SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 13
Baixar para ler offline
A Criação do Mundo
David Martyn Lloyd-Jones
Chegamos agora à doutrina da Criação propriamente dita, ou seja,
como geralmente a consideramos. Temos, de fato, tratado dela dentro
da doutrina sobre os anjos, onde vimos que Deus criou tanto os céus
quanto a terra; e agora estamos focalizando a criação da terra e de tudo
quanto nela existe.
Quando nos aproximamos desta doutrina, há certos pontos gerais
que precisam ser considerados. Primeiramente, não nos foi dado um
relato ou filosofia sobejamente detalhada da Criação, e no entanto
alegamos que o relato que nos foi dado é perfeitamente acurado. A
Bíblia alega que o relato é de Deus. Lemos em Hebreus 11:3: “Pela fé
entendemos que os mundos pela palavra de Deus foram criados; de
maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente.” Deus
transmitiu a Moisés ou a algum outro um relato da Criação; portanto,
esse relato não consiste de idéias ou teorias humanas. Entretanto, o
relato bíblico não alega explicar tudo.
Em segundo lugar, devemos estar esclarecidos sobre o significado
da Criação. Ela tem sido definida como “Aquele ato soberano de Deus
por meio do qual Ele... no princípio trouxe à existência o universo visível
e invisível, sem o uso de materiais preexistentes, e assim imprimiu-lhe
uma existência distinta da existência dEle e, contudo, sempre
dependente dEle” (Berkhof). Ora, esta é a nossa defesa contra outras
teorias que têm sido postas em evidência. Há quem creia que a matéria é
inerentemente eterna; enquanto que outros crêem na geração
espontânea da matéria, bem como em seu desenvolvimento espontâneo.
Outros pontos de vista consistem em que Deus simplesmente deu forma
à matéria já existente, ou que a matéria é apenas uma emanação da
substância divina. O panteísmo ensina que a matéria é apenas uma
forma de Deus — que ela é Deus. Em contrapartida, os que crêem no
dualismo afirmam que Deus e a matéria são eternos; enquanto que
alguns ensinam que o mundo foi produzido por um espírito antagônico,
outro deus ou demiurgo.
A doutrina bíblica, porém, é clara: Deus fez tudo a partir do nada.
O mundo tem uma existência distinta; ele, porém, é sempre dependente
de Deus. “... e todas as coisas subsistem por ele”, diz Paulo (Col. 1:17).
A terceira observação geral é que a Bíblia não fornece uma razão
para a Criação. Ela não ocorreu devido alguma necessidade em Deus;
não houve necessidade para ela. Tampouco foi motivada pelo amor de
Deus. Ela foi um ato soberano em concordância com Sua vontade e
glória; e, afinal das contas, não sabemos qual foi mesmo a razão.
Monergismo.com – “Ao Senhor pertence a salvação” (Jonas 2:9)
www.monergismo.com
2
Em quarto lugar, surge continuamente a pergunta: existem dois
relatos da Criação — um em Gênesis, capítulo 1 e outro em Gênesis 2:4
e seguintes? A resposta é: não! Gênesis 2:4 não presume ser um relato
da Criação. Ele é o início do relato da história do homem, e começa com
a fórmula típica para isso — “Este é o livro das gerações...” (Vejam Gên.
5:1).
Essas são, pois, as observações gerais, e agora voltamos a
considerar o ensino da própria Bíblia. Ela, primeiramente, nos afirma
que a Criação foi obra do Deus triúno. Em geral, ela é atribuída ao Pai, as
Escrituras, porém, deixam bem claro que ela é também obra do Filho.
Lemos em João 1:3: “Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada
do que foi feito se fez.” E em 1 Coríntios 8:6: “Todavia para nós há um
só Deus, o Pai, de quem é tudo e para quem nós vivemos; e um só
Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós por ele.” Paulo
também diz, em sua carta aos Colossenses: “Porque nele foram criadas
todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis... tudo foi
criado por ele e para ele” (Col. 1:16).
A Criação é também obra do Espírito Santo. Gênesis 1:2 diz: “E o
Espírito de Deus se movia sobre a face das águas.” E lemos em Isaías
40:13: “Quem guiou o Espírito do Senhor? e que conselheiro o ensinou?”
Portanto, ela é a obra perfeita do Três-em-Um — do Pai, através do Filho
e do Espírito Santo. Ou, como tem sido expresso: a existência está no
Pai, a idéia está no Filho e a vida está no Espírito.
Em segundo lugar, devemos focalizar o que a Bíblia nos ensina
sobre o tempo da Criação. Nas memoráveis palavras iniciais da Bíblia,
lemos: “No princípio Deus...” Somos informados, em muitos lugares, que
para com Deus não existe tempo, e que o mundo e o tempo surgiram
concomitantemente. Ora, tudo isso significa que houve um princípio,
mas quando surgem as perguntas: o que havia antes? ou: o que ocorreu
na Criação? Nossa única resposta é que não sabemos.
Em terceiro lugar, há o interessante aspecto quanto às palavras
que são usadas na Bíblia com referência à Criação. A primeira é bara’, a
qual significa chamar à existência sem o uso de material preexistente.
Essa palavra é usada apenas três vezes em Gênesis, capítulo 1, e
somente em relação à atividade de Deus no Velho Testamento. Bara’
jamais é usada em conexão com material existente, e sempre descreve a
atividade divina. Vejam Gênesis 1:1,21,27. A segunda é ‘asah, a qual
significa dispor de material existente, um termo que é usado para
descrever a obra da maioria dos dias da Criação: Gên. 1:7,16,25,26 e 31.
E a terceira palavra é yatsar, a qual significa modelar de material
preexistente. Ela é usada em Gênesis 2:7. Entretanto, esses termos são
obviamente intercambiáveis.
Nosso quarto tema a ser considerado é: o que exatamente
aconteceu na Criação? Aqui chegamos imediatamente ao problema da
Monergismo.com – “Ao Senhor pertence a salvação” (Jonas 2:9)
www.monergismo.com
3
relação existente entre os dois primeiros versículos de Gênesis, capítulo
1. Qual é a interpretação deles? Tem havido duas respostas principais.
Uma delas é que esses versículos descrevem os dois estágios de um
processo; enquanto que a outra diz que houve um intervalo entre os
dois versículos. No segundo ponto de vista, o versículo 1 fala da criação
original do céu e da terra, provavelmente com satanás e anjos habitando
neles. Então sobreveio uma calamidade e uma destruição em
conseqüência da queda dos anjos, e o versículo 2 fala da obra de
reconstituição e reconstrução.
Há, ao meu ver, dois pontos em favor da segunda interpretação.
Primeiramente, as palavras “sem forma e vazia” pressupõem devastação
e destruição. Esse é o significado em Isaías 24:1: “Eis que o Senhor
esvazia a terra, e a desola, e transtorna a sua superfície, e dispersa seus
moradores.” E em Jeremias 4:23, lemos: “Observei a terra, e eis que
estava assolada e vazia.” A segunda interpretação também explicaria
todo o problema do estrato geológico. Os cristãos, porém, se acham
divididos em tudo isso, e não podemos prová-lo de um modo ou de
outro.
Em segundo lugar, ainda sob o nosso tópico quanto ao que
exatamente ocorreu, devemos focalizar, naturalmente, os detalhes no
relato bíblico dos dias da Criação. No primeiro dia, foi criada a luz; a luz
e as trevas foram separadas, e então o dia e a noite foram constituídos.
Tudo indica que a luz significa o éter luminoso ou a eletricidade — o sol
é o condutor de luz.
No segundo dia, houve também uma separação. O firmamento foi
estabelecido por meio da divisão das águas acima e as águas embaixo. A
palavra “sobre” se refere às nuvens; enquanto que o “firmamento”
significa uma expansão.
No terceiro dia, houve separação de mar e terra seca, e o reino
vegetal de plantas e árvores veio à existência. Este se constitui de três
tipos: relva, ervas, vegetais e grãos; e árvores frutíferas — todas
“segundo a sua espécie”. Há dois pontos a serem observados aqui. O
primeiro é que Deus fez isso, e o segundo é que “segundo a sua
espécie”, no versículo 12, significa que as espécies são distintas e não se
evoluem umas das outras.
O quarto dia viu a criação do sol, da lua e das estrelas, como
condutores de luz. Sua função consiste em dividir dia e noite; agir como
sinais da mudança do tempo, de importantes eventos futuros e do juízo
por vir; afetar a mudança das estações e a sucessão de dias e anos, e
servir como luzeiros.
O quinto dia viu a criação de pássaros e peixes. Notem novamente,
no versículo 21, as palavras “segundo a sua espécie”. Uma vez mais, isso
é uma indicação de espécies diferentes.
Monergismo.com – “Ao Senhor pertence a salvação” (Jonas 2:9)
www.monergismo.com
4
No sexto dia, primeiramente foram criados os animais. Notem
também o uso das palavras “E fez Deus”, e, novamente, “segundo a sua
espécie”; e “segundo a sua espécie”, no versículo 25. Então, em segundo
lugar, no versículo 26, lemos sobre a criação do homem, e isso é
especial.
Há um paralelo a ser notado entre a obra dos primeiros três dias e
dos últimos três dias:
Dia 1 A criação da luz Dia 4 A criação dos
condutores de luz
Dia 2 A criação da
expansão e a separação
das águas
Dia 5 A criação dos
pássaros do ar e dos
peixes do mar
Dia 3 A separação de
água e terra seca, e a
preparação da terra
como uma habitação
para homem e os
animais
6 A criação dos animais
do campo, gado e seres
rastejantes, e o homem
E finalmente somos informados que no sétimo dia Deus
descansou e contemplou Sua obra. Ele viu a Sua obra como faz um
artista, e estava satisfeito com ela. “E viu Deus tudo quanto tinha feito, e
eis que era muito bom.”
O próximo assunto que precisamos focalizar é o exato significado
do termo dia. Há dois pontos de vista principais. O primeiro é que ele
significa um dia de vinte e quatro horas, e o segundo é que ele significa
um extenso período de tempo.
Há considerável discordância entre as pessoas sobre este tema,
pessoas essas que igualmente são bons cristãos, e o significado correto
não pode, afinal, ser provado de um modo ou de outro. Em favor do
segundo ponto de vista está o fato de que, na Bíblia, a palavra traduzida
em Gênesis, capítulo 1, por “dia” nem sempre significa um dia de vinte e
quatro horas. Nos versículos 5, 16 e 18, de Gênesis, capítulo 1, o termo
se refere às horas diurnas, enquanto que nos versículos 5, 8 e 13,
significa luz e trevas; e em Gênesis 2:4, significa o sexto dia da criação.
Em seguida, noutras passagens da Bíblia a mesma palavra
significa um infinito período de tempo, como “o dia da calamidade” (Jer.
51:2), ou “o dia do Senhor” (Is. 13:6; Joel 3:14), e, naturalmente, em 2
Pedro 3:8, lemos: “um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos
como um dia”. Essa última referência, contudo, não é relevante para a
Monergismo.com – “Ao Senhor pertence a salvação” (Jonas 2:9)
www.monergismo.com
5
nossa discussão, visto que o propósito de Pedro era mostrar as
diferenças entre eternidade e tempo.
Por outro lado, em favor do dia de vinte e quatro horas está, antes
de tudo, o fato de que este é o primeiro significado da palavra hebraica.
Em segundo lugar, há a importância da frase “tarde e manhã” ao longo
de Gênesis, capítulo 1. Como deveríamos explicar tal repetição? Surge
imediatamente a questão: se vocês tomarem dia no sentido de um
período extenso, então como explicariam a expressão tarde e manhã? Se
vocês tomarem o ponto de vista que afirma que na criação do mundo
Deus envolvera milhões de anos para fazer algo que é descrito aqui
como havendo sido feito num dia, e então seguiu-se uma tarde na qual
houve trevas, e não ocorrendo nada aparentemente, e então outro
período extenso, e assim por diante, como, pois, vocês considerariam
tanto essas tardes quanto essas manhãs extensas? O que estaria
acontecendo durante esses milhões de anos de tardes? Demais disso,
vocês terão que responder à questão aparentemente impossível: como
poderia a vida — a vida vegetal e animal — exjstir de algum modo
durante esse extenso período de milhões de anos de trevas e ausência
de luz? Não apenas isso, parece perfeitamente evidente que os últimos
três dias no relato deste primeiro capítulo de Gênesis foram
determinados pelo sol, e portanto eram dias de vinte e quatro horas. A
partir do instante em que o sol vem à existência e determina a diferença
entre dia e noite, seguramente todos devem concordar que agora de
qualquer forma estamos tratando de vinte e quatro horas. Daí, se a
outra teoria é correta, então somos solicitados a crer que os primeiros
três dias significam um período extenso, mas que os últimos três dias
significam apenas dias de vinte e quatro horas, e obviamente não há
nada no próprio relato que sugira que a palavra tenha dois significados
diferentes. Não posso provar que não haja diferença, mas seguramente
seria algo bem estranho se houvesse essa abrupta mudança de
significado quando a descrição é idêntica em ambos os pares de três
dias.
Ao meu ver, porém, o argumento mais importante de todos se
acha no que nos é dito sobre o repouso de Deus no sétimo dia,
contemplando com satisfação a obra que criara. Notem, também, a
importância que é atribuída a isso nas Escrituras, e particular- mente,
sem dúvida, na questão de nossa observância e guarda do sétimo dia.
Em Exodo, capítulo 20, lemos: “Lembra-te do dia de sábado, para o
santificar. Porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, o mar e
tudo que neles há, e ao sétimo dia descansou: portanto abençoou o
Senhor o dia de sábado, e o santificou” (vv. 8 e 11). E isso é repetido
diversas vezes nas Escrituras.
Ora, nesse ponto, naturalmente, não pode haver qualquer
discussão. A referência é a um dia de vinte e quatro horas. O sábado que
eles foram ordenados a observar não poderia ser um extenso período;
só poderia ser um dia de vinte e quatro horas, e a razão apresentada é
Monergismo.com – “Ao Senhor pertence a salvação” (Jonas 2:9)
www.monergismo.com
6
que, depois que Deus criou o mundo em seis dias, Ele descansou no
sétimo. Não diz que Ele descansou ao longo de um período de milhões
de anos.
Bem, ao meu ver, aí está a evidência relativa a ambas essas teorias.
Creio ter deixado bem claro que até onde me diz respeito (é só uma
opinião, não a posso provar), não posso ver como seríamos autorizados
a interpretar este termo “dia” por outro sentido senão pelo significado
normal de vinte e quatro horas. As dificuldades das outras suposições a
tornam, pelo menos para mim, completamente impossível.
Devo lembrá-los novamente, porém, que eminentes eruditos e
devotos cristãos têm defendido e sustentado o outro ponto de vista.
Graças a Deus que a nossa salvação não é determinada por nossa
opinião sobre esta questão em particular. Espero que iremos todos
atentar para a evidência, mantendo essa tão importante verdade na
mente. Penso ser correto e importante que olhemos para estas coisas;
porém, sermos dogmáticos ou insistirmos que uma partícula de
evidência pode certamente provar nossa tese, é tornarmo-nos burlescos.
Portanto, prossigamos para outra questão. Pergunta alguém: “O
que pensar de tudo isso face a ciência moderna?” Ora, como disse no
início desta série de preleções, elas não pretendem ser preleções sobre
apologética, e gostaria de enfatizá-lo novamente.
Aliás, se eu consultasse meus próprios sentimentos não faria o
que estou propondo fazer agora. Mas, afinal, sei muito bem, tendo sido
eu mesmo um estudante, e um estudante de ciência e biologia, que
muitos cristãos se metem em dificuldades sobre estes assuntos.
Portanto, considero parte da função de um ministro cristão tentar
ajudar. Sei que, ao fazê-lo, ele se expõe a ataques de todos os lados,
todavia isso realmente não importa. E nosso dever ajudar uns aos
outros o máximo que pudermos. Deixem-me esclarecer bem que não
estou asseverando que sou capaz de provar muito, contudo, de qualquer
modo, creio poder discordar de algumas conjecturas comuns e
populares.
Assim, pois, o que dizer de tudo isso face a ciência moderna? Ora,
certas coisas podem ser afirmadas sem qualquer receio de contradição,
e eis a primeira: este problema, a controvérsia entre a ciência e a Bíblia, é
um dos que são grandemente exagerados. A dificuldade, geralmente, se
deve ao fato de que, por um lado, o que se propõe como ciência não é
ciência, e sim, meramente opinião e pressuposição; e, por outro lado, o
que se considera como bíblico, muitas vezes não é o ensino bíblico. Por
isso, se vocês tiverem uma falsa concepção da Bíblia e da ciência, então
óbvia e facilmente se verão provocando uma acirrada disputa entre
ambas. O problema se deve largamente ao fato de que as pessoas
persistem em citar erros como fatos, e pressuposições como verdades.
Devo asseverar sempre, porém, que não estou cônscio de qualquer
Monergismo.com – “Ao Senhor pertence a salvação” (Jonas 2:9)
www.monergismo.com
7
contradição real entre o ensino da Bíblia e os verdadeiros fatos
científicos estabelecidos. Ora, essa é a coisa mais importante de todas.
E deveras surpreendente observar o modo como a Bíblia faz
afirmações que entram na esfera da ciência. Tem-se realçado
freqüentemente que, se compararmos o livro de Gênesis com alguns dos
relatos da literatura egípcia ou babilônica acerca da origem da vida, do
mundo e do homem, o contraste é simplesmente incrível. Ali existem
mitos e superstições, exageros e grosseiras declarações que,
manifestamente, são impossíveis e ridículos. Não há nada disso nas
Escrituras. Se puserem a Bíblia em confronto com a literatura que é mais
ou menos da mesma data, a diferença é verdadeiramente notável. E isso,
creio eu, é uma partícula de evidência muito importante.
Muito bem, já lhes lembrei de passagem — mas é importante dizê-
lo novamente — que mesmo na época do livro de Jó já era conhecido
que a terra é um globo. A Bíblia jamais diz que a terra é achatada. Em Jó
26:7 lemos isto: “O norte estende sobre o vazio; suspende a terra sobre
o nada.” Ora, se o livro de Jó é (como provavelmente seja o caso) talvez
o livro mais antigo do mundo, remontando à mais remota antigüidade,
então devemos perguntar: como uma coisa dessas poderia ser
conhecida? Quem jamais teria pensado ou imaginado tal coisa?
Evidentemente, foi revelado por Deus. E atual. Caso vocês o prefiram, é
ciência moderna. E uma descrição da terra como globo.
