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Linguagem e Autismo Fga. Sandra Beltrão Tavares Costa
Linguagem É um exemplo de função cortical superior, e seu desenvolvimento se sustenta, por um lado, em uma estrutura anatomofuncional  geneticamente determinada e, por outro lado, em um estímulo verbal que depende do ambiente. - Castaño, 2003; 36(8) : 781-5.
Linguagem  	Serve de Veículo para comunicação, ou seja, constitui um instrumento social usado em interações visando a comunicação. Deve ser considerada como forma dinâmica ou processo e não como produto.
Linguagem 	Definida como um sistema convencional de símbolos arbitrários que são combinados de modo sistemático e orientando para armazenar e trocar informações. Nogueira S., Fernández B., Porfírio H., Borges L. {2000;22 (1): 5-16}
Desenvolvimento da Linguagem  		Antes de começar a falar, a criança: 	Usa o olhar – expressão facial – gestos para comunicar-se.
Desenvolvimento da Linguagem 	A criança tem a capacidade de discriminar precocemente os sons da fala. 	A aprendizagem do código lingüístico resulta da interação complexa entre as capacidades biológicas inatas e a estimulação ambiental e evolui de acordo com o desenvolvimento neuropsicomotor. Rescorla L.,Mirak J. (1997. p. 275-92).
Desenvolvimento da linguagem Fases do desenvolvimento da linguagem: - Pré-linguística: vocalização de fonemas. 11/12 meses. - Fase Linguística: palavras isoladas com compressão. Este processo é contínuo e ocorre de forma ordenada e seqüencial, com sobreposições entre as diferentes etapas.
Desenvolvimento da Linguagem Receptivo Idade Expressivo
Desenvolvimento da Linguagem  	O processo de aquisição da linguagem envolve o desenvolvimento de quatro sistemas interdependentes. 	O sistema fonológico e gramatical conferem a linguagem a sua forma. - Cervera – Mérida JF, Ygual Fernandez 2003; 36 Supl 1:3953.
Desenvolvimento da Linguagem  	A intenção de comunicar-se pode ser demonstrada de forma não verbal através da expressão facial, sinais e também quando a criança começa a responder, esperar pela vez, questionar e argumentar. 	Essa competência comunicativa reflete a noção que a adequação da linguagem a determinada situação e a aprendizagem das regras sociais de comunicação são tão importantes quanto o conhecimento semântico e gramatical. Nogueira S., Fernandez B, Porfírio H, Borges L. 2000; 22(1): 5-16.
Bases Biológicas da Linguagem  	O processo da linguagem é bastante complexo e envolve uma rede de neurônios distribuídos entre diferentes regiões cerebrais.  	Em contato com os sons do ambiente, a fala engloba múltiplos sons que, ocorrem simultaneamente, em varias freqüências e com rápidas transições entre estas.  	O ouvido sintoniza este sinal auditivo complexo, decodifica e o transforma em impulsos elétricos, os quais são conduzidos por células nervosas. A área auditiva do córtex cerebral, no lobo temporal, reprocessa os impulsos, e transmite-os através da linguagem. Castaño J. {2003; 36(8): 781-5}
Bases Biológicas da Linguagem 	A área de Wernicke, situada no lobo temporal, reconhece os padrões de sinais auditivos, interpreta-os até obter conceitos ou pensamentos, ativando um grupo distinto de neurônios para diferentes sinais. 	Ao mesmo tempo, são ativados neurônios na porção inferior do lobo temporal, que formam uma imagem do que se ouviu, e outros no lobo parietal, que armazenam conceitos relacionados.  Kandel D.B., Johnson J.G., Bird H.R., Canino G., Goodman S.H., Lahey B.B. 2000;1 :103-114
Bases Biológicas da Linguagem   	Para verbalizar um pensamento, acontece o inverso. 	Inicialmente, é ativada uma representação interna do assunto, que é canalizada para a área de Broca, na porção inferior do lobo frontal, e convertida nos padrões de ativação neuronal necessários à produção da fala. Kandel D.B., Johnson J.G., Bird H.R., Cariho G., Goodman S.H., Lahey B.B.  2000;1 :103-114
Bases Biológicas da Linguagem 	Acredita-se que o hemisfério esquerdo seja dominante para linguagem em cerca de 90% da população; contudo o hemisfério direito participa do processamento, principalmente nos aspectos pragmáticos. Geschwind N., GaloburdaA.M. 1995: 42: 428-59.
