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❉ Sexta - Estudo adicional 
Ensinos de Jesus - Morte e ressurreição - Lição 1232014 
O Desejado de Todas as Nações, p. 524-536: “Lázaro, Sai Para Fora”. 
Entre os mais firmes discípulos de Cristo, achava-se Lázaro de Betânia. Desde o primeiro encontro que 
tiveram, havia sido forte sua fé em Cristo; profundo era o amor que Lhe dedicava, e muito o amava o 
Salvador. Foi em benefício de Lázaro que se realizou o maior dos milagres de Cristo. O Salvador beneficiava 
a todos quantos Lhe buscavam o auxílio. Ama toda a família humana; mas liga-Se a alguns por laços 
especialmente ternos. Seu coração estava unido por forte vínculo de afeição à família de Betânia, e por um 
membro dela foi realizada a mais maravilhosa de Suas obras. 
No lar de Lázaro encontrara Jesus muitas vezes repouso. O Salvador não tinha lar próprio; dependia da 
hospitalidade de amigos e discípulos; e frequentemente, quando cansado, sequioso de companhia humana, 
alegrara-Se de poder escapar para esse pacífico ambiente de família, longe das suspeitas e invejas dos 
raivosos fariseus. Ali recebia sincero acolhimento, pura e santa amizade. Ali podia falar com simplicidade e 
liberdade perfeitas, sabendo que Suas palavras seriam compreendidas e entesouradas. 
Nosso Salvador apreciava um lar tranqüilo e ouvintes interessados. Anelava a ternura, a cortesia e o afeto 
humanos. Os que recebiam a celestial instrução que sempre estava pronto a comunicar, eram grandemente 
abençoados. Ao seguirem-nO as multidões através dos campos, desvendava-lhes as belezas do mundo 
Pág. 525 
natural. Procurava abrir-lhes os olhos do entendimento, a fim de verem como a mão divina sustém os 
mundos. A fim de despertar apreço pela bondade e benevolência divinas, chamava a atenção dos ouvintes 
para o orvalho a cair de manso, a branda chuva e o resplendente Sol, dados igualmente aos bons e aos 
maus. Desejava que os homens compreendessem mais perfeitamente o cuidado que Deus dispensa aos 
instrumentos humanos por Ele criados. A multidão, porém, era tardia em ouvir, e no lar de Betânia Cristo 
encontrava repouso do fatigante conflito da vida pública. Descerrava ali, perante um auditório apto a 
apreciar, o volume da Providência. Nessas palestras íntimas, desdobrava a Seus ouvintes o que não tentava 
dizer à multidão mista. A Seus amigos, não necessitava falar por parábolas. 
Ao dar Cristo Suas admiráveis lições, Maria sentava-se-Lhe aos pés, ouvinte atenta e reverente. Certa vez, 
Marta, perplexa com o cuidado de preparar a refeição, foi ter com Cristo, dizendo: "Senhor, não Te importas 
que minha irmã me deixe servir só? Dize-lhe, pois, que me ajude." Luc. 10:40. Isto foi por ocasião da 
primeira visita de Cristo a Betânia. O Salvador e os discípulos haviam feito a pé a fatigante viagem de Jericó 
até lá. Marta anelava proporcionar-lhes conforto e, em sua ansiedade, esqueceu a gentileza devida ao 
Hóspede. Jesus lhe respondeu branda e pacientemente: "Marta, Marta, estás ansiosa e afadigada com 
muitas coisas, mas uma só é necessária; e Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada." Luc. 
10:41 e 42. Maria estava enriquecendo o espírito com as preciosas palavras caídas dos lábios do Salvador, 
palavras mais valiosas para ela do que as mais magníficas jóias da Terra. 
A "uma só" coisa que Marta necessitava, era espírito calmo, devoto, mais profundo anseio de conhecimento 
da vida futura, imortal, e as graças necessárias ao progresso espiritual. Precisava de menos ansiedade em 
torno das coisas que passam, e mais pelas que permanecem para sempre. Jesus quer ensinar Seus filhos a 
se apoderarem de toda oportunidade de adquirir o conhecimento que os tornará sábios para a salvação. A 
causa de Cristo requer obreiros cuidadosos e enérgicos. Existe vasto campo para as Martas, com seu zelo 
no culto ativo. Sentem-se elas primeiro, porém, com Maria aos pés de Jesus. Sejam a diligência, prontidão e 
energia santificadas pela graça de Cristo; então a vida será uma invencível força para o bem. 
A dor penetrou no pacífico lar em que Jesus descansara. Lázaro foi acometido de repentina moléstia, e as 
irmãs mandaram em busca do Salvador, dizendo: "Senhor, eis que está enfermo 
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aquele que Tu amas." João 11:3. Viram a violência do mal que atacara o irmão, mas sabiam que Jesus Se 
demonstrara capaz de curar toda espécie de doenças. Acreditavam que delas Se compadeceria em sua 
aflição; não puseram, pois, maior empenho em que viesse imediatamente, mas enviaram apenas a confiante 
mensagem: "Eis que está enfermo aquele que Tu amas." Julgavam que atenderia imediatamente a esse 
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apelo e Se acharia com elas assim que Lhe fosse possível. Ansiosas, aguardavam uma palavra de Jesus. 
Enquanto restou em seu irmão uma centelha de vida, oraram, e esperaram pelo Mestre. Mas o mensageiro 
voltou sem Ele. Trouxe, todavia, o recado: "Esta enfermidade não é para morte" (João 11:4), e elas se 
apegaram à esperança de que Lázaro viveria. Buscavam com ternura dirigir palavras de esperança e 
animação ao quase inconsciente enfermo. Quando Lázaro morreu, ficaram cruelmente decepcionadas; 
sentiam-se, porém, sustidas pela graça de Cristo, e isso as guardou de lançar qualquer censura ao Salvador. 
Quando Cristo ouviu a notícia, os discípulos julgaram que a recebera friamente. Não manifestou o pesar que 
esperavam. Olhando para eles, disse: "Esta enfermidade não é para morte, mas para glória de Deus; para 
que o Filho de Deus seja glorificado por ela." Por dois dias Se demorou no lugar em que Se achava. Essa 
demora era um mistério para os discípulos. Que conforto Sua presença seria para a aflita família! pensavam. 
Era bem conhecida dos discípulos Sua grande afeição pela família de Betânia, e surpreenderam-se de que 
Ele não atendesse à triste mensagem: "Eis que está enfermo aquele que Tu amas." 
Durante os dois dias, Cristo parecia haver alijado da mente a notícia; pois não falava em Lázaro. Os 
discípulos lembraram-se de João Batista, o precursor de Jesus. Haviam-se admirado de que, com o poder 
de que dispunha para operar milagres maravilhosos, Cristo houvesse permitido que João definhasse no 
cárcere e morresse de morte violenta. Possuindo tal poder, por que não salvara a vida de João? Essa 
pergunta fora muitas vezes feita pelos fariseus, que a apresentavam como irrefutável argumento contra a 
afirmação de Cristo, de ser o Filho de Deus. O Salvador advertira os discípulos de provações, perdas e 
perseguições. Abandoná-los-ia na provação? Alguns cogitaram se se haviam enganado a respeito de Sua 
missão. Todos ficaram profundamente perturbados. 
Depois de esperar dois dias, disse Jesus aos discípulos: "Vamos outra vez para a Judéia." João 11:7. Os 
discípulos reflexionavam por que, se Jesus ia para a Judéia, esperara dois dias? Mas a ansiedade 
Pág. 527 
por Cristo e por eles próprios tomou então o primeiro plano no espírito deles. Não podiam ver senão perigos 
no passo que Ele ia dar. "Rabi", disseram, "ainda agora os judeus procuravam apedrejar-Te, e tornas para 
lá? Jesus respondeu: Não há doze horas no dia?" Acho-Me sob a direção de Meu Pai; enquanto fizer Sua 
vontade, Minha vida está segura. As doze horas do Meu dia ainda não findaram. Entrei em suas últimas 
horas; mas enquanto restar algumas delas, acho-Me a salvo. 
"Se alguém andar de dia", continuou, "não tropeça, porque vê a luz deste mundo." Aquele que faz a vontade 
de Deus, que anda no caminho por Ele indicado, não pode tropeçar nem cair. A luz do Espírito de Deus, a 
guiá-lo, dá-lhe clara percepção de seu dever, conduzindo-o direito até ao fim de sua obra. "Mas, se andar de 
noite, tropeça, porque nele não há luz." Aquele que anda em caminho de sua própria escolha, ao qual Deus 
não o chamou, tropeçará. Para esse o dia se torna em noite, e onde quer que esteja, não se acha seguro. 
"Assim falou; e depois disse-lhes: Lázaro, o nosso amigo dorme, mas vou despertá-lo do sono." "Lázaro, o 
nosso amigo, dorme." João 11:9-11. Que tocantes essas palavras! quão repassadas de simpatia! Ao 
pensamento do perigo que seu Mestre ia correr indo a Jerusalém, os discípulos quase esqueceram a 
enlutada família de Betânia. Tal, porém, não se dera com Cristo. Os discípulos sentiram-se repreendidos. 
Tinham ficado decepcionados por Cristo não atender mais prontamente à mensagem. Foram tentados a 
pensar que não possuía por Lázaro e suas irmãs a terna afeição que Lhe atribuíam, do contrário Se teria 
apressado a ir com o mensageiro. Mas as palavras: "Lázaro, o nosso amigo, dorme", despertaram-lhes os 
devidos sentimentos. Convenceram-se de que Jesus não esquecera os amigos em aflição. 
"Disseram pois os Seus discípulos: Senhor, se dorme, estará salvo. Mas Jesus dizia isto da sua morte; eles, 
porém, cuidavam que falava do repouso do sono." João 11:12 e 13. Cristo apresenta a morte, para Seus 
filhos crentes, como um sono. Sua vida está escondida com Cristo em Deus, e até que soe a derradeira 
trombeta, os que morrem dormirão nEle. 
Então Jesus lhes disse claramente: "Lázaro está morto; e folgo, por amor de vós de que Eu lá não estivesse, 
para que acrediteis; mas vamos ter com ele." João 11:14 e 15. Tomé não podia ver senão morte reservada a 
seu Mestre, caso fosse para a Judéia; mas encheu-se de ânimo, e disse aos outros discípulos: "Vamos nós 
também, para morrermos com Ele." João 11:16. Ele conhecia o ódio dos judeus para com 
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Cristo. Era desígnio deles tramar-Lhe a morte, mas não alcançaram esse objetivo, porque Lhe restava ainda 
algum do tempo que Lhe estava determinado. Durante esse tempo, Jesus tinha a guarda dos anjos 
celestiais, e mesmo nas regiões da Judéia, onde os rabis estavam tramando a maneira de se apoderar dEle 
e entregá-Lo à morte, mal algum Lhe poderia sobrevir. 
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Os discípulos maravilharam-se às palavras de Cristo, quando disse: "Lázaro está morto; e folgo... que Eu lá 
não estivesse." João 11:14 e 15. Esquivar-Se-ia o Salvador, por Sua própria vontade, do lar de Seus amigos 
em sofrimento? Aparentemente. Maria, Marta e o moribundo Lázaro foram deixados sós. Mas não estavam 
sós. Cristo testemunhou toda a cena e, depois da morte de Lázaro, Sua graça susteve as desoladas irmãs. 