Também, outra coisa que tem sido realçada com muita freqüência
é que a própria ordem da Criação apresentada no primeiro capítulo de
Gênesis é idêntica com a ordem que os cientistas modernos nos dão — o
que quero dizer por cientista moderno é alguém que não é cristão e que
rejeita a Bíblia.
E em seguida há outro ponto muito notável, a saber, foi
descoberto neste presente século que só há quatro grupos sangüíneos,
que toda a humanidade pode ser dividida nesses quatro grupos, e que
todos eles podem ser derivados de apenas um casal. Então vocês se
lembram do que o apóstolo Paulo falou às pessoas de Atenas, que Deus
“de um só fez toda a geração dos homens...” (Atos 17:26). Finalmente,
temos um contraste entre o luzeiro maior e o luzeiro menor no livro, de
Gênesis. Noutras palavras, eles compreenderam que havia certa
diferença entre o sol e a lua, fato este extremamente notável.
“Por outro lado”, pergunta alguém, “o que dizer das declarações
dos geólogos que nos dizem que uma camada foi assentada, e em
seguida veio outra camada, e assim vocês têm os vários estratos?” Isso
tem causado bastante problemas. Muitos cristãos têm se sentido
perplexos com isso, e muitas teorias têm se apresentado numa tentativa
de conciliar a Bíblia com essa suposta evidência da geologia.
Monergismo.com – “Ao Senhor pertence a salvação” (Jonas 2:9)
www.monergismo.com
8
Alguns têm formulado a teoria de que Gênesis não pressupõe ser
um tratado científico, mas é apenas alegoria ou poesia, que a Bíblia não
reivindica ser cientificamente exata, porém que é uma maneira típica,
poética e alegórica de descrever a Criação. A isso responde-se que,
naturalmente, não existe nenhum indício de poesia nesses primeiros
capítulos de Gênesis. A forma não é de maneira alguma poética. Ela
reivindica ser histórica. Reivindica apresentar fatos, e a história que se
segue imediata e diretamente dela é certamente genuína história, e não
alegoria.
Então outros dizem: “Bem, é claro que, sem dúvida, isso é um
mito.” E um mito, eles dizem, é algo que encorpora verdade religiosa. E
uma afirmação que não é necessariamente verdadeira em si e por si
mesma; é histórico, em certo sentido, e no entanto não é histórico. Um
mito não fornece informação sobre o que realmente aconteceu, porém
revela um significado e verdade religiosos. Entretanto, no momento que
dizemos que Gênesis, capítulo 1 é um mito, nos pomos em dificuldades
em relação à Pessoa e ao ensino do Senhor Jesus Cristo, visto que em
Seu ensino sobre o divórcio, Ele Se referiu à criação do homem e da
mulher. Ele baseou todo o Seu argumento no fato de que a Criação é
história literal. Isso nos leva a estabelecer outra proposição, ou seja, que
vocês devem ser sempre cuidadosos, para que, ao tentarem solucionar
uma dificuldade, não se vejam criando uma outra mais séria ainda.
Voltaremos a isso mais adiante.
Então, outra forma de propor uma resposta à questão geológica é
a de introduzir aquela antiga concepção de que um dia significa um
longo período — argumento que já tratamos. E aqui, outra vez me
parece, voltamos para duas possibilidades: uma é aquela teoria da
restituição, à qual já me referi, que declara que há um intervalo entre os
versículos 1 e 2. Essa aparenta-me ser uma explicação que seria
adequada. Não estou afirmando que é correta, mas parece ser a resposta
para muitas dificuldades. Se vocês, porém, não a aceitarem, então
devem lembrar que, afinal, os geólogos não estão todos concordes, e
que ainda é possível que estejam equivocados. Não posso provar isso,
entretanto devemos tê-lo sempre em mente como uma possibilidade. A
própria queda do homem pode ter produzido tal cataclismo sobre a
terra, o que resolveria a maior parte do problema. Sabemos que Deus
amaldiçoou a terra por causa do pecado do homem. Qual foi o limite
dessa maldição? O que aconteceu, então, e o que aconteceu no dilúvio?
A resposta, naturalmente, é que simplesmente não sabemos. Mas é
possível que ali, de alguma maneira, algo aconteceu que esclarece
suficientemente essas diferentes camadas de que falam os geólogos.
Contudo, afinal de contas, há certos assuntos sobre os quais é melhor
dizer que não sabemos; é a única posição honesta e segura a assumir.
Podemos afirmar, porém, que hoje a ciência é muito mais humilde
do que foi no início do século. Têm ocorrido grandes mudanças e
admissões nas atitudes e pontos de vista científicos. A posição, por
Monergismo.com – “Ao Senhor pertence a salvação” (Jonas 2:9)
www.monergismo.com
9
exemplo, em relação à astronomia, hoje, é muito diferente da que era
antigamente, e isso é algo admitido por todos os competentes
investigadores neste campo. Por conseguinte, parece-me haver aqui uma
regra: sejamos sempre cuidadosos em diferenciar entre teorias e fatos,
suposições e provas. Quando alguém diz: “A ciência tem feito assim e
assim”, verifiquem se ele lhes está apresentando um fato e não
meramente promovendo a teoria de um cientista em particular.
Ao mesmo tempo, porém, que aqueles dentre nós, que são
cristãos, sejam muito cuidadosos ao encarar os fatos quando os
mesmos são postos diante de nós. Que jamais levemos a culpa de
obscurantismo. Que jamais recusemos um fato só porque ele torna as
coisas dificeis para nós; que jamais tentemos inventar fatos e jamais
promovamos teorias que não sejam patentemente genuínas. Por
exemplo, houve um homem que certa vez tentou defender o relato de
Gênesis, afirmando crer que quando Deus criou o mundo, Ele realmente
criou esses estratos geológicos, e que criou até mesmo os fósseis
existentes neles. Tal atitude, porém, faz toda a posição da Bíblia ridícula
e fútil. Não devemos jamais simplesmente sepultar nossas cabeças na
areia e dizer: “Bem, continuarei afirmando isto, seja o que for que venha
a ser dito!” Devemos ser razoáveis e dispostos a encarar a evidência real,
peneirando-a e examinando-a, mas lembrando sempre que os cientistas
são seres humanos, e que, como nós, são seres humanos pecadores. Por
essa razão, quando o pedirem a crer que, só porque alguém é um
cientista, ele é um mero intelectual, não tem preconceito algum e é
consumido por uma paixão pela verdade, excluindo tudo mais,
lembrem-se de que isso não é verdade. Os cientistas, como o restante de
nós, são cheios de erros e de falhas. Aliás, eles estão entre os mais
teimosos do mundo moderno. Certamente que o dogmatismo não é algo
pertencente só aos púlpitos! Vocês podem achá-lo nos laboratórios
científicos, no rádio e nos livros.
Ora, isso me leva a sugerir uma ou duas palavras sobre a difícil
questão da evolução. Digo uma vez mais que, se eu fosse consultar
minhas próprias inclinações e sentimentos, eu não faria isto. Por trinta e
sete anos, mais ou menos, que tive que ler, por várias razões, o
argumento acerca da evolução, e confesso que me sinto cansado dele. E
até agora, indubitavelmente, eu sei que ela é uma questão viva e ardente
para muitos. Sei que muitos jovens nas escolas e colégios, e outros
lugares, estão sendo ensinados coisas como se a evolução já fosse algo
provado além de qualquer dúvida. Sinto que por essas razões, se não
por outras, devo novamente fazer apenas um ou dois comentários,
embora do ponto de vista da doutrina bíblica não haja necessidade para
que eu faça isso.
Ora, quando nos aproximamos desta questão da evolução, temos
de começar com uma definição. Evolução, como comum e popularmente
compreendida, significa isto: a vida é algo que se procria. E uma força e
um poder em si e por si mesmos, e produz um tipo de outro tipo
Monergismo.com – “Ao Senhor pertence a salvação” (Jonas 2:9)
www.monergismo.com
10
anterior. Começamos com algo completamente simples e não
diferenciado, e disso evolui-se algo mais desenvolvido e complexo, e
isso por sua vez evolui em algo ainda mais complexo, e assim por
diante, e dessa maneira subimos a escala de um ponto a outro.
Há muitos grupos de pessoas que crêem na evolução, e o grupo
mais comum e mais numeroso de todos compreende os ateus que
excluem Deus completamente — a assim chamada evolução ateísta.
Outrossim, existe também a teoria às vezes chamada evolução deísta. Os
proponentes deste ponto de vista dizem: “Sim, cremos em Deus e
cremos que Deus criou a matéria no princípio. Tendo, porém, criado a
matéria, Ele não fez nada mais que isso. Ele injetou poder na matéria, e
esta fez o resto sozinha. Deus, por assim dizer, deu corda ao relógio; e,
tendo feito isso, Ele o deixou de lado, e o relógio teve que prosseguir
sozinho. Todas as grandes mudanças conducentes ao homem, dizem
eles, têm ocorrido, por assim dizer, automaticamente saindo desse
poder.
E há um terceiro grupo que defende o ponto de vista que se
chama evolução teísta. E constituído de pessoas que se dizem cristãs —
crêem em Deus, e ao mesmo tempo crêem na evolução. Vocês os
encontrarão tanto entre os católicos romanos como entre os
protestantes — inclusive os cristãos evangélicos protestantes. Dizem
que o desenvolvimento desses diferentes tipos e espécies tem
prosseguido, porém Deus o tem governado e tem intervido
freqüentemente no processo. Portanto, são distintos dos deístas — são
teístas e enfatizam a atividade de Deus.
Pois bem, não pretendo ficar nisso; gostaria simplesmente de
fazer alguns comentários. A primeira coisa que temos de sempre
lembrar é que a evolução não passa de teoria. Ninguém pode prová-la.
Aliás, há muitas teorias diferentes (as quais não concordam entre si). Se
porventura vocês quiserem conhecer um dos melhores ataques de real
valor contra a teoria particular de Darwin, eu lhes recomendaria que
lessem (e é provável que vocês se assustem por eu citar o nome de tal
homem) a introdução de Bernard Shaw ao seu drama Man and
Superman para uma devastadora crítica contra o estigma particular da
evolução de Darwin. Shaw, vocês se lembram, cria em outro tipo de
evolução.
Tenho dito isso com freqüência, toda vez que me vejo envolvido
em discussões, e o passo a qualquer um que se vê perturbado por
pessoas que falam com muita loquacidade sobre a evolução: a próxima
vez que alguém vier a vocês e começar a brandir esta palavra
“evolução”, apenas interrompam e proponham esta pergunta: “Em que
marca ou teoria da evolução você acredita?” E creio que vocês
descobrirão que em nove casos, entre dez, estarão introduzindo-os pela
primeira vez ao conhecimento da existência de mais de uma teoria. De
maneira que há muitas teorias, e um interessante argumento continua
Monergismo.com – “Ao Senhor pertence a salvação” (Jonas 2:9)
www.monergismo.com
11
bailando entre os seus advogados; todavia, nada está provado. Demais
disso, nenhuma das teorias realmente explica a origem de tudo. Os
cientistas falam de um grande planeta que começou a esfriar — mas, de
onde veio tal planeta? Falam desse limo primitivo, desse protoplasma,
porém de onde isso veio? De onde vieram os gases que se resfriaram? E
assim por diante. Não há explicação para a origem das coisas. Eles
admitem isso francamente. E ainda é muito importante. Não apenas isso,
eles têm fracassado completamente em explicar por que certas
mudanças devem acontecer de qualquer modo. Por que esse limo ou
protoplasma não diferenciado se tornaria mais complicado e envolvido?
O que o fez assim? Não o sabem. Há um fracasso total em explicar as
mudanças, menos ainda para explicar por que as mudanças seriam
sempre ascendentes.
Os geólogos falam sobejamente sobre a evidência provida pelos
fósseis, e assim por diante. Entretanto, é um fato que os registros
geológicos mostram que existe uma fixidez de protótipos. Um protótipo
é sempre o mesmo no registro geológico. Outra coisa que os registros
demonstram é que cada protótipo apareceu de repente. Não houve o
evolver gradual de um novo protótipo; subitamente, vocês encontram
um novo protótipo absolutamente completo. E o terceiro ponto sobre o
registro geológico consiste na escassez de evidência do assim chamado
elo perdido. Se um protótipo gradual e quase imperceptivelmente se
transforma em outro, então vocês esperariam encontrar alguma
evidência nesses depósitos de algum desses estágios intervindo, e eles
simplesmente não podem ser encontrados. O elo perdido é um poderoso
argumento.
Além disso, se vocês estiverem interessados em minha opinião
pessoal, colocá-la-ei na seguinte forma: independentemente de minha fé
na Bíblia como a inspirada e autoritativa Palavra de Deus, unicamente
sobre bases científicas, jamais consegui aceitar a teoria da evolução. As
dificuldades que teria de enfrentar, se eu aceitasse a teoria da evolução,
seriam muitíssimo maiores do que as poucas dificuldades residuais que
me restaram quando aceitei o registro bíblico. Para que vocês não
venham a pensar, porém, que essa é simplesmente minha opinião
pessoal, deixem-me apresentar-lhes uma ou duas afirmações de algumas
autoridades nesses assuntos, para que vejam o quanto substanciam
minha afirmação. Existe um biólogo chamado Delage, que creu na
evolução, e eis o que ele disse: “Alguém é ou não conformista (ou seja,
crente na evolução), não tanto por motivos deduzidos da história
natural, quanto por motivos baseados na opinião filosófica pessoal.”
Aqui um homem que crê na evolução e diz que o que realmente
determina o ponto de vista de uma pessoa não é tanto seu
conhecimento científico quanto sua opinião científica. Ele prossegue,
dizendo: “Se alguém assume sua posição baseando-se exclusivamente
em fatos, deve-se reconhecer que a formação de uma espécie de outra
espécie não tem sido demonstrada de maneira alguma.” E esse foi um
homem que creu na evolução e foi um grande biólogo.
Monergismo.com – “Ao Senhor pertence a salvação” (Jonas 2:9)
www.monergismo.com
12
Outro cientista afirmou: “O darwinismo é mais uma religião do
que uma ciência.” Ele é, diz ainda, não tanto uma questão de fato
científico quanto de perspectiva conclusiva de uma pessoa. Dessa
forma, diz ele, a idéia da evolução tem-se tornado uma convicção
sagrada de milhares, convicção essa que não tem mais nada a ver com
pesquisa científica imparcial. Este ponto de vista foi reiterado pelo
Professor D. M. E Watson, que certa vez disse numa radiodifusora: “A
evolução propriamente dita é aceita pelos zoólogos, não porque tenha
sido vista ocorrer, ou porque possa ser provada como verdadeira pela
evidência logicamente coerente, mas porque a única alternativa, a
criação especial, é claramente inacreditável.” Vejam vocês: como ele não
tinha os fatos para comprovar sua teoria, porém, visto que não podia
crer na idéia de um Deus que cria, então creu na evolução.
Poderia prosseguir apresentando-lhes citações. Outros — como Sir
Arthur Keith, por exemplo — admitem que a evolução é “um dogma
básico do racionalismo”. Então, deixem-me apresentar-lhes apenas mais
uma declaração. Um membro da Royal Society (e ser um membro da
Royal Society é a maior distinção que um cientista poderia ter neste país
ou em qualquer outro) observou que é um “suicídio profissional” para
um biólogo atacar a evolução. Noutras palavras, ela é um dogma que
envolve sentimento e calor, e aquele que se aventura, mesmo a despeito
desses fatos, a dizer que não crê em tal coisa, essa pessoa está, mais ou
menos, cometendo “suicídio profissional”. Há, porém, um certo número
de grandes nomes, na esfera da ciência, que jamais aceitaram a
evolução. Sir Ambrose Fleming, Sir William Shelton, e muitos outros, dos
quais poderia fazer-lhes menção. Permitam-me, porém, apresentar-lhes
apenas duas citações finais: a única afirmação, escreve um biólogo, que
a ciência pode fazer é dar a impressão de que ela nada sabe sobre a
origem do homem. Temos alcançado, diz outro, “um estágio de muito
ceticismo generalizado.”
E, por isso, devemos compreender que tudo o que está sendo
ensinado e constantemente asseverado não passa de teoria, sem
qualquer comprovação. E uma forma de dogmatismo, uma religião anti-
Deus. Isso não se aplica, naturalmente, ao evolucionista teísta, mas,
falando em termos gerais, descreve os outros.
Portanto, torna-se duplamente desgastante ver com quanta
freqüência a mídia se recusa a permitir que o ponto de vista anti-
evolução seja declarado. Tal coisa, naturalmente, apenas confirma o
prejuízo que se acha envolvido. A despeito dessas admissões por
diversos cientistas, o prejuízo é tal que o outro lado nem mesmo é
permitido falar para si mesmo. Daí tudo indicar, nitidamente, que
estamos diante, não de um problema de ciência, mas de um problema
de um espírito e de uma atitude de antagonismo em relação a Deus, e
cuja preocupação, como alguns desses cientistas têm prontamente
admitido, consiste em provar que a terra não podia ter começado como
a Bíblia diz.
Monergismo.com – “Ao Senhor pertence a salvação” (Jonas 2:9)
www.monergismo.com
13
Aqui, pois, deixamos esta consideração da relação do relato
bíblico da criação com a popular e prevalecente opinião científica. Não
tive tempo de tratar dos evolucionistas teístas, porém não consigo
entender pessoas que se prontificam a aceitar a teoria da evolução ante
a ausência de provas e permitir que elas mesmas se metam em
dificuldades. Que jamais comprometamos a verdade de Deus para
encaixar alguma teoria científica. O tempo logo virá quando essa teoria
científica, se ela contradiz a Bíblia, será substituída por outra. Portanto,
que jamais admitamos que nossa posição nos seja determinada por
passageiras teorias ou correntes da assim chamada opinião científica.
Defendamos a verdade como se acha revelada, e sempre, repito, com
uma mente aberta, atentando para os fatos que são colocados diante de
nós. Tornemo-nos, porém, inteiramente livres desse dogmatismo
pseudo-científico que tantas vezes se oculta por trás da aparência de um
genuíno espírito científico.
Fonte: Deus o Pai, Deus o Filho, D. Martyn Lloyd-Jones,
Editora PES, p. 167-183.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Unidade 3 - Deus no Relato da Criação - versão 2018
Unidade 3 - Deus no Relato da Criação - versão 2018Unidade 3 - Deus no Relato da Criação - versão 2018
Unidade 3 - Deus no Relato da Criação - versão 2018Ramón Zazatt
 
