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1
FACULDADE EVANGÉLICA DO PIAUÍ-FAEPI
GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA
MAGNO FERNANDO ALMEIDA NAZARÉ
EVASÃO ESCOLAR:CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS NA
FORMAÇÃO SÓCIO-EDUCATIVA DE JOVENS E ADULTOS
CARUTAPERA-MA
2011
2
MAGNO FERNANDO ALMEIDA NAZARÉ
EVASÃO ESCOLAR: CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS NA
FORMAÇÃO SÓCIO-EDUCATIVA DE JOVENS E ADULTOS
Monografia de conclusão de curso apresentado à
Faculdade Evangélica do Piauí, como requisito
parcial para obtenção do titulo de graduação em
licenciatura plena em Pedagogia, sob orientação
da Prof.ª. Msc. Ana Cristina Castelo Branco.
CARUTAPERA
3
2011
MAGNO FERNANDO ALMEIDA NAZARÉ
EVASÃO ESCOLAR: CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS NA
FORMAÇÃO SÓCIO-EDUCATIVA DE JOVENS E ADULTOS
Aprovada em ------de------de--------
Conceito-----------------------------------------
_________________________________________
Orientador:Profª. MS.Ana Cristina Castelo Branco
4
Dedico a DEUS em primeiro lugar, e,
aos meus familiares que me apoiaram
e compreenderam nos momentos
difíceis quepassei e a todos que, de
alguma forma contribuíram para
realização deste trabalho.
5
Agradeço a Deus por me dar luz espiritual nos
momentos de dificuldades que passei. Aos
colegas de curso pelos momentos que partilhamos
muitos deles felizes e outros tristes, mas o que fica
são as boas lembranças.
6
7
Se a educação sozinha não pode transformar a
sociedade, tampouco sem ela a sociedade muda.
(PAULO FREIRE)
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO----------------------------------------------------------------------------------
---10
1-MARCO REFERENCIAL--------------------------------------------------------------------
15
1.1-Breve histórico sobre a educação de jovens e adultos---------------------------------15
1.2- Histórico e Fundamentação legal da Educação de Jovens e Adultos------------17
1.3-Tabelas cronológicas da educação de jovens e adultos-------------------------------25
1.4-Parceiros da alfabetização de jovens e adultos: como manter o aluno estudando-
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------27
1.5- Objetivos da Educação de Jovens e Adultos e o que diz a LDB. -------------------29
1.6- Leis de Diretrizes e Base da Educação Nacional---------------------------------------30
2-MARCO METODOLÓGICO----------------------------------------------------------------
------32
2.1- Descrição do lugar de estudo----------------------------------------------------------------32
2.2-Tipo da pesquisa----------------------------------------------------------------------------------32
2.3- Fonte de dados-----------------------------------------------------------------------------------33
2.4Técnicas e instrumentos de coleta de dados--------------------------------------------33
3-ANÁLISE DERESULTADOS-----------------------------------------------------------------34
3.1- Categoria Professor-----------------------------------------------------------------------------34
3.2- categoria Aluno-----------------------------------------------------------------------------------34
3.3- análise Geral--------------------------------------------------------------------------------------35
4-CONLUSÃO----------------------------------------------------------------------------------------44
REFERÊNCIAS--------------------------------------------------------------------------------
-----46
APÊNDICES
ANEXOS
8
RESUMO
A educação de jovens e adultos enfatiza o espaço de vivência e valoriza, ainda mais a dimensão
histórico cultural, compreendendo-ocomo humano e construindo na prática social. Também são
abordados problemas sobre o trabalho e a participação social, de acordo com cada realidade dos
educandos. A educação destinada aos jovens e adultos, vem consolidando uma mudança de
paradigma, superando a compreensão de que EJA é apenas alfabetização, sem politicas públicas
definidas e com ações compensatórias e intervenções pontuais. É preciso reconhecer o direito a
educação básica para todos. De acordo com o parecer CNE/CEB 11/2000, que apresenta as
diretrizes curriculares nacionais para a educação de jovens e adultos, as funções atribuídas a essa
modalidade deensino. O principal objetivo da educação de jovens e adultos é: de auxiliar cada
individuo a tornar-se tudo aquilo que ele tem capacidade para ser. Durante vários anos foram
desenvolvidos projetos para a alfabetização de jovens e adultos, destaca-se, por tanto, alguns deles:
O MOBRAL-movimento brasileiro de alfabetização, de 1967-1985; FUNDAÇAO EDUCAR, de 1986-
1990 e o programa Brasil alfabetizado, de 2003 até o momento atual. Com o resultado desta
pesquisa Observamos que a qualidade da educação, muitas vezes não corresponde às expectativas
de qualificação esperada para um bom desempenho de determinadas funções e que as teorias estão
distantes da técnica de alguns profissionais, que não assume a responsabilidade de aproveitar a
aprendizagem científica e transformar a sua prática. Estamos convictos que a questão da evasão
escolar, só poderá mudar este quadro com muita luta e vontade, criando novos mecanismos didáticos
que possa prender a atenção dos jovens e adultos em sala de aula, com projetos inovadores, com
diálogo amigável, dando a todos mais atenção aos seus problemas.Por isso é preciso rever alguns
pontos deste sistema de ensino para jovens e adultos, que necessita de uma alta avaliação tanto
entre as metodologias aplicadas, como também os motivos que estão contribuindo para o
crescimento da repetência e evasão escolar no município de Carutapera na escola Laércio
Fernandes de oliveira no ano de 2010.
PALAVRAS CHAVES: Cultura. Evasão.Alfabetização.Fracasso.Repetência.
9
ABSTRACT
The youth and adult education emphasizes the living space and value, further cultural historic
dimension, including the space as human and building in social practice. Are also discussed problems
on labor and social participation, according to each reality of learners Education for young people and
adults, is consolidating a paradigm, surpassing the understanding that EJA is just literacy, without
public policies defined and compensatory actions and interventions with punctual. We must recognize
the right to basic education for all. In accordance with the opinion CNE/CEB 11/2000, that provides
guidelines for national curriculum for the education of young people and adults the roles assigned to
this mode of teaching. The main goal of youth and adult education is: assist each individual to become
all that he has the capacity to be. During several years were developed for literacy projects for young
people and adults, stands, therefore, some of them: The MOBRAL-Brazilian movement, literacy, 1967-
1985; FOUNDATION EDUCATE, 1986-1990 and program Brazil literate, 2003 until the present
moment.Com o resultado desta pesquisa Observamos que a qualidade da educação, muitas vezes
não corresponde às expectativas de qualificação esperada para um bom desempenho de
determinadas funções e que as teorias estão distantes da técnica de alguns profissionais, que não
assume a responsabilidade de aproveitar a aprendizagem científica e transformar a sua prática.
Estamos convictos que a questão da evasão escolar, só poderá mudar este quadro com muita luta e
vontade, criando novos mecanismos didáticos que possa prender a atenção dos jovens e adultos em
sala de aula, com projetos inovadores, com diálogo amigável, dando a todos mais atenção aos seus
problemas.Por isso é preciso rever alguns pontos deste sistema de ensino para jovens e adultos, que
necessita de uma alta avaliação tanto entre as metodologias aplicadas, como também os motivos que
estão contribuindo para o crescimento da repetência e evasão escolar no município de Carutapera na
escola Laércio Fernandes de oliveira no ano de 2010.
PALAVRAS CHAVES: Culture. Evasion. Literacy. Failure. Repetition
10
1 INTRODUÇÃO
Este trabalho tem como foco, principal apresentar informações que diz
respeito ao alto índice de evasão escolar na (EJA), no município de Carutapera
Maranhão na Escola Laércio Fernandes de Oliveira, onde funciona a 1ª e 2ª etapas
deste estudo.Contando assim, para que este fosse realizado, foi necessário um
trabalho intenso envolvendo pesquisas, entrevistas e outras fontes.
A EJA é um programa educacional, que visa atingir todas as pessoas de nível
social baixo ou sócio econômico desfavorável ou que não tiveram oportunidade de
estudar no ensino regular. A educação de jovens e adultos (EJA) é uma modalidade
básica, com função reparadora e qualificadora, destinada àquelas que não tiveram
acesso ou continuidade de estudos no Ensino Fundamental e Médio, na idade
própria, podendo ser realizado mediante cursos em escolas devidamente
credenciadas para tal ou por exames.
Através deste estudo, mostrarei um conjunto de conhecimentos e reflexões da
EJA, que possibilitará uma apresentação mais aprofundada dos fatos e problemas
que envolvem a realidade educacional vivida por alunos e professores. Onde a
escola está inserida no contexto da sociedade brasileira, marcada pelas
desigualdades do sistema capitalista. Compreender as relações entre esta escola e
o contexto politico, econômico e social é de fundamental importância.
O que se quer é buscar neste estudo subsídio teóricos e instrumentos de
reflexão que contribuam para colocar os alunos de frente para a escola e para a
sociedade no sentido de reconhecê-la em seus múltiplos aspectos. Nesta proposta,
está em jogo à compreensão das razões que, até hoje, impossibilitaram superar ou
amenizar o problema educacional, procurando formas de contribuir para essa
superação.
Acredito que este trabalho sobre a educação de jovens e adultos(EJA), possa, a
partir de seus temas centrais de investigação, auxiliar na compreensão dessa
modalidade, participando da construção de novas práticas escolares, e alternativas
vigentes.
11
A escola brasileira está inserida no sistema social mais amplo do país,
marcado pelo sistema capitalista. Embora com características comuns, o capitalismo
não se realiza da mesma maneira em todos os lugares. É preciso identificar suas
diferentes formas de realização: na coleta de peixes na Amazônia, na extração de
minérios do Brasil Central ou, ainda, nas relações que se desenvolvem no campo ou
na cidade. É preciso não só desvendá-lo, mas também buscar na realidade escolar,
no funcionamento das escolas e das práticas docentes, mecanismos que revelem
traços ou necessidades dessa escola, situada nessa realidade específica.
Os estudos que têm sido realizados sobre a escola, a partir de vários
enfoques, políticos e ideológicos têm mostrado que um dos pontos críticos dessa
escola são o mecanismo de seletividade nela presentes, responsáveis pela
repetência e expulsão de parcelas significativas de alunos, em geral originários das
populações mais pobres.
A identificação e a reflexão sobre as causas dos mecanismos de expulsão e
de repetência escolar serão a preocupação central desta proposta de pesquisa.
Temos claro que a solução desse problema não é meramente técnica, é política, e
passam pela capacidade de organização e de pressão da população, o que inclui
pais, alunos, professores, funcionários, autoridades e trabalhadores de modo geral.
Nesse processo de transformação o professor, por sua atuação, pode contribuir de
maneira decisiva. Contudo, a realidade exige, além de vontade de mudança, que se
deixe de acreditar na inferioridade destes educandos, que se tire a máscara do
preconceito dissimulado, e que efetivamente se busque transformar a ação no dia a
dia.
O conteúdo temático desta monografia está disposto em varias partes, e
trazem a realidade para dentro da sala de aula. Assim, é a partir dessa realidade
problematizada que professores e alunos devem reconstruir o conteúdo proposto
nos seus planos, com base nos textos de apoio e nas leituras complementares, ou
ainda, em outros textos que julgarem necessários. Portanto, aconselha-se que antes
de iniciar qualquer atividade de trabalho sobre a educação da EJA, o professor
analise, de maneira crítica, os conteúdos apresentados e planejados com
antecedência.
12
Essa prática escolar deve colocar desafios em diversos contextos sócio
culturais, onde os jovens e adultos interagem socialmente por meio da linguagem
oral. Assim, participam ativamente da produção cultural em situações informais e
formais. Isso exige competências e habilidades de uso de textos, construindo
analisando e interpretando discursos.
A educação possibilita ao individuo jovem e adulto retomar seu potencial,
desenvolver suas habilidades, confirmar competência adquirida na educação
extraescolar e na própria vida, com vistas ao nível técnico e profissional mais
qualificado.Para tanto, em alguns ambientes escolares, foi detectado por meio de
pesquisa, que o alto índice de evasão se dá por motivos socioeconômicos culturais e
religiosos. As unidades de ensino que ministram a Educação de Jovens e Adultos a
fazer constar em seu Regimento Interno normas que atendam à determinação da Lei
9394/96 e Resoluções deste órgão.
Contudo, a escola enquanto uma das instituições sociais pode ser analisada à
luz dos conceitos de vários teóricos, que definem ser a educação o marco principal
para os individuo adentrar ao sucesso. No entanto, o positivismo, nos séculos XVIII
e XIX, retratam as ideias liberais que agitam o mundo, trazendo à tona fecunda
reflexão sobre a educação, tardiamente chegam até nós.
E geralmente transplantadas, sem a devida reflexão a respeito de nossas
condições sociais, politicas e econômicas. Por tanto, o manifesto dos pioneiros, na
educação de jovens e adultos que combatem a escola elitista e acadêmica
tradicional, que se acha sob o monopólio das instituições que defendem a laicidade
e coeducação, a escola novistas acirram os ânimos e a reação dos educandos
católicos conservadores, para os quais apenas a educação em princípios cristãos
seria a verdadeira.
Devido ao clima de conflito aberto, em 1932 é publicado o Manifesto dos
Pioneiros da Educação Nova, encabeçado por Fernando de Azevedo e assinado por
26 educadores. O documento defende a educação obrigatória, pública, gratuita e
leiga como um dever do Estado, a ser implantada em programa de âmbito nacional.
Esse manifesto é importante na história da pedagogia brasileira porque representa a
13
tomada de consciência para buscar uma educação adequada para um publico
diferenciado.
No Brasil, na vigência do Estado Novo (1937-1945), durante a ditadura de
Vargas. O ministro Gustavo Capanema empreende outras reformas do ensino,
regulamentadas por diversos decretos-leis assinados de 1942 a 1946 e
denominados leis orgânicas do ensino. A lei do ensino secundário, em seu artigo 1º,
especifica que as finalidades desse ensino são “formar a personalidade integral
geral que possa servir de base a estudos mais elevados de formados especiais” e,
ainda, segundo o artigo 25, “formar as individualidades condutoras”.
Em pleno processo de industrialização do país, persiste a escola acadêmica.
Os cursos mantidos pelo sistema oficial não acompanham o ritmo do
desenvolvimento tecnológico da indústria em expansão. As escolas oficiais são mais
procuradas pelas camadas médias desejosas de ascensão social e que, por isso
mesmo, preferem os “cursos de formação”, desprezando os profissionalizantes.
Acrescente-se o fato de continuar existindo os exames e provas, que tornam o
ensino cada vez mais seletivo, e por tanto antidemocrático.
Outro aspecto discriminador que contraria a bandeira de coeducação da
escola novistas, se encontra na recomendação explicita na lei de encaminhar as
mulheres para os “estabelecimentos de ensino de exclusiva frequência feminina”.
Assim, em 1942 é criado o SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial),
organizado e mantido pela Confederação Nacional das Indústrias, com cursos para
aprendizagem o aperfeiçoamento, e a especialização, além de possibilitar a
reciclagem do profissional.
Pelo mesmo procedimento, em 1946 é criado o Senac (Serviço Nacional de
Aprendizagem Comercial). A população de baixa renda, desejosa de se
profissionalizar, encontra nesses cursos boas condições de estudos, mesmo porque
os alunos são pagos para aprender. Daí o sucesso do empreendimento particular
paralelo.
A lei orgânica também regulamenta o curso de formação de professores.
Embora as escolas normais existissem desde o século XIX pertenciam à alçada do
estado. Agora a lei propõe a centralização nacional das diretrizes. Persiste, no
14
entanto, a predominância de matérias de cultura geral em detrimento da formação
profissional, bem como o caráter rígido de avaliação.
Com o tempo, as escolas normais se tornam reduto das moças de classe
média em busca da “profissão feminina”. Por fim, dentro desse panorama
educacional foi detectada a necessidade de criar projetos educacionais que
atendesse a uma classe menos favorecida. Porém, dentre esses projetos, podemos
citar a EJA, programa de jovens e adultos, como alternativa de estudo para pessoas
que não tiveram oportunidade de estudar no período certo de idade.
Com isso, a evasão dentro dessa etapa educacional se torna fator
predominante, devido a causas que são relatadas por alunos que deixaram de
estudar e são vitimas de desemprego, analfabetismo e grau de estudo incompleto.
Por isso neste trabalho temos por objetivo geral analisar as causas e
consequências na aquisição da aprendizagem no 1º e 2º nível, no ensino de jovens
e adultos (EJA). Para isto apresentamos os seguintes objetivos específicos:Analisar
as causas da evasão escolar e suas consequências para o meio socioeducativo;
Identificar o motivo da desistência desses alunos; Identificar a realidade desse aluno
com o contexto escolar; Realizar um levantamento bibliográfico sobre a evasão
escolar na sociedade atual.
O principal fator da produção deste trabalho foi sem dúvida, a
inquietaçãosobre as “Causas eConsequências da Evasão Escolar no Ensino de
Jovens e Adultos” nos 1º e 2º níveis daEducação, saber o porquê de tantas evasões
na escola municipal“Laércio Fernandes de oliveira” e fazer uma reflexão a respeito
da educação publicas de todo o Brasil.
Espero que este trabalho possa ser lido como fonte de pesquisa, para trazer
beneficio a sociedade, no sentido de provocar reflexões, instigar novas pesquisas e
favorecer tomadas de decisões mais eficazes a educação.
15
1-MARCO REFERENCIAL
1.1-Breve histórico sobre a educação de jovens e adultos
Os primeiros vestígios da educação de adultos no Brasil são perceptíveis
durante o processo de colonização.
Após a chegada dos padres jesuítas, em 1549 estes voltaram-se para a
catequização e instrução de adultos e adolescentes tanto de nativos quanto de
colonizadores diferenciando apenas os objetivos para cada grupo social após a
expulsão dos jesuítas pelo marques de pombal ocorreu uma desorganização do
ensino somente no império o ensino volta a ser ordenado em 1910, segundo
informação do IBGE, o direito a ler e escrever era negada a quase 11 milhões e
meio de pessoas com mais de 15 anos. Logo alguns grupos sociais mobilizam-se
para organizar campanhas de alfabetização chamadas de ligas.
A partir de1945 com a aprovação do decreto N. 19.513 de 25 de agosto de
1945 a educação de adultos tornam-se oficial. Daí por diante novos projetos e
campanhas foram lançado com intuito de alfabetizar jovens e adultos que não
tiveram acesso à educação em período regular.
Dentre estes podemos – citar a campanha de educação de adolescentes e
adultos – CEAA [1947]; o movimento de educação de base– MEB, sistema rádio
educativo criado na conferencia nacional dos bispos do Brasil com o apoio do
governo federal [1961]. Além dos centros populares de cultura CPC [1963], sendo
que o primeiro estava mais voltado para atender as necessidades de qualificação da
mão de obra para o setor industrial (além da necessidade de ampliar os “curais”
eleitorais mantidos pela pratica “clientelística”), os demais tinham o intuito de atender
as populações das regiões menos desenvolvidas, além da preocupação de
conscientização e integração desse grupo através da alfabetização e utilização do
sistema Paulo Freire.
Porem, durante o regime militar (1964-1985), estes movimentos e seus
integrantes, foram perseguidos e reprimidos pelos órgãos do governo federal que,
em 1967, autorizou a criação do MOBRAL- movimento brasileiro de alfabetização (a
partir de 1985, passa a se chamar fundação educar), tendo como principal objetivo:
erradicar totalmente o analfabetismo, mas, principalmente, preparar mão de obra
necessária dos seus fins aos interesses capitalistas do estado. A LDB de nº-
16
5.692/71 que contemplava o caráter supletivo da EJA, excluindo as demais
modalidades, não diferia do objetivo da MOBRAL quanto: a profissionalização para o
mercado de trabalho e a visão da leitura e da escrita apenas como decodificação de
signos. Somente com a nova LDB de n. 9394/96, artigo 37 e art. 38, e que se passa
a contemplar as varias modalidades de educação de jovens e adultos e uma melhor
adequação as novas exigências sócias.
Apesar de todas as leis a respeito da educação de jovens e adultos no Brasil,
aindaé uma tarefa complexa devido ao trato que esta modalidade de ensino vem
recebendo ao longo de sua existência.
Na década de 30 a educação de jovens e adultos começa a delimitar seu
lugar na historia da educação no Brasil, rompendo quase que completamente, com o
pacto oligárquico, abrindo espaço a novas diretrizes econômicas, políticas e
educacionais.
Nessa época a sociedade brasileira passava por significativas
transformações, associadas ao processo de industrialização e concentração da
população em grandes centros urbanos, surgindo nesse processo novas exigências
também no que tange a educação. As políticas públicas educacionais só se
efetivaram a partir da necessidade de qualificação diversificação da força de
trabalho; assim, a problemática da EJA ganha expressão nesse período.A
constituição de 1934 consolida o dever do estado em relação ao ensino primário,
integral, gratuito e de frequência obrigatória, extensiva, inclusive aos adultos.
(Constituição de 1934 do Art. 150).
As necessidades de instrução não eram sentidas nem pela população nem
pelos poderes constituídos (pelo menos em termos de propósitos reais). Em meados
da década de 40, de uma política oficial de educação para jovens e adultos
trabalhadores, no Brasil. Em decorrência inaugura-se um período marcado pelo
surgimento de propostas para da educação da classe trabalhadora.
