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Realização: IES parceiras:
TÍTULO: O LAZER NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
CATEGORIA: CONCLUÍDO
ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE
SUBÁREA: Educação Física
INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO MÓDULO - MÓDULO
AUTOR(ES): CRISTIANE MACHADO RAMOS DOS SANTOS, MATHEUS CARLOS DE ABREU
ORIENTADOR(ES): EVANILDE MUNIZ SIVA
1. RESUMO
Ao analisar o entendimento acerca do lazer é possível observar que suas práticas e
conceitos são complexos e muitas vezes mal compreendidos dentro da dinâmica
escolar, embora esteja presente no cenário educacional por tratar-se de um fenômeno
inserido no contexto histórico, social e cultural da história do Homem. A percepção
sobre a temática lazer dificilmente está inserido nas aulas e quando está presente é
utilizado apenas como recompensas aos alunos durante as participações das aulas
propostas. O objetivo desta pesquisa é a compreensão do lazer na ótica de alunos de
uma escola pública do litoral Norte de São Paulo. Para tanto, utilizamos uma entrevista
semiestruturada com cinco questões abertas com uma amostra populacional de 10
alunos adolescentes do Ensino Médio. O método de pesquisa empregado para o
desenvolvimento da pesquisa foi o qualitativo de caráter exploratório. Ao examinarmos
as respostas dos alunos notamos como eles atribuem o lazer a algo voltado para o
entretenimento e práticas esportivas. As ações citadas pelos alunos demonstram a
responsabilidade que o professor de Educação Física tem durante suas aulas quando
compreende a relação entre a Educação Física e o lazer a disciplina torna-se uma
oportunidade para que seus alunos obtenham o conhecimento das diversas
possibilidades que o lazer pode oferecer influenciando diretamente no contexto social
e cultural de cada aluno.
2. INTRODUÇÃO
Atualmente temos nossas agendas lotadas de compromissos que mal sobra
tempo para o Lazer e ao nos depararmos com um tempo ocioso, logo com ele vem a
culpa de estar desperdiçando o nosso precioso tempo com nada. Mas afinal o que é
lazer? Para DUMAZEDIER (1976) o lazer é:
(...) um conjunto de ocupações às quais o indivíduo pode entregar-se de livre
vontade, seja para repousar, seja para divertir-se, recrear-se e entreter-se ou
ainda, para desenvolver sua informação ou formação desinteressada, sua
participação social voluntária ou sua livre capacidade criadora após livrar-se
ou desembaraçar-se das obrigações profissionais, familiares e sociais. (p.94)
Ou seja, DUMAZEDIER (1976) define o lazer como âmbito de descanso, da
diversão e do desenvolvimento em um tempo sem obrigações. Mas porque ainda
pendura o sentimento de culpa por estar utilizando um tempo para algo que nos faz
bem.
A desmistificação de um tema tão complexo com vastas possibilidades de
respostas quando tratado no âmbito social é campo para muitas pesquisas cientificas.
O lazer não é um tema novo, embora ele esteja em holofotes nas últimas décadas
com o mundo cada vez globalizado e virtual, sendo oferecido em bacias nas mídias e
criando um vínculo com o dinheiro. Hoje em dia vemos pessoas vendendo e lucrando
com o lazer desde um empreendimento ao entretenimento. Porém, o que precisa ser
entendido é que o lazer é um tempo que pode ser privilegiado para vivência de valores
que contribuam para mudanças de ordem moral, social e cultural.
Segundo MARCELLINO (1990) justifica-se nas diferentes realizações de
projetos de lazer conforme a cultura de um povo, de uma comunidade, de uma
situação singular e memorizável.
A partir de leituras e discussões em sala de aula no curso de graduação em
Educação Física sobre o tema Lazer, iniciamos uma pesquisa de campo com
adolescentes entre 16 e 18 anos regulamente matriculados no Ensino Médio de uma
Escola pública do município de Caraguatatuba, utilizando cinco questões abertas
norteadoras e relacionadas ao lazer com objetivo de investigar o nível de
compreensão de lazer e elucidar a importância do lazer nos dias de hoje para a
formação desses jovens em desenvolvimento.
3. OBJETIVOS
• Compreensão do lazer na ótica de alunos de uma escola pública do
litoral Norte de São Paulo.
4. METODOLOGIA
Esta foi uma pesquisa qualitativa de caráter exploratório e teve como
instrumento de coleta de dados uma entrevista semiestruturada de cinco questões
abertas norteadoras com objetivo de compreender fenômeno lazer no contexto
escolar através de uma roda de conversa. A pesquisa realizada deu-se em uma escola
da rede municipal da cidade de Caraguatatuba, com uma turma do Ensino Médio onde
analisamos também o nível de conhecimento dos alunos sobre a temática.
Partindo dessa proposta, a estruturação dessa pesquisa contou com uma
amostra populacional de 10 alunos. A pesquisa seguiu os protocolos éticos e contou
com a permissão do responsável do aluno adolescente utilizando uma carta de
apresentação informativa e a assinatura do Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido. O estudo conta com uma revisão integrativa da literatura traçando uma
linha história sobre o lazer, desde a antiguidade até os dias atuais, a busca da
literatura contou com livros clássicos sobre a temática e artigos cientificos através da
base de dados da biblioteca física e virtual do Centro Universitário Módulo e das
plataformas acadêmicas científicas: Scielo e Lilacs.
5. DESENVOLVIMENTO
Para compreender o tema lazer é necessário que nos voltemos ao passado e
assim entender como o lazer era abordado nas sociedades antigas. Os gregos tinham
um desprezo pelo trabalho: "(...) apenas aos escravos era permitido trabalhar; o
homem livre conhecia apenas os exercícios corporais e os jogos da inteligência"
(LAFARGUE, 1977, p, 27). Aristóteles e os filósofos da antiguidade ensinava o
desprezo ao trabalho, já os poetas cantavam o ócio como presente dos deuses e era
algo venerado.
