EUBIOSOFIA - MEMÓRIAS DA SOCIEDADE TEOSÓFICA BRASILEIRA
As últimas palavras de Jesus e os detalhes da sua morte
1. É coisa muito natural, quando
se ouve falar de algum grande
acontecimento, querer o ho-
mem saber as particularidades
que o acompanharam, querer o
homem conhecer as circunstân-
cias todas que tiveram lugar:
ora jamais houve acontecimen-
to tão extraordinário como a
morte do Filho de Deus, jamais
ouve acontecimento que tanto
interessasse o gênero humano
como o que passou sobre o
Calvário na morte do Amantíssi-
mo Salvador Jesus. Já havia três
horas que Jesus agonizava so-
bre a Cruz, ouvindo ultrajes e
desafios que se iam sucedendo
sem interrupção, e Ele silencio-
so os ia oferecendo ao Eterno
Pai pela redenção do mundo.
Nunca houve uma hora tão
solene tanto no Céu como na
Terra, e até nos mesmos abis-
mos infernais. Um profundo
silêncio se fez no Céu: não so-
mente interrompidos ficaram os
harmoniosos cânticos das legi-
ões celestiais, mas até os Anjos
choravam amargamente, toda a
corte celeste tinha os olhos fitos
sobre o Calvário.
A terra tremendo, e o sol es-
condendo sua luz, anunciavam
por todo o universo as últimas
horas de Jesus agonizante; com
muito acerto o proclamou em
Atenas o célebre Dionísio Aero-
pagita, dizendo: “Ou chegou o
fim de todas as coisas, ou o
Autor da natureza padece.”
O mesmo Inferno espantado
começava a reconhecer sua
derrota; já se abriam os sepul-
cros; já a morte se mostrava
vencida, já as almas dos justos
se preparavam para cantar suas
vitórias. E Jesus pendente da
Cruz no maior e mais profundo
silêncio dava tempo para que
reparassem nos seus sofrimen-
tos, para que reparassem na
sua resignação e paciência; en-
ÚLTIMAS PALAVRAS DE JESUS E OUTRAS CIRCUNSTÂNCIAS
DA MORTE
Leituras populares da sagrada paixão de nosso senhor jesus
cristo e dores de maria santíssima
SANTOS E
FESTAS DO MÊS:
02– São Gregório de Nissa;
06– Santas Perpétua e
Felicidade;
07– São Tomás de Aquino;
09– Santa Francisca Roma-
na;
12– São Gregório Magno;
18– São Cirilo;
19– São José;
21– São Bento;
24– São Gabriel;
25– Anunciação da Virgem
Maria;
25- São Dimas;
25– Aniversário de S.E.R
Monsenhor Marcel Lefebvre;
27– São João Damasceno.
N E S T A
E D I Ç Ã O :
Meditação sobre a Paixão
de Nosso Senhor
1
continuação 2
São Paulo da Cruz 3
Dores de Maria Santíssi-
ma
4
Março/ 2014Edição 10
A Família Católica
C A P E L A N O S S A S E N H O R A D A S A L E G R I A S
tretanto repartia benefícios, per-
doava aos inimigos, prometia
recompensa aos arrependidos, e
oferecia sua própria Mãe como
advogada de todo o gênero huma-
no. Três horas havia que o divino
Salvador padecia no dolorosíssi-
mo leito da Cruz, e teria desejado
prolongar mais este seu martírio,
embora o Eterno Pai abandonan-
do-o o privasse de todo o confor-
to, de toda consolação. Porém
havia chegado o tempo de conclu-
ir a Redenção do Gênero humano,
e de voltar Jesus ao Eterno Pai
d’onde tinha saído; chegara o
tempo de ir tomar posse da glória
que bem tinha merecido; todavia
não quis sair deste mundo sem
nos declarar primeiro que tudo
quanto estava predito, tudo quan-
to devia sofrer, tudo quanto dizia
respeito à Redenção do mundo,
tudo estava concluído —
consummatum est;
e só porque estava finalmente
concluído esse grande Sacrifício
permitiu que sua santíssima alma
saísse do seu sagrado corpo, por
isso a encomendou ao seu Eterno
Pai e nesta confiança inclinando a
cabeça entregou seu espírito —
Inclinato capite tradidit spiritum.
