SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 6
Baixar para ler offline
Tropicália
                                                              O Movimento Tropicalista,
                                                          conhecido também como Tro-
                                                       picalismo e Tropicália. Recebeu
                                                     influência da cultura pop nacional e
                                                   estrangeira e dos movimentos de van-
                                                 guarda (antropofagia, pop art e concre-
                                              tismo). Os artistas misturavam as manifes-
                                            tações culturais tradicionais com inovações
                                    estéticas radicais, o pop X folclore, alta cultura X
                            cultura de massa.
                          O Tropicalismo manifestou-se em diversas linguagens, prin-
                    cipalmente na música, revelando grandes nomes: Caetano Velo-
                   so, Torquato Neto, Gilberto Gil, Os Mutantes e Tom Zé. Nas artes
                 plásticas o destaque é Hélio Oiticica, no cinema, Glauber Rocha e
                no teatro, José Celso Martinez Corrêa.
                  A música tropicalista tinha como característica a inovação estética
             e a experimentação. Os artistas utilizavam algumas das obras literárias
             de Oswald de Andrade, o que proporcionou canções com status de
              poesia.
                  Entretanto, os artistas desse movimento eram vistos como alie-
               nados, sem comprometimento político, no sentido que os artistas da
               época deveriam abordar em suas obras questões políticas. Porém, a
                produção artística apresentada era considerada inteligente e criati-
                 va, no sentido de unir dois opostos, para gerar um terceiro elemento,
                  uma coisa híbrida e mestiça, tal qual o Brasil.
                        No final de 1968, Hélio Oiticica lançou a frase “seja marginal, seja
                       herói”, surgindo assim a cultura marginal, influenciando diversas
                        produções, entre elas: no cinema: Rogério Sganzerla e Ozualdo
                          Candeias; na imprensa: O Pasquim, Flor do Mal, Presença ou
                            Bondinho; na literatura e poesia: Waly Salomão, José Agripi-
                               no de Paula, Francisco Alvim, Gramiro de Matos, Torquato
                                Neto e Chacal; na música são denominados ‘músicos do
                                  mal’: Jards Macalé, Sérgio Sampaio, Jorge Mautner,
                                    Luiz Melodia, Carlos Pinto e Lanny Gordin.
                                         Com o exílio de Caetano Veloso e Gilberto
                                        Gil, os artistas Rogério Duarte, Torquato Neto,
                                         José Carlos Capinam, Hélio Oiticica e Waly
                                          Salomão passaram a abordar de forma mais
                                            radical as questões culturais da época.
                                                 O período de 1967 a 1972 é considera-
                                              do o mais importante para a arte brasileira,
                                               segundo Mario Pedrosa foi um período
                                                de “experimentalidade livre” (CANON-
                                                 GIA, 2005, p. 56), com novas técnicas,
                                                  linguagens, mídias e suportes, soman-
                                                   do-se o uso do corpo, proporcionando
                                                   uma renovação visual e o rompimento
                                                  com o convencional.
                                                      Com o surgimento desses movimen-
                                                 tos e das experimentações dos novos
                                                 materiais, o espaço expositivo, seja ele
                                                público ou privado, sofreu diversas trans-
                                               formações, tendo que adequar-se às no-
                                               vas propostas.
Alegria, Alegria - Caetano Veloso
Composição: Caetano Veloso

   Caminhando contra o vento           Por entre fotos e nomes         No coração do Brasil...
   Sem lenço e sem documento           Os olhos cheios de cores        Ela nem sabe até pensei
   No sol de quase dezembro            O peito cheio de amores vãos    Em cantar na televisão
   Eu vou...                           Eu vou                          O sol é tão bonito
                                       Por que não, por que não...     Eu vou...
   O sol se reparte em crimes
   Espaçonaves, guerrilhas             Ela pensa em casamento          Sem lenço, sem documento
   Em cardinales bonitas               E eu nunca mais fui à escola    Nada no bolso ou nas mãos
   Eu vou...                           Sem lenço e sem documento,      Eu quero seguir vivendo, amor
                                       Eu vou...                       Eu vou...
   Em caras de presidentes
   Em grandes beijos de amor           Eu tomo uma coca-cola           Por que não, por que não...
   Em dentes, pernas, bandeiras        Ela pensa em casamento          Por que não, por que não...
   Bomba e Brigitte Bardot...          E uma canção me consola         Por que não, por que não...
                                       Eu vou...                       Por que não, por que não...
   O sol nas bancas de revista
   Me enche de alegria e preguiça      Por entre fotos e nomes
   Quem lê tanta notícia               Sem livros e sem fuzil
   Eu vou...                           Sem fome, sem telefone




