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Análise das Probabilidades de Ocorrência de Acidentes de Acidentes
causados durante a movimentação de cargas – Revisão Dez13
Engº Antonio Fernando Navarro1

Introdução:
A movimentação e o transporte de cargas representam riscos, por serem atividades
perigosas, onde o próprio perigo é o do transporte de cargas. O movimento de uma carga não
necessariamente é necessário para o transporte da mesma. O transporte provoca o deslocamento,
intencional, de uma carga, a fim de que essa possa estar em outro local ou posição. O risco de
movimentação de uma carga pode não ter o mesmo impacto, quanto à ocorrência de perdas ou danos que
o transporte da mesma.
Movimenta-se uma carga para se ajustar em seus calços, para adequar à um
procedimento de montagem, para se realizar serviços de manutenção, como de lubrificação, pintura, ou
rotação de partes móveis, essas quando o período de estocagem for longo. Já o transporte requer o
deslocamento da carga para outros locais. Tanto em um caso quanto em outro haverá sempre a
necessidade de se avaliar se os meios ou dispositivos empregados na movimentação ou transporte serão os
adequados ao local onde ocorrerá a "faina" e compatíveis com o peso do material – carga – movimentada
ou transportada. Esclarece-se que o transporte também é um movimento, só que para posicionamentos
específicos.
O risco decorrente dessa atividade normalmente é perigoso, isto é, o risco é uma natural
consequência do perigo que se avizinha, representado por: queda da própria carga ou do veículo
transportador, neste caso atingindo a carga, o veículo, pessoas envolvidas ou não com a atividade, o
patrimônio da empresa e de terceiros, enfim, pode provocar uma série de transtornos, como por exemplo,
a interdição de pistas de rodovias, pelo tombamento de veículos ou o deslocamento de passarelas sobre
rodovias, em função do excesso de altura da carga.
Toda operação envolvendo o manuseio de cargas em recintos abertos ou não, deve ser
sempre cercada dos cuidados indispensáveis, visto que os acidentes costumam ser em grande número. Os
riscos envolvendo o transporte ou manuseio de cargas leves representam cerca de 70% das ocorrências. Isso
se deve aos cuidados ou precauções que se têm com o transporte de cargas pesadas, principalmente devido
ao emprego de equipamentos de grande porte que necessitam de espaços e requerem cuidados em suas
operações. Invariavelmente, poderão ocorrer perdas ou danos envolvendo:
• as próprias cargas transportadas;
• os equipamentos que estão no trajeto das cargas móveis;
1

Antonio Fernando Navarro é físico, matemático, engenheiro civil, engenheiro de segurança do trabalho, especialista
em proteção de sistemas elétricos e em técnicas de gerenciamento de riscos, mestre em saúde e meio ambiente e
professor do curso de Ciências Atuariais da Universidade Federal Fluminense. Durante cerca de 25 anos foi Gerente de
Riscos de Seguradoras e Perito do Ressegurador Nacional (IrB).
• os equipamentos que transportam as cargas;
• as pessoas que estejam nas proximidades da operação;
• as instalações da empresa.
Como forma de prevenirem-se os danos físicos e materiais pelo menos três itens existentes
em uma operação de transporte devem ser avaliados, por representarem, em conjunto, uma participação
superior a 80% das causas dos acidentes ocorridos. São eles:
→ carga;
→ cabos;
→ máquinas de guindar.

• Carga
Toda carga movimentada deve estar bem arrumada ou disposta e perfeitamente amarrada, de
forma que mudanças súbitas ocorridas tanto na direção quanto no sentido do trajeto não venham a provocar a
queda ou o seu tombamento. Se a carga for única e com grande dimensão passam a ser necessários pontos
de pega ou pontos de içamento. Se a carga for composta por vários volumes, o seu empilhamento deve ser
feito de forma que o conjunto permaneça em equilíbrio, com as carcas mais pesadas ocupando o primeiro
plano de carregamento. Se os volumes forem dispostos sobre estrado metálico ou de madeira, deverão ser
projetados pontos de pega e de amarração das caixas. O estrado terá que ter resistência mecânica compatível
com a carga apoiada sobre ele, e, sempre que possível, ser uma plataforma estruturalmente estável, plana e
com dimensões maiores do que a dimensão planificada das cargas..
Os pontos para içamento situar-se-ão de modo tal que o cruzamento das lingadas ou cabos de
içamento não danifiquem própria carga. Isso quer dizer que os cabos devem estar, sempre que possível, na
vertical, partindo dos pontos de pega para o equipamento de içamento. Um exemplo disto é o apresentado
esquematicamente a seguir:

•

•

← ponto de içamento →

lingadas

←

←

cargas

errado

→

→

certo
Ilustração de AFANP

Ao empilharem-se várias embalagens objetivando facilitar o manuseio das mesmas ou seu
armazenamento, deve-se verificar as condições de resistência de cada embalagem, bem como as
recomendações dos fabricantes, de modo que não haja o rompimento das embalagens inferiores pelo excesso
de peso daquelas que estão acima, preservando assim as mercadorias nelas contidas. Alguns produtos são
embalados com recomendações bastante explícitas para o transporte e estocagem. Essas recomendações são
devidas não só em função do peso ou das dimensões das mercadorias como também do modo de serem
transportadas e da resistência estrutural das embalagens. Por exemplo, não se pode empilhar mais do que 5
embalagens de televisores ou duas embalagens de geladeiras a fim de que as mercadorias não venham a se
danificar ou tombem nos depósitos das lojas ou das transportadoras. As caixas de papelão de uma só folha,
com as de sapato, são facilmente deterioradas pela umidade ambiente. Por essa razão recomenda-se não se
exceder a 10 caixas empilhadas.
O empilhamento pode ser limitado por normas de segurança em função do volume das
substâncias estocadas. Essa situação ocorre principalmente com produtos extremamente voláteis, produtos
que reagem em contato com o ar ou com outros produtos, substâncias inflamáveis ou corrosivas. Nesse caso
o Segurador pode definir os limites de armazenamento em decorrência da agravação ou não dos custos de
seguros de incêndio para os armazéns. Assim, quanto maior for a quantidade de itens estocados maior será a
probabilidade de perdas devido a um incêndio. Considera-se também que os próprios agentes extintores, a
água principalmente, danifica as embalagens e as mercadorias. Nesses casos os critérios de armazenamento
passam a ser definidos por áreas específicas, separadas umas das outras por paredes de alvenaria e com as
passagens protegidas por portas corta-fogo, resistentes a 3 horas de incêndio. Ressalta-se essa questão porque
com o aumento da temperatura ambiente devido ao incêndio ocorre um fenômeno denominado de flashover,
ou incêndio de progresso rápido, considerado o "terror" de todo o bombeiro (A teoria do flashover diz que
durante o crescimento do incêndio, o calor da combustão poderá aquecer gradualmente todos os materiais
combustíveis presentes no ambiente e fazer com que eles alcancem, simultaneamente, seu ponto de ignição,
produzindo a queima instantânea e concomitante desses materiais (dita, ignição súbita generalizada ou
inflamação generalizada). Isso acontece porque a camada de gases do incêndio (gases aquecidos) que se
cria no teto da edificação durante a fase de crescimento do fogo irradia calor para os materiais
combustíveis situados longe da origem do fogo (zona de pressão positiva). Esse calor irradiado produz a
pirólise dos materiais combustíveis do ambiente. Os gases que se produzem durante este período se aquecem
até a temperatura de ignição e ocorre o flashover, ficando toda a área envolvida pelas chamas.). O
comportamento gráfico da temperatura ambiente em decorrência do incêndio cresce exponencialmente,
fazendo com que todas as mercadorias existentes nas proximidades passem a queimar simultaneamente. O
tempo que isso leva depende do volume do depósito e da quantidade de mercadorias estocadas, mas não é
superior a 10 minutos. Um avião Boing 727 pode ficar inteiramente destruído por um incêndio em apenas 7
minutos.
Um exemplo de armazenamento de mercadorias sobre pallets é o esquematizado a seguir. É
importante que os pallets possuam “pés” ou calços para proteger as mercadorias da infiltração de água. Se as
mercadorias forem sensíveis a água os pallets serão de material plástico ou metálico. No nosso exemplo, o
excesso de peso estar por esmagar a caixa debaixo, deformando a embalagem e pondo em risco o conteúdo
da mesma.
caixa esmagada pelo peso -->
Ilustração de AFANP
Nas operações de levantamento mecanizado de cargas, devem ser observados os seguintes aspectos. Antes,
porém, é necessário que se apresentem algumas definições sobre termos utilizados para a denominação dos
cabos de aço e seus acessórios:

Definições:
•

Balanças: Para cargas onde o desejado é manter os cabos que sustentam a carga na posição vertical;

•

Cabo de carga “Hoist Rope”: Cabo Principal do levantamento;

•

Cabo de Jib “Whip Line” ou “Auxiliary Hoist Line”: Cabo auxiliar de Levantamento principal (na
lança);

•

Cabo Estacionário “Pendant Line - Jib Stay Line”: É o cabo que mantém o jibe numa posição fixa
(tirante de estaiamento do jibe);

•

Capacidade da Máquina “Rated Loam”: É a capacidade máxima indicada na tabela do fabricante
para a menor configuração e o menor raio de operação;

•

Carga “Load”: Qualquer objeto a ser movimentado;

•

Destorcedor: Quando um cabo recebe uma carga tende a esticar e girar em seu eixo, o destorcedor
compensa este giro não o transmitindo para o restante;

•

Equipamentos Suspensos: Equipamentos aéreos utilizados normalmente para movimentar cargas
variáveis entre os pontos de uma área. A função primária destes equipamentos é transferir cargas.

•

Eslinga ou linga: estropo grande de cabo ou corrente, ou rede para içar ou arriar cargas pesadas.

•

Estropo:Pedaço de cabo ou lona com que se envolve um objeto para içá-lo.

•

Jib “JIB”: Extensão fixada à ponta da lança com a finalidade de aumentar a altura (distância da ponta
de lança ao solo) de içamento;

•

Lingada “Sling”:

Conjunto de dispositivos tais como: estropo, manilha, esticador, etc.,

utilizado para amarrar a carga ao gancho;
•

Movimentação de cargas: Operação ou conjunto de operações que envolvam a mudanças de posições
de cargas por qualquer processo ou serviço no canteiro de obras.

•

Patola “Outrigger”: Braços extensíveis ou fixos montados em máquinas sobre pneus utilizados para
dar estabilidade à máquina;

•

Pé de lança “Inner or Lower Boom”: É à parte da lança fixada à superestrutura da máquina;
•

Peso da movimentação: É o peso total acrescido do peso de todos os acessórios de levantamento
(moitões, balanças, manilhas, etc.) suspenso na ponta da lança de uma máquina durante uma
operação de movimentação de carga;

•

Plano de carga “Rigging Plan”: É um documento constituído de desenhos que visa uma
movimentação de carga específica, com o objetivo de eliminar por antecipação todas as
interferências que poderiam ocorrer;

•

Pontes rolantes: Viga suspensa sobre um vão livre, que roda sobre dois trilhos. São empregadas em
fábricas ou depósitos que permitem o aproveitamento total da área útil (armazenamento de ferro para
construção, chapas de aço e bobinas, recepção de carga de grandes proporções e peso. Vantagens:
elevada durabilidade, movimentam cargas ultrapesadas, carregam e descarregam em qualquer ponto,
posicionamento aéreo. Desvantagens: exigem estruturas, investimento elevado, área de
movimentação definida.

•

Pórticos: São vigas elevadas e auto-sustentáveis sobre trilhos. Possuem sistema de elevação
semelhante ao das pontes rolantes. Os pórticos são utilizados no armazenamento em locais
descobertos. Vantagens: maior capacidade de carga que as pontes rolantes, não requer estrutura.
Desvantagens: menos seguro, interfere com o tráfego no piso, e é mais caro.

•

Quadrante: Região definida que passa pelo centro da patola estendida e o centro de máquina;

•

Raio de carga: É a distância entre o centro de giro da máquina e a vertical que passa pelo centro do
eixo da roldana da ponta da lança e o centro de massa da carga;

•

Sobre cabine: É a quadrante que abrange a região compreendida entre as patolas dianteiras da
maquina;

•

Stacker Crane: Consiste numa torre apoiada sobre um trilho inferior e guiada por um trilho superior.
Pode ser instalada em corredores com menos de 1 metro de largura e algumas torres atingem até 30m
de altura. Exige alto investimento, mas ocasiona uma grande economia de espaço.

•

Superestrutura: Estrutura com parte rotativa onde são montados os mecanismos de acionamento da
máquina e/ou cabine de operação (mesa da máquina).

•

Talhas

a) A capacidade de carga das talhas deve estar claramente posicionada no corpo da talha, bem como o
trilho também deve ter assinalada sua capacidade de carga;
b) As talhas devem estar seguramente presas aos seus suportes através de travas ou manilhas;
c) Talhas podem ser sustentadas em estrutura rígida(trilhos) ou por ganchos. Quando suspensas por
ganchos, estes devem ser providos com trava que não permitam o escape da talha;
d) As talhas elétricas devem ser providas com limite de fim de curso que não permita ao cabo de aço
sobre-enrolar no tambor e romper-se;
e) Os trilhos por onde correm as talhas devem ter batente de fim de curso para evitar a queda da talha;
f) O tambor das talhas com entalhe simples para acomodação do cabo deve ser livre de projeções que
possam danificar o cabo;
g) Só utilizar talhas que apresentem cabos, correntes, ganchos e demais componentes em adequadas
condições de uso;
h) Manter mãos e dedos distantes de pontos de pinçamento;
j) Não permanecer sob cargas suspensas;
•

Transportadores contínuos: Equipamento Horizontal, inclinado ou vertical, utilizado para
movimentar ou transportar continuamente cargas numa distância predeterminada, possuindo locais
de carga, descarga e de transferência fixas e/ou seletivas.

•

Veículos Industriais: Veículos motorizados ou não, utilizados para movimentar cargas uniformes ou
mistas, intermitentemente por caminhos variáveis que tenham superfícies e espaços apropriados.
Estes veículos industriais têm a função primária de manobrar ou transportar cargas.

Aspectos a serem observados:
a)

Estudo criterioso de levantamento constituído de desenhos com as características da máquina, da carga
a ser levantada e dos estaiamentos quando necessário; (estaiamento é um conjunto de estais, cabos ou
cordas empregadas na suspenção e movimentação das cargas - Segurar e manter firme com "estai",
emprego de um cabo ou vergalhão esticado que permite equilibrar uma torre ou elemento vertical em
pé na obra.)

b)

Os guindastes só poderão ser operados por pessoal treinado, habilitado e devidamente autorizados;

c)

Periodicamente será realizada rigorosa manutenção dos guindastes, dispensando-se especial atenção aos
freios, mecanismo de direção, cabos de tração e dispositivos de segurança;

d)

Periodicamente os cabos de aço em serviço devem ser inspecionados, a fim de que sua substituição seja
determinada antes de apresentarem perigo de ruptura. Devem ser implementadas ações de inspeção
periódicas, com a identificação, através de cintas coloridas, da realização das inspeções. A cor deve ser
a determinada para o bimestre. (Não se deve confundir as cintas de inspeção pelas Equipes de
Segurança do Trabalho com aquelas indicativas da capacidade de suportação dos cabos, principalmente
os de aço);

e)

Sempre que necessário os cabos de aço serão revestidos, para melhor proteção do equipamento que
estiver sendo içado;

f)

A condição do terreno definirá, em função das máquinas, a utilização ou não de "mats". Para tanto, o
Contratada deverá contar com informações fornecidas pela contratante, que habilitem tais estudos;

g)

Toda área de operação deverá ser isolada e devidamente sinalizada. O isolamento deve ser feito com
cordas ou "cerquites" e deve abranger um raio correspondente a uma vez e meia a altura do içamento da
carga. Todas as atividades que gerem vibração, como por exemplo o estaqueamento, deve ser
interrompida;

h)

A operação de levantamento será dirigida por elemento responsável, auxiliado por pessoal devidamente
treinado;

i)

Somente iniciar a movimentação, após se assegurar que a carga está corretamente amarrada;

j)

Somente movimentar cargas, com a máquina adequadamente patolada e aterrada;
k)

Não se deve movimentar a máquina, com cargas suspensas a fim de que não ocorra o desequilíbrio do
conjunto máquina+carga;

l)

Sempre que necessário, uma equipe de segurança do trabalho acompanhará as operações de içamento
de cargas, especialmente de peças pesadas;

m)

Os sinais convencionais serão feitos por uma única pessoa devidamente treinada e identificada
previamente pelo guindasteiro (rigger);

n)

Os levantamentos de cargas pesadas devem ser evitados em dias de chuva e/ou ventos fortes;

o)

O operador da máquina deve ter contato visual, com o sinaleiro. Caso não seja possível, deve ser
utilizado rádio para garantir a comunicação entre ele e o sinaleiro;

p)

Todos os levantamentos, que por sua natureza sejam demorados, devem ser iniciados tão logo
comecem os trabalhos do dia, de modo a terminar antes de anoitecer;

q)

Ninguém deve subir na carga em levantamento, permanecer ou transitar sob a mesma;

r)

Todo serviço de movimentação e levantamento de cargas deverá conter uma Programação de Trabalho,
fornecida pela Coordenação de SMS;

s)

As movimentações de carga devem ser feitas precedidas da APR e da PT;

t)

Nas movimentações de carga, deve ser utilizado um “cabo guia”, para evitar o balanço e guiar a carga
durante o içamento;

u)

Ao término da movimentação de carga, o isolamento físico deverá ser recolhido imediatamente;

v)

As movimentações de cargas especiais, que necessitem de grandes áreas de isolamento, devem ser
executadas em horário quando seja possível garantir a ausência de pessoal nas áreas adjacentes.

Desenho ilustrativo do Manual da CIMAF, indicando os componentes de um cabo de aço
Responsabilidades:
Caberá ao responsável pela instalação e ou montagem:
−

Selecionar pessoal com experiência comprovada em movimentação de cargas para atuar no
empreendimento;

−

Elaborar em conjunto com a Gerência de Planejamento, o plano de rigging específico para cada
içamento, conforme definido neste procedimento;

−

Verificar as condições dos acessórios utilizados nas operações de movimentação de cargas e
içamentos;

−

Executar as movimentações de cargas seguindo as instruções deste procedimento e do plano de
rigging específico para cada trabalho, objetivando sempre, a total segurança das operações, seja para
pessoal, equipamentos ou materiais.