Conceito Atual de Autismo 	Síndrome comportamental com etiologias múltiplas e curso de um distúrbio de desenvolvimento.  	- Gillberg, 1990.
Histórico dos Posicionamentos Teóricos   1ª Fase: Kanner, o autismo é visto como um distúrbio de contato afetivo. 	1956, isolados dos aspectos patognômicos: auto isolamento extremo e a insistência obsessiva por rotinas. Porém, o principal problema estaria na área social. 2ª Fase: 1970/80. O autismo é visto predominantemente com um distúrbio cognitivo. 	          	1976; Rutter considera que o prejuízo de linguagem como aspecto central do déficit cognitivo associado ao autismo. Mas admite déficits sociais muito precoces com a falta de respostas com as emoções dos outros. 3ª Fase: 1980. A incapacidade inata de responder emocionalmente aos outros, teria como conseqüência prejuízo do desenvolvimento da comunicação não-verbal e, por conseguinte, da linguagem (visão desenvolvimentista).                    2000. Visão Cognitivista  da Teoria da Mente. O autista não possui a habilidade de imaginar e compreender o estado mental dos outros. Teria, portanto, o comportamento social afetado por não terem esse mecanismo cognitivo inato.
O Prejuízo da Linguagem   	Inúmeras crianças autistas, cerca de 50%, nunca fazem uso da fala e aquelas que falam apresentam anormalidades. Rutter, 1978. 	O prejuízo linguístico no autismo envolve problemas de comunicação não-verbal, problemas simbólicos, problemas de fala, assim como problemas pragmáticos. 	Bebês no primeiro ano de vida, aprendem a se comunicar não-verbalmente através de contato ocular, vocalização e gestos pré-linguísticos. Os autistas apresentam déficit no desenvolvimento da comunicação, com dificuldades no uso e compreensão de formas não-verbais de comunicação, capacidade limitada para compreender comportamentos comunicativos não-verbais; uso menos frequente de contato ocular, apontar e mostrar objetos. Stone, Ouslev, Yoder, Hogan e Hepburn (1997).
O Prejuízo da Linguagem no Autismo Nos aspectos pragmáticos da linguagem, há prejuízo de compreensão e uso da linguagem, dentro de um contexto social, mas não necessariamente do significado literal. 	Embora os acompanhamentos não-verbais como expressão facial, contato ocular, postura corporal, gestos, mímica, estejam afetados. O problema do autista é a falha no uso correto em situações sociais ou como ajuda para a comunicação afetiva.  Shah e Weng, 1996 e Wing, 1988.
Enfoques Teóricos – Diferentes Concepções do Autismo 		Desvios comportamentais desde o nascimento, tem levado inúmeros pesquisadores a inferir um transtorno em processos neurológicos que prejudicam o desenvolvimento social  e emocional no autismo. 		- Dawnson, Galpert, 1986. O Prejuízo na Interação Social no Autismo
Enfoques Teóricos – O Prejuízo na Interação Social no Autismo        Tem sido mencionada a falta de aconchego no colo, de antecipação postural e de contato ocular; ausência de expressão facial, o bebê raramente ri ou chora, e uma falta de imitação gestual e de gestos para regular a interação social; sendo raro procurar o outro para ter consolo e afeição. Dawson, Galpert, 1996. Rutter, Schopler, 1988.