A Voz do Morto - Caetano Veloso
Composição: Caetano Veloso


   Estamos aqui no tablado             Eu canto com o mundo que roda
   Feito de ouro e prata               Eu e o Paulinho da Viola
   E filó de nylon                     Viva o Paulinho da Viola!
                                       Eu canto com o mundo que roda
   Eles querem salvar as glórias na-   Mesmo do lado de for a
cionais                                Mesmo que eu não cante agora
   As glórias nacionais, coitados
                                       Ninguém me atende
   Ninguém me salva                    Ninguém me chama
   Ninguém me engana                   Mas ninguém me prende
   Eu sou alegre                       Ninguém me engana
   Eu sou contente
   Eu sou cigana                       Eu sou valente
   Eu sou terrível                     Eu sou o samba
   Eu sou o samba                      A voz do morto
                                       Atrás do muro
   A voz do morto                      A vez de tudo
   Os pés do torto                     A paz do mundo
   O cais do porto                     Na Glória!
   A vez do louco
   A paz do mundo
   Na Glória!
É Proibido Proibir - Caetano Veloso
   A mãe da virgem diz que não                   As estantes, as estátuas                   Livros, sim...
   E o anúncio da televisão                      As vidraças, louças
   E estava escrito no portão                    Livros, sim...                             E eu digo sim
   E o maestro ergueu o dedo                                                                E eu digo não ao não
   E além da porta                               E eu digo sim                              E eu digo: É!
   Há o porteiro, sim...                         E eu digo não ao não                       Proibido proibir
                                                 E eu digo: É!                              É proibido proibir
   E eu digo não                                 Proibido proibir                           É proibido proibir
   E eu digo não ao não                          É proibido proibir                         É proibido proibir
   Eu digo: É!                                   É proibido proibir                         É proibido proibir...
   Proibido proibir                              É proibido proibir
   É proibido proibir                            É proibido proibir...
   É proibido proibir
   É proibido proibir...                         Me dê um beijo meu amor
                                                 Eles estão nos esperando
   Me dê um beijo meu amor                       Os automóveis ardem em chamas
   Eles estão nos esperando                      Derrubar as prateleiras
   Os automóveis ardem em chamas                 As estátuas, as estantes
   Derrubar as prateleiras                       As vidraças, louças


Cálice - Chico Buarque
Composição: Chico Buarque e Gilberto Gil

Pai! Afasta de mim esse cálice   De vinho tinto de sangue...      De muito usada
Pai! Afasta de mim esse cálice   Como é difícil                                                    Um fato consumado
                                                                  A faca já não corta
Pai! Afasta de mim esse cálice   Acordar calado                                                    (Cálice!)
                                                                  Como é difícil
De      vinho     tinto     de   Se na calada da noite                                             Quero inventar
                                                                  Pai, abrir a porta
sangue...(2x)                    Eu me dano                                                        O meu próprio pecado
                                                                  (Cálice!)
                                 Quero lançar                                                      (Cálice!)
                                                                  Essa palavra
Como beber                       Um grito desumano                                                 Quero morrer
                                                                  Presa na garganta
Dessa bebida amarga              Que é uma maneira                                                 Do meu próprio veneno
                                                                  Esse pileque
Tragar a dor                     De ser escutado                                                   (Pai! Cálice!)
                                                                  Homérico no mundo
Engolir a labuta                 Esse silêncio todo                                                Quero perder de vez
                                                                  De que adianta
Mesmo calada a boca              Me atordoa                                                        Tua cabeça
                                                                  Ter boa vontade
Resta o peito                    Atordoado                                                         (Cálice!)
                                                                  Mesmo calado o peito
Silêncio na cidade               Eu permaneço atento                                               Minha cabeça
                                                                  Resta a cuca
Não se escuta                    Na arquibancada                                                   Perder teu juízo
                                                                  Dos bêbados
De que me vale                   Prá a qualquer momento                                            (Cálice!)
                                                                  Do centro da cidade...
Ser filho da santa               Ver emergir                                                       Quero cheirar fumaça
Melhor seria                     O monstro da lagoa...                                             De óleo diesel
                                                                  Pai! Afasta de mim esse cálice
Ser filho da outra                                                                                 (Cálice!)
                                                                  Pai! Afasta de mim esse cálice
Outra realidade                  Pai! Afasta de mim esse cálice                                    Me embriagar
                                                                  Pai! Afasta de mim esse cálice
Menos morta                      Pai! Afasta de mim esse cálice                                    Até que alguém me esqueça
                                                                  De vinho tinto de sangue...
Tanta mentira                    Pai! Afasta de mim esse cálice                                    (Cálice!)
Tanta força bruta...             De vinho tinto de sangue...      Talvez o mundo
                                                                  Não seja pequeno
Pai! Afasta de mim esse cálice   De muito gorda                   (Cálice!)
Pai! Afasta de mim esse cálice   A porca já não anda              Nem seja a vida
Pai! Afasta de mim esse cálice   (Cálice!)
A Banda - Chico Buarque
Composição: Chico Buarque
Estava à toa na vida                     E a meninada toda se assanhou             A marcha alegre se espalhou na
O meu amor me chamou                     Pra ver a banda passar                    avenida e insistiu
Pra ver a banda passar                   Cantando coisas de amor                   A lua cheia que vivia escondida surgiu
Cantando coisas de amor                                                            Minha cidade toda se enfeitou
                                         Estava à toa na vida                      Pra ver a banda passar cantando coi-
A minha gente sofrida                    O meu amor me chamou                      sas de amor
Despediu-se da dor                       Pra ver a banda passar
Pra ver a banda passar                   Cantando coisas de amor                   Mas para meu desencanto
Cantando coisas de amor                                                            O que era doce acabou
                                         A minha gente sofrida                     Tudo tomou seu lugar
O homem sério que contava dinheiro       Despediu-se da dor                        Depois que a banda passou
parou                                    Pra ver a banda passar
O faroleiro que contava vantagem parou   Cantando coisas de amor                   E cada qual no seu canto
A namorada que contava as estrelas                                                 Em cada canto uma dor
parou                                    O velho fraco se esqueceu do cansaço      Depois da banda passar
Para ver, ouvir e dar passagem           e pensou                                  Cantando coisas de amor
                                         Que ainda era moço pra sair no terraço    Depois da banda passar
A moça triste que vivia calada sorriu    e dançou                                  Cantando coisas de amor...
A rosa triste que vivia fechada se       A moça feia debruçou na janela
abriu                                    Pensando que a banda tocava pra ela