Jesus testemunhou a dor de seus despedaçados corações, ao lutar o irmão contra o poderoso inimigo - a 
morte. Sentiu todo o transe da agonia, quando disse aos discípulos: "Lázaro o nosso amigo, dorme." Mas 
Cristo não tinha somente os amados de Betânia em quem pensar; o preparo de Seus discípulos exigia-Lhe a 
consideração. Deviam ser Seus representantes perante o mundo, para que a bênção do Pai a todos 
pudesse abranger. Por amor deles permitiu que Lázaro morresse. Houvesse-o Ele restabelecido à saúde, e 
não se teria realizado o milagre que é a mais positiva prova de Seu caráter divino. 
Se Cristo Se achara no quarto do doente, este não teria morrido; pois Satanás nenhum poder sobre ele 
exerceria. A morte não alvejaria a Lázaro com seu dardo, em presença do Doador da vida. Portanto, Cristo 
Se conservou distante. Consentiu que o maligno exercesse seu poder, a fim de o fazer recuar como um 
inimigo vencido. Permitiu que Lázaro passasse pelo poder da morte; e as consternadas irmãs viram seu 
amado ser deposto no sepulcro. Cristo sabia que ao contemplarem o rosto inanimado do irmão, severa seria 
a prova de sua fé no Redentor. Mas sabia que, em virtude da luta por que estavam então passando essa fé 
resplandeceria com brilho incomparavelmente maior. Sofreu cada transe da dor que padeceram. Não os 
amava menos, pelo fato de demorar-Se; mas sabia que por elas, por Lázaro, por Ele próprio e os discípulos, 
deveria ser obtida uma vitória. 
"Por amor de vós", "para que acrediteis." A todos quantos estão buscando sentir a mão guiadora de Deus, o 
momento do maior desânimo é justamente aquele em que mais perto está o divino auxílio. Olharão para trás 
com reconhecimento, à parte mais sombria do caminho que percorreram. "Assim sabe o Senhor livrar da 
tentação os piedosos." II Ped. 2:9. De toda tentação e de toda prova, tirá-los-á Ele com mais firme fé e mais 
rica experiência. 
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Retardando Sua ida para junto de Lázaro, tinha Cristo um desígnio de misericórdia para com os que O não 
receberam. Demorou-Se para que, erguendo Lázaro dos mortos, pudesse dar a Seu incrédulo, obstinado 
povo, outra prova de que era na verdade "a ressurreição e a vida". Custava-Lhe renunciar a toda esperança 
quanto ao povo, as pobres, extraviadas ovelhas da casa de Israel. Partia-se-Lhe o coração por causa da sua 
impenitência. Determinou, em Sua misericórdia, dar mais uma prova de que era o Restaurador, Aquele que, 
unicamente, podia trazer à luz a vida e a imortalidade. Havia de ser um testemunho que os sacerdotes não 
pudessem torcer. Foi essa a causa de Sua demora em ir a Betânia. Esse milagre, a coroa dos milagres do 
Salvador - a ressurreição de Lázaro - devia pôr o selo de Deus em Sua obra e em Sua reivindicação à 
divindade. 
Na jornada para Betânia, Jesus, segundo o Seu costume, socorreu os enfermos e necessitados. Ao chegar à 
cidade, mandou às irmãs um mensageiro com as novas de Sua chegada. Cristo não entrou imediatamente 
em casa, mas ficou num lugar retirado, próximo ao caminho. A grande demonstração que os judeus 
costumavam fazer por ocasião da morte de parentes e amigos, não se coadunava com o espírito de Cristo. 
Ouviu os sons das lamentações dos pranteadores assalariados, e não desejava encontrar-Se com as irmãs 
nessa cena de confusão. Entre os pranteadores amigos, achavam-se parentes da família, alguns dos quais 
ocupavam posições de responsabilidade em Jerusalém. Encontravam-se entre eles os mais rancorosos 
inimigos de Cristo. Este lhes conhecia os desígnios, e daí não Se deu imediatamente a conhecer. 
A mensagem foi transmitida a Marta tão discretamente, que outros no quarto não a ouviram. Absorta em seu 
pesar, Maria não escutou as palavras. Erguendo-se de pronto, Marta saiu ao encontro do Senhor, mas, 
pensando que ela fora ao sepulcro de Lázaro, Maria deixou-se ficar em silêncio com a sua mágoa, sem fazer 
nenhum rumor. 
Marta apressou-se em ir ter com Jesus, o coração agitado por desencontradas emoções. Em Seu 
expressivo rosto, leu ela a mesma ternura e amor que nEle sempre vira. Sua confiança nEle permaneceu 
intata, mas lembrou-se de seu bem-amado irmão, a quem também Jesus amara. Num misto de desgosto 
nascente, por Cristo não ter vindo antes, e de esperança de que ainda agora faria qualquer coisa para as 
confortar, exclamou: "Senhor, se Tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido!" João 11:21. Repetidas 
vezes, por entre o tumulto dos pranteadores, haviam as irmãs feito essa exclamação. 
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Com humana e divina piedade, contemplou Jesus seu dolorido e fatigado rosto. Marta não mostrava desejos 
de narrar o acontecido; tudo se exprimiu nas patéticas palavras: "Senhor, se Tu estivesses aqui, meu irmão 
não teria morrido!" Fitando o amorável semblante, acrescentou: "Mas também agora sei que tudo quanto 
pedires a Deus, Deus To concederá." João 11:21 e 22. 
Jesus lhe animou a fé, dizendo: "Teu irmão há de ressuscitar." João 11:23. Sua resposta não visava a 
inspirar a expectativa de uma mudança imediata. Conduziu os pensamentos de Marta para além da 
restauração presente de seu irmão, fixando-os na ressurreição dos justos. Assim fez para que visse, na 
ressurreição de Lázaro, o penhor da de todos os justos mortos e a certeza de que se realizaria pelo poder do 
Salvador. 
Marta respondeu: "Eu sei que há de ressuscitar na ressurreição do último dia." João 11:24. 
Ainda procurando dar a verdadeira direção à sua fé, Jesus declarou: "Eu sou a ressurreição e a vida." Em 
Cristo há vida original, não emprestada, não derivada. "Quem tem o Filho tem a vida." I João 5:12. A 
divindade de Cristo é a certeza de vida eterna para o crente. "Quem crê em Mim", disse Jesus, "ainda que 
esteja morto viverá; e todo aquele que vive, e crê em Mim, nunca morrerá. Crês tu isto?" João 11:25 e 26. 
Cristo olha aqui ao tempo de Sua segunda vinda. Então os justos mortos ressuscitarão incorruptíveis, e os 
vivos serão trasladados para o Céu, sem ver a morte. O milagre que Cristo estava prestes a realizar, em 
ressuscitar a Lázaro dos mortos, representaria a ressurreição de todos os justos mortos. Por Suas palavras 
e obras, declarou-Se o Autor da ressurreição. Aquele que estava, Ele próprio, prestes a morrer na cruz, 
retinha as chaves da morte, vencedor do sepulcro, e afirmou Seu direito e poder de dar vida eterna. 
Às palavras do Salvador: "Crês tu?" Marta respondeu: "Sim, Senhor, creio que Tu és o Cristo, o Filho de 
Deus, que havia de vir ao mundo." João 11:27. Ela não compreendia em toda a sua significação as palavras 
proferidas por Cristo, mas confessou sua fé na divindade dEle, e sua confiança em que Ele era capaz de 
efetuar qualquer coisa que Lhe aprouvesse. 
"E, dito isto, partiu e chamou em segredo a Maria, sua irmã, dizendo: O Mestre está cá, e chama-te." João 
11:28. Ela comunicou sua mensagem o mais reservadamente possível; pois os sacerdotes e principais 
estavam preparados para prender Jesus quando se oferecesse oportunidade. O clamor dos pranteadores 
impediu que suas palavras fossem ouvidas. 
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Ao receber a comunicação, Maria ergueu-se apressadamente, e com expressão ansiosa, deixou a sala. 
Julgando que ela fora à sepultura para chorar, os pranteadores seguiram-na. Ao chegar ao local em que 
Jesus a esperava, ajoelhou-se-Lhe aos pés, e disse com lábios trêmulos: "Senhor, se Tu estivesses aqui, 
meu irmão não teria morrido." João 11:21. Eram-lhe penosos os gritos dos pranteadores; pois ela desejava 
trocar algumas tranqüilas palavras só com Jesus. Mas conhecia a inveja e o ciúme que alguns dos 
presentes contra Ele nutriam no coração, e absteve-se de exprimir-Lhe plenamente a sua mágoa. 
"Jesus pois, quando a viu chorar, e também chorando os judeus que com ela vinham, moveu-Se muito em 
espírito, e perturbou-Se." João 11:33. Lia o coração de todos os que ali estavam reunidos. Viu que da parte 
de muitos, não passava de simulação o que apresentavam como demonstração de pesar. Sabia que alguns 
no grupo, manifestando agora hipócrita tristeza, estariam sem muita demora, planejando a morte, não 
somente do poderoso Operador de Milagres, mas daquele que estava para ser ressuscitado. Cristo lhes 
poderia haver arrancado o manto de fingido pesar. Conteve, porém, Sua justa indignação. As palavras que 
poderia, com toda verdade, haver proferido, calou-as por amor do querido ser a Seus pés ajoelhado em dor, 
e que realmente nEle acreditava. 
"Onde o pusestes?" perguntou. "Disseram-Lhe: Senhor, vem e vê." João 11:34. Juntos, dirigiram-se para o 
sepulcro. Foi uma cena dolorosa. Lázaro fora muito amado, e as irmãs por ele choravam, despedaçado o 
coração, ao passo que os que haviam sido amigos seus, misturavam as lágrimas com as das desoladas 
irmãs. Em face dessa aflição humana e de que os amigos consternados pranteavam o morto, enquanto o 
Salvador do mundo ali Se achava - "Jesus chorou". João 11:35. Se bem que fosse o Filho de Deus, 
revestira-Se, no entanto, da natureza humana e comoveu-Se com a humana dor. Seu terno, compassivo 
coração está sempre pronto a compadecer-se perante o sofrimento. Chora com os que choram, e alegra-Se 
com os que se alegram. 
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Não foi, porém, simplesmente pela simpatia humana para com Maria e Marta, que Jesus chorou. Havia em 
Suas lágrimas uma dor tão acima da simples mágoa humana, como o Céu se acha acima da Terra. Cristo 
não chorou por Lázaro; pois estava para o chamar do sepulcro. Chorou porque muitos dos que ora 
pranteavam a Lázaro haviam de em breve tramar a morte dAquele que era a ressurreição e a vida. Quão 
incapazes se achavam, no entanto, os incrédulos judeus de interpretar devidamente Suas 
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lágrimas! Alguns, que não conseguiam enxergar senão as circunstâncias exteriores da cena que perante Ele 
estava, como causa de Sua tristeza, disseram baixinho: "Vede como o amava!" Outros, procurando lançar a 
semente da incredulidade no coração dos presentes, disseram, irônicos: "Não podia Ele, que abriu os olhos 
ao cego, fazer também com que este não morresse?" João 11:36 e 37. Se estava no poder de Cristo salvar 
a Lázaro, por que, então, o deixou morrer? 
Com profética visão, percebeu Cristo a inimizade dos fariseus e dos saduceus. Sabia que Lhe estavam 
premeditando a morte. Não ignorava que alguns dos que tão cheios de aparente simpatia se mostravam, em 
breve fechariam contra si mesmos a porta da esperança e os portais da cidade de Deus. Em Sua 
humilhação e crucifixão estava para verificar-se uma cena que daria em resultado a destruição de 
Jerusalém, e então ninguém lamentaria os mortos. O juízo que estava para cair sobre Jerusalém foi perante 
Ele claramente delineado. Contemplou Jerusalém cercada pelas legiões romanas. Viu que muitos dos que 
agora choravam por Lázaro morreriam no cerco da cidade, e não haveria esperança em sua morte. 
