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Novembro 2012
Perturbações psicóticas
i) Salvador Dali (1969), Alice in Wonderland
Objetivos
Geral Abordar as perturbações psicóticas no domínio da psicopatologia
do adulto
Específicos
Génese
Manifestações e implicações
Tratamento
Diagnóstico diferencial
Qualitativa Revisão de literatura
Bergeret (2000), Personalidade normal e patológica
Braconnier (2007), Manual de psicopatologia
Dalgalarrondo (2008) ,Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais
Ruiloba (2011), Introduccíon a la psicopatología y la psiquiatría
Scharfetter (2005), Introdução à psicopatologia geral
Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais
(DSM- IV-TR , 2002)
Classificação internacional das doenças
(ICD-10)
Metodologia
Feuchterseleben (1840)
Psicose
“Doença do espírito”
Introduz o conceito
(Braconnier, 2007,p.178)
Neurose Psicose
Braconnier (2007,p. 178) refere que gradualmente a psicose foi sendo definida
por oposição à neurose tendo em conta duas dimensões:
Dimensão quantitativa
“(…) noção de gravidade da
situação”
Dimensão qualitativa
Desconhecimento, por parte da
pessoa, da perturbação
Remetendo para o domínio da teoria psicanalítica, Scharfetter (2005,p.39,51) explica que:
Neurose
“ (…) manifestação de um conflito intrapsíquico entre o
Supereu e o Id”(…)”
Sintomas neuróticos
“defesa do Eu contra as
exigências do Id”
Segundo Foucault (1975) na neurose o Eu reprime os seus instintos e
estes projetam-se na realidade externa
FobiasHisteria
Estados
depressivos
Estados
obsessivos
Particularidades:
Mantém-se o contato com a realidade;
 Fluidez e estrutura do pensamento intactas, embora este se apresente
mais lento;
O comportamento afetivo mantém-se, por vezes exacerbado.
Rejeição e afastamento da realidade, o Eu é dominado pelo Id
(Freud, 1924)
Psicose
“ (…) Para que o Id triunfe, poderoso, sobre o Eu, o mundo
exterior tem de se apagar perante o Eu
(…) na fuga o Eu refugia-se na psicose”
(Scharfetter, 2005,p. 51) .
i) Vincent Van Gogh (1882), Sorrow
“Eu” caótico
Incapacidade de processar a informação secundariamente
Rutura dos mecanismos de
defesa contra a angústia
Fuga à realidade
(alucinações, delírios)
Criação de uma
“realidade privada”
(delírio)
Excessiva, irrealista
Fora dos padrões culturalmente aceitas
(Scharfetter, 2005)
Perceção de um objeto,
som, ou cheiro, na sua
ausência
(alucinação)
Psicose
Diferentes temáticas de acordo com o discurso predominante
( erotomaníacos,persecutórios,ciúmes,megalómanos ,entre outros)
Princípio
primário vs.
Princípio
secundário
Ausência de homeostase
O Id invade o Eu e destrói o Supereu
 Quebra na estrutura da personalidade
Clivagem (rutura)
Alienação
Perda da
identidade
(Scharfetter, 2005)
(Bergeret, 2000)
Sensação de se sentir um estranho em si mesmo
Manifestações
Perturbações psicóticas
Dois tipos de sintomas
(Bergeret, 2000,p.16)
Sintomas negativos Défices observados nos pacientes
Reações específicas do paciente perante a
alteração da sua personalidade
Sintomas positivos
Sintomas negativos (défice)
Distanciamento afetivo;
 Isolamento social;
 Linguagem e pensamento empobrecidos (alogia);
 Falta de vontade para a realização de tarefas (avolia)
 Negligência no autocuidado e higiene.
Delírios;
Alucinações.
(Dalgalarrondo, 2008; Ruiloba, 2011)
Perturbações psicóticas
Sintomas positivos
 perturbações da comunicação
 ausência de consciência do estado patológico
 perturbação da perceção da realidade
 perturbações cognitivas
 dificuldades de adaptação social
Para Braconnier (2007,p. 180) as conceções comuns de psicose englobam diferentes
aspetos de distintos domínios da vida da pessoa como:
Perturbações psicóticas
Segundo Dalgalarrondo (2008) os sintomas psicóticos mais típicos são:
 comportamento bizarro (fala e sorrisos imotivados)
pensamento desorganizado
alucinações e delírios
Num transtorno psicótico predomina a desorganização mental e
comportamental
Perturbações psicóticas
 A negação da realidade surge como primeira defesa manifestando-se,
essencialmente, nas ideias delirantes
O curso dos sintomas agrava o quadro clínico, destacando-se o isolamento social e
a recusa alimentar como principais sinais
Se a abordagem não for imediata o prognóstico poderá ser menos favorável
Para Ruiloba (2011):
Psicose
De acordo com Braconnier (2007,p.180) podem ser classificadas com base em duas
dimensões:
Evolução Aguda
 Crónica
Etiologia Diferente natureza:
Orgânica
Tóxica
Afetiva
…
Embora as perturbações psicóticas apresentem características comuns elas
encontram-se classificadas em várias categorias diferindo no curso, duração e
etiologia
DSM-IV
ICD-10
Caraterísticas nosológicas que auxiliam a
identificar sinais e sintomas
Orientação para o diagnóstico diferencial
Auxílio na escolha de tratamento
Esquizofrenia
Destaca-se pela sua importância clínica e incidência na população geral
(Dalgalarrondo, 2008; Ruiloba, 2011).