O lazer ganhou importância e crescimento após a Revolução Industrial, pois
com os avanços tecnológicos e as máquinas começando a substituir os homens, a
modernização da economia criando uma característica de vida semelhante aos dias
atuais nos quais embasam muitos autores a afirmar que o lazer surgiu nesse período
da história.
Para GOMES (2004) diz ser demasiado arriscado definir, com exatidão, o
momento histórico em que o lazer se configura na sociedade ocidental e que existem
outras realidades que compõem a história pode fornecer expressivas no processo de
constituição do lazer.
No Brasil teve destaque a temática lazer a partir da década de 1970 com a
urbanização das cidades e contou com o incentivo do SESC (Serviço Social do
Comércio) que estabeleceu um grupo de estudos e pesquisas denominado Centro de
Estudos do Lazer (CELAZER), tornando –se um dos grandes percursores do lazer no
Brasil , porém sua influência foi de caráter assistencialista e compreendido como
mera ocupação, um tempo de recuperação da força de trabalho.
Para que a sociedade compreendesse a importância do momento de lazer. Foi
estabelecido no ano de 1988 na Constituição o lazer como direito básico do cidadão
nos artigos – 6º, 7º, 217º, 227º – respetivamente, definido como direito social, ao lado
da educação, da saúde, da alimentação, da moradia, da segurança, da previdência
social, entre outros.
O diálogo de autores que discorrem o tema lazer é extenso e traz para suas
próprias linhas de raciocínio. O lazer na percepção Brunhs (1997) é o tempo de
recuperação da força de trabalho, um tempo de compensação ou um espaço para se
trabalhar com os “desvios” das normas sociais.
Para Marcuse (1971), o Lazer é uma forma de “alienação, uma ilusão de
autossatisfação das necessidades do indivíduo, porquanto estas necessidades são
criadas e manipuladas pelas forças econômicas da produção e do consumo de massa,
conforme o interesse de seus donos “.
Para Gomes (2008), considerando a fase em que a nossa sociedade se
encontra, o tempo livre das pessoas para o lazer depara-se com uma encruzilhada,
pois enquanto para alguns esse novo estilo de vida significa maiores chances para a
ocorrência do lazer, para outros ele é, de certa forma, limitado e ofuscado por um
desejo interminável por trabalho, ou seja, usa-se seu tempo disponível, buscando
condições de vida mais dignas.
O lazer tem se consolidado como uma mercadoria, que ocupa hoje uma área
que vem atraindo muitos investimentos, solidificando um produto ao qual nem todos
podem ter acesso e dentro da sala de aula isso não é muito diferente, o lazer é palco
para várias respostas e pouca compreensão.
O lazer no contexto educacional surgiu nas aulas de Educação Física, tema
não tratado em sua origem na sociedade europeia no século 18 que evidenciava-se
as ciências naturais, no qual desencadeava o papel do profissional da área em focar
em atividades que promoviam um corpo produtivo, saudável e forte que valorizavam
a competição, individualismo e a concorrência. Hoje em dia a Educação Física vem
ganhando força e mudou-se a forma de vê-la voltada apenas para questões da saúde,
houve uma série de desenvolvimento dos profissionais das áreas e currículos voltados
para as questões sociais do indivíduo.
Segundo GAELZER, L. (1985). destaca com ênfase o lazer como “tempo livre”
que recupera as forças físicas, psíquicas e espirituais e acreditava na necessidade de
um processo de educação para o tempo livre. Ou seja, precisa-se ensinar sobre o
Lazer, discutir e aprender sobre o mesmo.
Ao estudar o lazer é possível verificar suas possibilidades de inserção no meio
social e precisa ser entendido como um tempo que pode ser privilegiado para vivência
de valores que contribuam para mudanças de ordem moral, social e cultural.
Nos reflexos de uma sociedade capitalista, o lazer muitas vezes é visto como o
consumo, entretenimento, uma atividade para divertimento e recreação, e ainda
entendido como acessível apenas a uma parcela da população que tem condições
financeiras para sua realização e não para todos como determina a constituição.
O lazer precisa ser compreendido na perspectiva crítico-criativa – entendê-lo
como gerado historicamente, e dele podendo emergir, de modo dialético,
valores questionadores da sociedade como um todo, e sobre ele também
sendo exercidas influenciais da estrutura social vigente. (MARCELLINO,
2008, p.12).
A Educação Física é uma disciplina que trabalha com a cultura corporal do
movimento, ela dá oportunidade aos alunos de participarem das diversas
manifestações dessa cultura. O lazer pode se manifestar em um ambiente lúdico e
privilegiado basta que esteja propício para isso. Como afirma Marcelino (1990).
Para Requixa (1979), a educação hoje é entendida como um grande veículo
para o desenvolvimento, e o lazer, um excelente instrumento para impulsionar o
indivíduo a desenvolver-se, a aperfeiçoar-se, a ampliar os seus interesses e a sua
esfera de responsabilidade. Ou seja, O lazer visto com o intuito educacional pode ser
inserido em pequenas atividades e fazer parte de uma metodologia de trabalho.
Poucos são os momentos que o tema é trabalhado na escola. Ainda de acordo
Requixa ,1980, sugere-nos um duplo aspecto educativo do lazer: O lazer como veículo
de educação – educação pelo lazer; e o lazer como objeto de educação – educação
para o lazer.
Contudo, falta neste sentido, espaço para o lazer. Essa falta não se restringe
às discussões sobre sua importância, mas se confunde com a falta de espaços,
horários, contingente humano, enfim, resume o que a escola pensa sobre o lazer:
nada ou quase nada. Por não ter uma abordagem na escola, seja na esfera política
ou social, acredita-se que com a conscientização do tema proposto os alunos
necessitam de uma maior discussão acerca desse direito para poder lutar por eles.
