1. Entende-se por CIRURGIA o uso da interferência
manipulatória para o diagnóstico e tratamento das
doenças, para modificar a função fisiológica ou
estrutura anatômica para um propósito específico.
45. O termo “cirurgia” tem origem no grego kheirurgia e no latim chirurgia. Atualmente
podemos definir a cirurgia como todos os procedimentos que envolvem a terapêutica
de uma determinada afecção que possa ter tratamento cirúrgico. Isto envolve os
procedimentos pré, trans e pós-operatório.
50. Fatores a considerar
Idade,
Sexo
Raça
comportamento
A seleção dos exames laboratoriais é baseada em anamnese, exame físico,
classificação de risco anestésico (Tabelas 11.3 e 11.4) e tipo de procedimento a ser
utilizado. A avaliação mínima laboratorial consiste em mensuração de hemoglobina,
hematócrito, proteínas plasmáticas e número de plaquetas. Outras provas
laboratoriais são:
• gasometria, albumina e hemostasia;
• bioquímica sanguínea: creatinina, sais biliares, fosfatase alcalina, glicose,
eletrólitos, aspartato aminotransferase (AST) e aspartato alanina aminotransferase
(ALT);
• elementos anormais e sedimentoscopia (EAS) (urina): densidade, bioquímica (pH,
proteínas, corpos cetônicos, bilirrubina e sangue), pesquisa de sedimentos
(cilindros, hemácias, leucócitos, bactérias, células epiteliais e cristais);
• eletrocardiografia: pacientes com traumatismo e ritmo cardíaco irregular;
• radiologia: tórax e abdômen;
• outros testes: teste para diagnóstico de filariose em cães.
51.
52.
53. FATORES DE RISCO CIRÚRGICO
RELACIONADOS À DOENÇA
PROVOCADOS PELA ANESTESIA
DETERMINADOS PELA CIRURGIA
PRÓPRIOS DO PACIENTE:
IDADE
ESTADO NUTRICIONAL
“STATUS” IMUNOLÓGICO
CONDIÇÕES HIDRO-ELETROLÍTICAS
DOENÇAS ASSOCIADAS
54. INFLUÊNCIA DA IDADE
FILHOTES
- FACILIDADE DE DESIDRATAÇÃO
- PREDISPOSIÇÃO À HIPOTERMIA
- MENOR EXPANSÃO DA CAIXA TORÁCICA
- IMATURIDADE IMUNOLÓGICA
IDOSOS
- DOENÇAS DEGENERATIVAS
- INTOLERÂNCIA ÀS ALT. HEMODINÂMICAS
- MAIOR FREQÜÊNCIA DE INFECÇÕES
- CICATRIZAÇÃO RETARDADA
55. FATORES NUTRICIONAIS
DESNUTRIÇÃO
INFECÇÕES MAIS FREQÜENTES
DIFICULDADE DE CICATRIZAÇÃO
INTOLERÂNCIA ÀS ALT. DA VOLEMIA
OBESIDADE
RISCOS NA ANESTESIA
TENDÊNCIA A TROMBOEMBOLISMO
MENOR CAPACIDADE VENTILATÓRIA
CICATRIZAÇÃO RETARDADA
56. QUANDO OCORRE IMUNODEPRESSÃO ?
DOENTES DEBILITADOS POR CÂNCER
TOXEMIADOS POR INFECÇÃO GRAVE
PORTADORES DE D. PARASITÁRIAS
USO DE CORTICOSTERÓIDES
USO DE QUIMIOTERAPIA ANTINEOPLÁSICA
USO DE IMUNOSSUPRESSORES
57. ESTD. GERAL, NUTRICIONAL E HIDRATAÇÃO
COLORAÇÃO DE MUCOSAS
ECTOPARASITAS, FOCOS DE INFECÇÃO
AUSCULTAÇÃO CARDÍACA E PULMONAR
PALPAÇÃO ABDOMINAL (p.an) RETAL
(gr.an)
AVALAR PARAMETROS FISIOLÓGICOS
EXAMES ESPECÍFICOS CONFORME O CASO
58. Complicações cardíacas incidem de 2 a 6 %
Principal causa de mortalidade em cirurgia
não-cardíaca (15-20%)
Idoso ? Intolerância exercícios ? Tosse seca ?