É considerada das perturbações psicóticas mais graves, segundo a OMS é uma das
dez primeiras causas de incapacidade por doença
(Ruiloba, 2011).
Cerca de 1% da população mundial é afetada por esta perturbação
(Braconnier, 2007; DSM-IV-TR, 2002)
Salienta-se como o tipo de psicose mais frequente
(Braconnier, 2007)
Esquizofrenia
 heterogeneidade
 complexidade
 afetação multissistémica
 cronicidade
 perda de qualidade de vida
i)Francis Bacon (1930), Auto-retrato
Geralmente emerge entre os 15 e os 30 anos de idade
Aparecimento precoce no sexo masculino, e prognóstico menos favorável
(Ruiloba, 2011).
Esquizofrenia
O DSM-IV-TR (2002,p.303) define a esquizofrenia como:
Perturbação psicótica cujos sintomas predominam pelo menos durante seis meses;
Inclui pelo menos um mês de sintomas na fase ativa, com dois ou mais dos que se
seguem:
• delírios
• alucinações
• discurso desorganizado,
• comportamento amplamente desorganizado ou catatónico,
• embotamento afetivo
• alogia
• avolição.
Tipos de esquizofrenia
As classificações diagnósticas, ambas, incluem a esquizofrenia nas perturbações psicóticas,
mas caraterizam de forma diferente os seus subtipos
Classifica a esquizofrenia em nove tipos:ICD-10
Paranoide Hebefrénica Catatónica Indiferenciada Residual Simples
Depressão pós esquizofrénica Outra esquizofrenia Esquizofrenia
sem outra especificação
Os sintomas deverão estar presentes mais de um mês
De acordo com Ruiloba (2011)
Tipos de esquizofrenia
DSM-IV-TR (2002) Classifica a esquizofrenia em cinco tipos:
 Presença de uma preocupação extrema, com delírios ou alucinações auditivas
 Não se observa proeminência de discurso desorganizado, comportamento
catatónico ou desorganizado, nem embotamento afetivo
Tipo paranoide
(DSM-IV-TR,2002)
Tipo catatónico
• imobilidade motora
• atividade excessiva sem estímulo
aparente
• negativismo
• posturas desadequadas e bizarras
• ecolalia ou ecopraxia
Predomínio de:
Tipos de esquizofrenia
Tipos de esquizofrenia
Tipo indiferenciado
Não satisfaz os critérios para os tipos paranoide, desorganizado ou catatónico
Tipo desorganizado
 Predominância de discurso e comportamento desorganizados, embotamento afetivo
ou desapropriado
(DSM-IV-TR,2002)
Tipos de esquizofrenia
Tipo residual
 Não se observa a presença de delírios ou alucinações
Comportamento mantém-se desorganizado ou catatónico
A continuidade da perturbação é evidenciada pela presença de sintoma negativos ou
crenças estranhas e experiências percetivas invulgares
(DSM-IV-TR,2002)
Sintomas prodrómicos
Ruiloba (2011) explica que…
O primeiro episódio de esquizofrenia, geralmente, vem precedido de sinais e sintomas
Podem surgir meses ou antes do diagnóstico
Exemplos:
 mudanças de comportamento
desorganização quotidiana
deterioração do comportamento social
…
Os sintomas prodrómicos, geralmente são percebidos por retrospetiva
Esquizofrenia
Sinais prodrómicos maioritariamente citados na literatura:
(Yung et. al,1996; cit. por, Marcelli & Braconnier,2005,p.334)
 diminuição da concentração
 perda de energia e motivação,
 humor depressivo
 perturbações do sono
 ansiedade
 retirada social
 desconfiança
 irritabilidade
Esquizofrenia
Fatores de risco e vulnerabilidade para a Esquizofrenia
forte componente hereditária
 grau de parentesco,(quanto mais próximo maior a vulnerabilidade)
 acontecimentos de vida
 abuso de substâncias tóxicas.
De acordo com Ruiloba (2011) o principal fator de risco para a esquizofrenia é
Marcelli e Braconnier (2005), referenciando Edward e colaboradores (2002), destacam três
principais fatores de risco para a esquizofrenia
Braconnier (2007, p. 181) salienta como sinais de vulnerabilidade à esquizofrenia
Fatores de risco e vulnerabilidade para a Esquizofrenia
 complicações obstétricas
 tipo de personalidade (paranoide, esquizóide)
 anomalias cognitivas (concentração e lógica)
 perturbações afetivas (frieza, apatia, extravagância)
 perturbações comportamentais (excentricidade incompreensível )
 anomalias neuropsicológicas ou neurofisiológicas
Estes aspetos auxiliam ao diagnóstico diferencial pelo que devem ser tidos em
conta no desenho da história clínica
Intervenção terapêutica na Esquizofrenia
Tratamento farmacológico
Psicoterapia
Essencialmente anti psicóticos
Antidepressivos para combater
sintomas depressivos
Terapia cruzada
Embora a esquizofrenia não tenha cura, a remissão é possível em muitos pacientes
(ICD-10; DSM- IV-TR,2002).