6. RESULTADOS
Movidos pela problematização do tema e a complexidade que se dá ao
compreender o conceito de lazer na Educação Física fomos a uma escola de Ensino
Médio, em um bairro da cidade de Caraguatatuba, no estado de São Paulo na qual
disponibiliza um trabalho de Escola de Tempo Integral.
Assim, traçamos alguns pontos para serem pesquisados e colher informação
sobre o que eles pensam sobre lazer. Utilizamos cinco questões norteadoras como
roteiro de entrevista semiestruturada para levantar dados e buscar compreender a
concepção de lazer para cada aluno entrevistado. São elas:
• O que é lazer para você?
• Que atividades da sua vida cotidiana você elege como lazer?
• Atividades de lazer influenciam em sua qualidade de vida?
• Que tipo de ações você considera necessárias para que as pessoas
tenham oportunidade de lazer?
• A Escola que você estuda oferece oportunidades de lazer? Se sim,
quais?
Com base nas respostas dos alunos sobre o que é Lazer no ambiente escolar
e através das respostas nosso objetivo foi compreender como eles interpretam o lazer
dentro do contexto das aulas de Educação Física e se eles conseguiam visualizar
essa possibilidade de lazer durante as aulas. Realizamos a entrevista com dez alunos
do ensino médio com faixa etária entre 16 e 18 anos, que participaram da pesquisa
voluntariamente e com autorização de seus pais e escola.
Durante uma conversa amistosa em roda conversamos sobre as questões
propostas citadas acima sobre lazer. A ideia era a democratização do tema com o
intuito de investigar suas vivências, discutir o papel do lazer e trazer a reflexão sobre
os conceitos que foram contextualizados ao longo da vida.
No decorrer da entrevista, diante da pergunta o que seria lazer para eles, os
alunos associavam o lazer como ter o tempo livre, leitura, estudo, mas a maioria
classifica o lazer com certa modalidade de esporte. De acordo com Marcellino (2009)
ele afirma que “as atividades físico-esportivas, no campo do lazer, vêm se firmando
em setores significativos da nossa sociedade contemporânea”. Quando em 1988 o
direito ao lazer se torna constitucional e passa a ser entendido como um direito social,
houve uma vinculação do lazer ao esporte, esta ideia, que muitos assimilam, pode
estar ligada à cultura esportivista que existe em nosso país.
Na questão que atividades da sua vida cotidiana você elege como lazer, as
respostas foram caminhar, ir à praia, ler, filme, comer sua refeição predileta, jogar
vídeo game e mais uma vez relaciona as questões da prática de esporte como jogar
bola com os amigos, vôlei e basquete.
Sobre a pergunta, quais as atividades de lazer que influenciam em sua
qualidade de vida, mais uma vez são levantadas as práticas esportivas que foram
associadas à melhoria da saúde física e mental. Citam que os esportes motivam
pessoas a sair da zona de conforto e que podemos tirar alguma coisa boa para nossa
vida, melhorar dificuldades pessoais e conhecer coisas novas.
Ainda durante as interlocuções trouxemos a questão que tipo de ações eles
consideravam necessárias para que as pessoas tenham oportunidade de lazer, muitos
conduziram a ideia de influência e motivação da parte de alguém, indicaram
possibilidades de quadras e locais que ofereçam atividades de lazer gratuitas, além
de o incentivo de tais atividades, espaço para o lazer, tempo livre, ainda afirmaram
que questões financeiras melhoradas poderiam viabilizar alguns tipos de lazer, como
ir ao shopping, cinema, entre outros.
E para finalizar, perguntamos se a escola que estudam oferece oportunidades
de lazer e se caso oferecesse, quais seriam. Eles citaram as aulas de Educação Física
e o conteúdo oferecido nestas aulas que entendem como oferta de lazer, que possuem
uma quadra para prática de esportes, sala de leitura, sala de informática e Clubes e
atividades eletivas.
A escola desempenha um trabalho de período integral onde a carga horária é
maior, desta forma o aluno tem uma possibilidade de desenvolver e expandir as
atividades que elegem como lazer em um Projeto Chamado de Clube, dessa maneira,
os professores incentivam seus alunos serem protagonistas de seu aprendizado e
oferecem aula diferenciada onde o próprio estudante seja capaz de participar dessa
elaboração e contribuindo com a sua aprendizagem, o clube é o momento que alunos
podem optar em alguma modalidade de esporte, leitura, filme ou até mesmo aula de
reforço, uma etapa livre com objetivo de ser relaxante e de promoção de lazer. As
eletivas têm o intuito de manifestar à curiosidade dos alunos e com a atuação de dois
professores responsáveis em trazer uma aula diferente fugindo do método tradicional.
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O que pudemos observar nessa escola e na gestão ao remanejar os
professores a trabalharem essas propostas que fogem do convencional, é que de fato
existe um momento de lazer, no entanto, a intenção de trabalhar o lazer não está
ligado ao lazer propriamente dito.
Verificamos que não é discutida a importância do lazer em uma questão social,
ele está interligado apenas como uma prática pedagógica complementar, com objetivo
de preencher os tempos livres dos alunos com atividades diversas e não fiquem sem
ter o que fazer.
Os alunos passam a maior parte do tempo dentro da escola e dentro da grade
curricular existem algumas lacunas que são preenchidas por essa dinâmica de aula
sem a utilização das oportunidades de formação cidadã que o lazer pode oferecer
quando inserido de maneira consciente e educacional.