Edema? Dirofilariose ?
Estresse, DOR e hipovolemia induz liberação
de catecolaminas = Taquicardia
Agentes anestésicos deprimem miocárdio
AVALIAÇÃO: RX, ECG e ECOCARDIOGRAMA
60. AVALIAÇÃO FUNÇÃO RENAL
Pacientes com IRA mortalidade > 50%
IRC risco baixo: 1 a 4% mortalidade
Complicações: Distúrbios metabólicos, anemia,
infecção
Idoso? Urina? Disuria? Oliguria? Edema?
Fatores de risco para IRA do PO:
Idosos, pacientes com IRC, HIPOVOLEMIA
Monitorar o volume urinário
Dosagem de ureia e creatinina
61. AVALIAÇÃO FUNÇÃO HEPÁTICA
Detoxicação de anestésicos
Ascite? Icterícia? Intoxicações?
Endotoxemia?
Evitar cirurgias nas hepatopatias agudas
Hepatopatas crônicos =risco de
complicações, hemorragias
Dosar Creatinina, ALT, F.A
62. QUE EXAMES SOLICITAR ?
Testes laboratoriais: hemograma completo;
urina; bioquímica sanguínea; parasitológicos;
tipagem sanguínea; coagulograma
Radiografia de tórax
Eletrocardiografia e Ecocardiografia
Casos específicos: Citologia aspirativa
Testes microbiológicos
U.S. e T.C.
SEJA CRITERIOSO E USE O BOM SENSO!!
63. EXAMES COMPLEMENTARES
ADULTOS, ASA 1
HEMOGRAMA; COAGULOGRAMA;PT;URINA
IDOSOS, ASA 1
INCLUIR ECG, RX DO TÓRAX
URÉIA E CREATININA.
CASO DOENÇA OU QUEIXA ASSOCIADA
SOLICITAR EXAMES ESPECÍFICOS
64. QUANDO NÃO OPERAR ?
HEMOGLOBINA INFERIOR A 10 mg/dl
TEMPO DE PROTROMBINA < 80%
PLAQUETAS INFERIORES A 100.000/mm3
LEUCÓCITOS INFERIORES A 2.000/mm3
UREMIAS (IRA)
CARDIOPATAS GRAVES
PNEUMOPATIAS AGUDAS
HEPATOPATIAS AGUDAS
CASOS ESPECÍFICOS
65. CONDUTA NA EMERGÊNCIA
DIAGNÓSTICO RÁPIDO
CHOQUE ??? AGIR RÁPIDO!!!
ASSISTÊNCIA VENTILATÓRIA
OBTER VIA VENOSA CALIBROSA
REPOR VOLEMIA IMEDIATAMENTE
CATETERIZAÇÃO URINÁRIA
TERAPIA E PROCEDIMENTO ESPECÍFICO JÁ !!
