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FEVEREIRO / 201368 REVISTA PROTEÇÃO
GESTÃO DE RISCOS
Medidas preventivas evitam acidentes no transporte de cargas
Atividade complexa
O transporte de cargas é, sabidamente,
uma das primeiras atividades humanas.
Esse transporte era quase sempre manu-
al, com o caçador transportando a caça
sobre os ombros. Quando passou a residir
fora das cavernas também transportavam
os materiais de construção manualmen-
te. Não há registros dos primeiros trans-
portes que não fossem por meio do ho-
mem. Sabe-se da história que eram em-
pregados troncos de árvores, em que a
carga depositada sobre os mesmos era
empurrada reduzindo o esforço manual.
No entanto, à medida em que as cargas a
serem transportadas foram se tornando
maiores e mais pesadas, novos meios de
Antonio Fernando Navarro - Físico, matemático, engenheiro
civil, engenheiro de Segurança do Trabalho, mestre em
Saúde e Meio Ambiente, doutorando em Engenharia Civil,
especialista em Gerenciamento de Riscos, engenheiro e
professor da Universidade Federal Fluminense.
navarro@vm.uff.br
Antonio Fernando Navarro
transportes tiveram de ser criados.
No artigo, tratar-se-á de forma prática
sobre as questões que envolvem os mei-
os de transportes e as informações esta-
tísticas dos acidentes mais comuns, ex-
traídas de estudos e pesquisas sobre aci-
dentes ocorridos na movimentação de car-
gas em atividades relacionadas à constru-
ção civil e em obras industriais de cons-
trução de montagem.
Inúmeros são os meios de transportes.
Quando conjugados, passam a ser deno-
minados de modais de transporte ou de
carga. Entre esses são empregados: trans-
porte manual com carrinhos de mão ou
plataformas; transporte por meio de ca-
minhões, carretas, empilhadeiras, trolleys,
guindastes sobre pneus ou lagartas; trans-
porte sobre trilhos, como pontes rolantes,
guindastes sobre trilhos, vagões ferroviá-
rios; transporte sobre plataformas, como
sobre roletes ou skids; transporte por gru-
as, pontes rolantes, talhas; transportes
sobre meios flutuantes, como barcaças,
navios ou outros meios, etc. Para o trans-
porte de grandes volumes de cargas
fracionadas, os meios mais usuais são ca-
minhões e navios.
MODALMODALMODALMODALMODAL
Modais de transporte são os modos
como as cargas serão transportadas. Es-
ses modos podem conjugar vários meios
de transporte, dependendo das caracte-
rísticas da carga, peso e dimensões. Quan-
do se refere às características poder-se-á
estar falando de cargas secas, úmidas, lí-
quidas, fracionadas, em pallets, etc. Algu-
mas possibilidades são: vagões associados
a barcaças, para grãos vegetais, como o-
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FEVEREIRO / 201370 REVISTA PROTEÇÃO
GESTÃO DE RISCOS
corre hoje em hidrovias em Rondônia;
caminhões associados a aviões e desses
para caminhões, como ocorre na Zona
Franca de Manaus/AM; caminhões para
navios e desses para vagões ou caminhões,
como ocorre no escoamento das safras de
grãos que são embarcadas no Porto de Pa-
ranaguá/PR, o maior do Brasil nesse tipo
de embarque; múltiplos equipamentos pa-
ra o transporte, içamento ou descida,
principalmente em função das dimensões
e/ou peso; embarcações para caminhões
e desses para aviões e, a partir daí, para
outros meios, como se dá no transporte
de pescados.
Em um estaleiro especializado na cons-
trução de módulos de plataformas de pe-
tróleo, por exemplo, tem-se duas situa-
ções a considerar. A primeira, relativa ao
peso da carga, limitado ao equipamento
de içamento e às condições de como se
realizará o içamento. A segunda, deter-
minada pela geometria da carga e dimen-
sões. Assim, pode-se ter o transporte co-
mo o observado na Foto 1, em que grande
número de pneus possibilita uma melhor
distribuição do peso da carga sobre o pavi-
mento da estrada; e Foto 2, quando a lar-
gura do caminhão não caberia na platafor-
ma de apenas um equipamento.
