Este documento apresenta um trabalho realizado por três alunos sobre Luís de Camões e a "Medida Nova". Aborda a vida e obra de Camões, o Renascimento, o Classicismo e a estrutura da "Medida Nova". Os alunos concluem que Camões enriqueceu a literatura portuguesa e personificou bem o uso da "Medida Nova".
1. MEDIDA NOVA – CAMÕES
ESCOLA SECUNDÁRIA EMÍDIO NAVARRO
PORTUGUÊS
ANO LECTIVO 2010/2011
Trabalho realizado por : Luís Nº18
Margarida
Nº19
Maria Nº20
2. INTRODUÇÃO
Foi-nos proposto um trabalho, pela Professora
Etelvina Milheiro, com o tema “Medida Nova”, no
âmbito da disciplina de Português.
Com este trabalho tentaremos aprofundar os
nossos conhecimentos sobre Luís Vaz de
Camões, um dos maiores poetas renascentistas.
E perceber a estrutura de versificação que
caracteriza a “Medida Nova”.
3. LUÍS VAZ DE CAMÕES
Luís Vaz de Camões, célebre poeta português, um dos
maiores vultos da literatura portuguesa, nascido por volta de
1524/1525.
Pensa-se que estudou Literatura e Filosofia em
Coimbra, tendo tido como protector o seu tio paterno, D.
Bento de Camões, frade de Santa Cruz e chanceler da
Universidade. Tudo parece indicar que pertencia à pequena
nobreza.
Morreu a 10 de Junho de 1580, em Lisboa.
4. RENASCIMENTO
Movimento cultural que surgiu em Itália, no
século XV, prolongando-se até ao século
XVII, e que teve o seu apogeu entre 1495 e
1520.
Resultante de um conjunto de transformações
sociais, culturais económicas.
Em termos artísticos, o renascimento
caracteriza-se por uma forte tendência
naturalista. Os novos conhecimentos da
anatomia, fisiologia são prontamente
incorporados, possibilitando, por exemplo, a
representação do volume no plano
Caracterizado pela retoma dos valores da
cultura greco-romana ( Classicismo), visa a
aceitação das formas artísticas greco-latinas e
a assimilação do espírito que os anima.
5. CLASSICISMO
O classicismo/ quinhentismo é um movimento cultural que valoriza
e resgata elementos artísticos da cultura clássica (greco-romana).
Em Portugal , o Quinhentismo) teve início em 1527 , quando do retorno do poeta
Sá de Miranda de Itália. Na bagagem , trazia novas técnicas versificatórias . Além
de introduzir no país o decassílabo ( medida nova ) em oposição à redondilha
medieval ( 5 ou 7 sílabas ) , que passou a ser chamada de medida velha , trouxe
uma nova conceituação artística . Devemos entender , portanto , que Sá de
Miranda não trouxe para Portugal apenas um verso de medida diferente , mas um
gosto poético mais refinado .
Juntamente com o decassílabo , passaram a ser cultivadas novas formas fixas de
poesia , como o soneto ( 2 quadras e tercetos ) , a ode ( poesia de exaltação ) , a
écloga ( que personifica o amor pastoril ) , a elegia ( revelação de sentimentos
tristes) , a epístola ( carta em versos ) . É preciso lembrar que a substituição do
verso redondilha (medida velha ) , característico da Idade Média , pelo
decassílabo (medida nova ) não se deu de forma imediata , pois ambas as
medidas conviveram por grande parte do século XVI .
6. CLASSICISMO - MEDIDA NOVA
O verso de dez sílabas ou decassílabo chama-se também medida nova por
oposição à medida velha ou verso de redondilha usado na poesia tradicional.
Camões tanto escreveu com verso de redondilha maior e menor ( medida
velha) nos seus vilancetes e cantigas, como usou a medida nova nos seus
sonetos, odes, nas canções e na epopeia “Os Lusíadas”, é escrito em verso
decassilábico heróico.
7. Busque Amor novas artes, novo
engenho 4 versos
para matar-me, e novas esquivanças;
que não pode tirar-me as esperanças,
que mal me tirará o que eu não tenho
Medida Nova:
Olhai de que esperanças me mantenho
4 versos 2 quadras
!
2 tercetos
Vede que perigosas esperanças!
Que não temo contrastes nem
mudanças,
andando em bravo mar, perdido o lenho. 3 versos
Mas, conquanto não pode haver
desgosto
onde esperança falta, lá me esconde
3 versos
Amor um mal, que mata e não se vê
Que dias há que n’alma me tem posto
Luís de Camões
Um nao sei quê, que nasce não sei
onde,
8. Eu cantarei de amor tão docemente
Eu cantarei de amor tão docemente,
Por uns termos em si tão concertados,
Que dois mil acidentes namorados
Faça sentir ao peito que não sente.
Farei que amor a todos avivente,
Pintando mil segredos delicados,
Brandas iras, suspiros magoados,
Temerosa ousadia e pena ausente.
Também, Senhora, do desprezo honesto
De vossa vista branda e rigorosa,
Contentar-me-ei dizendo a menor parte.
Porém, pera cantar de vosso gesto
A composição alta e milagrosa
Aqui falta saber, engenho e arte.
Luís de Camões
9. CONCLUSÃO
Após a elaboração deste trabalho, concluímos a importância que Camões
teve, no enriquecimento da nossa literatura e cultura. Assim como
personificou bem o uso da medida nova, e a evolução dos tempos.
É com muito gosto que o imortalizamos , nestes pequenos trabalhos que o
glorificam. Tendo muito orgulho nos nossos poetas, que tanto
contribuíram para o nosso país.