66. CUIDADOS NO DIA ANTERIOR
CHECAR EXAMES SOLICITADOS
ORIENTAR PROPRIETÁRIO QTO A OPERAÇÃO
BANHO
JEJUM ALIMENTAR E HIDRICO
PREPARO DO INTESTINO
CIRURGIA INTESTINAL: 2-3 dias antes
MATERIAIS DE PROTEÇÃO: colar, roupa, fraldas
67. NA SALA DE PRE-OPERATÓRIO
CONFERIR JEJUM E PREPARO
ESVAZIAR A BEXIGA
AVALIAR PARÂMETROS FISIOLÓGICOS
CONTENÇÃO FÍSICA
COLOCAR o ACESSO VENOSO e FLUIDO
APLICAR A MPA
REALIZAR TRICOTOMIA
ANTIBIOTICOPROFILAXIA e SORO
ANTITETÂNICO
68. FLUIDO DE MANUTENÇÃO
NECESSIDADES BÁSICAS DIÁRIAS H²O
NORMAL DEBILITADO OBESO/IDOSO
40 ml/kg 30 ml/kg 25 ml/kg
10-20 ml/kg 1ª h; depois 7-15 ml/kg
CONSIDERAR: - IDADE DO ANIMAL
- IMC e ESTADO NUTRICIONAL
- BALANÇO HÍDRICO
- DOENÇA DE BASE
AVALIE SEMPRE A DIURESE
EVITE HIPERHIDRATAÇÃO
69. NA SALA DE CIRURGIA
POSICIONAMENTO DO ANIMAL NA MESA
SUPERFÍCIE MESA: EMBORRACHADA e MACIA
CALHAS
INDUÇÃO DA ANESTESIA GERAL
SONDAGEM TRAQUEAL
SONDAGEM VESICAL
MONITORAÇÃO DO PACIENTE
MANTER TEMPERATURA CORPÓREA
ANTISSEPSIA DE CAMPO OPERATÓRIO
70. DURANTE A OPERAÇÃO
MONITORAÇÃO DO PACIENTE (cada 5 minutos)
MANTER FLUIDOTERAPIA
EVITAR A HIPERIDRATAÇÃO
EVITAR HEMORRAGIA
EVITAR CONTAMINAÇÃO NO CAMPO
OPERATÓRIO
CIRURGIAS CONTAMINADAS: NA SÍNTESE
TROCAR
LUVAS E CAMPOS
ANTIBIOTICOPROFILAXIA (2ª dose)
FAZER CURATIVO ESTÉRIL SOB ASSEPSIA
71. PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO
LOCAL DE RECUPERAÇÃO
CONFORTÁVEL
INCUBADORA
CUIDADO COM HIPOTERMIA !!!
CONTINUAR FLUIDOTERAPIA
CONTINUAR MONITORAÇÃO
ANALGESIA P.O.(cuidado analgésico
opióide !)
PERMANECER COM O PACIENTE
ATÉ RECUPERAÇÃO ANESTÉSICA !!!
75. COMPLICAÇÕES P.O. (>24/48 hs)
VÔMITOS
FEBRE
INFECÇÃO DO SÍTIO CIRÚRGICO
PERITONITE
DEISCÊNCIA DE SUTURA E EVISCERAÇÃO
DESNUTRIÇÃO
PNEUMONIA
INFECÇÃO URINÁRIA
76. INFECÇÃO DE FERIDA CIRÚRGICA
FERIDA INFECTADA
- TESTES MICROBIOLOGICOS
- PERMITIR DRENAGEM
- LIMPEZA E DEBRIDAMENTO
- PRODUTOS TÓPICOS
- TROCAR CURATIVO VÁRIAS VEZES
- EVITAR MOLHAR
- PROTEÇÃO DE AUTOMUTILAÇÃO
- ANTIBIOTICOTERAPIA
- CICATRIZAÇÃO 2ª INTENÇÃO OU 3ª INTENÇÃO
77. COMPLICAÇÕES P.O. (após 1ª sem)
HERNIA INCISIONAL
ADERÊNCIAS
OBSTRUÇÕES INTESTINAIS
FIBROSES e CONTRATURAS CICATRICIAIS
78. 1- aumento do valor econômico dos paciente;
2- aumento do valor dos animais de
estimação;
3- diagnóstico;
4- tratamento;
5- cirurgia cosmética ou plástica;
6- cirurgia experimental;
Propósitos da
Cirurgia Veterinária
79. Restabelecer a saúde do animal
proporcionando qualidade de vida ao
paciente, restituindo qualidades úteis de
produção e trabalho.