O modelo de transporte deve ser previ-
amente estudado, planejado e adequado,
por estar associado a várias questões
como:
Prazo para entrega, requerendo veí-
culo que possa se deslocar mais rapida-
mente ou não;
Características do produto, se frágil
ou não;
Cargas especiais quanto ao peso e/
ou dimensões;
Capacidade de suporte do peso da
carga transportada, associado
ao peso do veículo transporta-
dor, influenciando na escolha do
traçado da rodovia;
Locais de embarque e de-
sembarque, que podem levar em
consideração não só o calado,
caso de píer e cais, como tam-
bém da possibilidade da inter-
rupção do fluxo de veículos da
rodovia;
Locais de difícil acesso para
o carregamento ou descarrega-
mento, pelas características do
terreno natural, largura da fai-
xa de rolamento, presença de
obstáculos que não podem ser
removidos, etc.;
Necessidade de equipamentos espe-
ciais para a descarga dos materiais, pelas
razões de excentricidade da carga, locali-
zação de pontos de pega, dimensões,
peso, existência de extremidades;
Meios para a proteção das cargas
mesmo que temporários;
Custos associados ao transporte, qua-
se sempre orçados no planejamento da
atividade;
Meios de transporte disponíveis, ca-
sos em que as cargas, por terem grande
peso, necessitam de equipamentos espe-
ciais que não se encontram com facilida-
de. Por exemplo, guindastes flutuantes
com capacidade de carga acima de 5.000
toneladas podem demorar meses para se-
rem utilizados;
Necessidade de embalagens especi-
ais;
Possibilidade de transporte a granel
ou fracionado, entre outras questões.
Os modais devem ser previstos desde a
fase inicial das atividades de produção,
pois têm que estar associados uns aos ou-
tros. Muitas vezes, uma forma de trans-
porte encontra-se disponível enquanto a
outra não está. Assim, a mercadoria deve
ficar armazenada durante determinado
período, onerando os custos de transpor-
te. Não se pode ignorar que quanto maior
for a quantidade de manuseios da merca-
doria, maiores são as possibilidades de
existência de danos aos bens. Isso se dá,
em grande parte, devido às atividades de
estiva.
Independentemente dos modais, a raiz
da questão da escolha está diretamente
associada às características físicas das
cargas ou mercadorias. Assim, uma parti-
da de frutas da estação não pode ficar lon-
gos períodos fora de ambientes climatiza-
dos. Portanto, nesses casos, os meios de
transporte para esse tipo de carga devem
ser adequados ao ambiente climatizado.
Outra questão crucial é a que contempla
os transportes após o recebimento das
cargas pelos clientes. Depois que a mer-
cadoria chega ao seu destino deve ser da-
do a ela idêntico tratamento, de maneira
a preservá-la até sua aplicação ou comer-
cialização. Desta maneira, passa a ser im-
portante também definir previamente
os locais em que as cargas permanecerão
até seu emprego e quais as exigências téc-
nicas requeridas para essa armazenagem.
Um exemplo interessante é o que trata
de equipamentos, componentes ou siste-
mas que necessitam ser mantidos ener-
gizados, enquanto estiverem armazena-
dos. Para tal, no ambiente de depósito de-
vem ser tomados todos os cuidados para
não só manterem-se os equipamentos
energizados, assim como para evitar que
incêndios venham a ocorrer. Outro exem-
plo é o que trata de grandes equipamen-
tos que precisam de controle constante
enquanto estiverem armazenados, como
motores de grande porte que necessitam
de lubrificação de mancais, do giro dos
eixos para que não haja empenos, entre
outros cuidados.
CARGACARGACARGACARGACARGA
As cargas transportadas podem ter as
seguintes características físicas: sólidas;
líquidas; gasosas. Elas podem ser acondi-
cionadas em: tambores metálicos; caixas
de madeira, plásticas ou de papelão; con-
têineres para sólidos, líquidos ou gases;
contêineres pressurizados ou climatiza-
dos; pallets metálicos; carga à granel dis-
posta no meio de transporte (grãos, miné-
rios, inclusive pedras, lavradas ou de
mão); bags ou outros meios de contenção
para cargas à granel; cargas sem embala-
gem, etc.
Em função das características físicas
das cargas e das formas como são acondi-
cionadas, são definidas as estratégias de
transporte. Em uma obra civil, para a
montagem da estrutura da construção em
concreto armado, por exemplo, são neces-
sários materiais, que aglomerados, mistu-
rados e posicionados possibilitam que a
estrutura seja erigida. Assim, em vista dos
volumes de materiais empregados, para
se acelerar o processo de construção, são
preparadas no canteiro de obras as fôrmas
FEVEREIRO / 201372 REVISTA PROTEÇÃO
GESTÃO DE RISCOS
de madeira ou metálicas, onde serão posi-
cionadas as ferragens e o concreto. As fer-
ragens podem chegar em carretas e se-
rem cortadas e preparadas no canteiro de
obras, ou já virem prontas do fornecedor.
O concreto pode chegar em betoneiras e
ser lançado por bombas, sendo bombea-
do diretamente nas formas. Neste exem-
plo, tem-se parte das cargas transporta-
das manualmente e parte por meio de
bombeio.
Apesar de aparentemente simples,
quando observado com maior atenção, o
exemplo mostra a enorme quantidade de
manuseios das cargas, das inúmeras for-
mas de transporte e lançamento. Em toda
a análise de riscos, o perigo está na mes-
ma proporção da quantidade de vezes em
que a carga é manuseada, uma vez que as
chances de ocorrência de acidentes se-
rão maiores.