O que nos inquietou era que mesmo com todo esses momentos, muitos alunos
ainda classificavam o lazer com plataformas de filmes online, ir ao shopping, algo que
pudessem pagar para ter. Alguns demonstravam não compreender a pergunta sobre
o que classificavam lazer e não davam importância para esse momento na escola
através do projeto.
Desta forma, podemos analisar a importância da formação profissional de
Educação Física e podemos observar proposta destacada por Werneck (2000), que
traz a problematização de como esse profissional deve trabalhar temas como o lazer.
(..) sujeitos comprometidos com o processo de construção do saber, sujeitos
que questionem a realidade, que perguntem pelo sentido de seu exercício
profissional, que assumam uma atitude reflexiva face aos processos sociais
e às contradições do nosso meio, fazendo do lazer não um mero (e alienante)
produto a ser consumido, mas uma possibilidade lúdica, crítica, criativa e
significativa a ser vivenciada com autonomia e muita responsabilidade.
WERNECK (2000, p. 144)
Com base nos autores Camargo e Dumazedier, Marcelino (2007) apontam seis
áreas fundamentais do lazer: os interesses artísticos, os intelectuais, os físicos, os
manuais, os sociais e os turísticos. E Schwartz (2003) defende a inserção de um
sétimo conteúdo cultural do lazer, o virtual.
Diante das questões levantadas sobre teóricos e alunos acerca do lazer,
podemos afirmar que se trata de uma área cheia de possiblidades e diversas
definições. Entretanto, se bem explorado na Educação Física Escolar trará uma
proposta que promoverá a democratização e com profundas discussões bem
articuladas e contribuirá para que esse aluno tenha um lazer ativo, protagonizando
suas escolhas, deixando de viver um lazer passivo e alienado condicionado ao mero
entretenimento.
O lazer no âmbito escolar assume uma importante função na transformação
cultural. Podemos observar a necessidade de um debate sobre o tema nas respostas
dos alunos, no qual muitos levantaram afirmações para que o lazer alcance um maior
número de pessoas, falta incentivo e motivação. Essas ações citadas pelos alunos só
confirmam a responsabilidade que um professor de Educação Física tem na vida
biopsicossocial de um aluno.
Em seus relatos vemos a importância de entender a relação entre Educação
Física e lazer, segundo a qual o profissional deve atuar como mediador na construção
do conhecimento e escolha das atividades, orientando como se utilizam determinados
espaços e equipamentos de lazer e através de suas aulas oferecer oportunidades
para que seus alunos obtenham conhecimento das diversas possibilidades de lazer.
Segundo Daolio (2003) para que isso aconteça, é fundamental que os
estudantes de Educação Física tenham acesso ao conhecimento das ciências
humanas criando intervenções pedagógicas levando em desconsideração o contexto
sociocultural que está inserido.
Para que ocorra uma atuação efetiva dos profissionais de Educação Física no
campo do lazer, é imprescindível a compreensão de cultura desde a formação inicial
desse profissional, através de ciências sociais e humanas sólidas que os leve a uma
atuação de viabilizar aos sujeitos em formação um conhecimento do lazer em todas
as suas dimensões , no qual no futuro terá uma grande abrangência na temática lazer
contribuindo na educação , possibilidades de compreensão e a distinção do lazer no
conceito de senso comum direcionando para uma educação para o lazer e pelo lazer
trazendo essas vertentes para promoção de qualidade de vida e manutenção de um
estilo de vida ativo, protagonizando suas próprias definições de lazer.
8. FONTES CONSULTADAS
Brasil. 1988. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado
Federal. Disponível
em:http://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/corpoconsciencia/article/viewFile/
3540/2483, acesso em:20/09/2019.
BRUHNS, H.T. (1997). Introdução aos estudos do lazer. Campinas: Ed. da Unicamp.
DAOLIO, J. (2003). Cultura: Educação física e futebol. 2a ed. Campinas: Ed. Da
Unicamp.
DUMAZEDIER, Jofre (1976) Lazer e cultura popular - Debates, São Paulo:
Perspectiva.
GAELZER, L. (1985). Ensaio à liberdade: Uma introdução ao estudo da educação
para o tempo livre. Porto Alegre: Luzzatto.
GOMES, C. L. Significados de recreação e lazer no Brasil: reflexões a partir da análise
de experiências institucionais (1926-1964). Tese (Doutorado em Educação) –
Universidade Federal de Minas Gerais, 2003.
. Lazer – ocorrência histórica. In: . (Org.). Dicionário
crítico do lazer. Belo Horizonte: Autêntica, 2004. p. 133-141.
GOMES, C.L. (2008). Lazer, trabalho e educação: Relações históricas, questões
contemporâneas. 2a ed. rev. e ampl. Belo Horizonte: Ed. da UFMG.
LAFARGUE, Paul. O Direito à Preguiça e Outros Textos. Lisboa: Estampa/São Paulo:
Mandacaru, 1977.
MARCELINO, Nelson Carvalho. Lazer e Educação. 2ª edição, Campinas/SP: Papirus,
1990.
________ (2007). “Lazer e cultura: Algumas aproximações”. In: MARCELLINO, N.C.
(org.). Lazer e cultura. Campinas: Alínea.
MARCELLINO, Nelson Carvalho. Política pública de lazer. Campinas, SP: Editora
Alínea, 2008. (coleção estudos de lazer).
______________(2009). “Lazer, saúde e educação física: A corporeidade e a
qualidade de vida”.
MARCUSE, Herbert. (1971) La agressividad en la sociedade industrial avanzada,
Madrid: Alianza Editorial.
REQUIXA, R. (1979). Conceito de lazer. Revista Brasileira de Educação Física e
Desporto. N.º 42, pp. 11-21.
REQUIXA, R. (1980). As dimensões do lazer. Revista Brasileira de Educação Física
e Desporto. N.º 45, pp. 54-76.