Não foi somente pela cena que se desenrolava a Seus olhos, que Cristo chorou. Pesava sobre Ele a dor dos 
séculos. Viu os terríveis efeitos da transgressão da lei divina. Viu que, na história do mundo, a começar com 
a morte de Abel, fora incessante o conflito entre o bem e o mal. Lançando o olhar através dos séculos por 
vir, viu o sofrimento e a dor, as lágrimas e a morte que caberiam em sorte aos homens. Seu coração pungiu-se 
pelas penas da família humana de todos os tempos e em todas as terras. Pesavam-Lhe fortemente sobre 
a alma as misérias da pecadora raça, e rompeu-se-Lhe a fonte das lágrimas no anelo de lhes aliviar todas as 
aflições. 
"Jesus pois, movendo-Se outra vez muito em Si mesmo, veio ao sepulcro." Lázaro fora depositado numa 
cova na rocha, sendo colocado na porta um bloco de pedra. "Tirai a pedra" (João 11:38 e 39), disse Cristo. 
Julgando que desejasse apenas ver o morto, Maria objetou, dizendo que o corpo fora enterrado havia quatro 
dias, tendo já começado o processo de decomposição. Esta afirmativa, feita antes de Lázaro ressuscitar, 
não deixou margem a que os inimigos de Cristo dissessem que houvera fraude. Anteriormente, haviam os 
fariseus espalhado falsas afirmações em torno das mais maravilhosas manifestações do poder de Deus. Ao 
ressuscitar Cristo a filha de Jairo, dissera: "A menina não está morta, mas dorme." Mar. 5:39. Como 
houvesse estado doente apenas pouco tempo, e fora 
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ressuscitada imediatamente depois da morte, os fariseus afirmaram que a criança não estava morta; que o 
próprio Cristo dissera que ela dormia. Procuraram fazer crer que Jesus não podia curar moléstias, que Seus 
milagres não passavam de mistificação. Nesse caso, porém, ninguém podia negar que Lázaro estivesse 
morto. 
Quando o Senhor está para realizar uma obra, Satanás instiga alguém a fazer objeções. "Tirai a pedra", 
disse Cristo. Tanto quanto possível, preparai o caminho para Minha obra. Manifestou-se, porém, a natureza 
positiva e pretensiosa de Marta. Não desejava que o corpo em decomposição fosse apresentado aos 
olhares dos outros. O coração humano é tardio em compreender as palavras de Cristo, e a fé de Marta não 
apreendera o verdadeiro sentido de Sua promessa. 
Cristo reprovou a Marta, mas Suas palavras foram proferidas com a máxima brandura. "Não te hei dito que, 
se creres verás a glória de Deus?" João 11:40. Por que duvidas de Meu poder? Por que arrazoas em 
contradição às Minhas ordens? Tens a Minha palavra. Se creres, verás a glória de Deus. Impossibilidades 
naturais não podem impedir a obra do Onipotente. Ceticismo e incredulidade não são humildade. A crença 
implícita na palavra de Cristo, eis a verdadeira humildade, a verdadeira entrega de si mesmo. 
"Tirai [vós] a pedra." João 11:39. Cristo podia ter ordenado à pedra que se deslocasse por si mesma, e ela 
Lhe teria obedecido à voz. Poderia ter mandado aos anjos que se Lhe achavam ao lado, que fizessem isso. 
Ao Seu mando, mãos invisíveis teriam removido a pedra. Mas ela devia ser retirada por mãos humanas. 
Assim queria Cristo mostrar que a humanidade tem de cooperar com a divindade. O que o poder humano 
pode fazer, o divino não é solicitado a realizar. Deus não dispensa o auxílio humano. Fortalece-o, 
cooperando com ele, ao servir-se das faculdades e aptidões que lhe foram dadas. 
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A ordem é obedecida. Retiram a pedra. Faz-se tudo pública e propositadamente. Dá-se a todos a 
oportunidade de ver que nenhuma fraude é praticada. Ali jaz o corpo de Lázaro no sepulcro da rocha, no frio 
e na mudez da morte. Silenciam os lamentos dos pranteadores. Surpreso, em expectação, reúne-se o grupo 
em torno do sepulcro, esperando o que se vai seguir. 
Cristo, sereno, Se acha de pé ante a tumba. Paira sobre todos os presentes uma santa solenidade. Cristo 
Se aproxima do sepulcro. Erguendo os olhos ao Céu, diz: "Pai, graças Te dou por Me haveres ouvido." João 
11:41. Não muito tempo antes disso, os inimigos de Jesus O haviam acusado de blasfêmia, pegando em 
pedras para Lhe atirar por afirmar Ele ser o Filho de Deus. Acusavam-nO 
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de operar milagres pelo poder de Satanás. Mas aqui Cristo chama a Deus Seu Pai, e com perfeita confiança, 
declara ser o Filho de Deus. 
Em tudo quanto fazia, Cristo cooperava com o Pai. Tinha sempre o cuidado de tornar claro que não agia 
independentemente; era pela fé e a oração que Ele realizava Seus milagres. Cristo desejava que todos 
soubessem Suas relações para com o Pai. "Pai", disse, "graças Te dou, por Me haveres ouvido. Eu bem sei 
que sempre Me ouves, mas Eu disse isto por causa da multidão que está em redor, para que creiam que Tu 
Me enviaste." João 11:41 e 42. Ali aos discípulos e ao povo devia ser proporcionada a mais convincente 
prova com respeito à relação existente entre Cristo e Deus. Devia-lhes ser mostrado que a afirmação de 
Cristo não era um engano. 
"E tendo dito isto, clamou com grande voz: Lázaro, sai para fora." João 11:43. Sua voz, clara e penetrante, 
soa aos ouvidos do morto. Ao falar, a divindade irrompe através da humanidade. Em Seu rosto, iluminado 
pela glória de Deus, vê o povo a certeza de Seu poder. Todos os olhos se acham fixos na entrada do 
sepulcro. Todos os ouvidos, atentos ao mais leve som. Com intenso e doloroso interesse, aguardam todos a 
prova da divindade de Cristo, o testemunho que há de comprovar Sua declaração de ser o Filho de Deus, ou 
para sempre extinguir a esperança. 
Há um ruído na silenciosa tumba, e o que estivera morto aparece à entrada da mesma. Seus movimentos 
são impedidos pela mortalha em que está envolto, e Cristo diz à estupefata assistência: "Desatai-o, e deixai-o 
ir." Mais uma vez lhes é mostrado que o obreiro humano deve cooperar com Deus. A humanidade deve 
trabalhar pela humanidade. Lázaro é desligado e aparece ao grupo, não como uma pessoa emagrecida pela 
doença, membros débeis e vacilantes, mas como um homem na primavera da vida, no vigor de nobre 
varonilidade. Brilham-lhe os olhos de inteligência e de amor para com o Salvador. Lança-se em adoração 
aos pés de Jesus. 
Os espectadores ficam, a princípio, mudos de espanto. Segue-se depois uma inexprimível cena de regozijo 
e louvor. As irmãs recebem como um dom de Deus o irmão que lhes é devolvido, e, com lágrimas de júbilo, 
exprimem entrecortadamente sua gratidão ao Salvador. Mas, enquanto o irmão, as irmãs e os amigos se 
regozijam nessa reunião, Jesus Se retira da cena. Ao procurarem o Doador da vida, já não O encontram. 
O Desejado de Todas as Nações, p. 779-787: “O Senhor Ressuscitou”. 
Lentamente passara a noite do primeiro dia da semana. Havia soado a hora mais escura, exatamente antes 
do raiar da aurora. Cristo continuava prisioneiro em Seu estreito sepulcro. A grande pedra estava em seu 
lugar; intato, o selo romano; a guarda, de sentinela. Vigias invisíveis ali estavam também. Hostes de anjos 
maus se achavam reunidas em torno daquele lugar. Houvesse sido possível, e o príncipe das trevas, com 
seu exército de apóstatas, teria mantido para sempre fechado o túmulo que guardava o Filho de Deus. Uma 
hoste celeste, porém, circundava o sepulcro. Anjos magníficos em poder o guardavam, esperando o 
momento de saudar o Príncipe da Vida. 
"E eis que houvera um grande terremoto, porque um anjo do Senhor, descendo do Céu, chegou." Mat. 28:2. 
Vestido com a armadura de Deus, deixou este anjo as cortes celestiais. Os brilhantes raios da glória divina o 
precediam, iluminando-lhe o caminho. "E o seu aspecto era como um relâmpago, e o seu vestido branco 
como a neve. E os guardas, com medo dele, ficaram muito assombrados, e como mortos." Mat. 28:3 e 4. 
Onde está, sacerdotes e príncipes, o poder de vossa guarda? - Bravos soldados que nunca se atemorizaram 
diante do poder humano, são agora como cativos aprisionados sem espada nem lança. O rosto que 
contemplam não é o de um guerreiro mortal; 
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é a face do mais poderoso das hostes do Senhor. Este mensageiro é o que ocupa a posição da qual caiu 
Satanás. Fora aquele que nas colinas de Belém proclamara o nascimento de Cristo. A terra treme à sua 
aproximação, fogem as hostes das trevas, e enquanto ele rola a pedra, dir-se-ia que o Céu baixara à Terra. 
Os soldados o vêem removendo a pedra como se fora um seixo, e ouvem-no exclamar: Filho de Deus, 
ressurge! Teu Pai Te chama. Vêem Jesus sair do sepulcro, e ouvem-nO proclamar sobre o túmulo aberto: 
"Eu sou a ressurreição e a vida." Ao ressurgir Ele em majestade e glória, a hoste angélica se prostra perante 
o Redentor, em adoração, saudando-O com hinos de louvor. 
Um terremoto assinalara a hora em que Jesus depusera a vida; outro terremoto indicou o momento em que 
a retomou em triunfo. Aquele que vencera a morte, e a sepultura, saiu do túmulo com o passo do vencedor, 
por entre o cambalear da terra, o fuzilar dos relâmpagos e o ribombar dos trovões. Quando vier novamente à 
Terra, comoverá "não só a Terra, senão também o céu". Heb. 12:26. "De todo vacilará a Terra como o 
bêbado, e será movida e removida como a choça." Isa. 24:20. "E os céus se enrolarão como um livro" (Isa. 
34:4); "os elementos, ardendo, se desfarão, e a Terra, e as obras que nela há se queimarão". II Ped. 3:10. 
"Mas o Senhor será o refúgio do Seu povo, e a fortaleza dos filhos de Israel." Joel 3:16. 
Ao morrer Jesus, tinham os soldados visto a Terra envolta em trevas ao meio-dia; ao ressurgir, porém, viram 
o resplendor dos anjos iluminar a noite, e ouviram os habitantes do Céu cantarem com grande alegria e 
triunfo: "Tu venceste Satanás e os poderes das trevas; Tu tragaste a morte na vitória" 
Cristo saiu do sepulcro glorificado, e a guarda romana O contemplou. Seus olhos fixaram-se no rosto 
dAquele a quem, havia tão pouco, tinham escarnecido e ridicularizado. Neste Ser glorificado, viram o 
Prisioneiro que tinham contemplado no tribunal, Aquele para quem haviam tecido uma coroa de espinhos. 