Consideremos portanto atenta-
mente estas últimas palavras do
nosso redentor moribundo, esse
consummatum est, e essa entre-
ga que faz do seu espírito, pois
jamais se devem apagar da nos-
sa mente como dos nossos cora-
ções estas últimas circunstân-
cias que acompanharam seu
doloroso martírio.
Desta consumação tinha predi-
cado muitas vezes Jesus com
seus discípulos, e poucos dias
antes da sua Sagrada Paixão se
explicou mui claramente, dizen-
do: “Vamos para Jerusalém onde
cumprir-se-á tudo que está es-
crito a respeito do Filho de Deus
feito homem: o qual será entre-
gue nas mãos dos seus inimigos,
será escarnecido, açoitado, cus-
pir-lhe-ão na cara, e o entrega-
rão a morte: mas ao terceiro dia
ressuscitará entre os mortos,” e
todavia nos faz reparar a Sagra-
da Escritura que palavras tão
claras não foram compreendidas
por seus discípulos: muito por-
tanto importava que Jesus antes
de completar seu sacrifício, de-
clarasse de novo que tudo esta-
va concluído, que nada faltava
de tudo quanto tinha sido predito
e figurado pelo espaço de quatro
mil anos. Consummatum est—
em primeiro lugar se cumpriu
tudo quanto os Profetas tinham
anunciado sobre sua vida e Sa-
grada Paixão: pois não houve a
menor circunstância que não se
cumprisse exatamente, não só
cravado de pés e mãos no santo
lenho da Cruz, mas cuspido, es-
bofeteado, açoitado, coroado de
espinhos, tratado como malfei-
tor, reduzido a não ter figura
humana; e como entre os muitos
tormentos que estavam preditos
haviam também de lhe oferecer
fel e vinagre; por isso Jesus an-
tes de morrer, querendo se cum-
prisse primeiro esta particu-
2. A F a m í l i a C a t ó l i c aE d i ç ã o 1 0
ção de Jesus, deu glória a Deus, e não
duvidou mais de exclamar: Vere filius Dei
erat iste, verdadeiramente este era Filho
de Deus. Oh sublimes palavras que nos
fazem cada vez mais conhecer a divindade
de Jesus, ensinando-nos ao mesmo tempo
a quem devemos clamar na hora da morte;
Pater in manus tuas — Pai nas vossas
mãos.
Já não se trata mais do Limbo, não se
trata mais de ir ao seio de Abraão, como
nos quatro mil anos que precederam a
vinda do Redentor; mas às mãos de Deus;
trata-se de ir com Deus, trata-se da glória
do Paraíso; eis porque acabava de dizer ao
Ladrão arrependido: “Hoje estarás comigo
no Paraíso”. Abriram-se portanto estas
portas, e Jesus já clama para o Eterno Pai
devendo ser o primeiro a entrar, o primeiro
a tomar posse do Paraíso. Vede qual foi a
liberdade de Jesus tanto na vida, como na
morte: a Pedro entrega a Igreja, e a João a
sua Santíssima Mãe. Aos Apóstolos a Paz,
e aos crucificadores o perdão; aos solda-
dos seus vestidos, e aos bom Ladrão o
Paraíso; a José e Nicodemos seu corpo
sagrado, e a todos os fiéis sua Carne e seu
Sangue preciosíssimo. Faltava dispor da
sua Alma e esta entrega a seu Eterno Pai;
volta da onde tinha saído, e nos ensina
qual é o fim a que devem tender todas as
criaturas remidas com seu preciosíssimo
sangue. Só então deixando cair a cabeça,
expira: Inclinato capite expiravit! Dando
assim permissão à morte de se avizinhar,
tendo ela com razão receio de se aproxi-
mar do Autor da vida: por isso bradando
primeiro com aquela voz que mandava as
tempestades, que imperava aos ventos,
que subjugava os demônios, com aquela
voz que ordenava a um Lázaro sair do se-
pulcro, hoje Jesus chama a morte para
concluir seu sacrifício; e inclinando primei-
ro a cabeça entrega voluntariamente seu
espírito. Sim, morreu porque quis, visto
que: primeiramente, clamou com grande
voz, não o podendo fazer naturalmente
pelas torrentes de sangue que tinha derra-
mado por isso se assim podia clamar, tam-
bém podia não morrer; em segundo lugar
inclinou primeiro a cabeça, pondo-se na
posição em que queria morrer e depois
fechando seus olhos entregou sua alma,
sendo isto o contrário do que acontece aos
moribundos que morrem primeiro, deixan-
do depois cair a cabeça; morrendo Jesus
pelas três horas, isto é, na mesma hora em
que Adão pecou, conforme asseguram os
contemplativos, tendo-se aberto o Paraíso
por meio de Jesus, na mesma hora em que
tinha sido fechado por causa da culpa de
Adão pouco depois de meio dia. (...)