Objetivo
80. Classificação das Cirurgias
De acordo com a atividade:
De acordo com a Finalidade
- reparação de feridas: parte fundamental de todo
procedimento cirúrgico;
- cirurgia extirpativa: remoção de órgãos ou tecidos doentes;
- cirurgia reconstrutiva: reconstrói órgãos ou tecidos;
- cirurgia fisiológica;
81. Classificação das Cirurgias
Quanto ao tipo:
- leve: sem perigo de vida;
- grave: com perigo de vida;
- simples: rápida envolvendo uma estrutura de tecido;
- composta: envolve várias estruturas;
- cruentas: com presença de muito sangue;
- regulares: segue normas estabelecidas, planejadas;
- irregulares: sem plano, complicadas;
- urgentes: apresentação grave;
- eletivas ou não urgentes: apresentação não grave;
- paliativas: melhora as condições de vida, mas não cura;
82. Classificação das Cirurgias
De acordo com a especialidade (geralmente baseadas em
sistemas ou região):
- cardíaca;
- oftálmica;
- torácica;
- abdominal;
- etc...
83. Integração de Procedimentos
Propedêutica Diagnóstico Indicação
Tratamento cirúrgico
Pré-operatório
Trans-operatório
Anestesia Ato operatório
Anatomia Fisiopatologia Técnica cirúrgica
Pós operatório
84. Formando um cirurgião
Técnica e conhecimentos alcançados com a
experiência;
Conhecimentos de anatomia, fisiologia e
clínica;
Disciplina;
Equilíbrio psicoemocional;
Responsabilidade;
Reconhecer seus limites;
Prudência;
Habilidade manual.
85. Exemplo
• Retirada de tumor de mama em cadela
– Técnica cirúrgica
– Patologia cirúrgica geral
– Clínica cirúrgica terapêutica
• Sangramento? Cruenta
• Finalidade? Eletiva
• Técnica empregada? Mutiladora
• Resultado? Paliativa ou radical
• Prognóstico? Leve ou grave
87. As manobras e os procedimentos
cirúrgicos, assim como os instrumentais
utilizados são reconhecidos mundialmente
por denominações próprias ou termos
médicos das mais diversas procedências
etimológicas, que irão constituir a
nomenclatura utilizada em técnica
cirúrgica.
88. Nomenclatura ou terminologia cirúrgica
• Visa identificar corretamente as diferentes intervenções
cirúrgicas
• Radical – órgão abordado
• Sufixo – manobra a ser executada
• Erros – “laparotomia”
89. SUFIXAÇÃO DOS TERMOS PRINCIPAIS EM PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS
Procedimento
cirúrgico
Sufixo Palavra
primitiva
Termo
composto
Significado
Punção Centese Pericárdio Pericardiocen-
tese
Punção de
pericárdio
Incisão Tomia Tórax Toracotomia Abertura do tórax
Sutura Rafia Aorta Aortorrafia Sutura da aorta
Extirpação Ectomia Nefro Nefrectomia Retirada do rim
Fistulação com a
pele
Stomia Colo Colostomia Criação de uma
comunicação
cólon - pele
Fistulação entre
2 órgãos
Anastomose Gastroentero Gastroentero-
anas-tomose
Criação de uma
comunicação
estômago -
intestino
Reconstrução Plastia Períneo Perineoplastia Reconstrução
perineal
90. Fixação Pexia Histero Histeropexia Fixação do útero
Fusão -
Imobilização
Dese Artro Artrodese Imobilizaçãode
articulação
Dissolução Lise Pleura Pleurolise Eliminação de
aderências pleurais
Detenção Stasia Hemo Hemostasia Parar o sangramento
Desenhar ou obter Grafia Linfo Linfografia Contrastar os vasos
linfáticos
Esmagamento Tripsia Entero Enterotripsia Esmagamento da
parede abdominal
Composição Síntese Ósteo Osteossíntese Reunião óssea
Fratura Clase Lito Litóclase Fragmentar os
cálculos
Visualização Scopia Bronco Broncoscopia Visualização interna
dos brônquios
91. Fatores determinantes da infecção
• Microorganismos
• Ambiente tecidual