( Ruiloba,2011).
Diagnóstico diferencial
Sintomas psicóticos
Conduta exageradamente extravagante
Alterações da afetividade
Alterações da atividade mental
Alterações da motivação social
O diagnóstico é feito por exclusão:
1) despistar os transtornos psicóticos de causa orgânica
2) excluir as perturbações psicóticas de índole afetiva
A identificação de um caso de esquizofrenia surge pela observação de:
( Ruiloba,2011).
Esquizofrenia – caso clínico
Quais as principais manifestações, apresentadas pelo
paciente, que permitem fazer o diagnóstico diferencial entre
esquizofrenia e perturbação bipolar?
Outras perturbações psicóticas)
a) Perturbação psicótica breve
Duração de pelo menos um dia e geralmente com remissão dentro de um mês.
•Pode ser desencadeada por alterações no contexto como:
fatores contextuais traumáticos
importante mudança sócio- ocupacional
início no período pós-parto
(DSM-IV-TR, 2002)
a) Perturbação psicótica breve
(continuação)
•Presença de pelo menos um dos seguintes sintomas:
Importante ter em conta o momento em que ocorreu a mudança contextual, isto é, se
os sintomas surgiram antes ou depois da mudança de contexto.
ideias delirantes,
Alucinações
 linguagem desorganizada
comportamento catatónico ou gravemente desorganizado
(DSM-IV-TR, 2002)
Outras perturbações psicóticas)
b) Perturbação esquizofreniforme
 Semelhante à esquizofrenia.
No entanto:
 A duração é menor, de 1 a 6 meses, e não exige uma deterioração funcional tão
acentuada como acontece no caso da esquizofrenia.
(DSM-IV-TR, 2002)
Outras perturbações psicóticas)
c) Perturbação delirante
(paranoia)
Segundo Ruiloba (2011,p. 217-220)
A sintomatologia paranoide pode ocorrer em diferentes momentos da vida do
ser humano
Distorção de perceções
sensoriais
Elaboração anormal do
processamento secundário
Dificuldade para organizar
a informação
Interpretação errada da
realidade
Outras perturbações psicóticas)
c) Perturbação delirante
(continuação)
(Ruiloba ,2011,p. 217-220)
 Ocorre maioritariamente entre mulheres
 Normalmente surge na vida adulta atingindo um pico entre os 35 e 50 anos de
idade
 Pode coincidir com desintegrações orgânicas da personalidade ou desintegrações
sociais
Manifesta-se com mais intensidade em personalidades predispostas (paranoide,
esquizoide)
Prognóstico poderá ser menos favorável podendo conduzir ao delírio crónico
c) Perturbação delirante
(continuação)
De acordo com o DSM-IV-TR (2002)…
Caracterizada por delírios com diversas caraterísticas (persecutórios, erotomaníaco, etc.)
Percebidas pelo discurso
do paciente
Exemplo de classificação diagnóstica:
Perturbação delirante do tipo persecutório
c) Perturbação delirante
(continuação)
 Os delírios não são bizarros, normalmente implicam situações quotidianas como
ser seguido, envenenado, ou traído.
Não é hábito a existência de alucinações, e caso presentes não são elevadas
 Não se observa incoerência de pensamento
 Os sintomas devem estar presentes pelo menos um mês, sem outros sinais da fase
aguda da esquizofrenia
(DSM-IV-TR, 2002)
d) Perturbação esquizoafetiva
Diagnóstico de exceção.
Quando não puder ser feito o diagnóstico diferencial entre esquizofrenia e
transtorno afetivo maior com manifestações psicóticas
Outras perturbações psicóticas)
O episódio de humor e os sintomas da fase ativa da esquizofrenia ocorrem em simultâneo
2 subtipos:
•tipo bipolar
Quando ocorrem episódios maníacos, depressivos
maiores ou misto
•tipo depressivo
Quando somente os episódios depressivos maiores (humor
deprimido) fazem pare do quadro
( DSM-IV-TR ,2002)
d) Perturbação esquizoafetiva
(continuação)
d) Perturbação psicótica partilhada
 A ideia delirante surge no sujeito pelo contato com outra (s) pessoa (s) que já
possuíam a perturbação e o conteúdo dessas ideias é muito parecido ou idêntico.
Esta alteração não se observa devido à presença de outro transtorno nem por
causas fisiológicas
(DSM-IV-TR, 2002)
Outras perturbações psicóticas)
d) Perturbação psicótica partilhada
(continuação)
Segundo Ruiloba (2011,p.223) podem-se destacar três grupos de díades:
1) Psicose simultânea
2) Psicose imposta
Ocorre ao mesmo tempo em pessoas que convivem e apresentam igual disposição para a
perturbação
A perturbação surge inicialmente na pessoa doente e passa para o indivíduo são,
interrompendo o seu curso no indivíduo saudável aquando da separação
3) Psicose comunicada
O sujeito que possui a perturbação transmite-a a um recetor e esta desenvolve-se
neste de modo autónomo não desaparecendo quando separados
e) Perturbação psicótica associada a uma doença
 Os sintomas psicóticos são considerados como decorrentes de uma condição médica
geral.
f) Perturbação psicótica induzida por uma substância
 Os sintomas psicóticos são considerados uma consequência fisiológica direta
de uma droga de abuso, de medicação, ou exposição a determinada substância.
