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Introdução
• Com este trabalho pretendemos apresentar-vos um dos quadro
heterónimos mais remarcáveis de Fernando Pessoa- Ricardo Reis;
• vamos sintetizar as características de Ricardo Reis e quais as
características estilísticas que ele usa na escrita;
• analisar as partes lógicas de um poema de Ricardo Reis;
Biografia
• O heterónimo Ricardo Reis, nascido no Porto a 19 de Setembro de 1889, e
falecido em 1936 (de acordo com a obra de José saramago “ o ano da morte
de Ricardo Reis), terá sido criado pelo poeta Fernando Pessoa em 1913,
quando teve a ideia de escrever poemas de índole pagã.
• Formado em medicina num colégio jesuíta, nunca chegou a exercer o seu
conhecimento, pelo menos em Portugal, pois, ao apoiar vivamente uma
monarquia, Auto exiliou-se para o Brasil em 1919.
• É latinista por educação e semi-helenista por educação própria, era também
um profundo admirador da cultura clássica, língua grega e mitologia.
• Interesse pela cultura Clássica, Romana (latina) e Grega (helénica);
• Ricardo Reis é o poeta clássico, da serenidade epicurista, que aceita, com
calma lucidez, a relatividade e a fugacidade de todas as coisas.
• Ricardo Reis teve as suas primeiras obras publicadas em 1924 na revista
fundada por Fernando Pessoa, “athena”, tendo sido mais tarde publicado oito
odes, entre 1927 e 1930, na revista “presença” em Coimbra.
Motivos poéticos de Ricardo Reis
 O carpe diem horaciano:
aproveitar o dia, os prazeres do momento presente.
 O epicurismo:
procura da felicidade relativa;
moderação nos prazeres;
fuga às sensações extremas (e, por extensão, à dor );
busca do estado de ataraxia (tranquilidade sem perturbação).
 o estoicismo:
indiferença perante as emoções;
aceitação do poder do destino (apatia);
atitude de abdicação.
Motivos temáticos :
 Paganismo:
crença nos deuses;
inspiração na civilização grega;
 A obsessão com a passagem no tempo:
medo da morte;
preocupação constante com a efemeridade da vida.
 O sentido de autodisciplina:
intelectualização das emoções;
postura continua de autocontrole;
rejeição de das sensações intensas.
 Neoclassicismo:
poesia construída com base em ideias elevadas;
odes (forma métrica por excelência).
Motivos Temáticos
Marcas formais e estilísticas da poesia de Ricardo
Reis
• Forma como reflexo do conteúdo;
• Estilo trabalhoso e rigoroso;
• Estrofes regulares e versos brancos;
• Regularidade métrica (predomínio dos versos
hexassilábicos e decassilábicos);
• Uso frequente do gerúndio e do imperativo;
• Tom moralista;
• O uso latinismo: atro, ledo, ínfero.
Marcas formais e estilísticas:
Analise do poema
Texto A
Para ser grande, sê inteiro:
nada
Teu exagero ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe
quando és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua
toda
Brilha, porque alta vive.
Texto B
Nunca a alheia vontade, inda que grata,
Cumpras por Próprio. Manda no que fazes,
Nem de ti mesmo serve.
Ninguém te dá quem és. Nada te mude.
Teu íntimo destino. Involuntário
Cumpre alto. Sê teu filho.
Texto C
Sê lanterna, sê luz com vidro em
torno,
Porém o calor guarda.
Não poderão os ventos
opressivos
Apagar tua luz;
Nem teu calor, disperso, iá ser
frio
No inútil infinito.
Texto D
Vive sem horas. Quando mede
pesa,
E quanto pensa mede.
Num fluido incerto nexo, como
o rio
Cujas ondas são ele,
Assim teus dias sê, e se te vires
Passar, como a outrem, cala.
 o poema e constituído por 4 estrofes;
 Cada estrofe e composto por 6 versos;
 Possui um sistema rimático branca ou verso solto;
Analise formal:
Analise informal:
 Neste poema, Ricardo Reis faz uso do imperativo em verbos como “sê, exclui, põe”,
dando conselhos.