A partir da década de 1940 que o espaço específico da educação de jovens e
adultos se delineou: “as ideias, leis e as iniciativas que se consolidam (...). até então,
registravam-se alguns esforços locais, (...) mas, na década de 40, cogita-se uma
educação para todos os adolescentes, adultos e analfabetos do país” (BEISEGEL,
1982: 177).Para incentivar, entre outras iniciativas, a realização de programas
nacionais de educação de adultos em alguns aspectos vinculados a proposta de
17
combate ao comunismo. No Brasil com o fim do estado novo (1945) define-se um
cenáriodeconsolidação do processo de substituição de importações, tido, então,
como base do crescimento econômico.
Com a intensificação do capitalismo industrial no Brasil surgem novas
exigências educacionais, principalmente no intuito de aumentar o contingente
eleitoral e de preparar mão de obra para o mercado industrial em expansão. A
educação de base ganha impulso, concebida e implementada em consonância com
os projetos de desenvolvimento que prevalecem no país.
Chama a atenção que o comprovado fracasso de inúmeros programas de
massa em todo o mundo não tenha impedido o Brasil de investir em experiência do
gênero durante muito tempo.
Por volta do final da década de 40 e início da década de 50, cerca 55% da
população brasileira maior de 18 anos era constituída por analfabetos. Foi nessa
ocasião que a UNESCO liderou o movimento de estimulo ‘a criação de programas
nacionais de educação de adultos analfabetos, principalmente nas regiões
consideradas mais atrasadas do país.
(...) a educação de adultos que se inicia a sua evolução no país, nos
meados das décadas de 1940, não mais se confunde com as práticas que a
procederam na fase anterior (...). (BEISIEGEL 1982, P. 10, GRIFO
NOSSO).
1.2-Histórico e Fundamentação Legal da Educaçãode Jovens e
Adultos
A história da educação de jovens e adultos no Brasil é muito recente. Embora
venha se dando desde o período do Brasil Colônia, de uma forma mais
assistemática, as iniciativas governamentais no sentido de oferecer educação para
os jovens e adultos são recentes. No Brasil Colônia, a referência à população adulta
era apenas de educação para a doutrinação religiosa, abrangendo um caráter muito
mais religioso que educacional.
Nessa época, pode-se constatar uma fragilidade da educação, por não ser
esta responsável pela produtividade, o que acabava por acarretar descaso por parte
dos dirigentes do país (CUNHA, 1999). No Brasil Império, começaram a acontecer
18
algumas reformas educacionais e estas preconizavam a necessidadedo ensino
noturno para adultos analfabetos.
Em 1876, foi feito então, um relatório, pelo ministro José Bento da Cunha
Figueiredo, apontando a existência de 200 mil alunos frequentes às aulas noturnas.
Durante muito tempo, portanto, as escolas noturnas eram a única forma de
educação de adultos praticada no país. Segundo CUNHA (1999), com o
desenvolvimento industrial, no início do século XX, inicia-se um processo lento, mas
crescente, de valorização da educação de adultos.
Porém, essa preocupação trazia pontos de vista diferentes em relação à
educação de adultos, quais sejam: a valorização do domínio da língua falada e
escrita, visando o domínio das técnicas de produção; a aquisição da leitura e da
escrita como instrumento da ascensão social; a alfabetização de adultos vista como
meio de progresso do país; a valorizaçãoda alfabetização de adultos para ampliação
da base de votos.
Só a partir de 1940, começou-se a detectar altos índices de analfabetismo no
país, o que acarretou a decisão do governo no sentido de criar um fundo destinado à
alfabetização da população adulta analfabeta. Em 1945, com o final da ditadura de
Vargas, iniciou-se um movimento de fortalecimento dos princípios democráticos no
país. Com a criação da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a
Educação, Ciência e Cultura), ocorreu, então, por parte desta, a solicitação aos
países integrantes (e entre eles, o Brasil) de se educar os adultos analfabetos.
Devido a isso, em 1947, o governo lançou a 1ª Campanha de Educação de
Adultos, propondo: alfabetização dos adultos analfabetos do país em três meses,
oferecimento de um curso primário em duas etapas de sete meses, a capacitação
profissional e o desenvolvimento comunitário. Abriu-se, então, a discussão sobre o
analfabetismo e a educação de adultos no Brasil.
Nessa época, o analfabetismo era visto como causa (e não como efeito) do
escasso desenvolvimento brasileiro. Além disso, o adulto analfabeto era identificado
como elemento incapaz e marginal psicológica e socialmente, submetido à
menoridade econômica, política e jurídica, não podendo, então, votar ou ser votado
(CUNHA, 1999).
19
Segundo SOARES (1996), essa 1ª Campanha foi lançada por dois motivos: o
primeiro era o momento pós-guerra que vivia o mundo, que fez com que a ONU
fizesse uma série de recomendações aos países, entre estas as de um olhar
específico para a educação de adultos.
O segundo motivo foi o fim do Estado Novo, que trazia um processo de
redemocratização, que gerava a necessidade de ampliação do contingente de
eleitores no país. Ainda, no momento do lançamento dessas 1ª Campanha, a
Associação de Professores do Ensino Noturno e o Departamento de Educação
preparavam o 1º Congresso Nacional de Educação de Adultos.
O Ministério, então, convocou dois representantes de cada Estado para
participarem do Congresso. O SEA (Serviço de Educação de Adultos do MEC), a
partir daí, elaborou e enviou, para discussões, aos SEAs estaduais, um conjunto de
publicações sobre o tema. As concepções presentes nessas publicações, segundo
SOARES (1996), eram: o investimento na educação como solução para problemas
da sociedade; o alfabetizador identificado como missionário; o analfabeto visto como
causa da pobreza; o ensino de adultos como tarefa fácil; a não necessidade de
formação específica; a não necessidade de remuneração, devido à valorização do
“voluntariado”.
A partir daí, então, iniciou-se um processo de mobilização nacional no
sentido de se discutir a educação de jovens e adultos no país. De certa forma,
portanto, embora a Campanha não tenha tido sucesso, conseguiu alguns bons
resultados, no que se refere a essavisão preconceituosa, que foi sendo superada a
partir das discussões que foram ocorrendo sobre o processo de educação de
adultos. Diversas pesquisas, então, foram sendo desenvolvidas e algumas teorias da
psicologia foram, gradativamente, desmentindo a ideia de incapacidade de
aprendizagem designada ao educando adulto.
Assim, muitas críticas foram sendo feitas ao método de alfabetizaçãoadotado
para a população adulta nessa Campanha, como as precárias condições de
funcionamento das aulas, a baixa frequência e aproveitamento dos alunos, a má
remuneração e desqualificação dos professores, a inadequação do programa e do
material didático à clientela e a superficialidade do aprendizado, pelo curto período
designado para tal. Deu-se, então, o declínio da 1ª Campanha, devido aos
resultados insatisfatórios (SOARES, 1996). Porém, dentre todas as delegações, uma
20
se destacou, por ir além das críticas, apontando soluções. Foi a delegação de
Pernambuco, da qual fazia parte Paulo Freire, que propunha uma maior
comunicação entre o educador e o educando e uma adequação do método às
características das classes populares.
Como resultado da 1ª Campanha, portanto, SOARES (1996) aponta a criação
de uma estrutura mínima de atendimento, apesar da não valorização do magistério.
Ao final da década de 50 e início da década de 60, iniciou-se, então, uma intensa
mobilização da sociedade civil em torno das reformas de base, o que contribuiu para
a mudança das iniciativas públicas de educação de adultos. Uma nova visão sobre o
problema do analfabetismo foi surgindo, junto à consolidação de uma nova
pedagogia de alfabetização de adultos, que tinha como principal referência Paulo
Freire.
Surgiu um novo paradigma pedagógico – um novo entendimento da relação
entre a problemática educacional e a problemática social. O analfabetismo, que
antes era apontado como causa da pobreza e da marginalização, passou a ser,
então, interpretado como efeito da pobreza gerada por uma estrutura social não
igualitária (SOARES,1996).
A ideia que foi surgindo foi a de que o processo educativo deveria interferir na
estrutura social que produzia o analfabetismo, através da educação de base,
partindo de um exame crítico da realidade existencial dos educandos. Na percepção
de Paulo Freire, portanto, educação e alfabetização se confundem. Alfabetização é o
domínio de técnicas para escrever e ler em termos conscientes e resulta numa
postura atuante do homem sobre seu contexto.
Essas ideias de Paulo Freire se expandiram no país e este foi reconhecido
nacionalmente por seu trabalho com a educação popular e, mais especificamente,
com a educação de adultos. Em 1963, o Governo encerrou a 1ª Campanha e
encarregou Freire de organizar e desenvolver um Programa Nacional de
Alfabetização de Adultos. Porém, em 1964, com o Golpe Militar, deu-se uma ruptura
nesse trabalho de alfabetização, já que a conscientização proposta por Freire
passou a ser vista como ameaça à ordeminstalada.
A partir daí, deu-se o exílio de Freire e o início da realização de programas de
alfabetização de adultos assistencialistas e conservadores. Dentro desse contexto,
em 1967, o Governo assumiu o controle da alfabetização de adultos, com a criação
21
do Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL), voltado para a população de
15 a 30 anos,objetivando a alfabetização funcional – aquisição de técnicas
elementares de leitura, escrita e cálculo. Com isso, as orientações metodológicas e
os materiais didáticos esvaziaram-se de todo sentido crítico e problematizador
proposto anteriormente por Freire (CUNHA, 1999). Na década de 70, ocorreu, então,
a expansão do MOBRAL, em termos territoriais e de continuidade, iniciando-se uma
proposta de educação integrada, que objetivava a conclusão do antigo curso
primário. Paralelamente, porém, alguns grupos que atuavam na educação popular
continuaram a alfabetização de adultos dentro da linha mais criativa.
Com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, LDB 5692/71, implantou-se o
Ensino Supletivo, sendo dedicado um capítulo específico para a EJA. Esta Lei
limitou o dever do Estado à faixa etária dos 7 aos 14 anos, mas reconheceu a
educação de adultos como um direito de cidadania, o que pode ser considerado um
avanço para a áreada EJA no país.
Em 1974, o MEC propôs a implantação dos Centros de Estudos Supletivos
(CES), que se organizavam com o trinômio tempo, custo e efetividade. Devido à
época vivida pelo país, de inúmeros acordos entre MEC e USAID, estes cursos
oferecidos foram fortemente influenciados pelo tecnicismo, adotando-se os módulos
instrucionais, o atendimento individualizado, a autoinstrução e a arguição em duas
etapas - modular e semestral.
Como consequências, ocorreram, então, a evasão, o individualismo, o
pragmatismo e a certificação rápida e superficial (SOARES, 1996). Nos anos 80,
com a abertura política, as experiências paralelas de alfabetização, desenvolvidas
dentro de um formato mais crítico, ganharam corpo. Surgiram os projetos de pós-
alfabetização, que propunham um avanço na linguagem escrita e nas operações
matemáticas básicas. Em 1985, o MOBRAL foi extinto e surgiu, em seu lugar, a
Fundação EDUCAR, que abriu mão de executar diretamente os projetos e passou a
apoiar financeira e tecnicamente as iniciativas existentes. De acordo com CUNHA
(1999), a década de 80 foi marcada pela difusão das pesquisas sobre língua escrita
com reflexos positivos na alfabetização de adultos.
Em 1988, foi promulgada a Constituição, que ampliou o dever do Estado para
com a EJA, garantindo o ensino fundamental obrigatório e gratuito para todos.
Nos anos 90, o desafio da EJA passou a ser o estabelecimento de uma
22
política e demetodologias criativas, com a universalização do ensino fundamental de
qualidade. Em nível internacional, ocorreu um crescente reconhecimento da
importância da EJA para o fortalecimento da cidadania e da formação cultural da
população, devido às conferências organizadas pela UNESCO, criada pela ONU e
responsabilizada por incrementar a educação nos países em desenvolvimento. Esta,
então, chamou uma discussão nacional sobre o assunto, envolvendo delegações de
todo o país.
A partir dessa mobilização nacional, foram organizados os Fóruns Estaduais
de EJA, que vêm se expandindo em todo o país, estando presentes, atualmente, em
todos os estados brasileiros, com exceção de Roraima. Isso se deu da seguinte
forma: em 1996, ocorreu uma intensa mobilização incentivada pelo MEC e pela
UNESCO, como forma de preparação para a V CONFITEA.
O MEC instituiu, então, uma Comissão Nacional de EJA, para incrementar
essa mobilização. A recomendação dada foi que cada Estado realizasse um
encontro para diagnosticar metas e ações de EJA. Desde então, as instituições
envolvidas decidiram dar prosseguimento a esses encontros. Em 1997, a UNESCO
convocou SEEs, SMEs, Universidades e ONG’s para a preparação da V CONFITEA,
através da discussão e da elaboração de um documento nacional com diagnóstico,
princípios, compromissos e planos de ação. Estes eventos de intercâmbio marcaram
o ressurgimento da área de EJA. Em 1998, os mineiros implantaram seu Fórum
Estadual. No mesmo ano, a Paraíba e o Rio Grande do Norte fizeram o mesmo.
Seguindo essa corrente de intercâmbios, Curitiba realizou um encontro,
patrocinado pela UNESCO, para a socialização da V CONFITEA. Como
consequência desse Encontro, veio a decisão de se iniciar uma série de encontros
nacionais de EJA. Sendo assim, em 1999, ocorreu o 1º ENEJA, no Rio de Janeiro,
onde participaram os Fóruns do Rio, de Minas, do Espírito Santo, do Rio Grande do
Sul e de São Paulo.
Esse Encontro acabou sendo um estímulo para o surgimento de outros
Fóruns. A partir daí, esses Encontros vêm ocorrendo anualmente, na seguinte
sequência: em 2000, o II ENEJA, em Campina Grande – Paraíba – com a
participação de oito Fóruns; em 2001, o III ENEJA, em , com a participação do 10
Fóruns; em 2002, o IV ENEJA, em Belo Horizonte, Minas Gerais, com a participação
de 12 Fóruns; em 2003, o V ENEJA, em Cuiabá, Goiás, com a participação de 17
23
Fóruns; em 2004, o VI ENEJA, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, com a
participação de 22 Fóruns; em 2005, o VII ENEJA, em Brasília, Distrito federal, com
a participação de 24 Fóruns; em 2006, o VIII ENEJA, em Recife, Pernambuco, com a
participação de 26 Fóruns.
A nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB 9334/96 propôs, em seu
artigo 3o, a igualdade de condições para o acesso e a permanência na escola, o
pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, a garantia de padrão de
qualidade, a valorização da experiência extraescolar e a vinculação entre a
educação escolar, o trabalho e as práticas sociais. Tais princípios estimularam a
criação de propostas alternativas na área de EJA. Assim, embora a Lei tenha
dedicado apenas uma seção com dois artigos à EJA, os artigos 2o, 3o e 4otratam
essa educação sob o ponto de vista do ensino fundamental, o que pode ser
considerado um ganho para a área. Além disso, ao determinar a identificação
daqueles que não tiveram acesso ao ensino fundamental, abriu um espaço de
intervenção que criou possibilidades de confronto entre o universo da demanda e o
volume e qualidade da oferta, o que pode gerar um maior compromisso do setor
público com a EJA.
Na década de 90, o governo se desobrigou de articular a política nacional de
EJA, incumbindo os municípios disso. Nesse momento, então, inúmeras iniciativas
vão emergindo, ocorrendo parcerias entre municípios, ONG’s e Universidades.
Surgem, então, nesse contexto, os Fóruns de EJA, como espaços de encontros e
ações em parceria entre os diversos segmentos envolvidos com a área, com o poder
público (administrações públicas municipais, estaduais e federais), com as
universidades, sistemas S, ONG’s, movimentos sociais, sindicatos, grupos
populares, educadores e educandos. Esses Fóruns têm como objetivo, dentre
outros, a troca de experiências e o diálogo entre as instituições. De acordo com
SOARES (2004), os Fóruns são movimentos que articulam instituições, socializam
iniciativas e intervêm na elaboração de políticas e ações da área de EJA. Estes
ocorrem num movimento nacional, com o objetivo de interlocução com organismos
governamentais para intervir na elaboração de políticas públicas.
O surgimento dos Fóruns se dá de formas diferentes em cada Estado. Em
Alagoas, o Fórum Estadual surge antes da década de 90, como um coletivo de
educação popular e, em 1990, como Fórum Estadual propriamente dito. No Distrito
24
Federal, forma-se, em 1990, um grupo de trabalho coletivo de alfabetização de
adultos e, somente em 2003, forma-se o Fórum Estadual. Em Pernambuco,
acontece uma articulação pela educação de adultos. Porém, o Rio de Janeiro é o
primeiro estado a criar um Fórum Estadual de EJA. Em 2001, foi organizada, em
Brasília, uma reunião para compreender os desafios dos Fóruns, patrocinada pela
RAAAB. Desta, conclui-se que os Fóruns de EJA têm o objetivo de socializar
informações e trocar experiências, sendo um espaço de pluralidade.
A partir do momento em que o MEC se ausenta da qualidade de articulador
de uma política nacional para a EJA, os Fóruns surgem como uma estratégia de
mobilização das instituições do país que estão diretamente envolvidas com a EJA,
ou seja, o conhecimento do que se faz a socialização de experiências, leva à
articulação e à intervenção.
Os Fóruns se instalam, portanto, como espaços de diálogos, onde os
segmentos envolvidos com a EJA planejam, organizam e propõem
encaminhamentos em comum. Nesse sentido, mantêm reuniões permanentes, onde
aprendem com o diferente, exercitando a tolerância (SOARES, 2004). Os Fóruns
mantêm uma secretaria executiva, com representantes dos segmentos, que
preparam plenárias, podendo ser mensais, bimestrais ou anuais, de acordo com a
realidade específica de cada Fórum. Além disso, existem as plenárias itinerantes,
como a do Estado da Paraíba. A maneira como esses Fóruns se mantêm tem sido
um desafio, pois não existe pessoa jurídica que receba ou repasse recursos, sendo
que a participação se dá por adesão. Nesse período, vão surgindo, também, os
Fóruns Regionais, num processo de descentralização e interiorização dos Fóruns.
Com o surgimento dos Fóruns, então, a partir de 1997, a história da EJA
passa a ser registrada num Boletim da Ação Educativa, que socializa uma agenda
dos Fóruns e os relatórios dos ENEJAs. De 1999 a 2000, então, os Fóruns passam a
marcar presença nas audiências do Conselho Nacional de Educação para discutir as
diretrizes curriculares para a EJA. Em alguns Estados, ainda, passaram a participar
da elaboração das diretrizes estaduais e em alguns municípios, participaram da
regulamentação municipal da EJA. Além disso, a Secretaria da Erradicação do
Analfabetismo instituiu uma Comissão Nacional de Alfabetização e solicitou aos
Fóruns uma representação.
Os Fóruns, portanto, têm sido interlocutores da EJA no cenário nacional,
25
contribuindo para a discussão e o aprofundamento do que seja a EJA no
Brasil(SOARES, 2004).
1.3-Tabela Cronológica da Educação de Jovens e Adultos
Década de 40 e 50
 Começa a se organizar um sistema publico de educação elementar no Brasil
(década de 1940).
 Primeira campanha nacional de educação de adultos, orientada por Lourenço
Filho (década de 1940 e de 1950).
 Cartilha para adultos baseadas no método silábico e distribuída pela primeira
vez no país (década de 1940).
 Analfabetismo visto como causa do subdesenvolvimento do país (década de
1940).
 Jovens e adultos analfabetos vistos como incapazes e marginais,
identificados com a criança (década de 1940 e de 1950).
Década de 60
 Artistas, intelectuais e estudantes engajam-se em centros de culturas e
alfabetização popular (década de 1960).
 Lançado o plano nacional de alfabetização, orientado pelas ideias de Paulo
Freire (década de 1960).
 Ênfase na dimensão política da alfabetização e na conscientização
 Jovens e adultos analfabetos vistos como portadores de cultura e sujeitos da
aprendizagem.
 Métodos baseados em palavras geradoras retiradas do universo vocabular
dos educando.
 Proposta pedagógica baseada no dialogo.
Década de 70
 Ditadura militar reprime movimento popular e obriga Paulo freire a deixar o
país.
 O Mobral cria programa correspondente ao primário (PEI).
 Utilização do método da palavra geradora, esvaziando de conteúdos critica.
26
 Mensagens apelam para esforço individual e integração no desenvolvimento
do país.
Década de 80 e 90
 Emergência dos movimentos sociais e inicio da abertura política. Volta de
eleições diretas para governadores e prefeitos. Os projetos de alfabetização
se desdobram em turmas de pós-alfabetização (década de 1980).
 Extinção do Mobral, criação da fundação educar com parcerias entre
governos e sociedade civil (década de 1980).
 Extinção da Fundação Educar, retração da ação federal,municípios assumem
a Educação de Jovens e Adultos (década de 1990).
 Alfabetização vista como processo que exige continuidade e sedimentação
(década de 1980 e de 1990).
 Influencia do construtivismo e teorias histórico-culturais da aprendizagem
(década de 1980 e de 1990).
 Propostas pedagógicas para a alfabetização partem de textos reais e
produções dos alunos (década de 1980 e 1990).
Reconhecimento da especificidade da aprendizagem escolar (década de 1980 e
de 1990).
Anos de 1990 a 2000
 Conferencia de jomtien, Tailândia, operou o conceito de ‘’satisfação das
necessidades básicas de aprendizagens’’ para adequar aos diferentes
contextos socioculturais a promessa de educação para todos (em 1990).
 A lei de Diretrizes e Base da Educação 9394/96, dedica dois artigos. (arts. 37
e 38), no capitulo da educação básica, seção V, para reafirmar a
obrigatoriedade e gratuidade da oferta da educação para todos que não
tiveram acesso na idade própria (em 1996).