Compreendei agora ao que nos convida
hoje o Senhor—tudo está consumado: com
estas palavras nos adverte o moribundo
Jesus que não esperou a hora da morte
para cuidar da nossa salvação eterna (...).
Nós portanto à sua imitação não devemos
esperar a hora da morte para nos aplicar-
mos o fruto deste sacrifício, mas cuidar
toda a vida para o merecermos.
laridade, declarou que tinha sede —sitio;
e só depois de ter provado esta bebida
que por ultraje lhe ofereceram, só depois
de ter tragado as últimas fezes do cálice
da amargura, foi que nos assegurou que
todas as profecias estavam cumpridas:
Consummatum est. — cumpriram-se
todas as figuras que desde o princípio do
mundo até então o tinham caracteriza-
do: do inocente Abel morto pelo invejoso
irmão, como o reconheceu o mesmo
Pilatos que por inveja lho tinha entrega-
do; do submisso Isac, carregando a le-
nha do seu sacrifício; do forte David que
com o cajado e cinco pedras derrubou o
gigante Golias; do Cordeiro sem mancha,
e assim de todas as demais figuras tanto
da lei Natural, como da lei escrita.
Consummatum est— completou-se, em
segundo lugar, toda a amargura dos
padecimentos, esgotou-se tudo quanto
de penoso se podia imaginar; já não
havia mais enfurecer, tudo estava esgo-
tado: Consummatum est— primeiramen-
te porque Jesus padeceu toda a qualida-
de de injúrias, de sofrimentos; padeceu
da parte dos homens tanto gentios como
judeus: padeceu da parte dos Magistra-
dos e da parte do Povo, dos sacerdotes,
dos seculares, dos reis e dos soldados,
dos amigos e dos inimigos, dos anciãos
e dos doutores da lei, dos algozes e exe-
cutores da justiça. Padeceu Jesus na
Alma tristezas, temores, agonias e de-
samparo; padeceu na sua honra e repu-
tação pelas blasfêmias, insultos, ultrajes
e falsos que lhe levantaram— padeceu
finalmente no corpo uma sanguinolenta
flagelação, e todos os membros tiveram
particular padecimento: a cabeça martiri-
zada com agudos espinhos, as faces
entumecidas com bofetadas, a língua
com fel, os ouvidos com as blasfêmias,
os ombros machucados com o peso da
Cruz, as costas dilaceradas, o peito aber-
to, as mãos e os pés transpassados; não
houve membro que não padecesse, ne-
nhuma veia que não se ressentisse,
nenhuma entranha que não fosse tortu-
rada de algum modo, nem uma gota de
sangue que não fosse derramada. Em
segundo lugar esses tormentos foram
excessivos, nenhum martírio, nem todos
juntos podem igualar aos tormentos de
Jesus, quer pela delicada compleição do
seu corpo, sendo sem contradição a
obra mais perfeita do Criador, que lhe
deu um corpo próprio para padecer: por
isso tão extrema sensibilidade que, no
dizer de São Boaventura, a delicadeza
do calcanhar de Jesus excedia a delica-
deza da menina dos nossos olhos. Imagi-
nai-vos agora quais deviam ser seus
sofrimentos em razão da sensibilidade
dos seus nervos, estando três horas
suspenso no lenho da Cruz: quer pela
dor interna fundada nos pecados do
Gênero humano, pelos quais exigia Deus
satisfação tão rigorosa, e Jesus sofria
para todos, isto é, o que cada um de nós
devia sofrer com rigor de justiça; quer
porque sofria e padecia sem alívio e sem
consolação: nenhum bálsamo vinha suavi-
zar as afrontas, ultrajes, as dores intensís-
simas que lhe dilaceravam o seu sacratís-
simo corpo, sua benditíssima alma.