Enfoques Teóricos – O Prejuízo na Interação Social no Autismo 	 As autoras Shah e Wing, 1986, consideram a possibilidade dos autistas terem déficits específicos nas habilidades cognitivas subjacentes a percepção de pessoas e da interação social recíproca. Wing, embora não considerando a interação social como sendo primário do autismo,  propõe uma classificação baseada na interação social, paralelo ao prejuízo da função simbólica. Wing, Gould, 1979.
Enfoques Teóricos – O Prejuízo na Interação Social Wing também concebe o autismo a partir de uma tríade de prejuízos. Comunicação Imaginação Interação Social
Enfoques Teóricos – Teoria da Mente Conceito Capacidade de compreender que as pessoas possuem estados mentais diferentes dos nossos e de fazer inferências relativas aos conteúdos destes estados mentais. Monteiro L.C., Neto M.R.L., 2010.
Enfoques Teóricos – Filogênese da Teoria da Mente -  Paulo Bertolucci
Enfoques Teóricos – Diferentes Concepções do Autismo 	Seria possível, portanto argumentar que talvez esta oposição linguagem/social não faça sentido na medida em que não há linguagem/comunicação sem interação social, assim como não há interação social sem comunicação.
Enfoques Teóricos – Visão Desenvolvimentista do Autismo Visão de Trevarthen e Colaboradores, 1998.   	O autismo é considerado um distúrbio do mecanismo inato para se relacionar com pessoas e que os mecanismos da linguagem, e os processos do pensamento nela baseados,estão afetados porque as funções de atenção e intersubjetividade, mais profundas e com desenvolvimento precoce, estão prejudicados. 	Os bebês nascem com a capacidade de se comunicar com os sentimentos, interesses e objetivos de outras pessoas. 	Esta primeira fase do relacionamento intersubjetivo, que ocorre logo após o nascimento, é a fase da intersubjetividade primária, ela envolve alternância rítmica de turnos e atos expressivos.
Enfoques Teóricos – Visão Desenvolvimentista do Autismo 	Mãe e bebê apresentam expressões e percepções ativas de emoção, em interação face-a-face. 	A mãe usa o manhês, toca e apresenta ao bebê expressões com a face e as mãos, quando o bebê responde brincando com afeto, imita e provoca a imitação da mãe.
Enfoques Teóricos – Visão Desenvolvimentista do Autismo 	No autismo existe uma alteração neste sistema interativo pré-linguístico inato. 	O bebê autista teria portanto, um déficit específico na percepção e na motivação com relação a pessoas.  	Aos nove meses, inicia-se a segunda fase do relacionamento intersubjetivo,a intebjetividade secundária, que é caracterizado pela proto-linguagem.
Enfoques Teóricos – Visão Desenvolvimentista do Autismo 		É nesta fase que a interação mãe-bebê passa a incluir eventos e objetos. 	O bebê, olha para mãe, mostra um brinquedo e vocaliza, enquanto a mãe olha para o brinquedo, ouve a verbalização e pega o brinquedo.
Enfoques Teóricos – Visão Desenvolvimentista do Autismo 	O bebê combina vocalização com gestos para fazer declaração, observação, e para compartilhar interesses. É a atenção compartilhada cuja a ausência é um dos mercadores do autismo. 	O problema central do bebê autista seria a falta de reconhecimento das funções interpessoais de linguagem, e uma falha específica na compreensão de como ter reciprocidade com os outros, e não a sistemas cognitivos envolvidos na compreensão e expressão de palavras. As falhas de linguagem teriam um efeito secundário.
Enfoques Teóricos – Visão Desenvolvimentista do Autismo Visão de  Hobson, 2002.  	Existe uma linguagem universal do corpo, inata, que estaria na base do engajamento interpessoal e simbólico.  	Os bebês estão aptos para perceber e reagir ao comportamento e expressões das outras pessoas, e a buscar seu papel neste intercâmbio interpessoal.  	Desde os primeiros meses de vida, eles se relacionam com as pessoas, estão emocionalmente conectados a elas. Assim aprendem a diferencias pessoas de objetos.