 Realizou-se na Alemanha em Hamburgo em julho de 1997, a V conferencia
internacional de educação de jovens, promovida pela UNESCO (organização
das nações unidas), contou com representações de 1970 países. Essa
conferencia representou um importante marco, na medida em que
estabeleceu a vinculaçãoda educação de adultos ao desenvolvimento
sustentável e equitativo da humanidade. Dessa conferencia resultaram dois
27
documentos: a declaração de Hamburgo e a agenda para o futuro, que
tratam do direito a “educação ao longo da vida” (em 1997).
 Sob a coordenação do conselheiro Carlos Roberto Jamil Cury, é aprovado o
parecer N.11/2000-CEB/CNE, que trata das Diretrizes Curriculares Nacionais
para a educação de jovens e adultos. Também foi homologada a Resolução
n.01/00-CNE. (em 2000).
Fonte: proposta curricular do ensino da eja.
1.4- Parceiros da Alfabetização de Jovens e Adultos: como manter o aluno
estudando
Um dos grandes parceiros do governo na luta contra o alfabetismo e o
Serviço Social da Indústria (SESI). O projeto SESI por um Brasil alfabetizado
começou em 2003 e já alfabetizaram 600 mil pessoas. Enquanto o governo federal
capacita e paga os alfabetizadores, o SESI fornece material didático e capacita e
paga os supervisores. “eles orientam o trabalho em sala, tiram duvidas e
proporcionam a troca de experiências entre os alfabetizadores”. Explica Eliane
Martins, coordenadora nacional de alfabetização de projeto. Seguindo a linha do
educador Paulo Freire (1921-1997), o projeto alfabetiza com base em temas
geradores, fazendo a ligação dos conteúdos escolares com a vida dos estudantes.
Porém um grande desafio para professores de jovens e adultos é acabar com
a estranheza que a escola causa a muitos logo nos primeiros dias de aula. O modelo
que a maioria guarda na memoria é de salas com carteiras enfileiradas, quadro-
negro, giz, livro, caderno e um professor que fala o tempo todo e passa tarefas.
Muitos alunos, ao participar de debates, estudos do meio, apresentações de vídeo
ou dinâmicas de grupo, ficam com a sensação de que estão sendo enrolados.
Para Vera Masagão Ribeiro, coordenadora de programa da ação educativa,
organização não governamental em São Paulo, é importante mostrar que recursos
variados também fazem parte da aprendizagem. Para isso, relacionar esses
recursos com o conteúdo da aula é um bom começo. “Se a ideia é passar um vídeo
para a turma, o professor pode antes dar um tema e provocar uma breve discussão”.
Terminando “filme, ele pergunta aos alunos qual foi o trecho mais emocionante ou
marcante”, sugere Vera. Ela alerta, no entanto, que é preciso combinar essas
28
atividades com o momento do registro escrito que, para a turma, é uma
característica especificada da escola. “Ao escrever, eles têm o sentimento de
aprendizagem, de apropriação do conhecimento.” Na escola estadual Jorge
Fernandes, em Natal, os professores de (EJA) são orientados a preparar o terreno
antes de cada atividade diferenciada. “Se o aluno for pego de surpresa, acaba
achando que aquilo não faz parte da aula”, afirma a vice-diretora da escola, Maria
Gorete de França Gomes. “Por isso, os professores mostram, aos poucos que
existem um mundo além do quadro e do giz: há filmes, musicas entrevistas,
documentários, livros e tantas outras coisas interessantes às quais a maioria não
tem acesso”, explica. Mas e se, mesmo adotando essas estratégias, o aluno insistir
em questionar a qualidade da aula? “Essa é uma boa oportunidade de o professor
mostrar que o simples fato de questionar já é uma aprendizagem”.
A escola pode apresentar o mundo cultural aos alunos. São comuns os casos
de estudantes que nunca foram ao cinema ou ao teatro. “O projeto torna esses
adultos mais sensíveis á ação transformadora da arte”, nesse processo, devemos
integrar esses jovens e adultos aos demais alunos assim a mente se abre, e o aluno
começa a ficar mais critico. Mas para isso depende da comunidade escolar, peça
fundamental para o sucesso da aprendizagem e para evitar a evasão.
O aluno não pode sentir que aquele espaço é apenas emprestado. “Não são
raros os casos de escolas que trancam a biblioteca, a sala de informática e até
alguns banheirosà noite, no período em que os adultos estão lá”, afirma Vera
Masagão. Além disso, muitas vezes eles são excluídos das festas e feiras culturais,
do jornal interno e dos eventos da escola. Por tanto para promover a integração de
todas as modalidades de ensino, as secretaria de educação de Pombal, na Paraíba,
organiza anualmente um desfile de carroças na é época de são João. Todos, desde
a creche até a educação de jovens e adultos, enfeitam suas carroças e os burros
que as puxam para mostrar ao publico o quanto conhecem e valorizam a própria
cultura. Antes do grande dia, os alunos estudam os símbolos de São João, como a
fogueira e as bandeirinhas, e aprendem sobre a origem da festa e a culinária local.
O tema escolhido pelas turmas da (EJA) para enfeitar a carroça foi a mulher
rendeira. O capricho na confecção dos adereços, laços e babados e boneca rendeira
mostrar o carinho e o interesse dos alunos pela escola.
29
1.5- Objetivos da Educação de Jovens e Adultos e o que diz a lei de
Diretrizes e Bases da Educação (LDB)
Essa área de conhecimento torna-se relevantes no currículo escolar por
contribuir com a concretização de competências ou capacidade especificas.Portanto,
no ensino fundamental de jovens e adultos-1ª a 4ª série, ela terá os seguintes
objetivos, redefinidos a partir da proposta dos parâmetros curriculares nacionais:
Compreender criticamente a vida e sua qualidade nos contextos
socioculturais, valorizando a participação e a integração dos seres humanos no
ambiente social e natural;Compreender as relações existentes entre ambientes,
saúde e qualidade de vida.Desenvolver a autoestima com a percepção de si própria
como sujeito histórico, social e produtor de cultura;Compreender e valorizar as
ciências e as artes como formas de conhecimento das relações entre os seres
humanos e entre esses e o ambiente;Valorizar a diversidade étnica e cultural da
sociedade brasileira,reconhecendo e respeitando a sua linguagem, as formas de
manifestação cultural e os diferentes estilos de vida;Compreender a desigualdade
social como problemas de todos cuja superação requer ação coletiva de sujeitos
históricos;Usar diferentes fontes para obter informações sobre o ambiente natural e
social, bem como varias técnicas para classificá-las, analisá-las e sintetizá-
las;Compreender, valorizar e assumir corresponsabilidade com a vida humana e
ambiental, zelando pela qualidade da saúde, sexualidade e socialização desses
valores nas relações educativas de novas gerações.
Compreender o processo de transformação da natureza pelos seres
humanos, desenvolvendo atitudes positivas de uso e defesa dos recursos do
ambiente;Reconhecer e valorizar as contribuições de diferentes culturas na
contribuição da identidade dos estudantes jovens e adultos; reconhecendo
semelhantes e diferenças nas pessoas, nos grupos sociais ou povos;Problematizar
fatos do cotidiano, reconstruindo significados socioculturais e ampliando a
compreensão das práticas sociais no mundo;
A educação de adultos torna-se mais que um direito: é a chave para o século
XXI; é tanto consequência do exercício da cidadania como Condição para uma plena
participação na sociedade. Além do mais, é um poderoso argumento em favor
30
dodesenvolvimento ecológico sustentável, da democracia, da justiça, da igualdade
entre os sexos, do desenvolvimento socioeconômico e científico, além de um
requisito fundamental para a construção de um mundo onde a violência cede lugar
ao diálogo e à cultura de paz baseada na justiça. (declaração de Hamburgo sobre a
EJA).
1.6- Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
De acordo com a LDB sobre a educação de jovens e adultos podemos citar:
Seção V
Da Educação de Jovens e Adultos
Art. 37º. A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não
tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade
própria.
§ 1º. Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e aos adultos,
que não puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades educacionais
apropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses, condições
de vida e de trabalho, mediante cursos e exames.
§ 2º. O Poder Público viabilizará e estimulará o acesso e a permanência do
trabalhador na escola, mediante ações integradas e complementares entre si.
Art. 38º. Os sistemas de ensino manterão cursos e exames supletivos, que
compreenderão a base nacional comum docurrículo, habilitando ao prosseguimento
de estudos em caráter regular.
§ 1º. Os exames a que se refere este artigo realizar-se-ão:
I - no nível de conclusão do ensino fundamental, para os maiores de quinze anos;
II - no nível de conclusão do ensino médio, para os maiores de dezoito anos.
§ 2º. Os conhecimentos e habilidades adquiridos pelos educandos por
meios informais serão aferidos e reconhecidos mediantes exames.
31
De acordo com a lei de diretrizes e base da educação nacional (LDB) faz
verificar que o ensino de jovens e adultos (EJA). É um ensino obrigatório para
aqueles que não tiveram acesso em estudar na idade adequada. Por serem pais
trabalhadores e mães que não tiveram uma estrutura familiar adequada e informada
a respeito da educação ou simplesmente não tinham tempo para irem à escola, mas
com ajuda da EJA veio o ensino noturno de acordo com a peculiaridade desse
aluno. Estabelecendo o tempo e compreendendo as suas situações.
32
2-MARCO METODOLÓGICO
2.1- Descrição do lugar de estudo:
Os estudos feitos na escola municipal Laércio Fernandes de Oliveira na
cidade de Carutapera-MA, situado no bairro de Santa Rita, na travessa José Xavier
Pereira por meio de pesquisas e entrevistas fizeram desencadear, inúmeras causas
e consequências que levam os alunos a tomarem atitudes inesperadas, tornando-os
sujeito de mais um dilema presente em muitas instituições que ministram a
Educação de Jovens e Adultos.
A problemática da evasão escolar no contexto brasileiro se constitui bem mais
presente visto em que épocas remotas a escola parecia ser mais excludente,
embora hoje ainda permaneça. Porém as facetas utilizadas pelo poder geram
controvérsias onde se pensam que a escola é privilégio de todos os cidadãos. Na
verdade, a escola nas grandes metrópoles são privilégios de poucos; os meios de
comunicação e a mídia mostram todos os dias esta realidade.
2.2-Tipo da pesquisa:
Em alguns municípios, os sistemas de poder oligárquico têm cumprido com a
sua missão construindo a cada dia novas escolas, mas os fatores didáticos,
pedagógicos e tecnológicos ainda estão distantes de alcançar seus objetivos,
embora algumas instituições escolares tenham inteira autonomia e determinação
necessária para que o ensino assegure a permanência do aluno por todo período
escolar. Para conhecermos melhor a nossa realidade, elaboramos um instrumento
de pesquisa de caráter avaliativo e exploratório, um questionário, e trabalhamos com
os professores que lecionam o 1º e 2º níveis do ensino de jovens e adultos.
Através das análises e dos dados emitidos pelos educadores registramos os
relatos de cada um referente às causas e consequências da evasão escolar nesta
rede de ensino municipal.
2.3- Fonte de dados:
A pesquisa feita no colégio Laércio Fernandes de Oliveira, onde funcionam
duas turmas com 50 alunos incluídos na 1ª e 2ª etapas demonstrou que no final do
ano letivo, houve uma redução significativa desse número para 23 alunos, sendo
que do total de 50 alunos 27 se evadiram. Para tanto, pode-se observar na teoria de
33
Paulo Freire, A teoria do conhecimento - que fala da perspectiva sobre o trabalho
de alfabetização para as relevantes classes sociais. Em seu livro com Donaldo
Macedo, Freire alerta para uma visão de alfabetização como política cultural, isto é,
o processo de alfabetização não deve apenas oferecer leitura, escrita e numeração,
mas também ser considerado: “um conjunto de práticas que funciona para fortalecer
e enfraquecer as pessoas”.
De modo geral, alfabetização é analisada considerando se serve para
produzir formações sociais existentes ou serve como um conjunto de práticas
culturais que promove mudança democrática e emancipatória.
2.4- Técnicas e instrumentos de coleta de dados:
Para coleta de dados foram feita uma pesquisa exploratória com questionário
na turma durante o período do mês de outubro em 2010, nessa pesquisa
predominou o acompanhamento dos professores e as formas pedagógicas utilizadas
em sala de aula.
Essas técnicas foram desenvolvidas a partir do primeiro contato com o
estabelecimento de ensino, pedindo a autorização do gestor para a realização da
pesquisa, a seguir com o contato com a turma, coordenação e professores
começamos a fazer as observações e logo após foi aplicado o questionário.
A pesquisa foi concretizada e as anotações salientadas. No questionário
foram constatado os seguintes aspectos de nível de conhecimento popular, vivência
e dificuldades apresentadas por parte de alunos e professores..
34
3- ANALISE DE RESULTADOS
3.1- Categoria Professor
Quais motivos que levam a maioria dos alunos a desistirem?
Professor A:“A ausência dafamília, o financeiro por não poder mantê-lo na escola...”.
Professor B:“Euvejo pelo lado do cansaço físico por trabalharem durante o dia”.
ProfessorC:“A desestrutura familiar...”.
Notei que dos três professores entrevistados o ponto de vista em relação à
evasão escolar está relacionado ao familiar, ao financeiro e pelo cansaço físico.
Verifiquei nesse processo por parte de alguns professores que a desistência
acorre por falta de recursos, isto é do financeiro por não estarem engajado dentro de
um patamar bem estruturado.
3.2-Categoria aluno
Qual motivo que levou você a não concluir o ano letivo?
Aluno A:“Eu não conseguia acompanhar o resto da turma por ser a mais velha e acabava sendo
vacalhada pelos demais...”.
Aluno B:“Tenho três filhos, um de dez anos de idade, outro de sete anos e o último com três anos,
não tenho com quem deixarem eles... Por isso não tenho tempo à noite para ir à escola.”.
Aluno C:“Meusprofessores explicava e eu às vezes não entendia e acabava ficando com vergonha de
perguntar...”.
Analiso aqui que alguns alunos desistem por alguns motivos: não dar conta
de acompanhar o restante da turma, outros por não ter com quem deixar seus filhos
e pelo motivo da vergonha.Segundo MARY KATOS mostra que: “a escola de hoje
que trabalha com jovens e adultos devem priorizar as atividades culturais e artísticas
no currículo escolar, pois contribui no combate da timidez e ajuda no processo de
inclusão, facilitando o desenvolvimento da linguagem oral, atendendo as
necessidades de todos os educandos, crescendo e desenvolvendoa capacidade
cognitiva do aluno de forma espontânea e livre liberando suas imaginações criativas
e artísticas”.
Dentro deste contexto posso afirmar que com poucos recursos oferecidos
pela escola,pode-se realizar um trabalho dinâmico por meio de atividades
35
diversificadas e criativas. Como mostra FERREIRO (1992, p.25): “[...] ensinar não é
transmitir conhecimentos, mas criar possibilidades para sua produção ou sua
construção”.
3.3- Análise Geral
Mediante a análise dos resultados da pesquisa realizada na Escola
Municipal“Laércio Oliveira”, na cidade de Carutapera/MA, no período de Outubro a
dezembro/2010, em relação à problemática da evasão escolartemos como
consequências que a evasão escolar provoca na sociedade, a qual
apresentaOcorrência de baixa estima; Consolidação da desigualdade social;
Desqualificação e barateamento de mão-de-obra; Estímulo à violência e prostituição;
Gravidez precoce; Consumo e tráfico de drogas; Incapacidade para o ingresso no
mercado de trabalho; Má qualidade de vida. Um perfil insatisfatório de carência e
deficiência nos mais variados aspectos avaliados, hoje visto que a economia possui
maior relevância, já que os demais estão associados diretamente a este, é nítida a
baixa renda da clientela: portanto muitos alunos filhos de trabalhadores já se
trabalhando, tanto na economia formal como na informal, onde a relação patrão e
empregado ede exploração, pois no atual contexto “globalizado” qualquer atividade
que tenha o mínimo de remuneração é aceitável para defender-se do vilão do
desemprego, conforme a afirmação de FRIEDMAN (2001, p.72) diz:
O indivíduo é o resultado da sorte que determina nossos genes e através
deles afeta nossa capacidade física e mental. A sorte estabelece o tipo de
família e o meio cultural em que nascemos e, como resultado, nossas
oportunidades de desenvolvermos estas capacidades.
A sorte fixa os demais recursos que passamos a herdar de nossos pais ou de
algum benfeitor. Outra parte a ponderar nesta pesquisa além da baixa renda da
clientela da Escola Municipal “Laércio Oliveira” é o nível de escolaridade dos pais.
Conforme pesquisa feita foi constatada que alguns pais são analfabetos por falta de
oportunidade, mas têm o conhecimento da experiência vivenciada em seu país.
Constatamos o quanto é complexa a rede de fatores que interferem no
processo da educação e desenvolvimento do país. Dentre eles estão à ausência de
uma pratica pedagógica adequada, o social, o politico, os problemas familiares e
problemas financeiros.
36
No Brasil, como em vários países da América Latina, as antigas elites –
formadasPor oligarquias com influências liberais – costumaram-se a ver “alavancar
do progresso”. Assim tomaram o tema analfabetismo e despejaram rios de retórica.
Dizendo que o país jamais poderia encontrar seu caminho e a democracia jamais
poderia ser uma realidade enquanto tivermos uma taxa tão alta proporção de
analfabetos. A “ignorância” e o “atraso” eram duas faces da moeda. Palavras, muitas
palavras e por certo algumas verdades – mas nenhuma ação.
Depois de 1945, os grupos de direita voltaram ao assunto sobre
alfabetização, mas agora para justificar a tradicional exclusão dos analfabetos do
processo eleitoral e para alavancar os populistas afoitos e propostos às mudanças
pelos direitos de igualdade social, começando um novo processo de transição no
setor educacional, com novas políticas, mas mesmo assim não tem sido satisfatória
às camadas populares que para o pensamento da nação viriam para resolver os
problemas do analfabetismo e reverter este quadro do ensino público, na qual os
resultados de melhoria da educação só aparecem em longo prazo. Portanto, a
política repressora contribuiu interferindo no processo evolutivo e dentro destas
políticas radicais mantendo-se distante a realização dos idealistas que lutavam pelo
direito ao saber formal.
Na década de 60, surge a nova perspectiva do ensino para jovens e adultos,
através do círculo da cultura pelo célebre Paulo Freire, que expandiu a oportunidade
em alguns municípios, instruindo os trabalhadores através de suas teorias liberais e
libertadoras, abrindo novos horizontes à sabedoria da consciência política e
revolucionária que partia do seu método, do contexto sociocultural e histórico das
pessoas. Com seu trabalho, no período, teve grande repercussão não só no sentido
do ler e escrever, mas dando maior ênfase à conscientização política de
organização das camadas populares; foi reprimido diante de seu ato formador
conseguindo em 40 dias alfabetizar grupos de trabalhadores dentro dos princípios
humanos e democráticos. De acordo com a visão de FREIRE (2001,p.32):
Em todo homem existe um ímpeto criador. O ímpeto de criar nasce da
inclusão do homem. A educação é mais autêntica quanto mais desenvolve
este ímpeto ontológico de criar. A educação deve ser desinibidora e não
restritiva. É necessário darmos oportunidades para que os educadores
sejam eles mesmos.
37
Em relação ao o Pensamento de Paulo Freire em relação aos Jovens e
Adultos Até finais dos anos 50, a alfabetização de adultos não dispunha de um
referencial teórico próprio, sendo utilizados, os mesmos procedimentos e recursos
metodológicos com as crianças e não com jovens e adultos. Vejamos o que MOURA
(2001, p.26) afirma sobre o assunto:
As iniciativas e ações que ocorrem neste período passam a margem das
reflexões e decisões a cerca de um referencial teórico para a área [...] essas
hipóteses podem ser confirmadas através do comportamento de alguns
educadores que durante muito tempo reagiram à ideia de mudar a forma de
ensino para criança adaptando-os através de recursos didáticos a jovens e
adultos.
Nesta visão de Moura, foi difícil para os educadores, na época, que
trabalhavam com jovens e adultos, seguirem uma linha metodológica orientadora,
pois tudo o que foi produzido na época foi recolhido pelo período revolucionário.
Diante deste quadro aumentou o grau de desigualdade social em todas as regiões
do país. Para amenizar a situação começaram a serem criadas escolas técnicas que
preparavam para mão-de-obra barata, sem a preocupação com a formação
intelectual em outras áreas do conhecimento, sem nenhuma estruturação de base
de acordo com as necessidades do mercado de trabalho, mas somente com a
preocupação de aumentar a produtividade econômica e não com a formação
educacional. Dessa forma passaram a existir poucas escolas no sentido da
formação conceitual, com currículos elaborados e definidos, mas dentro de um
sistema tradicional totalmente conteudista, na qual o aluno era um mero acumulador
dos conhecimentos científicos repassados pelos mestres.
A preparação era com os conteúdos e as formas metodológicas absolutas
sem significação para o alunado, e mesmo assim eram privilégios de poucos a
compartilhar destes saberes.
Mediante este quadro de dificuldades no processo da evolução da escola pública
brasileira, gerou ao longo da sua história sérios problemas no desempenho do
aluno, atrasando todo o processo escolar e dificultando sua progressão, provocando
uma distorção de série e excluindo mais o jovem que se sentiu incapaz de aprender
ou dominar os conteúdos estabelecidos pelas escolas públicas brasileiras.
