O documento discute avaliação na educação. Ele explica que a avaliação é um processo importante para que professores entendam o que os alunos aprenderam e se suas estratégias de ensino estão funcionando. Além disso, discute como elaborar provas de forma a avaliar habilidades em vez de apenas conhecimentos decorados, e a importância de contextualizar as questões.
2. A avaliação é um processo
natural que acontece para que o
professor tenha noção dos
conteúdos assimilados pelos
alunos e se as metodologias de
ensino adotadas por ele estão
surtindo efeito na aprendizagem
dos alunos.
3. Saber de antemão o que exatamente se
quer que os alunos respondam, se está
dentro do que foi ensinado e perguntado
com clareza.
A prova é apenas mais um dos
instrumentos que devem ser utilizados
para avaliação e para cada questão seria
importante que se tivesse uma matriz
com os conhecimentos, as habilidades e
as competências que pretende-se
verificar.
5. Para muitos professores, antes valia o
ensinar. Hoje a ênfase está no
aprender. Isso significa uma mudança
em quase todos os níveis
educacionais: currículo, gestão escolar,
organização da sala de aula, tipos de
atividade e, claro, o próprio jeito de
avaliar a turma.
6. O professor deixa de ser aquele que
passa as informações para virar quem,
numa parceria com crianças e
adolescentes, prepara todos para que
elaborem seu conhecimento. Em vez
de despejar conteúdos, ele agora
pauta o seu trabalho no jeito de fazer a
garotada desenvolver formas de aplicar
o conhecimento no dia a dia.
7. Um exemplo da mudança é a média
bimestral ser enriquecida com pareceres,
como observação diária e multidimensional
e instrumentos variados de acordo com
cada objetivo.
O importante é que, a avaliação forneça
dados que possibilitem ao professor
compreender o que o aluno aprendeu ou
não, para fazer intervenções que o ajudem
a superar suas dificuldades e avançar. É
essencial colocar a avaliação a serviço da
inclusão dos alunos no processo de sua
aprendizagem.
8. Professores precisam administrar no momento da
avaliação o conceito de prova desenvolvido pelos
alunos ao longo dos anos, segundo Paulo Ronca
(1991):
Só se estuda se tiver prova.
Só se estuda para prova.
Só se estuda se cair na prova.
Só se estuda o que vai cair na prova.
Complementando, não estuda-se nem se tiver prova.
9. Assim, será necessário dar um novo significado ao
momento da aprendizagem.
A avaliação não deve servir de instrumento de
pressão para manter a disciplina em aula e segundo
Moretto (2007) O conhecimento de diferentes
instrumentos para avaliação e melhor forma de utilizá-
los é um dos recursos que um professor competente
deve dispor.
Não há observação possível senão para quem sabe
aquilo que deseja ver, ou seja, para observar é preciso
direcionar o olhar, registrar aquilo que é percebido e
fazer uma análise dos dados obtidos e registrados.
10. Registrar fatos marcantes, no contexto de
ensino e aprendizagem e adequação do
material utilizado. Durante a aula ou ao final
de uma atividade buscando indícios de
aproximação as metas traçadas.
Os registros exigem um constante olhar
para as metas e servem de mapa do
processo.
11. A PROVA
A prova é o instrumento mais característico do
sistema de avaliação tradicional. No entanto, ela
também pode ser uma fonte útil de informação.
Principalmente utilizado quando desejamos avaliar
procedimentos específicos, a capacidade de
organizar ideias, a clareza de expressão e a
possibilidade de apresentar soluções originais.
Mas precisa ser bem elaborada quando
precisamos avaliar habilidades. É preciso ressaltar
que a avaliação da aprendizagem precisa ser
coerente com a forma de ensinar.
12. Antes de elaborar uma prova o professor tem que
aprender a forma de elaborar uma pergunta, pois,
se a mesma não for clara e precisa permitirá
muitas respostas. Saber contextualizar cada
questão para que não haja abuso de
memorização, ou seja, onde aprende-se sobre a
força da repetição. Falta de parâmetros para
correção, ou seja, é preciso que estabeleça
critérios. Há palavras de comando usadas com
frequência na elaboração de provas que não tem
sentido preciso no contexto.
13. Exemplo
Como é a organização das abelhas numa colmeia?
Resposta dos alunos:
“É jóia!”, “É maravilhosa!”, “É fantástica!”, “É estupenda!”,
“É muito boa!”.
Comentário: Pelo comando da questão – como – todas as
respostas estão corretas. Sabe-se que não era isso que o
professor queria, pois ele pensa na explicação dada em
aula e tem certeza que o aluno “sabe o que ele quer como
resposta”, e é isso que ele irá exigir na correção.
14. Outra forma de perguntar
Vimos em nossas aulas de Ciências como é maravilhosa a
organização das abelhas numa colméia, pois cada grupo
de elementos da colméia tem uma função específica, para
que o todo funcione em harmonia. Partindo dessa idéia,
responda:
a) Descreva a função de ao menos quatro grupos de
elementos da colméia:
b) Apresente por escrito uma relação entre o
funcionamento da colméia e o de nossa escola, no que se
refere ao cumprimento das funções de cada um.