Lição 12 - O Mundo Vindouro
Lição 12 - O Mundo VindouroLição 12 - O Mundo Vindouro
Lição 12 - O Mundo VindouroÉder Tomé
 
Alianças e Dispensações - NEP.ppt
Alianças e Dispensações - NEP.pptAlianças e Dispensações - NEP.ppt
Alianças e Dispensações - NEP.pptCarlosAzevedo109
 
Alianças e Dispensações - 1.ª aula (2).pptx
Alianças e Dispensações - 1.ª aula (2).pptxAlianças e Dispensações - 1.ª aula (2).pptx
Alianças e Dispensações - 1.ª aula (2).pptxCarlosAzevedo109
 
Unidade 5 - A Natureza do Homem criado 1 - V2018
Unidade 5 - A Natureza do Homem criado 1 - V2018Unidade 5 - A Natureza do Homem criado 1 - V2018
Unidade 5 - A Natureza do Homem criado 1 - V2018Ramón Zazatt
 
Lição 01 Doutrina da Criação
Lição 01   Doutrina da CriaçãoLição 01   Doutrina da Criação
Lição 01 Doutrina da CriaçãoCoop. Fabio Silva
 
2 panorama do at - genesis criacao ate adao
2   panorama do at - genesis criacao ate adao2   panorama do at - genesis criacao ate adao
2 panorama do at - genesis criacao ate adaoPIB Penha
 
E.b.d adultos 3ºtrimestre 2017 lição 02
E.b.d   adultos 3ºtrimestre 2017 lição 02E.b.d   adultos 3ºtrimestre 2017 lição 02
E.b.d adultos 3ºtrimestre 2017 lição 02Joel Silva
 
Alianças e Dispensações - Ourilândia - Atual.pptx
Alianças e Dispensações - Ourilândia - Atual.pptxAlianças e Dispensações - Ourilândia - Atual.pptx
Alianças e Dispensações - Ourilândia - Atual.pptxCarlosAzevedo109
 
Antropologia Teológica Unidade II
Antropologia Teológica   Unidade IIAntropologia Teológica   Unidade II
Antropologia Teológica Unidade IICoop. Fabio Silva
 
Antropologia: criação do homem e da mulher
Antropologia: criação do homem e da mulherAntropologia: criação do homem e da mulher
Antropologia: criação do homem e da mulherDilean Melo
 