Aquele Abraço - Gilberto Gil
O Rio de Janeiro               Aquele Abraço!                 Alô, alô, Realengo             Aquele Abraço!...
Continua lindo                 Todo mundo da Portela          Aquele Abraço!
O Rio de Janeiro               Aquele Abraço!                 Alô torcida do Flamengo        Meu caminho pelo mundo
Continua sendo                 Todo mês de fevereiro          Aquele Abraço!...(2x)          Eu mesmo traço
O Rio de Janeiro               Aquele passo!                                                 A Bahia já me deu
Fevereiro e março...           Alô Banda de Ipanema           Chacrinha continua             Graças a Deus!
                               Aquele Abraço!...              Balançando a pança             Régua e compasso
Alô, alô, Realengo                                            E buzinando a moça             Quem sabe de mim sou eu
Aquele Abraço!                 Meu caminho pelo mundo         E comandando a massa           É claro!
Alô torcida do Flamengo        Eu mesmo traço                 E continua dando               Aquele Abraço!
Aquele abraço!...(2x)          A Bahia já me deu              As ordens no terreiro...       Prá você que meu esqueceu
                               Régua e compasso                                              Ruuummm!
Chacrinha continua             Quem sabe de mim sou eu        Alô, alô, seu Chacrinha        Aquele Abraço!
Balançando a pança             Aquele Abraço!                 Velho guerreiro                Alô Rio de Janeiro
E buzinando a moça             Prá você que meu esqueceu      Alô, alô, Terezinha            Aquele Abraço!
E comandando a massa           Ruuummm!                       Rio de Janeiro                 Todo o povo brasileiro
E continua dando               Aquele Abraço!                 Alô, alô, seu Chacrinha        Aquele Abraço!...
As ordens no terreiro...       Alô Rio de Janeiro             Velho palhaço
                               Aquele Abraço!                 Alô, alô, Terezinha            Todo mês de fevereiro
Alô, alô, seu Chacrinha        Todo o povo brasileiro         Aquele Abraço!...              Aquele Abraço!
Velho guerreiro                Aquele Abraço!...                                             Alô moça da favela
Alô, alô, Terezinha                                           Alô moça da favela             Aquele Abraço!
Rio de Janeiro                 O Rio de Janeiro               Aquele Abraço!                 Todo mundo da Portela
Alô, alô, seu Chacrinha        Continua lindo                 Todo mundo da Portela          E do Salgueiro e da Mangueira
Velho palhaço                  O Rio de Janeiro               Aquele Abraço!                 E todo Rio de Janeiro
Alô, alô, Terezinha            Continua sendo                 Todo mês de fevereiro          E todo mês de fevereiro
Aquele Abraço!...              O Rio de Janeiro               Aquele passo!                  E todo povo brasileiro
Alô moça da favela             Fevereiro e março...           Alô Banda de Ipanema           Ah! Aquele Abraço!...
Panis et Circences - Gilberto Gil
 Eu quis cantar, minha canção iluminada de sol
 Soltei os panos sobre os mastros no ar          Mandei plantar, folhas de sonho no jardim de solar
 Soltei os tigres e os leões nos quintais        As folhas sabem procurar pelo sol
 Mas as pessoas na sala de jantar                E as raizes procurar, procurar
 São ocupadas em nascer e morrer                 Mas as pessoas na sala de jantar
                                                 Essas pessoas na sala de jantar
 Mandei fazer de puro aço luminoso punhal        São as pessoas na sala de jantar
 Para matar o meu amor e matei                   Mas as pessoas na sala de jantar
 As 5 horas na Avenida Central                   São ocupadas em nascer e morrer
 Mas as pessoas na sala de jantar
 São ocupadas em nascer e morrer
Tropicalia