ANÁLISEANÁLISEANÁLISEANÁLISEANÁLISE
Nas atividades de transporte de cargas,
muitos são os aspectos a considerar, que
podem contribuir para a ocorrência de
acidentes. De maneira geral, um dos itens
mais suscetíveis de provocarem aciden-
tes são os acessórios empregados na movi-
mentação e içamento das cargas. Os aci-
dentes envolvendo cabos de aço são mais
divulgados do que aqueles envolvendo os
acessórios de carga. Assim, mais de um
fator pode contribuir para a ocorrência de
um acidente ou incidentes, como por e-
xemplo, o rompimento de uma eslinga,
sem que a carga tenha ido ao solo, em uma
atividade de içamento, conjugada com a
movimentação.
1/3 h
Prolabore
As causas básicas podem ser definidas
por meio de pesquisas e análises dos aci-
dentes. Neste artigo, utilizou-se como ba-
se para análise, uma listagem de 221 aci-
dentes de transporte de cargas, sem se
distinguir, nessa fase, as características
das cargas.
As causas básicas de acidentes no trans-
porte de cargas são: rompimento de
lingadas, mal dimensionamento dos pesos
e dispositivos de içamento, tombamento
do veículo transportador, irregularidades
no piso, movimentação em função do ven-
to, balanço excessivo em função dos des-
níveis de terreno, quebra da lança de iça-
mento do equipamento de guindar, falhas
operacionais, falhas no planejamento das
atividades, quebra dos acessórios de iça-
mento da carga, defeito de materiais, que-
bra dos pontos de amarração, quebra dos
pontos de pega, rompimento das embala-
gens, queda do material transportado por
estiva inadequada, dimensionamento ina-
dequado do centro de gravidade, impac-
to contra objetos fixos ao longo do cami-
nho, e impacto contra objetos móveis.
Não se deve esquecer que a simples so-
ma dos percentuais sempre será superior
a 100%, significando que o acidente se
deu pela conjugação de vários problemas.
Por exemplo, em uma carga de 1.200 to-
neladas foram distribuídos seis pontos de
pega. Assim, cada ponto de pega suporta
minimamente 200 toneladas. No dimen-
sionamento dos pontos de pega os coefi-
cientes de segurança irão depender de vá-
rios aspectos, mas, no mínimo, são iguais
a 5, ou seja, cada ponto de pega pode su-
portar até mil toneladas.
Pelo menos em tese, a perda de um
ponto de pega pela fadiga ou rompimen-
to de uma solda, por exemplo, não faria a
carga cair. Ocorre que os pontos de pega
são dimensionados também para manter
a carga equilibrada, distribuindo dessa
forma as forças (peso da carga) igualmen-
te aos cabos (em teoria). Entretanto, se
a carga apresenta grande excentricidade
e o ponto de pega naquela região foi o que
se rompeu haverá um acréscimo de carga
nos cabos não prevista originalmente. Ora,
quando se menciona cabo, muitas vezes,
se esquece de dizer que os cabos podem
ser emendados, presos a olhais ou a outros
acessórios de carga, os quais devem, igual-
mente, suportar a mesma tensão e carga
da suportada pelo cabo. Se a inspeção de
segurança não for adequada a carga pode
ir ao chão.
FFFFFAAAAATORESTORESTORESTORESTORES
No transporte de grandes cargas, uma
das maneiras mais rápidas de se obter
estatísticas de acidentes é por meio das
seguradoras internacionais, que possuem
robustos bancos de dados, como o WOAD
e OREDA, por exemplo. Simplificando a
questão, têm-se algumas recomendações
importantes, descritas a seguir.
Primeiramente, toda a atividade de ris-
co, por mais simples que seja, deve ser
planejada. O planejamento deve contem-
plar não só a própria atividade do trans-
porte, como também o ambiente em que
essa atividade se desenvolverá. Para mo-
vimentações com cargas de grandes di-
mensões e peso, deve-se utilizar modelos
de simulação em 3D, que possibilitem a
FEVEREIRO / 201374 REVISTA PROTEÇÃO
GESTÃO DE RISCOS
obtenção de alternativas mais seguras.
A carga transportada deve ser observa-
da como um todo avaliando-se, no estu-
do: dimensões; peso; centro de gravidade
do conjunto; centro de gravidade do com-
ponente de maior peso; possibilidade de
modularizar-se o transporte; existência de
protuberâncias, extremidades e ressaltos,
que podem ser pontos de contato com
objetos durante o transporte; utilização
de lingadas com coeficiente de segurança
maior ou igual a 5; existência de pontos
de pega ou de amarração das lingadas; ins-
peção de todos os pontos, suas conexões
e soldas; inspeção de todo o material em-
pregado na atividade, cabos e todos seus
acessórios; definição do meio de transpor-
te, assegurando-se que haja uma folga
mínima entre a capacidade do mesmo e o
peso da carga superior a 5; verificação de
todos os componentes do meio de trans-
porte; local onde a carga será depositada;
e existência de guias ou de pontos de co-
nexão com outros elementos. Além dis-
so, é preciso avaliar o percurso, verifican-
do possíveis pontos de contato, irregula-
ridades do piso, restrição quanto à largu-
ra do local em relação à dimensão da car-
ga (deve-se sempre estimar folgas late-
rais de no mínimo um metro de largura),
possibilidade de a carga ser apoiada sobre
calços caso haja ventos com velocidade
superior a 15km/h e a carga esteja sendo
transportada por meio de guindastes, pos-
sibilidade do equipamento de transporte
ficar parado por razões técnicas sem que
haja o estorvo na circulação dos demais
veículos, proximidade de linhas elétricas,
proximidade da movimentação de outras
cargas, movimentação de pessoal sob a
carga, obstruções a serem ultrapassadas
e existência de aclives ou declives.