• Mecanismos de defesa sistêmica e local
• Número de bactérias
• Virulência
• Tempo de exposição
92. Prevenção da infecção da ferida cirúrgica
• Ambiente cirúrgico
– Bactérias aerógenas
– Número e circulação de pessoas
• Preparação do paciente
– Banho
– Infecções concomitantes
– Tricotomia
– Campo operatório
93. • Técnica cirúrgica
– Suturas e fios
– Corpo estranho
– Material necrótico
– Tecido isquêmico
– Hematoma
Prevenção da infecção da ferida cirúrgica
95. Métodos de esterilização
• Definições:
• Esterilização – destruição de todos os
microorganismos
• Desinfecção – destruição de organismos
patogênicos - objetos inanimados
• Anti-sepsia – destruição de organismos
patogênicos - organismos vivos
96. esterilização
• Calor úmido - autoclave
– Temperatura – pressão – tempo de exposição
– Ebulição e fervura – 30’ a 60’ precário
– Autoclave – 120 a 130ºC - 30 a 40’
– Panos de campo, instrumentos, vidraria
104. desinfetantes
• Álcoois – isopropílico (50-70%) e etílico (70%)
– Bons desinfetantes e anti-sépticos
– Preparo do local de injeção
• Aldeídos
– Glutaraldeído e formaldeído
– Também podem ser utilizados como desinfetantes
– Desinfecção de ambientes
105. desinfetantes
• Compostos clorados – hipoclorito de sódio
– Boa ação desinfetante e anti-séptica
– Inativado por resíduo orgânico
• Compostos iodados – iodóforos 7,5%
– Não é esporicida
– Corrói metais
106. desinfetantes
• Outros compostos
– Cal – óxido de cálcio (cal virgem) ou hidróxido de cálcio (cal
extinta ou apagada)
• Baixo custo e fácil aplicação
– Soda cáustica: hidróxido de sódio
• Está em desuso
108. Anti-sépticos
• Álcoois – álcool etílico 70%
– Anti-sepsia da pele
– Ineficaz contra esporos
• Compostos oxidantes – liberam oxigênio
– Profilaxia do tétano
– Peróxidos – H2O2
– Instável e breve ação germicida
– Permanganato de potássio - KmnO4
109. Anti-sépticos
• Compostos halogenados
• Iodo – tintura de iodo solução alcoólica 2%
– Ação revulsiva
• Iodóforo
– Geralmente combinado com veículo detergente
– Polivinilpirrolidona – menos irritante
• Álcool iodado 10%
– Tintura de iodo + álcool 96º
• Glicerina iodada 5 a 10%
– Glicerina + tintura de iodo
110. Anti-sépticos
• Metais pesados
• Cloreto de mercúrio – desuso
• Merbromina – mercúrio cromo
• Timerosal – mertiolate
• Sulfato cúprico – cáustico
– Usado em pedilúvio em casco
111. Anti-sépticos
• Derivados do furano – nitrofurazona
– Pomadas ou pastas
– Proibido
• Ácidos – ácido bórico
– Água boricada – bacteriostático
• Agentes tensoativos – sabão
– Fluidificador de secreções
– Tergenvet®
112. Características desejáveis em um
desinfetante ou anti-séptico
• Boa ação antimicrobiana ou germicida
• Umectantes
• Boa penetração nos tecidos
• Boa atividade na presença de matéria orgânica
• Não interferir na cicatrização
• Coloridos
• Não corrosivos ou cáusticos
• Econômico, de fácil aquisição e aplicação
• Não tóxico
113. Cuidados com instrumentais e panos
• Devem ser limpos de contaminação grosseira
– Manualmente, equipamentos ultra-sônicos ou desinfetantes
• Secos e montados em caixa ou embalados individualmente
• Esterilizados
• Resfriados
• Armazenados
114. Equipe cirúrgica
• Banho, unhas, barba, cabelos e adereços
• Número de pessoas limitado
• Vestimenta adequada e exclusiva ao centro cirúrgico
• Cirurgião, auxiliar e instrumentador paramentados
– Avental cirúrgico estéril
– Devem permanecer todo o tempo de frente para o paciente
115. Ambiente cirúrgico
• Área limpa
– Sala cirúrgica
– Pias de escarificação