Caberá ao supervisor da operação:
-

Elaborar em conjunto com o setor de produção, o plano de rigging específico para cada içamento,

conforme definido neste procedimento.
Caberá aos responsáveis pelas atividades de Segurança do Trabalho:
−

Acompanhar, sinalizar e apoiar as operações de movimentação de carga;

−

Verificar as condições dos acessórios utilizados nas operações de movimentação de cargas e
içamentos;

−

Verificar se as condições climáticas são favoráveis à realização das atividades;

−

Verificar se a área foi sinalizada e isolada;

−

Verificar se todos os que não estarão envolvidos diretamente com a atividade já saíram do local;

−

Verificar se os responsáveis por atividades nas proximidades foram avisados e orientaram suas
equipes;

−

Acompanhar e fiscalizar a execução pela equipe de movimentação de carga da realização dos
relatórios de manutenção de equipamentos e de inspeção (Check-List).

Caberá aos supervisores de área:
−

Todos os operadores de máquinas de elevação de cargas e sinaleiros (riggers) devem estar treinados
e usar credenciais (habilitação para a função);

−

Manter as máquinas sob rigorosa manutenção mecânica, incluindo-se a lubrificação;

−

Executar relatórios semanais de manutenção de equipamentos e de inspeção (Check-List).

Movimentação de Cargas Leves
Serão descritas a seguir, as sistemáticas mais adequadas de movimentações de cargas
consideradas “leves”, visando prevenir danos e riscos aos materiais e também para o pessoal de operação.
Nessas operações podem ser empregados diversos tipos de equipamentos como:
•

Carrinhos: São os equipamentos mais simples. Consistem em plataformas com rodas e um timão
direcional. Possuem vantagens como baixo custo, versatilidade, manutenção quase inexistente.
Desvantagens: Capacidade de carga limitada, baixa velocidade e produção, exigem mão-de-obra.

•

Palleteiras: Carrinhos com braços metálicos em forma de garfo e um pistão hidráulico para a elevação da
carga (pequena elevação). As palleteiras podem ser motorizadas ou não.

•

Empilhadeiras: podem ser elétricas ou de combustão interna (verificar ventilação). São usadas quando o
peso e as distâncias são maiores (se comparadas com o carrinho) As mais comuns são as frontais de
contrapeso. Vantagens: livre escolha do caminho, exige pouca largura dos corredores, segurança ao
operário e à carga, diminui a mão-de-obra. Desvantagens: retornam quase sempre vazias, exige operador
especializado, exige paletização de cargas pequenas.

•

Guindastes: usados em pátios, construção pesada, portos e oficinas de manutenção. O veículo pode ser
motorizado ou não. Opera cargas não paletizadas, versátil, alcança locais de difícil acesso mas apresenta
a desvantagem de exigir espaço e ser lento.

•

Plataformas de Carga e Descarga: utilizadas no recebimento e na expedição de mercadorias, facilitando o
trabalho. Geralmente são fixas.

•

Mesas e Plataformas Hidráulicas: usadas basicamente na elevação da carga geralmente em conjugação
com outro equipamento ou pessoa.

•

AGV (Automatic Guided Vehicles): São utilizados desde 1950 podendo carregar até 100 toneladas. Os
AGVs modernos são controlados por computador, possuindo microprocessadores e gerenciadores de
sistema, que podem até emitir ordens de transporte e recolher ou descarregar cargas automaticamente.
Existem diversos modelos, com os mais variados tipos de sensores e até por rádio-freqüência. As
desvantagens deste sistema são o custo e manutenção elevados.

•

Dispositivos para Movimentação de Barris: utilização limitada, mas bastante útil para este tipo de
material. Elimina a necessidade de paletização.

Tubos, Cantoneiras e Tubos de Andaime
As movimentações de tubos devem ser feitos com um par de estropos ou cintas, bem como as manilhas e
demais materiais para içamento. Os mesmos devem obedecer às normas de segurança.
Os estropos serão posicionados corretamente nos pontos determinados para as pegas, enforca-se com o uso
das manilhas e olhais opostos no gancho do guindaste.

Vigas Metálicas
As vigas metálicas ou qualquer peça que tenha cantos vivos terão um tratamento especial. É necessário ter-se
o cuidado em proteger os estropos com os quebra cantos.

Chapas
Para as chapas maiores, utiliza-se um dispositivo composto de uma viga I, no sentido longitudinal, com 02
(dois) cabos nas extremidades, presos na viga e no estropo do içamento, evitando-se assim o empeno da
chapa e o deslize do gancho.
Peças Pintadas ou Revestidas
Todas as peças pintadas ou revestidas serão movimentadas com cintas ou estropos revestidos com borracha,
evitando-se danos à pintura.

Anilhas e Grampos
Deverão ser inspecionados quanto ao desgaste, sendo inutilizadas quando este for superior a 10% do
diâmetro do pino a da região de curvatura. Quanto à trincas, deverão ser feitos exames de líquido penetrante
ou partícula magnética e quando estas apresentarem irregularidades serão inutilizadas

Moitões
Os moitões e roldanas serão inspecionados verificando pinos de conexão, parafusos, travas, etc. Verificar se
as roldanas giram livremente e se não apresentam folga, observar se não existe um desgaste no canal.
Roldanas danificadas deterioram rapidamente os cabos.

• Cabos
Cabos são elementos de amarração e de içamento de cargas. Podem ser constituídos por:
fibra natural, fibra sintética ou aço. São confeccionados para oferecer grande resistência a esforços
longitudinais. São comercializados com vários diâmetros, compatíveis com a carga que irão transportar. São
constituídos pela união de vários fios retorcidos ao redor de um fio central, formando as pernas, as quais, por
sua vez, são enroladas ao redor da alma do cabo. Nas indústrias, o cabo mais empregado e de maior
durabilidade é o de aço, feito de arames de fio de aço.
Inúmeros são os cuidados para prolongar-se a vida útil dos cabos. Um desses cuidados é o da
verificação da capacidade de carga. A carga de trabalho de um cabo de uso geral, especialmente quando
empregado na movimentação de cargas, não deve exceder a 1/5 da carga de ruptura mínima efetiva do
mesmo. Qualquer esforço ou carga adicional põem em risco toda a operação. Os fatores de segurança
mínimos, aplicáveis a cabos e cordoalhas de diversos usos são:
Aplicação dos cabos de aço
Cabos e cordoalhas estáticas
Cabos para tração horizontal
Cabos para guinchos
Cabos para pás, guindastes, escavadeiras
Cabos para pontes rolantes
Cabos para talhas elétricas
Cabos para derricks
Cabos para laços (slings)
Cabos para elevadores de carga
Cabos para elevadores de passageiros

Coeficiente de Segurança
03 a 04
04 a 05
05
05
06 a 08
07
06 a 08
05 a 06
08 a 10
10 a 12

(CIMAF)
Para a composição dos arames na fabricação dos cabos de aço existem inúmeros modelos,
dentre os quais destacamos: Seale, Filler e Warrington. Para a composição da alma dos cabos de aço pode-se
empregar algum dos seguintes materiais abaixo:
• alma de fibra natural;
• alma de fibra artificial;
• alma de aço formada por cabo independente;
• alma de aço formada por uma perna.
De acordo com a sua resistência os cabos de aço são classificados de várias maneiras. Uma
das mais empregadas para cabos e cordoalhas para uso marítimo é a seguinte:
• extra improved plow steel;
• improved plow steel;
• plow steel;
• mild plow steel;
• traction steel.
As almas de fibra, de modo geral, tornam o cabo mais flexível e leve, podendo ser de Rami,
Sisal ou Polipropileno. Apresentam como desvantagens: deterioração quando em contato com a água ou com
substâncias agressivas; fraca resistência ao esmagamento; aparecimento de gaiolas de passarinho (quando as
pernas se abrem sob a forma de uma gaiola, com a alma do cabo em seu interior), etc.. As almas de aço
garantem maior resistência aos amassamentos e aumentam a resistência dos cabos à tração.
A lubrificação dos cabos de aço é muito importante para a proteção contra a corrosão,
contribuindo também para o aumento da sua vida útil. Muitas empresas costumam envolver os cabos de aço
com grossas camadas de graxa, não as removendo nem mesmo para inspecionar periodicamente os cabos.
Ocorre que a graxa vai se contaminando com produtos químicos e resíduos e, por essa razão, termina sendo
nociva ao cabo, afetando principalmente a alma do cabo. Os cabos de aço, quando em serviço, devem ser
inspecionados periodicamente a fim de que a sua substituição seja determinada sem que seu estado chegue a
apresentar perigo de ruptura. Em geral, uma inspeção compreende as seguintes análises:

a) número de arames rompidos
Deve-se anotar o número de arames rompidos em um passo ou em 5 passos do cabo (passo é
a volta que uma perna faz ao redor da alma do cabo).
Observar se as rupturas estão distribuídas uniformemente ou se estão concentradas em uma
ou duas pernas apenas. Neste caso, há o perigo das pernas se romperem antes do rompimento do cabo.

pernas que compõem o cabo

alma do cabo
(AFANP)
(CIMAF)

(CIMAF)

b) arames gastos por abrasão
Mesmo que os arames não cheguem a romper-se, podem atingir um ponto de desgaste tal em
que há considerável diminuição do coeficiente de segurança do cabo, tornando inadequado ou contraindicando para muitos usos. A carga máxima suportada por um cabo está diretamente correlacionada ao
somatório das áreas de cada um dos arames que o compõem. Assim, se essa área passa a ser menor em
decorrência de uma abrasão, mesmo que superficial, a carga suportada pelo cabo também passa a ser menor.

(CIMAF)

c) corrosão
Durante uma inspeção periódica deve-se verificar cuidadosamente se o cabo de aço: está
sofrendo corrosão; se está sofrendo redução de diâmetro, mesmo que localizada, seja ela por esmagamento,
por falta de pernas, por desgaste ou por corrosão. Uma outra hipótese para a redução do diâmetro é a
decomposição da alma do cabo se de fibra natural ou artificial. A corrosão poder-se-á dar pelo ataque de
substâncias químicas agressivas como também pelo contato com a água salgada, com o ar atmosférico,
incidindo sob superfície desgastada por abrasão. Cabos que costumam ser arrastados sob superfícies duras
estão muito mais sujeitos de ataque por corrosão.

d) maus tratos e nós
Deve-se inspecionar todo o comprimento do cabo para a verificação da existência de nós, ou
de qualquer outra anormalidade que possa ocasionar um desgaste prematuro, ou a ruptura, principalmente
junto às fixações. A periodicidade para a inspeção pode ser determinada: pelo fabricante do cabo; pelas
condições de uso ou pelos esforços a que são submetidos. Qualquer deficiência encontrada já é um ponto
negativo na análise. Os maus tratos referem-se à forma de como o cabo é manuseado. Os fatores que
denotam bom uso são os seguintes:
•

limpeza;

•

ausência de nós (provocados pela maneira incorreta de enrolamento nas bobinas);

•

ausência de sinais de corrosão ou de abrasão;

•

ausência de fios rompidos;

•

ausência de esmagamento de alma ou de fios do cabo.

Defeitos nos cabos – almas saltadas (CIMAF)
Defeitos nos cabos – dobras (CIMAF)

Efeito nos cabos – Gaiola de Passarinho (CIMAF)

Máquinas de guindar
Máquinas de guindar são equipamentos destinados ou empregados na elevação e na
movimentação das cargas. As dimensões e capacidade devem ser compatíveis com as cargas a movimentar e
com os locais de trânsito, de sorte a obter-se um melhor aproveitamento do equipamento. Se empilha-se
cargas em prateleiras distantes umas das outras 1,50 metros, não se pode trabalhar com equipamentos de
largura superior a essa. Os equipamentos mais comumente empregados no içamento e/ou transporte de
cargas são:
•

elevadores;

•

gruas;

•

pórticos rolantes;

•

pontes rolantes;

•

empilhadeiras;

•

talhas;

•

tifors, e outras.
Um outro aspecto importante é aquele que diz respeito ao acionamento das máquinas,
principalmente o relacionado ao combustível empregado. Essa escolha é muito importante em função do
local onde o equipamento será operado. Os tipos mais comuns empregam: eletricidade, vapor, gasolina,
Diesel ou gás. Os equipamentos a gás são mais indicados para locais onde a produção de fagulhas no cano de
descarga é perigosa, capaz de gerar explosões em atmosferas contendo a presença de vapores inflamáveis.
Para o manuseio de cargas com equipamentos apoiados no solo deve-se verificar
previamente se o terreno está firme e se possui capacidade de suporte suficiente para o somatório dos pesos
do próprio equipamento e da carga transportada. Para um equipamento com peso de 5 toneladas e que
transporte 15 toneladas, a capacidade de resistência do piso deverá ser de no mínimo 20 toneladas.
O índice de acidentes envolvendo o manuseio de cargas é bem grande devido a uma série de
fatores, dentre os quais destacamos:
•

imperícia do operador, acarretando tombamento, queda ou perda da carga transportada (15%);

•

defeitos mecânicos no equipamento, conduzindo à queda ou quebra da carga transportada (25%);

•

rompimento das lingadas, com a queda da carga (15%);

•

rompimento dos pontos de pega, com danos à carga ou a sua queda (10%);

•

tombamento da carga por má arrumação ou má estiva (30%);

•

tombamento da carga por excesso de velocidade do transporte, provocada, principalmente, por má
arrumação ou falta de fixação (25%);

•

problemas com o piso, como buracos ou ondulações, que podem fazer com que os equipamentos de
transporte das cargas se desequilibrem ou tombem (5%);

•

danos com o equipamento de içamento ou transporte (5%), etc.
Pelo fato do grande número de acidentes estar correlacionado a imperícia do operador,

dever-se-á dar uma maior atenção a esse aspecto. Os acidentes mais comuns em que a imperícia é flagrante
são os seguintes:
• excesso de velocidade;
• abalroamento por falta de visibilidade;
• tombamento do veículo ou da carga;
• queda da carga pela precariedade na amarração da mesma, e outras causas mais.
As consequências desses acidentes podem ser conduzir a danos físicos ou materiais à
pessoas, máquinas, equipamentos, mercadorias e construções.

Análise do Problema
Por que os artigos, fotos e informações sobre acidentes envolvendo cargas e mesmo o
transporte de cargas de grandes dimensões ou pesos despertam tamanha curiosidade? Será por que o Homem
passa a ser “pequeno” diante da operação envolvendo transportes de navios, plataformas e outras de menores
dimensões, como as envolvendo os ônibus espaciais? Será por que os riscos são sempre elevados? Ou será
que a movimentação de cargas é uma atividade interessante?
Há uma probabilidade dos riscos aumentarem em função das dimensões e geometrias das
cargas, dos pesos e dos equipamentos envolvidos, do trajeto da movimentação, da quantidade de pessoas
envolvidas, enfim, trata-se de uma equação onde a quantidade de incógnitas quase sempre é grande.
Contudo, não existe uma relação direta entre o tamanho e ou peso da carga e o valor das perdas causadas.
Algumas das incógnitas a serem consideradas (variáveis) nos cálculos de probabilidades são:
1a. peso da própria carga;
2a. existência de obstruções ou obstáculos ao longo do trajeto a ser percorrido;
3a. distância a ser percorrida;
4a. características da amarração da carga;
5a. características do veículo transportador da carga;
6a. relação entre a capacidade de carga do transportador e o peso da carga transportada;
7a. planejamento da atividade;
8a. monitoramento e supervisão constante;
9a. existência de partes projetadas da carga;
10a. condições ambientais, principalmente velocidade e direção do vento;
11a. condições de suportação do piso que deve ser superior ao somatório dos pesos da carga e dos veículos
transportadores, minimamente;
12a. condições de visibilidade pelo rigger e pelo operador do equipamento de transporte;
13a. existência de desnivelamento do piso;
14a. necessidade de execução de múltiplas mudanças de direção e sentido durante a movimentação;
15a. condições de fixação dos cabos de içamento à carga transportada;
16a. capacidade de resistência dos acessórios de içamento e transporte;
17a. realização de vistoria geral de todos os elementos que possam provocar a queda da carga,
principalmente as conexões entre os segmentos da lança dos guindastes;
18a. possibilidade de outros veículos entrarem na rota dos transportadores da carga;
Condições climáticas, por exemplo, influenciam as questões de segurança na medida em
que o vento, ou os temporais com raios podem ocorrer. O piso em que se desenvolvem as atividades também
pode ser um perigo a mais. Assim, quanto mais se detalha o processo mais se verifica que há riscos. Um
lojista, pegando na prateleira de cima um sapato para uma cliente, pode escorregar na escada de acesso ou na
cadeira e cair. Uma dona de casa, levando os pratos da cozinha para a mesa na sala pode tropeçar na ponta de
um tapete e cair com a carga transportada. Se essa se partir, a dona de casa pode se ferir. Assim, deixando de
lado o microscópio e passando para a lupa, observa-se que há riscos em todas as atividades de transporte. Por
isso, talvez haja tanto interesse das pessoas na leitura de temas assim.
Durante longo período de tempo de atuação em atividades de gerenciamento de riscos,
por mais de 25 anos em ambientes industriais, em várias fases como projeto, construção e montagem,
instalações, testes, comissionamentos e descomissionamentos, reparos e mesmo em análises técnicas de
sinistros ocorridos como perito, ou de entrega de obras, tivemos a oportunidade de tomar conhecimento,
analisar, avaliar e regular sinistros de uma série de acidentes envolvendo o transporte de cargas, afetando
pessoas, meio ambiente, patrimônios da própria empresa ou de terceiros, e mesmo aqueles envolvendo
responsabilidade civil do empreendimento.
No exercício dessa atividade começamos a nos preocupar com as análises desses casos, já
que, em algumas vezes, os danos causados estendiam-se além do ambiente onde ocorria a movimentação da
carga, afetando outras unidades, como por exemplo, em um terminal de óleo e gás, onde o transporte de um
equipamento por sobre tubovia interrompeu o transporte dos produtos e gerou princípios de incêndio.
Como a análise ao longo dos anos terminou sendo bastante extensa, traçamos uma linha
de corte para os acidentes que envolviam a segurança do trabalho, ou melhor, a segurança no trabalho.
Assim, estabelecemos como objetivo deste artigo oferecer a todos aqueles que se interessam pelo tema:
movimentação de cargas informações que possam ampliar os níveis de segurança adotados. Para tanto,
relatamos os resultados, fruto dessas análises estatísticas, sem qualquer aplicação de metodologias de análise,
usualmente empregadas na área de engenharia de produção, e tão somente as causas raiz e causas básicas, ou
as origens dos acidentes.

