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Entre o bem e o mal
Capítulo 10 – Entre o bem e o mal
FILOSOFAR COM TEXTOS:
TEMAS E HISTÓRIA DA
FILOSOFIA
A construção do sujeito ético
 A noção de moralidade ou de ser moral está
intimamente ligada ao reconhecimento do outro como um
sujeito (outro-eu); a moral é adquirida pelos indivíduos
num processo de construção do sujeito ético.
 A constituição do sujeito ético nos conduz à ideia de
autonomia e heteronomia.
• O sujeito autônomo age e decide por si mesmo.
• O sujeito heterônomo tem seu comportamento regulado
pelo exterior.
A construção do sujeito ético
 O que nos faz um sujeito ético: a possibilidade de ser
flagrado pelos outros ou a introjeção em nós da moralidade,
de uma convicção pessoal?
 A primeira alternativa revela um comportamento pouco
amadurecido ou infantil porque, como a criança, age-se para
evitar a punição ou receber a recompensa.
 O sujeito moral está aberto à intersubjetividade.
A construção do sujeito ético
 Para uma distinção entre moral e ética, podemos dizer
que:
• A moral é o conjunto de regras socialmente aceitas a
respeito do bem e do mal em determinada época e lugar.
• A ética é uma reflexão sobre os princípios que
fundamentam a vida moral.
• Enquanto a moral responde pelo fazer concreto, a ética
pergunta sobre o que é o bem e o que é o mal.
 Pode-se dizer que há um caráter histórico da moral e
que, a partir da segunda metade do século XX, ela tem
variado de forma mais acelerada.
A construção do sujeito ético
 Ao conjunto de valores e regras já
existentes, quando nascemos, damos o
nome de moral constituída.
 Contudo, os indivíduos possuem
liberdade e, por isso, a moral
constituída precisará passar sempre pela
aceitação consciente das pessoas.
 A vida moral exige a aceitação da tensão
entre o dever e a liberdade. A ideia de
virtude decorre da disposição e da
coragem para querer o bem, não como
ato ocasional, mas pela repetição
do agir moral.
Escultura da série Virtudes e vícios, de Hans
Walther, para o mercado da cidade de Erfurt, na
Alemanha. O comportamento humano é resultado
da “equação” entre dever e liberdade.
JÜRGENRAIBLE/ALBUM/AKG-IMAGES/LATINSTOCK
Liberdade e determinismo
 Podemos distinguir três concepções de liberdade.
• A liberdade como vontade ou livre-arbítrio remonta a
Aristóteles, ganha força nas discussões dos primeiros
teólogos como Agostinho e influencia a filosofia moderna.
• O determinismo enfatiza a necessidade e, portanto, a
ausência da liberdade; parte da ideia de que determinada
causa gera um efeito necessário; em ciências humanas, tem
como referência o positivismo de Comte.
• A liberdade situada é a concepção que afirma ao mesmo
tempo a determinação e a liberdade, ou seja, há situações
que não escolhemos, mas é sempre possível uma ação sobre
elas.
A ética aplicada
 O impacto dos acontecimentos históricos do século XX
(guerras, genocídios, totalitarismos) influenciou decisivamente
as discussões éticas e morais. Podemos salientar, ainda, o papel
das reivindicações de minorias excluídas socialmente e os
avanços proporcionados pela tecnologia e a decisão de
aplicá-la. A degradação do ambiente, a pobreza, a injustiça
social e a exploração do trabalho também estimulam o
debate público.
A ética aplicada
 A ideia de uma ética aplicada se consolida como ramo
contemporâneo da filosofia que busca a justificação racional para
problemas práticos postos pelos novos tempos. Por isso é uma
disciplina que exige o diálogo multidisciplinar com os mais
diversos profissionais.
 A ética aplicada traz consigo a noção de ética da
responsabilidade e o princípio da precaução. Seus principais
campos são: bioética, ética ambiental (ecoética) e ética
dos negócios.
A ética aplicada
 A bioética se expandiu a partir de questões postas pelos
avanços da engenharia genética. Os conflitos de valores
levaram à criação de comitês de bioética. Os principais temas:
relação médico/paciente, técnicas de procriação,
envelhecimento e morte.
