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25 de SETEMBRO de 2015
AUDITÓRIO II
EMESCAM - VITÓRIA/ES
BIANCA LAZARINI FORREQUE
Residente R1
Residência de Medicina de Família e Comunidade
PMV / SEMUS Vitória
EMESCAM / HSCMV
2015
ASMA NA INFÂNCIA
ASSOCIAÇÃO CAPIXABA DE
MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE
ACMFC
Conceito
• Doença inflamatória crônica das vias aéreas
• Hiperresponsividade
• Episódios recorrentes de sibilos, dispneia,
opressão torácica e tosse, especialmente à
noite ou no início da manhã.
• Reversível espontaneamente ou com
tratamento.
Sibilância recorrente na criança
Quando pensar em asma?
• Eczema nos 3 primeiros anos de vida
• Pai ou mãe com asma
• Rinite nos 3 primeiros anos de vida
• Sibilância sem resfriado (virose)
• Eosinofilia > 3% (na ausência de parasitose)
Até os
5 anos
Diagnóstico
CLÍNICO
TESTES DIAGNÓSTICOS
• Espirometria (antes e depois do uso de broncodilatador)
• Testes de Broncoprovocação
• Medidas seriadas de PFE
Diagnóstico diferencial
• Laringotraqueobroncomalácia
• Doenças congênitas da
laringe (estenose,
hemangioma)
• Anel vascular
• Tuberculose
• Cardiopatias
• Imunodeficiências
• Rinossinusite
• Doença pulmonar crônica da
prematuridade
• Malformações congênitas
• Fibrose cística
• Bronquiectasias
• Bronquiolite obliterante pós-
infecciosa
• Discinesia ciliar
• Síndromes aspirativas (DRGE,
distúrbios de deglutição,
aspiração de corpo estranho)
Tratamento
• Objetivo: controlar a doença, evitar crises e manter a
melhor função pulmonar possível.
• Avaliar nível de controle:
Característica CONTROLADO
PARCIALMENTE
CONTROLADO
NÃO CONTROLADO
Sintomas diurnos Nenhum ou até 2x/semana > 2x/semana 3 ou mais parâmetros
presentes em qualquer
semanaLimitação das
atividades
Nenhum Qualquer
Sintomas e despertares
noturnos
Nenhum Qualquer
Necessidade de
medicação de alívio
Nenhum ou até 2x/semana > 2x/semana
Função Pulmonar (PVE
ou VEF1)*
Normal < 80% do previsto
* Não avaliado em < 5 anos
Manejo da Asma
• Não usar
BDLA em
pacientes < 5
anos.
• Referenciar a
especialista a
partir da 3ª
Etapa
Ilustração por Maria Lucia Medeiros Lenz
Manejo da Asma
• Considerar voltar para a etapa anterior em caso de sintomas controlados durante 3
meses + risco baixo de exacerbações. Não é aconselhável interromper o tratamento
com CI.
• Fornecer instruções sobre autotratamento orientado
(automonitoramento + plano de ação por escrito para asma + avaliações periódicas)
• Tratar os fatores de risco modificáveis e comorbidades (ex.: rinite, obesidade)
• Orientar sobre terapias e estratégias não farmacológicas
• Considerar passar para a etapa seguinte em caso de sintomas não controlados,
exacerbações ou riscos (mas primeiro verificar o diagnóstico, a técnica de uso do
inalador e a adesão ao tratamento).
Lembre-se de...
Empoderar
o paciente!
Confirmar o diagnóstico
de asma
Como Investigar Asma Mal-controlada
Comparar a técnica de uso do inalador por meio de uma
lista de verificação específica para o dispositivo e corrigir
erros; repetir frequentemente. Ter uma conversa empática
com o paciente sobre as barreiras à adesão.
Observar como o
paciente usa o inalador.
Discutir a adesão ao
tratamento e as barreiras
ao uso do inalador
Se a função pulmonar estiver normal durante
sintomatologia, considerar dose de corticosteróide oral e
reavaliar função pulmonar 2-3 semanas depois.