(DSM-IV-TR, 2002)
Outras perturbações psicóticas)
g) Perturbação psicótica sem outra especificação
 Trata-se de uma categoria residual
 Incluída para classificar os quadros psicóticos que não satisfaçam os
critérios para nenhuma das outras condições, ou então para aquelas sobre as
quais não existam informações em quantidade e qualidade necessárias para o
diagnóstico.
(DSM-IV-TR, 2002)
Outras perturbações psicóticas)
A intervenção de tratamento nas perturbações psicóticas vai depender do tipo de
psicose
No entanto
Em todos os casos há o cruzamento entre o tratamento medicamentoso e as
intervenções psicossociais
•Tratamento farmacológico: neurolépticos ou anti psicóticos
Evitar evolução desfavorável da doença
Efeito sobre as manifestações, atenuando-as
(Ruiloba, 2011).
Intervenções terapêuticas para as perturbações psicóticas
•Abordagens psicossociais: psicoterapia, terapia ocupacional e familiar
Promoção da evolução favorável da perturbação
Ajustamento social do paciente
O tempo de hospitalização depende do caráter da gravidade da situação
Intervenção em regime ambulatório
Contudo
O internamento é necessário em fases agudas ou de descompensação
Intervenções terapêuticas para as perturbações psicóticas
Família e doença mental
Representação social da doença mental
Negativismo
Fraqueza
 agressividade
 perigo
Incompreensão
Mesmo os mais próximos do indivíduo doente têm dificuldade em perceber a situação
Família e doença mental
“ (…) parceiro singular e fundamental para o cuidado dispensado ao doente(…)”
Família
Meio natural de terapia e recuperação
A família também sofre, não só pela exaustão dos cuidados prestados mas
também por não compreender as manifestações da doença
Procura de auxilio e de respostas nítida.
Importante um apoio especializado
(Colver, Ide, & Rolim,2004.p. 198)
Reflexão final
A vida humana é marcada por crises, estas quando superadas
ajudam a processar e a estabilizar condições de sofrimento
conduzindo a uma mudança, a um amadurecimento.
Mas nem sempre tal acontece…
…por vezes o conflito psíquico pode afetar profundamente a pessoa
originando a um corte total com a realidade, provocando um investimento
narcísico de tal ordem que a pessoa acaba por ruir, fragmentar-se
desencadeando um estado de confusão interna ao qual chamamos de
psicose.
Reflexão final
Reflexão final
• As perturbações psicóticas caraterizam-se essencialmente por :
corte com a realidade
 perda da identidade
 não-aceitação da condição
Estes aspetos manifestam-se essencialmente através de ideias delirantes e alterações
comportamentais
Os sintomas psicóticos podem surgir associados a diversas psicopatologias,
como perturbações da ansiedade ou do humor, demências.
É de suma importância identificar a sua natureza, o seu curso, manifestações,
presença, ou não, de fatores desencadeastes, para que se possa elaborar um bom
diagnóstico diferencial.
Reflexão final
Em suma, as perturbações psicóticas podem ser compreendidas como manifestações
resultantes de grande sofrimento a nível individual, familiar ou social intenso, não
podendo ser interpretadas como perturbações fechadas, mas sim como resultantes de
determinados contextos, tanto a nível individual como relacional.
Amerycan Psychological Association- APA (2002). Esquizofrenia e outras
perturbações
psicóticas. In Cláudia Dornelles (4 Ed.), Manual diagnóstico e estatístico
de transtornos mentais-DSM-IV-TR (333-343). Porto Alegre: Artmed
Bergeret, J. (2000). A personalidade normal e patológica. Lisboa:
Climepsi.
Braconnier, A. (2007). Manual de psicopatologia. Lisboa: Climepsi
Colvero, L.A.; Ide, C.A.P., & Rolim, M.A. (2004). Família e doença mental:
a difícil
convivência com a diferença. Revista Escola Enfermagem USP, 38
(2),197-205.
Consultado online a 6/10/2012 em:
http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v38n2/11.pdf
Dalgalarrondo, P. (2008). Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. Porto
Alegre: Artmed.
Freud, S. (1924). A perda da realidade na neurose e na psicose. In S. Freud (XIX), O
Ego e o Id (111-114). Consultado online a 8/10/2012 em:
http://pt.scribd.com/doc/49808834/24/A-PERDA-DA-REALIDADE-NA-NEUROSE-E-NA-
PSICOSE
Foucault, M. (1975). Doença mental e psicologia. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro,
Ltda.
Marcelli, D., & Braconnier, A. (2005). Adolescência e psicopatologia. Lisboa:
Climepsi.