Toda a atividade de movimentação de
cargas de grandes dimensões ou pesos
deve ter apenas um responsável, a quem
todos devem se reportar. Além dis-
so, todos os envolvidos na operação
são importantes e necessários, de-
vendo existir um meio seguro de co-
municação com as pessoas. O ope-
rador do equipamento ou operado-
res, uma vez que há transportes
com vários equipamentos envolvi-
dos, devem ter sistema de comuni-
cação segura, visto que as sinaliza-
ções habituais por gestos podem ser
mal interpretadas ou entendidas,
implicando em acidentes. É neces-
sária também especial atenção aos
trechos do percurso com curvas ou mu-
dança do alinhamento da estrada, princi-
palmente se o veículo transportador for
longo, com mais de 30 metros.
Alguns acessórios empregados na mo-
vimentação de cargas são: alavanca com
catraca, anéis ou argolas, cadernais,
carretilhas, cinta plana, destorcedor olhal-
manilha, dispositivos para extremidade
dos cabos, gancho com olhal, gancho com
trava livre, estropos, gancho e moitão,
garra de pega, laços de cabos, manilha re-
ta, moitão duplo, mosquetão com gancho,
mosquetão com trava dupla, polia e olhal,
sapatilha de aço, tenaz e tirfor.
RELEVÂNCIARELEVÂNCIARELEVÂNCIARELEVÂNCIARELEVÂNCIA
Toda atividade de transporte de carga
é perigosa, seja de grande peso e dimen-
sões ou não, e pode apresentar complexi-
dades que aumentam o grau de risco. O
transporte manual de um rolo de arame
farpado representa um risco para quem
não está utilizando as luvas ou os meios
de transporte adequados. O transporte de
um moirão de concreto, de 180cm, pesan-
do 60kg pode ser feito por um trabalhador.
Entretanto, se esse tiver que subir uma
encosta já terá que necessitar do apoio
de um colega. Se a encosta for íngreme
demais, além dos dois empregados o moi-
rão terá que ser amarrado por uma corda
e seguro por um terceiro funcionário. Em
muitas dessas operações de carga, quan-
do há necessidade de fixação de parafu-
sos, passa a ser essencial o uso de guias
para o alinhamento dos furos. Essa guia
pode receber o nome de “spinas”. Depois
de alinhados, os orifícios são inseridos nos
parafusos de fixação. Nesse momento,
qualquer balanço da carga pode signifi-
car pessoas mortas ou com graves lesões.
Basta que o planejamento do transpor-
te seja mal executado para que a proba-
bilidade de ocorrência de acidentes cres-
ça exponencialmente. Isso costuma ocor-
rer quando a empresa não possui a ade-
quada cultura de segurança, quando as
atividades são realizadas “para ontem” e
quando há improvisos. Somente estes três
itens citados neste parágrafo já seriam
responsáveis por mais de 60% das ocor-
rências de acidentes. Assim, se quisermos
reduzir drasticamente as ocorrências de
acidentes devemos fazer com que todos
os envolvidos passem a ter a cultura da
prevenção, sejam conscientizados a não
improvisar e as chefias entendam que “a
pressa é o atalho mais rápido para o aci-
dente”.
A gravidade dos acidentes ou a severi-
dade das lesões não dependem necessa-
riamente do peso e dimensões da carga
transportada. Por exemplo, em um aci-
dente envolvendo transporte manual de
cargas, em que o trabalhador teve um olho
perfurado, a causa principal foi a desaten-
ção com o seu colega que ia à frente levan-
do meia dúzia de vergalhões para posicio-
ná-los em uma forma. O trabalhador pa-
rou de repente, por alguma razão e seu
colega que ia distraído atrás não percebeu
e continuou a marcha.
Em outro acidente, na elevação de uma
torre de processo de 60 toneladas que
deveria ser içada e posicionada naquele
mesmo dia, a movimentação se deu por
volta das 21h e os cabos não foram ins-
pecionados corretamente, pois a pilha da
lanterna estava gasta. Um dos cabos já
apresentava desgaste acentuado e havia
sido deixado de lado no canteiro para pos-
terior recolhimento, contudo, sem qual-
quer aviso. O encarregado, com pressa,
utilizou o que tinha mais próximo, inclu-
sive, o cabo condenado. Quando a torre
já se encontrava com inclinação de 70º, o
cabo danificado não suportou a carga e
rompeu, resultando na queda da torre. Fe-
lizmente, não houve feridos. Já em outra
atividade de complementação de tor-
re, de trecho com 600 toneladas, o ope-
rário que posicionou a spina não reti-
rou seu dedo a tempo. Com o vento, o
trecho deslocou-se alguns milímetros
e uma parte do dedo do operário ficou
presa entre as partes da torre.