 A ética ambiental se ocupa das relações do ser humano com
a natureza, a fim de garantir sua sustentabilidade (capacidade
de prover as necessidades atuais sem esgotar os recursos
para o futuro). Também é assunto da ecoética a má
distribuição de renda e suas nefastas consequências sociais.
 A ética dos negócios trata da responsabilidade social das
empresas, quando visam a conciliar lucro e ganhos sociais:
compromisso com funcionários, consumidores, concorrentes,
órgãos governamentais, comunidade e meio ambiente.
A ética aplicada
A guerra, tríptico de Otto Dix, artista veterano da Primeira Guerra Mundial.
Os conflitos mundiais do século XX provocaram grandes mudanças em todas
as áreas do conhecimento humano. Na filosofia, sua influência se deu
principalmente nas reflexões sobre moral e ética.
ERICHLESSING/ALBUM/LATINSTOCK
FILOSOFAR COM TEXTOS:
TEMAS E HISTÓRIA DA
FILOSOFIA
ANOTAÇÕES EM AULA
Coordenação editorial: Maria Raquel Apolinário, Eduardo Augusto Guimarães e Ana Cláudia Fernandes
Elaboração: Maria Lúcia de Arruda Aranha e Renato dos Santos Belo
Edição de texto: Samir Thomaz
Preparação de texto: José Carlos de Castro
Coordenação de produção: Maria José Tanbellini
Iconografia: Camila D'Angelo, Marcia Mendonça, Angelita Cardoso e Denise Durand Kremer
EDITORA MODERNA
Diretoria de Tecnologia Educacional
Editora executiva: Kelly Mayumi Ishida
Coordenadora editorial: Ivonete Lucirio
Editoras: Jaqueline Ogliari e Natália Peixoto
Assistentes editoriais: Ciça Japiassu Reis e Renata Michelin
Editor de arte: Fabio Ventura
Editor assistente de arte: Eduardo Bertolini
Assistentes de arte: Ana Maria Totaro, Camila Castro, Guilherme Kroll e Valdeí Prazeres
Revisores: Diego Rezende e Ramiro Morais Torres
© Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Todos os direitos reservados.
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  • 1. Entre o bem e o mal Capítulo 10 – Entre o bem e o mal FILOSOFAR COM TEXTOS: TEMAS E HISTÓRIA DA FILOSOFIA
  • 2. A construção do sujeito ético  A noção de moralidade ou de ser moral está intimamente ligada ao reconhecimento do outro como um sujeito (outro-eu); a moral é adquirida pelos indivíduos num processo de construção do sujeito ético.  A constituição do sujeito ético nos conduz à ideia de autonomia e heteronomia. • O sujeito autônomo age e decide por si mesmo. • O sujeito heterônomo tem seu comportamento regulado pelo exterior.
  • 3. A construção do sujeito ético  O que nos faz um sujeito ético: a possibilidade de ser flagrado pelos outros ou a introjeção em nós da moralidade, de uma convicção pessoal?  A primeira alternativa revela um comportamento pouco amadurecido ou infantil porque, como a criança, age-se para evitar a punição ou receber a recompensa.  O sujeito moral está aberto à intersubjetividade.
  • 4. A construção do sujeito ético  Para uma distinção entre moral e ética, podemos dizer que: • A moral é o conjunto de regras socialmente aceitas a respeito do bem e do mal em determinada época e lugar. • A ética é uma reflexão sobre os princípios que fundamentam a vida moral. • Enquanto a moral responde pelo fazer concreto, a ética pergunta sobre o que é o bem e o que é o mal.  Pode-se dizer que há um caráter histórico da moral e que, a partir da segunda metade do século XX, ela tem variado de forma mais acelerada.