Surge então a necessidade das escolas assumirem o seu verdadeiro papel na
formação integral do indivíduo, trabalhando uma proposta curricular voltada para as
necessidades de seus educandos, com conteúdos de relevância suprindo as
38
dificuldades de todos os que estão inseridos no processo do aprender, e é neste
sentido que a escola aos poucos vem tentando mudar este quadro de atraso político
educacional. Portanto, o processo do ensino com competência e responsabilidade, o
professor deve estar preparado para as mudanças, pois a escola está dentro do
sistema dialético sempre se renovando de acordo com as necessidades dos alunos,
como mostra CANDAU (1994, p.26): “o educador, nunca estará definitivo e pronto,
pois sua preparação, sua prática continua meditando através das teorias e
confrontando entre si”.
Na visão da autora a competência e inovação da escola, dependerão da sua
responsabilidade que motivará e caminhará para as transformações realizadas pela
reflexão constante sobre a sua prática, propondo aos educandos conhecimentos
inerentes aos diversos contextos escolares e extraescolares, encontrar meios que
facilitem sua aprendizagem e o desenvolvimento educacional. Se o sistema regular
de ensino passou por várias transformações não têm sido diferente o ensino para
jovens e adultos.
Qualquer proposta teórica metodológica em educação assim como em
qualquer área, implica uma concepção de homem, de sociedade e de educação,
tendo referência o aporte das ciências como a Psicologia, a Sociologia, a
Antropologia, a Filosofia, a Biologia, a História etc. Além desses construtores
teóricos, a proposta precisa estar iluminada pela prática, com base nos grandes
teóricos e defensores da alfabetização para jovens e adultos, tendo sempre por trás
uma experiência prática, testada, voltada aos propósitos de mudança das classes
menos favorecidas, principalmente aos trabalhadores. Sendo demarcado o seu
campo de estudo, e “situá-lo” definindo o para quê, para quem e como, a fim de que
se possa expressar, descrever e estudar o seu objetivo de estudo. A analogia de
Vygotsky, fazendo relação com as concepções de Marx, defensor idealista da
liberdade do homem através do saber coletivo e ideológico diante da sua visão diz
que: “a educação formal é indispensável na vida do homem, e prioridades para
todos os cidadãos, desde a infância a vida adulta”. (FRAGO,1993).
A educação é o único caminho capaz para transformação humana social
dos indivíduos, conduzindo-os para uma visão crítica, conscientizando e
preparando-os para viverem em sociedade e assumindo a sua cidadania.
MARX (1991, p.27).
39
A partir destes ideais surge o novo célebre defensor da educação para jovens
e adultos, Paulo Freire, abrindo novos caminhos e desafiando o mundo através de
sua proposta nos anos 50. Veremos como se processou o sistema de alfabetização
de forma instrumental mecânica,até a década de 80, quando começou a surgir
através da reflexão e da utilização dos resultadosprestados por ele, que
desenvolveu um grande trabalho educacional em vários estados e municípios até a
década de 60 e como maior experiência citamos o município de Angicos, cujos
resultados foram de 100% em aprendizagem.
Durante 40 dias, através do círculo, Freire trabalhou com jovens e adultos a
partir do contexto individual de cada aluno, juntando as ideias significativas dos
mesmos, através dos objetos de trabalho para se chegar aos códigos linguísticos,
pois para ele saber falar todos tinham domínio, o que faltara era associar a
linguagem oral a complexidade dos códigos escritos como mostra FREIRE (1997,
p.81). [...] “aprender a ler, a escrever, alfabetizar-se é, antes de mais nada, aprender
a ler o mundo, compreender o seu contexto, não numa manipulação dinâmica que
vincula linguagem a realidade”.
Diante desta visão política e inovadora surge no país novos programas para a
alfabetização de jovens e adultos, mas não vem respondendo o esperado pelos
governantes, fugindo da política inovadora de Freire e de outros teóricos que para a
formação dos jovens e adultos vindo responder em outras propostas, deixando a
cada dia o ensino para jovens e adultos sem credibilidade, tornando-se
desinteressante para os que buscam recuperar o tempo escolar perdido, professores
desesperados, desestimulados, sem visão do programa e de seus objetivos,
crescendo cada dia de maneira desordenada a evasão e a repetência, por falta da
consciência política e moral dos alfabetizadores, que não possuem o senso de visão
que a escola é o local de progressão e evolução para a vida profissional, daquele
estudante e trabalhador sofrido e excluído da sociedade na qual ele mesmo tenha
tentado se incluir.
Nos dias atuais as consequências da evasão escolar têm sido drásticas seus
resultados, apesar de surgir atualmente, novas políticas de incentivo em vários
campos de alfabetização para jovens e adultos, qualificação profissional na área do
alfabetizar-nos vários níveis do ensino, assistência e acompanhamento às
40
instituições escolares, auxílio às famílias carentes, materiais didáticos, mas mesmo
assim não se tem obtido resultados positivos.
A cada dia, nas escolas, os alunos apresentam uma conduta inadequada;
isso pode ser atribuído à desestruturação familiar, ao uso de drogas, a prostituição e
os conteúdos, para a maioria, não possuem nenhuma significação.
Segundo a visão de ARROYO (1997, p.23),“na maioria das causas da evasão
escolar a escola tem a responsabilidade de atribuir a desestruturação familiar, e o
professor e o aluno não têm responsabilidade para aprender, tornando-se um jogo
de empurra”.Sabemos que a escola atual é preciso estar preparada para receber e
formar estes jovens e adultos que são frutos dessa sociedade injusta, e para isso é
preciso, professores dinâmicos, responsáveis, criativos, que sejam capazes de
inovar e transformar sua sala de aula em um lugar atrativo e estimulador.
Como mostra MENEGOLLA (1989, p.28), “O professor necessita selecionar
os conteúdos que não sejam portadores de ideologias destruidoras de
individualidades ou que venham atender a interesses opostos aos indivíduos”. De
acordo com o ponto de vista do referido autor a seleção de conteúdos é de alto valor
pedagógico, que deve estar direcionados aos interesses sociais, culturais e
históricos do aluno, para que as aulas sejam significativas e atraentes, que sirva
para despertá-lo ideológico,conduzindo para o meio social como cidadão crítico,
questionador e formador de opiniões. No entanto, as evasões escolares diante das
análises e de vários fatores sociais, culturais, históricos e econômicos, estão
incluídas nestas causas e consequências. Como também a escola possui sua
parcela de culpa juntamente com o apoio pedagógico e professores que não
procuram ser mais criativo na ministração das suas aulas, pois sabemos que
vivemos em um mundo globalizado e a sociedade extra escolar está à frente do
desenvolvimento através das ofertas sociais.
Enquanto a escola se mantém atrasada sem nenhuma condição inovadora
para competir com o mundo social fora da escola, torna-se difícil se reverter este
quadro da evasão escolar, a não ser que o corpo escolar procure novas
metodologias através da criatividade humana, didática e pedagógica. Porém o nosso
quadro educacional brasileiro é ainda bastante insatisfatório. Alguns indicadores
quantitativos e qualitativos mostram o longo caminho a percorrer em busca da
equidade, pois Comparando com outros países em estágio equivalente de
41
desenvolvimento, colocando o Brasil em desvantagens na área de educação,
revelam desigualdades regionais em relação ao baixo aproveitamento escolar.
Sabemos que o problema da evasão e da repetência escolar no nosso país e
até mesmo no nosso município, tem sido um dos maiores desafios enfrentados
pelas redes do ensino público, pois as causas e consequências estão ligadas a
muitos fatores como social, cultural, político e econômico, como também a escola
onde professores têm contribuído a cada dia para o problema se agravar, diante de
uma prática didática ultrapassada. Podemos começar a analisar a escola desde o
convívio do educando e suas relações com os educadores, pois sabemos que a
nossa comunidade está inserida em um município carente com poucos recursos, na
qual não tem condições de gerar renda e as camadas populares tornam-se ociosas
e sem perspectivas de vida.
Os alunos, frutos desta pesquisa, foram os da EJA que na maioria são de
baixa renda, desempregados, domésticas, vendedores ambulantes e outros sem
profissãodefinida, que precisam se deslocar do município para outro, buscando uma
forma de sobreviver, enquanto outros são jovens de lares desajustados, viciados em
tóxicos, principalmente dependentes do álcool e das drogas; o nível de prostituição é
muito alto entre os jovens e as jovens, a gravidez precoce está dentro de um quadro
bem elevado.
Mediante este diagnóstico a procura da escola no início do ano letivo é
excelente, mais quando parte do 3° para o 4° bimestre, se evadem, sem nenhuma
justificativa. A direção escolar e professores atribuem o seu afastamento a busca de
um campo de trabalho, como também passamos a observar o comportamento
irregular de alguns alunos, tendo dificuldades de se relacionarem entre si e com os
próprios professores.
Através deste contato com a escola passamos a compreender outra forma
causando a evasão escolar: dificuldades dos alunos no processo do ler, escrever e
contar em relação ao nível estudado do 3° e 4º níveis, que vem com muitas
dificuldades de ortografia, disgrafia, não domina a leitura, leem soletrando perdendo
os sentidos do texto não estão dentro do processo maturacional na linguagem
interpretativa; na matemática sentem dificuldades em diferenciar e aplicar os sinais
matemáticos e diante desta situação crítica este aluno passa a se isolar das aulas
42
que envolvem questionamentos e criticidade, sentem-se incapazes de acompanhar
o processo dos conteúdos ministrados.
Por sua vez, o professor não tem dado acompanhamento específico individual
ou individualista de acordo com as dificuldades, não observam que estes alunos
merecem um tratamento específico e individualizante, pois cada um demonstra uma
deficiência diferenciada.Segundo PIAGET in WADS WOKTH (1989, p.153), “a leitura
deve ser significativa tanto para as crianças como para os jovens e adultos que não
conseguem compreender a significação de uma mensagem escrita”.Assim, com
base no pensamento de Piaget e de outras teorias, conseguimos realizar um
trabalho com êxito na parte da escrita e da leitura, desenvolvendo a capacidade de
interpretar o que leu.
Observar a vida escolar dos jovens e adultos é uma tarefa desafiadora, mas
competente, que através destas ações mediadoras, será capaz de conquistar o
aluno e fazer com que ele permaneça na escola, pois lhe dará confiança e novas
perspectivas de vida, no sentido de estudar, evitando a evasão escolar. Cada
problema desses educando se defrontam diariamente com as práticas dos
professores, pois cada um educando possui um ritmo de capacidade e
aprendizagem diferenciado, na qual eles são vítimas do processo de aprendizagem
das séries anteriores, que não vem possibilitando a superação das inadequações.
As leituras exigidas pelo programa da EJA são existenciais, e mesmo assim o
professor não usa uma didática coletiva nas leituras, que são as divisões dos
parágrafos ou leituras compartilhadas, como também dinâmicas de leitura escrita.
Estas faltas de formação de conceito atribuíram a falta da leitura diversificada,
tornando-se reflexo do processo mecanizado anterior e atual dos professores
mecanicistas, não possibilitando os mesmos a utilização do uso da linguagem
espontânea, sendo fruto do tradicionalismo, onde o professor é ainda o eixo central
do conhecimento, dono de todo saber e, os alunos de baixa renda, sentem-se
reprimidos tornando-se meros acumuladores dos conhecimentos, insignificativos
para eles, transformando-os seres passivos, reprimidos, sem ideias próprias.
No entanto os PCNs (1997: p.30-39), mostra que “cabe a escola viabilizar o
acesso do aluno ao universo dos textos que circulam socialmente, ensinar, produzir
e interpretá-los. Isso inclui os diversos textos das diferentes disciplinas, com os quais
os alunos se defrontam”. Entretanto, a maior parte de nossa clientela estudantil, vem
43
da zona rural, sendo de baixa renda e estiveram por muito tempo ausente da escola,
sendo, portanto, pessoas que apresentam dialetos variados que são características
regionais da miscigenação brasileira.
Nesta perspectiva demonstram pouco interesse em participarem das aulas, e
apresentam modo de falar e escrever diferentes, fruto da expressão do sistema
retrógrado de alguns professores ao longo da sua escolaridade. Como mostra
CAGLIARE (1991, p.12):
Todo falante nativo usa língua conforme as regras próprias de seu dialeto,
espelho da comunidade linguística a que está ligado naturalmente, há
diferença entre o modo de falar de um dialeto e outro, mas isso significa que
um dialeto dispõe de regras e outras não.
Segundo o autor, a falta de preparação do professor vem gerando conflitos ao
longo de sua evolução histórica, que tem usado e abusado da força da linguagem
para ensinar, contribuindo para a exclusão, gerando evasão escolar. Aí veremos
índice alto de analfabetos, escolas com poucos alunos no final do ano letivo,
portanto, como diz FREIRE: Não podemos modificar a sociedade mudando a escola
(utopia liberal), é necessário também abandonar as reformas educacionais. É que a
linguagem popular faz parte das diversidades culturais e regionais do nosso país.
Portanto, é importante saber que o professor esteja consciente dessa visão,
que não é só os problemas sociais e econômicos que influenciam a evasão e a
repetência na escola, e que devem trabalhar principalmente os jovens e adultos os
seus valores linguísticos e adaptando aos poucos a linguagem culta exigida pela
gramática normativa, sabendo conciliar o dois saberes no contexto da sala de aula e
questionar, qual a sua contribuição negativa e buscar metas e ações que possam
amenizar este problema.
44
CONCLUSÃO
Este estudo teve o intuito de analisar as maiores causas da evasão escolar no
ensino de Jovens e Adultos nas turmas de 1ª e 2ª etapa na escola Laércio
Fernandes de Oliveira no Município de Carutapera, analisamos que a evasão
escolar detectada é um fator alarmante por conta de falha de ambos os lados,
professores e alunos.
Observamos que a qualidade da educação, muitas vezes não corresponde às
expectativas de qualificação esperada para um bom desempenho de determinadas
funções e que as teorias estão distantes da técnica de alguns profissionais, que não
assume a responsabilidade de aproveitar a aprendizagem científica e transformar a
sua prática.
Estamos convictos que a questão da evasão escolar, só poderá mudar este
quadro com muita luta e vontade, criando novos mecanismos didáticos que possa
prender a atenção dos jovens e adultos em sala de aula, com projetos inovadores,
com diálogo amigável, dando a todos mais atenção aos seus problemas.
Por isso é preciso rever alguns pontos deste sistema de ensino para jovens e
adultos,que necessita de uma alta avaliação tanto entre as metodologias aplicadas,
como também osmotivos que estão contribuindo para o crescimento da repetência e
evasão escolar.
O problema da evasão nesta comunidade sempre foi atribuído ao fator
econômico, por ser uma comunidade que não tem espaço no mercado de trabalho,
mas diante de nossa visão existem outros fatores: aulas monótonas sem objetivos
propostos, falta de planejamentos e até mesmo não são feitos na maioria das vezes
análise do próprio livro didático, utilizado pelo professor, não havendo uma
reformulação dos conteúdos de acordo com a capacidade do alunado.
Neste sentido destacamos as dificuldades do professor, de trabalhar o seu
relacionamento com os alunos em sala de aula, pois na maioria, são jovens
problemáticos desde a família, como no uso de drogas, desempregados e sem
perspectivas de vida. Portanto a evasão faz parte dos grupos mais jovens
nosegundo nível que também chegam ao terceiro nível sem dominar a leitura e
escrita estando dentro do processo de escrita pré-silábica e alfabética.
45
O problema da desistência e evasão é porque não sabem escrever
adequadamente e sentem-se incapaz de continuar.
A questão da evasão escolar se arrasta ano a ano no Brasil, com um
crescimentoacentuado como também entende-se não só como um problema de
ordem escolar e familiar mas como um problema social.
Em suma, a evasão deverá ser encarada como um problema sociológico e
não obstante de caráter psicológico. Isto significa dizer que os alunos não são seres
infradotados, mas que são eles negados as condições de vida familiar, escolar e
social, pois caso contrário a evasão seria um problema a menos a ser enfrentado
pela instituição escolar. Por conseguinte, a evasão é um fator poderoso para que os
jovens e adultos não sejam estimulados a continuar na escola.
Tendo em vista que, para superar estes obstáculos será necessário o
investimento, na qualificação e capacitação de professores.
Por outro lado, o aluno deverá está sempre aberto para receber o
conhecimento transmitido. Porém, aluno e professor serão protagonistas de uma
educação mais qualificada, quando os materiais didáticos para eles se tornarem
privilégio, e o salário do professor for vistos com mais dignidade, e só assim a
educação tomará um novo caminho. Ou, no entanto estaremos caminhando para
uma sociedade estagnada.
Temos que vê que muitos que vivem sem oportunidades, sem opção de
escolha foram aqueles que não tiveram acesso a escola na idade certa, ou
simplesmente aqueles que pararam no tempo, deixando de estudar para trabalhar e
sustentar sua família. Sabemos que para construir uma sociedade, devemos
primeiramente educar com qualidade, mas para isso será necessário investimentos
em prédios, materiais escolares, merenda e a consciência de que a participação da
família e comunidade é fundamental para a construção da educação que queremos.
Só assim veremos um país mais justo e democrático.
46
REFERÊNCIAS
ARROYO, Miguel G. da. Escola coerente à Escola possível. São Paulo: Loyola,
1997 (Coleção Educação popular – nº 8.).
AZEVEDO, Francisca vera Martins de, ARTIGO 13.
BEISIEGEL, Celso de Rui- Politica e educação popular (a teoria e a pratica de
Paulo Freire no Brasil) São Paulo, Ática, 1982, p.26.
CANDAU, Maria Vera. A didática em questão. 13 ed. Petrópolis/RJ: Vozes, 1999.
CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização e linguística. 6 ed. São Paulo: Scipione,
1995.
FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. 26 ed. Rio de Janeiro-RJ:
Paz e Terra, 1994.
FREIRE, Paulo- uma bibliografia. Ed.Cortez
INTERNET – Shvoong.com- Historia da Educação de Jovens e Adultos. Publicado
em: março 07,2008. acesso em: 10 jan. 2011.
KRUPA, Sonia M. Portela sociologia da educação. São Paulo.Ed. Cortez.( Coleção
Magistério Formação do Professor) 1994. P. 13 e 14.
LUCKESI, Cipriano Carlos. Filosofia da educação. São Paulo. Ed. Cortez. (Coleção
(Magistério Formação do Professor) 1994. p. 183.
LDB- Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Seção V-Art.37 e 38.
MEC. Educação de Jovens e Adultos – Ensino Fundamental: proposta curricular –
1º.Segmento. São Paulo/Brasília. Ação Educativa/SEF, 1999.
MENEGOLLA, M. Didática: aprender a ensinar. 5 ed. São Paulo: Loyola, 1999.
MARANHÃO, 2007 Proposta curricular no ensino Fundamentalde1º e 2º etapa
(eja)
MOURA, Tânia Maria de Melo. A prática pedagógica dos alfabetizadores de
jovens e adultos: contribuições de Freire, Ferreiro e Vygotsky. 2º ed. Maceió:
EDUFAL, 2001.
MARX, karl- revista espaço acadêmico nº 86- mensal julho de 2008.
PCN Parâmento Curricular Nacional ( 1991- P. 12).
SOARES, Mário 1996.
47
APÊNDICE A
QUESTIONÁRIO DESTINADO AOS PROFESSORES
1- Dados Gerais:
Idade_______________________________________________________________
Quantos anos atuam como professor
(a)?______________________________________
Qual a sua formação?________________________________________
2- Questões específicas:
1 –Quais as causas que a evasão escolar provoca na sociedade?
2 – o que acontece com esse aluno depois da desistência?
3 – O que a escola faz para que não haja a evasão desse aluno?
48
4 -Você exerce sua práxis, a fim de alcançar os objetivos educacionais da
Escola?
5 – Você como profissional da Educação, faz o quê a respeito da desistência?
APÊNDICE B
QUESTIONÁRIO DESTINADO AOS ALUNOS
1-o que leva vocês a desistirem?
2-O que você acha da didática do seu professor?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
3- o que você faz durante o dia?
4- Até que série seus pais estudaram? Se sim qual?
49
5- Você mora na zona rural ou urbana?
6- você trabalha? Onde? Quantas horas por dia?
ANEXO A
FACULDADE EVANGÉLICA DO PIAUÍ
GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA
CARTA DE APRESENTAÇÃO
Carutapera-MA, 10 de junho de 2011.
Senhor Diretor,
Apresento o aluno, Magno Fernando Almeida Nazaré matriculados no Curso de
Graduação em pedagogia, desta Academia de Ensino Superior (FAEPI), que requer
pesquisa entre os alunos e professores da1º e 2º etapa no ensino da eja, turno
noturno desta Instituição, tal pesquisa tem como objetivo avaliar a evasão escolar e
suas consequências na formação sócio-educativa de jovens e adultos desses
alunos, com o intuito de obter pré-requisitos para obtenção de certificado de
conclusão do curso de graduação em pedagogia.
Agradeço sua atenção para com os alunos colocando-me à sua disposição.
50
Ana Cristina Castelo Branco
Professora Ms. Orientadora da Pesquisa
Faculdade Evangélica do piauí
Carutapera-MA
__________________________
Faculdade do Piauí
Magno Fernando A. Nazaré
ANEXO B
REQUERIMENTO
Senhor Gestor da Unidade I. Ver. Laércio Oliveira.
Dirigimo-me a V.Sa.Para pedir-lhe permissão em poder participar durante 10 (dez)
dias do ambiente escolar dos alunos da 1º e 2ºetapa da eja no Ensino Fundamental
do turno noturno deste estabelecimento de ensino.