Diante desses fatos, evidencia-se
a importância de fazer uma adequa-
da análise dos fatores de risco em cada
situação de transporte de cargas, pois
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Revista Proteção: Transporte de Cargas - fevereiro de 2013

  • 1. FEVEREIRO / 201368 REVISTA PROTEÇÃO GESTÃO DE RISCOS Medidas preventivas evitam acidentes no transporte de cargas Atividade complexa O transporte de cargas é, sabidamente, uma das primeiras atividades humanas. Esse transporte era quase sempre manu- al, com o caçador transportando a caça sobre os ombros. Quando passou a residir fora das cavernas também transportavam os materiais de construção manualmen- te. Não há registros dos primeiros trans- portes que não fossem por meio do ho- mem. Sabe-se da história que eram em- pregados troncos de árvores, em que a carga depositada sobre os mesmos era empurrada reduzindo o esforço manual. No entanto, à medida em que as cargas a serem transportadas foram se tornando maiores e mais pesadas, novos meios de Antonio Fernando Navarro - Físico, matemático, engenheiro civil, engenheiro de Segurança do Trabalho, mestre em Saúde e Meio Ambiente, doutorando em Engenharia Civil, especialista em Gerenciamento de Riscos, engenheiro e professor da Universidade Federal Fluminense. navarro@vm.uff.br Antonio Fernando Navarro transportes tiveram de ser criados. No artigo, tratar-se-á de forma prática sobre as questões que envolvem os mei- os de transportes e as informações esta- tísticas dos acidentes mais comuns, ex- traídas de estudos e pesquisas sobre aci- dentes ocorridos na movimentação de car- gas em atividades relacionadas à constru- ção civil e em obras industriais de cons- trução de montagem. Inúmeros são os meios de transportes. Quando conjugados, passam a ser deno- minados de modais de transporte ou de carga. Entre esses são empregados: trans- porte manual com carrinhos de mão ou plataformas; transporte por meio de ca- minhões, carretas, empilhadeiras, trolleys, guindastes sobre pneus ou lagartas; trans- porte sobre trilhos, como pontes rolantes, guindastes sobre trilhos, vagões ferroviá- rios; transporte sobre plataformas, como sobre roletes ou skids; transporte por gru- as, pontes rolantes, talhas; transportes sobre meios flutuantes, como barcaças, navios ou outros meios, etc. Para o trans- porte de grandes volumes de cargas fracionadas, os meios mais usuais são ca- minhões e navios. MODALMODALMODALMODALMODAL Modais de transporte são os modos como as cargas serão transportadas. Es- ses modos podem conjugar vários meios de transporte, dependendo das caracte- rísticas da carga, peso e dimensões. Quan- do se refere às características poder-se-á estar falando de cargas secas, úmidas, lí- quidas, fracionadas, em pallets, etc. Algu- mas possibilidades são: vagões associados a barcaças, para grãos vegetais, como o- ????????????????????????
  • 2. FEVEREIRO / 201370 REVISTA PROTEÇÃO GESTÃO DE RISCOS corre hoje em hidrovias em Rondônia; caminhões associados a aviões e desses para caminhões, como ocorre na Zona Franca de Manaus/AM; caminhões para navios e desses para vagões ou caminhões, como ocorre no escoamento das safras de grãos que são embarcadas no Porto de Pa- ranaguá/PR, o maior do Brasil nesse tipo de embarque; múltiplos equipamentos pa- ra o transporte, içamento ou descida, principalmente em função das dimensões e/ou peso; embarcações para caminhões e desses para aviões e, a partir daí, para outros meios, como se dá no transporte de pescados. Em um estaleiro especializado na cons- trução de módulos de plataformas de pe- tróleo, por exemplo, tem-se duas situa- ções a considerar. A primeira, relativa ao peso da carga, limitado ao equipamento de içamento e às condições de como se realizará o içamento. A segunda, deter- minada pela geometria da carga e dimen- sões. Assim, pode-se ter o transporte co- mo o observado na Foto 1, em que grande número de pneus possibilita uma melhor distribuição do peso da carga sobre o pavi- mento da estrada; e Foto 2, quando a lar- gura do caminhão não caberia na platafor- ma de apenas um equipamento. O modelo de transporte deve ser previ- amente estudado, planejado e adequado, por estar associado a várias questões como: Prazo para entrega, requerendo veí- culo que possa se deslocar mais rapida- mente ou não; Características do produto, se frágil ou não; Cargas especiais quanto ao peso e/ ou dimensões; Capacidade de suporte do peso da carga transportada, associado ao peso do veículo transporta- dor, influenciando na escolha do traçado da rodovia; Locais de embarque e de- sembarque, que podem levar em consideração não só o calado, caso de píer e cais, como tam- bém da possibilidade da inter- rupção do fluxo de veículos da rodovia; Locais de difícil acesso para o carregamento ou descarrega- mento, pelas características do terreno natural, largura da fai- xa de