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a Tropicalia

A tropicalia e_a_producao_cultural_brasileira_na_dec_601
A tropicalia e_a_producao_cultural_brasileira_na_dec_601A tropicalia e_a_producao_cultural_brasileira_na_dec_601
A tropicalia e_a_producao_cultural_brasileira_na_dec_601Melyssa Silva
 
A tropicalia e_a_producao_cultural_brasileira_na_dec_601
A tropicalia e_a_producao_cultural_brasileira_na_dec_601A tropicalia e_a_producao_cultural_brasileira_na_dec_601
A tropicalia e_a_producao_cultural_brasileira_na_dec_601Melyssa Silva
 
Tropicalismo
TropicalismoTropicalismo
TropicalismoRuth L
 
Poesias pós-modernas: Poesia Marginal e Tropicalismo
Poesias pós-modernas: Poesia Marginal e TropicalismoPoesias pós-modernas: Poesia Marginal e Tropicalismo
Poesias pós-modernas: Poesia Marginal e TropicalismoAna Claudia Sartorelli
 
Producao de cultura_no_brasil
Producao de cultura_no_brasilProducao de cultura_no_brasil
Producao de cultura_no_brasilAline Carvalho
 
A Tropicália e a produção cultural brasileira na década de 60
A Tropicália  e a produção cultural brasileira  na década de 60A Tropicália  e a produção cultural brasileira  na década de 60
A Tropicália e a produção cultural brasileira na década de 60Aline Carvalho
 
Tde peterdietrich
Tde peterdietrichTde peterdietrich
Tde peterdietrichsurkrk
 
Poesia pós moderna
Poesia pós modernaPoesia pós moderna
Poesia pós modernaUNIOESTE
 
CULTURA BRASILEIRA DE 50 A 80
CULTURA BRASILEIRA DE 50 A 80CULTURA BRASILEIRA DE 50 A 80
CULTURA BRASILEIRA DE 50 A 80Fabio Salvari
 
C&C 15dez09 Neobarrocoresumido
C&C 15dez09 NeobarrocoresumidoC&C 15dez09 Neobarrocoresumido
C&C 15dez09 NeobarrocoresumidoUERJ
 
Vanguardas artísticas e Musica no Brasil nos anos 50 e 60 - Bossa Nova e Jov...
Vanguardas artísticas  e Musica no Brasil nos anos 50 e 60 - Bossa Nova e Jov...Vanguardas artísticas  e Musica no Brasil nos anos 50 e 60 - Bossa Nova e Jov...
Vanguardas artísticas e Musica no Brasil nos anos 50 e 60 - Bossa Nova e Jov...JanilsonNascimento4
 

Semelhante a Tropicalia (20)

A tropicália
A tropicáliaA tropicália
A tropicália
 
Tropicalismo
TropicalismoTropicalismo
Tropicalismo
 
Tropicália
TropicáliaTropicália
Tropicália
 
A tropicalia e_a_producao_cultural_brasileira_na_dec_601
A tropicalia e_a_producao_cultural_brasileira_na_dec_601A tropicalia e_a_producao_cultural_brasileira_na_dec_601
A tropicalia e_a_producao_cultural_brasileira_na_dec_601
 
A tropicalia e_a_producao_cultural_brasileira_na_dec_601
A tropicalia e_a_producao_cultural_brasileira_na_dec_601A tropicalia e_a_producao_cultural_brasileira_na_dec_601
A tropicalia e_a_producao_cultural_brasileira_na_dec_601
 
Tropicalismo
TropicalismoTropicalismo
Tropicalismo
 
Introdução
IntroduçãoIntrodução
Introdução
 
Poesias pós-modernas: Poesia Marginal e Tropicalismo
Poesias pós-modernas: Poesia Marginal e TropicalismoPoesias pós-modernas: Poesia Marginal e Tropicalismo
Poesias pós-modernas: Poesia Marginal e Tropicalismo
 
Jovem guarda
Jovem guardaJovem guarda
Jovem guarda
 
Tropicalia trabalho
Tropicalia trabalhoTropicalia trabalho
Tropicalia trabalho
 
Arte ensino médio
Arte ensino médioArte ensino médio
Arte ensino médio
 
Producao de cultura_no_brasil
Producao de cultura_no_brasilProducao de cultura_no_brasil
Producao de cultura_no_brasil
 