Este pedido tem como meta principal, observar alunos e professores que
trabalham com essa modalidade da referidas turmas, como também aplicar
questionários contendo perguntas fechadas, abertas e de múltipla escolha a uma
porcentagem de 10 alunos extraídos de um total de 50 (cinquenta) alunos frequentes
ao professor que leciona as disciplinas. Para que eu possaconcluir essa pesquisa da
elaboração de monografia para conclusão do Curso de pedagogia, Desta forma,
espero contar com vossa valiosa compreensão, me colocando à disposição de
V.Sa.Para eventuais questionamentos sobre o referido trabalho da finalização da
monografia. No aguardo de uma resposta favorável, subscrevo-nos.
Carutapera (MA), __________________de___________________2011
Atenciosamente,
51
_________________________________________________
Magno Fernando A. Nazaré
Ilm.º S.r. Lucivaldo Guimarães MD: Gestor da Unidade I. Ver. Laércio Oliveira
52
53
54
55
56
57
58
59
60
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  • 1. 1 FACULDADE EVANGÉLICA DO PIAUÍ-FAEPI GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA MAGNO FERNANDO ALMEIDA NAZARÉ EVASÃO ESCOLAR:CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS NA FORMAÇÃO SÓCIO-EDUCATIVA DE JOVENS E ADULTOS CARUTAPERA-MA 2011
  • 2. 2 MAGNO FERNANDO ALMEIDA NAZARÉ EVASÃO ESCOLAR: CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS NA FORMAÇÃO SÓCIO-EDUCATIVA DE JOVENS E ADULTOS Monografia de conclusão de curso apresentado à Faculdade Evangélica do Piauí, como requisito parcial para obtenção do titulo de graduação em licenciatura plena em Pedagogia, sob orientação da Prof.ª. Msc. Ana Cristina Castelo Branco. CARUTAPERA
  • 3. 3 2011 MAGNO FERNANDO ALMEIDA NAZARÉ EVASÃO ESCOLAR: CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS NA FORMAÇÃO SÓCIO-EDUCATIVA DE JOVENS E ADULTOS Aprovada em ------de------de-------- Conceito----------------------------------------- _________________________________________ Orientador:Profª. MS.Ana Cristina Castelo Branco
  • 4. 4 Dedico a DEUS em primeiro lugar, e, aos meus familiares que me apoiaram e compreenderam nos momentos difíceis quepassei e a todos que, de alguma forma contribuíram para realização deste trabalho.
  • 5. 5 Agradeço a Deus por me dar luz espiritual nos momentos de dificuldades que passei. Aos colegas de curso pelos momentos que partilhamos muitos deles felizes e outros tristes, mas o que fica são as boas lembranças.
  • 6. 6
  • 7. 7 Se a educação sozinha não pode transformar a sociedade, tampouco sem ela a sociedade muda. (PAULO FREIRE) SUMÁRIO INTRODUÇÃO---------------------------------------------------------------------------------- ---10 1-MARCO REFERENCIAL-------------------------------------------------------------------- 15 1.1-Breve histórico sobre a educação de jovens e adultos---------------------------------15 1.2- Histórico e Fundamentação legal da Educação de Jovens e Adultos------------17 1.3-Tabelas cronológicas da educação de jovens e adultos-------------------------------25 1.4-Parceiros da alfabetização de jovens e adultos: como manter o aluno estudando- --------------------------------------------------------------------------------------------------------------27 1.5- Objetivos da Educação de Jovens e Adultos e o que diz a LDB. -------------------29 1.6- Leis de Diretrizes e Base da Educação Nacional---------------------------------------30 2-MARCO METODOLÓGICO---------------------------------------------------------------- ------32 2.1- Descrição do lugar de estudo----------------------------------------------------------------32 2.2-Tipo da pesquisa----------------------------------------------------------------------------------32 2.3- Fonte de dados-----------------------------------------------------------------------------------33 2.4Técnicas e instrumentos de coleta de dados--------------------------------------------33 3-ANÁLISE DERESULTADOS-----------------------------------------------------------------34 3.1- Categoria Professor-----------------------------------------------------------------------------34 3.2- categoria Aluno-----------------------------------------------------------------------------------34 3.3- análise Geral--------------------------------------------------------------------------------------35 4-CONLUSÃO----------------------------------------------------------------------------------------44 REFERÊNCIAS-------------------------------------------------------------------------------- -----46 APÊNDICES ANEXOS
  • 8. 8 RESUMO A educação de jovens e adultos enfatiza o espaço de vivência e valoriza, ainda mais a dimensão histórico cultural, compreendendo-ocomo humano e construindo na prática social. Também são abordados problemas sobre o trabalho e a participação social, de acordo com cada realidade dos educandos. A educação destinada aos jovens e adultos, vem consolidando uma mudança de paradigma, superando a compreensão de que EJA é apenas alfabetização, sem politicas públicas definidas e com ações compensatórias e intervenções pontuais. É preciso reconhecer o direito a educação básica para todos. De acordo com o parecer CNE/CEB 11/2000, que apresenta as diretrizes curriculares nacionais para a educação de jovens e adultos, as funções atribuídas a essa modalidade deensino. O principal objetivo da educação de jovens e adultos é: de auxiliar cada individuo a tornar-se tudo aquilo que ele tem capacidade para ser. Durante vários anos foram desenvolvidos projetos para a alfabetização de jovens e adultos, destaca-se, por tanto, alguns deles: O MOBRAL-movimento brasileiro de alfabetização, de 1967-1985; FUNDAÇAO EDUCAR, de 1986- 1990 e o programa Brasil alfabetizado, de 2003 até o momento atual. Com o resultado desta pesquisa Observamos que a qualidade da educação, muitas vezes não corresponde às expectativas de qualificação esperada para um bom desempenho de determinadas funções e que as teorias estão distantes da técnica de alguns profissionais, que não assume a responsabilidade de aproveitar a aprendizagem científica e transformar a sua prática. Estamos convictos que a questão da evasão escolar, só poderá mudar este quadro com muita luta e vontade, criando novos mecanismos didáticos que possa prender a atenção dos jovens e adultos em sala de aula, com projetos inovadores, com diálogo amigável, dando a todos mais atenção aos seus problemas.Por isso é preciso rever alguns pontos deste sistema de ensino para jovens e adultos, que necessita de uma alta avaliação tanto entre as metodologias aplicadas, como também os motivos que estão contribuindo para o crescimento da repetência e evasão escolar no município de Carutapera na escola Laércio Fernandes de oliveira no ano de 2010. PALAVRAS CHAVES: Cultura. Evasão.Alfabetização.Fracasso.Repetência.
  • 9. 9 ABSTRACT The youth and adult education emphasizes the living space and value, further cultural historic dimension, including the space as human and building in social practice. Are also discussed problems on labor and social participation, according to each reality of learners Education for young people and adults, is consolidating a paradigm, surpassing the understanding that EJA is just literacy, without public policies defined and compensatory actions and interventions with punctual. We must recognize the right to basic education for all. In accordance with the opinion CNE/CEB 11/2000, that provides guidelines for national curriculum for the education of young people and adults the roles assigned to this mode of teaching. The main goal of youth and adult education is: assist each individual to become all that he has the capacity to be. During several years were developed for literacy projects for young people and adults, stands, therefore, some of them: The MOBRAL-Brazilian movement, literacy, 1967- 1985; FOUNDATION EDUCATE, 1986-1990 and program Brazil literate, 2003 until the present moment.Com o resultado desta pesquisa Observamos que a qualidade da educação, muitas vezes não corresponde às expectativas de qualificação esperada para um bom desempenho de determinadas funções e que as teorias estão distantes da técnica de alguns profissionais, que não assume a responsabilidade de aproveitar a aprendizagem científica e transformar a sua prática. Estamos convictos que a questão da evasão escolar, só poderá mudar este quadro com muita luta e vontade, criando novos mecanismos didáticos que possa prender a atenção dos jovens e adultos em sala de aula, com projetos inovadores, com diálogo amigável, dando a todos mais atenção aos seus problemas.Por isso é preciso rever alguns pontos deste sistema de ensino para jovens e adultos, que necessita de uma alta avaliação tanto entre as metodologias aplicadas, como também os motivos que estão contribuindo para o crescimento da repetência e evasão escolar no município de Carutapera na escola Laércio Fernandes de oliveira no ano de 2010. PALAVRAS CHAVES: Culture. Evasion. Literacy. Failure. Repetition
  • 10. 10 1 INTRODUÇÃO Este trabalho tem como foco, principal apresentar informações que diz respeito ao alto índice de evasão escolar na (EJA), no município de Carutapera Maranhão na Escola Laércio Fernandes de Oliveira, onde funciona a 1ª e 2ª etapas deste estudo.Contando assim, para que este fosse realizado, foi necessário um trabalho intenso envolvendo pesquisas, entrevistas e outras fontes. A EJA é um programa educacional, que visa atingir todas as pessoas de nível social baixo ou sócio econômico desfavorável ou que não tiveram oportunidade de estudar no ensino regular. A educação de jovens e adultos (EJA) é uma modalidade básica, com função reparadora e qualificadora, destinada àquelas que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no Ensino Fundamental e Médio, na idade própria, podendo ser realizado mediante cursos em escolas devidamente credenciadas para tal ou por exames. Através deste estudo, mostrarei um conjunto de conhecimentos e reflexões da EJA, que possibilitará uma apresentação mais aprofundada dos fatos e problemas que envolvem a realidade educacional vivida por alunos e professores. Onde a escola está inserida no contexto da sociedade brasileira, marcada pelas desigualdades do sistema capitalista. Compreender as relações entre esta escola e o contexto politico, econômico e social é de fundamental importância. O que se quer é buscar neste estudo subsídio teóricos e instrumentos de reflexão que contribuam para colocar os alunos de frente para a escola e para a sociedade no sentido de reconhecê-la em seus múltiplos aspectos. Nesta proposta, está em jogo à compreensão das razões que, até hoje, impossibilitaram superar ou amenizar o problema educacional, procurando formas de contribuir para essa superação. Acredito que este trabalho sobre a educação de jovens e adultos(EJA), possa, a partir de seus temas centrais de investigação, auxiliar na compreensão dessa modalidade, participando da construção de novas práticas escolares, e alternativas vigentes.
  • 11. 11 A escola brasileira está inserida no sistema social mais amplo do país, marcado pelo sistema capitalista. Embora com características comuns, o capitalismo não se realiza da mesma maneira em todos os lugares. É preciso identificar suas diferentes formas de realização: na coleta de peixes na Amazônia, na extração de minérios do Brasil Central ou, ainda, nas relações que se desenvolvem no campo ou na cidade. É preciso não só desvendá-lo, mas também buscar na realidade escolar, no funcionamento das escolas e das práticas docentes, mecanismos que revelem traços ou necessidades dessa escola, situada nessa realidade específica. Os estudos que têm sido realizados sobre a escola, a partir de vários enfoques, políticos e ideológicos têm mostrado que um dos pontos críticos dessa escola são o mecanismo de seletividade nela presentes, responsáveis pela repetência e expulsão de parcelas significativas de alunos, em geral originários das populações mais pobres. A identificação e a reflexão sobre as causas dos mecanismos de expulsão e de repetência escolar serão a preocupação central desta proposta de pesquisa. Temos claro que a solução desse problema não é meramente técnica, é política, e passam pela capacidade de organização e de pressão da população, o que inclui pais, alunos, professores, funcionários, autoridades e trabalhadores de modo geral. Nesse processo de transformação o professor, por sua atuação, pode contribuir de maneira decisiva. Contudo, a realidade exige, além de vontade de mudança, que se deixe de acreditar na inferioridade destes educandos, que se tire a máscara do preconceito dissimulado, e que efetivamente se busque transformar a ação no dia a dia. O conteúdo temático desta monografia está disposto em varias partes, e trazem a realidade para dentro da sala de aula. Assim, é a partir dessa realidade problematizada que professores e alunos devem reconstruir o conteúdo proposto nos seus planos, com base nos textos de apoio e nas leituras complementares, ou ainda, em outros textos que julgarem necessários. Portanto, aconselha-se que antes de iniciar qualquer atividade de trabalho sobre a educação da EJA, o professor analise, de maneira crítica, os conteúdos apresentados e planejados com antecedência.
  • 12. 12 Essa prática escolar deve colocar desafios em diversos contextos sócio culturais, onde os jovens e adultos interagem socialmente por meio da linguagem oral. Assim, participam ativamente da produção cultural em situações informais e formais. Isso exige competências e habilidades de uso de textos, construindo analisando e interpretando discursos. A educação possibilita ao individuo jovem e adulto retomar seu potencial, desenvolver suas habilidades, confirmar competência adquirida na educação extraescolar e na própria vida, com vistas ao nível técnico e profissional mais qualificado.Para tanto, em alguns ambientes escolares, foi detectado por meio de pesquisa, que o alto índice de evasão se dá por motivos socioeconômicos culturais e religiosos. As unidades de ensino que ministram a Educação de Jovens e Adultos a fazer constar em seu Regimento Interno normas que atendam à determinação da Lei 9394/96 e Resoluções deste órgão. Contudo, a escola enquanto uma das instituições sociais pode ser analisada à luz dos conceitos de vários teóricos, que definem ser a educação o marco principal para os individuo adentrar ao sucesso. No entanto, o positivismo, nos séculos XVIII e XIX, retratam as ideias liberais que agitam o mundo, trazendo à tona fecunda reflexão sobre a educação, tardiamente chegam até nós. E geralmente transplantadas, sem a devida reflexão a respeito de nossas condições sociais, politicas e econômicas. Por tanto, o manifesto dos pioneiros, na educação de jovens e adultos que combatem a escola elitista e acadêmica tradicional, que se acha sob o monopólio das instituições que defendem a laicidade e coeducação, a escola novistas acirram os ânimos e a reação dos educandos católicos conservadores, para os quais apenas a educação em princípios cristãos seria a verdadeira. Devido ao clima de conflito aberto, em 1932 é publicado o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, encabeçado por Fernando de Azevedo e assinado por 26 educadores. O documento defende a educação obrigatória, pública, gratuita e leiga como um dever do Estado, a ser implantada em programa de âmbito nacional. Esse manifesto é importante na história da pedagogia brasileira porque representa a
  • 13. 13 tomada de consciência para buscar uma educação adequada para um publico diferenciado. No Brasil, na vigência do Estado Novo (1937-1945), durante a ditadura de Vargas. O ministro Gustavo Capanema empreende outras reformas do ensino, regulamentadas por diversos decretos-leis assinados de 1942 a 1946 e denominados leis orgânicas do ensino. A lei do ensino secundário, em seu artigo 1º, especifica que as finalidades desse ensino são “formar a personalidade integral geral que possa servir de base a estudos mais elevados de formados especiais” e, ainda, segundo o artigo 25, “formar as individualidades condutoras”. Em pleno processo de industrialização do país, persiste a escola acadêmica. Os cursos mantidos pelo sistema oficial não acompanham o ritmo do desenvolvimento tecnológico da indústria em expansão. As escolas oficiais são mais procuradas pelas camadas médias desejosas de ascensão social e que, por isso mesmo, preferem os “cursos de formação”, desprezando os profissionalizantes. Acrescente-se o fato de continuar existindo os exames e provas, que tornam o ensino cada vez mais seletivo, e por tanto antidemocrático. Outro aspecto discriminador que contraria a bandeira de coeducação da escola novistas, se encontra na recomendação explicita na lei de encaminhar as mulheres para os “estabelecimentos de ensino de exclusiva frequência feminina”. Assim, em 1942 é criado o SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), organizado e mantido pela Confederação Nacional das Indústrias, com cursos para aprendizagem o aperfeiçoamento, e a especialização, além de possibilitar a reciclagem do profissional. Pelo mesmo procedimento, em 1946 é criado o Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial). A população de baixa renda, desejosa de se profissionalizar, encontra nesses cursos boas condições de estudos, mesmo porque os alunos são pagos para aprender. Daí o sucesso do empreendimento particular paralelo. A lei orgânica também regulamenta o curso de formação de professores. Embora as escolas normais existissem desde o século XIX pertenciam à alçada do estado. Agora a lei propõe a centralização nacional das diretrizes. Persiste, no
  • 14. 14 entanto, a predominância de matérias de cultura geral em detrimento da formação profissional, bem como o caráter rígido de avaliação. Com o tempo, as escolas normais se tornam reduto das moças de classe média em busca da “profissão feminina”. Por fim, dentro desse panorama educacional foi detectada a necessidade de criar projetos educacionais que atendesse a uma classe menos favorecida. Porém, dentre esses projetos, podemos citar a EJA, programa de jovens e adultos, como alternativa de estudo para pessoas que não tiveram oportunidade de estudar no período certo de idade. Com isso, a evasão dentro dessa etapa educacional se torna fator predominante, devido a causas que são relatadas por alunos que deixaram de estudar e são vitimas de desemprego, analfabetismo e grau de estudo incompleto. Por isso neste trabalho temos por objetivo geral analisar as causas e consequências na aquisição da aprendizagem no 1º e 2º nível, no ensino de jovens e adultos (EJA). Para isto apresentamos os seguintes objetivos específicos:Analisar as causas da evasão escolar e suas consequências para o meio socioeducativo; Identificar o motivo da desistência desses alunos; Identificar a realidade desse aluno com o contexto escolar; Realizar um levantamento bibliográfico sobre a evasão escolar na sociedade atual. O principal fator da produção deste trabalho foi sem dúvida, a inquietaçãosobre as “Causas eConsequências da Evasão Escolar no Ensino de Jovens e Adultos” nos 1º e 2º níveis daEducação, saber o porquê de tantas evasões na escola municipal“Laércio Fernandes de oliveira” e fazer uma reflexão a respeito da educação publicas de todo o Brasil. Espero que este trabalho possa ser lido como fonte de pesquisa, para trazer beneficio a sociedade, no sentido de provocar reflexões, instigar novas pesquisas e favorecer tomadas de decisões mais eficazes a educação.