Enfoques Teóricos – Visão Desenvolvimentista do Autismo 		 Com seis semanas o bebê tem a habilidade para manter contato ocular, com isso alimentando o engajamento interpessoal. Com dez semanas ele já é capaz de reagir as expressões emocionais da mãe com dados emocionais próprios.  	Primeira fase da subjetividade primária – Trevanthen.
Enfoques Teóricos – Visão Desenvolvimentista do Autismo 		Aos nove meses o bebê, não apenas interage e responde ao que o outro faz com objetos, mas, também, ao que o outro sente, caracterizando um engajamento emocional com as atividades dos outros. É neste momento que se desenvolve a capacidade de simbolização.  	Segunda fase da subjetividade primária – Trevanthen.
Enfoques Teóricos – Visão Desenvolvimentista do Autismo 	Com o desenvolvimento da atenção compartilhada é possível o engajamento em jogos que incorporam aspectos importantes da comunicação e preparam o caminho para linguagem. 	No autista, a falha no relacionamento e no compartilhar levariam ao empobrecimento da vida imaginativa, assim como tornariam a linguagem sem sentido.
Enfoques Teóricos – Visão Desenvolvimentista do Autismo   Visão de Dawson, 1986/1989.  	Ele considera o debate sobre a primazia de prejuízos afetivo x cognitivo sem sentido.             Baseado na área de pesquisa da fisiologia (1989):   bebês autistas teriam um baixo limiar de sensibilidade para estímulos novos e imprevisíveis, como o comportamento dos seres humanos. Assim, as pessoas se tornam super estimuladoras e aversivas para o bebê provocando respostas de evitação que afetarão a formação inicial do apego, expressão das emoções e a coordenação interpessoal da expressão afetiva. Downson e Lewey, 1989.
Enfoques Teóricos – Visão Desenvolvimentista do Autismo Dawson e colaboradores apresentam também uma proposta de intervenção utilizando a imitação do comportamento da criança autista como estratégia para facilitar a sua atenção social e aumentar a responsividade social geral. 	Estas três propostas apresentam em comum a adoção de uma perspectiva desenvolvimentista que consiste em analisar o processo de desenvolvimento típico e procurar identificar falhas ou desvios que ocorrem no desenvolvimento da criança autista.
Enfoques Teóricos – Visão Desenvolvimentista do Autismo 	Uma falha emocional inicial, isto é, falha nas capacidades expressivas e receptivas inatas irão prejudicar os processos de intersubjetividade primária (mãe-bebê) que não ocorrerá, ou ocorre de forma limitada e desviada. Conseqüentemente o processo de intersubjetividade secundária (mãe-bebê-objeto), também será prejudicado.  	Processo que é fundamental, porque é através da atenção compartilhada que se desenvolve a capacidade de simbolizar, base do desenvolvimento da comunicação não verbal e, posteriormente, verbal.
Enfoques Teóricos – diferentes concepções do autismo. Cognitivista Desenvolvimentista 	No passado defendia o déficit primário no autismo com origem em um ou diversos transtornos biológicos, que afetam a afetividade e a capacidade geral de relacionamento social. - Carolina Lampreia, 2004. 	No passado linguagem como déficit primário e, hoje, defende prejuízos na teoria da mente. Linguagem ,[object Object]
 	A linguagem possui uma base inata, mas é no contexto de interação social que ela é construída. O foco está no processo de construçao/desenvolvimento.
- Wygotsky, 1984; Wittgenstein, 1958.
A linguagem é considerada uma função cognitiva, um módulo da mente, visão naturalista.
Bekerde Hacker, 1984.

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Apresentação básico linguagem

  • 1. Linguagem e Autismo Fga. Sandra Beltrão Tavares Costa
  • 2. Linguagem É um exemplo de função cortical superior, e seu desenvolvimento se sustenta, por um lado, em uma estrutura anatomofuncional geneticamente determinada e, por outro lado, em um estímulo verbal que depende do ambiente. - Castaño, 2003; 36(8) : 781-5.