Eliminar possíveis
fatores de risco. Avaliar e
tratar as comorbidades
Verificar se existem fatores ou indutores de risco, como
exposição a alérgenos. Verificar se existem comorbidades,
como: rinite, obesidade, DRGE ou ansiedade.
Considerar subir à próxima etapa de tratamento. Colocar
na balança os riscos e benefícios e tomar uma decisão
compartilhada.
Considerar aumentar
etapa de tratamento
Exacerbação asmática na APS
Paciente se apresenta com uma exacerbação aguda ou subaguda da asmaAtenção Primária
Trata-se de asma?
Fatores de risco para a morte relacionada à asma?
Qual a gravidade da exacerbação?
AVALIE o PACIENTE
LIGEIRA ou MODERADA
Fala usando frases, prefere ficar
sentado a deitado, não está agitado
FR normal ou aumentada
Não usa musculatura acessória
FC 100-120 bpm
Sat O2 (em ar ambiente) >95%
PFE > 50% do previsto ou melhor valor
GRAVE
Fala usando palavras isoladas, senta-se
curvado para a frente, agitado
FR aumentada
Usa musculatura acessória
FC > 120 bpm
Sat O2 (em ar ambiente) 92-95%
PFE ≤ 50% do previsto ou melhor valor
VIDA EM RISCO
Sonolento, confuso ou
tórax silencioso, cianose
• Sat O2 < 92% (indica
risco de necessidade de
hospitalização)
COMECE O TRATAMENTO
BDCA 4-10 inalações com espaçador / NBZ
– repetir a cada 20 minutos durante 1 hora
PREDNISONA 1-2mg/kg Máx 60mg
OXIGÊNIO visando SatO2 de 94-98%
TRANSFERIR PARA UNIDADE DE
EMERGÊNCIA
ENQUANTO AGUARDA: administrar
BDCA + O2 + corticosteroide sistêmico
URGENTE
AGRAVAMENTO
CONTINUAR TRATAMENTO
com BDCA conforme necessário
REAVALIAR APÓS 1-2H
AVALIAR PARA ALTA
Sintomas melhoraram, não necessita de BDCA
PFE melhorando > 60-80% do melhor valor
pessoal ou do previsto
Sat O2 > 95% em ar ambiente
Recursos em casa adequados
PROVIDENCIAR NA ALTA
Medicação para alívio: continuar conforme necessário
Medicação de controle: iniciar ou aumentar a potência.
Verificar técnica de uso do inalador e a adesão
Corticoide oral: continuar por mais 3-5 dias
Seguimento: dentro de 2-7 dias
SEGUIMENTO
Medicação para alívio: reduzir para conforme necessário
Medicação de controle: continuar com uma dose mais elevada a curto prazo (1-2
semanas) ou a longo prazo (3 semanas) dependendo do contexto da exacerbação
Fatores de risco: verificar e corrigir os fatores de risco modificáveis que possam ter
contribuído para a exacerbação – incluindo técnica de uso do inalador e a adesão
Plano de ação: é compreendido? Foi utilizado corretamente? Necessita de modificação?
TRANSFERIR PARA UNIDADE DE
EMERGÊNCIA
ENQUANTO AGUARDA: administrar
BDCA + O2 + corticosteroide sistêmico
AGRAVAMENTO
MELHORA
Referências
1) Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia. Diretrizes para o
Manejo da Asma. J Bras Pneumol. v.38, Suplemento 1, p. S1-S46 Abril
2012
2) Borges W, Burns D, Sarinho E, Guedes H, Pitchon R, Anderson MIP,
Vieira SE. Asma na Infância: Tratamento Medicamentoso. Diretrizes
Clínicas na Saúde Suplementar
3) Global Initiative for Asthma – GINA [homepage on the Internet]. Pocket
Guide for Asthma Management and Prevention, 2015. Available from:
http://www.ginasthma.org/local/uploads/files/GINA_Pocket_2015.pdf
4) Brasil. Ministério da Saúde. Grupo Hospitalar Conceição. Gerência de
Saúde Comunitária Atenção à saúde das crianças e adolescentes com
asma / organização de Maria Lucia Medeiros Lenz, Rui Flores; ilustração
de Maria Lucia Medeiros Lenz. – 2. ed. – Porto Alegre: Hospital Nossa
Senhora da Conceição, ago. 2011.

