O documento fornece informações gerais sobre a cultura da acerola, incluindo sua classificação, origem, valor nutritivo, clima ideal, solo, propagação, colheita e usos. A acerola é uma fruta tropical rica em vitamina C, nativa do Caribe, e requer clima quente e úmido para cultivo. Sua produção exige práticas como irrigação, controle de pragas e doenças.
1. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
Embrapa Mandioca e Fruticultura
ACEROLA EM FOCO
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
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Número 09 Outubro/2004
Acerola — Aspectos Gerais da Cultura
Rogério Ritzinger1
Cecília Helena Silvino Prata Ritzinger1
Foto: Rogério Ritzinger
NOME COMUM: acerola, cereja-das-antilhas.
CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA: Malpighia emarginata
D.C., pertencente à família Malpighiaceae.
ORIGEM: é uma frutífera nativa das ilhas do Caribe,
América Central e norte da América do Sul.
VARIEDADES: Cabocla; Okinawa; Olivier; Sertaneja.
VALOR NUTRITIVO: a acerola é uma excelente fonte de vitamina C (ácido ascórbico), além de
ser uma fonte razoável de pró-vitamina A. Também contém vitaminas do complexo B como
tiamina (B1), riboflavina (B2) e niacina (B3), e minerais como cálcio, ferro e fósforo, embora os
teores sejam baixos.
CLIMA: a aceroleira é uma planta de clima tropical, porém adapta-se bem em regiões de clima
subtropical. Temperaturas entre 15ºC e 32ºC, com médias anuais em torno de 26ºC, são as mais
favoráveis. Para que a mesma cresça e produza bem, também é fundamental uma adequada
disponibilidade de água no solo. Precipitações entre 1200mm e 2000mm, bem distribuídas ao
longo do ano, são consideradas ideais. Além disso, a planta é exigente quanto à insolação, que
influencia bastante a produção de vitamina C.
SOLO: solos profundos, areno-argilosos e bem drenados são os mais indicados.
PROPAGAÇÃO: sementes (para a formação dos porta-enxertos), estaquia e enxertia por garfagem.
SUBSTRATO PARA MUDAS: para a germinação de sementes e enraizamento de estacas
recomenda-se o uso de areia lavada apenas ou acrescida de vermiculita, na proporção, em
volume, de 1:1. Para mudas em crescimento recomenda-se uma mistura compostada à base de
casca de pinus queimada (180,0 L), vermiculita (20,0 L), torta de mamona (3,0 L), calcário
dolomítico (0,6 kg) e adição da fórmula NPK 10-10-10 (0,5 kg).
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Pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura, Rua Embrapa s/n, Caixa Postal 007, CEP 44380-000, Cruz das Almas, BA.
2. ÉPOCA DE PLANTIO: preferencialmente, no início ou durante a estação chuvosa; havendo
possibilidade de irrigação, o plantio pode ser feito em qualquer época do ano, exceto no inverno
em regiões com temperaturas inferiores a 15ºC.
ESPAÇAMENTO: 5,0 m x 5,0 m ou 6,0 m x 4,0 m.
PRÁTICAS CULTURAIS: para que a aceroleira produza bem, algumas práticas culturais são
essenciais como o controle de plantas daninhas, adubações (baseadas na análise do solo),
podas de formação e de limpeza, e irrigação (em regiões onde ocorre déficit hídrico nos meses
mais quentes do ano).
POLINIZAÇÃO: para um bom vingamento de frutos, a aceroleira depende da polinização das
flores por insetos polinizadores, destacando-se abelhas do gênero Centris spp. Além disso, é
recomendável o plantio intercalado de mais de uma variedade de acerola para favorecer a
polinização cruzada.
PRINCIPAIS PRAGAS: bicudo do botão floral (Anthonomus acerolae); cigarrinha (Bolbonata
tuberculata); cochonilha parda (Coccus hesperidium); formigas cortadeiras (Atta spp.); mosca
das frutas (Ceratitis capitata); ortézia (Orthezia praelonga); percevejo vermelho (Crinocerus
sanctus); pulgão (Aphis spp.) e nematóides (Meloidogyne spp.).
PRINCIPAIS DOENÇAS: antracnose (Colletotrichum gloesporioides); cercosporiose (Cercospora
sp.); seca descendente de ramos (Lasiodiplodia theobromae) e podridão de frutos (Rhizopus
sp.).
COLHEITA: os frutos devem ser colhidos a cada dois ou três dias, retirando todos os frutos
maduros e aqueles mudando de coloração, manuseando os mesmos com cuidado para evitar
lesões e evitando deixá-los expostos ao sol após a colheita.
PÓS-COLHEITA: após a colheita, os frutos devem ser levados a uma casa de beneficiamento,
onde são submetidos a uma seleção e lavagem com água fria. Frutos para consumo ao natural
são acondicionados em embalagens plásticas, pesados e conservados sob refrigeração à
temperatura de 7 a 8ºC, por um período de até 10 dias. Frutos destinados à exportação são
armazenados sob congelamento à temperatura de –20ºC, que permite a conservação por mais
tempo.
PRODUTIVIDADE: a aceroleira produz três ou mais safras durante o ano, concentradas
principalmente na primavera e verão, que dependem da disponibilidade de água no solo. A
partir do 3º ou 4º ano do plantio, plantas adultas chegam a produzir acima de 40kg de frutos/
planta/ano, que corresponde a uma produtividade em torno de 16t/ha.
USOS: a acerola apresenta elevado potencial para produtos processados (suco integral e polpa
congelada) e indústria farmacêutica. Para uso doméstico, é geralmente consumida ao natural e
na forma de sucos, geléias e doces de massa, podendo ser misturada a outros sucos de frutas
como laranja, manga e mamão.
Tiragem: 1000 exemplares
Para maiores informações contate a equipe de acerola, telefone (75) 621-8059, fax (75) 621-8097.
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Ministério da Agricultura,
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