  • 3. Linguagem Serve de Veículo para comunicação, ou seja, constitui um instrumento social usado em interações visando a comunicação. Deve ser considerada como forma dinâmica ou processo e não como produto.
  • 4. Linguagem Definida como um sistema convencional de símbolos arbitrários que são combinados de modo sistemático e orientando para armazenar e trocar informações. Nogueira S., Fernández B., Porfírio H., Borges L. {2000;22 (1): 5-16}
  • 5. Desenvolvimento da Linguagem Antes de começar a falar, a criança: Usa o olhar – expressão facial – gestos para comunicar-se.
  • 6. Desenvolvimento da Linguagem A criança tem a capacidade de discriminar precocemente os sons da fala. A aprendizagem do código lingüístico resulta da interação complexa entre as capacidades biológicas inatas e a estimulação ambiental e evolui de acordo com o desenvolvimento neuropsicomotor. Rescorla L.,Mirak J. (1997. p. 275-92).
  • 7. Desenvolvimento da linguagem Fases do desenvolvimento da linguagem: - Pré-linguística: vocalização de fonemas. 11/12 meses. - Fase Linguística: palavras isoladas com compressão. Este processo é contínuo e ocorre de forma ordenada e seqüencial, com sobreposições entre as diferentes etapas.
  • 8. Desenvolvimento da Linguagem Receptivo Idade Expressivo
  • 9. Desenvolvimento da Linguagem O processo de aquisição da linguagem envolve o desenvolvimento de quatro sistemas interdependentes. O sistema fonológico e gramatical conferem a linguagem a sua forma. - Cervera – Mérida JF, Ygual Fernandez 2003; 36 Supl 1:3953.
  • 10. Desenvolvimento da Linguagem A intenção de comunicar-se pode ser demonstrada de forma não verbal através da expressão facial, sinais e também quando a criança começa a responder, esperar pela vez, questionar e argumentar. Essa competência comunicativa reflete a noção que a adequação da linguagem a determinada situação e a aprendizagem das regras sociais de comunicação são tão importantes quanto o conhecimento semântico e gramatical. Nogueira S., Fernandez B, Porfírio H, Borges L. 2000; 22(1): 5-16.
  • 11. Bases Biológicas da Linguagem O processo da linguagem é bastante complexo e envolve uma rede de neurônios distribuídos entre diferentes regiões cerebrais. Em contato com os sons do ambiente, a fala engloba múltiplos sons que, ocorrem simultaneamente, em varias freqüências e com rápidas transições entre estas. O ouvido sintoniza este sinal auditivo complexo, decodifica e o transforma em impulsos elétricos, os quais são conduzidos por células nervosas. A área auditiva do córtex cerebral, no lobo temporal, reprocessa os impulsos, e transmite-os através da linguagem. Castaño J. {2003; 36(8): 781-5}
  • 12. Bases Biológicas da Linguagem A área de Wernicke, situada no lobo temporal, reconhece os padrões de sinais auditivos, interpreta-os até obter conceitos ou pensamentos, ativando um grupo distinto de neurônios para diferentes sinais. Ao mesmo tempo, são ativados neurônios na porção inferior do lobo temporal, que formam uma imagem do que se ouviu, e outros no lobo parietal, que armazenam conceitos relacionados. Kandel D.B., Johnson J.G., Bird H.R., Canino G., Goodman S.H., Lahey B.B. 2000;1 :103-114
  • 13.