Era Aquele que, sem resistência, estivera em presença de Pilatos e de Herodes, o corpo lacerado pelos 
cruéis açoites. Era Aquele que fora pregado na cruz, para quem os sacerdotes e os príncipes, cheios de 
satisfação própria, haviam sacudido a cabeça, dizendo: "Salvou os outros, e a Si mesmo não pode salvar- 
Se." Mat. 27:42. Era Aquele que fora deposto no sepulcro novo de José. O decreto do Céu libertara o Cativo. 
Montanhas amontoadas sobre 
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montanhas em cima de Seu túmulo, não O poderiam haver impedido de sair. 
À vista dos anjos e do Salvador glorificado, os guardas romanos desmaiaram e ficaram como mortos. 
Quando a comitiva celeste foi oculta a seus olhos, eles se ergueram e, tão rápido como lhes permitiram os 
trêmulos membros, encaminharam-se para a porta do horto. Cambaleando como bêbados, precipitaram-se 
para a cidade, dando as maravilhosas novas àqueles com quem se encontravam. Iam em busca de Pilatos, 
mas sua narração foi levada às autoridades judaicas, e os principais dos sacerdotes e os príncipes 
mandaram-nos buscar primeiro à sua presença. Estranho era o aspecto daqueles soldados. Tremendo de 
temor, faces desmaiadas, testificaram da ressurreição de Cristo. Disseram tudo, exatamente como tinham 
visto; não haviam tido tempo de pensar ou falar qualquer coisa que não fosse a verdade. Com doloroso 
acento, disseram: Foi o Filho de Deus que foi crucificado; ouvimos um anjo proclamá-Lo a Majestade do 
Céu, o Rei da glória. 
O rosto dos sacerdotes estava como o de um morto. Caifás tentou falar. Moveram-se-lhe os lábios, mas não 
conseguiram emitir nenhum som. Os soldados estavam para deixar a sala do conselho, quando os deteve 
uma voz. 
Caifás conseguira falar, por fim: "Esperai, esperai", disse. "Não digais a ninguém o que vistes." Uma 
mentirosa história foi então posta na boca dos soldados. "Dizei: Vieram de noite os Seus discípulos e, 
dormindo nós, O furtaram." Mat. 28:13. Aí se enganaram os sacerdotes. 
Pág. 782 
Como poderiam os soldados dizer que os discípulos tinham furtado o corpo enquanto eles dormiam? Se 
dormiam, como podiam saber? E, houvessem os discípulos provadamente roubado o corpo de Cristo, não 
teriam os sacerdotes sido os primeiros a condená-los? Ou, caso houvessem as sentinelas dormido junto ao 
sepulcro, não teriam os sacerdotes se apressado a acusá-los a Pilatos? 
Os soldados horrorizaram-se ao pensamento de trazerem sobre si mesmos a acusação de dormirem em seu 
posto. Era este um delito castigado com a morte. Deveriam dar um falso testemunho enganando o povo, e 
pondo em perigo a própria vida? Não tinham feito com toda vigilância sua fatigante guarda? Como 
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suportariam a prova, mesmo por amor do dinheiro, se juravam falso contra si próprios? 
A fim de impor silêncio ao testemunho que temiam, os sacerdotes prometeram salvaguardar os soldados, 
dizendo que Pilatos quereria tampouco como eles próprios que aquela notícia circulasse. Os soldados 
romanos venderam sua integridade aos judeus por dinheiro. Chegaram à presença dos sacerdotes 
carregados com a mais assustadora mensagem de verdade; saíram com uma carga de dinheiro, e tendo na 
língua uma falsa história para eles forjada pelos sacerdotes. 
Entretanto, a notícia da ressurreição de Cristo fora levada a Pilatos. Se bem que este houvesse sido 
responsável por entregar a Jesus à morte, estava relativamente descuidoso. Embora tivesse condenado o 
Salvador contra a vontade, e com sentimento de compaixão, não experimentara ainda verdadeiro pesar. 
Aterrado, fechara-se agora em casa, decidido a não ver ninguém. Os sacerdotes, porém, abrindo caminho 
até sua presença, contaram a história que haviam inventado, e pediram-lhe que passasse por alto a 
negligência do dever por parte das sentinelas. Antes de assim fazer, ele próprio interrogou particularmente 
os guardas. Estes, temendo pela própria segurança, não ousaram ocultar nada, e Pilatos tirou deles a 
narração de tudo quanto ocorrera. Não levou adiante a questão, mas desde aquele dia não houve mais paz 
para ele. 
Quando Jesus foi posto no sepulcro, Satanás triunfou. Ousou esperar que o Salvador não retomaria 
novamente a vida. Reclamava o corpo do Senhor, e pôs sua guarda em torno do túmulo, procurando manter 
Cristo prisioneiro. Ficou furioso quando seus anjos fugiram diante do celeste mensageiro. Ao ver Cristo sair 
em triunfo compreendeu que seu reino chegaria a termo, e que ele devia morrer afinal. 
Pág. 785 
Matando Cristo, os sacerdotes se tinham tornado instrumentos de Satanás. Achavam-se agora inteiramente 
em seu poder. Estavam emaranhados numa teia da qual não viam escape, senão continuando sua guerra 
contra Cristo. Ao ouvirem a notícia de Sua ressurreição, temeram a ira do povo. Recearam que a própria 
vida corresse perigo. A única esperança para eles, era provar ser Cristo um impostor, negando haver 
ressuscitado. Subornaram os soldados e conseguiram o silêncio de Pilatos. Espalharam por perto e por 
longe sua mentirosa história. Testemunhas havia, porém, a quem não podiam reduzir ao silêncio. Muitos 
tinham ouvido falar do testemunho dos soldados quanto à ressurreição de Cristo. E alguns dos mortos 
ressuscitados com Jesus apareceram a muitos, declarando que Ele ressurgira. Foi levada aos sacerdotes a 
notícia de pessoas que tinham visto esses ressuscitados, ouvindo o testemunho deles. Os sacerdotes e os 
principais estavam em contínuo terror, não acontecesse que, ao andar pelas ruas, ou no interior das próprias 
casas, se viessem a encontrar face a face com Jesus. Sentiam que não havia segurança para eles. 
Ferrolhos e traves não passavam de frágil proteção contra o Filho de Deus. De dia e de noite achava-se 
diante deles aquela horrível cena do tribunal, quando clamaram: "O Seu sangue caia sobre nós e sobre 
nossos filhos." Mat. 27:25. Nunca mais se lhes havia de apagar da memória aquela cena. Jamais desceria 
sobre eles um sono tranquilo. 
Quando foi ouvida no túmulo de Cristo a voz do poderoso anjo, dizendo: "Teu Pai Te chama", o Salvador saiu 
do sepulcro pela vida que havia em Si mesmo. Provou-se então a verdade de Suas palavras: "Dou a Minha 
vida para tornar a tomá-la. ... Tenho poder para a dar, e poder para tornar a tomá-la." João 10:17 e 18. Então 
se cumpriu a profecia que fizera aos sacerdotes e príncipes: "Derribai este templo, e em três dias o 
levantarei." João 2:19. 
Sobre o fendido sepulcro de José, Cristo proclamara triunfante: "Eu sou a ressurreição e a vida." Essas 
palavras só podiam ser proferidas pela Divindade. Todos os seres criados vivem pela vontade e poder de 
Deus. São dependentes depositários da vida de Deus. Do mais alto serafim ao mais humilde dos seres 
vivos, todos são providos da Fonte da vida. Unicamente Aquele que é um com Deus, podia dizer: "Tenho 
poder para a dar [a vida], e poder para tornar a tomá-la." João 10:18. Em Sua divindade possuía Cristo o 
poder de quebrar as algemas da morte. 
Cristo ressurgiu dos mortos como as primícias dos que dormem. Era representado pelo molho movido, e 
Sua ressurreição 
Pág. 786 
teve lugar no próprio dia em que o mesmo devia ser apresentado perante o Senhor. Por mais de mil anos 
esta simbólica cerimônia fora realizada. Das searas colhiam-se as primeiras espigas de grãos maduros, e 
quando o povo subia a Jerusalém, por ocasião da páscoa, o molho das primícias era movido como uma 
oferta de ações de graças perante o Senhor. Enquanto essa oferenda não fosse apresentada, a foice não 
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podia ser metida aos cereais, nem estes ser reunidos em molhos. O molho dedicado a Deus representava a 
colheita. Assim Cristo, as primícias, representava a grande colheita espiritual para o reino de Deus. Sua 
ressurreição é o tipo e o penhor da ressurreição de todos os justos mortos. "Porque, se cremos que Jesus 
morreu e ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem Deus os tornará a trazer com Ele." I Tess. 
4:14. 
Quando Cristo ressurgiu, trouxe do sepulcro uma multidão de cativos. O terremoto, por ocasião de Sua 
morte, abrira-lhes o sepulcro e, ao ressuscitar Ele, ressurgiram juntamente. Eram os que haviam colaborado 
com Deus, e que à custa da própria vida tinham dado testemunho da verdade. Agora deviam ser 
testemunhas dAquele que os ressuscitara dos mortos. 
Durante Seu ministério, Jesus ressuscitara mortos. Fizera reviver o filho da viúva de Naim, a filha do 
principal, e Lázaro. Estes não foram revestidos de imortalidade. Ressurgidos, estavam ainda sujeitos à 
morte. Aqueles, porém, que ressurgiram por ocasião da ressurreição de Cristo, saíram para a vida eterna. 
Ascenderam com Ele, como troféus de Sua vitória sobre a morte e o sepulcro. Estes, disse Cristo, não mais 
são cativos de Satanás. Eu os redimi. Trouxe-os da sepultura como as primícias de Meu poder, para estarem 
comigo onde Eu estiver, para nunca mais verem a morte nem experimentarem a dor. 
Esses entraram na cidade e apareceram a muitos, declarando: Cristo ressurgiu dos mortos, e nós 
ressurgimos com Ele. Assim foi imortalizada a sagrada verdade da ressurreição. Os ressurgidos santos 
deram testemunho da veracidade das palavras: "Os Teus falecidos viverão; juntamente com o Meu cadáver 
eles se levantarão." Sua ressurreição era um símile do cumprimento da profecia: "Acordai, e gritai jubilando, 
vós que habitais no pó; porque o teu orvalho é um orvalho de ervas; e a Terra dará de si os defuntos." Isa. 
26:19, Versão Trinitariana. 
Para o crente, Cristo é a ressurreição e a vida. Em nosso Salvador é restaurada a vida que se perdera 
mediante o pecado; pois 
Pág. 787 
Ele possui vida em Si mesmo, para vivificar a quem quer. Acha-Se investido do direito de conceder a 
imortalidade. A vida que Ele depusera como homem, Ele reassumiu e concedeu aos homens. "Eu vim para 
que tenham vida e a tenham com abundância." João 10:10. "Aquele que beber da água que Eu lhe der 
nunca terá sede, porque a água que Eu lhe der se fará nele uma fonte de água que salte para a vida eterna." 
João 4:14. "Quem come a Minha carne e bebe o Meu sangue tem a vida eterna, e Eu o ressuscitarei no 
último dia." João 6:54. 
Para o crente a morte não é senão de pouca importância. Cristo fala dela como se fora de pouco valor. "Se 
alguém guardar a Minha palavra, nunca verá a morte", "nunca provará a morte". João 8:51 e 52. Para o 
cristão a morte não é mais que um sono, um momento de silêncio e escuridão. A vida está escondida com 
Cristo em Deus, e "quando Cristo, que é a nossa vida, Se manifestar, então também vós vos manifestareis 
com Ele em glória". Col. 3:4. 
