca major Vinca-pendente
6. Moraceae
Artocarpus altilis Fruta-pão
Ficus auriculata Figueira-de-jardim
Ficus benjamina Ficus
Ficus pumila Unha-de-gato
Morus nigra Amoreira-negra
Rubiaceae
Gardenia jasminoides Gardênia
Ixora chinensis Ixora-chinesa
Ixora coccinea Ixora
Mussaenda alicia Mussaenda-rosa
Mussaenda erythrophylla Mussaenda-vermelha
Mussaenda philippica Mussaenda-branca
Pentas lanceolata Estrela-do-egito
Solanaceae
Brugmansia suaveolens Trombeteiro
Brunfelsia uniflora Manacá-de-cheiro
Capsicum sp Pimenta
Cestrum nocturnum Dama-da-noite
Petunia integrifolia Petúnia-perene
Petunia x hybrida Petúnia-comum
Physalis sp Fisalis
Solanum lycopersicum Tomate
Solanum mammosum Teta-de-vaca
Solanum melongena Berinjela
MÉTODOS DE FIXAÇÃO E CONSERVAÇÃO DE PROTOZOÁRIOS
Os protozoários, não marinhos podem ser fixados em Bouin ou solução de
Noland's, que serve como fixador e corante.
Bouin
- ácido pícrico (solução saturada) 15 partes
- formalina 5 partes
- ácido acético glacial 1 parte
Solução de Noland"s
- solução saturada aquosa de fenol 80mS
- formalina 20ml
7. - glicerina 04ml
- violeta de genciana 20me
Misturar com 1 ml de água antes de adicionar os outros ingredientes. Uma gota
de reagente deve ser misturada com uma gota da cultura antes de cobrir com a
lamínula.
Outros corantes podem ser utilizados, tais como:
Azul de metileno: coloca-se uma gota sobre uma lâmina, deixa-se secar e
posteriormente colocar uma gota da cultura.
Verde metil acidulado a 0,1% em ácido acético, visando corar o núcleo.
Carmim em pó: coloca-se uma pitada sobre a lâmina e posteriormente uma gota
da cultura. Visando uma melhor observação do vacúolo digestivo.
Solução de lugol: coloca-se uma gota sobre a lâmina e depois uma da cultura.
Serve para a visualização de cílios e flagelos.
Para diminuir os movimentos a fim de facilitar a observação de protozoários,
pode-se utilizar alguns narcóticos, como o açúcar, o álcool isopropílico e ágar a 0,l %.
Ás vezes, fibras de algodão podem diminuir o rápido movimento dos
protozoários, funcionando como um obstáculo ou rede.