Descrição do problema:
O transporte ou movimentação de cargas sempre foi uma atividade relacionada à
atividade humana, direta ou indiretamente. Inicialmente, o transporte era executado de duas maneiras:
•

Empregando o esforço físico humano;

•

Utilizando o esforço de animais de tração.
Enquanto o Homem era nômade, mudava-se constantemente, levando seus pertences

sobre suas costas ou no lombo de animais. Quando passou a residir em aglomerados que passaram a ser
cidades, embelezava-as transportando materiais de construção. Vendia e adquiria bens e produtos
transportando-os, em caravanas, ou em pequenas embarcações. No século 19 empregava locomotivas e
navios. No início do século 20 o principal meio de transporte passou a ser rodoviário. Os modais de
transporte foram se adaptando às necessidades humanas e ainda o são. Para a construção da estação espacial
o modal de transporte passou a ser foguete. Seja qual for o modal de transporte ou a forma de como as cargas
são transportadas ainda continua sendo a atividade de transporte, com os riscos a ela inerentes, como por
exemplo, a queda da carga com danos à mesma e ou danos a instalações, pessoas e bens.
Com o passar dos tempos, e as mudanças ocorridas na atividade de transporte, e as razões
ou meios para tal, associando-as às distâncias percorridas e aos esforços físicos, o homem passou a
empregar:
•

Ferramentas ou equipamentos rudimentares, como por exemplo, toras de madeira;

•

Veículos ou meios de transporte específicos, como carroças ou navios.
Posteriormente, com o aumento das dimensões das cargas e das dificuldades dos

transportes, o homem passou a empregar dispositivos especiais, como torres, polias associadas, rampas, em
aclives ou declives, carretilhas, tirfors, e outros meios, até chegarmos aos guindastes de milhares de
toneladas de capacidade de carga. O interessante disso tudo é que as formas anteriores ainda continuavam a
ser empregadas.
Existem estudos que nas construções das pirâmides no Egito os trabalhadores erigiam
rampas e prendiam as grossas cordas em torno das pedras para posicioná-las. Alguns trabalhos mencionam
que esse esforço era executado somente pelos trabalhadores, outros, que as pedras eram suportadas por toras
de madeira para melhor deslizarem. Se a segunda hipótese for verdadeira, os egípcios foram os primeiros a
empregar a técnica de “esquidagem” para os deslizamentos, hoje muito empregada em estaleiros para a
movimentação dos módulos de plataformas e mesmo de jaquetas.
Na literatura pode-se analisar e conhecer também o que hoje é denominado de modal de
carga. Essa expressão significa o modo de como a carga é transportada, se através de vagões, esteiras
transportadoras, aviões, força humana, mecanismos de transporte, como ponte rolante, empilhadeira,
carrinho de mão, entre outros. O importante é se saber que o tipo de transporte irá variar de acordo com a
geometria e dimensões da carga, peso, distâncias percorridas e elevações. A carga pode ser desde o
transporte de derivados de petróleo em oleodutos, containers, instalações modularizadas, peças e
equipamentos. Enfim, existe e deve existir uma associação entre a carga e o meio de transporte empregado.
Quando existe, está se falando em otimização do meio de transporte. Não faz sentido uma empresa adquirir
um guindaste de capacidade para 250 toneladas se a maior carga a ser transportada não ultrapassar a 5
toneladas. Da mesma maneira que, em locais pequenos não é recomendável o emprego de equipamentos de
transporte de grandes dimensões.
Pode se associar as atividades aos riscos de modo simplório, como apresentado na
sequência a seguir. Percebe-se inicialmente que não se expandem as opções e análises, mesmo porque se
trata de um artigo que busca levar um pouco de informação que poderá ser ampliada pelos leitores, de acordo
com suas necessidades.

As movimentações de carga e os acidentes
Há artigos acadêmicos que traçam paralelos entre as características das movimentações
de carga, manuais, e as lesões aos trabalhadores, associadas. Assim, pode-se ter a associação do aumento do
numero de acidentes quando os ambientes de trabalho são menores, as lesões provocadas pelo modo de
transporte, as partes do corpo humano – estrutura osteomusculares – mais expostas à lesões. Dois exemplos
são interessantes de serem mencionados, obtidos durante nossas atividades.
No primeiro, durante uma inspeção para fins de cumprimento de atividade de auditoria
comportamental, dois operários subiam por uma escada de madeira, bem travada, onde executavam o
arrasamento de estacas para a construção de um bloco de fundações. Como havia um grande número de
pessoas no local, aproximadamente trinta pessoas, em um quadrilátero com arestas de aproximadamente 25
metros, muitos subiam ou desciam, transportando todo o tipo de material, ferramentas portáteis
principalmente. Quando os dois trabalhadores chegaram ao topo da escada, ao se virarem, para depositar o
material transportado para um local específico, atingiram a extremidade do objeto transportado em um
trabalhador, que foi projetado sobre a rampa da escavação, sofrendo escoriações em ambos os braços.
No segundo exemplo, ao final do expediente, em uma atividade de montagem de formas
para a ampliação de uma construção, o encarregado solicitou a um empregado (servente) que puxasse uma
lateral de forma de no máximo 4,5 metros, com largura de 40 cm, ou seja, não se tratava de uma carga
excessiva. O operário, ao se abaixar para pegar o painel, sofreu uma dor aguda nas costas. Após radiografia
constatou-se tratar de um pinçamento de um osteofito (bico de papagaio) em uma das vértebras dorsal na
musculatura. A dor aguda o imobilizou, e o trabalhador foi encaminhado ao serviço médico. Ao invés do fato
ser um acidente do trabalho foi enquadrado como agravamento de lesões pré-existentes, já que uma
calcificação como a apresentada na radiografia não poderia passar a existir com um trabalhador executando
suas atividades em alguns meses e em qualquer outra atividade.
Nesses dois exemplos, com o transporte manual de cargas, identificamos que a falta de
um adequado planejamento e supervisão das atividades foi a causa principal dos acidentes ocorridos. Essa
questão de definir-se a “causa principal” muitas vezes é relegada a um segundo plano. Quando o objetivo
maior é o da prevenção, é importante saber o que terminou redundando em um acidente, ou seja, qual foi a
causa ou o que precipitou a ocorrência. Por exemplo, uma simples distração de um trabalhador pode vir a
representar a causa do acidente, mas não necessariamente a causa principal. A distração pode ter sido
motivada pelo encarregado chamando o trabalhador para que execute outra atividade, pode se dar ao
observar um veículo circulando nas proximidades, enfim, um trabalhador pode se desconcentrar de seu
trabalho até mesmo ao tocar o telefone celular em seu bolso. Muitas vezes, em discussões sobre ocorrência
de acidentes, pelas dificuldades que se apresentam, pode não se chegar à “causa raiz”, ou se descobrir que
poderiam ter concorrido para a ocorrência dos acidentes várias causas.

Riscos devido ao dimensionamento dos equipamentos
O equipamento de transporte das cargas deve sempre estar dimensionado às
características físicas da mesma, incluindo-se aqui peso, dimensões e geometria. Quando o dimensionamento
é incorreto podem se manifestar acidentes cujas causas associadas podem estar relacionadas a:

Observando-se o quadro anterior (de autoria de AFANP) se apropriadas as ocorrências
dos acidentes dentro de uma amostra de 385 casos avaliados, às causas consequentes, percentualmente
falando, chegou-se aos resultados apresentados a seguir. Contudo, em muitas das ocorrências havia a
possibilidade de as causas associadas serem várias. Desta maneira, em vista de não se ter os elementos
necessários para se ir adiante nas análises, preferiu-se listar aquelas causas que teriam maior contribuição
para as ocorrências. Os percentuais obtidos foram (relativos aos 385 casos) – os percentuais sofreram
arredondamentos:
1. Falta de inspeção completa do equipamento e seus acessórios

90%

2. Equipamento inapropriado para a carga a ser transportada

85%

3. Capacidade dos acessórios e cabos subavaliados

75%

4. Existência de obstáculos a serem transpostos

65%

5. Capacidade de carga do terreno subavaliada

55%

6. Inabilidade do operador

50%

7. Geometria da peça que exigiria o emprego de equipamentos auxiliares

45%

8.
9.
10.
11.
12.
13.
14.

40%
35%
35%
25%
20%
20%
15%

Características do terreno
Condições ambientais adversas, com muita chuva e vento
Local inapropriado
Falha estrutural no equipamento
Dimensões e peso das cargas
Acessibilidade do equipamento e da carga
Falta de um adequado isolamento da área

Um fato relevante é o de acidentes terem sido provocados pela existência de obstáculos a
serem transpostos. Em muitos desses não havia como se desviar a carga do seu percurso e ocorreu também a
falta de planejamento associada a questões de logística. Então, por que foi empreendida a atividade? Pelo
fato de não ter ocorrido um adequado planejamento e pela habitual pressa na conclusão das tarefas, quando
então passam a ser comuns os atalhos nos procedimentos, ou o descumprimento de regras e procedimentos.

Rompimento da lança do guindaste por excesso de carga transportada. A lança do guindaste ficou totalmente
deformada. A movimentação do equipamento fora de sincronia com o deslocamento da carca, e o excesso de
peso na extremidade da lança produziram o acidente, com a deformação total da treliça da lança. Pela
imagem a lança foi torcida e quebrada, o que significa que ocorreram os movimentos da carga com a
trançagem dos estropos. (foto obtida da internet)
Queda do guindaste por falha de operação do mesmo. O guindaste era limitado em função do peso da carga
movimentada e assim, havia restrições na angulação da lança que não foram obedecidas pelo operador. Esse
tipo de equipamento em terreno de superfície irregular é muito sujeito a acidentes de tombamento. Isso se
deve ao centro de gravidade do equipamento ser alto. Da centralização do equipamento ficar sobre o sistema
de movimentação da cabina, e do balanceio da carga pelas depressões ou esbarros em estruturas fixas. (foto
obtida da internet)

Destruição de lança de guindaste associada pelo elevado peso e por fortes ventos. Nesse caso a lança ficou
totalmente deformada com a queda da carga transportada. Trata-se de situação típica de torção e dobra. (foto
obtida da internet)
Neste acidente, o guindaste girou bruscamente e "fugiu do controle" do operador de máquinas e se chocou
com a estrutura dos alojamentos da plataforma. Os três trabalhadores que estavam na cesta de transbordo
caíram de uma altura de seis metros. O técnico de segurança não resistiu. O mecânico funcionário da
empresa contratada conseguiu pular e segurar no corrimão e teve escoriações leves e o técnico de operação
teve suspeita de fratura do fêmur e tornozelo. Os feridos foram atendidos pelo profissional de saúde da
Plataforma e depois transferidos para outra plataforma próxima para melhor atendimento. Um fato
importante é que quando uma atividade é planejada e supervisionada nada foge do controle. Nesses casos
muitas vezes o operador do equipamento não tem a visão do que ocorre do outro lado, precisando que um
supervisor da operação o oriente através do rádio. O içamento de pessoal é uma manobra arriscada porque é
realizada junto ao costado da embarcação e está sujeita à ação dos ventos, que podem movimentar o cesto em
várias direções. Afora isso, os passageiros, em pânico, podem contribuir para a instabilidade do cesto,
provocando o "rodopio" do cesto e a "trançagem" dos estropos. Foto enviada por Renato Pereira.

Tombamento do guindaste por quebra de patola. Antes de iniciar as atividades o operador é obrigado a abrir
as lanças das patolas do veículo, aumentando a área de apoio e dividindo a carga içada em mais pontos. Com
a quebra de uma delas houve o desequilíbrio do equipamento e seu tombamento. O desequilíbrio foi criado
pelo recalque diferencial do piso, associado à quebra do pino da patola. (foto obtida da internet)
Riscos devido ao envolvimento dos trabalhadores
Os trabalhadores têm uma grande relevância no processo ou mecânica do acidente.
Algumas vezes por imperícia, mal súbito ou outras causas. Não é incomum que se descubra, em acidentes
envolvendo automóveis, que o condutor sob estresse confundiu os pedais do freio com o do acelerador.
Quando se avalia a importância do trabalhador como um dos responsáveis pela ocorrência dos acidentes
correm-se riscos, cujas causas associadas podem encontrar-se associadas a:

Uma das falhas mais comuns é a de atribuir-se aos trabalhadores responsabilidades de
transportar cargas que se encontrem além de suas capacidades.
Em uma análise envolvendo 270 sinistros, os percentuais são os apresentados a seguir,
destacando-se, contudo, que em muitas das ocorrências havia a possibilidade de as causas associadas serem
várias. Desta maneira, em vista de não se ter os elementos necessários para se ir adiante nas análises,
preferiu-se listar aquelas causas que teriam maior contribuição para as ocorrências. Os percentuais obtidos
foram (relativos às 270) – os percentuais sofreram arredondamentos:
1. Características das cargas a serem transportadas, principalmente em sua geometria

95%

2. Passagem de equipamentos nas proximidades

90%

3. Trajeto apresentando obstáculos ou interferências

85%

4. Dificuldades de manuseio das cargas pela ausência de pontos de pega adequados

80%

5. Falta de um adequado isolamento da área

80%

6. Transposição de obstáculos tanto em altura quando em mesmo nível

75%

7. Cargas com excesso de umidade ou de óleo

65%

8. Deficiências de nivelamento ou de obstáculos no piso

55%

9. Peso excessivo ou concentrado das cargas

45%

10. Imperícia ou imprudência do trabalhador

45%

11. Excesso de pessoas no entorno da operação de transporte

35%

12. Falta de uma adequada sinalização para os riscos no ambiente

35%

13. Cargas com extremidades agudas

35%

Destaca-se que em praticamente todas as causas associadas apontadas, percebeu-se que a
falta de um adequado planejamento da atividade e de supervisão poderiam ter reduzido esses percentuais à
metade. Daí a importância de se estar sempre buscando anteverem-se os acidentes através de uma correta
análise de riscos, a qual pressupõe o planejamento e a supervisão das atividades. Em algumas das
ocorrências, os locais onde ocorria a movimentação de cargas não se encontravam isolados ou sinalizados de
modo eficiente, que fizesse com que o trabalhador estivesse alerta. Percebeu-se nessas avaliações as naturais
“confusões” de entendimento entre o que é um isolamento ou bloqueio, do que é uma sinalização de alerta
para o perigo ou para os riscos.

Transporte de carga perigosa de forma inadequada, com riscos ao transportador e a terceiros. (foto obtida da
internet)
Esse tipo de transporte, improvisado, apresenta elevado risco de acidentes. As falhas são
grandes, como a do posicionamento dos botijões, amarrações, excesso de peso, desequilíbrio do conjunto ,
entre outras falhas mais. Em uma freada onde seja acionado mais o freio da roda da frente a moto pode
"virar" sobre o motoqueiro.

Neste acidente, a queda da lança de um bate estacas caiu devido ao cisalhamento do pino central, substituído
por uma ponteira de aço de maior dureza. A queda da lança, além da perda da mesma, atingiu parcialmente a
cabine do caminhão onde o equipamento seria depositado para o transporte. (foto de AFANP)
Pode se dizer que tratava-se de acidente prenunciado, pois que o nível de improvisação da
operação era bem grande. As empresas prestadoras de serviços não tem os mesmos cuidados quando os
serviços já foram concluídos e essa precisa remover seus equipamentos do local, para novas atividades.
Dessa forma, a pressa na conclusão das tarefas passa a ser predominante na ocorrência dos sinistros. Afora
isso, costuma-se empregar equipamentos inadequados, como o guincho de um caminhão do tipo "munck"
para içar uma peça que chega a ser maior do que o tamanho da carroceria, e que apresenta excentricidade de
peso, para diferença das seções da lança.

Neste acidente envolvendo veículo com caçamba para trabalhos em altura (plataforma auto elevatória), a
falta de travamento da lança fez com que um vazamento de óleo do sistema hidráulico causasse a queda da
lança sobre o veículo. Os trabalhadores conseguiram se salvar, porém os danos ao equipamento foram
grandes. (Foto de Renato Pereira)

Tipo de trabalho manual onde há constantes acidentes envolvendo o pensamento de dedos durante a
movimentação das cargas (camisas metálicas de equipamento de cravação de estacas raiz. A operação não
obedece a nenhum procedimento de segurança. (foto de AFANP)
Cada seção dessa pesa cerca de 80kg. As seções, quando removidas, encontram-se
úmidas e com sujidade, prejudicando a "pega" pelos trabalhadores, terminando por escorregar de suas luvas.
Assim, enquanto as seções permanecem quase que na vertical são comuns relatos de esmagamento ou
prensagem de dedos.

Riscos devido ao tombamento do veículo transportador
O tombamento do veículo transportador pode ser devido a inúmeras causas. Certamente
decorre do desequilíbrio do conjunto veículo x carga. Quase sempre o desequilíbrio se dá quando a carga tem
dimensões maiores do que o veículo e ou centro de gravidade elevado. Neste caso, o CG pode gerar um
efeito “momento”, produzindo o tombamento, principalmente quando o veículo circula em pavimentos
desnivelados que pode causar a inclinação perigosa do mesmo.

Quando se menciona o tombamento do veículo pode se estar tratando de um navio, de
uma empilhadeira, de um carrinho de mão, elevador, caminhão grua, ou outro meio de transporte. Neste
artigo trataremos de acidentes envolvendo caminhões. Como nossa avaliação estamos tratando das condições
do terreno, em 420 sinistros, obtidos em parte, em atividades em faixas de dutos e em reparos junto a vias.
Os resultados a que se chegou quanto às causas associadas que contribuíram para a ocorrência dos acidentes
foram:
1. Existência de obstáculos ou obstruções nas vias

95%

2. Desníveis existentes nas vias

90%

3. Obstruções por viadutos ou passarelas mais baixas

85%

4. Capacidade de suportação do piso

70%

5. Inadequação do piso ao tipo de transporte

65%

6. Contenção do terreno

40%

7. Falha na estiva por onde transitavam os veículos

35%

8. Falta de planejamento da atividade

30%

9. Rompimento de sapatas de distribuição da carga no veículo

20%

10. Falhas mecânicas

5%

Destaca-se que um adequado planejamento da atividade poderia reduzir fortemente a
ocorrência dos acidentes. Uma dessas causas, entretanto, é de difícil avaliação, pois que trata da capacidade
de suportação do piso. Apesar de existirem normas específicas aplicadas sabe-se que muitas rodovias são
construídas como o deveriam. Assim, os acidentes podem ser esperados. Sempre que há fortes chuvas e não
se projetam escoamentos para as águas de chuva passa a ser comum observar que pedaços das pistas são
carregados pelas enxurradas.