SCHWARTZ, G.M. (2003). “O conteúdo virtual do lazer: Contemporizando
Dumazedier”. Licere, v. 2, n. 1, Belo Horizonte.
WERNECK, Cristiane L.G. Lazer, trabalho e educação: relações históricas, questões
contemporâneas. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2000.

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  • 1. Realização: IES parceiras: TÍTULO: O LAZER NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: Educação Física INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO MÓDULO - MÓDULO AUTOR(ES): CRISTIANE MACHADO RAMOS DOS SANTOS, MATHEUS CARLOS DE ABREU ORIENTADOR(ES): EVANILDE MUNIZ SIVA
  • 2. 1. RESUMO Ao analisar o entendimento acerca do lazer é possível observar que suas práticas e conceitos são complexos e muitas vezes mal compreendidos dentro da dinâmica escolar, embora esteja presente no cenário educacional por tratar-se de um fenômeno inserido no contexto histórico, social e cultural da história do Homem. A percepção sobre a temática lazer dificilmente está inserido nas aulas e quando está presente é utilizado apenas como recompensas aos alunos durante as participações das aulas propostas. O objetivo desta pesquisa é a compreensão do lazer na ótica de alunos de uma escola pública do litoral Norte de São Paulo. Para tanto, utilizamos uma entrevista semiestruturada com cinco questões abertas com uma amostra populacional de 10 alunos adolescentes do Ensino Médio. O método de pesquisa empregado para o desenvolvimento da pesquisa foi o qualitativo de caráter exploratório. Ao examinarmos as respostas dos alunos notamos como eles atribuem o lazer a algo voltado para o entretenimento e práticas esportivas. As ações citadas pelos alunos demonstram a responsabilidade que o professor de Educação Física tem durante suas aulas quando compreende a relação entre a Educação Física e o lazer a disciplina torna-se uma oportunidade para que seus alunos obtenham o conhecimento das diversas possibilidades que o lazer pode oferecer influenciando diretamente no contexto social e cultural de cada aluno. 2. INTRODUÇÃO Atualmente temos nossas agendas lotadas de compromissos que mal sobra tempo para o Lazer e ao nos depararmos com um tempo ocioso, logo com ele vem a culpa de estar desperdiçando o nosso precioso tempo com nada. Mas afinal o que é lazer? Para DUMAZEDIER (1976) o lazer é: (...) um conjunto de ocupações às quais o indivíduo pode entregar-se de livre vontade, seja para repousar, seja para divertir-se, recrear-se e entreter-se ou ainda, para desenvolver sua informação ou formação desinteressada, sua participação social voluntária ou sua livre capacidade criadora após livrar-se ou desembaraçar-se das obrigações profissionais, familiares e sociais. (p.94) Ou seja, DUMAZEDIER (1976) define o lazer como âmbito de descanso, da diversão e do desenvolvimento em um tempo sem obrigações. Mas porque ainda pendura o sentimento de culpa por estar utilizando um tempo para algo que nos faz bem.
  • 3. A desmistificação de um tema tão complexo com vastas possibilidades de respostas quando tratado no âmbito social é campo para muitas pesquisas cientificas. O lazer não é um tema novo, embora ele esteja em holofotes nas últimas décadas com o mundo cada vez globalizado e virtual, sendo oferecido em bacias nas mídias e criando um vínculo com o dinheiro. Hoje em dia vemos pessoas vendendo e lucrando com o lazer desde um empreendimento ao entretenimento. Porém, o que precisa ser entendido é que o lazer é um tempo que pode ser privilegiado para vivência de valores que contribuam para mudanças de ordem moral, social e cultural. Segundo MARCELLINO (1990) justifica-se nas diferentes realizações de projetos de lazer conforme a cultura de um povo, de uma comunidade, de uma situação singular e memorizável. A partir de leituras e discussões em sala de aula no curso de graduação em Educação Física sobre o tema Lazer, iniciamos uma pesquisa de campo com adolescentes entre 16 e 18 anos regulamente matriculados no Ensino Médio de uma Escola pública do município de Caraguatatuba, utilizando cinco questões abertas norteadoras e relacionadas ao lazer com objetivo de investigar o nível de compreensão de lazer e elucidar a importância do lazer nos dias de hoje para a formação desses jovens em desenvolvimento. 3. OBJETIVOS • Compreensão do lazer na ótica de alunos de uma escola pública do litoral Norte de São Paulo. 4. METODOLOGIA Esta foi uma pesquisa qualitativa de caráter exploratório e teve como instrumento de coleta de dados uma entrevista semiestruturada de cinco questões abertas norteadoras com objetivo de compreender fenômeno lazer no contexto escolar através de uma roda de conversa. A pesquisa realizada deu-se em uma escola da rede municipal da cidade de Caraguatatuba, com uma turma do Ensino Médio onde analisamos também o nível de conhecimento dos alunos sobre a temática. Partindo dessa proposta, a estruturação dessa pesquisa contou com uma amostra populacional de 10 alunos. A pesquisa seguiu os protocolos éticos e contou com a permissão do responsável do aluno adolescente utilizando uma carta de apresentação informativa e a assinatura do Termo de Consentimento Livre e
  • 4. Esclarecido. O estudo conta com uma revisão integrativa da literatura traçando uma linha história sobre o lazer, desde a antiguidade até os dias atuais, a busca da literatura contou com livros clássicos sobre a temática e artigos cientificos através da base de dados da biblioteca física e virtual do Centro Universitário Módulo e das plataformas acadêmicas científicas: Scielo e Lilacs. 5. DESENVOLVIMENTO Para compreender o tema lazer é necessário que nos voltemos ao passado e assim entender como o lazer era abordado nas sociedades antigas. Os gregos tinham um desprezo pelo trabalho: "(...) apenas aos escravos era permitido trabalhar; o homem livre conhecia apenas os exercícios corporais e os jogos da inteligência" (LAFARGUE, 1977, p, 27). Aristóteles e os filósofos da antiguidade ensinava o desprezo ao trabalho, já os poetas cantavam o ócio como presente dos deuses e era algo venerado. O lazer ganhou importância e crescimento após a Revolução Industrial, pois com os avanços tecnológicos e as máquinas começando a substituir os homens, a modernização da economia criando uma característica de vida semelhante aos dias atuais nos quais embasam muitos autores a afirmar que o lazer surgiu nesse período da história. Para GOMES (2004) diz ser demasiado arriscado definir, com exatidão, o momento histórico em que o lazer se configura na sociedade ocidental e que existem outras realidades que compõem a história pode fornecer expressivas no processo de constituição do lazer. No Brasil teve destaque a temática lazer a partir da década de 1970 com a urbanização das cidades e contou com o incentivo do SESC (Serviço Social do Comércio) que estabeleceu um grupo de estudos e pesquisas denominado Centro de Estudos do Lazer (CELAZER), tornando –se um dos grandes percursores do lazer no Brasil , porém sua influência foi de caráter assistencialista e compreendido como mera ocupação, um tempo de recuperação da força de trabalho. Para que a sociedade compreendesse a importância do momento de lazer. Foi estabelecido no ano de 1988 na Constituição o lazer como direito básico do cidadão nos artigos – 6º, 7º, 217º, 227º – respetivamente, definido como direito social, ao lado da educação, da saúde, da alimentação, da moradia, da segurança, da previdência social, entre outros.