Consummatum est— em terceiro lugar,
está igualmente consumado, esgotada
toda a caridade, todo amor de Deus para
conosco: não podia ir mais longe de dar a
própria vida, não só pelos amigos, mas
pelos seus mesmos inimigos, derramando
todo o seu sangue quando uma só gota
bastava para satisfazer, pagar todas as
nossas dívidas, mas não era suficiente
para satisfazer seu imenso amor; o que
bastava para a Redenção, não bastava
para o amor do seu Coração; por isso Ele
veio não só para nos dar a graça, a vida,
mas para no-la dar abundantemente. Tudo
portanto está cumprido, tudo está consu-
mado, consummatum est, nada mais me
resta que fazer. Como se dissesse ao Eter-
no Pai: Tudo que tendes mandado, tudo
que tendes prescrito cumpriu-se exata-
mente, tudo vos ofereço, tudo vos peço
aceiteis para a salvação do gênero huma-
no; nada mais me resta senão morrer, e
concluir assim a grande obra da Redenção
por isso Jesus logo acrescentou: Pai nas
vossas mãos encomendo o meu espírito;
Pater in manus tuas comendo spiritum
meum.
Outro motivo ainda mais poderoso tinha
Jesus para clamar sobre a Cruz por seu
Eterno Pai; porque fora acusado de se
querer arrogar o título de Filho de Deus,
Filium Dei se fecit. Discutira-se esta verda-
de perante Caifás, e por esta razão o tive-
ram por um blasfemo, e réu de morte: esta
mesma acusação foi levada ao tribunal de
Pilatos, o qual em ouvindo que reclama-
vam sua condenação, porque se tinha feito
passar por filho de Deus, teve tanto temor
que, tomando-o a parte, começou de novo
interrogá-lo para saber de onde ele era,
embora Jesus nada lhe respondesse; e até
na Cruz tornaram-lhe a lançar em rosto
esta acusação, porque entre os outros
insultos diziam: Confiou em Deus, dizendo
que era filho de Deus, venha agora Deus a
livrá-lo: se na verdade és Filho de Deus,
desce da Cruz e nós creremos em ti. Com
muita razão por tanto quis Jesus manifes-
tar, na última hora, a estes incrédulos que
era realmente Filho de Deus, dizendo ain-
da antes de expirar que nas mãos deste
Pai Eterno entregava o seu espírito; pois
foi acabando de pronunciar estas palavras
que expirou: Et hoc dicens expiravit. Tanto
é verdade que o centurião que silencioso a
pouca distância escutava as palavras de
Jesus, compreendeu toda a força desta
sua oração, e não pode deixar de reconhe-
cer que Jesus era verdadeiramente Filho
de Deus. Vendo este pagão as trevas na
crucifixão, o clamor e a voz com que bra-
dou Jesus agonizante, lembrando como
Pilatos o tinha declarado inocente, conhe-
cendo como os judeus insultavam por inve-
ja, mas, sobretudo ouvindo como Jesus
pedia a seu Eterno Pai que lhes perdoasse,
e como Jesus morria entregando seu espí-
rito a Deus Seu Pai; compreendeu a filia-
3. Nota: Esta carta foi escrita por São
Paulo da Cruz, fundador dos passionis-
tas, aos seus irmãos e irmãs de sangue,
antes de sua retirada para o Monte Ar-
gentário.
“Que a santa paz de Jesus Cristo, que
excede todo o entendimento, guarde os
nossos corações.
Mui queridos irmãos e irmãs em Jesus
Cristo: Eu, pobre pecador, Paulo Francis-
co, vosso irmão e indigno servo dos po-
bres de Jesus, vejo-me obrigado, para
obedecer às santas inspirações do Céu,
a deixar esta cidade e retirar-me à soli-
dão, a fim de convidar não somente as
criaturas racionais, mas também as que
são privadas de razão e entendimento, a
chorarem comigo os meus enormes pe-
cados e cantarem os louvores de Deus, a
quem tanto ofendi.
Antes de partir para aquele santo reti-
ro, creio ser obrigação minha deixar-vos
alguns avisos espirituais, para progredir-
des sempre e com desdobrado fervor no
santo amor de Deus.
Em primeiro lugar, observai com gran-
de exatidão a santa Lei de Deus.