Rompimento dos pontos de pega

Pontos de pega são partes da carga adaptadas ou preparadas para que sejam posicionados
os laços, ganchos ou cabos. Quase sempre esses pontos de pega são ganchos ou pontos de amarração
dimensionados para, em conjunto, suportar todo o peso da carga. Desta maneira, a carga toda pode ser
suportada nesses pontos de pega, que podem ser removidos após o transporte e posicionamento da mesma.
As causas associadas a acidentes, avaliados 190 sinistros, podem ser devido aos seguintes fatores:
1. Incompatibilidade dos pontos de pega em função do plano de montagem

90%

2. Incompatibilidade dos pontos de pega em função do peso da peça

85%

3. Incompatibilidade dos pontos de pega em função da geometria das peças

85%

4. Incompatibilidade dos pontos de pega em função do traçado da via

80%

5. Inadequação dos pontos de pega aos dispositivos de içamento

65%

6. Existência de trincas ou fraturas nos pontos de pega

45%

7. Rompimento das soldas nos pontos de pega

40%

8. Falhas no encaixe dos cabos aos pontos de pega

25%

Pelos percentuais elevados apresentados pode se deduzir que uma boa inspeção prévia
dos pontos de pega antes do início das atividades já seria suficiente para reduzir bastante a quantidade de
sinistros, da mesma maneira que a verificação se os cabos encontravam-se corretamente encaixados nos
pontos de pega. Normalmente, quando os cabos são encaixados nos pontos de pega os guindastes encontramse com as lanças abaixadas. Assim, ao iniciar-se o içamento, um dos laços ou cabo pode se soltar. Por essa
razão o guindaste dele iniciar lentamente o içamento e o rigger deve somente autorizar a continuidade
quando os cabos ou cintas, já sob tensão, se encontram firmemente encaixados. Um exame simples de LP
(líquido Penetrante) na inspeção das soldas e das estruturas empregadas como pontos de pega já poderia
eliminar a possibilidade de acidentes devido a trincas ou fraturas.
Carga suportada nos pontos de pega. (foto obtida da internet)
Na foto observa-se algo interessante. As correntes são capazes de suportar o peso da
carga. Entretanto, a plana ou suporte da carga apresenta a mesma dimensão da carga. Um deslocamento mais
brusco que provoque uma pressão de uma das correntes sobre a carga pode provocar o deslocamento da
mesma.

Acidente causado por falha na trava de segurança do gancho de içamento. (AFANP)
Poucas vezes é dada a devida atenção às travas de segurança. Como o peso transportado
força os cabos para baixo as travas não são acionadas. Contudo, todas as vezes que se repousa a carga para a
continuidade da operação deixam-se os cabos mais frouxos e esses podem se soltar dos ganchos. A queda de
uma carga movimentada pode ser devida, isolada ou conjuntamente a fatores como:
1. Rompimento de cabo ou cinta de carga – o rompimento pode ocorrer pela fadiga do material,
subdimensionamento da cinta ou cabo, baixa qualidade do material, falta de manutenção;
2. Rompimento de pontos de pega – o principal aspecto a ser avaliado é o da fixação dos cabeços de
amarração à estrutura, ou seja, falhas nas soldas;
3. Rompimento da própria embalagem – as embalagens podem ser rompidas se manuseadas
descuidadamente ou se forem muito manuseadas, ocorrendo a fadiga do material;
4. Dimensionamento inadequado do equipamento de movimentação ou elevação de carga – esse é um
aspecto chave que deve ser avaliado na elaboração do planejamento da movimentação;
5. Mau acondicionamento da carga – quase sempre esse se dá em função da disponibilidade de local;
6. Queda em decorrência de ventos fortes ou de abatimento do terreno – aspecto que pode ser
minimizado se o nível de supervisão e controle for adequado;
7. Queda devido à imperícia do operador – a imperícia não significa necessariamente que o operador
não seja qualificado. A imperícia pode ser decorrente de uma falha momentânea, ou conjugada à
falta de apoio do supervisor da operação ou guias;
8. Acidente envolvendo o equipamento de guindar com outros equipamentos ou instalações – esses
tipos de acidentes são decorrentes de problemas relacionados à má qualidade da manutenção dos
equipamentos;
9. Outras causas mais.

Queda devido às características dos veículos transportadores
O transporte de uma carga deve ser executado em equipamentos com capacidade de
suporte. Cargas especiais normalmente requerem veículos especiais, seja quanto à largura dos mesmos,
comprimento, quantidade de pneus, para melhor distribuição do peso sobre o solo, entre outros aspectos.
Algumas das principais causas são:

É mais fácil a carga ser adaptada ao veículo transportador do que o contrário.
Determinadas cargas, pelo peso ou dimensões podem ser fracionadas, ou modularizadas. Na área offshore, as
plataformas têm módulos que são interconectados quando posicionados. O tamanho dos módulos está
relacionado ao peso dos mesmos. Esse, por sua vez, está associado à disponibilidade de veículos
transportadores. Nesses casos passa-se a ter excessos laterais. Pode-se ter também excesso de altura da carga,
o que termina por desequilibrar o veículo. Qualquer que seja a razão, a capacidade de carga do veículo deve
ser superior a da carga. Em 140 sinistros pode ser detectado que as causas associadas poderiam ser devidas a:
1. Limitações impostas aos veículos devido ao espaço físico onde ficará a carga

85%

2. Falhas na coordenação entre os veículos transportadores

85%

3. Limitações impostas aos veículos em função das dimensões da carga

75%

4. Necessidade de utilização de veículos adicionais

70%

5. Características da operação dos veículos e do local de movimentação da carga

70%

6. Peso da carga a ser movimentada

65%

7. Capacidade de carga do veículo

35%

8. Características físicas dos veículos

25%

Também nesta avaliação percebeu-se a fragilidade dos processos de planejamento das
atividades e da antecipação dos riscos, com vistas a mitiga-los ou preveni-los.

Transporte da estrutura de flutuação de uma plataforma semi-submersível por meio de embarcação
desenvolvida para esse tipo de transporte (o navio semi-submersível do tipo heavy lift é o único tipo de navio
capaz de carregar, transportar e descarregar cargas muito pesadas como outros navios, plataformas,
submarinos, refinarias e guindastes). Nesse caso a carga gera excesso lateral e eleva o centro de gravidade do
conjunto. (foto obtida da internet)
Nesse tipo de transporte, se o centro de gravidade da carga não coincidir com os eixos da
embarcação ondas laterais podem causar deslocamentos da carga que podem ter mais de 10.000 toneladas.
Os calços de convés são o último recurso para prender a carga. Por isso, a inspeção dos mesmos e das soldas
é uma das atividades mais importantes para se assegurar que a carga não de soltará.
Carga com excesso de carga lateral, e desequilibrando o veículo transportador. Nesses casos o peso da carga
é distribuído por dezenas de pneus e a velocidade máxima não excede a 10Km/h. (foto obtida da internet)
As cargas elevadas fazem com que haja a alteração do centro de gravidade do conjunto
caminhão + carga. Nessa circunstância qualquer freada ou deslocamento mais rápido poderá provocar o
tombamento da carga. Pelo peso da carga, uma freada do caminhão não impedira o deslocamento da carga
por inércia.

Carga com excesso lateral, fazendo com que seu transporte seja complexo e com elevado risco de acidentes.
(foto obtida da internet)
Esse tipo de transporte, com cargas de elevada altura, ou dimensões, exige que o veículo
transportador se desloque praticamente a uma velocidade baixa e constante. As curvas da rodovia são
extremamente complexas para a desestabilização da carga.
Acidente causado em posteamento de rodovia devido ao tamanho da carga e as características do veículo
transportador. (foto obtida da internet)
A análise criteriosa do percurso aliado ao tamanho da carda e da via onde essa será
transportada pode evitar situações como essa, onde para se desviar da cabeceira da ponte e não fazer uma
curva fechada, o caminhão termina colidindo contra o posteamento da via.

Tombamento do veículo transportador
O tombamento dos veículos pode abranger todos os meios de transporte, como vagões,
embarcações, caminhões, gruas, pontes rolantes, guindastes, empilhadeiras, entre outros. Em todos os casos
trata-se mais de uma questão relacionada com a Física, equilíbrio dos corpos, ou de Mecânica, centros de
gravidade, do que as relacionadas ao item anterior. Uma das cargas que apresenta mais problemas quanto a
ocorrência de acidentes é a líquida, principalmente quando o veículo transportador não possui
compartimentações internas.

Em análise com 550 sinistros, observou-se que pode-se envolver as seguintes causas
associadas.
1.

Arrumação que contemple o centro de gravidade mais baixo possível

95%

2.

Disposição da carga para a distribuição do peso

90%

3.

Estiva da carga

75%

4.

Características do deslocamento da carga

70%

5.

Disposição da carga no veículo

65%

6.

Forma de posicionamento e remoção da carga

65%

7.

Transporte que requeira veículos especiais

55%

8.

Existência de cargas fracionadas

50%

9.

Cargas que excedam ao tamanho do veículo transportador

35%

10. Veículo transportador limitado ao peso e tamanho da carga

20%

11. Percurso percorrido pela carga

15%

Para não ser redundante, um adequado posicionamento da carga e a utilização de
softwares específicos que possibilitem o posicionamento da carga no veículo (plataforma, convés ou tanque)
podem ser uma excelente ferramenta de avaliação do risco, considerando que os sinistros decorrem, nesses
casos, dos deslocamentos assimétricos da carga e do veículo.

Deslocamento da carga, com sua queda, devido ao desnivelamento de piso. Nesse caso, a falta de uma tampa
traseira contribuiu para a queda da maior parte da carga. Aqui se teve a inclinação anormal do veículo e o
deslocamento da carga, causando a excentricidade do conjunto. (Foto de AFANP)
O tombamento de carga devido a desnivelamento de terreno é responsável por um
acidente a cada 280 transportes - 1:280
Tombamento do caminhão e queda de parte da carga devido a desnível do terreno. O solo, no momento, não
tinha capacidade se suporte da carga. Desta forma, houve uma inclinação perigosa da carga com risco de
tombamento do caminhão. (Foto de AFANP)

Afundamento de escavadeira por afundamento da estiva (toras de madeira). O terreno excessivamente
encharcado e o afundamento das toras, associado ao peso do equipamento foi responsável pelo quase
afundamento do equipamento. (AFANP)

Queda dos materiais transportados
A queda dos materiais transportados longe de provocar danos somente às cargas pode
atingir pessoas ou o patrimônio de terceiros. Para o empreendimento, muitas vezes a perda das cargas podem
representar atrasos no cronograma das obras.
A queda de materiais transportados é uma das situações mais prováveis de ocorrer, já que
são vários os fatores que contribuem para isso. Em análises envolvendo mais de 800 sinistros, detectou-se
como causas associadas:
• Estiva provocando concentração excessiva em poucos pontos de pega

90%

• Emprego de cabos, cintas ou correntes inadequadas ao transporte da carga

85%

• Capacidade dos cabos, cintas ou correntes não compatível ao peso das cargas

80%

• Cabos, cintas ou correntes compor existência de danos anteriores não observados

75%

• Excessiva movimentação das cargas devido a ventos ou deslocamento do veículo

65%

• Rompimento dos acessórios de transporte e cabos ou cintas

55%

• Falta de controle da movimentação das cargas

45%

• Inadequação dos dispositivos à carga transportada

40%

• Falta ou falha de inspeção prévia dos dispositivos de içamento

35%

• Impacto dos veículos transportadores provocando a queda das cargas

25%

• Impacto contra objetos fixos durante o transporte

20%

A queda de cargas é um sinistro prenunciado, se não houver o planejamento prévio da
atividade e a correta análise de riscos. Toda carga ao ser movimentada deve ter por meio de adesivos ou
indicações suas dimensões, peso e características especiais, inclusive a de localização dos pontos de pega. De
posse dessas informações o Rigger dimensionará o tipo de cabo, cinta ou corrente, a forma de
posicionamento e como a carga será transportada. E as preocupações não param por aí, já que a velocidade
de transporte, as condições da pista de rolamento, as condições ambientais adversas, principalmente com a
ocorrência de fortes ventos podem conduzir a tragédias.
Queda de caixa metálica transportada sobre linha de dutos em terminal de petróleo. Como a caixa estava
vazia não houve danos significativos aos dutos. (Foto de AFANP)

Tombamento de carreta transportando ácido sulfúrico, em função de várias causas, ainda em investigação.

Arrumação ou disposição das cargas
A arrumação de cargas fracionadas costuma obedecer a um planejamento de descarga. As
últimas a serem entregues são as posicionadas em locais mais internos ou no fundo de caçambas. As cargas
industriais não apresentam essas características, pois que, em um mesmo transporte podem se encontrar
cargas de diferentes tipos, pesos e geometrias, como sacos, pranchas, vergalhões e tubos, por exemplo, se
destinadas a uma construção civil. Contudo, qualquer que seja o carregamento esse deve ser disposto de
modo que o centro de gravidade do conjunto fique o mais próximo possível do centro dos eixos das rodas e o
mais próximo da plataforma do veículo. Somente assim se conseguirá obter o equil´pbrio do conjunto carga
versus veículo.
Fora dos ambientes industriais esse tipo de sinistro é incomum. Todavia, nos demais
ambientes a arrumação ou disposição das cargas pode ser causa de acidentes. Considerando-se a análise de
aproximadamente 730 sinistros, observou-se como causas associadas:
1. Características físicas da carga

85%

2. Forma de manuseio das cargas

70%

3. Acondicionamento das cargas no veículo

65%

4. Forma e tipo de acondicionamento da carga

60%

5. Existência de partes pontiagudas

60%

6. Resistência da embalagem

55%

7. Forma de colocação e remoção das cargas

55%

8. Inexistência de pontos de pega para facilitar o transporte

40%

9. Características químicas e de toxidade das cargas

35%

10. Condições de estabilidade das cargas

35%

11. Inexistência de local de manobra

20%

Usualmente as cargas comuns devem ser protegidas por embalagens, que não
“escondam” os pontos de pega. Quando se tratam de cargas de grandes dimensões não há embalagens, mas
sim proteções específicas principalmente sobre os componentes mais sensíveis que não podem ficar expostos
desnecessariamente. Há possibilidade, embora rêmora, de componentes da carga soltarem-se por falhas em
suas fixações, ou por quebra dessas fixações durante o manuseio ou transporte da mesma.
Queda do veículo transportador e da própria carga devido a fixação inadequada da caçamba. O deslocamento
da mesma e a falta de patolamento do veículo até que a caçamba fosse firmemente apoiada causou o
acidente.

A foto registra o tombamento ou queda da carga transportada devido à forma de amarração das cintas, ao
tipo de carga e a disposição das mesmas, de forma desordenada. O conjunto não apresentava condições de
ser içado pois que não havia nem o alinhamento das estruturas e nem a distribuição do peso da pilha de
estruturas armazenadas e transportadas. (AFANP)

Rompimento do cabo ou cinta de carga
O rompimento dos cabos ou cintas quase sempre pode estar associado, na maioria das
vezes, a dois fatores, isolados ou não: carga mais pesada do que a capacidade do cabo, ou cabo com danos
que limitem sua capacidade de suportação.

O rompimento de cabos ou cintas é mais comum do que se imagina e as causas são
aparentemente previsíveis e simples. Em aproximadamente 1.200 sinistros analisados pôde ser observado
que as principais causas eram devidas a:
1. Subdimensionamento dos cabos ou cintas

95%

2. Escolha inadequada dos acessórios de carga

95%

3. Utilização incorreta dos acessórios

95%

4. Rompimento dos materiais devido a fadiga ou má conservação

90%

5. Deslizamento da carga por falhas de amarração ou escolha incorreta do cabo ou cinta

65%

6. Contatos eventuais do cabo ou cinta com objetos fixos causando a queda da carga

50%

7. Amarração incorreta do cabo ou cinta

50%

8. Falhas nos pontos de ligação da carga ao cabo ou cinta

45%

9. Falta de inspeção periódica dos acessórios

35%

10. Rompimentos devido a problemas com polias ou com os equipamentos

25%

De modo geral ainda há grande número de conexões de cabos mal posicionadas ou
posicionados incorretamente, sendo responsáveis por grande número de acidentes.
Cargas que se soltaram devido a má estiva. Nesse caso a falta de cintas complementares foi responsável pela
queda de vários dutos. Neste exemplo as cargas encontravam-se mal amarradas. (Foto de AFANP)

Cabo de aço rompido pelo excesso de peso sustentado (AFANP)

Cinta empregada no levantamento de cargas apresentando vários rasgos (danos) que a tornam imprestável ao
serviço. Ao invés de ser descartada estava sendo utilizada para o içamento de cargas de menos peso.
(AFANP)
Laço comumente empregado em cabos de aço (mão amiga), que além de reduzir a capacidade de carga do
cabo terminam por causar danos que devem reprova-lo para qualquer uso. (AFANP)
Este tipo de improvisação é mais comum do que se imagina, nas construções civis. Abrese uma perna e passa-se a outra por dentro. A seguir, prende-se uma à outra por um grampo. Esse tipo de
laço reduz a capacidade do cabo à metade e deve ser proibida em obras, principalmente porque não há o
conhecimento do trabalhador de como se prender adequadamente o grampo. Nas construções de menor
envergadura, para cada 320 laços há pelo menos dois desse tipo.

Cuidados especiais com os acessórios de movimentação de cargas
Como já relatado, os acidentes, em sua grande maioria das vezes, são pré-anunciados, ou
seja, ao observar-se a atividade chega-se à conclusão que o acidente está próximo da ocorrência. Não se trata
simplesmente de "amarrar-se uma carga a uma cinta, cabo ou outro material e tentar movimentá-la
empregando o primeiro equipamento disponível. Os mesmos cuidados que se têm com o transporte de uma
carga de 5.000 toneladas devem ser observados ao se movimentar uma carga de 500 kg. O problema não é o
tamanho ou peso da mesma mas sim as consequências advindas. Por exemplo, as cintas são eficientes em
vários tipos de transporte, principalmente quando a possibilidade de dano à carga possa ser elevado. Mas,
para que as cintas não sejam um dos pontos de vulnerabilidade da operação devem ser inspecionadas
frequentemente. Por isso recomenda-se:
•

Somente empregar cintas que possuam etiquetas indicativas da fabricação e do peso limite para
utilização;

•

Não utilizar cintas danificadas, com início de rupturas, cortes ou avarias;

•

Os pontos de posicionamento das cintas na carga devem ser iguais ou maiores que a largura das próprias
cintas;

•

Não posicionar as cintas em cantos vivos ou cortantes;

•

Ao descer a carga, colocar calços sob a mesma para evitar o contato direto com o piso e facilitar a
remoção ou colocação das cintas;

•

Evitar colocar mais de um par de cintas no mesmo gancho;

•

A operação de elevação e descarga deve ser suave e balanceada para evitar acidentes, otimizar o
trabalho e preservar a vida útil do equipamento;
•

Ao elevar qualquer carga com mais de uma cinta, verificar se o total do peso está bem distribuído em
relação aos vértices das cintas;

•

A inspeção prévia do equipamento é fundamental para a segurança dos trabalhos. As cintas devem ser
examinadas a cada levantamento.
O modo de se empregar as cintas pode ser visto nas imagens/figuras a seguir:

Esta foto possibilita analisar que a primeira preocupação dos trabalhadores foi a do posicionamento das
cintas, sendo que somente se tem uma sendo puxada em cada extremidade, para amarração da carga. Porém,
não ocorreu a preocupação quanto a excentricidade do posicionamento, que pode redundar em queda.
Utilização correta dos cabos para o içamento de cargas

Nessa imagem verifica-se que em função da geometria da carga passa a ser necessário
que se dê uma segunda volta do cabo ao redor da carga.

