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The Dead Zone
Sinopse: Tudo virou de ponta cabeça quando perdi meus pais e me mudei
para Rivne para viver com minha tia Katherine. Logo entrei numa rotina
solitária, ninguém conseguia penetrar a mortalha de escuridão colada em
minha pele. Até conhecer Bradley. Misterioso e reservado, Bradley Johnson
apareceu do nada na minha vida mórbida. E eu o vi como uma forma de
recomeçar. Mas é claro que nada é tão simples assim. Porque Brad não é
como os outros humanos. Ele guarda um segredo que pode ser fatal. Algo que,
desde que nasceu, não conseguiu evitar.
Gênero: Ação, Aventura, Ficção Científica, Mistério, Romance.
Faixa Etária: +16
Por Tamires Cordeiro

Prólogo
Boa parte dos adolescentes da minha idade sonharia em se mudar para um
país diferente. Mas ir para um lugar totalmente desconhecido após presenciar
a morte dos meus pais não foi exatamente a realização de um sonho.
Sair da França para morar na Ucrânia, na verdade, não era um problema. Eu
poderia continuar na minha cidadezinha mas nada adiantaria. Estava cega para
o mundo, tentando me agarrar ao que restava do passado. Da vida que eu
considerava perfeita e que duraria por muito, muito mais tempo.
No dia da morte dos meus pais, estávamos voltando de um casamento. O som
tocava no máximo volume. Coloquei os braços para fora do carro, tomada por
sensações intensamente boas. A velocidade estava bem acima do permitido, a
chuva tornava o asfalto perigoso e a escuridão nos impedia de enxergar o
caminho. E até a árvore na nossa frente. Eu poderia ter falado: Não, vamos
voltar para casa amanhã. Está tarde e chovendo muito.
Por que eu não falei isso?
Quando a melodia chegava ao fim, uma freada brusca me arremessou para
frente e o carro bateu contra a figueira, trazendo uma dor imensa no meu
estômago. Agulhadas de dor perfuravam a minha pele. Parecia que eu estava
sendo cortada com lâminas profundas. Abri a porta o mais rápido que pude, o
terror de ficar lá dentro era maior que qualquer outra sensação. Acumulei
tanta força que perdi o equilíbrio, atingindo o chão depressa e me arrastando
sobre ele. Queria ficar o mais afastada o possível. Fechei bem os olhos, pois
uma luz insistia em atravessar as minhas pálpebras e queimá-los e, quando
tentei me levantar, a dor que eu sentia dobrou de intensidade, tomando para si
todo o meu corpo.
O que tinha acontecido? Com a visão embaçada, vi que meus pais
permaneciam lá dentro, desnorteados e presos às ferragens enquanto o fogo
lambia rapidamente todo o automóvel. Meu pai se contorcia tentando sair, eu
podia vê-lo me fitando com os olhos repletos de terror. Ele respirava com
muita dificuldade, e tentava me dizer algo. Minha mãe agonizava com as
labaredas que possuíam quase todo o seu corpo. Tentei erguer o braço, mas
recuei imediatamente quando estocadas excruciantes se espalharam por mim,
fazendo com que eu me contraísse e caísse novamente. A mistura de
sensações boas que eu sentia anteriormente se transformou no pior pesadelo
da minha vida. Aquela dia com certeza me atormentaria por muitos e muitos
anos. E desta vez, não teria ninguém para me acolher, eu estava terrivelmente
sozinha. Foi quando minha tia resolveu que viver na Ucrânia com ela seria a
melhor maneira de tentar reconstruir a minha vida.

Capítulo 1
Raios de sol escapavam entre os prédios no fim da tarde, e o céu não estava tão cinzento
como quando saí de Paris algumas horas atrás.
O carro que me buscou no aeroporto de Rivne parecia estar próximo ao destino que,
nesse caso, seria minha nova casa. E a cada curva feita, os restos do meu pobre coração
despedaçado eram largados para trás. Deixando-me aos poucos, tão morta quanto meus
próprios pais.
O que, metaforicamente falando, não era mentira nenhuma.
Atravessamos a estrada toda num silêncio estranho, tão grande que era possível ouvir o
barulho das respirações, do vácuo criado entre mim e o motorista. Encostei a testa no
vidro da janela, temendo o que me aguardava no final no final do caminho – uma nova
vida.
Quando o carro parou na frente do portão de entrada, minha tia acenava alegremente.
- Aimee! – exclamou assim que bati a porta do automóvel. – Como você está diferente!
Tem tanto tempo que não te vejo!