A Tropicália e a produção cultural brasileira na década de 60
A Tropicália  e a produção cultural brasileira  na década de 60A Tropicália  e a produção cultural brasileira  na década de 60
A Tropicália e a produção cultural brasileira na década de 60
 
Tde peterdietrich
Tde peterdietrichTde peterdietrich
Tde peterdietrich
 
TROPICALISMO.pptx
TROPICALISMO.pptxTROPICALISMO.pptx
TROPICALISMO.pptx
 
Poesia pós moderna
Poesia pós modernaPoesia pós moderna
Poesia pós moderna
 
CULTURA BRASILEIRA DE 50 A 80
CULTURA BRASILEIRA DE 50 A 80CULTURA BRASILEIRA DE 50 A 80
CULTURA BRASILEIRA DE 50 A 80
 
C&C 15dez09 Neobarrocoresumido
C&C 15dez09 NeobarrocoresumidoC&C 15dez09 Neobarrocoresumido
C&C 15dez09 Neobarrocoresumido
 
Tropicalia 8 ano
Tropicalia 8 anoTropicalia 8 ano
Tropicalia 8 ano
 
Vanguardas artísticas e Musica no Brasil nos anos 50 e 60 - Bossa Nova e Jov...
Vanguardas artísticas  e Musica no Brasil nos anos 50 e 60 - Bossa Nova e Jov...Vanguardas artísticas  e Musica no Brasil nos anos 50 e 60 - Bossa Nova e Jov...
Vanguardas artísticas e Musica no Brasil nos anos 50 e 60 - Bossa Nova e Jov...
 

Mais de Nome Sobrenome

Alphabet vocabulary-flashcards-set-1
Alphabet vocabulary-flashcards-set-1Alphabet vocabulary-flashcards-set-1
Alphabet vocabulary-flashcards-set-1Nome Sobrenome
 
Viola caipira aprendendo
Viola caipira aprendendoViola caipira aprendendo
Viola caipira aprendendoNome Sobrenome
 
Tropicalia caetano veloso
Tropicalia caetano velosoTropicalia caetano veloso
Tropicalia caetano velosoNome Sobrenome
 
Teatro alecrim manjerona
Teatro alecrim manjeronaTeatro alecrim manjerona
Teatro alecrim manjeronaNome Sobrenome
 
Semana de arte moderna
Semana de arte modernaSemana de arte moderna
Semana de arte modernaNome Sobrenome
 
Pop rock tropical 3a1 cifras vol 1
Pop rock tropical 3a1 cifras vol 1Pop rock tropical 3a1 cifras vol 1
Pop rock tropical 3a1 cifras vol 1Nome Sobrenome
 
Musicas cifradas nivel_2 vol 2
Musicas cifradas nivel_2 vol 2Musicas cifradas nivel_2 vol 2
Musicas cifradas nivel_2 vol 2Nome Sobrenome
 
Musicas cifradas nivel_2 vol 1
Musicas cifradas nivel_2 vol 1Musicas cifradas nivel_2 vol 1
Musicas cifradas nivel_2 vol 1Nome Sobrenome
 
Musicas cifras paroquia 02
Musicas cifras paroquia 02Musicas cifras paroquia 02
Musicas cifras paroquia 02Nome Sobrenome
 
Musicas cifras paroquia 01
Musicas cifras paroquia 01Musicas cifras paroquia 01
Musicas cifras paroquia 01Nome Sobrenome
 
Musicas cifradas samba
Musicas cifradas sambaMusicas cifradas samba
Musicas cifradas sambaNome Sobrenome
 
Musicas cifradas pop rock 3
Musicas cifradas pop rock 3Musicas cifradas pop rock 3
Musicas cifradas pop rock 3Nome Sobrenome
 
Musicas cifradas pop rock 2
Musicas cifradas pop rock 2Musicas cifradas pop rock 2
Musicas cifradas pop rock 2Nome Sobrenome
 
Musicas cifradas pop rock 1
Musicas cifradas pop rock 1Musicas cifradas pop rock 1
Musicas cifradas pop rock 1Nome Sobrenome
 

Mais de Nome Sobrenome (20)

Alphabet vocabulary-flashcards-set-1
Alphabet vocabulary-flashcards-set-1Alphabet vocabulary-flashcards-set-1
Alphabet vocabulary-flashcards-set-1
 
Violao
ViolaoViolao
Violao
 
Viola caipira aprendendo
Viola caipira aprendendoViola caipira aprendendo
Viola caipira aprendendo
 
Viola caipira
Viola caipiraViola caipira
Viola caipira
 
Tropicalia caetano veloso
Tropicalia caetano velosoTropicalia caetano veloso
Tropicalia caetano veloso
 