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Análise das probabilidades de ocorrências de acidentes causados durante a movimentação de cargas revisão dez-2013

  • 1. Análise das Probabilidades de Ocorrência de Acidentes de Acidentes causados durante a movimentação de cargas – Revisão Dez13 Engº Antonio Fernando Navarro1 Introdução: A movimentação e o transporte de cargas representam riscos, por serem atividades perigosas, onde o próprio perigo é o do transporte de cargas. O movimento de uma carga não necessariamente é necessário para o transporte da mesma. O transporte provoca o deslocamento, intencional, de uma carga, a fim de que essa possa estar em outro local ou posição. O risco de movimentação de uma carga pode não ter o mesmo impacto, quanto à ocorrência de perdas ou danos que o transporte da mesma. Movimenta-se uma carga para se ajustar em seus calços, para adequar à um procedimento de montagem, para se realizar serviços de manutenção, como de lubrificação, pintura, ou rotação de partes móveis, essas quando o período de estocagem for longo. Já o transporte requer o deslocamento da carga para outros locais. Tanto em um caso quanto em outro haverá sempre a necessidade de se avaliar se os meios ou dispositivos empregados na movimentação ou transporte serão os adequados ao local onde ocorrerá a "faina" e compatíveis com o peso do material – carga – movimentada ou transportada. Esclarece-se que o transporte também é um movimento, só que para posicionamentos específicos. O risco decorrente dessa atividade normalmente é perigoso, isto é, o risco é uma natural consequência do perigo que se avizinha, representado por: queda da própria carga ou do veículo transportador, neste caso atingindo a carga, o veículo, pessoas envolvidas ou não com a atividade, o patrimônio da empresa e de terceiros, enfim, pode provocar uma série de transtornos, como por exemplo, a interdição de pistas de rodovias, pelo tombamento de veículos ou o deslocamento de passarelas sobre rodovias, em função do excesso de altura da carga. Toda operação envolvendo o manuseio de cargas em recintos abertos ou não, deve ser sempre cercada dos cuidados indispensáveis, visto que os acidentes costumam ser em grande número. Os riscos envolvendo o transporte ou manuseio de cargas leves representam cerca de 70% das ocorrências. Isso se deve aos cuidados ou precauções que se têm com o transporte de cargas pesadas, principalmente devido ao emprego de equipamentos de grande porte que necessitam de espaços e requerem cuidados em suas operações. Invariavelmente, poderão ocorrer perdas ou danos envolvendo: • as próprias cargas transportadas; • os equipamentos que estão no trajeto das cargas móveis; 1 Antonio Fernando Navarro é físico, matemático, engenheiro civil, engenheiro de segurança do trabalho, especialista em proteção de sistemas elétricos e em técnicas de gerenciamento de riscos, mestre em saúde e meio ambiente e professor do curso de Ciências Atuariais da Universidade Federal Fluminense. Durante cerca de 25 anos foi Gerente de Riscos de Seguradoras e Perito do Ressegurador Nacional (IrB).
  • 2. • os equipamentos que transportam as cargas; • as pessoas que estejam nas proximidades da operação; • as instalações da empresa. Como forma de prevenirem-se os danos físicos e materiais pelo menos três itens existentes em uma operação de transporte devem ser avaliados, por representarem, em conjunto, uma participação superior a 80% das causas dos acidentes ocorridos. São eles: → carga; → cabos; → máquinas de guindar. • Carga Toda carga movimentada deve estar bem arrumada ou disposta e perfeitamente amarrada, de forma que mudanças súbitas ocorridas tanto na direção quanto no sentido do trajeto não venham a provocar a queda ou o seu tombamento. Se a carga for única e com grande dimensão passam a ser necessários pontos de pega ou pontos de içamento. Se a carga for composta por vários volumes, o seu empilhamento deve ser feito de forma que o conjunto permaneça em equilíbrio, com as carcas mais pesadas ocupando o primeiro plano de carregamento. Se os volumes forem dispostos sobre estrado metálico ou de madeira, deverão ser projetados pontos de pega e de amarração das caixas. O estrado terá que ter resistência mecânica compatível com a carga apoiada sobre ele, e, sempre que possível, ser uma plataforma estruturalmente estável, plana e com dimensões maiores do que a dimensão planificada das cargas.. Os pontos para içamento situar-se-ão de modo tal que o cruzamento das lingadas ou cabos de içamento não danifiquem própria carga. Isso quer dizer que os cabos devem estar, sempre que possível, na vertical, partindo dos pontos de pega para o equipamento de içamento. Um exemplo disto é o apresentado esquematicamente a seguir: • • ← ponto de içamento → lingadas ← ← cargas errado → → certo Ilustração de AFANP Ao empilharem-se várias embalagens objetivando facilitar o manuseio das mesmas ou seu armazenamento, deve-se verificar as condições de resistência de cada embalagem, bem como as recomendações dos fabricantes, de modo que não haja o rompimento das embalagens inferiores pelo excesso de peso daquelas que estão acima, preservando assim as mercadorias nelas contidas. Alguns produtos são
  • 3. embalados com recomendações bastante explícitas para o transporte e estocagem. Essas recomendações são devidas não só em função do peso ou das dimensões das mercadorias como também do modo de serem transportadas e da resistência estrutural das embalagens. Por exemplo, não se pode empilhar mais do que 5 embalagens de televisores ou duas embalagens de geladeiras a fim de que as mercadorias não venham a se danificar ou tombem nos depósitos das lojas ou das transportadoras. As caixas de papelão de uma só folha, com as de sapato, são facilmente deterioradas pela umidade ambiente. Por essa razão recomenda-se não se exceder a 10 caixas empilhadas. O empilhamento pode ser limitado por normas de segurança em função do volume das substâncias estocadas. Essa situação ocorre principalmente com produtos extremamente voláteis, produtos que reagem em contato com o ar ou com outros produtos, substâncias inflamáveis ou corrosivas. Nesse caso o Segurador pode definir os limites de armazenamento em decorrência da agravação ou não dos custos de seguros de incêndio para os armazéns. Assim, quanto maior for a quantidade de itens estocados maior será a probabilidade de perdas devido a um incêndio. Considera-se também que os próprios agentes extintores, a água principalmente, danifica as embalagens e as mercadorias. Nesses casos os critérios de armazenamento passam a ser definidos por áreas específicas, separadas umas das outras por paredes de alvenaria e com as passagens protegidas por portas corta-fogo, resistentes a 3 horas de incêndio. Ressalta-se essa questão porque com o aumento da temperatura ambiente devido ao incêndio ocorre um fenômeno denominado de flashover, ou incêndio de progresso rápido, considerado o "terror" de todo o bombeiro (A teoria do flashover diz que durante o crescimento do incêndio, o calor da combustão poderá aquecer gradualmente todos os materiais combustíveis presentes no ambiente e fazer com que eles alcancem, simultaneamente, seu ponto de ignição, produzindo a queima instantânea e concomitante desses materiais (dita, ignição súbita generalizada ou inflamação generalizada). Isso acontece porque a camada de gases do incêndio (gases aquecidos) que se cria no teto da edificação durante a fase de crescimento do fogo irradia calor para os materiais combustíveis situados longe da origem do fogo (zona de pressão positiva). Esse calor irradiado produz a pirólise dos materiais combustíveis do ambiente. Os gases que se produzem durante este período se aquecem até a temperatura de ignição e ocorre o flashover, ficando toda a área envolvida pelas chamas.). O comportamento gráfico da temperatura ambiente em decorrência do incêndio cresce exponencialmente, fazendo com que todas as mercadorias existentes nas proximidades passem a queimar simultaneamente. O tempo que isso leva depende do volume do depósito e da quantidade de mercadorias estocadas, mas não é superior a 10 minutos. Um avião Boing 727 pode ficar inteiramente destruído por um incêndio em apenas 7 minutos. Um exemplo de armazenamento de mercadorias sobre pallets é o esquematizado a seguir. É importante que os pallets possuam “pés” ou calços para proteger as mercadorias da infiltração de água. Se as mercadorias forem sensíveis a água os pallets serão de material plástico ou metálico. No nosso exemplo, o excesso de peso estar por esmagar a caixa debaixo, deformando a embalagem e pondo em risco o conteúdo da mesma.
  • 4. caixa esmagada pelo peso --> Ilustração de AFANP Nas operações de levantamento mecanizado de cargas, devem ser observados os seguintes aspectos. Antes, porém, é necessário que se apresentem algumas definições sobre termos utilizados para a denominação dos cabos de aço e seus acessórios: Definições: • Balanças: Para cargas onde o desejado é manter os cabos que sustentam a carga na posição vertical; • Cabo de carga “Hoist Rope”: Cabo Principal do levantamento; • Cabo de Jib “Whip Line” ou “Auxiliary Hoist Line”: Cabo auxiliar de Levantamento principal (na lança); • Cabo Estacionário “Pendant Line - Jib Stay Line”: É o cabo que mantém o jibe numa posição fixa (tirante de estaiamento do jibe); • Capacidade da Máquina “Rated Loam”: É a capacidade máxima indicada na tabela do fabricante para a menor configuração e o menor raio de operação; • Carga “Load”: Qualquer objeto a ser movimentado; • Destorcedor: Quando um cabo recebe uma carga tende a esticar e girar em seu eixo, o destorcedor compensa este giro não o transmitindo para o restante; • Equipamentos Suspensos: Equipamentos aéreos utilizados normalmente para movimentar cargas variáveis entre os pontos de uma área. A função primária destes equipamentos é transferir cargas. • Eslinga ou linga: estropo grande de cabo ou corrente, ou rede para içar ou arriar cargas pesadas. • Estropo:Pedaço de cabo ou lona com que se envolve um objeto para içá-lo. • Jib “JIB”: Extensão fixada à ponta da lança com a finalidade de aumentar a altura (distância da ponta de lança ao solo) de içamento; • Lingada “Sling”: Conjunto de dispositivos tais como: estropo, manilha, esticador, etc., utilizado para amarrar a carga ao gancho; • Movimentação de cargas: Operação ou conjunto de operações que envolvam a mudanças de posições de cargas por qualquer processo ou serviço no canteiro de obras. • Patola “Outrigger”: Braços extensíveis ou fixos montados em máquinas sobre pneus utilizados para dar estabilidade à máquina; • Pé de lança “Inner or Lower Boom”: É à parte da lança fixada à superestrutura da máquina;
  • 5. • Peso da movimentação: É o peso total acrescido do peso de todos os acessórios de levantamento (moitões, balanças, manilhas, etc.) suspenso na ponta da lança de uma máquina durante uma operação de movimentação de carga; • Plano de carga “Rigging Plan”: É um documento constituído de desenhos que visa uma movimentação de carga específica, com o objetivo de eliminar por antecipação todas as interferências que poderiam ocorrer; • Pontes rolantes: Viga suspensa sobre um vão livre, que roda sobre dois trilhos. São empregadas em fábricas ou depósitos que permitem o aproveitamento total da área útil (armazenamento de ferro para construção, chapas de aço e bobinas, recepção de carga de grandes proporções e peso. Vantagens: elevada durabilidade, movimentam cargas ultrapesadas, carregam e descarregam em qualquer ponto, posicionamento aéreo. Desvantagens: exigem estruturas, investimento elevado, área de movimentação definida. • Pórticos: São vigas elevadas e auto-sustentáveis sobre trilhos. Possuem sistema de elevação semelhante ao das pontes rolantes. Os pórticos são utilizados no armazenamento em locais descobertos. Vantagens: maior capacidade de carga que as pontes rolantes, não requer estrutura. Desvantagens: menos seguro, interfere com o tráfego no piso, e é mais caro. • Quadrante: Região definida que passa pelo centro da patola estendida e o centro de máquina; • Raio de carga: É a distância entre o centro de giro da máquina e a vertical que passa pelo centro do eixo da roldana da ponta da lança e o centro de massa da carga; • Sobre cabine: É a quadrante que abrange a região compreendida entre as patolas dianteiras da maquina; • Stacker Crane: Consiste numa torre apoiada sobre um trilho inferior e guiada por um trilho superior. Pode ser instalada em corredores com menos de 1 metro de largura e algumas torres atingem até 30m de altura. Exige alto investimento, mas ocasiona uma grande economia de espaço. • Superestrutura: Estrutura com parte rotativa onde são montados os mecanismos de acionamento da máquina e/ou cabine de operação (mesa da máquina). • Talhas a) A capacidade de carga das talhas deve estar claramente posicionada no corpo da talha, bem como o trilho também deve ter assinalada sua capacidade de carga; b) As talhas devem estar seguramente presas aos seus suportes através de travas ou manilhas; c) Talhas podem ser sustentadas em estrutura rígida(trilhos) ou por ganchos. Quando suspensas por ganchos, estes devem ser providos com trava que não permitam o escape da talha; d) As talhas elétricas devem ser providas com limite de fim de curso que não permita ao cabo de aço sobre-enrolar no tambor e romper-se; e) Os trilhos por onde correm as talhas devem ter batente de fim de curso para evitar a queda da talha; f) O tambor das talhas com entalhe simples para acomodação do cabo deve ser livre de projeções que possam danificar o cabo;
  • 6. g) Só utilizar talhas que apresentem cabos, correntes, ganchos e demais componentes em adequadas condições de uso; h) Manter mãos e dedos distantes de pontos de pinçamento; j) Não permanecer sob cargas suspensas; • Transportadores contínuos: Equipamento Horizontal, inclinado ou vertical, utilizado para movimentar ou transportar continuamente cargas numa distância predeterminada, possuindo locais de carga, descarga e de transferência fixas e/ou seletivas. • Veículos Industriais: Veículos motorizados ou não, utilizados para movimentar cargas uniformes ou mistas, intermitentemente por caminhos variáveis que tenham superfícies e espaços apropriados. Estes veículos industriais têm a função primária de manobrar ou transportar cargas. Aspectos a serem observados: a) Estudo criterioso de levantamento constituído de desenhos com as características da máquina, da carga a ser levantada e dos estaiamentos quando necessário; (estaiamento é um conjunto de estais, cabos ou cordas empregadas na suspenção e movimentação das cargas - Segurar e manter firme com "estai", emprego de um cabo ou vergalhão esticado que permite equilibrar uma torre ou elemento vertical em pé na obra.) b) Os guindastes só poderão ser operados por pessoal treinado, habilitado e devidamente autorizados; c) Periodicamente será realizada rigorosa manutenção dos guindastes, dispensando-se especial atenção aos freios, mecanismo de direção, cabos de tração e dispositivos de segurança; d) Periodicamente os cabos de aço em serviço devem ser inspecionados, a fim de que sua substituição seja determinada antes de apresentarem perigo de ruptura. Devem ser implementadas ações de inspeção periódicas, com a identificação, através de cintas coloridas, da realização das inspeções. A cor deve ser a determinada para o bimestre. (Não se deve confundir as cintas de inspeção pelas Equipes de Segurança do Trabalho com aquelas indicativas da capacidade de suportação dos cabos, principalmente os de aço); e) Sempre que necessário os cabos de aço serão revestidos, para melhor proteção do equipamento que estiver sendo içado; f) A condição do terreno definirá, em função das máquinas, a utilização ou não de "mats". Para tanto, o Contratada deverá contar com informações fornecidas pela contratante, que habilitem tais estudos; g) Toda área de operação deverá ser isolada e devidamente sinalizada. O isolamento deve ser feito com cordas ou "cerquites" e deve abranger um raio correspondente a uma vez e meia a altura do içamento da carga. Todas as atividades que gerem vibração, como por exemplo o estaqueamento, deve ser interrompida; h) A operação de levantamento será dirigida por elemento responsável, auxiliado por pessoal devidamente treinado; i) Somente iniciar a movimentação, após se assegurar que a carga está corretamente amarrada; j) Somente movimentar cargas, com a máquina adequadamente patolada e aterrada;
  • 7. k) Não se deve movimentar a máquina, com cargas suspensas a fim de que não ocorra o desequilíbrio do conjunto máquina+carga; l) Sempre que necessário, uma equipe de segurança do trabalho acompanhará as operações de içamento de cargas, especialmente de peças pesadas; m) Os sinais convencionais serão feitos por uma única pessoa devidamente treinada e identificada previamente pelo guindasteiro (rigger); n) Os levantamentos de cargas pesadas devem ser evitados em dias de chuva e/ou ventos fortes; o) O operador da máquina deve ter contato visual, com o sinaleiro. Caso não seja possível, deve ser utilizado rádio para garantir a comunicação entre ele e o sinaleiro; p) Todos os levantamentos, que por sua natureza sejam demorados, devem ser iniciados tão logo comecem os trabalhos do dia, de modo a terminar antes de anoitecer; q) Ninguém deve subir na carga em levantamento, permanecer ou transitar sob a mesma; r) Todo serviço de movimentação e levantamento de cargas deverá conter uma Programação de Trabalho, fornecida pela Coordenação de SMS; s) As movimentações de carga devem ser feitas precedidas da APR e da PT; t) Nas movimentações de carga, deve ser utilizado um “cabo guia”, para evitar o balanço e guiar a carga durante o içamento; u) Ao término da movimentação de carga, o isolamento físico deverá ser recolhido imediatamente; v) As movimentações de cargas especiais, que necessitem de grandes áreas de isolamento, devem ser executadas em horário quando seja possível garantir a ausência de pessoal nas áreas adjacentes. Desenho ilustrativo do Manual da CIMAF, indicando os componentes de um cabo de aço