  • 5. A construção do sujeito ético  Ao conjunto de valores e regras já existentes, quando nascemos, damos o nome de moral constituída.  Contudo, os indivíduos possuem liberdade e, por isso, a moral constituída precisará passar sempre pela aceitação consciente das pessoas.  A vida moral exige a aceitação da tensão entre o dever e a liberdade. A ideia de virtude decorre da disposição e da coragem para querer o bem, não como ato ocasional, mas pela repetição do agir moral. Escultura da série Virtudes e vícios, de Hans Walther, para o mercado da cidade de Erfurt, na Alemanha. O comportamento humano é resultado da “equação” entre dever e liberdade. JÜRGENRAIBLE/ALBUM/AKG-IMAGES/LATINSTOCK
  • 6. Liberdade e determinismo  Podemos distinguir três concepções de liberdade. • A liberdade como vontade ou livre-arbítrio remonta a Aristóteles, ganha força nas discussões dos primeiros teólogos como Agostinho e influencia a filosofia moderna. • O determinismo enfatiza a necessidade e, portanto, a ausência da liberdade; parte da ideia de que determinada causa gera um efeito necessário; em ciências humanas, tem como referência o positivismo de Comte. • A liberdade situada é a concepção que afirma ao mesmo tempo a determinação e a liberdade, ou seja, há situações que não escolhemos, mas é sempre possível uma ação sobre elas.
  • 7. A ética aplicada  O impacto dos acontecimentos históricos do século XX (guerras, genocídios, totalitarismos) influenciou decisivamente as discussões éticas e morais. Podemos salientar, ainda, o papel das reivindicações de minorias excluídas socialmente e os avanços proporcionados pela tecnologia e a decisão de aplicá-la. A degradação do ambiente, a pobreza, a injustiça social e a exploração do trabalho também estimulam o debate público.
  • 8. A ética aplicada  A ideia de uma ética aplicada se consolida como ramo contemporâneo da filosofia que busca a justificação racional para problemas práticos postos pelos novos tempos. Por isso é uma disciplina que exige o diálogo multidisciplinar com os mais diversos profissionais.  A ética aplicada traz consigo a noção de ética da responsabilidade e o princípio da precaução. Seus principais campos são: bioética, ética ambiental (ecoética) e ética dos negócios.
  • 9. A ética aplicada  A bioética se expandiu a partir de questões postas pelos avanços da engenharia genética. Os conflitos de valores levaram à criação de comitês de bioética. Os principais temas: relação médico/paciente, técnicas de procriação, envelhecimento e morte.  A ética ambiental se ocupa das relações do ser humano com a natureza, a fim de garantir sua sustentabilidade (capacidade de prover as necessidades atuais sem esgotar os recursos para o futuro). Também é assunto da ecoética a má distribuição de renda e suas nefastas consequências sociais.  A ética dos negócios trata da responsabilidade social das empresas, quando visam a conciliar lucro e ganhos sociais: compromisso com funcionários, consumidores, concorrentes, órgãos governamentais, comunidade e meio ambiente.
  • 10. A ética aplicada A guerra, tríptico de Otto Dix, artista veterano da Primeira Guerra Mundial. Os conflitos mundiais do século XX provocaram grandes mudanças em todas as áreas do conhecimento humano. Na filosofia, sua influência se deu principalmente nas reflexões sobre moral e ética. ERICHLESSING/ALBUM/LATINSTOCK
  • 11. FILOSOFAR COM TEXTOS: TEMAS E HISTÓRIA DA FILOSOFIA ANOTAÇÕES EM AULA Coordenação editorial: Maria Raquel Apolinário, Eduardo Augusto Guimarães e Ana Cláudia Fernandes Elaboração: Maria Lúcia de Arruda Aranha e Renato dos Santos Belo Edição de texto: Samir Thomaz Preparação de texto: José Carlos de Castro Coordenação de produção: Maria José Tanbellini Iconografia: Camila D'Angelo, Marcia Mendonça, Angelita Cardoso e Denise Durand Kremer EDITORA MODERNA Diretoria de Tecnologia Educacional Editora executiva: Kelly Mayumi Ishida Coordenadora editorial: Ivonete Lucirio Editoras: Jaqueline Ogliari e Natália Peixoto Assistentes editoriais: Ciça Japiassu Reis e Renata Michelin Editor de arte: Fabio Ventura Editor assistente de arte: Eduardo Bertolini Assistentes de arte: Ana Maria Totaro, Camila Castro, Guilherme Kroll e Valdeí Prazeres Revisores: Diego Rezende e Ramiro Morais Torres © Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. Todos os direitos reservados. EDITORA MODERNA Rua Padre Adelino, 758 – Belenzinho São Paulo – SP – Brasil – CEP: 03303-904 Vendas e atendimento: Tel. (0__11) 2602-5510 Fax (0__11) 2790-1501 www.moderna.com.br 2012