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TAC ASMA NA INFÂNCIA - VIII Jornada Capixaba de Medicina de Família e Comunidade

  • 1. 25 de SETEMBRO de 2015 AUDITÓRIO II EMESCAM - VITÓRIA/ES
  • 2. BIANCA LAZARINI FORREQUE Residente R1 Residência de Medicina de Família e Comunidade PMV / SEMUS Vitória EMESCAM / HSCMV 2015 ASMA NA INFÂNCIA ASSOCIAÇÃO CAPIXABA DE MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE ACMFC
  • 3. Conceito • Doença inflamatória crônica das vias aéreas • Hiperresponsividade • Episódios recorrentes de sibilos, dispneia, opressão torácica e tosse, especialmente à noite ou no início da manhã. • Reversível espontaneamente ou com tratamento.
  • 4. Sibilância recorrente na criança Quando pensar em asma? • Eczema nos 3 primeiros anos de vida • Pai ou mãe com asma • Rinite nos 3 primeiros anos de vida • Sibilância sem resfriado (virose) • Eosinofilia > 3% (na ausência de parasitose)
  • 5. Até os 5 anos Diagnóstico CLÍNICO TESTES DIAGNÓSTICOS • Espirometria (antes e depois do uso de broncodilatador) • Testes de Broncoprovocação • Medidas seriadas de PFE
  • 6. Diagnóstico diferencial • Laringotraqueobroncomalácia • Doenças congênitas da laringe (estenose, hemangioma) • Anel vascular • Tuberculose • Cardiopatias • Imunodeficiências • Rinossinusite • Doença pulmonar crônica da prematuridade • Malformações congênitas • Fibrose cística • Bronquiectasias • Bronquiolite obliterante pós- infecciosa • Discinesia ciliar • Síndromes aspirativas (DRGE, distúrbios de deglutição, aspiração de corpo estranho)
  • 7. Tratamento • Objetivo: controlar a doença, evitar crises e manter a melhor função pulmonar possível. • Avaliar nível de controle: Característica CONTROLADO PARCIALMENTE CONTROLADO NÃO CONTROLADO Sintomas diurnos Nenhum ou até 2x/semana > 2x/semana 3 ou mais parâmetros presentes em qualquer semanaLimitação das atividades Nenhum Qualquer Sintomas e despertares noturnos Nenhum Qualquer Necessidade de medicação de alívio Nenhum ou até 2x/semana > 2x/semana Função Pulmonar (PVE ou VEF1)* Normal < 80% do previsto * Não avaliado em < 5 anos
  • 8. Manejo da Asma • Não usar BDLA em pacientes < 5 anos. • Referenciar a especialista a partir da 3ª Etapa
  • 9. Ilustração por Maria Lucia Medeiros Lenz
  • 10. Manejo da Asma • Considerar voltar para a etapa anterior em caso de sintomas controlados durante 3 meses + risco baixo de exacerbações. Não é aconselhável interromper o tratamento com CI. • Fornecer instruções sobre autotratamento orientado (automonitoramento + plano de ação por escrito para asma + avaliações periódicas) • Tratar os fatores de risco modificáveis e comorbidades (ex.: rinite, obesidade) • Orientar sobre terapias e estratégias não farmacológicas • Considerar passar para a etapa seguinte em caso de sintomas não controlados, exacerbações ou riscos (mas primeiro verificar o diagnóstico, a técnica de uso do inalador e a adesão ao tratamento). Lembre-se de... Empoderar o paciente!
  • 11.