  • 15. 15 1-MARCO REFERENCIAL 1.1-Breve histórico sobre a educação de jovens e adultos Os primeiros vestígios da educação de adultos no Brasil são perceptíveis durante o processo de colonização. Após a chegada dos padres jesuítas, em 1549 estes voltaram-se para a catequização e instrução de adultos e adolescentes tanto de nativos quanto de colonizadores diferenciando apenas os objetivos para cada grupo social após a expulsão dos jesuítas pelo marques de pombal ocorreu uma desorganização do ensino somente no império o ensino volta a ser ordenado em 1910, segundo informação do IBGE, o direito a ler e escrever era negada a quase 11 milhões e meio de pessoas com mais de 15 anos. Logo alguns grupos sociais mobilizam-se para organizar campanhas de alfabetização chamadas de ligas. A partir de1945 com a aprovação do decreto N. 19.513 de 25 de agosto de 1945 a educação de adultos tornam-se oficial. Daí por diante novos projetos e campanhas foram lançado com intuito de alfabetizar jovens e adultos que não tiveram acesso à educação em período regular. Dentre estes podemos – citar a campanha de educação de adolescentes e adultos – CEAA [1947]; o movimento de educação de base– MEB, sistema rádio educativo criado na conferencia nacional dos bispos do Brasil com o apoio do governo federal [1961]. Além dos centros populares de cultura CPC [1963], sendo que o primeiro estava mais voltado para atender as necessidades de qualificação da mão de obra para o setor industrial (além da necessidade de ampliar os “curais” eleitorais mantidos pela pratica “clientelística”), os demais tinham o intuito de atender as populações das regiões menos desenvolvidas, além da preocupação de conscientização e integração desse grupo através da alfabetização e utilização do sistema Paulo Freire. Porem, durante o regime militar (1964-1985), estes movimentos e seus integrantes, foram perseguidos e reprimidos pelos órgãos do governo federal que, em 1967, autorizou a criação do MOBRAL- movimento brasileiro de alfabetização (a partir de 1985, passa a se chamar fundação educar), tendo como principal objetivo: erradicar totalmente o analfabetismo, mas, principalmente, preparar mão de obra necessária dos seus fins aos interesses capitalistas do estado. A LDB de nº-
  • 16. 16 5.692/71 que contemplava o caráter supletivo da EJA, excluindo as demais modalidades, não diferia do objetivo da MOBRAL quanto: a profissionalização para o mercado de trabalho e a visão da leitura e da escrita apenas como decodificação de signos. Somente com a nova LDB de n. 9394/96, artigo 37 e art. 38, e que se passa a contemplar as varias modalidades de educação de jovens e adultos e uma melhor adequação as novas exigências sócias. Apesar de todas as leis a respeito da educação de jovens e adultos no Brasil, aindaé uma tarefa complexa devido ao trato que esta modalidade de ensino vem recebendo ao longo de sua existência. Na década de 30 a educação de jovens e adultos começa a delimitar seu lugar na historia da educação no Brasil, rompendo quase que completamente, com o pacto oligárquico, abrindo espaço a novas diretrizes econômicas, políticas e educacionais. Nessa época a sociedade brasileira passava por significativas transformações, associadas ao processo de industrialização e concentração da população em grandes centros urbanos, surgindo nesse processo novas exigências também no que tange a educação. As políticas públicas educacionais só se efetivaram a partir da necessidade de qualificação diversificação da força de trabalho; assim, a problemática da EJA ganha expressão nesse período.A constituição de 1934 consolida o dever do estado em relação ao ensino primário, integral, gratuito e de frequência obrigatória, extensiva, inclusive aos adultos. (Constituição de 1934 do Art. 150). As necessidades de instrução não eram sentidas nem pela população nem pelos poderes constituídos (pelo menos em termos de propósitos reais). Em meados da década de 40, de uma política oficial de educação para jovens e adultos trabalhadores, no Brasil. Em decorrência inaugura-se um período marcado pelo surgimento de propostas para da educação da classe trabalhadora. A partir da década de 1940 que o espaço específico da educação de jovens e adultos se delineou: “as ideias, leis e as iniciativas que se consolidam (...). até então, registravam-se alguns esforços locais, (...) mas, na década de 40, cogita-se uma educação para todos os adolescentes, adultos e analfabetos do país” (BEISEGEL, 1982: 177).Para incentivar, entre outras iniciativas, a realização de programas nacionais de educação de adultos em alguns aspectos vinculados a proposta de
  • 17. 17 combate ao comunismo. No Brasil com o fim do estado novo (1945) define-se um cenáriodeconsolidação do processo de substituição de importações, tido, então, como base do crescimento econômico. Com a intensificação do capitalismo industrial no Brasil surgem novas exigências educacionais, principalmente no intuito de aumentar o contingente eleitoral e de preparar mão de obra para o mercado industrial em expansão. A educação de base ganha impulso, concebida e implementada em consonância com os projetos de desenvolvimento que prevalecem no país. Chama a atenção que o comprovado fracasso de inúmeros programas de massa em todo o mundo não tenha impedido o Brasil de investir em experiência do gênero durante muito tempo. Por volta do final da década de 40 e início da década de 50, cerca 55% da população brasileira maior de 18 anos era constituída por analfabetos. Foi nessa ocasião que a UNESCO liderou o movimento de estimulo ‘a criação de programas nacionais de educação de adultos analfabetos, principalmente nas regiões consideradas mais atrasadas do país. (...) a educação de adultos que se inicia a sua evolução no país, nos meados das décadas de 1940, não mais se confunde com as práticas que a procederam na fase anterior (...). (BEISIEGEL 1982, P. 10, GRIFO NOSSO). 1.2-Histórico e Fundamentação Legal da Educaçãode Jovens e Adultos A história da educação de jovens e adultos no Brasil é muito recente. Embora venha se dando desde o período do Brasil Colônia, de uma forma mais assistemática, as iniciativas governamentais no sentido de oferecer educação para os jovens e adultos são recentes. No Brasil Colônia, a referência à população adulta era apenas de educação para a doutrinação religiosa, abrangendo um caráter muito mais religioso que educacional. Nessa época, pode-se constatar uma fragilidade da educação, por não ser esta responsável pela produtividade, o que acabava por acarretar descaso por parte dos dirigentes do país (CUNHA, 1999). No Brasil Império, começaram a acontecer
  • 18. 18 algumas reformas educacionais e estas preconizavam a necessidadedo ensino noturno para adultos analfabetos. Em 1876, foi feito então, um relatório, pelo ministro José Bento da Cunha Figueiredo, apontando a existência de 200 mil alunos frequentes às aulas noturnas. Durante muito tempo, portanto, as escolas noturnas eram a única forma de educação de adultos praticada no país. Segundo CUNHA (1999), com o desenvolvimento industrial, no início do século XX, inicia-se um processo lento, mas crescente, de valorização da educação de adultos. Porém, essa preocupação trazia pontos de vista diferentes em relação à educação de adultos, quais sejam: a valorização do domínio da língua falada e escrita, visando o domínio das técnicas de produção; a aquisição da leitura e da escrita como instrumento da ascensão social; a alfabetização de adultos vista como meio de progresso do país; a valorizaçãoda alfabetização de adultos para ampliação da base de votos. Só a partir de 1940, começou-se a detectar altos índices de analfabetismo no país, o que acarretou a decisão do governo no sentido de criar um fundo destinado à alfabetização da população adulta analfabeta. Em 1945, com o final da ditadura de Vargas, iniciou-se um movimento de fortalecimento dos princípios democráticos no país. Com a criação da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), ocorreu, então, por parte desta, a solicitação aos países integrantes (e entre eles, o Brasil) de se educar os adultos analfabetos. Devido a isso, em 1947, o governo lançou a 1ª Campanha de Educação de Adultos, propondo: alfabetização dos adultos analfabetos do país em três meses, oferecimento de um curso primário em duas etapas de sete meses, a capacitação profissional e o desenvolvimento comunitário. Abriu-se, então, a discussão sobre o analfabetismo e a educação de adultos no Brasil. Nessa época, o analfabetismo era visto como causa (e não como efeito) do escasso desenvolvimento brasileiro. Além disso, o adulto analfabeto era identificado como elemento incapaz e marginal psicológica e socialmente, submetido à menoridade econômica, política e jurídica, não podendo, então, votar ou ser votado (CUNHA, 1999).
  • 19. 19 Segundo SOARES (1996), essa 1ª Campanha foi lançada por dois motivos: o primeiro era o momento pós-guerra que vivia o mundo, que fez com que a ONU fizesse uma série de recomendações aos países, entre estas as de um olhar específico para a educação de adultos. O segundo motivo foi o fim do Estado Novo, que trazia um processo de redemocratização, que gerava a necessidade de ampliação do contingente de eleitores no país. Ainda, no momento do lançamento dessas 1ª Campanha, a Associação de Professores do Ensino Noturno e o Departamento de Educação preparavam o 1º Congresso Nacional de Educação de Adultos. O Ministério, então, convocou dois representantes de cada Estado para participarem do Congresso. O SEA (Serviço de Educação de Adultos do MEC), a partir daí, elaborou e enviou, para discussões, aos SEAs estaduais, um conjunto de publicações sobre o tema. As concepções presentes nessas publicações, segundo SOARES (1996), eram: o investimento na educação como solução para problemas da sociedade; o alfabetizador identificado como missionário; o analfabeto visto como causa da pobreza; o ensino de adultos como tarefa fácil; a não necessidade de formação específica; a não necessidade de remuneração, devido à valorização do “voluntariado”. A partir daí, então, iniciou-se um processo de mobilização nacional no sentido de se discutir a educação de jovens e adultos no país. De certa forma, portanto, embora a Campanha não tenha tido sucesso, conseguiu alguns bons resultados, no que se refere a essavisão preconceituosa, que foi sendo superada a partir das discussões que foram ocorrendo sobre o processo de educação de adultos. Diversas pesquisas, então, foram sendo desenvolvidas e algumas teorias da psicologia foram, gradativamente, desmentindo a ideia de incapacidade de aprendizagem designada ao educando adulto. Assim, muitas críticas foram sendo feitas ao método de alfabetizaçãoadotado para a população adulta nessa Campanha, como as precárias condições de funcionamento das aulas, a baixa frequência e aproveitamento dos alunos, a má remuneração e desqualificação dos professores, a inadequação do programa e do material didático à clientela e a superficialidade do aprendizado, pelo curto período designado para tal. Deu-se, então, o declínio da 1ª Campanha, devido aos resultados insatisfatórios (SOARES, 1996). Porém, dentre todas as delegações, uma
  • 20. 20 se destacou, por ir além das críticas, apontando soluções. Foi a delegação de Pernambuco, da qual fazia parte Paulo Freire, que propunha uma maior comunicação entre o educador e o educando e uma adequação do método às características das classes populares. Como resultado da 1ª Campanha, portanto, SOARES (1996) aponta a criação de uma estrutura mínima de atendimento, apesar da não valorização do magistério. Ao final da década de 50 e início da década de 60, iniciou-se, então, uma intensa mobilização da sociedade civil em torno das reformas de base, o que contribuiu para a mudança das iniciativas públicas de educação de adultos. Uma nova visão sobre o problema do analfabetismo foi surgindo, junto à consolidação de uma nova pedagogia de alfabetização de adultos, que tinha como principal referência Paulo Freire. Surgiu um novo paradigma pedagógico – um novo entendimento da relação entre a problemática educacional e a problemática social. O analfabetismo, que antes era apontado como causa da pobreza e da marginalização, passou a ser, então, interpretado como efeito da pobreza gerada por uma estrutura social não igualitária (SOARES,1996). A ideia que foi surgindo foi a de que o processo educativo deveria interferir na estrutura social que produzia o analfabetismo, através da educação de base, partindo de um exame crítico da realidade existencial dos educandos. Na percepção de Paulo Freire, portanto, educação e alfabetização se confundem. Alfabetização é o domínio de técnicas para escrever e ler em termos conscientes e resulta numa postura atuante do homem sobre seu contexto. Essas ideias de Paulo Freire se expandiram no país e este foi reconhecido nacionalmente por seu trabalho com a educação popular e, mais especificamente, com a educação de adultos. Em 1963, o Governo encerrou a 1ª Campanha e encarregou Freire de organizar e desenvolver um Programa Nacional de Alfabetização de Adultos. Porém, em 1964, com o Golpe Militar, deu-se uma ruptura nesse trabalho de alfabetização, já que a conscientização proposta por Freire passou a ser vista como ameaça à ordeminstalada. A partir daí, deu-se o exílio de Freire e o início da realização de programas de alfabetização de adultos assistencialistas e conservadores. Dentro desse contexto, em 1967, o Governo assumiu o controle da alfabetização de adultos, com a criação
  • 21. 21 do Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL), voltado para a população de 15 a 30 anos,objetivando a alfabetização funcional – aquisição de técnicas elementares de leitura, escrita e cálculo. Com isso, as orientações metodológicas e os materiais didáticos esvaziaram-se de todo sentido crítico e problematizador proposto anteriormente por Freire (CUNHA, 1999). Na década de 70, ocorreu, então, a expansão do MOBRAL, em termos territoriais e de continuidade, iniciando-se uma proposta de educação integrada, que objetivava a conclusão do antigo curso primário. Paralelamente, porém, alguns grupos que atuavam na educação popular continuaram a alfabetização de adultos dentro da linha mais criativa. Com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, LDB 5692/71, implantou-se o Ensino Supletivo, sendo dedicado um capítulo específico para a EJA. Esta Lei limitou o dever do Estado à faixa etária dos 7 aos 14 anos, mas reconheceu a educação de adultos como um direito de cidadania, o que pode ser considerado um avanço para a áreada EJA no país. Em 1974, o MEC propôs a implantação dos Centros de Estudos Supletivos (CES), que se organizavam com o trinômio tempo, custo e efetividade. Devido à época vivida pelo país, de inúmeros acordos entre MEC e USAID, estes cursos oferecidos foram fortemente influenciados pelo tecnicismo, adotando-se os módulos instrucionais, o atendimento individualizado, a autoinstrução e a arguição em duas etapas - modular e semestral. Como consequências, ocorreram, então, a evasão, o individualismo, o pragmatismo e a certificação rápida e superficial (SOARES, 1996). Nos anos 80, com a abertura política, as experiências paralelas de alfabetização, desenvolvidas dentro de um formato mais crítico, ganharam corpo. Surgiram os projetos de pós- alfabetização, que propunham um avanço na linguagem escrita e nas operações matemáticas básicas. Em 1985, o MOBRAL foi extinto e surgiu, em seu lugar, a Fundação EDUCAR, que abriu mão de executar diretamente os projetos e passou a apoiar financeira e tecnicamente as iniciativas existentes. De acordo com CUNHA (1999), a década de 80 foi marcada pela difusão das pesquisas sobre língua escrita com reflexos positivos na alfabetização de adultos. Em 1988, foi promulgada a Constituição, que ampliou o dever do Estado para com a EJA, garantindo o ensino fundamental obrigatório e gratuito para todos. Nos anos 90, o desafio da EJA passou a ser o estabelecimento de uma
  • 22. 22 política e demetodologias criativas, com a universalização do ensino fundamental de qualidade. Em nível internacional, ocorreu um crescente reconhecimento da importância da EJA para o fortalecimento da cidadania e da formação cultural da população, devido às conferências organizadas pela UNESCO, criada pela ONU e responsabilizada por incrementar a educação nos países em desenvolvimento. Esta, então, chamou uma discussão nacional sobre o assunto, envolvendo delegações de todo o país. A partir dessa mobilização nacional, foram organizados os Fóruns Estaduais de EJA, que vêm se expandindo em todo o país, estando presentes, atualmente, em todos os estados brasileiros, com exceção de Roraima. Isso se deu da seguinte forma: em 1996, ocorreu uma intensa mobilização incentivada pelo MEC e pela UNESCO, como forma de preparação para a V CONFITEA. O MEC instituiu, então, uma Comissão Nacional de EJA, para incrementar essa mobilização. A recomendação dada foi que cada Estado realizasse um encontro para diagnosticar metas e ações de EJA. Desde então, as instituições envolvidas decidiram dar prosseguimento a esses encontros. Em 1997, a UNESCO convocou SEEs, SMEs, Universidades e ONG’s para a preparação da V CONFITEA, através da discussão e da elaboração de um documento nacional com diagnóstico, princípios, compromissos e planos de ação. Estes eventos de intercâmbio marcaram o ressurgimento da área de EJA. Em 1998, os mineiros implantaram seu Fórum Estadual. No mesmo ano, a Paraíba e o Rio Grande do Norte fizeram o mesmo. Seguindo essa corrente de intercâmbios, Curitiba realizou um encontro, patrocinado pela UNESCO, para a socialização da V CONFITEA. Como consequência desse Encontro, veio a decisão de se iniciar uma série de encontros nacionais de EJA. Sendo assim, em 1999, ocorreu o 1º ENEJA, no Rio de Janeiro, onde participaram os Fóruns do Rio, de Minas, do Espírito Santo, do Rio Grande do Sul e de São Paulo. Esse Encontro acabou sendo um estímulo para o surgimento de outros Fóruns. A partir daí, esses Encontros vêm ocorrendo anualmente, na seguinte sequência: em 2000, o II ENEJA, em Campina Grande – Paraíba – com a participação de oito Fóruns; em 2001, o III ENEJA, em , com a participação do 10 Fóruns; em 2002, o IV ENEJA, em Belo Horizonte, Minas Gerais, com a participação de 12 Fóruns; em 2003, o V ENEJA, em Cuiabá, Goiás, com a participação de 17
  • 23. 23 Fóruns; em 2004, o VI ENEJA, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, com a participação de 22 Fóruns; em 2005, o VII ENEJA, em Brasília, Distrito federal, com a participação de 24 Fóruns; em 2006, o VIII ENEJA, em Recife, Pernambuco, com a participação de 26 Fóruns. A nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB 9334/96 propôs, em seu artigo 3o, a igualdade de condições para o acesso e a permanência na escola, o pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, a garantia de padrão de qualidade, a valorização da experiência extraescolar e a vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais. Tais princípios estimularam a criação de propostas alternativas na área de EJA. Assim, embora a Lei tenha dedicado apenas uma seção com dois artigos à EJA, os artigos 2o, 3o e 4otratam essa educação sob o ponto de vista do ensino fundamental, o que pode ser considerado um ganho para a área. Além disso, ao determinar a identificação daqueles que não tiveram acesso ao ensino fundamental, abriu um espaço de intervenção que criou possibilidades de confronto entre o universo da demanda e o volume e qualidade da oferta, o que pode gerar um maior compromisso do setor público com a EJA. Na década de 90, o governo se desobrigou de articular a política nacional de EJA, incumbindo os municípios disso. Nesse momento, então, inúmeras iniciativas vão emergindo, ocorrendo parcerias entre municípios, ONG’s e Universidades. Surgem, então, nesse contexto, os Fóruns de EJA, como espaços de encontros e ações em parceria entre os diversos segmentos envolvidos com a área, com o poder público (administrações públicas municipais, estaduais e federais), com as universidades, sistemas S, ONG’s, movimentos sociais, sindicatos, grupos populares, educadores e educandos. Esses Fóruns têm como objetivo, dentre outros, a troca de experiências e o diálogo entre as instituições. De acordo com SOARES (2004), os Fóruns são movimentos que articulam instituições, socializam iniciativas e intervêm na elaboração de políticas e ações da área de EJA. Estes ocorrem num movimento nacional, com o objetivo de interlocução com organismos governamentais para intervir na elaboração de políticas públicas. O surgimento dos Fóruns se dá de formas diferentes em cada Estado. Em Alagoas, o Fórum Estadual surge antes da década de 90, como um coletivo de educação popular e, em 1990, como Fórum Estadual propriamente dito. No Distrito
  • 24. 24 Federal, forma-se, em 1990, um grupo de trabalho coletivo de alfabetização de adultos e, somente em 2003, forma-se o Fórum Estadual. Em Pernambuco, acontece uma articulação pela educação de adultos. Porém, o Rio de Janeiro é o primeiro estado a criar um Fórum Estadual de EJA. Em 2001, foi organizada, em Brasília, uma reunião para compreender os desafios dos Fóruns, patrocinada pela RAAAB. Desta, conclui-se que os Fóruns de EJA têm o objetivo de socializar informações e trocar experiências, sendo um espaço de pluralidade. A partir do momento em que o MEC se ausenta da qualidade de articulador de uma política nacional para a EJA, os Fóruns surgem como uma estratégia de mobilização das instituições do país que estão diretamente envolvidas com a EJA, ou seja, o conhecimento do que se faz a socialização de experiências, leva à articulação e à intervenção. Os Fóruns se instalam, portanto, como espaços de diálogos, onde os segmentos envolvidos com a EJA planejam, organizam e propõem encaminhamentos em comum. Nesse sentido, mantêm reuniões permanentes, onde aprendem com o diferente, exercitando a tolerância (SOARES, 2004). Os Fóruns mantêm uma secretaria executiva, com representantes dos segmentos, que preparam plenárias, podendo ser mensais, bimestrais ou anuais, de acordo com a realidade específica de cada Fórum. Além disso, existem as plenárias itinerantes, como a do Estado da Paraíba. A maneira como esses Fóruns se mantêm tem sido um desafio, pois não existe pessoa jurídica que receba ou repasse recursos, sendo que a participação se dá por adesão. Nesse período, vão surgindo, também, os Fóruns Regionais, num processo de descentralização e interiorização dos Fóruns. Com o surgimento dos Fóruns, então, a partir de 1997, a história da EJA passa a ser registrada num Boletim da Ação Educativa, que socializa uma agenda dos Fóruns e os relatórios dos ENEJAs. De 1999 a 2000, então, os Fóruns passam a marcar presença nas audiências do Conselho Nacional de Educação para discutir as diretrizes curriculares para a EJA. Em alguns Estados, ainda, passaram a participar da elaboração das diretrizes estaduais e em alguns municípios, participaram da regulamentação municipal da EJA. Além disso, a Secretaria da Erradicação do Analfabetismo instituiu uma Comissão Nacional de Alfabetização e solicitou aos Fóruns uma representação. Os Fóruns, portanto, têm sido interlocutores da EJA no cenário nacional,
  • 25. 25 contribuindo para a discussão e o aprofundamento do que seja a EJA no Brasil(SOARES, 2004). 1.3-Tabela Cronológica da Educação de Jovens e Adultos Década de 40 e 50  Começa a se organizar um sistema publico de educação elementar no Brasil (década de 1940).  Primeira campanha nacional de educação de adultos, orientada por Lourenço Filho (década de 1940 e de 1950).  Cartilha para adultos baseadas no método silábico e distribuída pela primeira vez no país (década de 1940).  Analfabetismo visto como causa do subdesenvolvimento do país (década de 1940).  Jovens e adultos analfabetos vistos como incapazes e marginais, identificados com a criança (década de 1940 e de 1950). Década de 60  Artistas, intelectuais e estudantes engajam-se em centros de culturas e alfabetização popular (década de 1960).  Lançado o plano nacional de alfabetização, orientado pelas ideias de Paulo Freire (década de 1960).  Ênfase na dimensão política da alfabetização e na conscientização  Jovens e adultos analfabetos vistos como portadores de cultura e sujeitos da aprendizagem.  Métodos baseados em palavras geradoras retiradas do universo vocabular dos educando.  Proposta pedagógica baseada no dialogo. Década de 70  Ditadura militar reprime movimento popular e obriga Paulo freire a deixar o país.  O Mobral cria programa correspondente ao primário (PEI).  Utilização do método da palavra geradora, esvaziando de conteúdos critica.