  • 5. O diálogo de autores que discorrem o tema lazer é extenso e traz para suas próprias linhas de raciocínio. O lazer na percepção Brunhs (1997) é o tempo de recuperação da força de trabalho, um tempo de compensação ou um espaço para se trabalhar com os “desvios” das normas sociais. Para Marcuse (1971), o Lazer é uma forma de “alienação, uma ilusão de autossatisfação das necessidades do indivíduo, porquanto estas necessidades são criadas e manipuladas pelas forças econômicas da produção e do consumo de massa, conforme o interesse de seus donos “. Para Gomes (2008), considerando a fase em que a nossa sociedade se encontra, o tempo livre das pessoas para o lazer depara-se com uma encruzilhada, pois enquanto para alguns esse novo estilo de vida significa maiores chances para a ocorrência do lazer, para outros ele é, de certa forma, limitado e ofuscado por um desejo interminável por trabalho, ou seja, usa-se seu tempo disponível, buscando condições de vida mais dignas. O lazer tem se consolidado como uma mercadoria, que ocupa hoje uma área que vem atraindo muitos investimentos, solidificando um produto ao qual nem todos podem ter acesso e dentro da sala de aula isso não é muito diferente, o lazer é palco para várias respostas e pouca compreensão. O lazer no contexto educacional surgiu nas aulas de Educação Física, tema não tratado em sua origem na sociedade europeia no século 18 que evidenciava-se as ciências naturais, no qual desencadeava o papel do profissional da área em focar em atividades que promoviam um corpo produtivo, saudável e forte que valorizavam a competição, individualismo e a concorrência. Hoje em dia a Educação Física vem ganhando força e mudou-se a forma de vê-la voltada apenas para questões da saúde, houve uma série de desenvolvimento dos profissionais das áreas e currículos voltados para as questões sociais do indivíduo. Segundo GAELZER, L. (1985). destaca com ênfase o lazer como “tempo livre” que recupera as forças físicas, psíquicas e espirituais e acreditava na necessidade de um processo de educação para o tempo livre. Ou seja, precisa-se ensinar sobre o Lazer, discutir e aprender sobre o mesmo. Ao estudar o lazer é possível verificar suas possibilidades de inserção no meio social e precisa ser entendido como um tempo que pode ser privilegiado para vivência de valores que contribuam para mudanças de ordem moral, social e cultural. Nos reflexos de uma sociedade capitalista, o lazer muitas vezes é visto como o consumo, entretenimento, uma atividade para divertimento e recreação, e ainda
  • 6. entendido como acessível apenas a uma parcela da população que tem condições financeiras para sua realização e não para todos como determina a constituição. O lazer precisa ser compreendido na perspectiva crítico-criativa – entendê-lo como gerado historicamente, e dele podendo emergir, de modo dialético, valores questionadores da sociedade como um todo, e sobre ele também sendo exercidas influenciais da estrutura social vigente. (MARCELLINO, 2008, p.12). A Educação Física é uma disciplina que trabalha com a cultura corporal do movimento, ela dá oportunidade aos alunos de participarem das diversas manifestações dessa cultura. O lazer pode se manifestar em um ambiente lúdico e privilegiado basta que esteja propício para isso. Como afirma Marcelino (1990). Para Requixa (1979), a educação hoje é entendida como um grande veículo para o desenvolvimento, e o lazer, um excelente instrumento para impulsionar o indivíduo a desenvolver-se, a aperfeiçoar-se, a ampliar os seus interesses e a sua esfera de responsabilidade. Ou seja, O lazer visto com o intuito educacional pode ser inserido em pequenas atividades e fazer parte de uma metodologia de trabalho. Poucos são os momentos que o tema é trabalhado na escola. Ainda de acordo Requixa ,1980, sugere-nos um duplo aspecto educativo do lazer: O lazer como veículo de educação – educação pelo lazer; e o lazer como objeto de educação – educação para o lazer. Contudo, falta neste sentido, espaço para o lazer. Essa falta não se restringe às discussões sobre sua importância, mas se confunde com a falta de espaços, horários, contingente humano, enfim, resume o que a escola pensa sobre o lazer: nada ou quase nada. Por não ter uma abordagem na escola, seja na esfera política ou social, acredita-se que com a conscientização do tema proposto os alunos necessitam de uma maior discussão acerca desse direito para poder lutar por eles. 6. RESULTADOS Movidos pela problematização do tema e a complexidade que se dá ao compreender o conceito de lazer na Educação Física fomos a uma escola de Ensino Médio, em um bairro da cidade de Caraguatatuba, no estado de São Paulo na qual disponibiliza um trabalho de Escola de Tempo Integral. Assim, traçamos alguns pontos para serem pesquisados e colher informação sobre o que eles pensam sobre lazer. Utilizamos cinco questões norteadoras como
