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A influência do líder na motivação das pessoas
Rui Sousa
O que será liderar? Será guiar, orientar, motivar? Ou um conjunto dos três factores?
É possível responder a estas perguntas através de uma definição geral deste conceito:
liderança é ter a capacidade de comandar pessoas, influenciando positivamente as suas
atitudes e comportamentos com vista a um objectivo. Trata-se de gerir pessoas, direccionando-
as para uma meta a atingir, “controlando” as suas acções e fomentando a motivação.
A liderança é assim um fenómeno de influência interpessoal exercida através do processo de
comunicação humana.
Kurt Lewin (1890-1947), psicólogo social alemão, definiu três tipos de líder: o autoritário, o
laissez faire (deixa andar) e o democrático, cuja comunicação será mais ou menos agressiva,
passiva, manipuladora ou assertiva. Todos os líderes têm uma tendência natural para um dos
três tipos, podendo adoptar cada um deles individualmente em função da situação, das
relações pessoais com os membros do grupo e da estruturação das tarefas a executar.
O líder autoritário impõe as suas ideias, não deixando margem a qualquer discussão ou
intervenção do grupo, o que diz é lei, ele fala e todos os outros limitam-se a ouvir. O líder
laissez faire deixa nas mãos do grupo todas as decisões e intervém muito raramente. Por fim, o
líder democrático consegue equilibrar a discussão, promover o debate de ideias e estimular o
grupo.
Esta última corrente, aliada a uma comunicação assertiva, é a que se define universalmente
como mais desejável.
Estas considerações teóricas poderão ser mais facilmente interiorizadas se associadas a
alguns exemplos de grande líderes mundiais – do passado e do presente: Jesus Cristo, Adolf
Hitler, Martin Luther King, Elvis Presley, Steve Jobs ou José Mourinho. Todos eles líderes,
assumindo um papel preponderante e criando quase um culto, uma devoção em seu redor, nas
suas respectivas esferas de actuação: religião, política, música, tecnologia e desporto.
Assumem-se como figuras de destaque, de superior importância, movimentando massas,
orientando-as para o rumo que, segundo eles, era/é o mais correcto.
A palavra líder tem origem no termo inglês leader, que por sua vez deriva do inglês antigo
laedan e do antigo germânico lad, que significa caminho. Um ladan, ou líder, era aquele que
mostrava o caminho a seguir.

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Por vezes, com o apoio de um partido, ou liderando uma marca ou um clube de futebol,
devidamente inseridos numa estrutura mediática, mas quase sempre como rostos principais
dessa mesma entidade por força do seu inegável carisma.
Quando a pessoa em causa é verdadeiramente empática e uma fonte de inspiração autêntica,
dá-se o fenómeno de superação em relação à marca, clube ou entidade que representam.
Veja-se o exemplo de Steve Jobs, que se tornou – ele mesmo – na própria Apple devido à
grande influência que teve junto da estrutura Apple, do grande público e dos media em geral.
Ou Elvis Presley que se tornou no ícone máximo do rock n’roll, representando este estilo de
música de forma mais vincada do que qualquer outro.
Peter Drucker (1909-2005), considerado unanimemente como o pai da gestão empresarial
moderna, afirma que de cem novas empresas que iniciam a sua actividade, cerca de metade
deixa de funcionar dois anos após o seu início, acrescentando que muitos dos insucessos
destas empresas são fruto de uma liderança ineficaz.
O mesmo autor considera que “the only definition of a leader is someone who has followers.
Some people are thinkers. Some are prophets. Both roles are important and badly needed. But
without followers, there can be no leaders.”, ou seja, um líder apenas pode ser definido como
alguém que tem seguidores. Alguns são pensadores, outros profetas. Ambos os papéis são
importante e extremamente necessários. Mas, sem seguidores, não poderão existir líderes.
E para um líder para ter seguidores, pessoas se identifiquem com ele e que se sintam
motivadas a cumprir as suas tarefas, terá de possuir um conjunto de características inerentes
de modo a influenciar o comportamento dos outros.

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Planear, organizar, comunicar, controlar e motivar serão claramente algumas delas,
aliadas, regra geral, a uma inteligência acima da média, estabilidade emocional, ousadia e a
uma elevada necessidade de reconhecimento e auto-realização segundo a pirâmide de
Maslow.
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Assim, será uma figura incontestável cujas orientações serão seguidas cegamente por um
grupo, provavelmente em crescimento a vários níveis, particularmente no aspecto da
motivação.
A motivação é a mola que faz disparar a acção e essa mola será sempre accionada por uma
referência, por uma inspiração, por um objectivo e, muitas vezes, pela pessoa do líder.
Impõe-se neste contexto uma pergunta, que deixo ao leitor como exercício de auto-
conhecimento: O que o faz levantar-se todos os dias de manhã?
Se conseguir responder a esta pergunta terá uma ideia do que o motiva, do que o apaixona
verdadeiramente.
Apesar de possuirmos a capacidade de influenciar pessoas, na minha opinião nem todos
podemos ser líderes, pelo menos à escala global como os que referi anteriormente. Existem
características comportamentais e de personalidade que favorecem o aparecimento de líderes
em sociedade, mas nem todos conseguimos assumir esse papel.
Cada indivíduo tem um potencial diferente e ser um follower (seguidor) motivado é igualmente
preponderante na relação com o líder, contribuindo para o crescimento deste. Porém, nas
nossas acções diárias podemos ser líderes em pequenas acções na nossa relação com as
pessoas, na forma como consciencializamos e influenciamos os outros, como motivamos para
uma causa, como deixamos uma boa impressão em alguém. Nesse momento somos pequenos
líderes, nem que seja por uns breves momentos.
Acredito que os grandes líderes fazem avançar o mundo com o seu forte sentido interpessoal e
serão sempre necessários no futuro – porque precisaremos sempre de influências, de
motivação, de ideias e de uma pegada inspiradora a seguir, principalmente em tempos de
crise.
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A Pirâmide de Maslow é uma teoria psicológica proposta por Abraham Maslow na sua obra A Theory of
Human Motivation, de 1943. Maslow formula na sua teoria uma hierarquia de necessidades humanas,
desde as mais básicas às mais elevadas.
"É melhor liderar a partir da retaguarda e colocar outros à frente, especialmente quando
estamos a celebrar uma vitória por algo de muito bom que aconteceu. Mas deves tomar a linha
da frente quando há perigo. Desta forma as pessoas irão apreciar a tua liderança."
Nelson Mandela

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Referências Bibliográficas:
- Hesselbein, Frances; Goldsmith, Marshall; Beckhard, Richard; Drucker, Peter F. The Leader
of the Future, Jossey-Bass, San Francisco, 1997
- Drucker, Peter F. The Essential Drucker, HarperBusiness, Reissue edition, New York, 2008
- Lewin, Kurt., Encyclopædia Britannica, Encyclopædia Britannica Deluxe Edition, Chicago,
2012.
- Maslow, Abraham H., Encyclopædia Britannica, Encyclopædia Britannica Deluxe Edition,
Chicago, 2012.