Teoria musical
Teoria musicalTeoria musical
Teoria musical
 
Teatro alecrim manjerona
Teatro alecrim manjeronaTeatro alecrim manjerona
Teatro alecrim manjerona
 
Semana de arte moderna
Semana de arte modernaSemana de arte moderna
Semana de arte moderna
 
Rock nacional
Rock nacionalRock nacional
Rock nacional
 
Queen songbook
Queen songbookQueen songbook
Queen songbook
 
Popular portuguesa
Popular portuguesaPopular portuguesa
Popular portuguesa
 
Pop rock tropical 3a1 cifras vol 1
Pop rock tropical 3a1 cifras vol 1Pop rock tropical 3a1 cifras vol 1
Pop rock tropical 3a1 cifras vol 1
 
Musicas cifradas nivel_2 vol 2
Musicas cifradas nivel_2 vol 2Musicas cifradas nivel_2 vol 2
Musicas cifradas nivel_2 vol 2
 
Musicas cifradas nivel_2 vol 1
Musicas cifradas nivel_2 vol 1Musicas cifradas nivel_2 vol 1
Musicas cifradas nivel_2 vol 1
 
Musicas cifras paroquia 02
Musicas cifras paroquia 02Musicas cifras paroquia 02
Musicas cifras paroquia 02
 
Musicas cifras paroquia 01
Musicas cifras paroquia 01Musicas cifras paroquia 01
Musicas cifras paroquia 01
 
Musicas cifradas samba
Musicas cifradas sambaMusicas cifradas samba
Musicas cifradas samba
 
Musicas cifradas pop rock 3
Musicas cifradas pop rock 3Musicas cifradas pop rock 3
Musicas cifradas pop rock 3
 
Musicas cifradas pop rock 2
Musicas cifradas pop rock 2Musicas cifradas pop rock 2
Musicas cifradas pop rock 2
 
Musicas cifradas pop rock 1
Musicas cifradas pop rock 1Musicas cifradas pop rock 1
Musicas cifradas pop rock 1
 