Ela assim como eu, mudou muito desde a última vez que nos encontramos. O rosto
estava levemente marcado por rugas, e o cabelo escuro que antes ficava na altura da
cintura, fora cortado na altura do queixo. Mas os olhos como os da minha mãe, que eu
infelizmente nunca herdei, continham com o mesmo brilho intenso.
Ergui os olhos sobre seus ombros enquanto lhe dava um abraço, e lá estava meu novo
lar. Estranhei o fato de que um lugar daqueles jamais aparecera em uma revista ou na
televisão, pois era realmente colossal. Toda sua estrutura parecia ter sido feita por um
designer muito famoso. O branco predominava por quase todo o lugar, acompanhado de
detalhes na cor turquesa. Minha mãe já tinha mencionado a casa de tia Katherine,
dizendo que era “enorme” e dava um “show de visual”.
Ela só esqueceu de dizer que “grande” e “show de visual” eram só um eufemismo.
Depois de conhecer todos os cômodos da casa e os funcionários, fui levada até o quarto.
Fiquei deitada na cama, olhando o teto por algumas horas, e caindo num sono recheado
de pesadelos.

Passei os próximos cinco dias sozinha na maior parte do tempo, entrando numa rotina
solitária. Tentando me abrigar no conforto dos livros. As únicas intromissões na minha
solidão eram os jantares em restaurantes sofisticados com a minha tia e os e-mails que
os amigos que deixei para trás me mandavam. Ambos começavam com “Como você
está?”
O que eu deveria dizer? Deprimida? Sozinha? Acabada? Em vez disso, mentia. Dizia
que estava bem, só um pouco cansada. Que estava ansiosa para começar a estudar de
novo. E sempre, sempre que eu os respondia assim, percebia o quando minha vida real
estava diferente da vida fictícia criada para eles. O que me deixava ainda pior.
Certa noite, minha tia entrou no quarto e sentou-se na beira da cama. Pela expressão em
seu rosto, já sabia o que estava por vir.
- Não lhe faz bem ficar por aí de baixo astral. Deveria passar mais tempo fora de casa
para se distrair. – Começou a falar enquanto eu ouvia calada. – E além disso, você não
vai arranjar um namorado ficando isolada o tempo todo. Precisa conhecer novas
pessoas!
- Mas eu conheço novas pessoas!
- Personagens de livros não conta. – Ela me atalhou.
Katherine se levantou e foi em direção a porta com uma postura elegante.
- Não foi você que morreu. – Disse. Foram seus pais. E eles iam querer que você
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The Dead Zone

  • 1. The Dead Zone Sinopse: Tudo virou de ponta cabeça quando perdi meus pais e me mudei para Rivne para viver com minha tia Katherine. Logo entrei numa rotina solitária, ninguém conseguia penetrar a mortalha de escuridão colada em minha pele. Até conhecer Bradley. Misterioso e reservado, Bradley Johnson apareceu do nada na minha vida mórbida. E eu o vi como uma forma de recomeçar. Mas é claro que nada é tão simples assim. Porque Brad não é como os outros humanos. Ele guarda um segredo que pode ser fatal. Algo que, desde que nasceu, não conseguiu evitar. Gênero: Ação, Aventura, Ficção Científica, Mistério, Romance. Faixa Etária: +16 Por Tamires Cordeiro Prólogo Boa parte dos adolescentes da minha idade sonharia em se mudar para um país diferente. Mas ir para um lugar totalmente desconhecido após presenciar a morte dos meus pais não foi exatamente a realização de um sonho. Sair da França para morar na Ucrânia, na verdade, não era um problema. Eu poderia continuar na minha cidadezinha mas nada adiantaria. Estava cega para o mundo, tentando me agarrar ao que restava do passado. Da vida que eu considerava perfeita e que duraria por muito, muito mais tempo. No dia da morte dos meus pais, estávamos voltando de um casamento. O som tocava no máximo volume. Coloquei os braços para fora do carro, tomada por sensações intensamente boas. A velocidade estava bem acima do permitido, a chuva tornava o asfalto perigoso e a escuridão nos impedia de enxergar o caminho. E até a árvore na nossa frente. Eu poderia ter falado: Não, vamos voltar para casa amanhã. Está tarde e chovendo muito. Por que eu não falei isso? Quando a melodia chegava ao fim, uma freada brusca me arremessou para frente e o carro bateu contra a figueira, trazendo uma dor imensa no meu estômago. Agulhadas de dor perfuravam a minha pele. Parecia que eu estava sendo cortada com lâminas profundas. Abri a porta o mais rápido que pude, o terror de ficar lá dentro era maior que qualquer outra sensação. Acumulei tanta força que perdi o equilíbrio, atingindo o chão depressa e me arrastando