A voz que bradou da cruz: "Está consumado" (João 19:30), foi ouvida entre os mortos. Penetrou as paredes 
dos sepulcros, ordenando aos que dormiam que despertassem. Assim será quando a voz de Cristo for 
ouvida do céu. Ela penetrará as sepulturas e abrirá os túmulos, e os mortos em Cristo ressurgirão. Na 
ressurreição do Salvador, algumas tumbas foram abertas, mas em Sua segunda vinda todos os queridos 
mortos Lhe ouvirão a voz, saindo para uma vida gloriosa, imortal. O mesmo poder que ressuscitou a Cristo 
dentre os mortos, erguerá Sua igreja, glorificando-a com Ele, acima de todos os principados, de todas as 
potestades, acima de todo nome que se nomeia, não somente neste mundo mas também no mundo por vir. 
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  • 1. ❉ Sexta - Estudo adicional Ensinos de Jesus - Morte e ressurreição - Lição 1232014 O Desejado de Todas as Nações, p. 524-536: “Lázaro, Sai Para Fora”. Entre os mais firmes discípulos de Cristo, achava-se Lázaro de Betânia. Desde o primeiro encontro que tiveram, havia sido forte sua fé em Cristo; profundo era o amor que Lhe dedicava, e muito o amava o Salvador. Foi em benefício de Lázaro que se realizou o maior dos milagres de Cristo. O Salvador beneficiava a todos quantos Lhe buscavam o auxílio. Ama toda a família humana; mas liga-Se a alguns por laços especialmente ternos. Seu coração estava unido por forte vínculo de afeição à família de Betânia, e por um membro dela foi realizada a mais maravilhosa de Suas obras. No lar de Lázaro encontrara Jesus muitas vezes repouso. O Salvador não tinha lar próprio; dependia da hospitalidade de amigos e discípulos; e frequentemente, quando cansado, sequioso de companhia humana, alegrara-Se de poder escapar para esse pacífico ambiente de família, longe das suspeitas e invejas dos raivosos fariseus. Ali recebia sincero acolhimento, pura e santa amizade. Ali podia falar com simplicidade e liberdade perfeitas, sabendo que Suas palavras seriam compreendidas e entesouradas. Nosso Salvador apreciava um lar tranqüilo e ouvintes interessados. Anelava a ternura, a cortesia e o afeto humanos. Os que recebiam a celestial instrução que sempre estava pronto a comunicar, eram grandemente abençoados. Ao seguirem-nO as multidões através dos campos, desvendava-lhes as belezas do mundo Pág. 525 natural. Procurava abrir-lhes os olhos do entendimento, a fim de verem como a mão divina sustém os mundos. A fim de despertar apreço pela bondade e benevolência divinas, chamava a atenção dos ouvintes para o orvalho a cair de manso, a branda chuva e o resplendente Sol, dados igualmente aos bons e aos maus. Desejava que os homens compreendessem mais perfeitamente o cuidado que Deus dispensa aos instrumentos humanos por Ele criados. A multidão, porém, era tardia em ouvir, e no lar de Betânia Cristo encontrava repouso do fatigante conflito da vida pública. Descerrava ali, perante um auditório apto a apreciar, o volume da Providência. Nessas palestras íntimas, desdobrava a Seus ouvintes o que não tentava dizer à multidão mista. A Seus amigos, não necessitava falar por parábolas. Ao dar Cristo Suas admiráveis lições, Maria sentava-se-Lhe aos pés, ouvinte atenta e reverente. Certa vez, Marta, perplexa com o cuidado de preparar a refeição, foi ter com Cristo, dizendo: "Senhor, não Te importas que minha irmã me deixe servir só? Dize-lhe, pois, que me ajude." Luc. 10:40. Isto foi por ocasião da primeira visita de Cristo a Betânia. O Salvador e os discípulos haviam feito a pé a fatigante viagem de Jericó até lá. Marta anelava proporcionar-lhes conforto e, em sua ansiedade, esqueceu a gentileza devida ao Hóspede. Jesus lhe respondeu branda e pacientemente: "Marta, Marta, estás ansiosa e afadigada com muitas coisas, mas uma só é necessária; e Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada." Luc. 10:41 e 42. Maria estava enriquecendo o espírito com as preciosas palavras caídas dos lábios do Salvador, palavras mais valiosas para ela do que as mais magníficas jóias da Terra. A "uma só" coisa que Marta necessitava, era espírito calmo, devoto, mais profundo anseio de conhecimento da vida futura, imortal, e as graças necessárias ao progresso espiritual. Precisava de menos ansiedade em torno das coisas que passam, e mais pelas que permanecem para sempre. Jesus quer ensinar Seus filhos a se apoderarem de toda oportunidade de adquirir o conhecimento que os tornará sábios para a salvação. A causa de Cristo requer obreiros cuidadosos e enérgicos. Existe vasto campo para as Martas, com seu zelo no culto ativo. Sentem-se elas primeiro, porém, com Maria aos pés de Jesus. Sejam a diligência, prontidão e energia santificadas pela graça de Cristo; então a vida será uma invencível força para o bem. A dor penetrou no pacífico lar em que Jesus descansara. Lázaro foi acometido de repentina moléstia, e as irmãs mandaram em busca do Salvador, dizendo: "Senhor, eis que está enfermo Pág. 526 aquele que Tu amas." João 11:3. Viram a violência do mal que atacara o irmão, mas sabiam que Jesus Se demonstrara capaz de curar toda espécie de doenças. Acreditavam que delas Se compadeceria em sua aflição; não puseram, pois, maior empenho em que viesse imediatamente, mas enviaram apenas a confiante mensagem: "Eis que está enfermo aquele que Tu amas." Julgavam que atenderia imediatamente a esse rraammooss@@aaddvviirr..ccoomm
  • 2. apelo e Se acharia com elas assim que Lhe fosse possível. Ansiosas, aguardavam uma palavra de Jesus. Enquanto restou em seu irmão uma centelha de vida, oraram, e esperaram pelo Mestre. Mas o mensageiro voltou sem Ele. Trouxe, todavia, o recado: "Esta enfermidade não é para morte" (João 11:4), e elas se apegaram à esperança de que Lázaro viveria. Buscavam com ternura dirigir palavras de esperança e animação ao quase inconsciente enfermo. Quando Lázaro morreu, ficaram cruelmente decepcionadas; sentiam-se, porém, sustidas pela graça de Cristo, e isso as guardou de lançar qualquer censura ao Salvador. Quando Cristo ouviu a notícia, os discípulos julgaram que a recebera friamente. Não manifestou o pesar que esperavam. Olhando para eles, disse: "Esta enfermidade não é para morte, mas para glória de Deus; para que o Filho de Deus seja glorificado por ela." Por dois dias Se demorou no lugar em que Se achava. Essa demora era um mistério para os discípulos. Que conforto Sua presença seria para a aflita família! pensavam. Era bem conhecida dos discípulos Sua grande afeição pela família de Betânia, e surpreenderam-se de que Ele não atendesse à triste mensagem: "Eis que está enfermo aquele que Tu amas." Durante os dois dias, Cristo parecia haver alijado da mente a notícia; pois não falava em Lázaro. Os discípulos lembraram-se de João Batista, o precursor de Jesus. Haviam-se admirado de que, com o poder de que dispunha para operar milagres maravilhosos, Cristo houvesse permitido que João definhasse no cárcere e morresse de morte violenta. Possuindo tal poder, por que não salvara a vida de João? Essa pergunta fora muitas vezes feita pelos fariseus, que a apresentavam como irrefutável argumento contra a afirmação de Cristo, de ser o Filho de Deus. O Salvador advertira os discípulos de provações, perdas e perseguições. Abandoná-los-ia na provação? Alguns cogitaram se se haviam enganado a respeito de Sua missão. Todos ficaram profundamente perturbados. Depois de esperar dois dias, disse Jesus aos discípulos: "Vamos outra vez para a Judéia." João 11:7. Os discípulos reflexionavam por que, se Jesus ia para a Judéia, esperara dois dias? Mas a ansiedade Pág. 527 por Cristo e por eles próprios tomou então o primeiro plano no espírito deles. Não podiam ver senão perigos no passo que Ele ia dar. "Rabi", disseram, "ainda agora os judeus procuravam apedrejar-Te, e tornas para lá? Jesus respondeu: Não há doze horas no dia?" Acho-Me sob a direção de Meu Pai; enquanto fizer Sua vontade, Minha vida está segura. As doze horas do Meu dia ainda não findaram. Entrei em suas últimas horas; mas enquanto restar algumas delas, acho-Me a salvo. "Se alguém andar de dia", continuou, "não tropeça, porque vê a luz deste mundo." Aquele que faz a vontade de Deus, que anda no caminho por Ele indicado, não pode tropeçar nem cair. A luz do Espírito de Deus, a guiá-lo, dá-lhe clara percepção de seu dever, conduzindo-o direito até ao fim de sua obra. "Mas, se andar de noite, tropeça, porque nele não há luz." Aquele que anda em caminho de sua própria escolha, ao qual Deus não o chamou, tropeçará. Para esse o dia se torna em noite, e onde quer que esteja, não se acha seguro. "Assim falou; e depois disse-lhes: Lázaro, o nosso amigo dorme, mas vou despertá-lo do sono." "Lázaro, o nosso amigo, dorme." João 11:9-11. Que tocantes essas palavras! quão repassadas de simpatia! Ao pensamento do perigo que seu Mestre ia correr indo a Jerusalém, os discípulos quase esqueceram a enlutada família de Betânia. Tal, porém, não se dera com Cristo. Os discípulos sentiram-se repreendidos. Tinham ficado decepcionados por Cristo não atender mais prontamente à mensagem. Foram tentados a pensar que não possuía por Lázaro e suas irmãs a terna afeição que Lhe atribuíam, do contrário Se teria apressado a ir com o mensageiro. Mas as palavras: "Lázaro, o nosso amigo, dorme", despertaram-lhes os devidos sentimentos. Convenceram-se de que Jesus não esquecera os amigos em aflição. "Disseram pois os Seus discípulos: Senhor, se dorme, estará salvo. Mas Jesus dizia isto da sua morte; eles, porém, cuidavam que falava do repouso do sono." João 11:12 e 13. Cristo apresenta a morte, para Seus filhos crentes, como um sono. Sua vida está escondida com Cristo em Deus, e até que soe a derradeira trombeta, os que morrem dormirão nEle. Então Jesus lhes disse claramente: "Lázaro está morto; e folgo, por amor de vós de que Eu lá não estivesse, para que acrediteis; mas vamos ter com ele." João 11:14 e 15. Tomé não podia ver senão morte reservada a seu Mestre, caso fosse para a Judéia; mas encheu-se de ânimo, e disse aos outros discípulos: "Vamos nós também, para morrermos com Ele." João 11:16. Ele conhecia o ódio dos judeus para com Pág. 528 Cristo. Era desígnio deles tramar-Lhe a morte, mas não alcançaram esse objetivo, porque Lhe restava ainda algum do tempo que Lhe estava determinado. Durante esse tempo, Jesus tinha a guarda dos anjos celestiais, e mesmo nas regiões da Judéia, onde os rabis estavam tramando a maneira de se apoderar dEle e entregá-Lo à morte, mal algum Lhe poderia sobrevir. rraammooss@@aaddvviirr..ccoomm