rolamento, presença de obstáculos que não podem ser removidos, etc.; Necessidade de equipamentos espe- ciais para a descarga dos materiais, pelas razões de excentricidade da carga, locali- zação de pontos de pega, dimensões, peso, existência de extremidades; Meios para a proteção das cargas mesmo que temporários; Custos associados ao transporte, qua- se sempre orçados no planejamento da atividade; Meios de transporte disponíveis, ca- sos em que as cargas, por terem grande peso, necessitam de equipamentos espe- ciais que não se encontram com facilida- de. Por exemplo, guindastes flutuantes com capacidade de carga acima de 5.000 toneladas podem demorar meses para se- rem utilizados; Necessidade de embalagens especi- ais; Possibilidade de transporte a granel ou fracionado, entre outras questões. Os modais devem ser previstos desde a fase inicial das atividades de produção, pois têm que estar associados uns aos ou- tros. Muitas vezes, uma forma de trans- porte encontra-se disponível enquanto a outra não está. Assim, a mercadoria deve ficar armazenada durante determinado período, onerando os custos de transpor- te. Não se pode ignorar que quanto maior for a quantidade de manuseios da merca- doria, maiores são as possibilidades de existência de danos aos bens. Isso se dá, em grande parte, devido às atividades de estiva. Independentemente dos modais, a raiz da questão da escolha está diretamente associada às características físicas das cargas ou mercadorias. Assim, uma parti- da de frutas da estação não pode ficar lon- gos períodos fora de ambientes climatiza- dos. Portanto, nesses casos, os meios de transporte para esse tipo de carga devem ser adequados ao ambiente climatizado. Outra questão crucial é a que contempla os transportes após o recebimento das cargas pelos clientes. Depois que a mer- cadoria chega ao seu destino deve ser da- do a ela idêntico tratamento, de maneira a preservá-la até sua aplicação ou comer- cialização. Desta maneira, passa a ser im- portante também definir previamente os locais em que as cargas permanecerão até seu emprego e quais as exigências téc- nicas requeridas para essa armazenagem. Um exemplo interessante é o que trata de equipamentos, componentes ou siste- mas que necessitam ser mantidos ener- gizados, enquanto estiverem armazena- dos. Para tal, no ambiente de depósito de- vem ser tomados todos os cuidados para não só manterem-se os equipamentos energizados, assim como para evitar que incêndios venham a ocorrer. Outro exem- plo é o que trata de grandes equipamen- tos que precisam de controle constante enquanto estiverem armazenados, como motores de grande porte que necessitam de lubrificação de mancais, do giro dos eixos para que não haja empenos, entre outros cuidados. CARGACARGACARGACARGACARGA As cargas transportadas podem ter as seguintes características físicas: sólidas; líquidas; gasosas. Elas podem ser acondi- cionadas em: tambores metálicos; caixas de madeira, plásticas ou de papelão; con- têineres para sólidos, líquidos ou gases; contêineres pressurizados ou climatiza- dos; pallets metálicos; carga à granel dis- posta no meio de transporte (grãos, miné- rios, inclusive pedras, lavradas ou de mão); bags ou outros meios de contenção para cargas à granel; cargas sem embala- gem, etc. Em função das características físicas das cargas e das formas como são acondi- cionadas, são definidas as estratégias de transporte. Em uma obra civil, para a montagem da estrutura da construção em concreto armado, por exemplo, são neces- sários materiais, que aglomerados, mistu- rados e posicionados possibilitam que a estrutura seja erigida. Assim, em vista dos volumes de materiais empregados, para se acelerar o processo de construção, são preparadas no canteiro de obras as fôrmas
  • 3. FEVEREIRO / 201372 REVISTA PROTEÇÃO GESTÃO DE RISCOS de madeira ou metálicas, onde serão posi- cionadas as ferragens e o concreto. As fer- ragens podem chegar em carretas e se- rem cortadas e preparadas no canteiro de obras, ou já virem prontas do fornecedor. O concreto pode chegar em betoneiras e ser lançado por bombas, sendo bombea- do diretamente nas formas. Neste exem- plo, tem-se parte das cargas transporta- das manualmente e parte por meio de bombeio. Apesar de aparentemente simples, quando observado com maior atenção, o exemplo mostra a enorme quantidade de manuseios das cargas, das inúmeras for- mas de transporte e lançamento. Em toda a análise de riscos, o perigo está na mes- ma proporção da quantidade de vezes em que a carga é manuseada, uma vez que as chances de ocorrência de acidentes se- rão maiores. ANÁLISEANÁLISEANÁLISEANÁLISEANÁLISE Nas atividades de transporte de cargas, muitos são os aspectos a considerar, que podem contribuir para a ocorrência de acidentes. De maneira geral, um dos itens mais suscetíveis de provocarem aciden- tes são os acessórios empregados na movi- mentação e içamento das cargas. Os aci- dentes envolvendo cabos de aço são mais divulgados do que aqueles envolvendo os acessórios de carga. Assim, mais de um fator pode contribuir para a ocorrência de um acidente ou incidentes, como por e- xemplo, o rompimento de uma eslinga, sem que a carga tenha ido ao solo, em uma atividade de içamento, conjugada com a movimentação. 