Tropicalia

  • 1. Tropicália O Movimento Tropicalista, conhecido também como Tro- picalismo e Tropicália. Recebeu influência da cultura pop nacional e estrangeira e dos movimentos de van- guarda (antropofagia, pop art e concre- tismo). Os artistas misturavam as manifes- tações culturais tradicionais com inovações estéticas radicais, o pop X folclore, alta cultura X cultura de massa. O Tropicalismo manifestou-se em diversas linguagens, prin- cipalmente na música, revelando grandes nomes: Caetano Velo- so, Torquato Neto, Gilberto Gil, Os Mutantes e Tom Zé. Nas artes plásticas o destaque é Hélio Oiticica, no cinema, Glauber Rocha e no teatro, José Celso Martinez Corrêa. A música tropicalista tinha como característica a inovação estética e a experimentação. Os artistas utilizavam algumas das obras literárias de Oswald de Andrade, o que proporcionou canções com status de poesia. Entretanto, os artistas desse movimento eram vistos como alie- nados, sem comprometimento político, no sentido que os artistas da época deveriam abordar em suas obras questões políticas. Porém, a produção artística apresentada era considerada inteligente e criati- va, no sentido de unir dois opostos, para gerar um terceiro elemento, uma coisa híbrida e mestiça, tal qual o Brasil. No final de 1968, Hélio Oiticica lançou a frase “seja marginal, seja herói”, surgindo assim a cultura marginal, influenciando diversas produções, entre elas: no cinema: Rogério Sganzerla e Ozualdo Candeias; na imprensa: O Pasquim, Flor do Mal, Presença ou Bondinho; na literatura e poesia: Waly Salomão, José Agripi- no de Paula, Francisco Alvim, Gramiro de Matos, Torquato Neto e Chacal; na música são denominados ‘músicos do mal’: Jards Macalé, Sérgio Sampaio, Jorge Mautner, Luiz Melodia, Carlos Pinto e Lanny Gordin. Com o exílio de Caetano Veloso e Gilberto Gil, os artistas Rogério Duarte, Torquato Neto, José Carlos Capinam, Hélio Oiticica e Waly Salomão passaram a abordar de forma mais radical as questões culturais da época. O período de 1967 a 1972 é considera- do o mais importante para a arte brasileira, segundo Mario Pedrosa foi um período de “experimentalidade livre” (CANON- GIA, 2005, p. 56), com novas técnicas, linguagens, mídias e suportes, soman- do-se o uso do corpo, proporcionando uma renovação visual e o rompimento com o convencional. Com o surgimento desses movimen- tos e das experimentações dos novos materiais, o espaço expositivo, seja ele público ou privado, sofreu diversas trans- formações, tendo que adequar-se às no- vas propostas.
  • 2. Alegria, Alegria - Caetano Veloso Composição: Caetano Veloso Caminhando contra o vento Por entre fotos e nomes No coração do Brasil... Sem lenço e sem documento Os olhos cheios de cores Ela nem sabe até pensei No sol de quase dezembro O peito cheio de amores vãos Em cantar na televisão Eu vou... Eu vou O sol é tão bonito Por que não, por que não... Eu vou... O sol se reparte em crimes Espaçonaves, guerrilhas Ela pensa em casamento Sem lenço, sem documento Em cardinales bonitas E eu nunca mais fui à escola Nada no bolso ou nas mãos Eu vou... Sem lenço e sem documento, Eu quero seguir vivendo, amor Eu vou... Eu vou... Em caras de presidentes Em grandes beijos de amor Eu tomo uma coca-cola Por que não, por que não... Em dentes, pernas, bandeiras Ela pensa em casamento Por que não, por que não... Bomba e Brigitte Bardot... E uma canção me consola Por que não, por que não... Eu vou... Por que não, por que não... O sol nas bancas de revista Me enche de alegria e preguiça Por entre fotos e nomes Quem lê tanta notícia Sem livros e sem fuzil Eu vou... Sem fome, sem telefone A Voz do Morto - Caetano Veloso Composição: Caetano Veloso Estamos aqui no tablado Eu canto com o mundo que roda Feito de ouro e prata Eu e o Paulinho da Viola E filó de nylon Viva o Paulinho da Viola! Eu canto com o mundo que roda Eles querem salvar as glórias na- Mesmo do lado de for a cionais Mesmo que eu não cante agora As glórias nacionais, coitados Ninguém me atende Ninguém me salva Ninguém me chama Ninguém me engana Mas ninguém me prende Eu sou alegre Ninguém me engana Eu sou contente Eu sou cigana Eu sou valente Eu sou terrível Eu sou o samba Eu sou o samba A voz do morto Atrás do muro A voz do morto A vez de tudo Os pés do torto A paz do mundo O cais do porto Na Glória! A vez do louco A paz do mundo Na Glória!
  • 3. É Proibido Proibir - Caetano Veloso A mãe da virgem diz que não As estantes, as estátuas Livros, sim... E o anúncio da televisão As vidraças, louças E estava escrito no portão Livros, sim... E eu digo sim E o maestro ergueu o dedo E eu digo não ao não E além da porta E eu digo sim E eu digo: É! Há o porteiro, sim... E eu digo não ao não Proibido proibir E eu digo: É! É proibido proibir E eu digo não Proibido proibir É proibido proibir E eu digo não ao não É proibido proibir É proibido proibir Eu digo: É! É proibido proibir É proibido proibir... Proibido proibir É proibido proibir É proibido proibir É proibido proibir... É proibido proibir É proibido proibir... Me dê um beijo meu amor Eles estão nos esperando Me dê um beijo meu amor Os automóveis ardem em chamas Eles estão nos esperando Derrubar as prateleiras Os automóveis ardem em chamas As estátuas, as estantes Derrubar as prateleiras As vidraças, louças Cálice - Chico Buarque Composição: Chico Buarque e Gilberto Gil Pai! Afasta de mim esse cálice De vinho tinto de sangue... De muito usada Pai! Afasta de mim esse cálice Como é difícil Um fato consumado A faca já não corta Pai! Afasta de mim esse cálice Acordar calado (Cálice!) Como é difícil De vinho tinto de Se na calada da noite Quero inventar Pai, abrir a porta sangue...