  • 3. Os discípulos maravilharam-se às palavras de Cristo, quando disse: "Lázaro está morto; e folgo... que Eu lá não estivesse." João 11:14 e 15. Esquivar-Se-ia o Salvador, por Sua própria vontade, do lar de Seus amigos em sofrimento? Aparentemente. Maria, Marta e o moribundo Lázaro foram deixados sós. Mas não estavam sós. Cristo testemunhou toda a cena e, depois da morte de Lázaro, Sua graça susteve as desoladas irmãs. Jesus testemunhou a dor de seus despedaçados corações, ao lutar o irmão contra o poderoso inimigo - a morte. Sentiu todo o transe da agonia, quando disse aos discípulos: "Lázaro o nosso amigo, dorme." Mas Cristo não tinha somente os amados de Betânia em quem pensar; o preparo de Seus discípulos exigia-Lhe a consideração. Deviam ser Seus representantes perante o mundo, para que a bênção do Pai a todos pudesse abranger. Por amor deles permitiu que Lázaro morresse. Houvesse-o Ele restabelecido à saúde, e não se teria realizado o milagre que é a mais positiva prova de Seu caráter divino. Se Cristo Se achara no quarto do doente, este não teria morrido; pois Satanás nenhum poder sobre ele exerceria. A morte não alvejaria a Lázaro com seu dardo, em presença do Doador da vida. Portanto, Cristo Se conservou distante. Consentiu que o maligno exercesse seu poder, a fim de o fazer recuar como um inimigo vencido. Permitiu que Lázaro passasse pelo poder da morte; e as consternadas irmãs viram seu amado ser deposto no sepulcro. Cristo sabia que ao contemplarem o rosto inanimado do irmão, severa seria a prova de sua fé no Redentor. Mas sabia que, em virtude da luta por que estavam então passando essa fé resplandeceria com brilho incomparavelmente maior. Sofreu cada transe da dor que padeceram. Não os amava menos, pelo fato de demorar-Se; mas sabia que por elas, por Lázaro, por Ele próprio e os discípulos, deveria ser obtida uma vitória. "Por amor de vós", "para que acrediteis." A todos quantos estão buscando sentir a mão guiadora de Deus, o momento do maior desânimo é justamente aquele em que mais perto está o divino auxílio. Olharão para trás com reconhecimento, à parte mais sombria do caminho que percorreram. "Assim sabe o Senhor livrar da tentação os piedosos." II Ped. 2:9. De toda tentação e de toda prova, tirá-los-á Ele com mais firme fé e mais rica experiência. Pág. 529 Retardando Sua ida para junto de Lázaro, tinha Cristo um desígnio de misericórdia para com os que O não receberam. Demorou-Se para que, erguendo Lázaro dos mortos, pudesse dar a Seu incrédulo, obstinado povo, outra prova de que era na verdade "a ressurreição e a vida". Custava-Lhe renunciar a toda esperança quanto ao povo, as pobres, extraviadas ovelhas da casa de Israel. Partia-se-Lhe o coração por causa da sua impenitência. Determinou, em Sua misericórdia, dar mais uma prova de que era o Restaurador, Aquele que, unicamente, podia trazer à luz a vida e a imortalidade. Havia de ser um testemunho que os sacerdotes não pudessem torcer. Foi essa a causa de Sua demora em ir a Betânia. Esse milagre, a coroa dos milagres do Salvador - a ressurreição de Lázaro - devia pôr o selo de Deus em Sua obra e em Sua reivindicação à divindade. Na jornada para Betânia, Jesus, segundo o Seu costume, socorreu os enfermos e necessitados. Ao chegar à cidade, mandou às irmãs um mensageiro com as novas de Sua chegada. Cristo não entrou imediatamente em casa, mas ficou num lugar retirado, próximo ao caminho. A grande demonstração que os judeus costumavam fazer por ocasião da morte de parentes e amigos, não se coadunava com o espírito de Cristo. Ouviu os sons das lamentações dos pranteadores assalariados, e não desejava encontrar-Se com as irmãs nessa cena de confusão. Entre os pranteadores amigos, achavam-se parentes da família, alguns dos quais ocupavam posições de responsabilidade em Jerusalém. Encontravam-se entre eles os mais rancorosos inimigos de Cristo. Este lhes conhecia os desígnios, e daí não Se deu imediatamente a conhecer. A mensagem foi transmitida a Marta tão discretamente, que outros no quarto não a ouviram. Absorta em seu pesar, Maria não escutou as palavras. Erguendo-se de pronto, Marta saiu ao encontro do Senhor, mas, pensando que ela fora ao sepulcro de Lázaro, Maria deixou-se ficar em silêncio com a sua mágoa, sem fazer nenhum rumor. Marta apressou-se em ir ter com Jesus, o coração agitado por desencontradas emoções. Em Seu expressivo rosto, leu ela a mesma ternura e amor que nEle sempre vira. Sua confiança nEle permaneceu intata, mas lembrou-se de seu bem-amado irmão, a quem também Jesus amara. Num misto de desgosto nascente, por Cristo não ter vindo antes, e de esperança de que ainda agora faria qualquer coisa para as confortar, exclamou: "Senhor, se Tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido!" João 11:21. Repetidas vezes, por entre o tumulto dos pranteadores, haviam as irmãs feito essa exclamação. rraammooss@@aaddvviirr..ccoomm
  • 4. Pág. 530 Com humana e divina piedade, contemplou Jesus seu dolorido e fatigado rosto. Marta não mostrava desejos de narrar o acontecido; tudo se exprimiu nas patéticas palavras: "Senhor, se Tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido!" Fitando o amorável semblante, acrescentou: "Mas também agora sei que tudo quanto pedires a Deus, Deus To concederá." João 11:21 e 22. Jesus lhe animou a fé, dizendo: "Teu irmão há de ressuscitar." João 11:23. Sua resposta não visava a inspirar a expectativa de uma mudança imediata. Conduziu os pensamentos de Marta para além da restauração presente de seu irmão, fixando-os na ressurreição dos justos. Assim fez para que visse, na ressurreição de Lázaro, o penhor da de todos os justos mortos e a certeza de que se realizaria pelo poder do Salvador. Marta respondeu: "Eu sei que há de ressuscitar na ressurreição do último dia." João 11:24. Ainda procurando dar a verdadeira direção à sua fé, Jesus declarou: "Eu sou a ressurreição e a vida." Em Cristo há vida original, não emprestada, não derivada. "Quem tem o Filho tem a vida." I João 5:12. A divindade de Cristo é a certeza de vida eterna para o crente. "Quem crê em Mim", disse Jesus, "ainda que esteja morto viverá; e todo aquele que vive, e crê em Mim, nunca morrerá. Crês tu isto?" João 11:25 e 26. Cristo olha aqui ao tempo de Sua segunda vinda. Então os justos mortos ressuscitarão incorruptíveis, e os vivos serão trasladados para o Céu, sem ver a morte. O milagre que Cristo estava prestes a realizar, em ressuscitar a Lázaro dos mortos, representaria a ressurreição de todos os justos mortos. Por Suas palavras e obras, declarou-Se o Autor da ressurreição. Aquele que estava, Ele próprio, prestes a morrer na cruz, retinha as chaves da morte, vencedor do sepulcro, e afirmou Seu direito e poder de dar vida eterna. Às palavras do Salvador: "Crês tu?" Marta respondeu: "Sim, Senhor, creio que Tu és o Cristo, o Filho de Deus, que havia de vir ao mundo." João 11:27. Ela não compreendia em toda a sua significação as palavras proferidas por Cristo, mas confessou sua fé na divindade dEle, e sua confiança em que Ele era capaz de efetuar qualquer coisa que Lhe aprouvesse. "E, dito isto, partiu e chamou em segredo a Maria, sua irmã, dizendo: O Mestre está cá, e chama-te." João 11:28. Ela comunicou sua mensagem o mais reservadamente possível; pois os sacerdotes e principais estavam preparados para prender Jesus quando se oferecesse oportunidade. O clamor dos pranteadores impediu que suas palavras fossem ouvidas. Pág. 533 Ao receber a comunicação, Maria ergueu-se apressadamente, e com expressão ansiosa, deixou a sala. Julgando que ela fora à sepultura para chorar, os pranteadores seguiram-na. Ao chegar ao local em que Jesus a esperava, ajoelhou-se-Lhe aos pés, e disse com lábios trêmulos: "Senhor, se Tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido." João 11:21. Eram-lhe penosos os gritos dos pranteadores; pois ela desejava trocar algumas tranqüilas palavras só com Jesus. Mas conhecia a inveja e o ciúme que alguns dos presentes contra Ele nutriam no coração, e absteve-se de exprimir-Lhe plenamente a sua mágoa. "Jesus pois, quando a viu chorar, e também chorando os judeus que com ela vinham, moveu-Se muito em espírito, e perturbou-Se." João 11:33. Lia o coração de todos os que ali estavam reunidos. Viu que da parte de muitos, não passava de simulação o que apresentavam como demonstração de pesar. Sabia que alguns no grupo, manifestando agora hipócrita tristeza, estariam sem muita demora, planejando a morte, não somente do poderoso Operador de Milagres, mas daquele que estava para ser ressuscitado. Cristo lhes poderia haver arrancado o manto de fingido pesar. Conteve, porém, Sua justa indignação. As palavras que poderia, com toda verdade, haver proferido, calou-as por amor do querido ser a Seus pés ajoelhado em dor, e que realmente nEle acreditava. "Onde o pusestes?" perguntou. "Disseram-Lhe: Senhor, vem e vê." João 11:34. Juntos, dirigiram-se para o sepulcro. Foi uma cena dolorosa. Lázaro fora muito amado, e as irmãs por ele choravam, despedaçado o coração, ao passo que os que haviam sido amigos seus, misturavam as lágrimas com as das desoladas irmãs. Em face dessa aflição humana e de que os amigos consternados pranteavam o morto, enquanto o Salvador do mundo ali Se achava - "Jesus chorou". João 11:35. Se bem que fosse o Filho de Deus, revestira-Se, no entanto, da natureza humana e comoveu-Se com a humana dor. Seu terno, compassivo coração está sempre pronto a compadecer-se perante o sofrimento. Chora com os que choram, e alegra-Se com os que se alegram. rraammooss@@aaddvviirr..ccoomm