Ruiloba, J.V. (2011). Introducción a la psicopatologia y la psiquiatria. Barcelona:
Elsevier Masson.
Scharfetter, C.H. (2005). Introdução à psicopatologia geral. Lisboa: Climepsi

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  • 1. Novembro 2012 Perturbações psicóticas i) Salvador Dali (1969), Alice in Wonderland
  • 2. Objetivos Geral Abordar as perturbações psicóticas no domínio da psicopatologia do adulto Específicos Génese Manifestações e implicações Tratamento Diagnóstico diferencial
  • 3. Qualitativa Revisão de literatura Bergeret (2000), Personalidade normal e patológica Braconnier (2007), Manual de psicopatologia Dalgalarrondo (2008) ,Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais Ruiloba (2011), Introduccíon a la psicopatología y la psiquiatría Scharfetter (2005), Introdução à psicopatologia geral Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais (DSM- IV-TR , 2002) Classificação internacional das doenças (ICD-10) Metodologia
  • 4. Feuchterseleben (1840) Psicose “Doença do espírito” Introduz o conceito (Braconnier, 2007,p.178)
  • 5. Neurose Psicose Braconnier (2007,p. 178) refere que gradualmente a psicose foi sendo definida por oposição à neurose tendo em conta duas dimensões: Dimensão quantitativa “(…) noção de gravidade da situação” Dimensão qualitativa Desconhecimento, por parte da pessoa, da perturbação
  • 6. Remetendo para o domínio da teoria psicanalítica, Scharfetter (2005,p.39,51) explica que: Neurose “ (…) manifestação de um conflito intrapsíquico entre o Supereu e o Id”(…)” Sintomas neuróticos “defesa do Eu contra as exigências do Id”
  • 7. Segundo Foucault (1975) na neurose o Eu reprime os seus instintos e estes projetam-se na realidade externa FobiasHisteria Estados depressivos Estados obsessivos Particularidades: Mantém-se o contato com a realidade;  Fluidez e estrutura do pensamento intactas, embora este se apresente mais lento; O comportamento afetivo mantém-se, por vezes exacerbado.
  • 8. Rejeição e afastamento da realidade, o Eu é dominado pelo Id (Freud, 1924) Psicose “ (…) Para que o Id triunfe, poderoso, sobre o Eu, o mundo exterior tem de se apagar perante o Eu (…) na fuga o Eu refugia-se na psicose” (Scharfetter, 2005,p. 51) . i) Vincent Van Gogh (1882), Sorrow
  • 9. “Eu” caótico Incapacidade de processar a informação secundariamente Rutura dos mecanismos de defesa contra a angústia Fuga à realidade (alucinações, delírios) Criação de uma “realidade privada” (delírio) Excessiva, irrealista Fora dos padrões culturalmente aceitas (Scharfetter, 2005) Perceção de um objeto, som, ou cheiro, na sua ausência (alucinação) Psicose Diferentes temáticas de acordo com o discurso predominante ( erotomaníacos,persecutórios,ciúmes,megalómanos ,entre outros)
  • 10. Princípio primário vs. Princípio secundário Ausência de homeostase O Id invade o Eu e destrói o Supereu  Quebra na estrutura da personalidade Clivagem (rutura) Alienação Perda da identidade (Scharfetter, 2005) (Bergeret, 2000) Sensação de se sentir um estranho em si mesmo
  • 11. Manifestações Perturbações psicóticas Dois tipos de sintomas (Bergeret, 2000,p.16) Sintomas negativos Défices observados nos pacientes Reações específicas do paciente perante a alteração da sua personalidade Sintomas positivos
  • 12. Sintomas negativos (défice) Distanciamento afetivo;  Isolamento social;  Linguagem e pensamento empobrecidos (alogia);  Falta de vontade para a realização de tarefas (avolia)  Negligência no autocuidado e higiene. Delírios; Alucinações. (Dalgalarrondo, 2008; Ruiloba, 2011) Perturbações psicóticas Sintomas positivos
  • 13.  perturbações da comunicação  ausência de consciência do estado patológico  perturbação da perceção da realidade  perturbações cognitivas  dificuldades de adaptação social Para Braconnier (2007,p. 180) as conceções comuns de psicose englobam diferentes aspetos de distintos domínios da vida da pessoa como: Perturbações psicóticas
  • 14. Segundo Dalgalarrondo (2008) os sintomas psicóticos mais típicos são:  comportamento bizarro (fala e sorrisos imotivados) pensamento desorganizado alucinações e delírios Num transtorno psicótico predomina a desorganização mental e comportamental Perturbações psicóticas  A negação da realidade surge como primeira defesa manifestando-se, essencialmente, nas ideias delirantes O curso dos sintomas agrava o quadro clínico, destacando-se o isolamento social e a recusa alimentar como principais sinais Se a abordagem não for imediata o prognóstico poderá ser menos favorável Para Ruiloba (2011):
  • 15. Psicose De acordo com Braconnier (2007,p.180) podem ser classificadas com base em duas dimensões: Evolução Aguda  Crónica Etiologia Diferente natureza: Orgânica Tóxica Afetiva …
  • 16. Embora as perturbações psicóticas apresentem características comuns elas encontram-se classificadas em várias categorias diferindo no curso, duração e etiologia DSM-IV ICD-10 Caraterísticas nosológicas que auxiliam a identificar sinais e sintomas Orientação para o diagnóstico diferencial Auxílio na escolha de tratamento
  • 17. Esquizofrenia Destaca-se pela sua importância clínica e incidência na população geral (Dalgalarrondo, 2008; Ruiloba, 2011). É considerada das perturbações psicóticas mais graves, segundo a OMS é uma das dez primeiras causas de incapacidade por doença (Ruiloba, 2011). Cerca de 1% da população mundial é afetada por esta perturbação (Braconnier, 2007; DSM-IV-TR, 2002) Salienta-se como o tipo de psicose mais frequente (Braconnier, 2007)
  • 18. Esquizofrenia  heterogeneidade  complexidade  afetação multissistémica  cronicidade  perda de qualidade de vida i)Francis Bacon (1930), Auto-retrato Geralmente emerge entre os 15 e os 30 anos de idade Aparecimento precoce no sexo masculino, e prognóstico menos favorável (Ruiloba, 2011).