  • 2. sobre ele. Queria ficar o mais afastada o possível. Fechei bem os olhos, pois uma luz insistia em atravessar as minhas pálpebras e queimá-los e, quando tentei me levantar, a dor que eu sentia dobrou de intensidade, tomando para si todo o meu corpo. O que tinha acontecido? Com a visão embaçada, vi que meus pais permaneciam lá dentro, desnorteados e presos às ferragens enquanto o fogo lambia rapidamente todo o automóvel. Meu pai se contorcia tentando sair, eu podia vê-lo me fitando com os olhos repletos de terror. Ele respirava com muita dificuldade, e tentava me dizer algo. Minha mãe agonizava com as labaredas que possuíam quase todo o seu corpo. Tentei erguer o braço, mas recuei imediatamente quando estocadas excruciantes se espalharam por mim, fazendo com que eu me contraísse e caísse novamente. A mistura de sensações boas que eu sentia anteriormente se transformou no pior pesadelo da minha vida. Aquela dia com certeza me atormentaria por muitos e muitos anos. E desta vez, não teria ninguém para me acolher, eu estava terrivelmente sozinha. Foi quando minha tia resolveu que viver na Ucrânia com ela seria a melhor maneira de tentar reconstruir a minha vida. Capítulo 1 Raios de sol escapavam entre os prédios no fim da tarde, e o céu não estava tão cinzento como quando saí de Paris algumas horas atrás. O carro que me buscou no aeroporto de Rivne parecia estar próximo ao destino que, nesse caso, seria minha nova casa. E a cada curva feita, os restos do meu pobre coração despedaçado eram largados para trás. Deixando-me aos poucos, tão morta quanto meus próprios pais. O que, metaforicamente falando, não era mentira nenhuma. Atravessamos a estrada toda num silêncio estranho, tão grande que era possível ouvir o barulho das respirações, do vácuo criado entre mim e o motorista. Encostei a testa no vidro da janela, temendo o que me aguardava no final no final do caminho – uma nova vida. Quando o carro parou na frente do portão de entrada, minha tia acenava alegremente. - Aimee! – exclamou assim que bati a porta do automóvel. – Como você está diferente! Tem tanto tempo que não te vejo! Ela assim como eu, mudou muito desde a última vez que nos encontramos. O rosto estava levemente marcado por rugas, e o cabelo escuro que antes ficava na altura da cintura, fora cortado na altura do queixo. Mas os olhos como os da minha mãe, que eu infelizmente nunca herdei, continham com o mesmo brilho intenso. Ergui os olhos sobre seus ombros enquanto lhe dava um abraço, e lá estava meu novo lar. Estranhei o fato de que um lugar daqueles jamais aparecera em uma revista ou na televisão, pois era realmente colossal. Toda sua estrutura parecia ter sido feita por um designer muito famoso. O branco predominava por quase todo o lugar, acompanhado de detalhes na cor turquesa. Minha mãe já tinha mencionado a casa de tia Katherine, dizendo que era “enorme” e dava um “show de visual”.
  • 3. Ela só esqueceu de dizer que “grande” e “show de visual” eram só um eufemismo. Depois de conhecer todos os cômodos da casa e os funcionários, fui levada até o quarto. Fiquei deitada na cama, olhando o teto por algumas horas, e caindo num sono recheado de pesadelos. Passei os próximos cinco dias sozinha na maior parte do tempo, entrando numa rotina solitária. Tentando me abrigar no conforto dos livros. As únicas intromissões na minha solidão eram os jantares em restaurantes sofisticados com a minha tia e os e-mails que os amigos que deixei para trás me mandavam. Ambos começavam com “Como você está?” O que eu deveria dizer? Deprimida? Sozinha? Acabada? Em vez disso, mentia. Dizia que estava bem, só um pouco cansada. Que estava ansiosa para começar a estudar de novo. E sempre, sempre que eu os respondia assim, percebia o quando minha vida real estava diferente da vida fictícia criada para eles. O que me deixava ainda pior. Certa noite, minha tia entrou no quarto e sentou-se na beira da cama. Pela expressão em seu rosto, já sabia o que estava por vir. - Não lhe faz bem ficar por aí de baixo astral. Deveria passar mais tempo fora de casa para se distrair. – Começou a falar enquanto eu ouvia calada. – E além disso, você não vai arranjar um namorado ficando isolada o tempo todo. Precisa conhecer novas pessoas! - Mas eu conheço novas pessoas! - Personagens de livros não conta. – Ela me atalhou. Katherine se levantou e foi em direção a porta com uma postura elegante. - Não foi você que morreu. – Disse. Foram seus pais. E eles iam querer que você vivesse.