  • 5. Não foi, porém, simplesmente pela simpatia humana para com Maria e Marta, que Jesus chorou. Havia em Suas lágrimas uma dor tão acima da simples mágoa humana, como o Céu se acha acima da Terra. Cristo não chorou por Lázaro; pois estava para o chamar do sepulcro. Chorou porque muitos dos que ora pranteavam a Lázaro haviam de em breve tramar a morte dAquele que era a ressurreição e a vida. Quão incapazes se achavam, no entanto, os incrédulos judeus de interpretar devidamente Suas Pág. 534 lágrimas! Alguns, que não conseguiam enxergar senão as circunstâncias exteriores da cena que perante Ele estava, como causa de Sua tristeza, disseram baixinho: "Vede como o amava!" Outros, procurando lançar a semente da incredulidade no coração dos presentes, disseram, irônicos: "Não podia Ele, que abriu os olhos ao cego, fazer também com que este não morresse?" João 11:36 e 37. Se estava no poder de Cristo salvar a Lázaro, por que, então, o deixou morrer? Com profética visão, percebeu Cristo a inimizade dos fariseus e dos saduceus. Sabia que Lhe estavam premeditando a morte. Não ignorava que alguns dos que tão cheios de aparente simpatia se mostravam, em breve fechariam contra si mesmos a porta da esperança e os portais da cidade de Deus. Em Sua humilhação e crucifixão estava para verificar-se uma cena que daria em resultado a destruição de Jerusalém, e então ninguém lamentaria os mortos. O juízo que estava para cair sobre Jerusalém foi perante Ele claramente delineado. Contemplou Jerusalém cercada pelas legiões romanas. Viu que muitos dos que agora choravam por Lázaro morreriam no cerco da cidade, e não haveria esperança em sua morte. Não foi somente pela cena que se desenrolava a Seus olhos, que Cristo chorou. Pesava sobre Ele a dor dos séculos. Viu os terríveis efeitos da transgressão da lei divina. Viu que, na história do mundo, a começar com a morte de Abel, fora incessante o conflito entre o bem e o mal. Lançando o olhar através dos séculos por vir, viu o sofrimento e a dor, as lágrimas e a morte que caberiam em sorte aos homens. Seu coração pungiu-se pelas penas da família humana de todos os tempos e em todas as terras. Pesavam-Lhe fortemente sobre a alma as misérias da pecadora raça, e rompeu-se-Lhe a fonte das lágrimas no anelo de lhes aliviar todas as aflições. "Jesus pois, movendo-Se outra vez muito em Si mesmo, veio ao sepulcro." Lázaro fora depositado numa cova na rocha, sendo colocado na porta um bloco de pedra. "Tirai a pedra" (João 11:38 e 39), disse Cristo. Julgando que desejasse apenas ver o morto, Maria objetou, dizendo que o corpo fora enterrado havia quatro dias, tendo já começado o processo de decomposição. Esta afirmativa, feita antes de Lázaro ressuscitar, não deixou margem a que os inimigos de Cristo dissessem que houvera fraude. Anteriormente, haviam os fariseus espalhado falsas afirmações em torno das mais maravilhosas manifestações do poder de Deus. Ao ressuscitar Cristo a filha de Jairo, dissera: "A menina não está morta, mas dorme." Mar. 5:39. Como houvesse estado doente apenas pouco tempo, e fora Pág. 535 ressuscitada imediatamente depois da morte, os fariseus afirmaram que a criança não estava morta; que o próprio Cristo dissera que ela dormia. Procuraram fazer crer que Jesus não podia curar moléstias, que Seus milagres não passavam de mistificação. Nesse caso, porém, ninguém podia negar que Lázaro estivesse morto. Quando o Senhor está para realizar uma obra, Satanás instiga alguém a fazer objeções. "Tirai a pedra", disse Cristo. Tanto quanto possível, preparai o caminho para Minha obra. Manifestou-se, porém, a natureza positiva e pretensiosa de Marta. Não desejava que o corpo em decomposição fosse apresentado aos olhares dos outros. O coração humano é tardio em compreender as palavras de Cristo, e a fé de Marta não apreendera o verdadeiro sentido de Sua promessa. Cristo reprovou a Marta, mas Suas palavras foram proferidas com a máxima brandura. "Não te hei dito que, se creres verás a glória de Deus?" João 11:40. Por que duvidas de Meu poder? Por que arrazoas em contradição às Minhas ordens? Tens a Minha palavra. Se creres, verás a glória de Deus. Impossibilidades naturais não podem impedir a obra do Onipotente. Ceticismo e incredulidade não são humildade. A crença implícita na palavra de Cristo, eis a verdadeira humildade, a verdadeira entrega de si mesmo. "Tirai [vós] a pedra." João 11:39. Cristo podia ter ordenado à pedra que se deslocasse por si mesma, e ela Lhe teria obedecido à voz. Poderia ter mandado aos anjos que se Lhe achavam ao lado, que fizessem isso. Ao Seu mando, mãos invisíveis teriam removido a pedra. Mas ela devia ser retirada por mãos humanas. Assim queria Cristo mostrar que a humanidade tem de cooperar com a divindade. O que o poder humano pode fazer, o divino não é solicitado a realizar. Deus não dispensa o auxílio humano. Fortalece-o, cooperando com ele, ao servir-se das faculdades e aptidões que lhe foram dadas. rraammooss@@aaddvviirr..ccoomm
  • 6. A ordem é obedecida. Retiram a pedra. Faz-se tudo pública e propositadamente. Dá-se a todos a oportunidade de ver que nenhuma fraude é praticada. Ali jaz o corpo de Lázaro no sepulcro da rocha, no frio e na mudez da morte. Silenciam os lamentos dos pranteadores. Surpreso, em expectação, reúne-se o grupo em torno do sepulcro, esperando o que se vai seguir. Cristo, sereno, Se acha de pé ante a tumba. Paira sobre todos os presentes uma santa solenidade. Cristo Se aproxima do sepulcro. Erguendo os olhos ao Céu, diz: "Pai, graças Te dou por Me haveres ouvido." João 11:41. Não muito tempo antes disso, os inimigos de Jesus O haviam acusado de blasfêmia, pegando em pedras para Lhe atirar por afirmar Ele ser o Filho de Deus. Acusavam-nO Pág. 536 de operar milagres pelo poder de Satanás. Mas aqui Cristo chama a Deus Seu Pai, e com perfeita confiança, declara ser o Filho de Deus. Em tudo quanto fazia, Cristo cooperava com o Pai. Tinha sempre o cuidado de tornar claro que não agia independentemente; era pela fé e a oração que Ele realizava Seus milagres. Cristo desejava que todos soubessem Suas relações para com o Pai. "Pai", disse, "graças Te dou, por Me haveres ouvido. Eu bem sei que sempre Me ouves, mas Eu disse isto por causa da multidão que está em redor, para que creiam que Tu Me enviaste." João 11:41 e 42. Ali aos discípulos e ao povo devia ser proporcionada a mais convincente prova com respeito à relação existente entre Cristo e Deus. Devia-lhes ser mostrado que a afirmação de Cristo não era um engano. "E tendo dito isto, clamou com grande voz: Lázaro, sai para fora." João 11:43. Sua voz, clara e penetrante, soa aos ouvidos do morto. Ao falar, a divindade irrompe através da humanidade. Em Seu rosto, iluminado pela glória de Deus, vê o povo a certeza de Seu poder. Todos os olhos se acham fixos na entrada do sepulcro. Todos os ouvidos, atentos ao mais leve som. Com intenso e doloroso interesse, aguardam todos a prova da divindade de Cristo, o testemunho que há de comprovar Sua declaração de ser o Filho de Deus, ou para sempre extinguir a esperança. Há um ruído na silenciosa tumba, e o que estivera morto aparece à entrada da mesma. Seus movimentos são impedidos pela mortalha em que está envolto, e Cristo diz à estupefata assistência: "Desatai-o, e deixai-o ir." Mais uma vez lhes é mostrado que o obreiro humano deve cooperar com Deus. A humanidade deve trabalhar pela humanidade. Lázaro é desligado e aparece ao grupo, não como uma pessoa emagrecida pela doença, membros débeis e vacilantes, mas como um homem na primavera da vida, no vigor de nobre varonilidade. Brilham-lhe os olhos de inteligência e de amor para com o Salvador. Lança-se em adoração aos pés de Jesus. Os espectadores ficam, a princípio, mudos de espanto. Segue-se depois uma inexprimível cena de regozijo e louvor. As irmãs recebem como um dom de Deus o irmão que lhes é devolvido, e, com lágrimas de júbilo, exprimem entrecortadamente sua gratidão ao Salvador. Mas, enquanto o irmão, as irmãs e os amigos se regozijam nessa reunião, Jesus Se retira da cena. Ao procurarem o Doador da vida, já não O encontram. O Desejado de Todas as Nações, p. 779-787: “O Senhor Ressuscitou”. Lentamente passara a noite do primeiro dia da semana. Havia soado a hora mais escura, exatamente antes do raiar da aurora. Cristo continuava prisioneiro em Seu estreito sepulcro. A grande pedra estava em seu lugar; intato, o selo romano; a guarda, de sentinela. Vigias invisíveis ali estavam também. Hostes de anjos maus se achavam reunidas em torno daquele lugar. Houvesse sido possível, e o príncipe das trevas, com seu exército de apóstatas, teria mantido para sempre fechado o túmulo que guardava o Filho de Deus. Uma hoste celeste, porém, circundava o sepulcro. Anjos magníficos em poder o guardavam, esperando o momento de saudar o Príncipe da Vida. "E eis que houvera um grande terremoto, porque um anjo do Senhor, descendo do Céu, chegou." Mat. 28:2. Vestido com a armadura de Deus, deixou este anjo as cortes celestiais. Os brilhantes raios da glória divina o precediam, iluminando-lhe o caminho. "E o seu aspecto era como um relâmpago, e o seu vestido branco como a neve. E os guardas, com medo dele, ficaram muito assombrados, e como mortos." Mat. 28:3 e 4. Onde está, sacerdotes e príncipes, o poder de vossa guarda? - Bravos soldados que nunca se atemorizaram diante do poder humano, são agora como cativos aprisionados sem espada nem lança. O rosto que contemplam não é o de um guerreiro mortal; rraammooss@@aaddvviirr..ccoomm
  • 7. Pág. 780 é a face do mais poderoso das hostes do Senhor. Este mensageiro é o que ocupa a posição da qual caiu Satanás. Fora aquele que nas colinas de Belém proclamara o nascimento de Cristo. A terra treme à sua aproximação, fogem as hostes das trevas, e enquanto ele rola a pedra, dir-se-ia que o Céu baixara à Terra. Os soldados o vêem removendo a pedra como se fora um seixo, e ouvem-no exclamar: Filho de Deus, ressurge! Teu Pai Te chama. Vêem Jesus sair do sepulcro, e ouvem-nO proclamar sobre o túmulo aberto: "Eu sou a ressurreição e a vida." Ao ressurgir Ele em majestade e glória, a hoste angélica se prostra perante o Redentor, em adoração, saudando-O com hinos de louvor. Um terremoto assinalara a hora em que Jesus depusera a vida; outro terremoto indicou o momento em que a retomou em triunfo. Aquele que vencera a morte, e a sepultura, saiu do túmulo com o passo do vencedor, por entre o cambalear da terra, o fuzilar dos relâmpagos e o ribombar dos trovões. Quando vier novamente à Terra, comoverá "não só a Terra, senão também o céu". Heb. 12:26. "De todo vacilará a Terra como o bêbado, e será movida e removida como a choça." Isa. 24:20. "E os céus se enrolarão como um livro" (Isa. 34:4); "os elementos, ardendo, se desfarão, e a Terra, e as obras que nela há se queimarão". II Ped. 3:10. "Mas o Senhor será o refúgio do Seu povo, e a fortaleza dos filhos de Israel." Joel 3:16. Ao morrer Jesus, tinham os soldados visto a Terra envolta em trevas ao meio-dia; ao ressurgir, porém, viram o resplendor dos anjos iluminar a noite, e ouviram os habitantes do Céu cantarem com grande alegria e triunfo: "Tu venceste Satanás e os poderes das trevas; Tu tragaste a morte na vitória" Cristo saiu do sepulcro glorificado, e a guarda romana O contemplou. Seus olhos fixaram-se no rosto dAquele a quem, havia tão pouco, tinham escarnecido e ridicularizado. Neste Ser glorificado, viram o Prisioneiro que tinham contemplado no tribunal, Aquele para quem haviam tecido uma coroa de espinhos. Era Aquele que, sem resistência, estivera em presença de Pilatos e de Herodes, o corpo lacerado pelos cruéis açoites. Era Aquele que fora pregado na cruz, para quem os sacerdotes e os príncipes, cheios de satisfação própria, haviam sacudido a cabeça, dizendo: "Salvou os outros, e a Si mesmo não pode salvar- Se." Mat. 27:42. Era Aquele que fora deposto no sepulcro novo de José. O decreto do Céu libertara o Cativo. Montanhas amontoadas sobre Pág. 781 montanhas em cima de Seu túmulo, não O poderiam haver