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2ª aula: Relações sociais, linguagem e consciência Mediação semiótica – Internalização, linguagem interior, cognição (psiquismo) Contribuições de Vygotsky e Bakhtin para a pesquisa nas Ciências Humanas Prof ª. Dr ª. Maria Teresa de Assunção Freitas – UFJF [email_address] Grupo de Pesquisa Linguagem Interação e Conhecimento – LIC www.lic.ufjf.br
Síntese dos conceitos estudados até a Unidade 6 ,[object Object],[object Object],[object Object],[object Object]
O H ao se isolar abstratamente  colocando-se de forma a-social, a-histórica se refugia no orgânico da animalidade. Só como membro de um grupo social em uma classe e por uma classe é que ele ascende à realidade e a eficiência histórica. Para entrar na história não é suficiente nascer fisicamente como o animal que não entra na história.
De fato é preciso, por assim dizer, um segundo nascimento, um nascimento social. Não se nasce um organismo biológico abstrato, mas se nasce um camponês ou aristocrata, proletário ou burguês. Isso é o importante, não se pode ignorar esse segundo nascimento , o social. Não se pode entender esse biológico se não se considerar o social.  (Bakhtin / Volochinov 1980, p.34)
A criança nasce num meio onde o comportamento é regido não exclusivamente por leis naturais ou biológicas, mas também por um contexto de significações culturais que foi sendo estabelecido pelo ser humano ao longo da sua história. Essas significações não são, nesse sentido, elementos que emergem do nosso  pacote  de transformações biológicas. Elas existem inicialmente no meio externo e são apropriadas ou internalizadas pela criança no correr da vida.
Como esses significados começam a fazer parte do mundo interno da criança? Segundo Vygotsky (1931/1995), se as significações culturais não são dadas geneticamente, o recém-nascido precisa conviver neste mundo social para poder apreendê-las. Apenas o contato com o  outro  possibilitará a conversão das significações culturais do meio externo para o mundo interno e subjetivo da criança.
Acompanhando a idéia do autor russo, Pino (2005) sugeriu ser o homem a única espécie a constituir-se através de um  “duplo nascimento”  (p. 55): o  biológico  e o  cultural . Nascemos com um equipamento biológico e uma programação genética típica da espécie que nos proporciona, entre outras possibilidades,  a aptidão para a cultura . Mas esta só irá se desenvolver através da imprescindível interação social, ou seja, apenas se houver o contato concreto com a cultura.
[object Object],[object Object],[object Object]
Instrumentos técnicos e simbólicos Uma diferença muito importante entre o instrumento psicológico e o técnico é a orientação do primeiro para a psique e comportamento, ao passo que o segundo, que também se introduziu como elemento intermediário entre a atividade do homem e o objeto externo, orienta-se no sentido de provocar determinadas mudanças no próprio objeto.
O  instrumento psicológico, ao contrário, não modifica em nada o objeto: é um meio de influir em si mesmo( ou em outro) - na psique, no comportamento – mas não no objeto. È por isso que no ato instrumental reflete-se a atividade relacionada a nós mesmos e não ao objeto. (Vygotsky, 1996 p.97)
Qual é, então, a similitude entre o signo e o instrumento? Ambos têm função mediadora: SIGNO e INSTRUMENTO  -> Função Mediadora ATIVIDADE MEDIADA A atividade cognitiva não se resume ao uso do instrumento e do signo para as mediações (várias)
SIGNO E INSTRUMENTO Não modifica materialmente o objeto da operação psicológica. Constitui um meio de atividade interna dirigido para o controle do próprio indivíduo. Mediação direta entre o homem e o objeto da atividade (a natureza).
[object Object],[object Object],[object Object],[object Object]
“ Homem ascende à humanidade: de seres biológicos em seres histórico-culturais no momento em que reflete a realidade objetiva de forma mediada utilizando instrumentos psicológicos, os signos na interação com os outros”
As FME se transformam qualitativamente em FMS pela utilização da linguagem adquirida no contato social (Freitas,1997, p.318.) Signo = fenômeno exterior, criado pelo homem, que emerge no terreno interindividual e cuja significação se produz  na dinâmica das interlocuções ( Freitas, 1995, 1997.)
Conceito de internalização para Vygotsky: Reconstrução interna da atividade construída externamente com um outro.
O processo de internalização consiste numa série de transformações: A) uma operação que inicialmente representa uma atividade externa é reconstruída e começa a ocorrer internamente.
B) um processo interpessoal é transformado num processo intrapessoal. Todas as funções no desenvolvimento da criança aparecem duas vezes: primeiro, no nível social, e, depois, no nível individual; primeiro entre pessoas (interpsicológica), e, depois, no interior da criança (intrapsicológica).
C) a transformação de um processo interpessoal num processo intrapessoal é o resultado de uma longa série de eventos ocorridos ao longo do desenvolvimento. (Vygotsky,1991, p.63-64)
A palavra do outro se transforma, dialogicamente, para tornar-se palavra-pessoal - alheia com a ajuda de outras palavras do outro e depois, palavra pessoal (com , poder-se-ia dizer, a perda das aspas) Bakhtin, 1992, p.405-406.

