2. INTRODUÇÃO:
A crise da República Romana se refere a um longo
período, entre 134 a.C. e 27 a.C. de instabilidade
política e social que culminou com a transformação da
República Romana no Império Romano. As datas
exatas das ocorrências destas crises não são
totalmente claras porque, "Roma oscilava entre a
normalidade e a crise" por muitas décadas. Da mesma
forma, as causas e atributos das crises mudaram ao
longo das décadas, incluindo as formas de escravidão,
bandidagem, guerras internas e externas, reformas
agrárias, a invenção de novas formas de punição
literalmente cruéis, a expansão da cidadania romana, e
até mesmo as mudanças na composição do exército
romano.
3. DESENVOLVIMENTO:
Um período conturbado:
Em meados do século II a.C., as conquistas territoriais
transformam Roma em uma cidade rica e cosmopolita, onde
circulavam produtos vindos de diversas regiões. Elas também
contribuíram para modificar a realidade social e política vigente
na Republica romana.
Com a expansão das atividades comerciais, algumas
famílias plebéias enriqueceram e construíram um novo
grupo social, a nobreza, que passou a exercer grande
influência sobre a sociedade. Membros dessas famílias
começaram a ocupas cargos da magistratura antes
reservados apenas aos patrícios. Essa ascensão de
setores da plebe coincidiu com a perda de poder dos
patrícios, enfraquecidos numericamente por ser um
grupo muito fechado.
4. DESENVOLVIMENTO:
Acentua-se a desigualdade social:
Enquanto os nobres e cavaleiros concentravam a riqueza, o nível
de renda do restante da população caia de forma constante. Além
disso, muitos camponeses, ao voltarem da guerra para suas
propriedades, não se acostumavam mais com a vida rural.
Preferiam mudar-se para as cidades. O mesmo faziam muitos
pequenos proprietários que, por causa de dividas com os mais
ricos, haviam perdido duas terras. Desse modo, as guerras
contribuíram fortemente para a desintegração das camadas
médias rurais que, por séculos, haviam sido a base militar e social
do Estado romano. Essa desigualdade entre ricos e pobres gerou
enorme descontentamento entre as camadas populares,
provocando conflitos sociais que começaram a abalar a República.
Algumas pessoas argumentavam que para sair da crise seria
necessário promover mudanças na sociedade. Entre os defensores
desse ponto de vista destacaram – se os irmãos Tibério e Caio
Graco.
5. DESENVOLVIMENTO:
A luta pela reforma agrária:
Eleito tributo da plebe em 133 a. C., Tibério Graco lutava por uma
reforma agrária que pusesse fim ao êxodo rural e estabelecesse
limites à propriedade da terra. Inconformados com a idéia, os
senadores – donos dos maiores latifúndios de Roma –
promoveram o assassinato de Tibério e de trezentos de seus
seguidores.
As propostas de Tibério foram retomadas anos depois por seu
irmão Caio Graco, eleito tribuno da plebe em 124 a. C. Baseando-
se no modelo da democracia ateniense e buscando minar o poder
dos ricos, Caio Graco propôs que as principais decisões da
República fossem transferidas do Senado para uma assembléia
popular. Também defendia a divisão das terras públicas e sua
distribuição entre os mais pobres.
Sentido seus interesses ameaçados, a aristocracia senatorial
mobilizou suas forças contra Caio Graco. Em 121 a. C., o tribuno e
seus partidários foram cercados fora de Roma. Sem ter como
escapar, Caio Graco pediu a um escravo que o matasse. A isso se
seguiria a matança de 3 mil dos que apoiavam.
6. DESENVOLVIMENTO:
A hora dos generais
Procurando desviar a atenção da crise que se abatia
sobre a República, a partir do final do século II a. C. o
Senado romano passou a estimular campanhas
militares no exterior. Graças às vitórias obtidas, cresceu
o prestígio dos militares. Assim, entre 107 e 100 a.C. o
general Caio Mário elegeu-se cônsul por seis vezes
consecutivas.
Em 82 a. C., o general Lúcio Cornélio Sila, homem de
confiança do Senado, assumiu o governo e foi ditador
perpétuo. Era um fato inédito na História da República:
pelas leis romanas, o Senado só poderia convocar
alguém para a função de ditador em situações de perigo
para a sociedade e só pelo prazo de seis meses.
7. César: um novo rei?
César retornou a Roma em 46 a.C., onde foi recebido
triunfalmente. Diante dessa recepção calorosa, os senadores
tiveram de conceder a ele o título de ditador vitalício.
Senhor da situação, César deu inicio a uma nova fase na
política romana: a da personificação do poder. Sem
comprometimento com plebeus, senadores, cavaleiros e até
mesmo com a instituição republicana, assumiu para si vários
cargos e funções, como cônsul, Pontífice Máximo (sumo
sacerdote) e supremo comandante militar.
Durante seu governo, distribuiu terras a cerca de 80 mil
pessoas em colônias além-mar; visando diminuir o
desemprego; exigiu que pecuaristas tivessem entre seus
empregados pelo menos um terço de homens livres; e
estendeu a cidadania romana a praticamente toda a
população da península itálica. O texto da seção Passado
presente analisa a importância da cidadania para as
populações conquistadas por Roma.