  • 26. 26  Mensagens apelam para esforço individual e integração no desenvolvimento do país. Década de 80 e 90  Emergência dos movimentos sociais e inicio da abertura política. Volta de eleições diretas para governadores e prefeitos. Os projetos de alfabetização se desdobram em turmas de pós-alfabetização (década de 1980).  Extinção do Mobral, criação da fundação educar com parcerias entre governos e sociedade civil (década de 1980).  Extinção da Fundação Educar, retração da ação federal,municípios assumem a Educação de Jovens e Adultos (década de 1990).  Alfabetização vista como processo que exige continuidade e sedimentação (década de 1980 e de 1990).  Influencia do construtivismo e teorias histórico-culturais da aprendizagem (década de 1980 e de 1990).  Propostas pedagógicas para a alfabetização partem de textos reais e produções dos alunos (década de 1980 e 1990). Reconhecimento da especificidade da aprendizagem escolar (década de 1980 e de 1990). Anos de 1990 a 2000  Conferencia de jomtien, Tailândia, operou o conceito de ‘’satisfação das necessidades básicas de aprendizagens’’ para adequar aos diferentes contextos socioculturais a promessa de educação para todos (em 1990).  A lei de Diretrizes e Base da Educação 9394/96, dedica dois artigos. (arts. 37 e 38), no capitulo da educação básica, seção V, para reafirmar a obrigatoriedade e gratuidade da oferta da educação para todos que não tiveram acesso na idade própria (em 1996).  Realizou-se na Alemanha em Hamburgo em julho de 1997, a V conferencia internacional de educação de jovens, promovida pela UNESCO (organização das nações unidas), contou com representações de 1970 países. Essa conferencia representou um importante marco, na medida em que estabeleceu a vinculaçãoda educação de adultos ao desenvolvimento sustentável e equitativo da humanidade. Dessa conferencia resultaram dois
  • 27. 27 documentos: a declaração de Hamburgo e a agenda para o futuro, que tratam do direito a “educação ao longo da vida” (em 1997).  Sob a coordenação do conselheiro Carlos Roberto Jamil Cury, é aprovado o parecer N.11/2000-CEB/CNE, que trata das Diretrizes Curriculares Nacionais para a educação de jovens e adultos. Também foi homologada a Resolução n.01/00-CNE. (em 2000). Fonte: proposta curricular do ensino da eja. 1.4- Parceiros da Alfabetização de Jovens e Adultos: como manter o aluno estudando Um dos grandes parceiros do governo na luta contra o alfabetismo e o Serviço Social da Indústria (SESI). O projeto SESI por um Brasil alfabetizado começou em 2003 e já alfabetizaram 600 mil pessoas. Enquanto o governo federal capacita e paga os alfabetizadores, o SESI fornece material didático e capacita e paga os supervisores. “eles orientam o trabalho em sala, tiram duvidas e proporcionam a troca de experiências entre os alfabetizadores”. Explica Eliane Martins, coordenadora nacional de alfabetização de projeto. Seguindo a linha do educador Paulo Freire (1921-1997), o projeto alfabetiza com base em temas geradores, fazendo a ligação dos conteúdos escolares com a vida dos estudantes. Porém um grande desafio para professores de jovens e adultos é acabar com a estranheza que a escola causa a muitos logo nos primeiros dias de aula. O modelo que a maioria guarda na memoria é de salas com carteiras enfileiradas, quadro- negro, giz, livro, caderno e um professor que fala o tempo todo e passa tarefas. Muitos alunos, ao participar de debates, estudos do meio, apresentações de vídeo ou dinâmicas de grupo, ficam com a sensação de que estão sendo enrolados. Para Vera Masagão Ribeiro, coordenadora de programa da ação educativa, organização não governamental em São Paulo, é importante mostrar que recursos variados também fazem parte da aprendizagem. Para isso, relacionar esses recursos com o conteúdo da aula é um bom começo. “Se a ideia é passar um vídeo para a turma, o professor pode antes dar um tema e provocar uma breve discussão”. Terminando “filme, ele pergunta aos alunos qual foi o trecho mais emocionante ou marcante”, sugere Vera. Ela alerta, no entanto, que é preciso combinar essas
  • 28. 28 atividades com o momento do registro escrito que, para a turma, é uma característica especificada da escola. “Ao escrever, eles têm o sentimento de aprendizagem, de apropriação do conhecimento.” Na escola estadual Jorge Fernandes, em Natal, os professores de (EJA) são orientados a preparar o terreno antes de cada atividade diferenciada. “Se o aluno for pego de surpresa, acaba achando que aquilo não faz parte da aula”, afirma a vice-diretora da escola, Maria Gorete de França Gomes. “Por isso, os professores mostram, aos poucos que existem um mundo além do quadro e do giz: há filmes, musicas entrevistas, documentários, livros e tantas outras coisas interessantes às quais a maioria não tem acesso”, explica. Mas e se, mesmo adotando essas estratégias, o aluno insistir em questionar a qualidade da aula? “Essa é uma boa oportunidade de o professor mostrar que o simples fato de questionar já é uma aprendizagem”. A escola pode apresentar o mundo cultural aos alunos. São comuns os casos de estudantes que nunca foram ao cinema ou ao teatro. “O projeto torna esses adultos mais sensíveis á ação transformadora da arte”, nesse processo, devemos integrar esses jovens e adultos aos demais alunos assim a mente se abre, e o aluno começa a ficar mais critico. Mas para isso depende da comunidade escolar, peça fundamental para o sucesso da aprendizagem e para evitar a evasão. O aluno não pode sentir que aquele espaço é apenas emprestado. “Não são raros os casos de escolas que trancam a biblioteca, a sala de informática e até alguns banheirosà noite, no período em que os adultos estão lá”, afirma Vera Masagão. Além disso, muitas vezes eles são excluídos das festas e feiras culturais, do jornal interno e dos eventos da escola. Por tanto para promover a integração de todas as modalidades de ensino, as secretaria de educação de Pombal, na Paraíba, organiza anualmente um desfile de carroças na é época de são João. Todos, desde a creche até a educação de jovens e adultos, enfeitam suas carroças e os burros que as puxam para mostrar ao publico o quanto conhecem e valorizam a própria cultura. Antes do grande dia, os alunos estudam os símbolos de São João, como a fogueira e as bandeirinhas, e aprendem sobre a origem da festa e a culinária local. O tema escolhido pelas turmas da (EJA) para enfeitar a carroça foi a mulher rendeira. O capricho na confecção dos adereços, laços e babados e boneca rendeira mostrar o carinho e o interesse dos alunos pela escola.
  • 29. 29 1.5- Objetivos da Educação de Jovens e Adultos e o que diz a lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) Essa área de conhecimento torna-se relevantes no currículo escolar por contribuir com a concretização de competências ou capacidade especificas.Portanto, no ensino fundamental de jovens e adultos-1ª a 4ª série, ela terá os seguintes objetivos, redefinidos a partir da proposta dos parâmetros curriculares nacionais: Compreender criticamente a vida e sua qualidade nos contextos socioculturais, valorizando a participação e a integração dos seres humanos no ambiente social e natural;Compreender as relações existentes entre ambientes, saúde e qualidade de vida.Desenvolver a autoestima com a percepção de si própria como sujeito histórico, social e produtor de cultura;Compreender e valorizar as ciências e as artes como formas de conhecimento das relações entre os seres humanos e entre esses e o ambiente;Valorizar a diversidade étnica e cultural da sociedade brasileira,reconhecendo e respeitando a sua linguagem, as formas de manifestação cultural e os diferentes estilos de vida;Compreender a desigualdade social como problemas de todos cuja superação requer ação coletiva de sujeitos históricos;Usar diferentes fontes para obter informações sobre o ambiente natural e social, bem como varias técnicas para classificá-las, analisá-las e sintetizá- las;Compreender, valorizar e assumir corresponsabilidade com a vida humana e ambiental, zelando pela qualidade da saúde, sexualidade e socialização desses valores nas relações educativas de novas gerações. Compreender o processo de transformação da natureza pelos seres humanos, desenvolvendo atitudes positivas de uso e defesa dos recursos do ambiente;Reconhecer e valorizar as contribuições de diferentes culturas na contribuição da identidade dos estudantes jovens e adultos; reconhecendo semelhantes e diferenças nas pessoas, nos grupos sociais ou povos;Problematizar fatos do cotidiano, reconstruindo significados socioculturais e ampliando a compreensão das práticas sociais no mundo; A educação de adultos torna-se mais que um direito: é a chave para o século XXI; é tanto consequência do exercício da cidadania como Condição para uma plena participação na sociedade. Além do mais, é um poderoso argumento em favor
  • 30. 30 dodesenvolvimento ecológico sustentável, da democracia, da justiça, da igualdade entre os sexos, do desenvolvimento socioeconômico e científico, além de um requisito fundamental para a construção de um mundo onde a violência cede lugar ao diálogo e à cultura de paz baseada na justiça. (declaração de Hamburgo sobre a EJA). 1.6- Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. De acordo com a LDB sobre a educação de jovens e adultos podemos citar: Seção V Da Educação de Jovens e Adultos Art. 37º. A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria. § 1º. Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e aos adultos, que não puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames. § 2º. O Poder Público viabilizará e estimulará o acesso e a permanência do trabalhador na escola, mediante ações integradas e complementares entre si. Art. 38º. Os sistemas de ensino manterão cursos e exames supletivos, que compreenderão a base nacional comum docurrículo, habilitando ao prosseguimento de estudos em caráter regular. § 1º. Os exames a que se refere este artigo realizar-se-ão: I - no nível de conclusão do ensino fundamental, para os maiores de quinze anos; II - no nível de conclusão do ensino médio, para os maiores de dezoito anos. § 2º. Os conhecimentos e habilidades adquiridos pelos educandos por meios informais serão aferidos e reconhecidos mediantes exames.
  • 31. 31 De acordo com a lei de diretrizes e base da educação nacional (LDB) faz verificar que o ensino de jovens e adultos (EJA). É um ensino obrigatório para aqueles que não tiveram acesso em estudar na idade adequada. Por serem pais trabalhadores e mães que não tiveram uma estrutura familiar adequada e informada a respeito da educação ou simplesmente não tinham tempo para irem à escola, mas com ajuda da EJA veio o ensino noturno de acordo com a peculiaridade desse aluno. Estabelecendo o tempo e compreendendo as suas situações.
  • 32. 32 2-MARCO METODOLÓGICO 2.1- Descrição do lugar de estudo: Os estudos feitos na escola municipal Laércio Fernandes de Oliveira na cidade de Carutapera-MA, situado no bairro de Santa Rita, na travessa José Xavier Pereira por meio de pesquisas e entrevistas fizeram desencadear, inúmeras causas e consequências que levam os alunos a tomarem atitudes inesperadas, tornando-os sujeito de mais um dilema presente em muitas instituições que ministram a Educação de Jovens e Adultos. A problemática da evasão escolar no contexto brasileiro se constitui bem mais presente visto em que épocas remotas a escola parecia ser mais excludente, embora hoje ainda permaneça. Porém as facetas utilizadas pelo poder geram controvérsias onde se pensam que a escola é privilégio de todos os cidadãos. Na verdade, a escola nas grandes metrópoles são privilégios de poucos; os meios de comunicação e a mídia mostram todos os dias esta realidade. 2.2-Tipo da pesquisa: Em alguns municípios, os sistemas de poder oligárquico têm cumprido com a sua missão construindo a cada dia novas escolas, mas os fatores didáticos, pedagógicos e tecnológicos ainda estão distantes de alcançar seus objetivos, embora algumas instituições escolares tenham inteira autonomia e determinação necessária para que o ensino assegure a permanência do aluno por todo período escolar. Para conhecermos melhor a nossa realidade, elaboramos um instrumento de pesquisa de caráter avaliativo e exploratório, um questionário, e trabalhamos com os professores que lecionam o 1º e 2º níveis do ensino de jovens e adultos. Através das análises e dos dados emitidos pelos educadores registramos os relatos de cada um referente às causas e consequências da evasão escolar nesta rede de ensino municipal. 2.3- Fonte de dados: A pesquisa feita no colégio Laércio Fernandes de Oliveira, onde funcionam duas turmas com 50 alunos incluídos na 1ª e 2ª etapas demonstrou que no final do ano letivo, houve uma redução significativa desse número para 23 alunos, sendo que do total de 50 alunos 27 se evadiram. Para tanto, pode-se observar na teoria de
  • 33. 33 Paulo Freire, A teoria do conhecimento - que fala da perspectiva sobre o trabalho de alfabetização para as relevantes classes sociais. Em seu livro com Donaldo Macedo, Freire alerta para uma visão de alfabetização como política cultural, isto é, o processo de alfabetização não deve apenas oferecer leitura, escrita e numeração, mas também ser considerado: “um conjunto de práticas que funciona para fortalecer e enfraquecer as pessoas”. De modo geral, alfabetização é analisada considerando se serve para produzir formações sociais existentes ou serve como um conjunto de práticas culturais que promove mudança democrática e emancipatória. 2.4- Técnicas e instrumentos de coleta de dados: Para coleta de dados foram feita uma pesquisa exploratória com questionário na turma durante o período do mês de outubro em 2010, nessa pesquisa predominou o acompanhamento dos professores e as formas pedagógicas utilizadas em sala de aula. Essas técnicas foram desenvolvidas a partir do primeiro contato com o estabelecimento de ensino, pedindo a autorização do gestor para a realização da pesquisa, a seguir com o contato com a turma, coordenação e professores começamos a fazer as observações e logo após foi aplicado o questionário. A pesquisa foi concretizada e as anotações salientadas. No questionário foram constatado os seguintes aspectos de nível de conhecimento popular, vivência e dificuldades apresentadas por parte de alunos e professores..
  • 34. 34 3- ANALISE DE RESULTADOS 3.1- Categoria Professor Quais motivos que levam a maioria dos alunos a desistirem? Professor A:“A ausência dafamília, o financeiro por não poder mantê-lo na escola...”. Professor B:“Euvejo pelo lado do cansaço físico por trabalharem durante o dia”. ProfessorC:“A desestrutura familiar...”. Notei que dos três professores entrevistados o ponto de vista em relação à evasão escolar está relacionado ao familiar, ao financeiro e pelo cansaço físico. Verifiquei nesse processo por parte de alguns professores que a desistência acorre por falta de recursos, isto é do financeiro por não estarem engajado dentro de um patamar bem estruturado. 3.2-Categoria aluno Qual motivo que levou você a não concluir o ano letivo? Aluno A:“Eu não conseguia acompanhar o resto da turma por ser a mais velha e acabava sendo vacalhada pelos demais...”. Aluno B:“Tenho três filhos, um de dez anos de idade, outro de sete anos e o último com três anos, não tenho com quem deixarem eles... Por isso não tenho tempo à noite para ir à escola.”. Aluno C:“Meusprofessores explicava e eu às vezes não entendia e acabava ficando com vergonha de perguntar...”. Analiso aqui que alguns alunos desistem por alguns motivos: não dar conta de acompanhar o restante da turma, outros por não ter com quem deixar seus filhos e pelo motivo da vergonha.Segundo MARY KATOS mostra que: “a escola de hoje que trabalha com jovens e adultos devem priorizar as atividades culturais e artísticas no currículo escolar, pois contribui no combate da timidez e ajuda no processo de inclusão, facilitando o desenvolvimento da linguagem oral, atendendo as necessidades de todos os educandos, crescendo e desenvolvendoa capacidade cognitiva do aluno de forma espontânea e livre liberando suas imaginações criativas e artísticas”. Dentro deste contexto posso afirmar que com poucos recursos oferecidos pela escola,pode-se realizar um trabalho dinâmico por meio de atividades
  • 35. 35 diversificadas e criativas. Como mostra FERREIRO (1992, p.25): “[...] ensinar não é transmitir conhecimentos, mas criar possibilidades para sua produção ou sua construção”. 3.3- Análise Geral Mediante a análise dos resultados da pesquisa realizada na Escola Municipal“Laércio Oliveira”, na cidade de Carutapera/MA, no período de Outubro a dezembro/2010, em relação à problemática da evasão escolartemos como consequências que a evasão escolar provoca na sociedade, a qual apresentaOcorrência de baixa estima; Consolidação da desigualdade social; Desqualificação e barateamento de mão-de-obra; Estímulo à violência e prostituição; Gravidez precoce; Consumo e tráfico de drogas; Incapacidade para o ingresso no mercado de trabalho; Má qualidade de vida. Um perfil insatisfatório de carência e deficiência nos mais variados aspectos avaliados, hoje visto que a economia possui maior relevância, já que os demais estão associados diretamente a este, é nítida a baixa renda da clientela: portanto muitos alunos filhos de trabalhadores já se trabalhando, tanto na economia formal como na informal, onde a relação patrão e empregado ede exploração, pois no atual contexto “globalizado” qualquer atividade que tenha o mínimo de remuneração é aceitável para defender-se do vilão do desemprego, conforme a afirmação de FRIEDMAN (2001, p.72) diz: O indivíduo é o resultado da sorte que determina nossos genes e através deles afeta nossa capacidade física e mental. A sorte estabelece o tipo de família e o meio cultural em que nascemos e, como resultado, nossas oportunidades de desenvolvermos estas capacidades. A sorte fixa os demais recursos que passamos a herdar de nossos pais ou de algum benfeitor. Outra parte a ponderar nesta pesquisa além da baixa renda da clientela da Escola Municipal “Laércio Oliveira” é o nível de escolaridade dos pais. Conforme pesquisa feita foi constatada que alguns pais são analfabetos por falta de oportunidade, mas têm o conhecimento da experiência vivenciada em seu país. Constatamos o quanto é complexa a rede de fatores que interferem no processo da educação e desenvolvimento do país. Dentre eles estão à ausência de uma pratica pedagógica adequada, o social, o politico, os problemas familiares e problemas financeiros.
  • 36. 36 No Brasil, como em vários países da América Latina, as antigas elites – formadasPor oligarquias com influências liberais – costumaram-se a ver “alavancar do progresso”. Assim tomaram o tema analfabetismo e despejaram rios de retórica. Dizendo que o país jamais poderia encontrar seu caminho e a democracia jamais poderia ser uma realidade enquanto tivermos uma taxa tão alta proporção de analfabetos. A “ignorância” e o “atraso” eram duas faces da moeda. Palavras, muitas palavras e por certo algumas verdades – mas nenhuma ação. Depois de 1945, os grupos de direita voltaram ao assunto sobre alfabetização, mas agora para justificar a tradicional exclusão dos analfabetos do processo eleitoral e para alavancar os populistas afoitos e propostos às mudanças pelos direitos de igualdade social, começando um novo processo de transição no setor educacional, com novas políticas, mas mesmo assim não tem sido satisfatória às camadas populares que para o pensamento da nação viriam para resolver os problemas do analfabetismo e reverter este quadro do ensino público, na qual os resultados de melhoria da educação só aparecem em longo prazo. Portanto, a política repressora contribuiu interferindo no processo evolutivo e dentro destas políticas radicais mantendo-se distante a realização dos idealistas que lutavam pelo direito ao saber formal. Na década de 60, surge a nova perspectiva do ensino para jovens e adultos, através do círculo da cultura pelo célebre Paulo Freire, que expandiu a oportunidade em alguns municípios, instruindo os trabalhadores através de suas teorias liberais e libertadoras, abrindo novos horizontes à sabedoria da consciência política e revolucionária que partia do seu método, do contexto sociocultural e histórico das pessoas. Com seu trabalho, no período, teve grande repercussão não só no sentido do ler e escrever, mas dando maior ênfase à conscientização política de organização das camadas populares; foi reprimido diante de seu ato formador conseguindo em 40 dias alfabetizar grupos de trabalhadores dentro dos princípios humanos e democráticos. De acordo com a visão de FREIRE (2001,p.32): Em todo homem existe um ímpeto criador. O ímpeto de criar nasce da inclusão do homem. A educação é mais autêntica quanto mais desenvolve este ímpeto ontológico de criar. A educação deve ser desinibidora e não restritiva. É necessário darmos oportunidades para que os educadores sejam eles mesmos.
  • 37. 37 Em relação ao o Pensamento de Paulo Freire em relação aos Jovens e Adultos Até finais dos anos 50, a alfabetização de adultos não dispunha de um referencial teórico próprio, sendo utilizados, os mesmos procedimentos e recursos metodológicos com as crianças e não com jovens e adultos. Vejamos o que MOURA (2001, p.26) afirma sobre o assunto: As iniciativas e ações que ocorrem neste período passam a margem das reflexões e decisões a cerca de um referencial teórico para a área [...] essas hipóteses podem ser confirmadas através do comportamento de alguns educadores que durante muito tempo reagiram à ideia de mudar a forma de ensino para criança adaptando-os através de recursos didáticos a jovens e adultos. Nesta visão de Moura, foi difícil para os educadores, na época, que trabalhavam com jovens e adultos, seguirem uma linha metodológica orientadora, pois tudo o que foi produzido na época foi recolhido pelo período revolucionário. Diante deste quadro aumentou o grau de desigualdade social em todas as regiões do país. Para amenizar a situação começaram a serem criadas escolas técnicas que preparavam para mão-de-obra barata, sem a preocupação com a formação intelectual em outras áreas do conhecimento, sem nenhuma estruturação de base de acordo com as necessidades do mercado de trabalho, mas somente com a preocupação de aumentar a produtividade econômica e não com a formação educacional. Dessa forma passaram a existir poucas escolas no sentido da formação conceitual, com currículos elaborados e definidos, mas dentro de um sistema tradicional totalmente conteudista, na qual o aluno era um mero acumulador dos conhecimentos científicos repassados pelos mestres. A preparação era com os conteúdos e as formas metodológicas absolutas sem significação para o alunado, e mesmo assim eram privilégios de poucos a compartilhar destes saberes. Mediante este quadro de dificuldades no processo da evolução da escola pública brasileira, gerou ao longo da sua história sérios problemas no desempenho do aluno, atrasando todo o processo escolar e dificultando sua progressão, provocando uma distorção de série e excluindo mais o jovem que se sentiu incapaz de aprender ou dominar os conteúdos estabelecidos pelas escolas públicas brasileiras. Surge então a necessidade das escolas assumirem o seu verdadeiro papel na formação integral do indivíduo, trabalhando uma proposta curricular voltada para as necessidades de seus educandos, com conteúdos de relevância suprindo as
  • 38. 38 dificuldades de todos os que estão inseridos no processo do aprender, e é neste sentido que a escola aos poucos vem tentando mudar este quadro de atraso político educacional. Portanto, o processo do ensino com competência e responsabilidade, o professor deve estar preparado para as mudanças, pois a escola está dentro do sistema dialético sempre se renovando de acordo com as necessidades dos alunos, como mostra CANDAU (1994, p.26): “o educador, nunca estará definitivo e pronto, pois sua preparação, sua prática continua meditando através das teorias e confrontando entre si”. Na visão da autora a competência e inovação da escola, dependerão da sua responsabilidade que motivará e caminhará para as transformações realizadas pela reflexão constante sobre a sua prática, propondo aos educandos conhecimentos inerentes aos diversos contextos escolares e extraescolares, encontrar meios que facilitem sua aprendizagem e o desenvolvimento educacional. Se o sistema regular de ensino passou por várias transformações não têm sido diferente o ensino para jovens e adultos. Qualquer proposta teórica metodológica em educação assim como em qualquer área, implica uma concepção de homem, de sociedade e de educação, tendo referência o aporte das ciências como a Psicologia, a Sociologia, a Antropologia, a Filosofia, a Biologia, a História etc. Além desses construtores teóricos, a proposta precisa estar iluminada pela prática, com base nos grandes teóricos e defensores da alfabetização para jovens e adultos, tendo sempre por trás uma experiência prática, testada, voltada aos propósitos de mudança das classes menos favorecidas, principalmente aos trabalhadores. Sendo demarcado o seu campo de estudo, e “situá-lo” definindo o para quê, para quem e como, a fim de que se possa expressar, descrever e estudar o seu objetivo de estudo. A analogia de Vygotsky, fazendo relação com as concepções de Marx, defensor idealista da liberdade do homem através do saber coletivo e ideológico diante da sua visão diz que: “a educação formal é indispensável na vida do homem, e prioridades para todos os cidadãos, desde a infância a vida adulta”. (FRAGO,1993). A educação é o único caminho capaz para transformação humana social dos indivíduos, conduzindo-os para uma visão crítica, conscientizando e preparando-os para viverem em sociedade e assumindo a sua cidadania. MARX (1991, p.27).