  • 8. Responsabilidades: Caberá ao responsável pela instalação e ou montagem: − Selecionar pessoal com experiência comprovada em movimentação de cargas para atuar no empreendimento; − Elaborar em conjunto com a Gerência de Planejamento, o plano de rigging específico para cada içamento, conforme definido neste procedimento; − Verificar as condições dos acessórios utilizados nas operações de movimentação de cargas e içamentos; − Executar as movimentações de cargas seguindo as instruções deste procedimento e do plano de rigging específico para cada trabalho, objetivando sempre, a total segurança das operações, seja para pessoal, equipamentos ou materiais. Caberá ao supervisor da operação: - Elaborar em conjunto com o setor de produção, o plano de rigging específico para cada içamento, conforme definido neste procedimento. Caberá aos responsáveis pelas atividades de Segurança do Trabalho: − Acompanhar, sinalizar e apoiar as operações de movimentação de carga; − Verificar as condições dos acessórios utilizados nas operações de movimentação de cargas e içamentos; − Verificar se as condições climáticas são favoráveis à realização das atividades; − Verificar se a área foi sinalizada e isolada; − Verificar se todos os que não estarão envolvidos diretamente com a atividade já saíram do local; − Verificar se os responsáveis por atividades nas proximidades foram avisados e orientaram suas equipes; − Acompanhar e fiscalizar a execução pela equipe de movimentação de carga da realização dos relatórios de manutenção de equipamentos e de inspeção (Check-List). Caberá aos supervisores de área: − Todos os operadores de máquinas de elevação de cargas e sinaleiros (riggers) devem estar treinados e usar credenciais (habilitação para a função); − Manter as máquinas sob rigorosa manutenção mecânica, incluindo-se a lubrificação; − Executar relatórios semanais de manutenção de equipamentos e de inspeção (Check-List). Movimentação de Cargas Leves Serão descritas a seguir, as sistemáticas mais adequadas de movimentações de cargas consideradas “leves”, visando prevenir danos e riscos aos materiais e também para o pessoal de operação. Nessas operações podem ser empregados diversos tipos de equipamentos como:
  • 9. • Carrinhos: São os equipamentos mais simples. Consistem em plataformas com rodas e um timão direcional. Possuem vantagens como baixo custo, versatilidade, manutenção quase inexistente. Desvantagens: Capacidade de carga limitada, baixa velocidade e produção, exigem mão-de-obra. • Palleteiras: Carrinhos com braços metálicos em forma de garfo e um pistão hidráulico para a elevação da carga (pequena elevação). As palleteiras podem ser motorizadas ou não. • Empilhadeiras: podem ser elétricas ou de combustão interna (verificar ventilação). São usadas quando o peso e as distâncias são maiores (se comparadas com o carrinho) As mais comuns são as frontais de contrapeso. Vantagens: livre escolha do caminho, exige pouca largura dos corredores, segurança ao operário e à carga, diminui a mão-de-obra. Desvantagens: retornam quase sempre vazias, exige operador especializado, exige paletização de cargas pequenas. • Guindastes: usados em pátios, construção pesada, portos e oficinas de manutenção. O veículo pode ser motorizado ou não. Opera cargas não paletizadas, versátil, alcança locais de difícil acesso mas apresenta a desvantagem de exigir espaço e ser lento. • Plataformas de Carga e Descarga: utilizadas no recebimento e na expedição de mercadorias, facilitando o trabalho. Geralmente são fixas. • Mesas e Plataformas Hidráulicas: usadas basicamente na elevação da carga geralmente em conjugação com outro equipamento ou pessoa. • AGV (Automatic Guided Vehicles): São utilizados desde 1950 podendo carregar até 100 toneladas. Os AGVs modernos são controlados por computador, possuindo microprocessadores e gerenciadores de sistema, que podem até emitir ordens de transporte e recolher ou descarregar cargas automaticamente. Existem diversos modelos, com os mais variados tipos de sensores e até por rádio-freqüência. As desvantagens deste sistema são o custo e manutenção elevados. • Dispositivos para Movimentação de Barris: utilização limitada, mas bastante útil para este tipo de material. Elimina a necessidade de paletização. Tubos, Cantoneiras e Tubos de Andaime As movimentações de tubos devem ser feitos com um par de estropos ou cintas, bem como as manilhas e demais materiais para içamento. Os mesmos devem obedecer às normas de segurança. Os estropos serão posicionados corretamente nos pontos determinados para as pegas, enforca-se com o uso das manilhas e olhais opostos no gancho do guindaste. Vigas Metálicas As vigas metálicas ou qualquer peça que tenha cantos vivos terão um tratamento especial. É necessário ter-se o cuidado em proteger os estropos com os quebra cantos. Chapas Para as chapas maiores, utiliza-se um dispositivo composto de uma viga I, no sentido longitudinal, com 02 (dois) cabos nas extremidades, presos na viga e no estropo do içamento, evitando-se assim o empeno da chapa e o deslize do gancho.
  • 10. Peças Pintadas ou Revestidas Todas as peças pintadas ou revestidas serão movimentadas com cintas ou estropos revestidos com borracha, evitando-se danos à pintura. Anilhas e Grampos Deverão ser inspecionados quanto ao desgaste, sendo inutilizadas quando este for superior a 10% do diâmetro do pino a da região de curvatura. Quanto à trincas, deverão ser feitos exames de líquido penetrante ou partícula magnética e quando estas apresentarem irregularidades serão inutilizadas Moitões Os moitões e roldanas serão inspecionados verificando pinos de conexão, parafusos, travas, etc. Verificar se as roldanas giram livremente e se não apresentam folga, observar se não existe um desgaste no canal. Roldanas danificadas deterioram rapidamente os cabos. • Cabos Cabos são elementos de amarração e de içamento de cargas. Podem ser constituídos por: fibra natural, fibra sintética ou aço. São confeccionados para oferecer grande resistência a esforços longitudinais. São comercializados com vários diâmetros, compatíveis com a carga que irão transportar. São constituídos pela união de vários fios retorcidos ao redor de um fio central, formando as pernas, as quais, por sua vez, são enroladas ao redor da alma do cabo. Nas indústrias, o cabo mais empregado e de maior durabilidade é o de aço, feito de arames de fio de aço. Inúmeros são os cuidados para prolongar-se a vida útil dos cabos. Um desses cuidados é o da verificação da capacidade de carga. A carga de trabalho de um cabo de uso geral, especialmente quando empregado na movimentação de cargas, não deve exceder a 1/5 da carga de ruptura mínima efetiva do mesmo. Qualquer esforço ou carga adicional põem em risco toda a operação. Os fatores de segurança mínimos, aplicáveis a cabos e cordoalhas de diversos usos são: Aplicação dos cabos de aço Cabos e cordoalhas estáticas Cabos para tração horizontal Cabos para guinchos Cabos para pás, guindastes, escavadeiras Cabos para pontes rolantes Cabos para talhas elétricas Cabos para derricks Cabos para laços (slings) Cabos para elevadores de carga Cabos para elevadores de passageiros Coeficiente de Segurança 03 a 04 04 a 05 05 05 06 a 08 07 06 a 08 05 a 06 08 a 10 10 a 12 (CIMAF) Para a composição dos arames na fabricação dos cabos de aço existem inúmeros modelos, dentre os quais destacamos: Seale, Filler e Warrington. Para a composição da alma dos cabos de aço pode-se empregar algum dos seguintes materiais abaixo: • alma de fibra natural; • alma de fibra artificial; • alma de aço formada por cabo independente;
  • 11. • alma de aço formada por uma perna. De acordo com a sua resistência os cabos de aço são classificados de várias maneiras. Uma das mais empregadas para cabos e cordoalhas para uso marítimo é a seguinte: • extra improved plow steel; • improved plow steel; • plow steel; • mild plow steel; • traction steel. As almas de fibra, de modo geral, tornam o cabo mais flexível e leve, podendo ser de Rami, Sisal ou Polipropileno. Apresentam como desvantagens: deterioração quando em contato com a água ou com substâncias agressivas; fraca resistência ao esmagamento; aparecimento de gaiolas de passarinho (quando as pernas se abrem sob a forma de uma gaiola, com a alma do cabo em seu interior), etc.. As almas de aço garantem maior resistência aos amassamentos e aumentam a resistência dos cabos à tração. A lubrificação dos cabos de aço é muito importante para a proteção contra a corrosão, contribuindo também para o aumento da sua vida útil. Muitas empresas costumam envolver os cabos de aço com grossas camadas de graxa, não as removendo nem mesmo para inspecionar periodicamente os cabos. Ocorre que a graxa vai se contaminando com produtos químicos e resíduos e, por essa razão, termina sendo nociva ao cabo, afetando principalmente a alma do cabo. Os cabos de aço, quando em serviço, devem ser inspecionados periodicamente a fim de que a sua substituição seja determinada sem que seu estado chegue a apresentar perigo de ruptura. Em geral, uma inspeção compreende as seguintes análises: a) número de arames rompidos Deve-se anotar o número de arames rompidos em um passo ou em 5 passos do cabo (passo é a volta que uma perna faz ao redor da alma do cabo). Observar se as rupturas estão distribuídas uniformemente ou se estão concentradas em uma ou duas pernas apenas. Neste caso, há o perigo das pernas se romperem antes do rompimento do cabo. pernas que compõem o cabo alma do cabo (AFANP)
  • 12. (CIMAF) (CIMAF) b) arames gastos por abrasão Mesmo que os arames não cheguem a romper-se, podem atingir um ponto de desgaste tal em que há considerável diminuição do coeficiente de segurança do cabo, tornando inadequado ou contraindicando para muitos usos. A carga máxima suportada por um cabo está diretamente correlacionada ao somatório das áreas de cada um dos arames que o compõem. Assim, se essa área passa a ser menor em decorrência de uma abrasão, mesmo que superficial, a carga suportada pelo cabo também passa a ser menor. (CIMAF) c) corrosão
  • 13. Durante uma inspeção periódica deve-se verificar cuidadosamente se o cabo de aço: está sofrendo corrosão; se está sofrendo redução de diâmetro, mesmo que localizada, seja ela por esmagamento, por falta de pernas, por desgaste ou por corrosão. Uma outra hipótese para a redução do diâmetro é a decomposição da alma do cabo se de fibra natural ou artificial. A corrosão poder-se-á dar pelo ataque de substâncias químicas agressivas como também pelo contato com a água salgada, com o ar atmosférico, incidindo sob superfície desgastada por abrasão. Cabos que costumam ser arrastados sob superfícies duras estão muito mais sujeitos de ataque por corrosão. d) maus tratos e nós Deve-se inspecionar todo o comprimento do cabo para a verificação da existência de nós, ou de qualquer outra anormalidade que possa ocasionar um desgaste prematuro, ou a ruptura, principalmente junto às fixações. A periodicidade para a inspeção pode ser determinada: pelo fabricante do cabo; pelas condições de uso ou pelos esforços a que são submetidos. Qualquer deficiência encontrada já é um ponto negativo na análise. Os maus tratos referem-se à forma de como o cabo é manuseado. Os fatores que denotam bom uso são os seguintes: • limpeza; • ausência de nós (provocados pela maneira incorreta de enrolamento nas bobinas); • ausência de sinais de corrosão ou de abrasão; • ausência de fios rompidos; • ausência de esmagamento de alma ou de fios do cabo. Defeitos nos cabos – almas saltadas (CIMAF)
  • 14. Defeitos nos cabos – dobras (CIMAF) Efeito nos cabos – Gaiola de Passarinho (CIMAF) Máquinas de guindar Máquinas de guindar são equipamentos destinados ou empregados na elevação e na movimentação das cargas. As dimensões e capacidade devem ser compatíveis com as cargas a movimentar e com os locais de trânsito, de sorte a obter-se um melhor aproveitamento do equipamento. Se empilha-se cargas em prateleiras distantes umas das outras 1,50 metros, não se pode trabalhar com equipamentos de largura superior a essa. Os equipamentos mais comumente empregados no içamento e/ou transporte de cargas são: • elevadores; • gruas; • pórticos rolantes; • pontes rolantes; • empilhadeiras; • talhas; • tifors, e outras.
  • 15. Um outro aspecto importante é aquele que diz respeito ao acionamento das máquinas, principalmente o relacionado ao combustível empregado. Essa escolha é muito importante em função do local onde o equipamento será operado. Os tipos mais comuns empregam: eletricidade, vapor, gasolina, Diesel ou gás. Os equipamentos a gás são mais indicados para locais onde a produção de fagulhas no cano de descarga é perigosa, capaz de gerar explosões em atmosferas contendo a presença de vapores inflamáveis. Para o manuseio de cargas com equipamentos apoiados no solo deve-se verificar previamente se o terreno está firme e se possui capacidade de suporte suficiente para o somatório dos pesos do próprio equipamento e da carga transportada. Para um equipamento com peso de 5 toneladas e que transporte 15 toneladas, a capacidade de resistência do piso deverá ser de no mínimo 20 toneladas. O índice de acidentes envolvendo o manuseio de cargas é bem grande devido a uma série de fatores, dentre os quais destacamos: • imperícia do operador, acarretando tombamento, queda ou perda da carga transportada (15%); • defeitos mecânicos no equipamento, conduzindo à queda ou quebra da carga transportada (25%); • rompimento das lingadas, com a queda da carga (15%); • rompimento dos pontos de pega, com danos à carga ou a sua queda (10%); • tombamento da carga por má arrumação ou má estiva (30%); • tombamento da carga por excesso de velocidade do transporte, provocada, principalmente, por má arrumação ou falta de fixação (25%); • problemas com o piso, como buracos ou ondulações, que podem fazer com que os equipamentos de transporte das cargas se desequilibrem ou tombem (5%); • danos com o equipamento de içamento ou transporte (5%), etc. Pelo fato do grande número de acidentes estar correlacionado a imperícia do operador, dever-se-á dar uma maior atenção a esse aspecto. Os acidentes mais comuns em que a imperícia é flagrante são os seguintes: • excesso de velocidade; • abalroamento por falta de visibilidade; • tombamento do veículo ou da carga; • queda da carga pela precariedade na amarração da mesma, e outras causas mais. As consequências desses acidentes podem ser conduzir a danos físicos ou materiais à pessoas, máquinas, equipamentos, mercadorias e construções. Análise do Problema Por que os artigos, fotos e informações sobre acidentes envolvendo cargas e mesmo o transporte de cargas de grandes dimensões ou pesos despertam tamanha curiosidade? Será por que o Homem passa a ser “pequeno” diante da operação envolvendo transportes de navios, plataformas e outras de menores
  • 16. dimensões, como as envolvendo os ônibus espaciais? Será por que os riscos são sempre elevados? Ou será que a movimentação de cargas é uma atividade interessante? Há uma probabilidade dos riscos aumentarem em função das dimensões e geometrias das cargas, dos pesos e dos equipamentos envolvidos, do trajeto da movimentação, da quantidade de pessoas envolvidas, enfim, trata-se de uma equação onde a quantidade de incógnitas quase sempre é grande. Contudo, não existe uma relação direta entre o tamanho e ou peso da carga e o valor das perdas causadas. Algumas das incógnitas a serem consideradas (variáveis) nos cálculos de probabilidades são: 1a. peso da própria carga; 2a. existência de obstruções ou obstáculos ao longo do trajeto a ser percorrido; 3a. distância a ser percorrida; 4a. características da amarração da carga; 5a. características do veículo transportador da carga; 6a. relação entre a capacidade de carga do transportador e o peso da carga transportada; 7a. planejamento da atividade; 8a. monitoramento e supervisão constante; 9a. existência de partes projetadas da carga; 10a. condições ambientais, principalmente velocidade e direção do vento; 11a. condições de suportação do piso que deve ser superior ao somatório dos pesos da carga e dos veículos transportadores, minimamente; 12a. condições de visibilidade pelo rigger e pelo operador do equipamento de transporte; 13a. existência de desnivelamento do piso; 14a. necessidade de execução de múltiplas mudanças de direção e sentido durante a movimentação; 15a. condições de fixação dos cabos de içamento à carga transportada; 16a. capacidade de resistência dos acessórios de içamento e transporte; 17a. realização de vistoria geral de todos os elementos que possam provocar a queda da carga, principalmente as conexões entre os segmentos da lança dos guindastes; 18a. possibilidade de outros veículos entrarem na rota dos transportadores da carga; Condições climáticas, por exemplo, influenciam as questões de segurança na medida em que o vento, ou os temporais com raios podem ocorrer. O piso em que se desenvolvem as atividades também pode ser um perigo a mais. Assim, quanto mais se detalha o processo mais se verifica que há riscos. Um lojista, pegando na prateleira de cima um sapato para uma cliente, pode escorregar na escada de acesso ou na cadeira e cair. Uma dona de casa, levando os pratos da cozinha para a mesa na sala pode tropeçar na ponta de um tapete e cair com a carga transportada. Se essa se partir, a dona de casa pode se ferir. Assim, deixando de lado o microscópio e passando para a lupa, observa-se que há riscos em todas as atividades de transporte. Por isso, talvez haja tanto interesse das pessoas na leitura de temas assim. Durante longo período de tempo de atuação em atividades de gerenciamento de riscos, por mais de 25 anos em ambientes industriais, em várias fases como projeto, construção e montagem, instalações, testes, comissionamentos e descomissionamentos, reparos e mesmo em análises técnicas de
  • 17. sinistros ocorridos como perito, ou de entrega de obras, tivemos a oportunidade de tomar conhecimento, analisar, avaliar e regular sinistros de uma série de acidentes envolvendo o transporte de cargas, afetando pessoas, meio ambiente, patrimônios da própria empresa ou de terceiros, e mesmo aqueles envolvendo responsabilidade civil do empreendimento. No exercício dessa atividade começamos a nos preocupar com as análises desses casos, já que, em algumas vezes, os danos causados estendiam-se além do ambiente onde ocorria a movimentação da carga, afetando outras unidades, como por exemplo, em um terminal de óleo e gás, onde o transporte de um equipamento por sobre tubovia interrompeu o transporte dos produtos e gerou princípios de incêndio. Como a análise ao longo dos anos terminou sendo bastante extensa, traçamos uma linha de corte para os acidentes que envolviam a segurança do trabalho, ou melhor, a segurança no trabalho. Assim, estabelecemos como objetivo deste artigo oferecer a todos aqueles que se interessam pelo tema: movimentação de cargas informações que possam ampliar os níveis de segurança adotados. Para tanto, relatamos os resultados, fruto dessas análises estatísticas, sem qualquer aplicação de metodologias de análise, usualmente empregadas na área de engenharia de produção, e tão somente as causas raiz e causas básicas, ou as origens dos acidentes. Descrição do problema: O transporte ou movimentação de cargas sempre foi uma atividade relacionada à atividade humana, direta ou indiretamente. Inicialmente, o transporte era executado de duas maneiras: • Empregando o esforço físico humano; • Utilizando o esforço de animais de tração. Enquanto o Homem era nômade, mudava-se constantemente, levando seus pertences sobre suas costas ou no lombo de animais. Quando passou a residir em aglomerados que passaram a ser cidades, embelezava-as transportando materiais de construção. Vendia e adquiria bens e produtos transportando-os, em caravanas, ou em pequenas embarcações. No século 19 empregava locomotivas e navios. No início do século 20 o principal meio de transporte passou a ser rodoviário. Os modais de transporte foram se adaptando às necessidades humanas e ainda o são. Para a construção da estação espacial o modal de transporte passou a ser foguete. Seja qual for o modal de transporte ou a forma de como as cargas são transportadas ainda continua sendo a atividade de transporte, com os riscos a ela inerentes, como por exemplo, a queda da carga com danos à mesma e ou danos a instalações, pessoas e bens. Com o passar dos tempos, e as mudanças ocorridas na atividade de transporte, e as razões ou meios para tal, associando-as às distâncias percorridas e aos esforços físicos, o homem passou a empregar: • Ferramentas ou equipamentos rudimentares, como por exemplo, toras de madeira; • Veículos ou meios de transporte específicos, como carroças ou navios. Posteriormente, com o aumento das dimensões das cargas e das dificuldades dos transportes, o homem passou a empregar dispositivos especiais, como torres, polias associadas, rampas, em