15. Comentários:
Nesta forma de elaboração, não deixou-se
de questionar sobre a colméia e seu
funcionamento.
Introduziu-se o tema transversal de
cidadania, que é uma recomendação dos
PCNs.
16.
17. Contextualização
O texto deve servir de contexto e não de
pretexto.
Quando dizemos que uma questão deveria
ser contextualizada, significa que, para
responder a ela, o aluno deveria buscar
apoio no enunciado da mesma.
18. Elaborar um contexto não é apenas inventar
uma história, ou mesmo colocar um bom
texto ligado ao assunto tratado na questão.
É preciso que o aluno tenha que buscar
dados no texto e, a partir deles, responder à
questão, com as palavras do aluno. Lembre-
se: o que dá sentido ao texto é o contexto.
19. A finalidade tanto do ensino como da avaliação da
aprendizagem é criar condições para o
desenvolvimento de competências do aluno. Por
esse motivo, o aluno deve estar preparado para
ler textos de todos os tipos como de revistas,
jornais, manuais, encartes, folhetos, e interpretá-
los coerentemente. Por esse motivo que quanto
mais completa for a formulação das questões,
tanto melhor será a formação do aluno para a sua
vida profissional.
20. A habilidade de elaborar bem as provas é
um recurso que o professor competente
precisa ter. Elaborar bem é saber
contextualizar de acordo com os objetivos
estabelecidos, perguntar de forma clara e
precisa, questionar apenas conteúdos
relevantes e não colocar “pegas” para
derrubar o aluno.
22. Exemplo de Questão sem contextualização:
Exame de piloto revela embriaguez
O exame etílico de Carlos G. de A. Lima,..., revelou
estado de "embriaguez com ressalva" no dia do
acidente. O exame etílico consiste na determinação do
teor de álcool etílico (etanol) encontrado no sangue.
Quantos carbonos hidrogênios e oxigênios são
respectivamente encontrados em 1 molécula de etanol?
a) 2, 5, 2 b) 2, 5, 1 c) 3, 6, 1 d) 2, 6, 1 e) 3, 6, 2
23. Comentário
As "chamadas" dos jornais constituem um ótimo
contexto para orientar a reflexão do aluno. A exploração
da questão foi pobre.
O que poderia ter sido explorado era a incompatibilidade
entre bebida alcoólica e o volante. Poderia solicitar ao
aluno uma opinião pessoal sobre a culpabilidade ou não
de Carlos Lima. Estes são temas transversais, ligados à
cidadania, que deveriam ser explorados em todas as
disciplinas, mesmo sem deixar de perguntar os dados
específicos de química.
Assim, se o objetivo do professor era apenas verificar se
o aluno sabia o número de carbonos, hidrogênios e
oxigênios, não havia necessidade nenhuma do contexto.
Neste caso dizemos que o professor fez do texto um
pretexto e não um contexto.
24. Os instrumentos utilizados
devem ter coerência com a
prática diária.
“Não é possível ser
construtivista na hora de
ensinar e tradicional na hora de
avaliar”.
26. INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO
• Observação e registro;
• Auto-avaliação;
• Trabalho em grupo;
• Portifólio;
• Reflexão sobre erros e acertos do aluno e
do professor;
• Dever de casa;
• Provas: objetivas e operatórias.
27. Sugestões para que o professor possa
preparar seu instrumento de avaliação
28. 1- Ter à mão as habilidades que deseja
avaliar:
Elaborar as questões de forma que, através da
resposta, o aluno demonstre a aquisição de
habilidades e não apenas “conceitos decorados”.
Ter clareza, em cada questão que quer que o aluno
demonstre e cobrar de si mesmo este critério no
momento da correção.
Verificar se o conteúdo cobrado é importante,
relevante no contexto e potencialmente significativo.
29. 2- Organizar as questões de forma a situar o
pensamento do aluno para que este, organizado,
estabeleça relações que facilitem a compreensão:
Separar as questões que fazem parte do
conhecimento escolar (relatar
informações), raciocínio e aplicação de
habilidades no cotidiano, procurando não
sobrecarregar o aluno.
Buscar concepções prévias do aluno,
ligadas ao conteúdo explorado.
30. 3- Determinar com clareza e precisão o objetivo da
questão e com isso elaborar perguntas com os
mesmos critérios (claras e precisas)
4- Contextualizar a questão, colocando-a numa
situação de possível compreensão para o aluno.
5- Elaborar as questões de forma que a prova seja,
sobretudo, mais um momento de estudo.
6- Não colocar questões que desencadeiam uma
sequência óbvia, porém incorreta (generalizações).
31. 7- Quando a avaliação possuir texto, procure aqueles
que têm sentido com o tema que você escolheu para
sua prova. Não pegue um texto qualquer, veja o
conteúdo, se está no nível de entendimento de seus
alunos, principalmente a linguagem, e observe
também o tipo textual. Antes de utilizar textos
originados da Internet cheque a sua procedência, se
as informações