1 objetivos do panorama do at
1  objetivos do panorama do at1  objetivos do panorama do at
1 objetivos do panorama do atPIB Penha - SP
 
Unidade 6 - A natureza do Homem criado 2 - V2018
Unidade 6 -  A natureza do Homem criado 2 - V2018Unidade 6 -  A natureza do Homem criado 2 - V2018
Unidade 6 - A natureza do Homem criado 2 - V2018Ramón Zazatt
 
Unidade 4 - Descobrindo em parte "O Mistério da Trindade" - versão 2018.
 Unidade 4 - Descobrindo em parte "O Mistério da Trindade" - versão 2018. Unidade 4 - Descobrindo em parte "O Mistério da Trindade" - versão 2018.
Unidade 4 - Descobrindo em parte "O Mistério da Trindade" - versão 2018.Ramón Zazatt
 
Lição 04 - O senhor e salvador Jesus Cristo
Lição 04 - O senhor e salvador Jesus CristoLição 04 - O senhor e salvador Jesus Cristo
Lição 04 - O senhor e salvador Jesus CristoDaniel Felipe Kroth
 
06 doutrina cristã do homem
06   doutrina cristã do homem06   doutrina cristã do homem
06 doutrina cristã do homemLuiz Ferreira
 
Soteriologia ibaderj Prof. Dangelo Nascimento
Soteriologia ibaderj Prof. Dangelo NascimentoSoteriologia ibaderj Prof. Dangelo Nascimento
Soteriologia ibaderj Prof. Dangelo NascimentoDangelo Nascimento
 
Lição 12 José, o pai terreno de jesus - um homem de caráter
Lição 12   José, o pai terreno de jesus - um homem de caráterLição 12   José, o pai terreno de jesus - um homem de caráter
Lição 12 José, o pai terreno de jesus - um homem de caráterDaniel Felipe Kroth
 

Mais procurados (20)

Unidade 3 - Deus no Relato da Criação - versão 2018
Unidade 3 - Deus no Relato da Criação - versão 2018Unidade 3 - Deus no Relato da Criação - versão 2018
Unidade 3 - Deus no Relato da Criação - versão 2018
 
Lição 12 - O Mundo Vindouro
Lição 12 - O Mundo VindouroLição 12 - O Mundo Vindouro
Lição 12 - O Mundo Vindouro
 
Alianças e Dispensações - NEP.ppt
Alianças e Dispensações - NEP.pptAlianças e Dispensações - NEP.ppt
Alianças e Dispensações - NEP.ppt
 
Alianças e Dispensações - 1.ª aula (2).pptx
Alianças e Dispensações - 1.ª aula (2).pptxAlianças e Dispensações - 1.ª aula (2).pptx
Alianças e Dispensações - 1.ª aula (2).pptx
 
Unidade 5 - A Natureza do Homem criado 1 - V2018
Unidade 5 - A Natureza do Homem criado 1 - V2018Unidade 5 - A Natureza do Homem criado 1 - V2018
Unidade 5 - A Natureza do Homem criado 1 - V2018
 
Lição 01 Doutrina da Criação
Lição 01   Doutrina da CriaçãoLição 01   Doutrina da Criação
Lição 01 Doutrina da Criação
 
2 panorama do at - genesis criacao ate adao
2   panorama do at - genesis criacao ate adao2   panorama do at - genesis criacao ate adao
2 panorama do at - genesis criacao ate adao
 
E.b.d adultos 3ºtrimestre 2017 lição 02
E.b.d   adultos 3ºtrimestre 2017 lição 02E.b.d   adultos 3ºtrimestre 2017 lição 02
E.b.d adultos 3ºtrimestre 2017 lição 02
 
Alianças e Dispensações - Ourilândia - Atual.pptx
Alianças e Dispensações - Ourilândia - Atual.pptxAlianças e Dispensações - Ourilândia - Atual.pptx
Alianças e Dispensações - Ourilândia - Atual.pptx
 
Antropologia Teológica Unidade II
Antropologia Teológica   Unidade IIAntropologia Teológica   Unidade II
Antropologia Teológica Unidade II
 
Antropologia: criação do homem e da mulher
Antropologia: criação do homem e da mulherAntropologia: criação do homem e da mulher
Antropologia: criação do homem e da mulher
 
1 objetivos do panorama do at
1  objetivos do panorama do at1  objetivos do panorama do at
1 objetivos do panorama do at
 
antropologia teológica
antropologia teológicaantropologia teológica
antropologia teológica
 
A CRIAÇÃO
A CRIAÇÃOA CRIAÇÃO
A CRIAÇÃO
 
Unidade 6 - A natureza do Homem criado 2 - V2018
Unidade 6 -  A natureza do Homem criado 2 - V2018Unidade 6 -  A natureza do Homem criado 2 - V2018
Unidade 6 - A natureza do Homem criado 2 - V2018
 
Unidade 4 - Descobrindo em parte "O Mistério da Trindade" - versão 2018.
 Unidade 4 - Descobrindo em parte "O Mistério da Trindade" - versão 2018. Unidade 4 - Descobrindo em parte "O Mistério da Trindade" - versão 2018.
Unidade 4 - Descobrindo em parte "O Mistério da Trindade" - versão 2018.
 
Lição 04 - O senhor e salvador Jesus Cristo
Lição 04 - O senhor e salvador Jesus CristoLição 04 - O senhor e salvador Jesus Cristo
Lição 04 - O senhor e salvador Jesus Cristo
 
06 doutrina cristã do homem
06   doutrina cristã do homem06   doutrina cristã do homem
06 doutrina cristã do homem
 
Soteriologia ibaderj Prof. Dangelo Nascimento
Soteriologia ibaderj Prof. Dangelo NascimentoSoteriologia ibaderj Prof. Dangelo Nascimento
Soteriologia ibaderj Prof. Dangelo Nascimento
 
Lição 12 José, o pai terreno de jesus - um homem de caráter
Lição 12   José, o pai terreno de jesus - um homem de caráterLição 12   José, o pai terreno de jesus - um homem de caráter
Lição 12 José, o pai terreno de jesus - um homem de caráter
 

Semelhante a A criação do mundo

Genesis ate levitico atualizado ate 15042010
Genesis ate levitico   atualizado ate 15042010Genesis ate levitico   atualizado ate 15042010
Genesis ate levitico atualizado ate 15042010teologiadaaplicabilidade
 
Genesis ate levitico atualizado ate 15042010
Genesis ate levitico   atualizado ate 15042010Genesis ate levitico   atualizado ate 15042010
Genesis ate levitico atualizado ate 15042010dalto
 
Genesis ate levitico atualizado ate 15042010
Genesis ate levitico   atualizado ate 15042010Genesis ate levitico   atualizado ate 15042010
Genesis ate levitico atualizado ate 15042010teologiadaaplicabilidade
 
Lição 2 a criação dos céus e da terra
Lição 2   a criação dos céus e da terraLição 2   a criação dos céus e da terra
Lição 2 a criação dos céus e da terraAndrew Guimarães
 
A formação do mundo_Lição da Escola Sabatina_original_com_textos
A formação do mundo_Lição da Escola Sabatina_original_com_textos A formação do mundo_Lição da Escola Sabatina_original_com_textos
A formação do mundo_Lição da Escola Sabatina_original_com_textos Gerson G. Ramos
 
A Criação dos Céus e da Terra - Lição 02 - 4°Trimestre 2015
A Criação dos Céus e da Terra - Lição 02 - 4°Trimestre 2015A Criação dos Céus e da Terra - Lição 02 - 4°Trimestre 2015
A Criação dos Céus e da Terra - Lição 02 - 4°Trimestre 2015Pr. Andre Luiz
 
Jesus, Criador do céu e da Terra_Lição da Escola Sabatina_original_com_textos
 Jesus, Criador do céu e da Terra_Lição da Escola Sabatina_original_com_textos  Jesus, Criador do céu e da Terra_Lição da Escola Sabatina_original_com_textos
Jesus, Criador do céu e da Terra_Lição da Escola Sabatina_original_com_textos Gerson G. Ramos
 
4º trimestre 2015 lição 02 adultos
4º trimestre 2015 lição 02 adultos4º trimestre 2015 lição 02 adultos
4º trimestre 2015 lição 02 adultosJoel Silva
 
4º trimestre 2015 lição 02 adultos
4º trimestre 2015 lição 02 adultos4º trimestre 2015 lição 02 adultos
4º trimestre 2015 lição 02 adultosJoel Silva
 
2015 4º trimestre adultos lição 02.pptx
2015 4º trimestre adultos lição 02.pptx2015 4º trimestre adultos lição 02.pptx
2015 4º trimestre adultos lição 02.pptxJoel Silva
 
IBADEP - Anjos, homem, Pecado e Salvacao.pdf
IBADEP - Anjos, homem, Pecado e Salvacao.pdfIBADEP - Anjos, homem, Pecado e Salvacao.pdf
IBADEP - Anjos, homem, Pecado e Salvacao.pdfRaylemDeivemRFerreir
 
Bereshith bará elohim
Bereshith  bará  elohimBereshith  bará  elohim
Bereshith bará elohimGlauciaSlides
 
2. genesis 1
2. genesis 12. genesis 1
2. genesis 1PIB Penha
 
A formação do mundo_Resumo_Liç_212013_Esc_Sab.
A formação do mundo_Resumo_Liç_212013_Esc_Sab.A formação do mundo_Resumo_Liç_212013_Esc_Sab.
A formação do mundo_Resumo_Liç_212013_Esc_Sab.Gerson G. Ramos
 
02 a criação dos céus e da terra
02  a criação dos céus e da terra02  a criação dos céus e da terra
02 a criação dos céus e da terraMárcio Martins
 
02-acriaodoscusedaterra-151008025003-lva1-app6892 (1).pdf
02-acriaodoscusedaterra-151008025003-lva1-app6892 (1).pdf02-acriaodoscusedaterra-151008025003-lva1-app6892 (1).pdf
02-acriaodoscusedaterra-151008025003-lva1-app6892 (1).pdfYasminPereiradeSanta
 
(06) apresentação aula 6 a terra sem forma e vazia
(06) apresentação aula 6 a terra sem forma e vazia(06) apresentação aula 6 a terra sem forma e vazia
(06) apresentação aula 6 a terra sem forma e vaziaGlauciaSlides
 
EEPOAD - Períodos Bíblicos
EEPOAD - Períodos BíblicosEEPOAD - Períodos Bíblicos
EEPOAD - Períodos BíblicosJamerson Maia
 

Semelhante a A criação do mundo (20)

Genesis ate levitico atualizado ate 15042010
Genesis ate levitico   atualizado ate 15042010Genesis ate levitico   atualizado ate 15042010
Genesis ate levitico atualizado ate 15042010
 
Genesis ate levitico atualizado ate 15042010
Genesis ate levitico   atualizado ate 15042010Genesis ate levitico   atualizado ate 15042010
Genesis ate levitico atualizado ate 15042010
 
Genesis ate levitico atualizado ate 15042010
Genesis ate levitico   atualizado ate 15042010Genesis ate levitico   atualizado ate 15042010
Genesis ate levitico atualizado ate 15042010
 
Lição 2 a criação dos céus e da terra
Lição 2   a criação dos céus e da terraLição 2   a criação dos céus e da terra
Lição 2 a criação dos céus e da terra
 
A formação do mundo_Lição da Escola Sabatina_original_com_textos
A formação do mundo_Lição da Escola Sabatina_original_com_textos A formação do mundo_Lição da Escola Sabatina_original_com_textos
A formação do mundo_Lição da Escola Sabatina_original_com_textos
 
A Criação dos Céus e da Terra - Lição 02 - 4°Trimestre 2015
A Criação dos Céus e da Terra - Lição 02 - 4°Trimestre 2015A Criação dos Céus e da Terra - Lição 02 - 4°Trimestre 2015
A Criação dos Céus e da Terra - Lição 02 - 4°Trimestre 2015
 
Jesus, Criador do céu e da Terra_Lição da Escola Sabatina_original_com_textos
 Jesus, Criador do céu e da Terra_Lição da Escola Sabatina_original_com_textos  Jesus, Criador do céu e da Terra_Lição da Escola Sabatina_original_com_textos
Jesus, Criador do céu e da Terra_Lição da Escola Sabatina_original_com_textos
 
4º trimestre 2015 lição 02 adultos
4º trimestre 2015 lição 02 adultos4º trimestre 2015 lição 02 adultos
4º trimestre 2015 lição 02 adultos
 
4º trimestre 2015 lição 02 adultos
4º trimestre 2015 lição 02 adultos4º trimestre 2015 lição 02 adultos
4º trimestre 2015 lição 02 adultos
 
2015 4º trimestre adultos lição 02.pptx
2015 4º trimestre adultos lição 02.pptx2015 4º trimestre adultos lição 02.pptx
2015 4º trimestre adultos lição 02.pptx
 
A criação dos céus, e da terr
A criação dos céus, e da terrA criação dos céus, e da terr
A criação dos céus, e da terr
 
IBADEP - Anjos, homem, Pecado e Salvacao.pdf
IBADEP - Anjos, homem, Pecado e Salvacao.pdfIBADEP - Anjos, homem, Pecado e Salvacao.pdf
IBADEP - Anjos, homem, Pecado e Salvacao.pdf
 
Bereshith bará elohim
Bereshith  bará  elohimBereshith  bará  elohim
Bereshith bará elohim
 
1 genesis
1 genesis1 genesis
1 genesis
 
2. genesis 1
2. genesis 12. genesis 1
2. genesis 1
 
A formação do mundo_Resumo_Liç_212013_Esc_Sab.
A formação do mundo_Resumo_Liç_212013_Esc_Sab.A formação do mundo_Resumo_Liç_212013_Esc_Sab.
A formação do mundo_Resumo_Liç_212013_Esc_Sab.
 