  • 14. Bases Biológicas da Linguagem   Para verbalizar um pensamento, acontece o inverso. Inicialmente, é ativada uma representação interna do assunto, que é canalizada para a área de Broca, na porção inferior do lobo frontal, e convertida nos padrões de ativação neuronal necessários à produção da fala. Kandel D.B., Johnson J.G., Bird H.R., Cariho G., Goodman S.H., Lahey B.B. 2000;1 :103-114
  • 15. Bases Biológicas da Linguagem Acredita-se que o hemisfério esquerdo seja dominante para linguagem em cerca de 90% da população; contudo o hemisfério direito participa do processamento, principalmente nos aspectos pragmáticos. Geschwind N., GaloburdaA.M. 1995: 42: 428-59.
  • 16. Conceito Atual de Autismo Síndrome comportamental com etiologias múltiplas e curso de um distúrbio de desenvolvimento. - Gillberg, 1990.
  • 17. Histórico dos Posicionamentos Teóricos   1ª Fase: Kanner, o autismo é visto como um distúrbio de contato afetivo. 1956, isolados dos aspectos patognômicos: auto isolamento extremo e a insistência obsessiva por rotinas. Porém, o principal problema estaria na área social. 2ª Fase: 1970/80. O autismo é visto predominantemente com um distúrbio cognitivo. 1976; Rutter considera que o prejuízo de linguagem como aspecto central do déficit cognitivo associado ao autismo. Mas admite déficits sociais muito precoces com a falta de respostas com as emoções dos outros. 3ª Fase: 1980. A incapacidade inata de responder emocionalmente aos outros, teria como conseqüência prejuízo do desenvolvimento da comunicação não-verbal e, por conseguinte, da linguagem (visão desenvolvimentista). 2000. Visão Cognitivista da Teoria da Mente. O autista não possui a habilidade de imaginar e compreender o estado mental dos outros. Teria, portanto, o comportamento social afetado por não terem esse mecanismo cognitivo inato.
  • 18. O Prejuízo da Linguagem   Inúmeras crianças autistas, cerca de 50%, nunca fazem uso da fala e aquelas que falam apresentam anormalidades. Rutter, 1978. O prejuízo linguístico no autismo envolve problemas de comunicação não-verbal, problemas simbólicos, problemas de fala, assim como problemas pragmáticos. Bebês no primeiro ano de vida, aprendem a se comunicar não-verbalmente através de contato ocular, vocalização e gestos pré-linguísticos. Os autistas apresentam déficit no desenvolvimento da comunicação, com dificuldades no uso e compreensão de formas não-verbais de comunicação, capacidade limitada para compreender comportamentos comunicativos não-verbais; uso menos frequente de contato ocular, apontar e mostrar objetos. Stone, Ouslev, Yoder, Hogan e Hepburn (1997).
  • 19. O Prejuízo da Linguagem no Autismo Nos aspectos pragmáticos da linguagem, há prejuízo de compreensão e uso da linguagem, dentro de um contexto social, mas não necessariamente do significado literal. Embora os acompanhamentos não-verbais como expressão facial, contato ocular, postura corporal, gestos, mímica, estejam afetados. O problema do autista é a falha no uso correto em situações sociais ou como ajuda para a comunicação afetiva. Shah e Weng, 1996 e Wing, 1988.
  • 20. Enfoques Teóricos – Diferentes Concepções do Autismo Desvios comportamentais desde o nascimento, tem levado inúmeros pesquisadores a inferir um transtorno em processos neurológicos que prejudicam o desenvolvimento social e emocional no autismo. - Dawnson, Galpert, 1986. O Prejuízo na Interação Social no Autismo
  • 21. Enfoques Teóricos – O Prejuízo na Interação Social no Autismo Tem sido mencionada a falta de aconchego no colo, de antecipação postural e de contato ocular; ausência de expressão facial, o bebê raramente ri ou chora, e uma falta de imitação gestual e de gestos para regular a interação social; sendo raro procurar o outro para ter consolo e afeição. Dawson, Galpert, 1996. Rutter, Schopler, 1988.