  • 39. 39 A partir destes ideais surge o novo célebre defensor da educação para jovens e adultos, Paulo Freire, abrindo novos caminhos e desafiando o mundo através de sua proposta nos anos 50. Veremos como se processou o sistema de alfabetização de forma instrumental mecânica,até a década de 80, quando começou a surgir através da reflexão e da utilização dos resultadosprestados por ele, que desenvolveu um grande trabalho educacional em vários estados e municípios até a década de 60 e como maior experiência citamos o município de Angicos, cujos resultados foram de 100% em aprendizagem. Durante 40 dias, através do círculo, Freire trabalhou com jovens e adultos a partir do contexto individual de cada aluno, juntando as ideias significativas dos mesmos, através dos objetos de trabalho para se chegar aos códigos linguísticos, pois para ele saber falar todos tinham domínio, o que faltara era associar a linguagem oral a complexidade dos códigos escritos como mostra FREIRE (1997, p.81). [...] “aprender a ler, a escrever, alfabetizar-se é, antes de mais nada, aprender a ler o mundo, compreender o seu contexto, não numa manipulação dinâmica que vincula linguagem a realidade”. Diante desta visão política e inovadora surge no país novos programas para a alfabetização de jovens e adultos, mas não vem respondendo o esperado pelos governantes, fugindo da política inovadora de Freire e de outros teóricos que para a formação dos jovens e adultos vindo responder em outras propostas, deixando a cada dia o ensino para jovens e adultos sem credibilidade, tornando-se desinteressante para os que buscam recuperar o tempo escolar perdido, professores desesperados, desestimulados, sem visão do programa e de seus objetivos, crescendo cada dia de maneira desordenada a evasão e a repetência, por falta da consciência política e moral dos alfabetizadores, que não possuem o senso de visão que a escola é o local de progressão e evolução para a vida profissional, daquele estudante e trabalhador sofrido e excluído da sociedade na qual ele mesmo tenha tentado se incluir. Nos dias atuais as consequências da evasão escolar têm sido drásticas seus resultados, apesar de surgir atualmente, novas políticas de incentivo em vários campos de alfabetização para jovens e adultos, qualificação profissional na área do alfabetizar-nos vários níveis do ensino, assistência e acompanhamento às
  • 40. 40 instituições escolares, auxílio às famílias carentes, materiais didáticos, mas mesmo assim não se tem obtido resultados positivos. A cada dia, nas escolas, os alunos apresentam uma conduta inadequada; isso pode ser atribuído à desestruturação familiar, ao uso de drogas, a prostituição e os conteúdos, para a maioria, não possuem nenhuma significação. Segundo a visão de ARROYO (1997, p.23),“na maioria das causas da evasão escolar a escola tem a responsabilidade de atribuir a desestruturação familiar, e o professor e o aluno não têm responsabilidade para aprender, tornando-se um jogo de empurra”.Sabemos que a escola atual é preciso estar preparada para receber e formar estes jovens e adultos que são frutos dessa sociedade injusta, e para isso é preciso, professores dinâmicos, responsáveis, criativos, que sejam capazes de inovar e transformar sua sala de aula em um lugar atrativo e estimulador. Como mostra MENEGOLLA (1989, p.28), “O professor necessita selecionar os conteúdos que não sejam portadores de ideologias destruidoras de individualidades ou que venham atender a interesses opostos aos indivíduos”. De acordo com o ponto de vista do referido autor a seleção de conteúdos é de alto valor pedagógico, que deve estar direcionados aos interesses sociais, culturais e históricos do aluno, para que as aulas sejam significativas e atraentes, que sirva para despertá-lo ideológico,conduzindo para o meio social como cidadão crítico, questionador e formador de opiniões. No entanto, as evasões escolares diante das análises e de vários fatores sociais, culturais, históricos e econômicos, estão incluídas nestas causas e consequências. Como também a escola possui sua parcela de culpa juntamente com o apoio pedagógico e professores que não procuram ser mais criativo na ministração das suas aulas, pois sabemos que vivemos em um mundo globalizado e a sociedade extra escolar está à frente do desenvolvimento através das ofertas sociais. Enquanto a escola se mantém atrasada sem nenhuma condição inovadora para competir com o mundo social fora da escola, torna-se difícil se reverter este quadro da evasão escolar, a não ser que o corpo escolar procure novas metodologias através da criatividade humana, didática e pedagógica. Porém o nosso quadro educacional brasileiro é ainda bastante insatisfatório. Alguns indicadores quantitativos e qualitativos mostram o longo caminho a percorrer em busca da equidade, pois Comparando com outros países em estágio equivalente de
  • 41. 41 desenvolvimento, colocando o Brasil em desvantagens na área de educação, revelam desigualdades regionais em relação ao baixo aproveitamento escolar. Sabemos que o problema da evasão e da repetência escolar no nosso país e até mesmo no nosso município, tem sido um dos maiores desafios enfrentados pelas redes do ensino público, pois as causas e consequências estão ligadas a muitos fatores como social, cultural, político e econômico, como também a escola onde professores têm contribuído a cada dia para o problema se agravar, diante de uma prática didática ultrapassada. Podemos começar a analisar a escola desde o convívio do educando e suas relações com os educadores, pois sabemos que a nossa comunidade está inserida em um município carente com poucos recursos, na qual não tem condições de gerar renda e as camadas populares tornam-se ociosas e sem perspectivas de vida. Os alunos, frutos desta pesquisa, foram os da EJA que na maioria são de baixa renda, desempregados, domésticas, vendedores ambulantes e outros sem profissãodefinida, que precisam se deslocar do município para outro, buscando uma forma de sobreviver, enquanto outros são jovens de lares desajustados, viciados em tóxicos, principalmente dependentes do álcool e das drogas; o nível de prostituição é muito alto entre os jovens e as jovens, a gravidez precoce está dentro de um quadro bem elevado. Mediante este diagnóstico a procura da escola no início do ano letivo é excelente, mais quando parte do 3° para o 4° bimestre, se evadem, sem nenhuma justificativa. A direção escolar e professores atribuem o seu afastamento a busca de um campo de trabalho, como também passamos a observar o comportamento irregular de alguns alunos, tendo dificuldades de se relacionarem entre si e com os próprios professores. Através deste contato com a escola passamos a compreender outra forma causando a evasão escolar: dificuldades dos alunos no processo do ler, escrever e contar em relação ao nível estudado do 3° e 4º níveis, que vem com muitas dificuldades de ortografia, disgrafia, não domina a leitura, leem soletrando perdendo os sentidos do texto não estão dentro do processo maturacional na linguagem interpretativa; na matemática sentem dificuldades em diferenciar e aplicar os sinais matemáticos e diante desta situação crítica este aluno passa a se isolar das aulas
  • 42. 42 que envolvem questionamentos e criticidade, sentem-se incapazes de acompanhar o processo dos conteúdos ministrados. Por sua vez, o professor não tem dado acompanhamento específico individual ou individualista de acordo com as dificuldades, não observam que estes alunos merecem um tratamento específico e individualizante, pois cada um demonstra uma deficiência diferenciada.Segundo PIAGET in WADS WOKTH (1989, p.153), “a leitura deve ser significativa tanto para as crianças como para os jovens e adultos que não conseguem compreender a significação de uma mensagem escrita”.Assim, com base no pensamento de Piaget e de outras teorias, conseguimos realizar um trabalho com êxito na parte da escrita e da leitura, desenvolvendo a capacidade de interpretar o que leu. Observar a vida escolar dos jovens e adultos é uma tarefa desafiadora, mas competente, que através destas ações mediadoras, será capaz de conquistar o aluno e fazer com que ele permaneça na escola, pois lhe dará confiança e novas perspectivas de vida, no sentido de estudar, evitando a evasão escolar. Cada problema desses educando se defrontam diariamente com as práticas dos professores, pois cada um educando possui um ritmo de capacidade e aprendizagem diferenciado, na qual eles são vítimas do processo de aprendizagem das séries anteriores, que não vem possibilitando a superação das inadequações. As leituras exigidas pelo programa da EJA são existenciais, e mesmo assim o professor não usa uma didática coletiva nas leituras, que são as divisões dos parágrafos ou leituras compartilhadas, como também dinâmicas de leitura escrita. Estas faltas de formação de conceito atribuíram a falta da leitura diversificada, tornando-se reflexo do processo mecanizado anterior e atual dos professores mecanicistas, não possibilitando os mesmos a utilização do uso da linguagem espontânea, sendo fruto do tradicionalismo, onde o professor é ainda o eixo central do conhecimento, dono de todo saber e, os alunos de baixa renda, sentem-se reprimidos tornando-se meros acumuladores dos conhecimentos, insignificativos para eles, transformando-os seres passivos, reprimidos, sem ideias próprias. No entanto os PCNs (1997: p.30-39), mostra que “cabe a escola viabilizar o acesso do aluno ao universo dos textos que circulam socialmente, ensinar, produzir e interpretá-los. Isso inclui os diversos textos das diferentes disciplinas, com os quais os alunos se defrontam”. Entretanto, a maior parte de nossa clientela estudantil, vem
  • 43. 43 da zona rural, sendo de baixa renda e estiveram por muito tempo ausente da escola, sendo, portanto, pessoas que apresentam dialetos variados que são características regionais da miscigenação brasileira. Nesta perspectiva demonstram pouco interesse em participarem das aulas, e apresentam modo de falar e escrever diferentes, fruto da expressão do sistema retrógrado de alguns professores ao longo da sua escolaridade. Como mostra CAGLIARE (1991, p.12): Todo falante nativo usa língua conforme as regras próprias de seu dialeto, espelho da comunidade linguística a que está ligado naturalmente, há diferença entre o modo de falar de um dialeto e outro, mas isso significa que um dialeto dispõe de regras e outras não. Segundo o autor, a falta de preparação do professor vem gerando conflitos ao longo de sua evolução histórica, que tem usado e abusado da força da linguagem para ensinar, contribuindo para a exclusão, gerando evasão escolar. Aí veremos índice alto de analfabetos, escolas com poucos alunos no final do ano letivo, portanto, como diz FREIRE: Não podemos modificar a sociedade mudando a escola (utopia liberal), é necessário também abandonar as reformas educacionais. É que a linguagem popular faz parte das diversidades culturais e regionais do nosso país. Portanto, é importante saber que o professor esteja consciente dessa visão, que não é só os problemas sociais e econômicos que influenciam a evasão e a repetência na escola, e que devem trabalhar principalmente os jovens e adultos os seus valores linguísticos e adaptando aos poucos a linguagem culta exigida pela gramática normativa, sabendo conciliar o dois saberes no contexto da sala de aula e questionar, qual a sua contribuição negativa e buscar metas e ações que possam amenizar este problema.
  • 44. 44 CONCLUSÃO Este estudo teve o intuito de analisar as maiores causas da evasão escolar no ensino de Jovens e Adultos nas turmas de 1ª e 2ª etapa na escola Laércio Fernandes de Oliveira no Município de Carutapera, analisamos que a evasão escolar detectada é um fator alarmante por conta de falha de ambos os lados, professores e alunos. Observamos que a qualidade da educação, muitas vezes não corresponde às expectativas de qualificação esperada para um bom desempenho de determinadas funções e que as teorias estão distantes da técnica de alguns profissionais, que não assume a responsabilidade de aproveitar a aprendizagem científica e transformar a sua prática. Estamos convictos que a questão da evasão escolar, só poderá mudar este quadro com muita luta e vontade, criando novos mecanismos didáticos que possa prender a atenção dos jovens e adultos em sala de aula, com projetos inovadores, com diálogo amigável, dando a todos mais atenção aos seus problemas. Por isso é preciso rever alguns pontos deste sistema de ensino para jovens e adultos,que necessita de uma alta avaliação tanto entre as metodologias aplicadas, como também osmotivos que estão contribuindo para o crescimento da repetência e evasão escolar. O problema da evasão nesta comunidade sempre foi atribuído ao fator econômico, por ser uma comunidade que não tem espaço no mercado de trabalho, mas diante de nossa visão existem outros fatores: aulas monótonas sem objetivos propostos, falta de planejamentos e até mesmo não são feitos na maioria das vezes análise do próprio livro didático, utilizado pelo professor, não havendo uma reformulação dos conteúdos de acordo com a capacidade do alunado. Neste sentido destacamos as dificuldades do professor, de trabalhar o seu relacionamento com os alunos em sala de aula, pois na maioria, são jovens problemáticos desde a família, como no uso de drogas, desempregados e sem perspectivas de vida. Portanto a evasão faz parte dos grupos mais jovens nosegundo nível que também chegam ao terceiro nível sem dominar a leitura e escrita estando dentro do processo de escrita pré-silábica e alfabética.
  • 45. 45 O problema da desistência e evasão é porque não sabem escrever adequadamente e sentem-se incapaz de continuar. A questão da evasão escolar se arrasta ano a ano no Brasil, com um crescimentoacentuado como também entende-se não só como um problema de ordem escolar e familiar mas como um problema social. Em suma, a evasão deverá ser encarada como um problema sociológico e não obstante de caráter psicológico. Isto significa dizer que os alunos não são seres infradotados, mas que são eles negados as condições de vida familiar, escolar e social, pois caso contrário a evasão seria um problema a menos a ser enfrentado pela instituição escolar. Por conseguinte, a evasão é um fator poderoso para que os jovens e adultos não sejam estimulados a continuar na escola. Tendo em vista que, para superar estes obstáculos será necessário o investimento, na qualificação e capacitação de professores. Por outro lado, o aluno deverá está sempre aberto para receber o conhecimento transmitido. Porém, aluno e professor serão protagonistas de uma educação mais qualificada, quando os materiais didáticos para eles se tornarem privilégio, e o salário do professor for vistos com mais dignidade, e só assim a educação tomará um novo caminho. Ou, no entanto estaremos caminhando para uma sociedade estagnada. Temos que vê que muitos que vivem sem oportunidades, sem opção de escolha foram aqueles que não tiveram acesso a escola na idade certa, ou simplesmente aqueles que pararam no tempo, deixando de estudar para trabalhar e sustentar sua família. Sabemos que para construir uma sociedade, devemos primeiramente educar com qualidade, mas para isso será necessário investimentos em prédios, materiais escolares, merenda e a consciência de que a participação da família e comunidade é fundamental para a construção da educação que queremos. Só assim veremos um país mais justo e democrático.
  • 46. 46 REFERÊNCIAS ARROYO, Miguel G. da. Escola coerente à Escola possível. São Paulo: Loyola, 1997 (Coleção Educação popular – nº 8.). AZEVEDO, Francisca vera Martins de, ARTIGO 13. BEISIEGEL, Celso de Rui- Politica e educação popular (a teoria e a pratica de Paulo Freire no Brasil) São Paulo, Ática, 1982, p.26. CANDAU, Maria Vera. A didática em questão. 13 ed. Petrópolis/RJ: Vozes, 1999. CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização e linguística. 6 ed. São Paulo: Scipione, 1995. FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. 26 ed. Rio de Janeiro-RJ: Paz e Terra, 1994. FREIRE, Paulo- uma bibliografia. Ed.Cortez INTERNET – Shvoong.com- Historia da Educação de Jovens e Adultos. Publicado em: março 07,2008. acesso em: 10 jan. 2011. KRUPA, Sonia M. Portela sociologia da educação. São Paulo.Ed. Cortez.( Coleção Magistério Formação do Professor) 1994. P. 13 e 14. LUCKESI, Cipriano Carlos. Filosofia da educação. São Paulo. Ed. Cortez. (Coleção (Magistério Formação do Professor) 1994. p. 183. LDB- Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Seção V-Art.37 e 38. MEC. Educação de Jovens e Adultos – Ensino Fundamental: proposta curricular – 1º.Segmento. São Paulo/Brasília. Ação Educativa/SEF, 1999. MENEGOLLA, M. Didática: aprender a ensinar. 5 ed. São Paulo: Loyola, 1999. MARANHÃO, 2007 Proposta curricular no ensino Fundamentalde1º e 2º etapa (eja) MOURA, Tânia Maria de Melo. A prática pedagógica dos alfabetizadores de jovens e adultos: contribuições de Freire, Ferreiro e Vygotsky. 2º ed. Maceió: EDUFAL, 2001. MARX, karl- revista espaço acadêmico nº 86- mensal julho de 2008. PCN Parâmento Curricular Nacional ( 1991- P. 12). SOARES, Mário 1996.
  • 47. 47 APÊNDICE A QUESTIONÁRIO DESTINADO AOS PROFESSORES 1- Dados Gerais: Idade_______________________________________________________________ Quantos anos atuam como professor (a)?______________________________________ Qual a sua formação?________________________________________ 2- Questões específicas: 1 –Quais as causas que a evasão escolar provoca na sociedade? 2 – o que acontece com esse aluno depois da desistência? 3 – O que a escola faz para que não haja a evasão desse aluno?
  • 48. 48 4 -Você exerce sua práxis, a fim de alcançar os objetivos educacionais da Escola? 5 – Você como profissional da Educação, faz o quê a respeito da desistência? APÊNDICE B QUESTIONÁRIO DESTINADO AOS ALUNOS 1-o que leva vocês a desistirem? 2-O que você acha da didática do seu professor? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 3- o que você faz durante o dia? 4- Até que série seus pais estudaram? Se sim qual?
  • 49. 49 5- Você mora na zona rural ou urbana? 6- você trabalha? Onde? Quantas horas por dia? ANEXO A FACULDADE EVANGÉLICA DO PIAUÍ GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA CARTA DE APRESENTAÇÃO Carutapera-MA, 10 de junho de 2011. Senhor Diretor, Apresento o aluno, Magno Fernando Almeida Nazaré matriculados no Curso de Graduação em pedagogia, desta Academia de Ensino Superior (FAEPI), que requer pesquisa entre os alunos e professores da1º e 2º etapa no ensino da eja, turno noturno desta Instituição, tal pesquisa tem como objetivo avaliar a evasão escolar e suas consequências na formação sócio-educativa de jovens e adultos desses alunos, com o intuito de obter pré-requisitos para obtenção de certificado de conclusão do curso de graduação em pedagogia. Agradeço sua atenção para com os alunos colocando-me à sua disposição.
  • 50. 50 Ana Cristina Castelo Branco Professora Ms. Orientadora da Pesquisa Faculdade Evangélica do piauí Carutapera-MA __________________________ Faculdade do Piauí Magno Fernando A. Nazaré ANEXO B REQUERIMENTO Senhor Gestor da Unidade I. Ver. Laércio Oliveira. Dirigimo-me a V.Sa.Para pedir-lhe permissão em poder participar durante 10 (dez) dias do ambiente escolar dos alunos da 1º e 2ºetapa da eja no Ensino Fundamental do turno noturno deste estabelecimento de ensino. Este pedido tem como meta principal, observar alunos e professores que trabalham com essa modalidade da referidas turmas, como também aplicar questionários contendo perguntas fechadas, abertas e de múltipla escolha a uma porcentagem de 10 alunos extraídos de um total de 50 (cinquenta) alunos frequentes ao professor que leciona as disciplinas. Para que eu possaconcluir essa pesquisa da elaboração de monografia para conclusão do Curso de pedagogia, Desta forma, espero contar com vossa valiosa compreensão, me colocando à disposição de V.Sa.Para eventuais questionamentos sobre o referido trabalho da finalização da monografia. No aguardo de uma resposta favorável, subscrevo-nos. Carutapera (MA), __________________de___________________2011 Atenciosamente,
  • 51. 51 _________________________________________________ Magno Fernando A. Nazaré Ilm.º S.r. Lucivaldo Guimarães MD: Gestor da Unidade I. Ver. Laércio Oliveira
  • 52. 52
  • 53. 53
  • 54. 54
  • 55. 55
  • 56. 56
  • 57. 57
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  • 74. 74
  • 75. 75
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  • 80. 80
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  • 84. 84
  • 85. 85
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  • 90. 90
  • 91. 91
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  • 96. 96
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  • 98. 98
  • 99. 99
  • 100. 100
  • 101. 101
  • 102. 102
  • 103. 103
  • 104. 104
  • 105. 105
  • 106. 106
  • 107. 107