  • 19. Esquizofrenia O DSM-IV-TR (2002,p.303) define a esquizofrenia como: Perturbação psicótica cujos sintomas predominam pelo menos durante seis meses; Inclui pelo menos um mês de sintomas na fase ativa, com dois ou mais dos que se seguem: • delírios • alucinações • discurso desorganizado, • comportamento amplamente desorganizado ou catatónico, • embotamento afetivo • alogia • avolição.
  • 20. Tipos de esquizofrenia As classificações diagnósticas, ambas, incluem a esquizofrenia nas perturbações psicóticas, mas caraterizam de forma diferente os seus subtipos Classifica a esquizofrenia em nove tipos:ICD-10 Paranoide Hebefrénica Catatónica Indiferenciada Residual Simples Depressão pós esquizofrénica Outra esquizofrenia Esquizofrenia sem outra especificação Os sintomas deverão estar presentes mais de um mês De acordo com Ruiloba (2011)
  • 21. Tipos de esquizofrenia DSM-IV-TR (2002) Classifica a esquizofrenia em cinco tipos:  Presença de uma preocupação extrema, com delírios ou alucinações auditivas  Não se observa proeminência de discurso desorganizado, comportamento catatónico ou desorganizado, nem embotamento afetivo Tipo paranoide
  • 22. (DSM-IV-TR,2002) Tipo catatónico • imobilidade motora • atividade excessiva sem estímulo aparente • negativismo • posturas desadequadas e bizarras • ecolalia ou ecopraxia Predomínio de: Tipos de esquizofrenia
  • 23. Tipos de esquizofrenia Tipo indiferenciado Não satisfaz os critérios para os tipos paranoide, desorganizado ou catatónico Tipo desorganizado  Predominância de discurso e comportamento desorganizados, embotamento afetivo ou desapropriado (DSM-IV-TR,2002)
  • 24. Tipos de esquizofrenia Tipo residual  Não se observa a presença de delírios ou alucinações Comportamento mantém-se desorganizado ou catatónico A continuidade da perturbação é evidenciada pela presença de sintoma negativos ou crenças estranhas e experiências percetivas invulgares (DSM-IV-TR,2002)
  • 25. Sintomas prodrómicos Ruiloba (2011) explica que… O primeiro episódio de esquizofrenia, geralmente, vem precedido de sinais e sintomas Podem surgir meses ou antes do diagnóstico Exemplos:  mudanças de comportamento desorganização quotidiana deterioração do comportamento social … Os sintomas prodrómicos, geralmente são percebidos por retrospetiva Esquizofrenia
  • 26. Sinais prodrómicos maioritariamente citados na literatura: (Yung et. al,1996; cit. por, Marcelli & Braconnier,2005,p.334)  diminuição da concentração  perda de energia e motivação,  humor depressivo  perturbações do sono  ansiedade  retirada social  desconfiança  irritabilidade Esquizofrenia
  • 27. Fatores de risco e vulnerabilidade para a Esquizofrenia forte componente hereditária  grau de parentesco,(quanto mais próximo maior a vulnerabilidade)  acontecimentos de vida  abuso de substâncias tóxicas. De acordo com Ruiloba (2011) o principal fator de risco para a esquizofrenia é Marcelli e Braconnier (2005), referenciando Edward e colaboradores (2002), destacam três principais fatores de risco para a esquizofrenia
  • 28. Braconnier (2007, p. 181) salienta como sinais de vulnerabilidade à esquizofrenia Fatores de risco e vulnerabilidade para a Esquizofrenia  complicações obstétricas  tipo de personalidade (paranoide, esquizóide)  anomalias cognitivas (concentração e lógica)  perturbações afetivas (frieza, apatia, extravagância)  perturbações comportamentais (excentricidade incompreensível )  anomalias neuropsicológicas ou neurofisiológicas Estes aspetos auxiliam ao diagnóstico diferencial pelo que devem ser tidos em conta no desenho da história clínica
  • 29. Intervenção terapêutica na Esquizofrenia Tratamento farmacológico Psicoterapia Essencialmente anti psicóticos Antidepressivos para combater sintomas depressivos Terapia cruzada Embora a esquizofrenia não tenha cura, a remissão é possível em muitos pacientes (ICD-10; DSM- IV-TR,2002). ( Ruiloba,2011).