  • 12. Confirmar o diagnóstico de asma Como Investigar Asma Mal-controlada Comparar a técnica de uso do inalador por meio de uma lista de verificação específica para o dispositivo e corrigir erros; repetir frequentemente. Ter uma conversa empática com o paciente sobre as barreiras à adesão. Observar como o paciente usa o inalador. Discutir a adesão ao tratamento e as barreiras ao uso do inalador Se a função pulmonar estiver normal durante sintomatologia, considerar dose de corticosteróide oral e reavaliar função pulmonar 2-3 semanas depois. Eliminar possíveis fatores de risco. Avaliar e tratar as comorbidades Verificar se existem fatores ou indutores de risco, como exposição a alérgenos. Verificar se existem comorbidades, como: rinite, obesidade, DRGE ou ansiedade. Considerar subir à próxima etapa de tratamento. Colocar na balança os riscos e benefícios e tomar uma decisão compartilhada. Considerar aumentar etapa de tratamento
  • 13. Exacerbação asmática na APS Paciente se apresenta com uma exacerbação aguda ou subaguda da asmaAtenção Primária Trata-se de asma? Fatores de risco para a morte relacionada à asma? Qual a gravidade da exacerbação? AVALIE o PACIENTE LIGEIRA ou MODERADA Fala usando frases, prefere ficar sentado a deitado, não está agitado FR normal ou aumentada Não usa musculatura acessória FC 100-120 bpm Sat O2 (em ar ambiente) >95% PFE > 50% do previsto ou melhor valor GRAVE Fala usando palavras isoladas, senta-se curvado para a frente, agitado FR aumentada Usa musculatura acessória FC > 120 bpm Sat O2 (em ar ambiente) 92-95% PFE ≤ 50% do previsto ou melhor valor VIDA EM RISCO Sonolento, confuso ou tórax silencioso, cianose • Sat O2 < 92% (indica risco de necessidade de hospitalização) COMECE O TRATAMENTO BDCA 4-10 inalações com espaçador / NBZ – repetir a cada 20 minutos durante 1 hora PREDNISONA 1-2mg/kg Máx 60mg OXIGÊNIO visando SatO2 de 94-98% TRANSFERIR PARA UNIDADE DE EMERGÊNCIA ENQUANTO AGUARDA: administrar BDCA + O2 + corticosteroide sistêmico URGENTE AGRAVAMENTO
  • 14. CONTINUAR TRATAMENTO com BDCA conforme necessário REAVALIAR APÓS 1-2H AVALIAR PARA ALTA Sintomas melhoraram, não necessita de BDCA PFE melhorando > 60-80% do melhor valor pessoal ou do previsto Sat O2 > 95% em ar ambiente Recursos em casa adequados PROVIDENCIAR NA ALTA Medicação para alívio: continuar conforme necessário Medicação de controle: iniciar ou aumentar a potência. Verificar técnica de uso do inalador e a adesão Corticoide oral: continuar por mais 3-5 dias Seguimento: dentro de 2-7 dias SEGUIMENTO Medicação para alívio: reduzir para conforme necessário Medicação de controle: continuar com uma dose mais elevada a curto prazo (1-2 semanas) ou a longo prazo (3 semanas) dependendo do contexto da exacerbação Fatores de risco: verificar e corrigir os fatores de risco modificáveis que possam ter contribuído para a exacerbação – incluindo técnica de uso do inalador e a adesão Plano de ação: é compreendido? Foi utilizado corretamente? Necessita de modificação? TRANSFERIR PARA UNIDADE DE EMERGÊNCIA ENQUANTO AGUARDA: administrar BDCA + O2 + corticosteroide sistêmico AGRAVAMENTO MELHORA
  • 15. Referências 1) Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia. Diretrizes para o Manejo da Asma. J Bras Pneumol. v.38, Suplemento 1, p. S1-S46 Abril 2012 2) Borges W, Burns D, Sarinho E, Guedes H, Pitchon R, Anderson MIP, Vieira SE. Asma na Infância: Tratamento Medicamentoso. Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar 3) Global Initiative for Asthma – GINA [homepage on the Internet]. Pocket Guide for Asthma Management and Prevention, 2015. Available from: http://www.ginasthma.org/local/uploads/files/GINA_Pocket_2015.pdf 4) Brasil. Ministério da Saúde. Grupo Hospitalar Conceição. Gerência de Saúde Comunitária Atenção à saúde das crianças e adolescentes com asma / organização de Maria Lucia Medeiros Lenz, Rui Flores; ilustração de Maria Lucia Medeiros Lenz. – 2. ed. – Porto Alegre: Hospital Nossa Senhora da Conceição, ago. 2011.