(2x) Eu me dano O meu próprio pecado (Cálice!) Quero lançar (Cálice!) Essa palavra Como beber Um grito desumano Quero morrer Presa na garganta Dessa bebida amarga Que é uma maneira Do meu próprio veneno Esse pileque Tragar a dor De ser escutado (Pai! Cálice!) Homérico no mundo Engolir a labuta Esse silêncio todo Quero perder de vez De que adianta Mesmo calada a boca Me atordoa Tua cabeça Ter boa vontade Resta o peito Atordoado (Cálice!) Mesmo calado o peito Silêncio na cidade Eu permaneço atento Minha cabeça Resta a cuca Não se escuta Na arquibancada Perder teu juízo Dos bêbados De que me vale Prá a qualquer momento (Cálice!) Do centro da cidade... Ser filho da santa Ver emergir Quero cheirar fumaça Melhor seria O monstro da lagoa... De óleo diesel Pai! Afasta de mim esse cálice Ser filho da outra (Cálice!) Pai! Afasta de mim esse cálice Outra realidade Pai! Afasta de mim esse cálice Me embriagar Pai! Afasta de mim esse cálice Menos morta Pai! Afasta de mim esse cálice Até que alguém me esqueça De vinho tinto de sangue... Tanta mentira Pai! Afasta de mim esse cálice (Cálice!) Tanta força bruta... De vinho tinto de sangue... Talvez o mundo Não seja pequeno Pai! Afasta de mim esse cálice De muito gorda (Cálice!) Pai! Afasta de mim esse cálice A porca já não anda Nem seja a vida Pai! Afasta de mim esse cálice (Cálice!)
  • 4. A Banda - Chico Buarque Composição: Chico Buarque Estava à toa na vida E a meninada toda se assanhou A marcha alegre se espalhou na O meu amor me chamou Pra ver a banda passar avenida e insistiu Pra ver a banda passar Cantando coisas de amor A lua cheia que vivia escondida surgiu Cantando coisas de amor Minha cidade toda se enfeitou Estava à toa na vida Pra ver a banda passar cantando coi- A minha gente sofrida O meu amor me chamou sas de amor Despediu-se da dor Pra ver a banda passar Pra ver a banda passar Cantando coisas de amor Mas para meu desencanto Cantando coisas de amor O que era doce acabou A minha gente sofrida Tudo tomou seu lugar O homem sério que contava dinheiro Despediu-se da dor Depois que a banda passou parou Pra ver a banda passar O faroleiro que contava vantagem parou Cantando coisas de amor E cada qual no seu canto A namorada que contava as estrelas Em cada canto uma dor parou O velho fraco se esqueceu do cansaço Depois da banda passar Para ver, ouvir e dar passagem e pensou Cantando coisas de amor Que ainda era moço pra sair no terraço Depois da banda passar A moça triste que vivia calada sorriu e dançou Cantando coisas de amor... A rosa triste que vivia fechada se A moça feia debruçou na janela abriu Pensando que a banda tocava pra ela Aquele Abraço - Gilberto Gil O Rio de Janeiro Aquele Abraço! Alô, alô, Realengo Aquele Abraço!... Continua lindo Todo mundo da Portela Aquele Abraço! O Rio de Janeiro Aquele Abraço! Alô torcida do Flamengo Meu caminho pelo mundo Continua sendo Todo mês de fevereiro Aquele Abraço!...(2x) Eu mesmo traço O Rio de Janeiro Aquele passo! A Bahia já me deu Fevereiro e março... Alô Banda de Ipanema Chacrinha continua Graças a Deus! Aquele Abraço!... Balançando a pança Régua e compasso Alô, alô, Realengo E buzinando a moça Quem sabe de mim sou eu Aquele Abraço! Meu caminho pelo mundo E comandando a massa É claro! Alô torcida do Flamengo Eu mesmo traço E continua dando Aquele Abraço! Aquele abraço!...(2x) A Bahia já me deu As ordens no terreiro... Prá você que meu esqueceu Régua e compasso Ruuummm! Chacrinha continua Quem sabe de mim sou eu Alô, alô, seu Chacrinha Aquele Abraço! Balançando a pança Aquele Abraço! Velho guerreiro Alô Rio de Janeiro E buzinando a moça Prá você que meu esqueceu Alô, alô, Terezinha Aquele Abraço! E comandando a massa Ruuummm! Rio de Janeiro Todo o povo brasileiro E continua dando Aquele Abraço! Alô, alô, seu Chacrinha Aquele Abraço!... As ordens no terreiro... Alô Rio de Janeiro Velho palhaço Aquele Abraço! Alô, alô, Terezinha Todo mês de fevereiro Alô, alô, seu Chacrinha Todo o povo brasileiro Aquele Abraço!... Aquele Abraço! Velho guerreiro Aquele Abraço!... Alô moça da favela Alô, alô, Terezinha Alô moça da favela Aquele Abraço! Rio de Janeiro O Rio de Janeiro Aquele Abraço! Todo mundo da Portela Alô, alô, seu Chacrinha Continua lindo Todo mundo da Portela E do Salgueiro e da Mangueira Velho palhaço O Rio de Janeiro Aquele Abraço! E todo Rio de Janeiro Alô, alô, Terezinha Continua sendo Todo mês de fevereiro E todo mês de fevereiro Aquele Abraço!... O Rio de Janeiro Aquele passo! E todo povo brasileiro Alô moça da favela Fevereiro e março... Alô Banda de Ipanema Ah! Aquele Abraço!...
  • 5. Panis et Circences - Gilberto Gil Eu quis cantar, minha canção iluminada de sol Soltei os panos sobre os mastros no ar Mandei plantar, folhas de sonho no jardim de solar Soltei os tigres e os leões nos quintais As folhas sabem procurar pelo sol Mas as pessoas na sala de jantar E as raizes procurar, procurar São ocupadas em nascer e morrer Mas as pessoas na sala de jantar Essas pessoas na sala de jantar Mandei fazer de puro aço luminoso punhal São as pessoas na sala de jantar Para matar o meu amor e matei Mas as pessoas na sala de jantar As 5 horas na Avenida Central São ocupadas em nascer e morrer Mas as pessoas na sala de jantar São ocupadas em nascer e morrer