impedido de sair. À vista dos anjos e do Salvador glorificado, os guardas romanos desmaiaram e ficaram como mortos. Quando a comitiva celeste foi oculta a seus olhos, eles se ergueram e, tão rápido como lhes permitiram os trêmulos membros, encaminharam-se para a porta do horto. Cambaleando como bêbados, precipitaram-se para a cidade, dando as maravilhosas novas àqueles com quem se encontravam. Iam em busca de Pilatos, mas sua narração foi levada às autoridades judaicas, e os principais dos sacerdotes e os príncipes mandaram-nos buscar primeiro à sua presença. Estranho era o aspecto daqueles soldados. Tremendo de temor, faces desmaiadas, testificaram da ressurreição de Cristo. Disseram tudo, exatamente como tinham visto; não haviam tido tempo de pensar ou falar qualquer coisa que não fosse a verdade. Com doloroso acento, disseram: Foi o Filho de Deus que foi crucificado; ouvimos um anjo proclamá-Lo a Majestade do Céu, o Rei da glória. O rosto dos sacerdotes estava como o de um morto. Caifás tentou falar. Moveram-se-lhe os lábios, mas não conseguiram emitir nenhum som. Os soldados estavam para deixar a sala do conselho, quando os deteve uma voz. Caifás conseguira falar, por fim: "Esperai, esperai", disse. "Não digais a ninguém o que vistes." Uma mentirosa história foi então posta na boca dos soldados. "Dizei: Vieram de noite os Seus discípulos e, dormindo nós, O furtaram." Mat. 28:13. Aí se enganaram os sacerdotes. Pág. 782 Como poderiam os soldados dizer que os discípulos tinham furtado o corpo enquanto eles dormiam? Se dormiam, como podiam saber? E, houvessem os discípulos provadamente roubado o corpo de Cristo, não teriam os sacerdotes sido os primeiros a condená-los? Ou, caso houvessem as sentinelas dormido junto ao sepulcro, não teriam os sacerdotes se apressado a acusá-los a Pilatos? Os soldados horrorizaram-se ao pensamento de trazerem sobre si mesmos a acusação de dormirem em seu posto. Era este um delito castigado com a morte. Deveriam dar um falso testemunho enganando o povo, e pondo em perigo a própria vida? Não tinham feito com toda vigilância sua fatigante guarda? Como rraammooss@@aaddvviirr..ccoomm
  • 8. suportariam a prova, mesmo por amor do dinheiro, se juravam falso contra si próprios? A fim de impor silêncio ao testemunho que temiam, os sacerdotes prometeram salvaguardar os soldados, dizendo que Pilatos quereria tampouco como eles próprios que aquela notícia circulasse. Os soldados romanos venderam sua integridade aos judeus por dinheiro. Chegaram à presença dos sacerdotes carregados com a mais assustadora mensagem de verdade; saíram com uma carga de dinheiro, e tendo na língua uma falsa história para eles forjada pelos sacerdotes. Entretanto, a notícia da ressurreição de Cristo fora levada a Pilatos. Se bem que este houvesse sido responsável por entregar a Jesus à morte, estava relativamente descuidoso. Embora tivesse condenado o Salvador contra a vontade, e com sentimento de compaixão, não experimentara ainda verdadeiro pesar. Aterrado, fechara-se agora em casa, decidido a não ver ninguém. Os sacerdotes, porém, abrindo caminho até sua presença, contaram a história que haviam inventado, e pediram-lhe que passasse por alto a negligência do dever por parte das sentinelas. Antes de assim fazer, ele próprio interrogou particularmente os guardas. Estes, temendo pela própria segurança, não ousaram ocultar nada, e Pilatos tirou deles a narração de tudo quanto ocorrera. Não levou adiante a questão, mas desde aquele dia não houve mais paz para ele. Quando Jesus foi posto no sepulcro, Satanás triunfou. Ousou esperar que o Salvador não retomaria novamente a vida. Reclamava o corpo do Senhor, e pôs sua guarda em torno do túmulo, procurando manter Cristo prisioneiro. Ficou furioso quando seus anjos fugiram diante do celeste mensageiro. Ao ver Cristo sair em triunfo compreendeu que seu reino chegaria a termo, e que ele devia morrer afinal. Pág. 785 Matando Cristo, os sacerdotes se tinham tornado instrumentos de Satanás. Achavam-se agora inteiramente em seu poder. Estavam emaranhados numa teia da qual não viam escape, senão continuando sua guerra contra Cristo. Ao ouvirem a notícia de Sua ressurreição, temeram a ira do povo. Recearam que a própria vida corresse perigo. A única esperança para eles, era provar ser Cristo um impostor, negando haver ressuscitado. Subornaram os soldados e conseguiram o silêncio de Pilatos. Espalharam por perto e por longe sua mentirosa história. Testemunhas havia, porém, a quem não podiam reduzir ao silêncio. Muitos tinham ouvido falar do testemunho dos soldados quanto à ressurreição de Cristo. E alguns dos mortos ressuscitados com Jesus apareceram a muitos, declarando que Ele ressurgira. Foi levada aos sacerdotes a notícia de pessoas que tinham visto esses ressuscitados, ouvindo o testemunho deles. Os sacerdotes e os principais estavam em contínuo terror, não acontecesse que, ao andar pelas ruas, ou no interior das próprias casas, se viessem a encontrar face a face com Jesus. Sentiam que não havia segurança para eles. Ferrolhos e traves não passavam de frágil proteção contra o Filho de Deus. De dia e de noite achava-se diante deles aquela horrível cena do tribunal, quando clamaram: "O Seu sangue caia sobre nós e sobre nossos filhos." Mat. 27:25. Nunca mais se lhes havia de apagar da memória aquela cena. Jamais desceria sobre eles um sono tranquilo. Quando foi ouvida no túmulo de Cristo a voz do poderoso anjo, dizendo: "Teu Pai Te chama", o Salvador saiu do sepulcro pela vida que havia em Si mesmo. Provou-se então a verdade de Suas palavras: "Dou a Minha vida para tornar a tomá-la. ... Tenho poder para a dar, e poder para tornar a tomá-la." João 10:17 e 18. Então se cumpriu a profecia que fizera aos sacerdotes e príncipes: "Derribai este templo, e em três dias o levantarei." João 2:19. Sobre o fendido sepulcro de José, Cristo proclamara triunfante: "Eu sou a ressurreição e a vida." Essas palavras só podiam ser proferidas pela Divindade. Todos os seres criados vivem pela vontade e poder de Deus. São dependentes depositários da vida de Deus. Do mais alto serafim ao mais humilde dos seres vivos, todos são providos da Fonte da vida. Unicamente Aquele que é um com Deus, podia dizer: "Tenho poder para a dar [a vida], e poder para tornar a tomá-la." João 10:18. Em Sua divindade possuía Cristo o poder de quebrar as algemas da morte. Cristo ressurgiu dos mortos como as primícias dos que dormem. Era representado pelo molho movido, e Sua ressurreição Pág. 786 teve lugar no próprio dia em que o mesmo devia ser apresentado perante o Senhor. Por mais de mil anos esta simbólica cerimônia fora realizada. Das searas colhiam-se as primeiras espigas de grãos maduros, e quando o povo subia a Jerusalém, por ocasião da páscoa, o molho das primícias era movido como uma oferta de ações de graças perante o Senhor. Enquanto essa oferenda não fosse apresentada, a foice não rraammooss@@aaddvviirr..ccoomm
  • 9. podia ser metida aos cereais, nem estes ser reunidos em molhos. O molho dedicado a Deus representava a colheita. Assim Cristo, as primícias, representava a grande colheita espiritual para o reino de Deus. Sua ressurreição é o tipo e o penhor da ressurreição de todos os justos mortos. "Porque, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem Deus os tornará a trazer com Ele." I Tess. 4:14. Quando Cristo ressurgiu, trouxe do sepulcro uma multidão de cativos. O terremoto, por ocasião de Sua morte, abrira-lhes o sepulcro e, ao ressuscitar Ele, ressurgiram juntamente. Eram os que haviam colaborado com Deus, e que à custa da própria vida tinham dado testemunho da verdade. Agora deviam ser testemunhas dAquele que os ressuscitara dos mortos. Durante Seu ministério, Jesus ressuscitara mortos. Fizera reviver o filho da viúva de Naim, a filha do principal, e Lázaro. Estes não foram revestidos de imortalidade. Ressurgidos, estavam ainda sujeitos à morte. Aqueles, porém, que ressurgiram por ocasião da ressurreição de Cristo, saíram para a vida eterna. Ascenderam com Ele, como troféus de Sua vitória sobre a morte e o sepulcro. Estes, disse Cristo, não mais são cativos de Satanás. Eu os redimi. Trouxe-os da sepultura como as primícias de Meu poder, para estarem comigo onde Eu estiver, para nunca mais verem a morte nem experimentarem a dor. Esses entraram na cidade e apareceram a muitos, declarando: Cristo ressurgiu dos mortos, e nós ressurgimos com Ele. Assim foi imortalizada a sagrada verdade da ressurreição. Os ressurgidos santos deram testemunho da veracidade das palavras: "Os Teus falecidos viverão; juntamente com o Meu cadáver eles se levantarão." Sua ressurreição era um símile do cumprimento da profecia: "Acordai, e gritai jubilando, vós que habitais no pó; porque o teu orvalho é um orvalho de ervas; e a Terra dará de si os defuntos." Isa. 26:19, Versão Trinitariana. Para o crente, Cristo é a ressurreição e a vida. Em nosso Salvador é restaurada a vida que se perdera mediante o pecado; pois Pág. 787 Ele possui vida em Si mesmo, para vivificar a quem quer. Acha-Se investido do direito de conceder a imortalidade. A vida que Ele depusera como homem, Ele reassumiu e concedeu aos homens. "Eu vim para que tenham vida e a tenham com abundância." João 10:10. "Aquele que beber da água que Eu lhe der nunca terá sede, porque a água que Eu lhe der se fará nele uma fonte de água que salte para a vida eterna." João 4:14. "Quem come a Minha carne e bebe o Meu sangue tem a vida eterna, e Eu o ressuscitarei no último dia." João 6:54. Para o crente a morte não é senão de pouca importância. Cristo fala dela como se fora de pouco valor. "Se alguém guardar a Minha palavra, nunca verá a morte", "nunca provará a morte". João 8:51 e 52. Para o cristão a morte não é mais que um sono, um momento de silêncio e escuridão. A vida está escondida com Cristo em Deus, e "quando Cristo, que é a nossa vida, Se manifestar, então também vós vos manifestareis com Ele em glória". Col. 3:4. A voz que bradou da cruz: "Está consumado" (João 19:30), foi ouvida entre os mortos. Penetrou as paredes dos sepulcros, ordenando aos que dormiam que despertassem. Assim será quando a voz de Cristo for ouvida do céu. Ela penetrará as sepulturas e abrirá os túmulos, e os mortos em Cristo ressurgirão. Na ressurreição do Salvador, algumas tumbas foram abertas, mas em Sua segunda vinda todos os queridos mortos Lhe ouvirão a voz, saindo para uma vida gloriosa, imortal. O mesmo poder que ressuscitou a Cristo dentre os mortos, erguerá Sua igreja, glorificando-a com Ele, acima de todos os principados, de todas as potestades, acima de todo nome que se nomeia, não somente neste mundo mas também no mundo por vir. rraammooss@@aaddvviirr..ccoomm