02 a criação dos céus e da terra
02  a criação dos céus e da terra02  a criação dos céus e da terra
02 a criação dos céus e da terra
 
02-acriaodoscusedaterra-151008025003-lva1-app6892 (1).pdf
02-acriaodoscusedaterra-151008025003-lva1-app6892 (1).pdf02-acriaodoscusedaterra-151008025003-lva1-app6892 (1).pdf
02-acriaodoscusedaterra-151008025003-lva1-app6892 (1).pdf
 
(06) apresentação aula 6 a terra sem forma e vazia
(06) apresentação aula 6 a terra sem forma e vazia(06) apresentação aula 6 a terra sem forma e vazia
(06) apresentação aula 6 a terra sem forma e vazia
 
EEPOAD - Períodos Bíblicos
EEPOAD - Períodos BíblicosEEPOAD - Períodos Bíblicos
EEPOAD - Períodos Bíblicos
 

Mais de ssuser615052

O cidadão dos céus
O cidadão dos céusO cidadão dos céus
O cidadão dos céusssuser615052
 
A ceia das bodas e o noivo
A ceia das bodas e o noivoA ceia das bodas e o noivo
A ceia das bodas e o noivossuser615052
 
A bíblia contém paradoxo
A bíblia contém paradoxoA bíblia contém paradoxo
A bíblia contém paradoxossuser615052
 
A arte de profetizar
A arte de profetizarA arte de profetizar
A arte de profetizarssuser615052
 
A confissão de fé e a lógica
A confissão de fé e a lógicaA confissão de fé e a lógica
A confissão de fé e a lógicassuser615052
 
A ciencia de ficar rico
A ciencia de ficar ricoA ciencia de ficar rico
A ciencia de ficar ricossuser615052
 
A cruz e a crítica
A cruz e a críticaA cruz e a crítica
A cruz e a críticassuser615052
 
A datação do apocalipse
A datação do apocalipseA datação do apocalipse
A datação do apocalipsessuser615052
 
A despedida do lider
A despedida do liderA despedida do lider
A despedida do liderssuser615052
 
A análise da personalidade
A análise da personalidadeA análise da personalidade
A análise da personalidadessuser615052
 
A abordagem bíblica para o evangelismo
A abordagem bíblica para o evangelismoA abordagem bíblica para o evangelismo
A abordagem bíblica para o evangelismossuser615052
 
A abertura do evangelho segundo marcos
A abertura do evangelho segundo marcosA abertura do evangelho segundo marcos
A abertura do evangelho segundo marcosssuser615052
 
1965 12-12-comunhao
1965 12-12-comunhao1965 12-12-comunhao
1965 12-12-comunhaossuser615052
 
500 segredos culinarios revelados
500 segredos culinarios revelados500 segredos culinarios revelados
500 segredos culinarios reveladosssuser615052
 
184 as bem aventuranças charles haddon spurgeon
184 as bem aventuranças   charles haddon spurgeon184 as bem aventuranças   charles haddon spurgeon
184 as bem aventuranças charles haddon spurgeonssuser615052
 
148 a mensagem central do novo testamento joachim jeremias
148 a mensagem central do novo testamento   joachim jeremias148 a mensagem central do novo testamento   joachim jeremias
148 a mensagem central do novo testamento joachim jeremiasssuser615052
 
133 miquéias nosso contemporâneo pr isaltino gomes coelho filho
133 miquéias nosso contemporâneo   pr isaltino gomes coelho filho133 miquéias nosso contemporâneo   pr isaltino gomes coelho filho
133 miquéias nosso contemporâneo pr isaltino gomes coelho filhossuser615052
 

Mais de ssuser615052 (20)

O cidadão dos céus
O cidadão dos céusO cidadão dos céus
O cidadão dos céus
 
A ceia das bodas e o noivo
A ceia das bodas e o noivoA ceia das bodas e o noivo
A ceia das bodas e o noivo
 
A bíblia contém paradoxo
A bíblia contém paradoxoA bíblia contém paradoxo
A bíblia contém paradoxo
 
A arte de profetizar
A arte de profetizarA arte de profetizar
A arte de profetizar
 
A analogia da fé
A analogia da féA analogia da fé
A analogia da fé
 
A confissão de fé e a lógica
A confissão de fé e a lógicaA confissão de fé e a lógica
A confissão de fé e a lógica
 
A ciencia de ficar rico
A ciencia de ficar ricoA ciencia de ficar rico
A ciencia de ficar rico
 
A cruz e a crítica
A cruz e a críticaA cruz e a crítica
A cruz e a crítica
 
A datação do apocalipse
A datação do apocalipseA datação do apocalipse
A datação do apocalipse
 
A despedida do lider
A despedida do liderA despedida do lider
A despedida do lider
 
A análise da personalidade
A análise da personalidadeA análise da personalidade
A análise da personalidade
 
A abordagem bíblica para o evangelismo
A abordagem bíblica para o evangelismoA abordagem bíblica para o evangelismo
A abordagem bíblica para o evangelismo
 
A abertura do evangelho segundo marcos
A abertura do evangelho segundo marcosA abertura do evangelho segundo marcos
A abertura do evangelho segundo marcos
 
1965 12-12-comunhao
1965 12-12-comunhao1965 12-12-comunhao
1965 12-12-comunhao
 
o rapto
o raptoo rapto
o rapto
 
1965 09-19-sede
1965 09-19-sede1965 09-19-sede
1965 09-19-sede
 
500 segredos culinarios revelados
500 segredos culinarios revelados500 segredos culinarios revelados
500 segredos culinarios revelados
 
184 as bem aventuranças charles haddon spurgeon
184 as bem aventuranças   charles haddon spurgeon184 as bem aventuranças   charles haddon spurgeon
184 as bem aventuranças charles haddon spurgeon
 
148 a mensagem central do novo testamento joachim jeremias
148 a mensagem central do novo testamento   joachim jeremias148 a mensagem central do novo testamento   joachim jeremias
148 a mensagem central do novo testamento joachim jeremias
 
133 miquéias nosso contemporâneo pr isaltino gomes coelho filho
133 miquéias nosso contemporâneo   pr isaltino gomes coelho filho133 miquéias nosso contemporâneo   pr isaltino gomes coelho filho
133 miquéias nosso contemporâneo pr isaltino gomes coelho filho
 

Último

A Besta que emergiu do Abismo (O OITAVO REI).
A Besta que emergiu do Abismo (O OITAVO REI).A Besta que emergiu do Abismo (O OITAVO REI).
A Besta que emergiu do Abismo (O OITAVO REI).natzarimdonorte
 
O Sacramento do perdão, da reconciliação.
O Sacramento do perdão, da reconciliação.O Sacramento do perdão, da reconciliação.
O Sacramento do perdão, da reconciliação.LucySouza16
 
AS FESTAS DO CRIADOR FORAM ABOLIDAS NA CRUZ?.pdf
AS FESTAS DO CRIADOR FORAM ABOLIDAS NA CRUZ?.pdfAS FESTAS DO CRIADOR FORAM ABOLIDAS NA CRUZ?.pdf
AS FESTAS DO CRIADOR FORAM ABOLIDAS NA CRUZ?.pdfnatzarimdonorte
 
Formação de Formadores III - Documentos Concílio.pptx
Formação de Formadores III - Documentos Concílio.pptxFormação de Formadores III - Documentos Concílio.pptx
Formação de Formadores III - Documentos Concílio.pptxVivianeGomes635254
 
Ha muitas moradas na Casa de meu Pai - Palestra Espirita
Ha muitas moradas na Casa de meu Pai - Palestra EspiritaHa muitas moradas na Casa de meu Pai - Palestra Espirita
Ha muitas moradas na Casa de meu Pai - Palestra EspiritaSessuana Polanski
 
9ª aula - livro de Atos dos apóstolos Cap 18 e 19
9ª aula - livro de Atos dos apóstolos Cap 18 e 199ª aula - livro de Atos dos apóstolos Cap 18 e 19
9ª aula - livro de Atos dos apóstolos Cap 18 e 19PIB Penha
 
Taoismo (Origem e Taoismo no Brasil) - Carlos vinicius
Taoismo (Origem e Taoismo no Brasil) - Carlos viniciusTaoismo (Origem e Taoismo no Brasil) - Carlos vinicius
Taoismo (Origem e Taoismo no Brasil) - Carlos viniciusVini Master
 
Oração Pelos Cristãos Refugiados
Oração Pelos Cristãos RefugiadosOração Pelos Cristãos Refugiados
Oração Pelos Cristãos RefugiadosNilson Almeida
 
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 131 - O Mundo e a Crença
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 131 - O Mundo e a CrençaSérie Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 131 - O Mundo e a Crença
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 131 - O Mundo e a CrençaRicardo Azevedo
 
TEMPERAMENTOS.pdf.......................
TEMPERAMENTOS.pdf.......................TEMPERAMENTOS.pdf.......................
TEMPERAMENTOS.pdf.......................CarlosJnior997101
 
Formação da Instrução Básica - Congregação Mariana
Formação da Instrução Básica - Congregação MarianaFormação da Instrução Básica - Congregação Mariana
Formação da Instrução Básica - Congregação MarianaMarcoTulioMG
 
As festas esquecidas.pdf................
As festas esquecidas.pdf................As festas esquecidas.pdf................
As festas esquecidas.pdf................natzarimdonorte
 
G6 - AULA 7.pdf ESDE G6 - MEDIUNIDADE de efeitos intelectuais
G6 - AULA 7.pdf ESDE G6 - MEDIUNIDADE  de efeitos intelectuaisG6 - AULA 7.pdf ESDE G6 - MEDIUNIDADE  de efeitos intelectuais
G6 - AULA 7.pdf ESDE G6 - MEDIUNIDADE de efeitos intelectuaisFilipeDuartedeBem
 
MATERIAL DE APOIO - E-BOOK - CURSO TEOLOGIA DA BÍBLIA
MATERIAL DE APOIO - E-BOOK - CURSO TEOLOGIA DA BÍBLIAMATERIAL DE APOIO - E-BOOK - CURSO TEOLOGIA DA BÍBLIA
MATERIAL DE APOIO - E-BOOK - CURSO TEOLOGIA DA BÍBLIAInsituto Propósitos de Ensino
 
Baralho Cigano Significado+das+cartas+slides.pdf
Baralho Cigano Significado+das+cartas+slides.pdfBaralho Cigano Significado+das+cartas+slides.pdf
Baralho Cigano Significado+das+cartas+slides.pdfJacquelineGomes57
 
Série: O Conflito - Palestra 08. Igreja Adventista do Sétimo Dia
Série: O Conflito - Palestra 08. Igreja Adventista do Sétimo DiaSérie: O Conflito - Palestra 08. Igreja Adventista do Sétimo Dia
Série: O Conflito - Palestra 08. Igreja Adventista do Sétimo DiaDenisRocha28
 
O SELO DO ALTÍSSIMO E A MARCA DA BESTA .
O SELO DO ALTÍSSIMO E A MARCA DA BESTA .O SELO DO ALTÍSSIMO E A MARCA DA BESTA .
O SELO DO ALTÍSSIMO E A MARCA DA BESTA .natzarimdonorte
 

Último (20)

A Besta que emergiu do Abismo (O OITAVO REI).
A Besta que emergiu do Abismo (O OITAVO REI).A Besta que emergiu do Abismo (O OITAVO REI).
A Besta que emergiu do Abismo (O OITAVO REI).
 
O Sacramento do perdão, da reconciliação.
O Sacramento do perdão, da reconciliação.O Sacramento do perdão, da reconciliação.
O Sacramento do perdão, da reconciliação.
 