 Analisando o poema mais pormenorizadamente, no primeiro verso, “Para ser
grande, sê inteiro: nada”, Reis apresenta-nos um dos princípios básicos da sua
filosofia ao defender que o homem deve encontrar no seu sofrimento a sua
nobreza, ou seja, deve aceitar a dor da vida de uma maneira inteira e ser inteiro
nesse mesmo sofrimento..
 Em “nada /Teu exagera ou exclui”, o poeta continua a defender que o homem
abdique de tudo, mas que não abdique de si próprio, e que tudo o que é ilusório
deve ser banido das nossas vidas, como a religião e o amor.
 Ricardo Reis, no terceiro e quarto versos, “Sê todo em cada coisa. Põe quanto és /No
mínimo que fazes”, aconselha que encontremos a inteira felicidade em cada coisa, que
nos entreguemos de corpo e alma a tua o que fazemos, expondo a nossa personalidade
e esforçando-nos por deixar uma marca da nossa identidade nos objectos e nas acções.
 Recorrendo a uma análise formal do poema “Para Ser Grande, Sê Inteiro”, apesar de
possuir uma composição de apenas uma estrofe, é uma tradicional ode, que é uma obra
poética de tom alegre e entusiástico, com origem na Grécia Antiga, de Ricardo Reis, o
que mostra a intensa influência da dita época histórica na poesia deste heterónimo de
Fernando Pessoa.
 Quanto à métrica do poema, constituído apenas por uma sextilha e possuidor de uma
métrica livre, existem três versos decassilábicos, o primeiro, o terceiro e o quinto verso, e
três versos hexassilábicos, o segundo, o quarto e o sexto verso, que são tipos de versos
muito característicos da poesia do heterónimo Ricardo Reis.
conclusão
• Concluímos que Ricardo Reis é um epicurista triste, pois defende o prazer
do momento “carpem diem” como caminho para a felicidade.
• Reis Procura a felicidade que deseja alcançar, considerando que nunca se
consegue a verdadeira calma e tranquilidade com as leis do destino. A sua
forma de expressão vai buscá-la aos poetas latinos, de acordo com a sua
formação.
• Podemos obter assim, de forma mais concreta, as características
estilísticas que Ricardo Reis utiliza e perceber a interpretação deste
poema.

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Ricardo Reis - Heterónimo de Fernando Pessoa

  • 1. Introdução • Com este trabalho pretendemos apresentar-vos um dos quadro heterónimos mais remarcáveis de Fernando Pessoa- Ricardo Reis; • vamos sintetizar as características de Ricardo Reis e quais as características estilísticas que ele usa na escrita; • analisar as partes lógicas de um poema de Ricardo Reis;
  • 2. Biografia • O heterónimo Ricardo Reis, nascido no Porto a 19 de Setembro de 1889, e falecido em 1936 (de acordo com a obra de José saramago “ o ano da morte de Ricardo Reis), terá sido criado pelo poeta Fernando Pessoa em 1913, quando teve a ideia de escrever poemas de índole pagã. • Formado em medicina num colégio jesuíta, nunca chegou a exercer o seu conhecimento, pelo menos em Portugal, pois, ao apoiar vivamente uma monarquia, Auto exiliou-se para o Brasil em 1919. • É latinista por educação e semi-helenista por educação própria, era também um profundo admirador da cultura clássica, língua grega e mitologia. • Interesse pela cultura Clássica, Romana (latina) e Grega (helénica); • Ricardo Reis é o poeta clássico, da serenidade epicurista, que aceita, com calma lucidez, a relatividade e a fugacidade de todas as coisas. • Ricardo Reis teve as suas primeiras obras publicadas em 1924 na revista fundada por Fernando Pessoa, “athena”, tendo sido mais tarde publicado oito odes, entre 1927 e 1930, na revista “presença” em Coimbra.
