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O psicólogo e seu vínculo com outros profissionais da escola: os desafios do trabalho
em equipe
Uma das questões atualmente debatidas entre os interessados na Psicologia Escolar é a
referida identidade do psicólogo escolar. O que é “próprio” do psicólogo em relação a outros
profissionais da escola constitui objeto de dúvidas e inquietações, não apenas entre esses
outros profissionais, mas também entre os próprios psicólogos escolares. Esse debate positivo
e promissor constitui uma expressão da gradual mudança de um modelo de atuação
tradicional, bem conhecido e identificado, para um modelo de atuação mais amplo e diverso,
construído sobre outras bases e, indiscutivelmente, em maior correspondência com as
urgentes demandas do sistema educativo. Em Aberto, Brasília, v. 23, n. 83, p. 39-56, mar.
201054 Sob nosso ponto de vista, a especificidade do trabalho do psicólogo na escola está
fundamentalmente relacionada ao núcleo essencial da sua formação, entendido como o
funcionamento psicológico humano, e às competências vinculadas a esse objeto. Essa
formação permite-lhe um olhar específico e diferenciado sobre os processos subjetivos, sociais
e individuais que se expressam no contexto escolar e, consequentemente, capacita-o para o
delineamento de formas de atuação diferenciadas nesse contexto. Algumas das formas de
atuação que temos descrito não são exclusivas do psicólogo escolar, posto que algumas delas,
como a orientação profissional ou sexual, constituem legitimamente formas de atuação do
orientador educacional. Isso mostra que existem algumas direções de trabalho em que a
atuação do psicólogo escolar complementa produtivamente a de outros profissionais,
aportando o olhar “psicológico” ao objeto de trabalho em foco e às formas de ação específicas
associadas a esse aspecto. Em outras ações, como o diagnóstico e a intervenção institucional,
o desenvolvimento de equipes de trabalho, a orientação e a formação de professores em
aspectos psicológicos essenciais do processo educativo, o psicólogo constitui o centro do
trabalho, precisamente porque o objeto em foco, em cada caso, está diretamente vinculado a
seu campo de formação. A articulação do trabalho do psicólogo com o trabalho dos
coordenadores pedagógicos, do orientador educacional e de outros especialistas vinculados à
escola resulta essencial para que sua atuação seja eficiente, por isso destacamos a
importância de que esse profissional forme parte ativa da equipe de direção pedagógica da
escola. A atuação do psicólogo na escola, longe de constituir uma ameaça para o trabalho ou
para o espaço de outros profissionais, vem, na sua especificidade, somar-se ao trabalho da
equipe, contribuindo para o trabalho intenso e criativo que, dadas as exigências do processo
educativo, a equipe tem de coordenar e realizar. Planejar conjuntamente, organizar e distribuir
adequadamente o trabalho, articular as ações evitando superposições desnecessárias e dar o
melhor de cada um em função das especificidades de sua formação e de suas competências
profissionais constituem elementos essenciais para o funcionamento eficaz das equipes
multiprofissionais. Esses elementos devem caracterizar o trabalho da equipe de direção técnica
da escola na sua condição de equipe multiprofissional. Corresponde ao psicólogo ter a
sensibilidade para se integrar com modéstia e profissionalismo a uma equipe que geralmente já
está constituída. Também cabe ao psicólogo assumir um plano de superação profissional que
lhe permita estar à altura do que se pode esperar de sua ação nas condições concretas da
escola em que atua, assim como propor criativamente, a partir da ampla gama de suas
possibilidades de atuação, direções e estratégias de trabalho que constituam uma contribuição
real para a escola em que trabalha. Esse seria, enfim, seu aporte à construção e à
consolidação de uma nova e mais produtiva representação do psicólogo escolar em nosso
contexto social.
O que pode fazer o psicólogo na escola? Albertina Mitjáns Martinez

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  • 1. O psicólogo e seu vínculo com outros profissionais da escola: os desafios do trabalho em equipe Uma das questões atualmente debatidas entre os interessados na Psicologia Escolar é a referida identidade do psicólogo escolar. O que é “próprio” do psicólogo em relação a outros profissionais da escola constitui objeto de dúvidas e inquietações, não apenas entre esses outros profissionais, mas também entre os próprios psicólogos escolares. Esse debate positivo e promissor constitui uma expressão da gradual mudança de um modelo de atuação tradicional, bem conhecido e identificado, para um modelo de atuação mais amplo e diverso, construído sobre outras bases e, indiscutivelmente, em maior correspondência com as urgentes demandas do sistema educativo. Em Aberto, Brasília, v. 23, n. 83, p. 39-56, mar. 201054 Sob nosso ponto de vista, a especificidade do trabalho do psicólogo na escola está fundamentalmente relacionada ao núcleo essencial da sua formação, entendido como o funcionamento psicológico humano, e às competências vinculadas a esse objeto. Essa formação permite-lhe um olhar específico e diferenciado sobre os processos subjetivos, sociais e individuais que se expressam no contexto escolar e, consequentemente, capacita-o para o delineamento de formas de atuação diferenciadas nesse contexto. Algumas das formas de atuação que temos descrito não são exclusivas do psicólogo escolar, posto que algumas delas, como a orientação profissional ou sexual, constituem legitimamente formas de atuação do orientador educacional. Isso mostra que existem algumas direções de trabalho em que a atuação do psicólogo escolar complementa produtivamente a de outros profissionais, aportando o olhar “psicológico” ao objeto de trabalho em foco e às formas de ação específicas associadas a esse aspecto. Em outras ações, como o diagnóstico e a intervenção institucional, o desenvolvimento de equipes de trabalho, a orientação e a formação de professores em aspectos psicológicos essenciais do processo educativo, o psicólogo constitui o centro do trabalho, precisamente porque o objeto em foco, em cada caso, está diretamente vinculado a seu campo de formação. A articulação do trabalho do psicólogo com o trabalho dos coordenadores pedagógicos, do orientador educacional e de outros especialistas vinculados à escola resulta essencial para que sua atuação seja eficiente, por isso destacamos a importância de que esse profissional forme parte ativa da equipe de direção pedagógica da escola. A atuação do psicólogo na escola, longe de constituir uma ameaça para o trabalho ou para o espaço de outros profissionais, vem, na sua especificidade, somar-se ao trabalho da equipe, contribuindo para o trabalho intenso e criativo que, dadas as exigências do processo educativo, a equipe tem de coordenar e realizar. Planejar conjuntamente, organizar e distribuir adequadamente o trabalho, articular as ações evitando superposições desnecessárias e dar o melhor de cada um em função das especificidades de sua formação e de suas competências profissionais constituem elementos essenciais para o funcionamento eficaz das equipes multiprofissionais. Esses elementos devem caracterizar o trabalho da equipe de direção técnica da escola na sua condição de equipe multiprofissional. Corresponde ao psicólogo ter a sensibilidade para se integrar com modéstia e profissionalismo a uma equipe que geralmente já está constituída. Também cabe ao psicólogo assumir um plano de superação profissional que lhe permita estar à altura do que se pode esperar de sua ação nas condições concretas da escola em que atua, assim como propor criativamente, a partir da ampla gama de suas possibilidades de atuação, direções e estratégias de trabalho que constituam uma contribuição real para a escola em que trabalha. Esse seria, enfim, seu aporte à construção e à consolidação de uma nova e mais produtiva representação do psicólogo escolar em nosso contexto social. O que pode fazer o psicólogo na escola? Albertina Mitjáns Martinez