AS FESTAS DO CRIADOR FORAM ABOLIDAS NA CRUZ?.pdf
AS FESTAS DO CRIADOR FORAM ABOLIDAS NA CRUZ?.pdfAS FESTAS DO CRIADOR FORAM ABOLIDAS NA CRUZ?.pdf
AS FESTAS DO CRIADOR FORAM ABOLIDAS NA CRUZ?.pdf
 
Formação de Formadores III - Documentos Concílio.pptx
Formação de Formadores III - Documentos Concílio.pptxFormação de Formadores III - Documentos Concílio.pptx
Formação de Formadores III - Documentos Concílio.pptx
 
Ha muitas moradas na Casa de meu Pai - Palestra Espirita
Ha muitas moradas na Casa de meu Pai - Palestra EspiritaHa muitas moradas na Casa de meu Pai - Palestra Espirita
Ha muitas moradas na Casa de meu Pai - Palestra Espirita
 
9ª aula - livro de Atos dos apóstolos Cap 18 e 19
9ª aula - livro de Atos dos apóstolos Cap 18 e 199ª aula - livro de Atos dos apóstolos Cap 18 e 19
9ª aula - livro de Atos dos apóstolos Cap 18 e 19
 
Taoismo (Origem e Taoismo no Brasil) - Carlos vinicius
Taoismo (Origem e Taoismo no Brasil) - Carlos viniciusTaoismo (Origem e Taoismo no Brasil) - Carlos vinicius
Taoismo (Origem e Taoismo no Brasil) - Carlos vinicius
 
Oração Pelos Cristãos Refugiados
Oração Pelos Cristãos RefugiadosOração Pelos Cristãos Refugiados
Oração Pelos Cristãos Refugiados
 
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 131 - O Mundo e a Crença
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 131 - O Mundo e a CrençaSérie Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 131 - O Mundo e a Crença
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 131 - O Mundo e a Crença
 
TEMPERAMENTOS.pdf.......................
TEMPERAMENTOS.pdf.......................TEMPERAMENTOS.pdf.......................
TEMPERAMENTOS.pdf.......................
 
Formação da Instrução Básica - Congregação Mariana
Formação da Instrução Básica - Congregação MarianaFormação da Instrução Básica - Congregação Mariana
Formação da Instrução Básica - Congregação Mariana
 
As festas esquecidas.pdf................
As festas esquecidas.pdf................As festas esquecidas.pdf................
As festas esquecidas.pdf................
 
G6 - AULA 7.pdf ESDE G6 - MEDIUNIDADE de efeitos intelectuais
G6 - AULA 7.pdf ESDE G6 - MEDIUNIDADE  de efeitos intelectuaisG6 - AULA 7.pdf ESDE G6 - MEDIUNIDADE  de efeitos intelectuais
G6 - AULA 7.pdf ESDE G6 - MEDIUNIDADE de efeitos intelectuais
 
VICIOS MORAIS E COMPORTAMENTAIS NA VISÃO ESPÍRITA
VICIOS MORAIS E COMPORTAMENTAIS  NA VISÃO ESPÍRITAVICIOS MORAIS E COMPORTAMENTAIS  NA VISÃO ESPÍRITA
VICIOS MORAIS E COMPORTAMENTAIS NA VISÃO ESPÍRITA
 
Aprendendo a se amar e a perdoar a si mesmo
Aprendendo a se amar e a perdoar a si mesmoAprendendo a se amar e a perdoar a si mesmo
Aprendendo a se amar e a perdoar a si mesmo
 
MATERIAL DE APOIO - E-BOOK - CURSO TEOLOGIA DA BÍBLIA
MATERIAL DE APOIO - E-BOOK - CURSO TEOLOGIA DA BÍBLIAMATERIAL DE APOIO - E-BOOK - CURSO TEOLOGIA DA BÍBLIA
MATERIAL DE APOIO - E-BOOK - CURSO TEOLOGIA DA BÍBLIA
 
Baralho Cigano Significado+das+cartas+slides.pdf
Baralho Cigano Significado+das+cartas+slides.pdfBaralho Cigano Significado+das+cartas+slides.pdf
Baralho Cigano Significado+das+cartas+slides.pdf
 
Mediunidade e Obsessão - Doutrina Espírita
Mediunidade e Obsessão - Doutrina EspíritaMediunidade e Obsessão - Doutrina Espírita
Mediunidade e Obsessão - Doutrina Espírita
 
Série: O Conflito - Palestra 08. Igreja Adventista do Sétimo Dia
Série: O Conflito - Palestra 08. Igreja Adventista do Sétimo DiaSérie: O Conflito - Palestra 08. Igreja Adventista do Sétimo Dia
Série: O Conflito - Palestra 08. Igreja Adventista do Sétimo Dia
 
O SELO DO ALTÍSSIMO E A MARCA DA BESTA .
O SELO DO ALTÍSSIMO E A MARCA DA BESTA .O SELO DO ALTÍSSIMO E A MARCA DA BESTA .
O SELO DO ALTÍSSIMO E A MARCA DA BESTA .
 