– Sala de suprimentos esterilizados
• Área mista
– Corredores entre as salas cirúrgicas
– Sala de processamento de instrumentos
• Área contaminada
– Sala de preparação anestésica
116. • Todos que entram no centro cirúrgico devem estar vestindo
trajes cirúrgicos apropriados
• As portas devem ser mantidas fechadas
• Panos sujos e lixo devem ser mantidos na área suja
• Deve ser de desing simples, fácil limpeza com piso, teto e
paredes de superfícies lisas
Ambiente cirúrgico
117. Paciente
• Prescrever banho de 1 a 2 dias antes da cirurgia
• Tricotomia deve ser feita fora da área limpa
• Antibioticoterapia profilática
118. FATORES DETERMINANTES DA INFECÇÃO
Microorganismos
Ambiente tecidual
Mecanismos de defesa sistêmica e local
Número de bactérias
Virulência
Tempo de exposição
118
119. PREVENÇÃO DA INFECÇÃO DA FERIDA CIRÚRGICA
Ambiente cirúrgico
Bactérias aerógenas
Número e circulação de pessoas
Preparação do paciente
banho
Infecções concomitantes
Tricotomia
Campo operatório
119
132. FONTES DE CONTAMINAÇÃO
Podem ser Animais ou Inanimadas:
- Fontes Animais: Fontes de m.o. do paciente:
pele, pelo, nasofaringe, vulva, ânus;
- Fontes Inanimadas: Objetos contaminados e o
ar.
Objetos contaminados podem incluir qualquer
fonte de contaminação como parede, piso,
móveis, equipamentos, implantes, instrumentais
não estéreis etc.
132
133. PREVENÇÃO DA INFECÇÃO DA FERIDA CIRÚRGICA
Técnica cirúrgica
Suturas e fios
Corpo estranho
Material necrótico
Tecido isquêmico
Hematoma
Profilaxia antibiótica
Cuidado! 133
134. MATERIAIS DE SUTURA
Fios de sutura
Absorvíveis
Inabsorvíveis
Grampos e grampeadores
Adesivos sintéticos e biológicos
134
135. BOA CICATRIZAÇÃO
Anti-sepsia e assepsia adequada
Hemostasia perfeita
Abolição do espaço morto
Bordas da ferida limpas e regulares
Ausência de corpo estranho e tecido necrótico
Posição anatômica correta
Tração moderada da sutura
Uso de instrumentos adequados
135
140. Propósitos
1. Salvar vidas
2. Aumento do valor econômico dos animais
3. Cirurgia cosmética ou plástica
4. Diagnóstico de doenças através de cirurgias exploratórias
para visualização direta, introdução de catéteres, agulhas,
injeção de contraste ou medida de parâmetros fisiológicos,
como por exemplo:
-laparotomia ou laparoscopia exploratória
-videolaparoscopia
-mielografias
-aferição da pressão arterial
5. Tratamento direto de doenças:
-reparação de fraturas
6. Tratamento indireto no alívio de dores secundárias
a um processo patológico:
-neurectomia
7. Cirurgia experimental, como importante recurso na
pesquisa biomédic
141. CLASSIFICAÇÃO DAS
CIRURGIAS
Conforme o tipo de cirurgia:
-leves: sem perigo de vida
-graves: envolvendo perigo de vida
-cruenta: com presença de sangue
-exangue: ausência de sangue
-urgente: realização imediata
-eletiva: programada
-paliativa: apenas melhora, não cura
Conforme a especialidade:
-cardiovascular
-torácica
-neurocirúrgica
-plástica, ..
142. Conforme a presença de microorganismos:
-Limpa: sem contaminação.
Ex.: conchectomia, orquiectomia
-Limpa-contaminada: procedimento em órgão que
contém grau significante de contaminação.
Ex.: reprodutivas, GI, etc...
-Contaminada: presença de inflamação, quebra de
assepsia.
Ex.: Perda de conteúdo GI
-Suja: presença de secreção purulenta.
Ex.: Víscera perfurada
143. Terminologia
1-As cirurgias são nomeadas por um método ou
por uma combinação dos mesmos: É
empregado o nome de uma pessoa credenciada
após ter desenvolvido ou modificado um
procedimento cirúrgico.