  • 7. roteiro de entrevista semiestruturada para levantar dados e buscar compreender a concepção de lazer para cada aluno entrevistado. São elas: • O que é lazer para você? • Que atividades da sua vida cotidiana você elege como lazer? • Atividades de lazer influenciam em sua qualidade de vida? • Que tipo de ações você considera necessárias para que as pessoas tenham oportunidade de lazer? • A Escola que você estuda oferece oportunidades de lazer? Se sim, quais? Com base nas respostas dos alunos sobre o que é Lazer no ambiente escolar e através das respostas nosso objetivo foi compreender como eles interpretam o lazer dentro do contexto das aulas de Educação Física e se eles conseguiam visualizar essa possibilidade de lazer durante as aulas. Realizamos a entrevista com dez alunos do ensino médio com faixa etária entre 16 e 18 anos, que participaram da pesquisa voluntariamente e com autorização de seus pais e escola. Durante uma conversa amistosa em roda conversamos sobre as questões propostas citadas acima sobre lazer. A ideia era a democratização do tema com o intuito de investigar suas vivências, discutir o papel do lazer e trazer a reflexão sobre os conceitos que foram contextualizados ao longo da vida. No decorrer da entrevista, diante da pergunta o que seria lazer para eles, os alunos associavam o lazer como ter o tempo livre, leitura, estudo, mas a maioria classifica o lazer com certa modalidade de esporte. De acordo com Marcellino (2009) ele afirma que “as atividades físico-esportivas, no campo do lazer, vêm se firmando em setores significativos da nossa sociedade contemporânea”. Quando em 1988 o direito ao lazer se torna constitucional e passa a ser entendido como um direito social, houve uma vinculação do lazer ao esporte, esta ideia, que muitos assimilam, pode estar ligada à cultura esportivista que existe em nosso país. Na questão que atividades da sua vida cotidiana você elege como lazer, as respostas foram caminhar, ir à praia, ler, filme, comer sua refeição predileta, jogar vídeo game e mais uma vez relaciona as questões da prática de esporte como jogar bola com os amigos, vôlei e basquete. Sobre a pergunta, quais as atividades de lazer que influenciam em sua qualidade de vida, mais uma vez são levantadas as práticas esportivas que foram associadas à melhoria da saúde física e mental. Citam que os esportes motivam
  • 8. pessoas a sair da zona de conforto e que podemos tirar alguma coisa boa para nossa vida, melhorar dificuldades pessoais e conhecer coisas novas. Ainda durante as interlocuções trouxemos a questão que tipo de ações eles consideravam necessárias para que as pessoas tenham oportunidade de lazer, muitos conduziram a ideia de influência e motivação da parte de alguém, indicaram possibilidades de quadras e locais que ofereçam atividades de lazer gratuitas, além de o incentivo de tais atividades, espaço para o lazer, tempo livre, ainda afirmaram que questões financeiras melhoradas poderiam viabilizar alguns tipos de lazer, como ir ao shopping, cinema, entre outros. E para finalizar, perguntamos se a escola que estudam oferece oportunidades de lazer e se caso oferecesse, quais seriam. Eles citaram as aulas de Educação Física e o conteúdo oferecido nestas aulas que entendem como oferta de lazer, que possuem uma quadra para prática de esportes, sala de leitura, sala de informática e Clubes e atividades eletivas. A escola desempenha um trabalho de período integral onde a carga horária é maior, desta forma o aluno tem uma possibilidade de desenvolver e expandir as atividades que elegem como lazer em um Projeto Chamado de Clube, dessa maneira, os professores incentivam seus alunos serem protagonistas de seu aprendizado e oferecem aula diferenciada onde o próprio estudante seja capaz de participar dessa elaboração e contribuindo com a sua aprendizagem, o clube é o momento que alunos podem optar em alguma modalidade de esporte, leitura, filme ou até mesmo aula de reforço, uma etapa livre com objetivo de ser relaxante e de promoção de lazer. As eletivas têm o intuito de manifestar à curiosidade dos alunos e com a atuação de dois professores responsáveis em trazer uma aula diferente fugindo do método tradicional. 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS O que pudemos observar nessa escola e na gestão ao remanejar os professores a trabalharem essas propostas que fogem do convencional, é que de fato existe um momento de lazer, no entanto, a intenção de trabalhar o lazer não está ligado ao lazer propriamente dito. Verificamos que não é discutida a importância do lazer em uma questão social, ele está interligado apenas como uma prática pedagógica complementar, com objetivo de preencher os tempos livres dos alunos com atividades diversas e não fiquem sem ter o que fazer.