  • 3. Motivos poéticos de Ricardo Reis  O carpe diem horaciano: aproveitar o dia, os prazeres do momento presente.  O epicurismo: procura da felicidade relativa; moderação nos prazeres; fuga às sensações extremas (e, por extensão, à dor ); busca do estado de ataraxia (tranquilidade sem perturbação).  o estoicismo: indiferença perante as emoções; aceitação do poder do destino (apatia); atitude de abdicação. Motivos temáticos :
  • 4.  Paganismo: crença nos deuses; inspiração na civilização grega;  A obsessão com a passagem no tempo: medo da morte; preocupação constante com a efemeridade da vida.  O sentido de autodisciplina: intelectualização das emoções; postura continua de autocontrole; rejeição de das sensações intensas.  Neoclassicismo: poesia construída com base em ideias elevadas; odes (forma métrica por excelência). Motivos Temáticos
  • 5. Marcas formais e estilísticas da poesia de Ricardo Reis • Forma como reflexo do conteúdo; • Estilo trabalhoso e rigoroso; • Estrofes regulares e versos brancos; • Regularidade métrica (predomínio dos versos hexassilábicos e decassilábicos); • Uso frequente do gerúndio e do imperativo; • Tom moralista; • O uso latinismo: atro, ledo, ínfero. Marcas formais e estilísticas:
  • 6. Analise do poema Texto A Para ser grande, sê inteiro: nada Teu exagero ou exclui. Sê todo em cada coisa. Põe quando és No mínimo que fazes. Assim em cada lago a lua toda Brilha, porque alta vive. Texto B Nunca a alheia vontade, inda que grata, Cumpras por Próprio. Manda no que fazes, Nem de ti mesmo serve. Ninguém te dá quem és. Nada te mude. Teu íntimo destino. Involuntário Cumpre alto. Sê teu filho. Texto C Sê lanterna, sê luz com vidro em torno, Porém o calor guarda. Não poderão os ventos opressivos Apagar tua luz; Nem teu calor, disperso, iá ser frio No inútil infinito. Texto D Vive sem horas. Quando mede pesa, E quanto pensa mede. Num fluido incerto nexo, como o rio Cujas ondas são ele, Assim teus dias sê, e se te vires Passar, como a outrem, cala.
  • 7.  o poema e constituído por 4 estrofes;  Cada estrofe e composto por 6 versos;  Possui um sistema rimático branca ou verso solto; Analise formal: Analise informal:  Neste poema, Ricardo Reis faz uso do imperativo em verbos como “sê, exclui, põe”, dando conselhos.  Analisando o poema mais pormenorizadamente, no primeiro verso, “Para ser grande, sê inteiro: nada”, Reis apresenta-nos um dos princípios básicos da sua filosofia ao defender que o homem deve encontrar no seu sofrimento a sua nobreza, ou seja, deve aceitar a dor da vida de uma maneira inteira e ser inteiro nesse mesmo sofrimento..  Em “nada /Teu exagera ou exclui”, o poeta continua a defender que o homem abdique de tudo, mas que não abdique de si próprio, e que tudo o que é ilusório deve ser banido das nossas vidas, como a religião e o amor.
  • 8.  Ricardo Reis, no terceiro e quarto versos, “Sê todo em cada coisa. Põe quanto és /No mínimo que fazes”, aconselha que encontremos a inteira felicidade em cada coisa, que nos entreguemos de corpo e alma a tua o que fazemos, expondo a nossa personalidade e esforçando-nos por deixar uma marca da nossa identidade nos objectos e nas acções.  Recorrendo a uma análise formal do poema “Para Ser Grande, Sê Inteiro”, apesar de possuir uma composição de apenas uma estrofe, é uma tradicional ode, que é uma obra poética de tom alegre e entusiástico, com origem na Grécia Antiga, de Ricardo Reis, o que mostra a intensa influência da dita época histórica na poesia deste heterónimo de Fernando Pessoa.  Quanto à métrica do poema, constituído apenas por uma sextilha e possuidor de uma métrica livre, existem três versos decassilábicos, o primeiro, o terceiro e o quinto verso, e três versos hexassilábicos, o segundo, o quarto e o sexto verso, que são tipos de versos muito característicos da poesia do heterónimo Ricardo Reis.
  • 9. conclusão • Concluímos que Ricardo Reis é um epicurista triste, pois defende o prazer do momento “carpem diem” como caminho para a felicidade. • Reis Procura a felicidade que deseja alcançar, considerando que nunca se consegue a verdadeira calma e tranquilidade com as leis do destino. A sua forma de expressão vai buscá-la aos poetas latinos, de acordo com a sua formação. • Podemos obter assim, de forma mais concreta, as características estilísticas que Ricardo Reis utiliza e perceber a interpretação deste poema.