1/3 h Prolabore As causas básicas podem ser definidas por meio de pesquisas e análises dos aci- dentes. Neste artigo, utilizou-se como ba- se para análise, uma listagem de 221 aci- dentes de transporte de cargas, sem se distinguir, nessa fase, as características das cargas. As causas básicas de acidentes no trans- porte de cargas são: rompimento de lingadas, mal dimensionamento dos pesos e dispositivos de içamento, tombamento do veículo transportador, irregularidades no piso, movimentação em função do ven- to, balanço excessivo em função dos des- níveis de terreno, quebra da lança de iça- mento do equipamento de guindar, falhas operacionais, falhas no planejamento das atividades, quebra dos acessórios de iça- mento da carga, defeito de materiais, que- bra dos pontos de amarração, quebra dos pontos de pega, rompimento das embala- gens, queda do material transportado por estiva inadequada, dimensionamento ina- dequado do centro de gravidade, impac- to contra objetos fixos ao longo do cami- nho, e impacto contra objetos móveis. Não se deve esquecer que a simples so- ma dos percentuais sempre será superior a 100%, significando que o acidente se deu pela conjugação de vários problemas. Por exemplo, em uma carga de 1.200 to- neladas foram distribuídos seis pontos de pega. Assim, cada ponto de pega suporta minimamente 200 toneladas. No dimen- sionamento dos pontos de pega os coefi- cientes de segurança irão depender de vá- rios aspectos, mas, no mínimo, são iguais a 5, ou seja, cada ponto de pega pode su- portar até mil toneladas. Pelo menos em tese, a perda de um ponto de pega pela fadiga ou rompimen- to de uma solda, por exemplo, não faria a carga cair. Ocorre que os pontos de pega são dimensionados também para manter a carga equilibrada, distribuindo dessa forma as forças (peso da carga) igualmen- te aos cabos (em teoria). Entretanto, se a carga apresenta grande excentricidade e o ponto de pega naquela região foi o que se rompeu haverá um acréscimo de carga nos cabos não prevista originalmente. Ora, quando se menciona cabo, muitas vezes, se esquece de dizer que os cabos podem ser emendados, presos a olhais ou a outros acessórios de carga, os quais devem, igual- mente, suportar a mesma tensão e carga da suportada pelo cabo. Se a inspeção de segurança não for adequada a carga pode ir ao chão. FFFFFAAAAATORESTORESTORESTORESTORES No transporte de grandes cargas, uma das maneiras mais rápidas de se obter estatísticas de acidentes é por meio das seguradoras internacionais, que possuem robustos bancos de dados, como o WOAD e OREDA, por exemplo. Simplificando a questão, têm-se algumas recomendações importantes, descritas a seguir. Primeiramente, toda a atividade de ris- co, por mais simples que seja, deve ser planejada. O planejamento deve contem- plar não só a própria atividade do trans- porte, como também o ambiente em que essa atividade se desenvolverá. Para mo- vimentações com cargas de grandes di- mensões e peso, deve-se utilizar modelos de simulação em 3D, que possibilitem a
  • 4. FEVEREIRO / 201374 REVISTA PROTEÇÃO GESTÃO DE RISCOS obtenção de alternativas mais seguras. A carga transportada deve ser observa- da como um todo avaliando-se, no estu- do: dimensões; peso; centro de gravidade do conjunto; centro de gravidade do com- ponente de maior peso; possibilidade de modularizar-se o transporte; existência de protuberâncias, extremidades e ressaltos, que podem ser pontos de contato com objetos durante o transporte; utilização de lingadas com coeficiente de segurança maior ou igual a 5; existência de pontos de pega ou de amarração das lingadas; ins- peção de todos os pontos, suas conexões e soldas; inspeção de todo o material em- pregado na atividade, cabos e todos seus acessórios; definição do meio de transpor- te, assegurando-se que haja uma folga mínima entre a capacidade do mesmo e o peso da carga superior a 5; verificação de todos os componentes do meio de trans- porte; local onde a carga será depositada; e existência de guias ou de pontos de co- nexão com outros elementos. Além dis- so, é preciso avaliar o percurso, verifican- do possíveis pontos de contato, irregula- ridades do piso, restrição quanto à largu- ra do local em relação à dimensão da car- ga (deve-se sempre estimar folgas late- rais de no mínimo um metro de largura), possibilidade de a carga ser apoiada sobre calços caso haja ventos com velocidade superior a 15km/h e a carga esteja sendo transportada por meio de guindastes, pos- sibilidade do equipamento de transporte