  • 18. aclives ou declives, carretilhas, tirfors, e outros meios, até chegarmos aos guindastes de milhares de toneladas de capacidade de carga. O interessante disso tudo é que as formas anteriores ainda continuavam a ser empregadas. Existem estudos que nas construções das pirâmides no Egito os trabalhadores erigiam rampas e prendiam as grossas cordas em torno das pedras para posicioná-las. Alguns trabalhos mencionam que esse esforço era executado somente pelos trabalhadores, outros, que as pedras eram suportadas por toras de madeira para melhor deslizarem. Se a segunda hipótese for verdadeira, os egípcios foram os primeiros a empregar a técnica de “esquidagem” para os deslizamentos, hoje muito empregada em estaleiros para a movimentação dos módulos de plataformas e mesmo de jaquetas. Na literatura pode-se analisar e conhecer também o que hoje é denominado de modal de carga. Essa expressão significa o modo de como a carga é transportada, se através de vagões, esteiras transportadoras, aviões, força humana, mecanismos de transporte, como ponte rolante, empilhadeira, carrinho de mão, entre outros. O importante é se saber que o tipo de transporte irá variar de acordo com a geometria e dimensões da carga, peso, distâncias percorridas e elevações. A carga pode ser desde o transporte de derivados de petróleo em oleodutos, containers, instalações modularizadas, peças e equipamentos. Enfim, existe e deve existir uma associação entre a carga e o meio de transporte empregado. Quando existe, está se falando em otimização do meio de transporte. Não faz sentido uma empresa adquirir um guindaste de capacidade para 250 toneladas se a maior carga a ser transportada não ultrapassar a 5 toneladas. Da mesma maneira que, em locais pequenos não é recomendável o emprego de equipamentos de transporte de grandes dimensões. Pode se associar as atividades aos riscos de modo simplório, como apresentado na sequência a seguir. Percebe-se inicialmente que não se expandem as opções e análises, mesmo porque se trata de um artigo que busca levar um pouco de informação que poderá ser ampliada pelos leitores, de acordo com suas necessidades. As movimentações de carga e os acidentes Há artigos acadêmicos que traçam paralelos entre as características das movimentações de carga, manuais, e as lesões aos trabalhadores, associadas. Assim, pode-se ter a associação do aumento do numero de acidentes quando os ambientes de trabalho são menores, as lesões provocadas pelo modo de transporte, as partes do corpo humano – estrutura osteomusculares – mais expostas à lesões. Dois exemplos são interessantes de serem mencionados, obtidos durante nossas atividades. No primeiro, durante uma inspeção para fins de cumprimento de atividade de auditoria comportamental, dois operários subiam por uma escada de madeira, bem travada, onde executavam o arrasamento de estacas para a construção de um bloco de fundações. Como havia um grande número de pessoas no local, aproximadamente trinta pessoas, em um quadrilátero com arestas de aproximadamente 25 metros, muitos subiam ou desciam, transportando todo o tipo de material, ferramentas portáteis principalmente. Quando os dois trabalhadores chegaram ao topo da escada, ao se virarem, para depositar o
  • 19. material transportado para um local específico, atingiram a extremidade do objeto transportado em um trabalhador, que foi projetado sobre a rampa da escavação, sofrendo escoriações em ambos os braços. No segundo exemplo, ao final do expediente, em uma atividade de montagem de formas para a ampliação de uma construção, o encarregado solicitou a um empregado (servente) que puxasse uma lateral de forma de no máximo 4,5 metros, com largura de 40 cm, ou seja, não se tratava de uma carga excessiva. O operário, ao se abaixar para pegar o painel, sofreu uma dor aguda nas costas. Após radiografia constatou-se tratar de um pinçamento de um osteofito (bico de papagaio) em uma das vértebras dorsal na musculatura. A dor aguda o imobilizou, e o trabalhador foi encaminhado ao serviço médico. Ao invés do fato ser um acidente do trabalho foi enquadrado como agravamento de lesões pré-existentes, já que uma calcificação como a apresentada na radiografia não poderia passar a existir com um trabalhador executando suas atividades em alguns meses e em qualquer outra atividade. Nesses dois exemplos, com o transporte manual de cargas, identificamos que a falta de um adequado planejamento e supervisão das atividades foi a causa principal dos acidentes ocorridos. Essa questão de definir-se a “causa principal” muitas vezes é relegada a um segundo plano. Quando o objetivo maior é o da prevenção, é importante saber o que terminou redundando em um acidente, ou seja, qual foi a causa ou o que precipitou a ocorrência. Por exemplo, uma simples distração de um trabalhador pode vir a representar a causa do acidente, mas não necessariamente a causa principal. A distração pode ter sido motivada pelo encarregado chamando o trabalhador para que execute outra atividade, pode se dar ao observar um veículo circulando nas proximidades, enfim, um trabalhador pode se desconcentrar de seu trabalho até mesmo ao tocar o telefone celular em seu bolso. Muitas vezes, em discussões sobre ocorrência de acidentes, pelas dificuldades que se apresentam, pode não se chegar à “causa raiz”, ou se descobrir que poderiam ter concorrido para a ocorrência dos acidentes várias causas. Riscos devido ao dimensionamento dos equipamentos O equipamento de transporte das cargas deve sempre estar dimensionado às características físicas da mesma, incluindo-se aqui peso, dimensões e geometria. Quando o dimensionamento é incorreto podem se manifestar acidentes cujas causas associadas podem estar relacionadas a: Observando-se o quadro anterior (de autoria de AFANP) se apropriadas as ocorrências dos acidentes dentro de uma amostra de 385 casos avaliados, às causas consequentes, percentualmente falando, chegou-se aos resultados apresentados a seguir. Contudo, em muitas das ocorrências havia a
  • 20. possibilidade de as causas associadas serem várias. Desta maneira, em vista de não se ter os elementos necessários para se ir adiante nas análises, preferiu-se listar aquelas causas que teriam maior contribuição para as ocorrências. Os percentuais obtidos foram (relativos aos 385 casos) – os percentuais sofreram arredondamentos: 1. Falta de inspeção completa do equipamento e seus acessórios 90% 2. Equipamento inapropriado para a carga a ser transportada 85% 3. Capacidade dos acessórios e cabos subavaliados 75% 4. Existência de obstáculos a serem transpostos 65% 5. Capacidade de carga do terreno subavaliada 55% 6. Inabilidade do operador 50% 7. Geometria da peça que exigiria o emprego de equipamentos auxiliares 45% 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 40% 35% 35% 25% 20% 20% 15% Características do terreno Condições ambientais adversas, com muita chuva e vento Local inapropriado Falha estrutural no equipamento Dimensões e peso das cargas Acessibilidade do equipamento e da carga Falta de um adequado isolamento da área Um fato relevante é o de acidentes terem sido provocados pela existência de obstáculos a serem transpostos. Em muitos desses não havia como se desviar a carga do seu percurso e ocorreu também a falta de planejamento associada a questões de logística. Então, por que foi empreendida a atividade? Pelo fato de não ter ocorrido um adequado planejamento e pela habitual pressa na conclusão das tarefas, quando então passam a ser comuns os atalhos nos procedimentos, ou o descumprimento de regras e procedimentos. Rompimento da lança do guindaste por excesso de carga transportada. A lança do guindaste ficou totalmente deformada. A movimentação do equipamento fora de sincronia com o deslocamento da carca, e o excesso de peso na extremidade da lança produziram o acidente, com a deformação total da treliça da lança. Pela imagem a lança foi torcida e quebrada, o que significa que ocorreram os movimentos da carga com a trançagem dos estropos. (foto obtida da internet)
  • 21. Queda do guindaste por falha de operação do mesmo. O guindaste era limitado em função do peso da carga movimentada e assim, havia restrições na angulação da lança que não foram obedecidas pelo operador. Esse tipo de equipamento em terreno de superfície irregular é muito sujeito a acidentes de tombamento. Isso se deve ao centro de gravidade do equipamento ser alto. Da centralização do equipamento ficar sobre o sistema de movimentação da cabina, e do balanceio da carga pelas depressões ou esbarros em estruturas fixas. (foto obtida da internet) Destruição de lança de guindaste associada pelo elevado peso e por fortes ventos. Nesse caso a lança ficou totalmente deformada com a queda da carga transportada. Trata-se de situação típica de torção e dobra. (foto obtida da internet)
  • 22. Neste acidente, o guindaste girou bruscamente e "fugiu do controle" do operador de máquinas e se chocou com a estrutura dos alojamentos da plataforma. Os três trabalhadores que estavam na cesta de transbordo caíram de uma altura de seis metros. O técnico de segurança não resistiu. O mecânico funcionário da empresa contratada conseguiu pular e segurar no corrimão e teve escoriações leves e o técnico de operação teve suspeita de fratura do fêmur e tornozelo. Os feridos foram atendidos pelo profissional de saúde da Plataforma e depois transferidos para outra plataforma próxima para melhor atendimento. Um fato importante é que quando uma atividade é planejada e supervisionada nada foge do controle. Nesses casos muitas vezes o operador do equipamento não tem a visão do que ocorre do outro lado, precisando que um supervisor da operação o oriente através do rádio. O içamento de pessoal é uma manobra arriscada porque é realizada junto ao costado da embarcação e está sujeita à ação dos ventos, que podem movimentar o cesto em várias direções. Afora isso, os passageiros, em pânico, podem contribuir para a instabilidade do cesto, provocando o "rodopio" do cesto e a "trançagem" dos estropos. Foto enviada por Renato Pereira. Tombamento do guindaste por quebra de patola. Antes de iniciar as atividades o operador é obrigado a abrir as lanças das patolas do veículo, aumentando a área de apoio e dividindo a carga içada em mais pontos. Com a quebra de uma delas houve o desequilíbrio do equipamento e seu tombamento. O desequilíbrio foi criado pelo recalque diferencial do piso, associado à quebra do pino da patola. (foto obtida da internet)
  • 23. Riscos devido ao envolvimento dos trabalhadores Os trabalhadores têm uma grande relevância no processo ou mecânica do acidente. Algumas vezes por imperícia, mal súbito ou outras causas. Não é incomum que se descubra, em acidentes envolvendo automóveis, que o condutor sob estresse confundiu os pedais do freio com o do acelerador. Quando se avalia a importância do trabalhador como um dos responsáveis pela ocorrência dos acidentes correm-se riscos, cujas causas associadas podem encontrar-se associadas a: Uma das falhas mais comuns é a de atribuir-se aos trabalhadores responsabilidades de transportar cargas que se encontrem além de suas capacidades. Em uma análise envolvendo 270 sinistros, os percentuais são os apresentados a seguir, destacando-se, contudo, que em muitas das ocorrências havia a possibilidade de as causas associadas serem várias. Desta maneira, em vista de não se ter os elementos necessários para se ir adiante nas análises, preferiu-se listar aquelas causas que teriam maior contribuição para as ocorrências. Os percentuais obtidos foram (relativos às 270) – os percentuais sofreram arredondamentos: 1. Características das cargas a serem transportadas, principalmente em sua geometria 95% 2. Passagem de equipamentos nas proximidades 90% 3. Trajeto apresentando obstáculos ou interferências 85% 4. Dificuldades de manuseio das cargas pela ausência de pontos de pega adequados 80% 5. Falta de um adequado isolamento da área 80% 6. Transposição de obstáculos tanto em altura quando em mesmo nível 75% 7. Cargas com excesso de umidade ou de óleo 65% 8. Deficiências de nivelamento ou de obstáculos no piso 55% 9. Peso excessivo ou concentrado das cargas 45% 10. Imperícia ou imprudência do trabalhador 45% 11. Excesso de pessoas no entorno da operação de transporte 35% 12. Falta de uma adequada sinalização para os riscos no ambiente 35% 13. Cargas com extremidades agudas 35% Destaca-se que em praticamente todas as causas associadas apontadas, percebeu-se que a falta de um adequado planejamento da atividade e de supervisão poderiam ter reduzido esses percentuais à
  • 24. metade. Daí a importância de se estar sempre buscando anteverem-se os acidentes através de uma correta análise de riscos, a qual pressupõe o planejamento e a supervisão das atividades. Em algumas das ocorrências, os locais onde ocorria a movimentação de cargas não se encontravam isolados ou sinalizados de modo eficiente, que fizesse com que o trabalhador estivesse alerta. Percebeu-se nessas avaliações as naturais “confusões” de entendimento entre o que é um isolamento ou bloqueio, do que é uma sinalização de alerta para o perigo ou para os riscos. Transporte de carga perigosa de forma inadequada, com riscos ao transportador e a terceiros. (foto obtida da internet) Esse tipo de transporte, improvisado, apresenta elevado risco de acidentes. As falhas são grandes, como a do posicionamento dos botijões, amarrações, excesso de peso, desequilíbrio do conjunto , entre outras falhas mais. Em uma freada onde seja acionado mais o freio da roda da frente a moto pode "virar" sobre o motoqueiro. Neste acidente, a queda da lança de um bate estacas caiu devido ao cisalhamento do pino central, substituído por uma ponteira de aço de maior dureza. A queda da lança, além da perda da mesma, atingiu parcialmente a cabine do caminhão onde o equipamento seria depositado para o transporte. (foto de AFANP)
  • 25. Pode se dizer que tratava-se de acidente prenunciado, pois que o nível de improvisação da operação era bem grande. As empresas prestadoras de serviços não tem os mesmos cuidados quando os serviços já foram concluídos e essa precisa remover seus equipamentos do local, para novas atividades. Dessa forma, a pressa na conclusão das tarefas passa a ser predominante na ocorrência dos sinistros. Afora isso, costuma-se empregar equipamentos inadequados, como o guincho de um caminhão do tipo "munck" para içar uma peça que chega a ser maior do que o tamanho da carroceria, e que apresenta excentricidade de peso, para diferença das seções da lança. Neste acidente envolvendo veículo com caçamba para trabalhos em altura (plataforma auto elevatória), a falta de travamento da lança fez com que um vazamento de óleo do sistema hidráulico causasse a queda da lança sobre o veículo. Os trabalhadores conseguiram se salvar, porém os danos ao equipamento foram grandes. (Foto de Renato Pereira) Tipo de trabalho manual onde há constantes acidentes envolvendo o pensamento de dedos durante a movimentação das cargas (camisas metálicas de equipamento de cravação de estacas raiz. A operação não obedece a nenhum procedimento de segurança. (foto de AFANP)
  • 26. Cada seção dessa pesa cerca de 80kg. As seções, quando removidas, encontram-se úmidas e com sujidade, prejudicando a "pega" pelos trabalhadores, terminando por escorregar de suas luvas. Assim, enquanto as seções permanecem quase que na vertical são comuns relatos de esmagamento ou prensagem de dedos. Riscos devido ao tombamento do veículo transportador O tombamento do veículo transportador pode ser devido a inúmeras causas. Certamente decorre do desequilíbrio do conjunto veículo x carga. Quase sempre o desequilíbrio se dá quando a carga tem dimensões maiores do que o veículo e ou centro de gravidade elevado. Neste caso, o CG pode gerar um efeito “momento”, produzindo o tombamento, principalmente quando o veículo circula em pavimentos desnivelados que pode causar a inclinação perigosa do mesmo. Quando se menciona o tombamento do veículo pode se estar tratando de um navio, de uma empilhadeira, de um carrinho de mão, elevador, caminhão grua, ou outro meio de transporte. Neste artigo trataremos de acidentes envolvendo caminhões. Como nossa avaliação estamos tratando das condições do terreno, em 420 sinistros, obtidos em parte, em atividades em faixas de dutos e em reparos junto a vias. Os resultados a que se chegou quanto às causas associadas que contribuíram para a ocorrência dos acidentes foram: 1. Existência de obstáculos ou obstruções nas vias 95% 2. Desníveis existentes nas vias 90% 3. Obstruções por viadutos ou passarelas mais baixas 85% 4. Capacidade de suportação do piso 70% 5. Inadequação do piso ao tipo de transporte 65% 6. Contenção do terreno 40% 7. Falha na estiva por onde transitavam os veículos 35% 8. Falta de planejamento da atividade 30% 9. Rompimento de sapatas de distribuição da carga no veículo 20% 10. Falhas mecânicas 5% Destaca-se que um adequado planejamento da atividade poderia reduzir fortemente a ocorrência dos acidentes. Uma dessas causas, entretanto, é de difícil avaliação, pois que trata da capacidade de suportação do piso. Apesar de existirem normas específicas aplicadas sabe-se que muitas rodovias são
  • 27. construídas como o deveriam. Assim, os acidentes podem ser esperados. Sempre que há fortes chuvas e não se projetam escoamentos para as águas de chuva passa a ser comum observar que pedaços das pistas são carregados pelas enxurradas. Rompimento dos pontos de pega Pontos de pega são partes da carga adaptadas ou preparadas para que sejam posicionados os laços, ganchos ou cabos. Quase sempre esses pontos de pega são ganchos ou pontos de amarração dimensionados para, em conjunto, suportar todo o peso da carga. Desta maneira, a carga toda pode ser suportada nesses pontos de pega, que podem ser removidos após o transporte e posicionamento da mesma. As causas associadas a acidentes, avaliados 190 sinistros, podem ser devido aos seguintes fatores: 1. Incompatibilidade dos pontos de pega em função do plano de montagem 90% 2. Incompatibilidade dos pontos de pega em função do peso da peça 85% 3. Incompatibilidade dos pontos de pega em função da geometria das peças 85% 4. Incompatibilidade dos pontos de pega em função do traçado da via 80% 5. Inadequação dos pontos de pega aos dispositivos de içamento 65% 6. Existência de trincas ou fraturas nos pontos de pega 45% 7. Rompimento das soldas nos pontos de pega 40% 8. Falhas no encaixe dos cabos aos pontos de pega 25% Pelos percentuais elevados apresentados pode se deduzir que uma boa inspeção prévia dos pontos de pega antes do início das atividades já seria suficiente para reduzir bastante a quantidade de sinistros, da mesma maneira que a verificação se os cabos encontravam-se corretamente encaixados nos pontos de pega. Normalmente, quando os cabos são encaixados nos pontos de pega os guindastes encontramse com as lanças abaixadas. Assim, ao iniciar-se o içamento, um dos laços ou cabo pode se soltar. Por essa razão o guindaste dele iniciar lentamente o içamento e o rigger deve somente autorizar a continuidade quando os cabos ou cintas, já sob tensão, se encontram firmemente encaixados. Um exame simples de LP (líquido Penetrante) na inspeção das soldas e das estruturas empregadas como pontos de pega já poderia eliminar a possibilidade de acidentes devido a trincas ou fraturas.