  • 22. Enfoques Teóricos – O Prejuízo na Interação Social no Autismo As autoras Shah e Wing, 1986, consideram a possibilidade dos autistas terem déficits específicos nas habilidades cognitivas subjacentes a percepção de pessoas e da interação social recíproca. Wing, embora não considerando a interação social como sendo primário do autismo, propõe uma classificação baseada na interação social, paralelo ao prejuízo da função simbólica. Wing, Gould, 1979.
  • 23. Enfoques Teóricos – O Prejuízo na Interação Social Wing também concebe o autismo a partir de uma tríade de prejuízos. Comunicação Imaginação Interação Social
  • 24. Enfoques Teóricos – Teoria da Mente Conceito Capacidade de compreender que as pessoas possuem estados mentais diferentes dos nossos e de fazer inferências relativas aos conteúdos destes estados mentais. Monteiro L.C., Neto M.R.L., 2010.
  • 25. Enfoques Teóricos – Filogênese da Teoria da Mente - Paulo Bertolucci
  • 26. Enfoques Teóricos – Diferentes Concepções do Autismo Seria possível, portanto argumentar que talvez esta oposição linguagem/social não faça sentido na medida em que não há linguagem/comunicação sem interação social, assim como não há interação social sem comunicação.
  • 27. Enfoques Teóricos – Visão Desenvolvimentista do Autismo Visão de Trevarthen e Colaboradores, 1998.   O autismo é considerado um distúrbio do mecanismo inato para se relacionar com pessoas e que os mecanismos da linguagem, e os processos do pensamento nela baseados,estão afetados porque as funções de atenção e intersubjetividade, mais profundas e com desenvolvimento precoce, estão prejudicados. Os bebês nascem com a capacidade de se comunicar com os sentimentos, interesses e objetivos de outras pessoas. Esta primeira fase do relacionamento intersubjetivo, que ocorre logo após o nascimento, é a fase da intersubjetividade primária, ela envolve alternância rítmica de turnos e atos expressivos.
  • 28. Enfoques Teóricos – Visão Desenvolvimentista do Autismo Mãe e bebê apresentam expressões e percepções ativas de emoção, em interação face-a-face. A mãe usa o manhês, toca e apresenta ao bebê expressões com a face e as mãos, quando o bebê responde brincando com afeto, imita e provoca a imitação da mãe.
  • 29. Enfoques Teóricos – Visão Desenvolvimentista do Autismo No autismo existe uma alteração neste sistema interativo pré-linguístico inato. O bebê autista teria portanto, um déficit específico na percepção e na motivação com relação a pessoas. Aos nove meses, inicia-se a segunda fase do relacionamento intersubjetivo,a intebjetividade secundária, que é caracterizado pela proto-linguagem.
  • 30. Enfoques Teóricos – Visão Desenvolvimentista do Autismo É nesta fase que a interação mãe-bebê passa a incluir eventos e objetos. O bebê, olha para mãe, mostra um brinquedo e vocaliza, enquanto a mãe olha para o brinquedo, ouve a verbalização e pega o brinquedo.
  • 31. Enfoques Teóricos – Visão Desenvolvimentista do Autismo O bebê combina vocalização com gestos para fazer declaração, observação, e para compartilhar interesses. É a atenção compartilhada cuja a ausência é um dos mercadores do autismo. O problema central do bebê autista seria a falta de reconhecimento das funções interpessoais de linguagem, e uma falha específica na compreensão de como ter reciprocidade com os outros, e não a sistemas cognitivos envolvidos na compreensão e expressão de palavras. As falhas de linguagem teriam um efeito secundário.
  • 32. Enfoques Teóricos – Visão Desenvolvimentista do Autismo Visão de Hobson, 2002. Existe uma linguagem universal do corpo, inata, que estaria na base do engajamento interpessoal e simbólico. Os bebês estão aptos para perceber e reagir ao comportamento e expressões das outras pessoas, e a buscar seu papel neste intercâmbio interpessoal. Desde os primeiros meses de vida, eles se relacionam com as pessoas, estão emocionalmente conectados a elas. Assim aprendem a diferencias pessoas de objetos.