Tende afeto filial para com este Deus
que nos criou e nos remiu; pois é ele
digno de todo amor.
Sabei, meus queridos, que quanto
mais ternamente ama o filho a seu pai,
mais teme ofendê-lo e desgostá-lo. Este
santo amor será barreira que vos impedi-
rá de cairdes no pecado.
Amai a Deus, amai a este terno Pai,
com amor ardente; depositai nEle a mais
doce confiança. Que todas as vossas
orações, palavras, suspiros, penas e
lágrimas sejam verdadeiro holocausto
oferecido a seu infinito amor. Para man-
terdes esse santo amor, frequentai os
sacramentos. Não vos aproximeis do
santo altar senão para abrasardes sem-
pre mais a alma nas labaredas do divino
amor.
Ah! Meus queridos irmãos, nada vos
digo sobre a preparação para a Sagrada
Comunhão, porque suponho a fareis
com toda diligência possível. Lembrai-
vos de que se trata do ato mais sublime
que se possa praticar.
Ide frequentemente à igreja para ado-
rar o SS. Sacramento e visitai com gran-
de piedade o altar da SS. Virgem.
Não passeis um dia sem dedicardes
meia hora ou, ao menos, quinze minutos
à oração mental sobre a dolorosa Pai-
xão do Salvador. Recordai continuamen-
te as dores do nosso Amor Crucificado,
P á g i n a 3 A F a m í l i a C a t ó l i c a
convencendo-se de que os maiores san-
tos, que hoje, embriagados de amor, triun-
fam lá no Céu, chegaram à perfeição por
esse caminho.
Tende afetuosa devoção às dores de
Maria e à sua Imaculada Conceição, ao
Anjo da Guarda, aos vossos santos Padro-
eiros e, mui particularmente, aos santos
Apóstolos.
Recitai amiúde fervorosíssimas orações
jaculatórias. Indicar-vos-ei algumas: Oh!
Meu Deus, jamais vos houvesse ofendido!
- Esperança do meu coração, mil vezes a
morte antes que tornar a pecar.—Oh! Meu
Jesus, quando vos amarei? - Oh! Meu so-
berano Bem, feri, feri meu coração com o
vosso santo amor! - Oh! Meu Deus, quem
não vos ama não vos conhece.—Oh! Se
todos vos amassem, Amor infinito! - Quan-
do estará minha alma abrasada em vosso
santo amor?
Nas tribulações e nas dores, direis: Cum-
pra-se a vossa vontade, ó meu Deus! -
Bem-vindas sejam as aflições! - Queridas
penas, eu vos abraço e vos aperto ao co-
ração! - Sois as pedras preciosas enviadas
por Nosso Senhor. - Oh! Querida mão do
meu Deus, beijo-vos amorosamente! -
Bendito seja o açoite que, com tanto
amor, me fere! - Oh! Afetuoso Pai, bem
fazeis em humilhar-me!
Podeis recitá-las andando, trabalhando
e até em companhia de outras pessoas,
porque, se os homens estão em derredor
de vosso corpo, não estão em vossos co-
rações. Com tais jaculatórias beneficiareis
a alma, até em meio das mais graves ocu-
pações.
Lede diariamente algum livro espiritual e
fugi das más companhias, como se foge
de satanás.
Obedecei, com a máxima exatidão, aos
nossos pais: a obediência é pérola celes-
te. Foi por obediência que Jesus imolou
sua vida santíssima no madeiro da Cruz.
Compadecei-vos dos pobres. Sede justos
para com todos. Pagai sem tardança o
que deveis e, se o não podeis fazer, supli-
cai humildemente aos credores vos con-
cedam dilação.
Humilhai-vos diante de todos, por amor
de Deus.
Suplico-vos, enfim, recordai-vos sempre
do santo preceito do amor, último legado
de Jesus aos apóstolos: Dou-vos um man-
damento novo e é que vos ameis mutua-
mente, como eu vos tenho amado. (Jo
13,34).
Oh! Que doce linguagem! Amai-vos,
amai-vos mutuamente, meus queridos
irmãos e irmãs. Jamais amareis a Deus,
se vos não amardes uns aos outros. Ja-
mais haja discórdia entre vós. Se por
acaso pronunciardes qualquer palavra
ofensiva, calai imediatamente para que a
cólera não vos penetre o coração.