Ex.: cirurgia de ZEEP
São chamadas EPÔNIMAS
2-Nomes descritivos: combinação de sufixos
gregos ou latinos com termos anatômicos. O
radical ou prefixo indica o órgão e o sufixo
indica o procedimento cirúrgico.
144.
145.
146.
147.
148.
149.
150.
151.
152.
153.
154.
155.
156.
157.
158.
159.
160.
161.
162.
163.
164.
165.
166. ANTIBIOTICOPROFILAXIA
• Pacientes sujeitos a risco de infecção do sítio
cirúrgico, particularmente da ferida operatória, ou
aqueles com baixo risco, porém, com alta
morbidez e mortalidade, em caso de infecção, se
beneficiam do uso profilático de antibióticos.
• Os mais suscetíveis são aqueles com riscos
cirúrgicos ASA III, IV e V, submetidos a
operações potencialmente contaminadas ou
contaminadas e de longa dura
• Os procedimentos cirúrgicos infectados requerem
terapêutica antibiótica e não profilaxia
167. A escala mais utilizada é a da Sociedade Americana de
Anestesiologia (ASA):
• Risco I: paciente saudável e normal.
• Risco II: paciente com doença sistêmica leve a
moderada.
• Risco III: paciente com doença sistêmica grave, com
limitação, sem ser, porém, incapacitante.
• Risco IV: paciente com doença sistêmica incapacitante.
• Risco V: paciente moribundo, não espera-se que o
mesmo
sobreviva com ou sem a cirurgia proposta.
• Risco VI: Paciente em morte cerebral
168. Indicada em pacientes desnutridos, emagrecidos,
candidatos ao tratamento cirúrgico da obesidade
mórbida, com doenças consumptivas ou que afetem a
capacidade de absorção do trato gastrintestinal.
• Inclui parâmetros antropométricos e laboratoriais, e tem
por objetivo quantificar as reservas corpóreas.
• Perda ponderal igual ou superior a 5%, nos últimos 30
dias, sugere uma intensa depleção protéica e baixa da
imunidade, com aumento da morbidez pré e pós -
operatórias.
• Dosagem de albumina menor que 3,5g/dl e contagem de
linfócitos abaixo de 1.500/mm3 sugerem mau
prognóstico.
169. DIETA
• A restrição da dieta é decorrente do tipo de anestesia, da
doença e do tipo de procedimento cirúrgico que será
realizado.
• Qualquer procedimento cirúrgico, sob anestesia geral,
deve respeitar jejum mínimo de oito horas, para evitar
estímulo à produção de secreção gástrica e possibilidade de
broncoaspiração, durante a indução anestésica ou a
intubação orotraqueal.
CUIDADOS PRÉ-OPERATÓRIOS
DIETA
• Pacientes obesos, gestantes, portadores de hérnia
hiatal, ou com grandes tumores intra-abdominais,
têm maior risco de bronco-aspiração e devem
fazer jejum de 12 horas.
170. Alguns medicamentos devem ser suspensos, tais como:
• ANTICOAGULANTES ORAIS: têm vida média prolongada
e, por isso, devem ser substituídos por heparina, cerca de
cinco dias antes.
• A Heparina deve ser suspensa 12-24H antes do
procedimento cirúrgico e reiniciada 24-48 horas depois.
• Nas operações de urgência, deve-se transfundir plasma
fresco (15-20mI/kg), para garantir níveis adequados dos
fatores da coagulação.
• AAS SUSPENDE X NÃO SUSPENDE (?)
• AINES: alteram a função plaquetária e devem ser
suspensos 24-48 horas antes da operação.
171. CATETERISMOS
• Cateterismo vesical só deve ser feito quando há
necessidade absoluta de monitorização da perfusão
tecidual
e em operações pélvicas ou das vias urinárias.
• Quando indicado, deve ser realizado no centro cirúrgico.
• ATENÇÃO!!! Risco da sonda de gerar infecção
urinária
ou bacteriúria assintomática prolongada.
172. ANTIBIOTICOPROFILAXIA
• Quanto à escolha da droga para profilaxia, deve-se
considerar a microbiota que coloniza habitualmente o
órgão
manipulado.