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  • 1. 2ª aula: Relações sociais, linguagem e consciência Mediação semiótica – Internalização, linguagem interior, cognição (psiquismo) Contribuições de Vygotsky e Bakhtin para a pesquisa nas Ciências Humanas Prof ª. Dr ª. Maria Teresa de Assunção Freitas – UFJF [email_address] Grupo de Pesquisa Linguagem Interação e Conhecimento – LIC www.lic.ufjf.br
  • 2.
  • 3. O H ao se isolar abstratamente colocando-se de forma a-social, a-histórica se refugia no orgânico da animalidade. Só como membro de um grupo social em uma classe e por uma classe é que ele ascende à realidade e a eficiência histórica. Para entrar na história não é suficiente nascer fisicamente como o animal que não entra na história.
  • 4. De fato é preciso, por assim dizer, um segundo nascimento, um nascimento social. Não se nasce um organismo biológico abstrato, mas se nasce um camponês ou aristocrata, proletário ou burguês. Isso é o importante, não se pode ignorar esse segundo nascimento , o social. Não se pode entender esse biológico se não se considerar o social. (Bakhtin / Volochinov 1980, p.34)
  • 5. A criança nasce num meio onde o comportamento é regido não exclusivamente por leis naturais ou biológicas, mas também por um contexto de significações culturais que foi sendo estabelecido pelo ser humano ao longo da sua história. Essas significações não são, nesse sentido, elementos que emergem do nosso pacote de transformações biológicas. Elas existem inicialmente no meio externo e são apropriadas ou internalizadas pela criança no correr da vida.
  • 6. Como esses significados começam a fazer parte do mundo interno da criança? Segundo Vygotsky (1931/1995), se as significações culturais não são dadas geneticamente, o recém-nascido precisa conviver neste mundo social para poder apreendê-las. Apenas o contato com o outro possibilitará a conversão das significações culturais do meio externo para o mundo interno e subjetivo da criança.
  • 7. Acompanhando a idéia do autor russo, Pino (2005) sugeriu ser o homem a única espécie a constituir-se através de um “duplo nascimento” (p. 55): o biológico e o cultural . Nascemos com um equipamento biológico e uma programação genética típica da espécie que nos proporciona, entre outras possibilidades, a aptidão para a cultura . Mas esta só irá se desenvolver através da imprescindível interação social, ou seja, apenas se houver o contato concreto com a cultura.
  • 8.
  • 9. Instrumentos técnicos e simbólicos Uma diferença muito importante entre o instrumento psicológico e o técnico é a orientação do primeiro para a psique e comportamento, ao passo que o segundo, que também se introduziu como elemento intermediário entre a atividade do homem e o objeto externo, orienta-se no sentido de provocar determinadas mudanças no próprio objeto.
  • 10. O instrumento psicológico, ao contrário, não modifica em nada o objeto: é um meio de influir em si mesmo( ou em outro) - na psique, no comportamento – mas não no objeto. È por isso que no ato instrumental reflete-se a atividade relacionada a nós mesmos e não ao objeto. (Vygotsky, 1996 p.97)
  • 11. Qual é, então, a similitude entre o signo e o instrumento? Ambos têm função mediadora: SIGNO e INSTRUMENTO -> Função Mediadora ATIVIDADE MEDIADA A atividade cognitiva não se resume ao uso do instrumento e do signo para as mediações (várias)
  • 12. SIGNO E INSTRUMENTO Não modifica materialmente o objeto da operação psicológica. Constitui um meio de atividade interna dirigido para o controle do próprio indivíduo. Mediação direta entre o homem e o objeto da atividade (a natureza).
  • 13.
  • 14. “ Homem ascende à humanidade: de seres biológicos em seres histórico-culturais no momento em que reflete a realidade objetiva de forma mediada utilizando instrumentos psicológicos, os signos na interação com os outros”
  • 15. As FME se transformam qualitativamente em FMS pela utilização da linguagem adquirida no contato social (Freitas,1997, p.318.) Signo = fenômeno exterior, criado pelo homem, que emerge no terreno interindividual e cuja significação se produz na dinâmica das interlocuções ( Freitas, 1995, 1997.)
  • 16. Conceito de internalização para Vygotsky: Reconstrução interna da atividade construída externamente com um outro.
  • 17. O processo de internalização consiste numa série de transformações: A) uma operação que inicialmente representa uma atividade externa é reconstruída e começa a ocorrer internamente.
  • 18. B) um processo interpessoal é transformado num processo intrapessoal. Todas as funções no desenvolvimento da criança aparecem duas vezes: primeiro, no nível social, e, depois, no nível individual; primeiro entre pessoas (interpsicológica), e, depois, no interior da criança (intrapsicológica).
  • 19. C) a transformação de um processo interpessoal num processo intrapessoal é o resultado de uma longa série de eventos ocorridos ao longo do desenvolvimento. (Vygotsky,1991, p.63-64)
  • 20. A palavra do outro se transforma, dialogicamente, para tornar-se palavra-pessoal - alheia com a ajuda de outras palavras do outro e depois, palavra pessoal (com , poder-se-ia dizer, a perda das aspas) Bakhtin, 1992, p.405-406.