Deixo-vos pois, nas chagas sagradas de
Jesus e sob a proteção da Mãe das Do-
res. Sim, é onde vos deixo, bem como a
todos os parentes.
Rogo à SS. Virgem inunde vossos cora-
ções com suas pungentes lágrimas, impri-
mindo neles a lembrança contínua da
amaríssima Paixão de Jesus e de suas
próprias dores. Rogo-lhes outrossim vos
conceda a perseverança no seu santo
amor e a força e resignação nos sofrimen-
tos.
Tende por especial Protetora a Virgem
das Dores; jamais abandoneis a medita-
ção dos padecimentos do Redentor.
Deus, em sua infinita misericórdia, vos
cumule a todos de suas santas bênçãos.
Rezai por mim.
Deo gratias et Mariae semper Virgini.
Vosso indigníssimo irmão,
Paulo Francisco
O último dos servos dos Pobres de Jesus”
Adeus à família
CAÇADOR DE ALMAS—Pe. Luiz teresa de jesus agonizante
4. MÉTODO EXCELENTE DE CONTEMPLAR OS MISTÉRIOS DO
ROSÁRIO DE NOSSA SENHORA
I- Profecia do velho Simeão
Nossa Senhora e São José levam o Meni-
no Jesus ao templo. ( Pai-Nosso)
1- Maria SS. cumpre as cerimônias da lei
da Purificação. ( Ave - Maria)
2- Oferece a Deus seu Divino Filho, tendo
nesse momento a vista profética de sua
Paixão e Morte. ( A. M.)
3- O Senhor aceita a oblação de seu Filho,
mas torna a entregar o Menino Deus a sua
Mãe para que Ela o crie para
o sacrifício supremo da Cruz. ( A. M.)
4- A virgem resgata seu filho por cinco
moedas de prata, sabendo que mais tarde
o a de entregar de novo para ser crucifica-
do. ( A.M.)
5- O santo velho Simeão reconhece o Me-
nino por Salvador do mundo, e prediz que
Ele será alvo da contradição. (A. M.)
6- Diz que uma espada de dor há de trans-
passar a alma da Virgem. (A. M.)
7- Desde essa hora a lembrança dos sofri-
mentos futuros de seu Filho transpassa a
alma da Senhora como uma espada de
dor. ( A. M.)
Gloria Patri.
II- Fugida para o Egito
O anjo ordena a São José que fuja para o
Egito. ( P. N.)
1- S. José avisa a Nossa Senhora no meio
da noite que é preciso fugir para salvar a
vida do Menino. ( A. M.)
2- Que dor sente a Virgem Santa! (A. M. )
3- Logo faz preparativos para a viagem e
toma ao colo o Menino Deus. (A. M.)
4- A Sagrada Família deixa sua casinha.
(A. M. )
5- Põem-se os santos viajantes a caminho
e deixam sua terra. (A. M. )
6- Quanto sofrem no caminho! (A. M. )
7- Quanto sofrem no Egito. ( A. M. )
Gloria Patri.
III- Maria Santíssima perde seu Divino
Filho durante três dias
A Sagrada Família vai ao templo, tendo o
Menino Jesus doze anos. (P. N.)
1- Na volta, o Menino fica em Jerusalém
sem que seus santos pais o percebam
(A.M.)
2- Maria SS. vai caminhando muito tris-
te por não ver seu santo Filho. (A. M. )
3- À tarde, quando se reúnem S. José e
Nossa Senhora, que iam por caminhos
diversos, ficam transpassados de dor por
não acharem o Menino, que cada um jul-
gava estar com o outro. (A. M. )
4- Procuram debalde a Jesus entre
os parentes e conhecidos, e finalmente
voltam a Jerusalém. (A. M. )
5 - Durante três dias procuram o Menino,
com imensa dor. (A. M. )
6- Quanto sofre a Virgem com a perda de
seu filho e a vista da aflição de seu casto
Esposo. (A. M. )
7- Depois de três dias, finalmente, Jesus é
encontrado por seus santos pais, no tem-
plo, assentado entre os doutores. (A. M. )
Gloria Patri.
IV- Maria Santíssima encontra seu Divino
Filho carregando a Cruz
A santa Virgem vai subindo o monte Calvá-
rio, procurando encontrar-se pela última
vez com seu Divino Filho. ( P. N.)