• Sendo assim:
• Operações limpas (hérnias com prótese, mama,
intervenção vascular e ortopédica com prótese, cardíaca.
Germe mais freqüente: S. aureus. ATB: cefalosporinas
de
primeira geração.
• Operações potencialmente contaminadas (árvore
traqueobrônquica, estômago/duodeno com hipocloridria,
jejuno sem obstrução, vias biliares, histerectomias,
cesarianas) Germes mais freqüentes:
enterobactérias.
ATB: cefalosporinas de primeira geração.
173. PRÓXIMO PASSO? Determinar as doses dos
antibióticos, o momento do início da profilaxia e sua
duração.
• O início da antibioticoprofilaxia deve ser durante a
indução anestésica e por via venosa. Obs: Iniciar o
antimicrobiano com maior antecedência, ou depois do
início
da operação, reduz a eficácia da profilaxia.
• A cobertura antibiótica deve ser feita somente
durante
o ato operatório!!!
• o efeito profilático máximo é obtido quando as
concentrações plasmáticas e teciduais da droga situam-
se
em níveis elevados durante todo o transcorrer da
operação.
• EX: esquema de profilaxia com cefalotina (meia-vida de
Ih)
seria de 2g na indução anestésica seguida de 1g, a cada
duas horas, enquanto durar o ato cirúrgico.
174. PACIENTE DIABÉTICO
• Cirurgias devem ser marcadas pela
manhã;
• Manter a glicemia entre 100-200;
• Clorpramida – suspender 48h antes;
• Metformina – suspender, se necessário
contraste;
• NPH:
– Noite da véspera: 2/3 da dose habitual.
– Manhã: ½ dose.
– Nível de consciência;
– Estado hemodinâmico;
– Grau de hidratação;
– Urina;
– Aparelho respiratório;
– Ausculta cardíaca;
– Adbome;
– Ferida operatória;
– Cateter nasogástrico
(CNG);
– Drenos;
– Panturrilhas.
PRESCRIÇÃO MÉDICA:
– Medicamentosa:
• Reposições, analgesia, profilaxias e doenças de base;
– Cuidados pós-operatórios:
• Dieta, cateteres e drenos, curativos...
176. CATETER NASOGÁSTRICO
• Principal indicação: operações do tubo
digestivo alto;
• Diminui a distensão e a ocorrência de
vômitos;
• Deve ser retirada quando volume drenado
< 400 ml e RHA presentes;
• Dificilmente ultrapassa 72h.
177. CURATIVOS
• Em vigência de infecção – abrir toda a
extensão e tratar como fechamento por
segunda intenção.
• ATB: apenas em imunodeprimidos ou
infecções mais graves como celulite ou
fasciíte associada (EV + desbridamento e
eventual hiperbárica).
Micropore estéril.
178. No centro cirúrgico são consideradas três zonas distintas: de proteção, limpa e estéril.
• A zona de proteção é representada pelos vestiários masculinos e femininos, onde
todos os integrantes das equipes de cirurgia, anestesia, enfermagem, técnicos e
demais elementos que trabalham no centro cirúrgico trocam suas roupas por
uniformes próprios, bem como colocam gorros, máscaras e propés de uso exclusivo
no interior do ambiente cirúrgico.
• A zona limpa é composta por todos os demais componentes do agrupamento
cirúrgico, que não os vestiários, as salas de operação e as salas de subesterilização,
e fica interposta entre as zonas de proteção e estéril.
• A zona asséptica ou estéril é constituída pelas salas de operação e salas de
subesterilização.
179.
180. A temperatura e a umidade no centro cirúrgico devem ser mantidas constantes,
em torno de 16,7 °C a 20 °C de temperatura e 50% ou menos de umidade, ou de 20 °C
a 24 °C de temperatura e de 50% a 55% de umidade, ou de 20 °C a 25 °C de
temperatura e de 45% a 55% de umidade. Foi demonstrado em humanos que somente
na temperatura entre 24 °C e 26 °C todos os pacientes terminavam a cirurgia
normotérmicos