IAC desenvolve variedades de cítricos livres de pragas
Produção de laranja no Brasil e desafios da clorose variegada dos citros
1. Faculdade Metropolitana de Anápolis – FAMA
Curso de Agronomia
Disciplina: Biotecnologia
Professora Dra. Ernna Oliveira
OUSADIA RECOMPENSADA
Acadêmicos:
Eder Clemente
João Bosco Febrone
Tiago Manfrini
Tainy Pimentel
Anápolis, GO
2017
2. LARANJA NO BRASIL
Brasil é o líder mundial em produção de
laranjas. Metade de suco de laranja
consumido no mundo é brasileiro, e o Brasil
domina 80% do mercado de suco de
laranja concentrado. Em São Paulo, 20.000
fazendas empregando 400.000 trabalhadores
plantam China, Valencia, natal e navel.
3. Em meados da década de 1990, a produção
de mudas de laranjeiras em São Paulo era
feita a céu aberto, o que deixava as plantas
expostas a insetos vetores de
microrganismos nocivos. Entre eles a Xylella
fastidiosa, bactéria causadora da clorose
variegada dos citros (CVC), conhecida como
“amarelinho”, por conta das manchas que
deixa nas folhas e nos frutos.
MAS NEM SEMPRE FOI ASSIM
4. FUNDECITRUS
Na época, a praga atingiu 34% dos pomares
de laranja do estado, causando danos de
cerca de R$ 327 milhões ao ano à citricultura
paulista.
Os dados gerados a partir do sequenciamento
da bactéria, foram importantes para que se
pudesse avançar no conhecimento da
epidemiologia da doença.
A partir de então, experimentos realizados
no interior do estado (SP) mostraram que
tanto a Xylella quanto a cigarrinha, vetor
responsável pela sua disseminação
5. FUNDECITRUS
Propagavam-se mais intensamente em
regiões mais quentes, onde havia escassez de
água;
Isso desencadeou uma mudança no sistema
de plantio da laranja;
Uso de mudas cultivadas em viveiros
protegidos e o aumento da irrigação nas
plantações;
Aliada ao uso de inseticidas contra os vetores
e à eliminação de plantas mais infectadas ou
à poda das menos afetadas.
6. O QUE CAUSA A BACTÉRIA?
A bactéria obstrui os vasos responsáveis pelo
transporte de água e nutrientes da raiz para a
copa;
gerando frutos duros, pequenos e
queimados, que amadurecem mais rápido e
se tornam impróprios para ser
comercializados.
8. CLOROSE VARIEGADA DOS CITROS (CVC)
Entupimento do xilema
Desvio de minerais
Murcha e amarelecimento de folhas
Redução no crescimento dos frutos
Redução da vida útil da planta
Como a bactéria causa
a CVC ?
11. O SEQUENCIAMENTO
Abriu caminho para pesquisas de
melhoramento genético visando à obtenção
de variedades mais resistentes ao
fitopatógeno e de inseticidas contra a
cigarrinha.
Segundo o biólogo molecular Jesus Aparecido
Ferro (FCAV-Unesp, Jaboticabal). Existem
hoje várias pesquisas nesse sentido, mas
nenhuma resultou em uma estratégia efetiva
de controle da bactéria por meio da
engenharia genética.
O problema, no entanto, era que nenhum
grupo de pesquisa no Estado de São Paulo
tinha experiência molecular com a bactéria e
nem com sua cultura em laboratório.
12. PROJETO AMBICIOSO
Lançado em 14 de outubro de 1997 pela
FAPESP a mesma teve estratégia para
conseguir viabilizar o sequenciamento do
genoma foi a construção de uma rede de 35
laboratórios, com quase 200 pesquisadores,
integrados virtualmente por meio da Rede
Onsa (Organização para Sequenciamento e
Análise de Nucleotídeos, na sigla em inglês) –
um trocadilho com a sigla Tigr em inglês, que
se lê “tigre”, do Instituto para Pesquisa
Genômica, dos Estados Unidos, onde surgiu a
genômica.
13. O prazo previsto para a conclusão do
sequenciamento do genoma da bactéria era
de 30 meses. Mas em novembro de 1999 –
oito meses antes do prazo previsto – os
pesquisadores conseguiram determinar os 2,7
milhões de pares de bases de cromossomos e
identificar em larga escala os genes expressos
pela bactéria.
O mapeamento do genoma da bactéria
ampliou as perspectivas de pesquisa em
genética no Brasil;
Outros sequenciamentos foram feitos a partir
de então, como o projeto Genoma Cana,
iniciado em julho de 1999.
14. FUNDECITRUS
O desenvolvimento de um modelo de manejo
da CVC contribuiu para que se pudesse
avançar também na elaboração de estratégias
de controle do huanglongbing, conhecido
como greening, doença que afeta o
amadurecimento dos frutos.
Quando o greening surgiu nos laranjais de São
Paulo, os citricultores perceberam que as
medidas usadas para seu controle teriam de
ser diferentes das empregadas no combate do
amarelinho
15. APLICAÇÃO DO CONHECIMENTO
Após sequenciar o genoma da Xylella
fastidiosa, o próximo passo dado pela
comunidade de pesquisa do Estado de São
Paulo foi usar as informações do genoma da
bactéria para transformá-las em algo útil e
prático para controlar a clorose variegada dos
citros.
O alvo das pesquisas era identificar genes que
permitiam à Xylella desencadear a doença e,
consequentemente, determinar a
agressividade ou a virulência com que a
planta seria infectada
16. TRANSFERENCIA DO CONHECIMENTO
Sem o conhecimento que obtivemos com o
“amarelinho”, talvez a citricultura paulista
não teria sobrevivido ao greening;
Na avaliação dele, a “herança bendita” do
“amarelinho” para a citricultura paulista foi
que logo que o greening surgiu nos laranjais
em São Paulo os pesquisadores e citricultores
perceberam que as medidas usadas para
controlar a doença teriam que ser diferentes
das que usaram para combater a clorose
variegada dos citros.
17. FUNDECITRUS
A doença também é muito diferente do
“amarelinho”, comparou o pesquisador. O
número de vetores da bactéria causadora do
greening é muito maior do que o do
“amarelinho” e a colonização da bactéria é
muito mais rápida.
E enquanto o “amarelinho” não mata a planta,
mas causa a diminuição de sua produção, o
greening é letal.
Foto: Folhas e frutos com sintomas de Greening -
Grupo de Extensão de São Pedro