  • 30. Diagnóstico diferencial Sintomas psicóticos Conduta exageradamente extravagante Alterações da afetividade Alterações da atividade mental Alterações da motivação social O diagnóstico é feito por exclusão: 1) despistar os transtornos psicóticos de causa orgânica 2) excluir as perturbações psicóticas de índole afetiva A identificação de um caso de esquizofrenia surge pela observação de: ( Ruiloba,2011).
  • 32. Quais as principais manifestações, apresentadas pelo paciente, que permitem fazer o diagnóstico diferencial entre esquizofrenia e perturbação bipolar?
  • 33. Outras perturbações psicóticas) a) Perturbação psicótica breve Duração de pelo menos um dia e geralmente com remissão dentro de um mês. •Pode ser desencadeada por alterações no contexto como: fatores contextuais traumáticos importante mudança sócio- ocupacional início no período pós-parto (DSM-IV-TR, 2002)
  • 34. a) Perturbação psicótica breve (continuação) •Presença de pelo menos um dos seguintes sintomas: Importante ter em conta o momento em que ocorreu a mudança contextual, isto é, se os sintomas surgiram antes ou depois da mudança de contexto. ideias delirantes, Alucinações  linguagem desorganizada comportamento catatónico ou gravemente desorganizado (DSM-IV-TR, 2002) Outras perturbações psicóticas)
  • 35. b) Perturbação esquizofreniforme  Semelhante à esquizofrenia. No entanto:  A duração é menor, de 1 a 6 meses, e não exige uma deterioração funcional tão acentuada como acontece no caso da esquizofrenia. (DSM-IV-TR, 2002) Outras perturbações psicóticas)
  • 36. c) Perturbação delirante (paranoia) Segundo Ruiloba (2011,p. 217-220) A sintomatologia paranoide pode ocorrer em diferentes momentos da vida do ser humano Distorção de perceções sensoriais Elaboração anormal do processamento secundário Dificuldade para organizar a informação Interpretação errada da realidade Outras perturbações psicóticas)
  • 37. c) Perturbação delirante (continuação) (Ruiloba ,2011,p. 217-220)  Ocorre maioritariamente entre mulheres  Normalmente surge na vida adulta atingindo um pico entre os 35 e 50 anos de idade  Pode coincidir com desintegrações orgânicas da personalidade ou desintegrações sociais Manifesta-se com mais intensidade em personalidades predispostas (paranoide, esquizoide) Prognóstico poderá ser menos favorável podendo conduzir ao delírio crónico
  • 38. c) Perturbação delirante (continuação) De acordo com o DSM-IV-TR (2002)… Caracterizada por delírios com diversas caraterísticas (persecutórios, erotomaníaco, etc.) Percebidas pelo discurso do paciente Exemplo de classificação diagnóstica: Perturbação delirante do tipo persecutório
  • 39. c) Perturbação delirante (continuação)  Os delírios não são bizarros, normalmente implicam situações quotidianas como ser seguido, envenenado, ou traído. Não é hábito a existência de alucinações, e caso presentes não são elevadas  Não se observa incoerência de pensamento  Os sintomas devem estar presentes pelo menos um mês, sem outros sinais da fase aguda da esquizofrenia (DSM-IV-TR, 2002)
  • 40. d) Perturbação esquizoafetiva Diagnóstico de exceção. Quando não puder ser feito o diagnóstico diferencial entre esquizofrenia e transtorno afetivo maior com manifestações psicóticas Outras perturbações psicóticas)
  • 41. O episódio de humor e os sintomas da fase ativa da esquizofrenia ocorrem em simultâneo 2 subtipos: •tipo bipolar Quando ocorrem episódios maníacos, depressivos maiores ou misto •tipo depressivo Quando somente os episódios depressivos maiores (humor deprimido) fazem pare do quadro ( DSM-IV-TR ,2002) d) Perturbação esquizoafetiva (continuação)
  • 42. d) Perturbação psicótica partilhada  A ideia delirante surge no sujeito pelo contato com outra (s) pessoa (s) que já possuíam a perturbação e o conteúdo dessas ideias é muito parecido ou idêntico. Esta alteração não se observa devido à presença de outro transtorno nem por causas fisiológicas (DSM-IV-TR, 2002) Outras perturbações psicóticas)
  • 43. d) Perturbação psicótica partilhada (continuação) Segundo Ruiloba (2011,p.223) podem-se destacar três grupos de díades: 1) Psicose simultânea 2) Psicose imposta Ocorre ao mesmo tempo em pessoas que convivem e apresentam igual disposição para a perturbação A perturbação surge inicialmente na pessoa doente e passa para o indivíduo são, interrompendo o seu curso no indivíduo saudável aquando da separação 3) Psicose comunicada O sujeito que possui a perturbação transmite-a a um recetor e esta desenvolve-se neste de modo autónomo não desaparecendo quando separados
  • 44. e) Perturbação psicótica associada a uma doença  Os sintomas psicóticos são considerados como decorrentes de uma condição médica geral. f) Perturbação psicótica induzida por uma substância  Os sintomas psicóticos são considerados uma consequência fisiológica direta de uma droga de abuso, de medicação, ou exposição a determinada substância. (DSM-IV-TR, 2002) Outras perturbações psicóticas)