  • 9. Os alunos passam a maior parte do tempo dentro da escola e dentro da grade curricular existem algumas lacunas que são preenchidas por essa dinâmica de aula sem a utilização das oportunidades de formação cidadã que o lazer pode oferecer quando inserido de maneira consciente e educacional. O que nos inquietou era que mesmo com todo esses momentos, muitos alunos ainda classificavam o lazer com plataformas de filmes online, ir ao shopping, algo que pudessem pagar para ter. Alguns demonstravam não compreender a pergunta sobre o que classificavam lazer e não davam importância para esse momento na escola através do projeto. Desta forma, podemos analisar a importância da formação profissional de Educação Física e podemos observar proposta destacada por Werneck (2000), que traz a problematização de como esse profissional deve trabalhar temas como o lazer. (..) sujeitos comprometidos com o processo de construção do saber, sujeitos que questionem a realidade, que perguntem pelo sentido de seu exercício profissional, que assumam uma atitude reflexiva face aos processos sociais e às contradições do nosso meio, fazendo do lazer não um mero (e alienante) produto a ser consumido, mas uma possibilidade lúdica, crítica, criativa e significativa a ser vivenciada com autonomia e muita responsabilidade. WERNECK (2000, p. 144) Com base nos autores Camargo e Dumazedier, Marcelino (2007) apontam seis áreas fundamentais do lazer: os interesses artísticos, os intelectuais, os físicos, os manuais, os sociais e os turísticos. E Schwartz (2003) defende a inserção de um sétimo conteúdo cultural do lazer, o virtual. Diante das questões levantadas sobre teóricos e alunos acerca do lazer, podemos afirmar que se trata de uma área cheia de possiblidades e diversas definições. Entretanto, se bem explorado na Educação Física Escolar trará uma proposta que promoverá a democratização e com profundas discussões bem articuladas e contribuirá para que esse aluno tenha um lazer ativo, protagonizando suas escolhas, deixando de viver um lazer passivo e alienado condicionado ao mero entretenimento. O lazer no âmbito escolar assume uma importante função na transformação cultural. Podemos observar a necessidade de um debate sobre o tema nas respostas dos alunos, no qual muitos levantaram afirmações para que o lazer alcance um maior número de pessoas, falta incentivo e motivação. Essas ações citadas pelos alunos só confirmam a responsabilidade que um professor de Educação Física tem na vida biopsicossocial de um aluno.
  • 10. Em seus relatos vemos a importância de entender a relação entre Educação Física e lazer, segundo a qual o profissional deve atuar como mediador na construção do conhecimento e escolha das atividades, orientando como se utilizam determinados espaços e equipamentos de lazer e através de suas aulas oferecer oportunidades para que seus alunos obtenham conhecimento das diversas possibilidades de lazer. Segundo Daolio (2003) para que isso aconteça, é fundamental que os estudantes de Educação Física tenham acesso ao conhecimento das ciências humanas criando intervenções pedagógicas levando em desconsideração o contexto sociocultural que está inserido. Para que ocorra uma atuação efetiva dos profissionais de Educação Física no campo do lazer, é imprescindível a compreensão de cultura desde a formação inicial desse profissional, através de ciências sociais e humanas sólidas que os leve a uma atuação de viabilizar aos sujeitos em formação um conhecimento do lazer em todas as suas dimensões , no qual no futuro terá uma grande abrangência na temática lazer contribuindo na educação , possibilidades de compreensão e a distinção do lazer no conceito de senso comum direcionando para uma educação para o lazer e pelo lazer trazendo essas vertentes para promoção de qualidade de vida e manutenção de um estilo de vida ativo, protagonizando suas próprias definições de lazer. 8. FONTES CONSULTADAS Brasil. 1988. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal. Disponível em:http://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/corpoconsciencia/article/viewFile/ 3540/2483, acesso em:20/09/2019. BRUHNS, H.T. (1997). Introdução aos estudos do lazer. Campinas: Ed. da Unicamp. DAOLIO, J. (2003). Cultura: Educação física e futebol. 2a ed. Campinas: Ed. Da Unicamp. DUMAZEDIER, Jofre (1976) Lazer e cultura popular - Debates, São Paulo: Perspectiva. GAELZER, L. (1985). Ensaio à liberdade: Uma introdução ao estudo da educação para o tempo livre. Porto Alegre: Luzzatto. GOMES, C. L. Significados de recreação e lazer no Brasil: reflexões a partir da análise de experiências institucionais (1926-1964). Tese (Doutorado em Educação) – Universidade Federal de Minas Gerais, 2003.
  • 11. . Lazer – ocorrência histórica. In: . (Org.). Dicionário crítico do lazer. Belo Horizonte: Autêntica, 2004. p. 133-141. GOMES, C.L. (2008). Lazer, trabalho e educação: Relações históricas, questões contemporâneas. 2a ed. rev. e ampl. Belo Horizonte: Ed. da UFMG. LAFARGUE, Paul. O Direito à Preguiça e Outros Textos. Lisboa: Estampa/São Paulo: Mandacaru, 1977. MARCELINO, Nelson Carvalho. Lazer e Educação. 2ª edição, Campinas/SP: Papirus, 1990. ________ (2007). “Lazer e cultura: Algumas aproximações”. In: MARCELLINO, N.C. (org.). Lazer e cultura. Campinas: Alínea. MARCELLINO, Nelson Carvalho. Política pública de lazer. Campinas, SP: Editora Alínea, 2008. (coleção estudos de lazer). ______________(2009). “Lazer, saúde e educação física: A corporeidade e a qualidade de vida”. MARCUSE, Herbert. (1971) La agressividad en la sociedade industrial avanzada, Madrid: Alianza Editorial. REQUIXA, R. (1979). Conceito de lazer. Revista Brasileira de Educação Física e Desporto. N.º 42, pp. 11-21. REQUIXA, R. (1980). As dimensões do lazer. Revista Brasileira de Educação Física e Desporto. N.º 45, pp. 54-76. SCHWARTZ, G.M. (2003). “O conteúdo virtual do lazer: Contemporizando Dumazedier”. Licere, v. 2, n. 1, Belo Horizonte. WERNECK, Cristiane L.G. Lazer, trabalho e educação: relações históricas, questões contemporâneas. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2000.