  • 28. Carga suportada nos pontos de pega. (foto obtida da internet) Na foto observa-se algo interessante. As correntes são capazes de suportar o peso da carga. Entretanto, a plana ou suporte da carga apresenta a mesma dimensão da carga. Um deslocamento mais brusco que provoque uma pressão de uma das correntes sobre a carga pode provocar o deslocamento da mesma. Acidente causado por falha na trava de segurança do gancho de içamento. (AFANP) Poucas vezes é dada a devida atenção às travas de segurança. Como o peso transportado força os cabos para baixo as travas não são acionadas. Contudo, todas as vezes que se repousa a carga para a continuidade da operação deixam-se os cabos mais frouxos e esses podem se soltar dos ganchos. A queda de uma carga movimentada pode ser devida, isolada ou conjuntamente a fatores como: 1. Rompimento de cabo ou cinta de carga – o rompimento pode ocorrer pela fadiga do material, subdimensionamento da cinta ou cabo, baixa qualidade do material, falta de manutenção;
  • 29. 2. Rompimento de pontos de pega – o principal aspecto a ser avaliado é o da fixação dos cabeços de amarração à estrutura, ou seja, falhas nas soldas; 3. Rompimento da própria embalagem – as embalagens podem ser rompidas se manuseadas descuidadamente ou se forem muito manuseadas, ocorrendo a fadiga do material; 4. Dimensionamento inadequado do equipamento de movimentação ou elevação de carga – esse é um aspecto chave que deve ser avaliado na elaboração do planejamento da movimentação; 5. Mau acondicionamento da carga – quase sempre esse se dá em função da disponibilidade de local; 6. Queda em decorrência de ventos fortes ou de abatimento do terreno – aspecto que pode ser minimizado se o nível de supervisão e controle for adequado; 7. Queda devido à imperícia do operador – a imperícia não significa necessariamente que o operador não seja qualificado. A imperícia pode ser decorrente de uma falha momentânea, ou conjugada à falta de apoio do supervisor da operação ou guias; 8. Acidente envolvendo o equipamento de guindar com outros equipamentos ou instalações – esses tipos de acidentes são decorrentes de problemas relacionados à má qualidade da manutenção dos equipamentos; 9. Outras causas mais. Queda devido às características dos veículos transportadores O transporte de uma carga deve ser executado em equipamentos com capacidade de suporte. Cargas especiais normalmente requerem veículos especiais, seja quanto à largura dos mesmos, comprimento, quantidade de pneus, para melhor distribuição do peso sobre o solo, entre outros aspectos. Algumas das principais causas são: É mais fácil a carga ser adaptada ao veículo transportador do que o contrário. Determinadas cargas, pelo peso ou dimensões podem ser fracionadas, ou modularizadas. Na área offshore, as plataformas têm módulos que são interconectados quando posicionados. O tamanho dos módulos está relacionado ao peso dos mesmos. Esse, por sua vez, está associado à disponibilidade de veículos transportadores. Nesses casos passa-se a ter excessos laterais. Pode-se ter também excesso de altura da carga, o que termina por desequilibrar o veículo. Qualquer que seja a razão, a capacidade de carga do veículo deve ser superior a da carga. Em 140 sinistros pode ser detectado que as causas associadas poderiam ser devidas a:
  • 30. 1. Limitações impostas aos veículos devido ao espaço físico onde ficará a carga 85% 2. Falhas na coordenação entre os veículos transportadores 85% 3. Limitações impostas aos veículos em função das dimensões da carga 75% 4. Necessidade de utilização de veículos adicionais 70% 5. Características da operação dos veículos e do local de movimentação da carga 70% 6. Peso da carga a ser movimentada 65% 7. Capacidade de carga do veículo 35% 8. Características físicas dos veículos 25% Também nesta avaliação percebeu-se a fragilidade dos processos de planejamento das atividades e da antecipação dos riscos, com vistas a mitiga-los ou preveni-los. Transporte da estrutura de flutuação de uma plataforma semi-submersível por meio de embarcação desenvolvida para esse tipo de transporte (o navio semi-submersível do tipo heavy lift é o único tipo de navio capaz de carregar, transportar e descarregar cargas muito pesadas como outros navios, plataformas, submarinos, refinarias e guindastes). Nesse caso a carga gera excesso lateral e eleva o centro de gravidade do conjunto. (foto obtida da internet) Nesse tipo de transporte, se o centro de gravidade da carga não coincidir com os eixos da embarcação ondas laterais podem causar deslocamentos da carga que podem ter mais de 10.000 toneladas. Os calços de convés são o último recurso para prender a carga. Por isso, a inspeção dos mesmos e das soldas é uma das atividades mais importantes para se assegurar que a carga não de soltará.
  • 31. Carga com excesso de carga lateral, e desequilibrando o veículo transportador. Nesses casos o peso da carga é distribuído por dezenas de pneus e a velocidade máxima não excede a 10Km/h. (foto obtida da internet) As cargas elevadas fazem com que haja a alteração do centro de gravidade do conjunto caminhão + carga. Nessa circunstância qualquer freada ou deslocamento mais rápido poderá provocar o tombamento da carga. Pelo peso da carga, uma freada do caminhão não impedira o deslocamento da carga por inércia. Carga com excesso lateral, fazendo com que seu transporte seja complexo e com elevado risco de acidentes. (foto obtida da internet) Esse tipo de transporte, com cargas de elevada altura, ou dimensões, exige que o veículo transportador se desloque praticamente a uma velocidade baixa e constante. As curvas da rodovia são extremamente complexas para a desestabilização da carga.
  • 32. Acidente causado em posteamento de rodovia devido ao tamanho da carga e as características do veículo transportador. (foto obtida da internet) A análise criteriosa do percurso aliado ao tamanho da carda e da via onde essa será transportada pode evitar situações como essa, onde para se desviar da cabeceira da ponte e não fazer uma curva fechada, o caminhão termina colidindo contra o posteamento da via. Tombamento do veículo transportador O tombamento dos veículos pode abranger todos os meios de transporte, como vagões, embarcações, caminhões, gruas, pontes rolantes, guindastes, empilhadeiras, entre outros. Em todos os casos trata-se mais de uma questão relacionada com a Física, equilíbrio dos corpos, ou de Mecânica, centros de gravidade, do que as relacionadas ao item anterior. Uma das cargas que apresenta mais problemas quanto a ocorrência de acidentes é a líquida, principalmente quando o veículo transportador não possui compartimentações internas. Em análise com 550 sinistros, observou-se que pode-se envolver as seguintes causas associadas.
  • 33. 1. Arrumação que contemple o centro de gravidade mais baixo possível 95% 2. Disposição da carga para a distribuição do peso 90% 3. Estiva da carga 75% 4. Características do deslocamento da carga 70% 5. Disposição da carga no veículo 65% 6. Forma de posicionamento e remoção da carga 65% 7. Transporte que requeira veículos especiais 55% 8. Existência de cargas fracionadas 50% 9. Cargas que excedam ao tamanho do veículo transportador 35% 10. Veículo transportador limitado ao peso e tamanho da carga 20% 11. Percurso percorrido pela carga 15% Para não ser redundante, um adequado posicionamento da carga e a utilização de softwares específicos que possibilitem o posicionamento da carga no veículo (plataforma, convés ou tanque) podem ser uma excelente ferramenta de avaliação do risco, considerando que os sinistros decorrem, nesses casos, dos deslocamentos assimétricos da carga e do veículo. Deslocamento da carga, com sua queda, devido ao desnivelamento de piso. Nesse caso, a falta de uma tampa traseira contribuiu para a queda da maior parte da carga. Aqui se teve a inclinação anormal do veículo e o deslocamento da carga, causando a excentricidade do conjunto. (Foto de AFANP) O tombamento de carga devido a desnivelamento de terreno é responsável por um acidente a cada 280 transportes - 1:280
  • 34. Tombamento do caminhão e queda de parte da carga devido a desnível do terreno. O solo, no momento, não tinha capacidade se suporte da carga. Desta forma, houve uma inclinação perigosa da carga com risco de tombamento do caminhão. (Foto de AFANP) Afundamento de escavadeira por afundamento da estiva (toras de madeira). O terreno excessivamente encharcado e o afundamento das toras, associado ao peso do equipamento foi responsável pelo quase afundamento do equipamento. (AFANP) Queda dos materiais transportados A queda dos materiais transportados longe de provocar danos somente às cargas pode atingir pessoas ou o patrimônio de terceiros. Para o empreendimento, muitas vezes a perda das cargas podem representar atrasos no cronograma das obras.
  • 35. A queda de materiais transportados é uma das situações mais prováveis de ocorrer, já que são vários os fatores que contribuem para isso. Em análises envolvendo mais de 800 sinistros, detectou-se como causas associadas: • Estiva provocando concentração excessiva em poucos pontos de pega 90% • Emprego de cabos, cintas ou correntes inadequadas ao transporte da carga 85% • Capacidade dos cabos, cintas ou correntes não compatível ao peso das cargas 80% • Cabos, cintas ou correntes compor existência de danos anteriores não observados 75% • Excessiva movimentação das cargas devido a ventos ou deslocamento do veículo 65% • Rompimento dos acessórios de transporte e cabos ou cintas 55% • Falta de controle da movimentação das cargas 45% • Inadequação dos dispositivos à carga transportada 40% • Falta ou falha de inspeção prévia dos dispositivos de içamento 35% • Impacto dos veículos transportadores provocando a queda das cargas 25% • Impacto contra objetos fixos durante o transporte 20% A queda de cargas é um sinistro prenunciado, se não houver o planejamento prévio da atividade e a correta análise de riscos. Toda carga ao ser movimentada deve ter por meio de adesivos ou indicações suas dimensões, peso e características especiais, inclusive a de localização dos pontos de pega. De posse dessas informações o Rigger dimensionará o tipo de cabo, cinta ou corrente, a forma de posicionamento e como a carga será transportada. E as preocupações não param por aí, já que a velocidade de transporte, as condições da pista de rolamento, as condições ambientais adversas, principalmente com a ocorrência de fortes ventos podem conduzir a tragédias.
  • 36. Queda de caixa metálica transportada sobre linha de dutos em terminal de petróleo. Como a caixa estava vazia não houve danos significativos aos dutos. (Foto de AFANP) Tombamento de carreta transportando ácido sulfúrico, em função de várias causas, ainda em investigação. Arrumação ou disposição das cargas A arrumação de cargas fracionadas costuma obedecer a um planejamento de descarga. As últimas a serem entregues são as posicionadas em locais mais internos ou no fundo de caçambas. As cargas industriais não apresentam essas características, pois que, em um mesmo transporte podem se encontrar cargas de diferentes tipos, pesos e geometrias, como sacos, pranchas, vergalhões e tubos, por exemplo, se destinadas a uma construção civil. Contudo, qualquer que seja o carregamento esse deve ser disposto de modo que o centro de gravidade do conjunto fique o mais próximo possível do centro dos eixos das rodas e o mais próximo da plataforma do veículo. Somente assim se conseguirá obter o equil´pbrio do conjunto carga versus veículo.
  • 37. Fora dos ambientes industriais esse tipo de sinistro é incomum. Todavia, nos demais ambientes a arrumação ou disposição das cargas pode ser causa de acidentes. Considerando-se a análise de aproximadamente 730 sinistros, observou-se como causas associadas: 1. Características físicas da carga 85% 2. Forma de manuseio das cargas 70% 3. Acondicionamento das cargas no veículo 65% 4. Forma e tipo de acondicionamento da carga 60% 5. Existência de partes pontiagudas 60% 6. Resistência da embalagem 55% 7. Forma de colocação e remoção das cargas 55% 8. Inexistência de pontos de pega para facilitar o transporte 40% 9. Características químicas e de toxidade das cargas 35% 10. Condições de estabilidade das cargas 35% 11. Inexistência de local de manobra 20% Usualmente as cargas comuns devem ser protegidas por embalagens, que não “escondam” os pontos de pega. Quando se tratam de cargas de grandes dimensões não há embalagens, mas sim proteções específicas principalmente sobre os componentes mais sensíveis que não podem ficar expostos desnecessariamente. Há possibilidade, embora rêmora, de componentes da carga soltarem-se por falhas em suas fixações, ou por quebra dessas fixações durante o manuseio ou transporte da mesma.
  • 38. Queda do veículo transportador e da própria carga devido a fixação inadequada da caçamba. O deslocamento da mesma e a falta de patolamento do veículo até que a caçamba fosse firmemente apoiada causou o acidente. A foto registra o tombamento ou queda da carga transportada devido à forma de amarração das cintas, ao tipo de carga e a disposição das mesmas, de forma desordenada. O conjunto não apresentava condições de ser içado pois que não havia nem o alinhamento das estruturas e nem a distribuição do peso da pilha de estruturas armazenadas e transportadas. (AFANP) Rompimento do cabo ou cinta de carga
  • 39. O rompimento dos cabos ou cintas quase sempre pode estar associado, na maioria das vezes, a dois fatores, isolados ou não: carga mais pesada do que a capacidade do cabo, ou cabo com danos que limitem sua capacidade de suportação. O rompimento de cabos ou cintas é mais comum do que se imagina e as causas são aparentemente previsíveis e simples. Em aproximadamente 1.200 sinistros analisados pôde ser observado que as principais causas eram devidas a: 1. Subdimensionamento dos cabos ou cintas 95% 2. Escolha inadequada dos acessórios de carga 95% 3. Utilização incorreta dos acessórios 95% 4. Rompimento dos materiais devido a fadiga ou má conservação 90% 5. Deslizamento da carga por falhas de amarração ou escolha incorreta do cabo ou cinta 65% 6. Contatos eventuais do cabo ou cinta com objetos fixos causando a queda da carga 50% 7. Amarração incorreta do cabo ou cinta 50% 8. Falhas nos pontos de ligação da carga ao cabo ou cinta 45% 9. Falta de inspeção periódica dos acessórios 35% 10. Rompimentos devido a problemas com polias ou com os equipamentos 25% De modo geral ainda há grande número de conexões de cabos mal posicionadas ou posicionados incorretamente, sendo responsáveis por grande número de acidentes.
  • 40. Cargas que se soltaram devido a má estiva. Nesse caso a falta de cintas complementares foi responsável pela queda de vários dutos. Neste exemplo as cargas encontravam-se mal amarradas. (Foto de AFANP) Cabo de aço rompido pelo excesso de peso sustentado (AFANP) Cinta empregada no levantamento de cargas apresentando vários rasgos (danos) que a tornam imprestável ao serviço. Ao invés de ser descartada estava sendo utilizada para o içamento de cargas de menos peso. (AFANP)
  • 41. Laço comumente empregado em cabos de aço (mão amiga), que além de reduzir a capacidade de carga do cabo terminam por causar danos que devem reprova-lo para qualquer uso. (AFANP) Este tipo de improvisação é mais comum do que se imagina, nas construções civis. Abrese uma perna e passa-se a outra por dentro. A seguir, prende-se uma à outra por um grampo. Esse tipo de laço reduz a capacidade do cabo à metade e deve ser proibida em obras, principalmente porque não há o conhecimento do trabalhador de como se prender adequadamente o grampo. Nas construções de menor envergadura, para cada 320 laços há pelo menos dois desse tipo. Cuidados especiais com os acessórios de movimentação de cargas Como já relatado, os acidentes, em sua grande maioria das vezes, são pré-anunciados, ou seja, ao observar-se a atividade chega-se à conclusão que o acidente está próximo da ocorrência. Não se trata simplesmente de "amarrar-se uma carga a uma cinta, cabo ou outro material e tentar movimentá-la empregando o primeiro equipamento disponível. Os mesmos cuidados que se têm com o transporte de uma carga de 5.000 toneladas devem ser observados ao se movimentar uma carga de 500 kg. O problema não é o tamanho ou peso da mesma mas sim as consequências advindas. Por exemplo, as cintas são eficientes em vários tipos de transporte, principalmente quando a possibilidade de dano à carga possa ser elevado. Mas, para que as cintas não sejam um dos pontos de vulnerabilidade da operação devem ser inspecionadas frequentemente. Por isso recomenda-se: • Somente empregar cintas que possuam etiquetas indicativas da fabricação e do peso limite para utilização; • Não utilizar cintas danificadas, com início de rupturas, cortes ou avarias; • Os pontos de posicionamento das cintas na carga devem ser iguais ou maiores que a largura das próprias cintas; • Não posicionar as cintas em cantos vivos ou cortantes; • Ao descer a carga, colocar calços sob a mesma para evitar o contato direto com o piso e facilitar a remoção ou colocação das cintas; • Evitar colocar mais de um par de cintas no mesmo gancho; • A operação de elevação e descarga deve ser suave e balanceada para evitar acidentes, otimizar o trabalho e preservar a vida útil do equipamento;
  • 42. • Ao elevar qualquer carga com mais de uma cinta, verificar se o total do peso está bem distribuído em relação aos vértices das cintas; • A inspeção prévia do equipamento é fundamental para a segurança dos trabalhos. As cintas devem ser examinadas a cada levantamento. O modo de se empregar as cintas pode ser visto nas imagens/figuras a seguir: Esta foto possibilita analisar que a primeira preocupação dos trabalhadores foi a do posicionamento das cintas, sendo que somente se tem uma sendo puxada em cada extremidade, para amarração da carga. Porém, não ocorreu a preocupação quanto a excentricidade do posicionamento, que pode redundar em queda.
  • 43. Utilização correta dos cabos para o içamento de cargas Nessa imagem verifica-se que em função da geometria da carga passa a ser necessário que se dê uma segunda volta do cabo ao redor da carga.