  • 33. Enfoques Teóricos – Visão Desenvolvimentista do Autismo Com seis semanas o bebê tem a habilidade para manter contato ocular, com isso alimentando o engajamento interpessoal. Com dez semanas ele já é capaz de reagir as expressões emocionais da mãe com dados emocionais próprios. Primeira fase da subjetividade primária – Trevanthen.
  • 34. Enfoques Teóricos – Visão Desenvolvimentista do Autismo Aos nove meses o bebê, não apenas interage e responde ao que o outro faz com objetos, mas, também, ao que o outro sente, caracterizando um engajamento emocional com as atividades dos outros. É neste momento que se desenvolve a capacidade de simbolização. Segunda fase da subjetividade primária – Trevanthen.
  • 35. Enfoques Teóricos – Visão Desenvolvimentista do Autismo Com o desenvolvimento da atenção compartilhada é possível o engajamento em jogos que incorporam aspectos importantes da comunicação e preparam o caminho para linguagem. No autista, a falha no relacionamento e no compartilhar levariam ao empobrecimento da vida imaginativa, assim como tornariam a linguagem sem sentido.
  • 36. Enfoques Teóricos – Visão Desenvolvimentista do Autismo   Visão de Dawson, 1986/1989. Ele considera o debate sobre a primazia de prejuízos afetivo x cognitivo sem sentido. Baseado na área de pesquisa da fisiologia (1989): bebês autistas teriam um baixo limiar de sensibilidade para estímulos novos e imprevisíveis, como o comportamento dos seres humanos. Assim, as pessoas se tornam super estimuladoras e aversivas para o bebê provocando respostas de evitação que afetarão a formação inicial do apego, expressão das emoções e a coordenação interpessoal da expressão afetiva. Downson e Lewey, 1989.
  • 37. Enfoques Teóricos – Visão Desenvolvimentista do Autismo Dawson e colaboradores apresentam também uma proposta de intervenção utilizando a imitação do comportamento da criança autista como estratégia para facilitar a sua atenção social e aumentar a responsividade social geral. Estas três propostas apresentam em comum a adoção de uma perspectiva desenvolvimentista que consiste em analisar o processo de desenvolvimento típico e procurar identificar falhas ou desvios que ocorrem no desenvolvimento da criança autista.
  • 38. Enfoques Teóricos – Visão Desenvolvimentista do Autismo Uma falha emocional inicial, isto é, falha nas capacidades expressivas e receptivas inatas irão prejudicar os processos de intersubjetividade primária (mãe-bebê) que não ocorrerá, ou ocorre de forma limitada e desviada. Conseqüentemente o processo de intersubjetividade secundária (mãe-bebê-objeto), também será prejudicado. Processo que é fundamental, porque é através da atenção compartilhada que se desenvolve a capacidade de simbolizar, base do desenvolvimento da comunicação não verbal e, posteriormente, verbal.
  • 39.
  • 40. A linguagem possui uma base inata, mas é no contexto de interação social que ela é construída. O foco está no processo de construçao/desenvolvimento.
  • 41. - Wygotsky, 1984; Wittgenstein, 1958.
  • 42. A linguagem é considerada uma função cognitiva, um módulo da mente, visão naturalista.
  • 44.
  • 45. Objetivos: Contato ocular; Prestar atenção no outro; Observar a contingência das ações; Fala/comunicação; Atenção compartilhada. Hanen PEI CSA ? Integração Sensorial TEACCH PCS ABA
  • 46. “Como ajudar os autistas a aproximarem-se de um mundo de significados e de relações humanas significativas? Que meios podemos empregar para ajudá-los a comunicarem-se, atrair sua atenção e enteresse pelo mundo das pessoas para retirá-los do seu mundo ritualizado, inflexível e fechado em si mesmo?” Angel Riviére.
  • 47. Obrigada! Fga. Sandra Beltrão Tavares Costa.