A criação do mundo

  • 1. A Criação do Mundo David Martyn Lloyd-Jones Chegamos agora à doutrina da Criação propriamente dita, ou seja, como geralmente a consideramos. Temos, de fato, tratado dela dentro da doutrina sobre os anjos, onde vimos que Deus criou tanto os céus quanto a terra; e agora estamos focalizando a criação da terra e de tudo quanto nela existe. Quando nos aproximamos desta doutrina, há certos pontos gerais que precisam ser considerados. Primeiramente, não nos foi dado um relato ou filosofia sobejamente detalhada da Criação, e no entanto alegamos que o relato que nos foi dado é perfeitamente acurado. A Bíblia alega que o relato é de Deus. Lemos em Hebreus 11:3: “Pela fé entendemos que os mundos pela palavra de Deus foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente.” Deus transmitiu a Moisés ou a algum outro um relato da Criação; portanto, esse relato não consiste de idéias ou teorias humanas. Entretanto, o relato bíblico não alega explicar tudo. Em segundo lugar, devemos estar esclarecidos sobre o significado da Criação. Ela tem sido definida como “Aquele ato soberano de Deus por meio do qual Ele... no princípio trouxe à existência o universo visível e invisível, sem o uso de materiais preexistentes, e assim imprimiu-lhe uma existência distinta da existência dEle e, contudo, sempre dependente dEle” (Berkhof). Ora, esta é a nossa defesa contra outras teorias que têm sido postas em evidência. Há quem creia que a matéria é inerentemente eterna; enquanto que outros crêem na geração espontânea da matéria, bem como em seu desenvolvimento espontâneo. Outros pontos de vista consistem em que Deus simplesmente deu forma à matéria já existente, ou que a matéria é apenas uma emanação da substância divina. O panteísmo ensina que a matéria é apenas uma forma de Deus — que ela é Deus. Em contrapartida, os que crêem no dualismo afirmam que Deus e a matéria são eternos; enquanto que alguns ensinam que o mundo foi produzido por um espírito antagônico, outro deus ou demiurgo. A doutrina bíblica, porém, é clara: Deus fez tudo a partir do nada. O mundo tem uma existência distinta; ele, porém, é sempre dependente de Deus. “... e todas as coisas subsistem por ele”, diz Paulo (Col. 1:17). A terceira observação geral é que a Bíblia não fornece uma razão para a Criação. Ela não ocorreu devido alguma necessidade em Deus; não houve necessidade para ela. Tampouco foi motivada pelo amor de Deus. Ela foi um ato soberano em concordância com Sua vontade e glória; e, afinal das contas, não sabemos qual foi mesmo a razão.
  • 2. Monergismo.com – “Ao Senhor pertence a salvação” (Jonas 2:9) www.monergismo.com 2 Em quarto lugar, surge continuamente a pergunta: existem dois relatos da Criação — um em Gênesis, capítulo 1 e outro em Gênesis 2:4 e seguintes? A resposta é: não! Gênesis 2:4 não presume ser um relato da Criação. Ele é o início do relato da história do homem, e começa com a fórmula típica para isso — “Este é o livro das gerações...” (Vejam Gên. 5:1). Essas são, pois, as observações gerais, e agora voltamos a considerar o ensino da própria Bíblia. Ela, primeiramente, nos afirma que a Criação foi obra do Deus triúno. Em geral, ela é atribuída ao Pai, as Escrituras, porém, deixam bem claro que ela é também obra do Filho. Lemos em João 1:3: “Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez.” E em 1 Coríntios 8:6: “Todavia para nós há um só Deus, o Pai, de quem é tudo e para quem nós vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós por ele.” Paulo também diz, em sua carta aos Colossenses: “Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis... tudo foi criado por ele e para ele” (Col. 1:16). A Criação é também obra do Espírito Santo. Gênesis 1:2 diz: “E o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas.” E lemos em Isaías 40:13: “Quem guiou o Espírito do Senhor? e que conselheiro o ensinou?” Portanto, ela é a obra perfeita do Três-em-Um — do Pai, através do Filho e do Espírito Santo. Ou, como tem sido expresso: a existência está no Pai, a idéia está no Filho e a vida está no Espírito. Em segundo lugar, devemos focalizar o que a Bíblia nos ensina sobre o tempo da Criação. Nas memoráveis palavras iniciais da Bíblia, lemos: “No princípio Deus...” Somos informados, em muitos lugares, que para com Deus não existe tempo, e que o mundo e o tempo surgiram concomitantemente. Ora, tudo isso significa que houve um princípio, mas quando surgem as perguntas: o que havia antes? ou: o que ocorreu na Criação? Nossa única resposta é que não sabemos. Em terceiro lugar, há o interessante aspecto quanto às palavras que são usadas na Bíblia com referência à Criação. A primeira é bara’, a qual significa chamar à existência sem o uso de material preexistente. Essa palavra é usada apenas três vezes em Gênesis, capítulo 1, e somente em relação à atividade de Deus no Velho Testamento. Bara’ jamais é usada em conexão com material existente, e sempre descreve a atividade divina. Vejam Gênesis 1:1,21,27. A segunda é ‘asah, a qual significa dispor de material existente, um termo que é usado para descrever a obra da maioria dos dias da Criação: Gên. 1:7,16,25,26 e 31. E a terceira palavra é yatsar, a qual significa modelar de material preexistente. Ela é usada em Gênesis 2:7. Entretanto, esses termos são obviamente intercambiáveis. Nosso quarto tema a ser considerado é: o que exatamente aconteceu na Criação? Aqui chegamos imediatamente ao problema da
  • 3. Monergismo.com – “Ao Senhor pertence a salvação” (Jonas 2:9) www.monergismo.com 3 relação existente entre os dois primeiros versículos de Gênesis, capítulo 1. Qual é a interpretação deles? Tem havido duas respostas principais. Uma delas é que esses versículos descrevem os dois estágios de um processo; enquanto que a outra diz que houve um intervalo entre os dois versículos. No segundo ponto de vista, o versículo 1 fala da criação original do céu e da terra, provavelmente com satanás e anjos habitando neles. Então sobreveio uma calamidade e uma destruição em conseqüência da queda dos anjos, e o versículo 2 fala da obra de reconstituição e reconstrução. Há, ao meu ver, dois pontos em favor da segunda interpretação. Primeiramente, as palavras “sem forma e vazia” pressupõem devastação e destruição. Esse é o significado em Isaías 24:1: “Eis que o Senhor esvazia a terra, e a desola, e transtorna a sua superfície, e dispersa seus moradores.” E em Jeremias 4:23, lemos: “Observei a terra, e eis que estava assolada e vazia.” A segunda interpretação também explicaria todo o problema do estrato geológico. Os cristãos, porém, se acham divididos em tudo isso, e não podemos prová-lo de um modo ou de outro. Em segundo lugar, ainda sob o nosso tópico quanto ao que exatamente ocorreu, devemos focalizar, naturalmente, os detalhes no relato bíblico dos dias da Criação. No primeiro dia, foi criada a luz; a luz e as trevas foram separadas, e então o dia e a noite foram constituídos. Tudo indica que a luz significa o éter luminoso ou a eletricidade — o sol é o condutor de luz. No segundo dia, houve também uma separação. O firmamento foi estabelecido por meio da divisão das águas acima e as águas embaixo. A palavra “sobre” se refere às nuvens; enquanto que o “firmamento” significa uma expansão. No terceiro dia, houve separação de mar e terra seca, e o reino vegetal de plantas e árvores veio à existência. Este se constitui de três tipos: relva, ervas, vegetais e grãos; e árvores frutíferas — todas “segundo a sua espécie”. Há dois pontos a serem observados aqui. O primeiro é que Deus fez isso, e o segundo é que “segundo a sua espécie”, no versículo 12, significa que as espécies são distintas e não se evoluem umas das outras. O quarto dia viu a criação do sol, da lua e das estrelas, como condutores de luz. Sua função consiste em dividir dia e noite; agir como sinais da mudança do tempo, de importantes eventos futuros e do juízo por vir; afetar a mudança das estações e a sucessão de dias e anos, e servir como luzeiros. O quinto dia viu a criação de pássaros e peixes. Notem novamente, no versículo 21, as palavras “segundo a sua espécie”. Uma vez mais, isso é uma indicação de espécies diferentes.
  • 4. Monergismo.com – “Ao Senhor pertence a salvação” (Jonas 2:9) www.monergismo.com 4 No sexto dia, primeiramente foram criados os animais. Notem também o uso das palavras “E fez Deus”, e, novamente, “segundo a sua espécie”; e “segundo a sua espécie”, no versículo 25. Então, em segundo lugar, no versículo 26, lemos sobre a criação do homem, e isso é especial. Há um paralelo a ser notado entre a obra dos primeiros três dias e dos últimos três dias: Dia 1 A criação da luz Dia 4 A criação dos condutores de luz Dia 2 A criação da expansão e a separação das águas Dia 5 A criação dos pássaros do ar e dos peixes do mar Dia 3 A separação de água e terra seca, e a preparação da terra como uma habitação para homem e os animais 6 A criação dos animais do campo, gado e seres rastejantes, e o homem E finalmente somos informados que no sétimo dia Deus descansou e contemplou Sua obra. Ele viu a Sua obra como faz um artista, e estava satisfeito com ela. “E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom.” O próximo assunto que precisamos focalizar é o exato significado do termo dia. Há dois pontos de vista principais. O primeiro é que ele significa um dia de vinte e quatro horas, e o segundo é que ele significa um extenso período de tempo. Há considerável discordância entre as pessoas sobre este tema, pessoas essas que igualmente são bons cristãos, e o significado correto não pode, afinal, ser provado de um modo ou de outro. Em favor do segundo ponto de vista está o fato de que, na Bíblia, a palavra traduzida em Gênesis, capítulo 1, por “dia” nem sempre significa um dia de vinte e quatro horas. Nos versículos 5, 16 e 18, de Gênesis, capítulo 1, o termo se refere às horas diurnas, enquanto que nos versículos 5, 8 e 13, significa luz e trevas; e em Gênesis 2:4, significa o sexto dia da criação. Em seguida, noutras passagens da Bíblia a mesma palavra significa um infinito período de tempo, como “o dia da calamidade” (Jer. 51:2), ou “o dia do Senhor” (Is. 13:6; Joel 3:14), e, naturalmente, em 2 Pedro 3:8, lemos: “um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos como um dia”. Essa última referência, contudo, não é relevante para a
  • 5. Monergismo.com – “Ao Senhor pertence a salvação” (Jonas 2:9) www.monergismo.com 5 nossa discussão, visto que o propósito de Pedro era mostrar as diferenças entre eternidade e tempo. Por outro lado, em favor do dia de vinte e quatro horas está, antes de tudo, o fato de que este é o primeiro significado da palavra hebraica. Em segundo lugar, há a importância da frase “tarde e manhã” ao longo de Gênesis, capítulo 1. Como deveríamos explicar tal repetição? Surge imediatamente a questão: se vocês tomarem dia no sentido de um período extenso, então como explicariam a expressão tarde e manhã? Se vocês tomarem o ponto de vista que afirma que na criação do mundo Deus envolvera milhões de anos para fazer algo que é descrito aqui como havendo sido feito num dia, e então seguiu-se uma tarde na qual houve trevas, e não ocorrendo nada aparentemente, e então outro período extenso, e assim por diante, como, pois, vocês considerariam tanto essas tardes quanto essas manhãs extensas? O que estaria acontecendo durante esses milhões de anos de tardes? Demais disso, vocês terão que responder à questão aparentemente impossível: como poderia a vida — a vida vegetal e animal — exjstir de algum modo durante esse extenso período de milhões de anos de trevas e ausência de luz? Não apenas isso, parece perfeitamente evidente que os últimos três dias no relato deste primeiro capítulo de Gênesis foram determinados pelo sol, e portanto eram dias de vinte e quatro horas. A partir do instante em que o sol vem à existência e determina a diferença entre dia e noite, seguramente todos devem concordar que agora de qualquer forma estamos tratando de vinte e quatro horas. Daí, se a outra teoria é correta, então somos solicitados a crer que os primeiros três dias significam um período extenso, mas que os últimos três dias significam apenas dias de vinte e quatro horas, e obviamente não há nada no próprio relato que sugira que a palavra tenha dois significados diferentes. Não posso provar que não haja diferença, mas seguramente seria algo bem estranho se houvesse essa abrupta mudança de significado quando a descrição é idêntica em ambos os pares de três dias. Ao meu ver, porém, o argumento mais importante de todos se acha no que nos é dito sobre o repouso de Deus no sétimo dia, contemplando com satisfação a obra que criara. Notem, também, a importância que é atribuída a isso nas Escrituras, e particular- mente, sem dúvida, na questão de nossa observância e guarda do sétimo dia. Em Exodo, capítulo 20, lemos: “Lembra-te do dia de sábado, para o santificar. Porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo que neles há, e ao sétimo dia descansou: portanto abençoou o Senhor o dia de sábado, e o santificou” (vv. 8 e 11). E isso é repetido diversas vezes nas Escrituras. Ora, nesse ponto, naturalmente, não pode haver qualquer discussão. A referência é a um dia de vinte e quatro horas. O sábado que eles foram ordenados a observar não poderia ser um extenso período; só poderia ser um dia de vinte e quatro horas, e a razão apresentada é
  • 6. Monergismo.com – “Ao Senhor pertence a salvação” (Jonas 2:9) www.monergismo.com 6 que, depois que Deus criou o mundo em seis dias, Ele descansou no sétimo. Não diz que Ele descansou ao longo de um período de milhões de anos. Bem, ao meu ver, aí está a evidência relativa a ambas essas teorias. Creio ter deixado bem claro que até onde me diz respeito (é só uma opinião, não a posso provar), não posso ver como seríamos autorizados a interpretar este termo “dia” por outro sentido senão pelo significado normal de vinte e quatro horas. As dificuldades das outras suposições a tornam, pelo menos para mim, completamente impossível. Devo lembrá-los novamente, porém, que eminentes eruditos e devotos cristãos têm defendido e sustentado o outro ponto de vista. Graças a Deus que a nossa salvação não é determinada por nossa opinião sobre esta questão em particular. Espero que iremos todos atentar para a evidência, mantendo essa tão importante verdade na mente. Penso ser correto e importante que olhemos para estas coisas; porém, sermos dogmáticos ou insistirmos que uma partícula de evidência pode certamente provar nossa tese, é tornarmo-nos burlescos. Portanto, prossigamos para outra questão. Pergunta alguém: “O que pensar de tudo isso face a ciência moderna?” Ora, como disse no início desta série de preleções, elas não pretendem ser preleções sobre apologética, e gostaria de enfatizá-lo novamente. Aliás, se eu consultasse meus próprios sentimentos não faria o que estou propondo fazer agora. Mas, afinal, sei muito bem, tendo sido eu mesmo um estudante, e um estudante de ciência e biologia, que muitos cristãos se metem em dificuldades sobre estes assuntos. Portanto, considero parte da função de um ministro cristão tentar ajudar. Sei que, ao fazê-lo, ele se expõe a ataques de todos os lados, todavia isso realmente não importa. E nosso dever ajudar uns aos outros o máximo que pudermos. Deixem-me esclarecer bem que não estou asseverando que sou capaz de provar muito, contudo, de qualquer modo, creio poder discordar de algumas conjecturas comuns e populares. Assim, pois, o que dizer de tudo isso face a ciência moderna? Ora, certas coisas podem ser afirmadas sem qualquer receio de contradição, e eis a primeira: este problema, a controvérsia entre a ciência e a Bíblia, é um dos que são grandemente exagerados. A dificuldade, geralmente, se deve ao fato de que, por um lado, o que se propõe como ciência não é ciência, e sim, meramente opinião e pressuposição; e, por outro lado, o que se considera como bíblico, muitas vezes não é o ensino bíblico. Por isso, se vocês tiverem uma falsa concepção da Bíblia e da ciência, então óbvia e facilmente se verão provocando uma acirrada disputa entre ambas. O problema se deve largamente ao fato de que as pessoas persistem em citar erros como fatos, e pressuposições como verdades. Devo asseverar sempre, porém, que não estou cônscio de qualquer
  • 7. Monergismo.com – “Ao Senhor pertence a salvação” (Jonas 2:9) www.monergismo.com 7 contradição real entre o ensino da Bíblia e os verdadeiros fatos científicos estabelecidos. Ora, essa é a coisa mais importante de todas. E deveras surpreendente observar o modo como a Bíblia faz afirmações que entram na esfera da ciência. Tem-se realçado freqüentemente que, se compararmos o livro de Gênesis com alguns dos relatos da literatura egípcia ou babilônica acerca da origem da vida, do mundo e do homem, o contraste é simplesmente incrível. Ali existem mitos e superstições, exageros e grosseiras declarações que, manifestamente, são impossíveis e ridículos. Não há nada disso nas Escrituras. Se puserem a Bíblia em confronto com a literatura que é mais ou menos da mesma data, a diferença é verdadeiramente notável. E isso, creio eu, é uma partícula de evidência muito importante. Muito bem, já lhes lembrei de passagem — mas é importante dizê- lo novamente — que mesmo na época do livro de Jó já era conhecido que a terra é um globo. A Bíblia jamais diz que a terra é achatada. Em Jó 26:7 lemos isto: “O norte estende sobre o vazio; suspende a terra sobre o nada.” Ora, se o livro de Jó é (como provavelmente seja o caso) talvez o livro mais antigo do mundo, remontando à mais remota antigüidade, então devemos perguntar: como uma coisa dessas poderia ser conhecida? Quem jamais teria pensado ou imaginado tal coisa? Evidentemente, foi revelado por Deus. E atual. Caso vocês o prefiram, é ciência moderna. E uma descrição da terra como globo. Também, outra coisa que tem sido realçada com muita freqüência é que a própria ordem da Criação apresentada no primeiro capítulo de Gênesis é idêntica com a ordem que os cientistas modernos nos dão — o que quero dizer por cientista moderno é alguém que não é cristão e que rejeita a Bíblia. E em seguida há outro ponto muito notável, a saber, foi descoberto neste presente século que só há quatro grupos sangüíneos, que toda a humanidade pode ser dividida nesses quatro grupos, e que todos eles podem ser derivados de apenas um casal. Então vocês se lembram do que o apóstolo Paulo falou às pessoas de Atenas, que Deus “de um só fez toda a geração dos homens...” (Atos 17:26). Finalmente, temos um contraste entre o luzeiro maior e o luzeiro menor no livro, de Gênesis. Noutras palavras, eles compreenderam que havia certa diferença entre o sol e a lua, fato este extremamente notável. “Por outro lado”, pergunta alguém, “o que dizer das declarações dos geólogos que nos dizem que uma camada foi assentada, e em seguida veio outra camada, e assim vocês têm os vários estratos?” Isso tem causado bastante problemas. Muitos cristãos têm se sentido perplexos com isso, e muitas teorias têm se apresentado numa tentativa de conciliar a Bíblia com essa suposta evidência da geologia.