1- Ouve os insultos da multidão, e vê pas-
sar o povo raivoso. (A. M. )
2- Chega por fim Jesus ensanguentado,
exausto, carregando a Cruz. (A. M. )
3- Jesus tropeça e cai sob o peso da
Cruz. (A. M. )
4- Maria corre para seu Filho. (A. M. )
5- Lança-se aos pés de seu Filho e quer
falar-lhe, mas é impedida pela dor. (A. M. )
6- Logo os algozes repelem a Virgem, e
obrigam com maus tratos o Senhor a cami-
nhar para frente. (A. M. )
7- A Senhora vai seguindo seu bendito
Filho até o fim. (A. M. )
Gloria Patri.
V- Agonia e morte de Jesus
Ó Maria, minha Mãe, quanto sofreis, em
pé, junto da cruz onde agoniza vosso Filho!
(P. N. )
1- Quanto sofreis vendo o corpo de vosso
Filho, chagado, desconjuntado, pregado na
cruz! (A. M. )
2- Vendo-O insultado e escarnecido por
todos! (A. M. )
3- Quando O ouvis dizer: " Mulher eis aí teu
filho!". (A. M. )
4- Quando ouvis Jesus gemer: " Meu Deus!
Meu Deus! porque me desamparas-
tes?!” (A.M)
5- Quando O ouvis dizer: " Tenho sede!" (A.
M. )
6- Quando os algozes dão a beber vinagre
a vosso divino Filho! (A. M. )
7- Quando vedes vosso Filho expirar cruci-
ficado! (A. M. )
Gloria Patri
VI- Jesus é descido da cruz e colocado nos
braços de sua Mãe
Aflição e desamparo da Senhora junto da
cruz, após a morte de seu Filho. (P. N. )
1- Um soldado abre o lado de Jesus com
Edição:
Capela Nossa Senhora das Alegrias - Vitória, ES
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Contemplação dos mistérios da Coroa das sete Dores de Nossa Senhora
uma lança, deixando transpassado . .
de dor. (A. M. )
2- Imediatamente brota sangue e água
do lado de Jesus. (A. M. )
3- O corpo morto do Senhor é descido da
cruz. (A. M. )
4- É colocado nos braços de sua santa
Mãe. (A. M. )
5- Quanto sofre a Virgem contemplando
as chagas de seu Filho! (A. M. )
6- Ó meu Salvador, eu vos contemplo em
união com vossa Divina Mãe e Vos agra-
deço tudo que por mim sofrestes. (A. M. )
7- Ó santa Mãe, grave profundamente em
meu coração as chagas de vosso Filho
crucificado. (A. M. )
Gloria Patri.
VIII- Sepultura de Jesus e soledade da
Senhora
Nossa Senhora acompanha à sepultura o
corpo de seu Divino Filho. ( P. N. )
1- Chega ao horto onde o Senhor vai ser
sepultado. (A. M. )
2- A Virgem dolorosa despede-se de seu
Filho pela última vez. (A. M. )
3- O corpo de Jesus é colocado no sepul-
cro. (A. M. )
4- O sepulcro é fechado com uma grande
pedra. (A. M. )
5- Que dor sente Maria Santíssima! (A.
M. )
6- A Senhora volta tristemente, sem mais
seu Filho vivo nem morto. (A. M. )
7- Soledade de Maria. (A. M. )
Gloria Patri
* Três " Ave-Marias" no fim em honradas
tristezas por que passou a Senhora: 1ª
desde seu nascimento até á Paixão; 2ª
na Paixão de seu Divino Filho; 3ª no resto
de sua santa vida.
V.: Rogai por nós, ó Virgem dolorosíssima.
R.: Para que sejamos dignos das promes-
sas de Cristo
Oremos: Interceda por nós, Senhor Jesus
Cristo, agora e na hora de nossa morte,
ante a vossa clemência, Bem-aventurada
Virgem Maria vossa Mãe, cu-
ja sacratíssima alma, foi transpassada
por uma espada de dor na hora de vossa
Paixão. Nós vôl-o pedimos por Vós mes-
mo, Salvador do mundo, que com o Pa-
dre e o Espírito Santo viveis e reinais por
todos os séculos dos séculos. Amém.