  • 45. g) Perturbação psicótica sem outra especificação  Trata-se de uma categoria residual  Incluída para classificar os quadros psicóticos que não satisfaçam os critérios para nenhuma das outras condições, ou então para aquelas sobre as quais não existam informações em quantidade e qualidade necessárias para o diagnóstico. (DSM-IV-TR, 2002) Outras perturbações psicóticas)
  • 46. A intervenção de tratamento nas perturbações psicóticas vai depender do tipo de psicose No entanto Em todos os casos há o cruzamento entre o tratamento medicamentoso e as intervenções psicossociais •Tratamento farmacológico: neurolépticos ou anti psicóticos Evitar evolução desfavorável da doença Efeito sobre as manifestações, atenuando-as (Ruiloba, 2011). Intervenções terapêuticas para as perturbações psicóticas
  • 47. •Abordagens psicossociais: psicoterapia, terapia ocupacional e familiar Promoção da evolução favorável da perturbação Ajustamento social do paciente O tempo de hospitalização depende do caráter da gravidade da situação Intervenção em regime ambulatório Contudo O internamento é necessário em fases agudas ou de descompensação Intervenções terapêuticas para as perturbações psicóticas
  • 48. Família e doença mental Representação social da doença mental Negativismo Fraqueza  agressividade  perigo Incompreensão Mesmo os mais próximos do indivíduo doente têm dificuldade em perceber a situação
  • 49. Família e doença mental “ (…) parceiro singular e fundamental para o cuidado dispensado ao doente(…)” Família Meio natural de terapia e recuperação A família também sofre, não só pela exaustão dos cuidados prestados mas também por não compreender as manifestações da doença Procura de auxilio e de respostas nítida. Importante um apoio especializado (Colver, Ide, & Rolim,2004.p. 198)
  • 50. Reflexão final A vida humana é marcada por crises, estas quando superadas ajudam a processar e a estabilizar condições de sofrimento conduzindo a uma mudança, a um amadurecimento. Mas nem sempre tal acontece…
  • 51. …por vezes o conflito psíquico pode afetar profundamente a pessoa originando a um corte total com a realidade, provocando um investimento narcísico de tal ordem que a pessoa acaba por ruir, fragmentar-se desencadeando um estado de confusão interna ao qual chamamos de psicose. Reflexão final
  • 52. Reflexão final • As perturbações psicóticas caraterizam-se essencialmente por : corte com a realidade  perda da identidade  não-aceitação da condição Estes aspetos manifestam-se essencialmente através de ideias delirantes e alterações comportamentais
  • 53. Os sintomas psicóticos podem surgir associados a diversas psicopatologias, como perturbações da ansiedade ou do humor, demências. É de suma importância identificar a sua natureza, o seu curso, manifestações, presença, ou não, de fatores desencadeastes, para que se possa elaborar um bom diagnóstico diferencial.
  • 54. Reflexão final Em suma, as perturbações psicóticas podem ser compreendidas como manifestações resultantes de grande sofrimento a nível individual, familiar ou social intenso, não podendo ser interpretadas como perturbações fechadas, mas sim como resultantes de determinados contextos, tanto a nível individual como relacional.
  • 55. Amerycan Psychological Association- APA (2002). Esquizofrenia e outras perturbações psicóticas. In Cláudia Dornelles (4 Ed.), Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais-DSM-IV-TR (333-343). Porto Alegre: Artmed Bergeret, J. (2000). A personalidade normal e patológica. Lisboa: Climepsi. Braconnier, A. (2007). Manual de psicopatologia. Lisboa: Climepsi Colvero, L.A.; Ide, C.A.P., & Rolim, M.A. (2004). Família e doença mental: a difícil convivência com a diferença. Revista Escola Enfermagem USP, 38 (2),197-205. Consultado online a 6/10/2012 em: http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v38n2/11.pdf
  • 56. Dalgalarrondo, P. (2008). Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. Porto Alegre: Artmed. Freud, S. (1924). A perda da realidade na neurose e na psicose. In S. Freud (XIX), O Ego e o Id (111-114). Consultado online a 8/10/2012 em: http://pt.scribd.com/doc/49808834/24/A-PERDA-DA-REALIDADE-NA-NEUROSE-E-NA- PSICOSE Foucault, M. (1975). Doença mental e psicologia. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, Ltda. Marcelli, D., & Braconnier, A. (2005). Adolescência e psicopatologia. Lisboa: Climepsi. Ruiloba, J.V. (2011). Introducción a la psicopatologia y la psiquiatria. Barcelona: Elsevier Masson. Scharfetter, C.H. (2005). Introdução à psicopatologia geral. Lisboa: Climepsi