ficar parado por razões técnicas sem que haja o estorvo na circulação dos demais veículos, proximidade de linhas elétricas, proximidade da movimentação de outras cargas, movimentação de pessoal sob a carga, obstruções a serem ultrapassadas e existência de aclives ou declives. Toda a atividade de movimentação de cargas de grandes dimensões ou pesos deve ter apenas um responsável, a quem todos devem se reportar. Além dis- so, todos os envolvidos na operação são importantes e necessários, de- vendo existir um meio seguro de co- municação com as pessoas. O ope- rador do equipamento ou operado- res, uma vez que há transportes com vários equipamentos envolvi- dos, devem ter sistema de comuni- cação segura, visto que as sinaliza- ções habituais por gestos podem ser mal interpretadas ou entendidas, implicando em acidentes. É neces- sária também especial atenção aos trechos do percurso com curvas ou mu- dança do alinhamento da estrada, princi- palmente se o veículo transportador for longo, com mais de 30 metros. Alguns acessórios empregados na mo- vimentação de cargas são: alavanca com catraca, anéis ou argolas, cadernais, carretilhas, cinta plana, destorcedor olhal- manilha, dispositivos para extremidade dos cabos, gancho com olhal, gancho com trava livre, estropos, gancho e moitão, garra de pega, laços de cabos, manilha re- ta, moitão duplo, mosquetão com gancho, mosquetão com trava dupla, polia e olhal, sapatilha de aço, tenaz e tirfor. RELEVÂNCIARELEVÂNCIARELEVÂNCIARELEVÂNCIARELEVÂNCIA Toda atividade de transporte de carga é perigosa, seja de grande peso e dimen- sões ou não, e pode apresentar complexi- dades que aumentam o grau de risco. O transporte manual de um rolo de arame farpado representa um risco para quem não está utilizando as luvas ou os meios de transporte adequados. O transporte de um moirão de concreto, de 180cm, pesan- do 60kg pode ser feito por um trabalhador. Entretanto, se esse tiver que subir uma encosta já terá que necessitar do apoio de um colega. Se a encosta for íngreme demais, além dos dois empregados o moi- rão terá que ser amarrado por uma corda e seguro por um terceiro funcionário. Em muitas dessas operações de carga, quan- do há necessidade de fixação de parafu- sos, passa a ser essencial o uso de guias para o alinhamento dos furos. Essa guia pode receber o nome de “spinas”. Depois de alinhados, os orifícios são inseridos nos parafusos de fixação. Nesse momento, qualquer balanço da carga pode signifi- car pessoas mortas ou com graves lesões. Basta que o planejamento do transpor- te seja mal executado para que a proba- bilidade de ocorrência de acidentes cres- ça exponencialmente. Isso costuma ocor- rer quando a empresa não possui a ade- quada cultura de segurança, quando as atividades são realizadas “para ontem” e quando há improvisos. Somente estes três itens citados neste parágrafo já seriam responsáveis por mais de 60% das ocor- rências de acidentes. Assim, se quisermos reduzir drasticamente as ocorrências de acidentes devemos fazer com que todos os envolvidos passem a ter a cultura da prevenção, sejam conscientizados a não improvisar e as chefias entendam que “a pressa é o atalho mais rápido para o aci- dente”. A gravidade dos acidentes ou a severi- dade das lesões não dependem necessa- riamente do peso e dimensões da carga transportada. Por exemplo, em um aci- dente envolvendo transporte manual de cargas, em que o trabalhador teve um olho perfurado, a causa principal foi a desaten- ção com o seu colega que ia à frente levan- do meia dúzia de vergalhões para posicio- ná-los em uma forma. O trabalhador pa- rou de repente, por alguma razão e seu colega que ia distraído atrás não percebeu e continuou a marcha. Em outro acidente, na elevação de uma torre de processo de 60 toneladas que deveria ser içada e posicionada naquele mesmo dia, a movimentação se deu por volta das 21h e os cabos não foram ins- pecionados corretamente, pois a pilha da lanterna estava gasta. Um dos cabos já apresentava desgaste acentuado e havia sido deixado de lado no canteiro para pos- terior recolhimento, contudo, sem qual- quer aviso. O encarregado, com pressa, utilizou o que tinha mais próximo, inclu- sive, o cabo condenado. Quando a torre já se encontrava com inclinação de 70º, o cabo danificado não suportou a carga e rompeu, resultando na queda da torre. Fe- lizmente, não houve feridos. Já em outra atividade de complementação de tor- re, de trecho com 600 toneladas, o ope- rário que posicionou a spina não reti- rou seu dedo a tempo. Com o vento, o trecho deslocou-se alguns milímetros e uma parte do dedo do operário ficou presa entre as partes da torre. Diante desses fatos, evidencia-se a importância de fazer uma adequa- da análise dos fatores de risco em cada situação de transporte de cargas, pois a atividade é complexa e com caracte- rísticas distintas entre si e muito espe- cíficas.