  • 8. Monergismo.com – “Ao Senhor pertence a salvação” (Jonas 2:9) www.monergismo.com 8 Alguns têm formulado a teoria de que Gênesis não pressupõe ser um tratado científico, mas é apenas alegoria ou poesia, que a Bíblia não reivindica ser cientificamente exata, porém que é uma maneira típica, poética e alegórica de descrever a Criação. A isso responde-se que, naturalmente, não existe nenhum indício de poesia nesses primeiros capítulos de Gênesis. A forma não é de maneira alguma poética. Ela reivindica ser histórica. Reivindica apresentar fatos, e a história que se segue imediata e diretamente dela é certamente genuína história, e não alegoria. Então outros dizem: “Bem, é claro que, sem dúvida, isso é um mito.” E um mito, eles dizem, é algo que encorpora verdade religiosa. E uma afirmação que não é necessariamente verdadeira em si e por si mesma; é histórico, em certo sentido, e no entanto não é histórico. Um mito não fornece informação sobre o que realmente aconteceu, porém revela um significado e verdade religiosos. Entretanto, no momento que dizemos que Gênesis, capítulo 1 é um mito, nos pomos em dificuldades em relação à Pessoa e ao ensino do Senhor Jesus Cristo, visto que em Seu ensino sobre o divórcio, Ele Se referiu à criação do homem e da mulher. Ele baseou todo o Seu argumento no fato de que a Criação é história literal. Isso nos leva a estabelecer outra proposição, ou seja, que vocês devem ser sempre cuidadosos, para que, ao tentarem solucionar uma dificuldade, não se vejam criando uma outra mais séria ainda. Voltaremos a isso mais adiante. Então, outra forma de propor uma resposta à questão geológica é a de introduzir aquela antiga concepção de que um dia significa um longo período — argumento que já tratamos. E aqui, outra vez me parece, voltamos para duas possibilidades: uma é aquela teoria da restituição, à qual já me referi, que declara que há um intervalo entre os versículos 1 e 2. Essa aparenta-me ser uma explicação que seria adequada. Não estou afirmando que é correta, mas parece ser a resposta para muitas dificuldades. Se vocês, porém, não a aceitarem, então devem lembrar que, afinal, os geólogos não estão todos concordes, e que ainda é possível que estejam equivocados. Não posso provar isso, entretanto devemos tê-lo sempre em mente como uma possibilidade. A própria queda do homem pode ter produzido tal cataclismo sobre a terra, o que resolveria a maior parte do problema. Sabemos que Deus amaldiçoou a terra por causa do pecado do homem. Qual foi o limite dessa maldição? O que aconteceu, então, e o que aconteceu no dilúvio? A resposta, naturalmente, é que simplesmente não sabemos. Mas é possível que ali, de alguma maneira, algo aconteceu que esclarece suficientemente essas diferentes camadas de que falam os geólogos. Contudo, afinal de contas, há certos assuntos sobre os quais é melhor dizer que não sabemos; é a única posição honesta e segura a assumir. Podemos afirmar, porém, que hoje a ciência é muito mais humilde do que foi no início do século. Têm ocorrido grandes mudanças e admissões nas atitudes e pontos de vista científicos. A posição, por
  • 9. Monergismo.com – “Ao Senhor pertence a salvação” (Jonas 2:9) www.monergismo.com 9 exemplo, em relação à astronomia, hoje, é muito diferente da que era antigamente, e isso é algo admitido por todos os competentes investigadores neste campo. Por conseguinte, parece-me haver aqui uma regra: sejamos sempre cuidadosos em diferenciar entre teorias e fatos, suposições e provas. Quando alguém diz: “A ciência tem feito assim e assim”, verifiquem se ele lhes está apresentando um fato e não meramente promovendo a teoria de um cientista em particular. Ao mesmo tempo, porém, que aqueles dentre nós, que são cristãos, sejam muito cuidadosos ao encarar os fatos quando os mesmos são postos diante de nós. Que jamais levemos a culpa de obscurantismo. Que jamais recusemos um fato só porque ele torna as coisas dificeis para nós; que jamais tentemos inventar fatos e jamais promovamos teorias que não sejam patentemente genuínas. Por exemplo, houve um homem que certa vez tentou defender o relato de Gênesis, afirmando crer que quando Deus criou o mundo, Ele realmente criou esses estratos geológicos, e que criou até mesmo os fósseis existentes neles. Tal atitude, porém, faz toda a posição da Bíblia ridícula e fútil. Não devemos jamais simplesmente sepultar nossas cabeças na areia e dizer: “Bem, continuarei afirmando isto, seja o que for que venha a ser dito!” Devemos ser razoáveis e dispostos a encarar a evidência real, peneirando-a e examinando-a, mas lembrando sempre que os cientistas são seres humanos, e que, como nós, são seres humanos pecadores. Por essa razão, quando o pedirem a crer que, só porque alguém é um cientista, ele é um mero intelectual, não tem preconceito algum e é consumido por uma paixão pela verdade, excluindo tudo mais, lembrem-se de que isso não é verdade. Os cientistas, como o restante de nós, são cheios de erros e de falhas. Aliás, eles estão entre os mais teimosos do mundo moderno. Certamente que o dogmatismo não é algo pertencente só aos púlpitos! Vocês podem achá-lo nos laboratórios científicos, no rádio e nos livros. Ora, isso me leva a sugerir uma ou duas palavras sobre a difícil questão da evolução. Digo uma vez mais que, se eu fosse consultar minhas próprias inclinações e sentimentos, eu não faria isto. Por trinta e sete anos, mais ou menos, que tive que ler, por várias razões, o argumento acerca da evolução, e confesso que me sinto cansado dele. E até agora, indubitavelmente, eu sei que ela é uma questão viva e ardente para muitos. Sei que muitos jovens nas escolas e colégios, e outros lugares, estão sendo ensinados coisas como se a evolução já fosse algo provado além de qualquer dúvida. Sinto que por essas razões, se não por outras, devo novamente fazer apenas um ou dois comentários, embora do ponto de vista da doutrina bíblica não haja necessidade para que eu faça isso. Ora, quando nos aproximamos desta questão da evolução, temos de começar com uma definição. Evolução, como comum e popularmente compreendida, significa isto: a vida é algo que se procria. E uma força e um poder em si e por si mesmos, e produz um tipo de outro tipo
  • 10. Monergismo.com – “Ao Senhor pertence a salvação” (Jonas 2:9) www.monergismo.com 10 anterior. Começamos com algo completamente simples e não diferenciado, e disso evolui-se algo mais desenvolvido e complexo, e isso por sua vez evolui em algo ainda mais complexo, e assim por diante, e dessa maneira subimos a escala de um ponto a outro. Há muitos grupos de pessoas que crêem na evolução, e o grupo mais comum e mais numeroso de todos compreende os ateus que excluem Deus completamente — a assim chamada evolução ateísta. Outrossim, existe também a teoria às vezes chamada evolução deísta. Os proponentes deste ponto de vista dizem: “Sim, cremos em Deus e cremos que Deus criou a matéria no princípio. Tendo, porém, criado a matéria, Ele não fez nada mais que isso. Ele injetou poder na matéria, e esta fez o resto sozinha. Deus, por assim dizer, deu corda ao relógio; e, tendo feito isso, Ele o deixou de lado, e o relógio teve que prosseguir sozinho. Todas as grandes mudanças conducentes ao homem, dizem eles, têm ocorrido, por assim dizer, automaticamente saindo desse poder. E há um terceiro grupo que defende o ponto de vista que se chama evolução teísta. E constituído de pessoas que se dizem cristãs — crêem em Deus, e ao mesmo tempo crêem na evolução. Vocês os encontrarão tanto entre os católicos romanos como entre os protestantes — inclusive os cristãos evangélicos protestantes. Dizem que o desenvolvimento desses diferentes tipos e espécies tem prosseguido, porém Deus o tem governado e tem intervido freqüentemente no processo. Portanto, são distintos dos deístas — são teístas e enfatizam a atividade de Deus. Pois bem, não pretendo ficar nisso; gostaria simplesmente de fazer alguns comentários. A primeira coisa que temos de sempre lembrar é que a evolução não passa de teoria. Ninguém pode prová-la. Aliás, há muitas teorias diferentes (as quais não concordam entre si). Se porventura vocês quiserem conhecer um dos melhores ataques de real valor contra a teoria particular de Darwin, eu lhes recomendaria que lessem (e é provável que vocês se assustem por eu citar o nome de tal homem) a introdução de Bernard Shaw ao seu drama Man and Superman para uma devastadora crítica contra o estigma particular da evolução de Darwin. Shaw, vocês se lembram, cria em outro tipo de evolução. Tenho dito isso com freqüência, toda vez que me vejo envolvido em discussões, e o passo a qualquer um que se vê perturbado por pessoas que falam com muita loquacidade sobre a evolução: a próxima vez que alguém vier a vocês e começar a brandir esta palavra “evolução”, apenas interrompam e proponham esta pergunta: “Em que marca ou teoria da evolução você acredita?” E creio que vocês descobrirão que em nove casos, entre dez, estarão introduzindo-os pela primeira vez ao conhecimento da existência de mais de uma teoria. De maneira que há muitas teorias, e um interessante argumento continua
  • 11. Monergismo.com – “Ao Senhor pertence a salvação” (Jonas 2:9) www.monergismo.com 11 bailando entre os seus advogados; todavia, nada está provado. Demais disso, nenhuma das teorias realmente explica a origem de tudo. Os cientistas falam de um grande planeta que começou a esfriar — mas, de onde veio tal planeta? Falam desse limo primitivo, desse protoplasma, porém de onde isso veio? De onde vieram os gases que se resfriaram? E assim por diante. Não há explicação para a origem das coisas. Eles admitem isso francamente. E ainda é muito importante. Não apenas isso, eles têm fracassado completamente em explicar por que certas mudanças devem acontecer de qualquer modo. Por que esse limo ou protoplasma não diferenciado se tornaria mais complicado e envolvido? O que o fez assim? Não o sabem. Há um fracasso total em explicar as mudanças, menos ainda para explicar por que as mudanças seriam sempre ascendentes. Os geólogos falam sobejamente sobre a evidência provida pelos fósseis, e assim por diante. Entretanto, é um fato que os registros geológicos mostram que existe uma fixidez de protótipos. Um protótipo é sempre o mesmo no registro geológico. Outra coisa que os registros demonstram é que cada protótipo apareceu de repente. Não houve o evolver gradual de um novo protótipo; subitamente, vocês encontram um novo protótipo absolutamente completo. E o terceiro ponto sobre o registro geológico consiste na escassez de evidência do assim chamado elo perdido. Se um protótipo gradual e quase imperceptivelmente se transforma em outro, então vocês esperariam encontrar alguma evidência nesses depósitos de algum desses estágios intervindo, e eles simplesmente não podem ser encontrados. O elo perdido é um poderoso argumento. Além disso, se vocês estiverem interessados em minha opinião pessoal, colocá-la-ei na seguinte forma: independentemente de minha fé na Bíblia como a inspirada e autoritativa Palavra de Deus, unicamente sobre bases científicas, jamais consegui aceitar a teoria da evolução. As dificuldades que teria de enfrentar, se eu aceitasse a teoria da evolução, seriam muitíssimo maiores do que as poucas dificuldades residuais que me restaram quando aceitei o registro bíblico. Para que vocês não venham a pensar, porém, que essa é simplesmente minha opinião pessoal, deixem-me apresentar-lhes uma ou duas afirmações de algumas autoridades nesses assuntos, para que vejam o quanto substanciam minha afirmação. Existe um biólogo chamado Delage, que creu na evolução, e eis o que ele disse: “Alguém é ou não conformista (ou seja, crente na evolução), não tanto por motivos deduzidos da história natural, quanto por motivos baseados na opinião filosófica pessoal.” Aqui um homem que crê na evolução e diz que o que realmente determina o ponto de vista de uma pessoa não é tanto seu conhecimento científico quanto sua opinião científica. Ele prossegue, dizendo: “Se alguém assume sua posição baseando-se exclusivamente em fatos, deve-se reconhecer que a formação de uma espécie de outra espécie não tem sido demonstrada de maneira alguma.” E esse foi um homem que creu na evolução e foi um grande biólogo.
  • 12. Monergismo.com – “Ao Senhor pertence a salvação” (Jonas 2:9) www.monergismo.com 12 Outro cientista afirmou: “O darwinismo é mais uma religião do que uma ciência.” Ele é, diz ainda, não tanto uma questão de fato científico quanto de perspectiva conclusiva de uma pessoa. Dessa forma, diz ele, a idéia da evolução tem-se tornado uma convicção sagrada de milhares, convicção essa que não tem mais nada a ver com pesquisa científica imparcial. Este ponto de vista foi reiterado pelo Professor D. M. E Watson, que certa vez disse numa radiodifusora: “A evolução propriamente dita é aceita pelos zoólogos, não porque tenha sido vista ocorrer, ou porque possa ser provada como verdadeira pela evidência logicamente coerente, mas porque a única alternativa, a criação especial, é claramente inacreditável.” Vejam vocês: como ele não tinha os fatos para comprovar sua teoria, porém, visto que não podia crer na idéia de um Deus que cria, então creu na evolução. Poderia prosseguir apresentando-lhes citações. Outros — como Sir Arthur Keith, por exemplo — admitem que a evolução é “um dogma básico do racionalismo”. Então, deixem-me apresentar-lhes apenas mais uma declaração. Um membro da Royal Society (e ser um membro da Royal Society é a maior distinção que um cientista poderia ter neste país ou em qualquer outro) observou que é um “suicídio profissional” para um biólogo atacar a evolução. Noutras palavras, ela é um dogma que envolve sentimento e calor, e aquele que se aventura, mesmo a despeito desses fatos, a dizer que não crê em tal coisa, essa pessoa está, mais ou menos, cometendo “suicídio profissional”. Há, porém, um certo número de grandes nomes, na esfera da ciência, que jamais aceitaram a evolução. Sir Ambrose Fleming, Sir William Shelton, e muitos outros, dos quais poderia fazer-lhes menção. Permitam-me, porém, apresentar-lhes apenas duas citações finais: a única afirmação, escreve um biólogo, que a ciência pode fazer é dar a impressão de que ela nada sabe sobre a origem do homem. Temos alcançado, diz outro, “um estágio de muito ceticismo generalizado.” E, por isso, devemos compreender que tudo o que está sendo ensinado e constantemente asseverado não passa de teoria, sem qualquer comprovação. E uma forma de dogmatismo, uma religião anti- Deus. Isso não se aplica, naturalmente, ao evolucionista teísta, mas, falando em termos gerais, descreve os outros. Portanto, torna-se duplamente desgastante ver com quanta freqüência a mídia se recusa a permitir que o ponto de vista anti- evolução seja declarado. Tal coisa, naturalmente, apenas confirma o prejuízo que se acha envolvido. A despeito dessas admissões por diversos cientistas, o prejuízo é tal que o outro lado nem mesmo é permitido falar para si mesmo. Daí tudo indicar, nitidamente, que estamos diante, não de um problema de ciência, mas de um problema de um espírito e de uma atitude de antagonismo em relação a Deus, e cuja preocupação, como alguns desses cientistas têm prontamente admitido, consiste em provar que a terra não podia ter começado como a Bíblia diz.
  • 13. Monergismo.com – “Ao Senhor pertence a salvação” (Jonas 2:9) www.monergismo.com 13 Aqui, pois, deixamos esta consideração da relação do relato bíblico da criação com a popular e prevalecente opinião científica. Não tive tempo de tratar dos evolucionistas teístas, porém não consigo entender pessoas que se prontificam a aceitar a teoria da evolução ante a ausência de provas e permitir que elas mesmas se metam em dificuldades. Que jamais comprometamos a verdade de Deus para encaixar alguma teoria científica. O tempo logo virá quando essa teoria científica, se ela contradiz a Bíblia, será substituída por outra. Portanto, que jamais admitamos que nossa posição nos seja determinada por passageiras teorias ou correntes da assim chamada opinião científica. Defendamos a verdade como se acha revelada, e sempre, repito, com uma mente aberta, atentando para os fatos que são colocados diante de nós. Tornemo-nos, porém, inteiramente livres desse dogmatismo pseudo-científico que tantas vezes se oculta por trás da aparência de um genuíno espírito científico. Fonte: Deus o Pai, Deus o Filho, D. Martyn Lloyd-Jones, Editora PES, p. 167-183.