1) O documento discute as terapias cognitiva e cognitivo-comportamental aplicadas ao tratamento da dependência química, descrevendo suas teorias, técnicas e evidências de eficácia. 2) As terapias cognitiva e comportamental se baseiam em teorias do aprendizado social como condicionamento e modelagem para modificar pensamentos e comportamentos de risco. 3) A terapia cognitiva foca nos processos cognitivos enquanto a comportamental foca no ambiente, mas ambas utilizam técnicas derivadas uma da
Este documento discute o tratamento da depressão em terapia cognitivo-comportamental. A terapia é baseada em um modelo cognitivo coerente de distúrbio emocional e envolve identificar pensamentos e crenças disfuncionais do paciente para testá-los e substituí-los por pensamentos mais realistas. O documento descreve as etapas da avaliação comportamental e o uso de metáforas para explicar conceitos-chave da terapia ao paciente.
Aula baseada no capítulo "HISTORIA DA TERAPIA COGNITIVA" com os 10 princípios propostos por Aaron Beck (BECK, J.S. Terapia Cognitiva: teoria e prática. Porto Alegre:ARTMED, 1997)
Trabalhando com os pensamentos automáticosSarah Karenina
O documento descreve várias técnicas utilizadas na terapia cognitivo-comportamental para identificar e modificar pensamentos automáticos desadaptativos, incluindo a descoberta guiada de pensamentos, registro de pensamentos, geração de alternativas racionais e exercícios como ensaios cognitivos.
1. A terapia cognitiva baseia-se no modelo cognitivo que analisa como os pensamentos, crenças e interpretações de uma pessoa influenciam suas emoções e comportamentos.
2. Os principais alvos da terapia cognitiva são os pensamentos automáticos, que surgem rapidamente em situações específicas, e as crenças centrais, que são concepções profundamente enraizadas.
3. O terapeuta cognitivo utiliza várias técnicas como registro de pensamentos, imagens mentais e role playing para ajudar o pac
Uma psicoterapia é uma experiência emocional vivida. Como tal, ela não pode na verdade, ser traduzida, transcrita, explicada, compreendida ou contada em palavras.
O documento discute a Terapia Comportamental e Cognitiva (TCC), resumindo:
1) A TCC foca no comportamento manifesto e cognições, visando modificar hábitos não adaptativos através do reforço de comportamentos alternativos.
2) A TCC tem suas origens no behaviorismo e evoluiu para incorporar variáveis cognitivas, originando a terapia cognitiva.
3) Técnicas como dessensibilização sistemática, modelagem e reforço são utilizadas para tratar problemas como fobias.
O documento discute vários tópicos relacionados à psicologia, incluindo diferentes tipos de profissionais da psicologia como psiquiatras, psicanalistas, psicólogos clínicos e psicoterapeutas. Também discute a psicologia do esporte e o papel do psicólogo em promover o desenvolvimento pessoal e a autonomia.
Diagnóstico psicológico e terapia cognitiva considerações atuaisCenira Marcelo
O documento discute a importância da avaliação psicológica no processo terapêutico da terapia cognitivo-comportamental. A avaliação psicológica fornece elementos importantes para o desenvolvimento do tratamento nesta abordagem. Classificações como CID-10 e DSM-IV facilitam o diagnóstico e a comunicação entre profissionais de diferentes campos. A terapia cognitivo-comportamental tem se desenvolvido com diversos modelos comprovadamente eficazes.
Este documento discute o tratamento da depressão em terapia cognitivo-comportamental. A terapia é baseada em um modelo cognitivo coerente de distúrbio emocional e envolve identificar pensamentos e crenças disfuncionais do paciente para testá-los e substituí-los por pensamentos mais realistas. O documento descreve as etapas da avaliação comportamental e o uso de metáforas para explicar conceitos-chave da terapia ao paciente.
Aula baseada no capítulo "HISTORIA DA TERAPIA COGNITIVA" com os 10 princípios propostos por Aaron Beck (BECK, J.S. Terapia Cognitiva: teoria e prática. Porto Alegre:ARTMED, 1997)
Trabalhando com os pensamentos automáticosSarah Karenina
O documento descreve várias técnicas utilizadas na terapia cognitivo-comportamental para identificar e modificar pensamentos automáticos desadaptativos, incluindo a descoberta guiada de pensamentos, registro de pensamentos, geração de alternativas racionais e exercícios como ensaios cognitivos.
1. A terapia cognitiva baseia-se no modelo cognitivo que analisa como os pensamentos, crenças e interpretações de uma pessoa influenciam suas emoções e comportamentos.
2. Os principais alvos da terapia cognitiva são os pensamentos automáticos, que surgem rapidamente em situações específicas, e as crenças centrais, que são concepções profundamente enraizadas.
3. O terapeuta cognitivo utiliza várias técnicas como registro de pensamentos, imagens mentais e role playing para ajudar o pac
Uma psicoterapia é uma experiência emocional vivida. Como tal, ela não pode na verdade, ser traduzida, transcrita, explicada, compreendida ou contada em palavras.
O documento discute a Terapia Comportamental e Cognitiva (TCC), resumindo:
1) A TCC foca no comportamento manifesto e cognições, visando modificar hábitos não adaptativos através do reforço de comportamentos alternativos.
2) A TCC tem suas origens no behaviorismo e evoluiu para incorporar variáveis cognitivas, originando a terapia cognitiva.
3) Técnicas como dessensibilização sistemática, modelagem e reforço são utilizadas para tratar problemas como fobias.
O documento discute vários tópicos relacionados à psicologia, incluindo diferentes tipos de profissionais da psicologia como psiquiatras, psicanalistas, psicólogos clínicos e psicoterapeutas. Também discute a psicologia do esporte e o papel do psicólogo em promover o desenvolvimento pessoal e a autonomia.
Diagnóstico psicológico e terapia cognitiva considerações atuaisCenira Marcelo
O documento discute a importância da avaliação psicológica no processo terapêutico da terapia cognitivo-comportamental. A avaliação psicológica fornece elementos importantes para o desenvolvimento do tratamento nesta abordagem. Classificações como CID-10 e DSM-IV facilitam o diagnóstico e a comunicação entre profissionais de diferentes campos. A terapia cognitivo-comportamental tem se desenvolvido com diversos modelos comprovadamente eficazes.
O documento discute a importância da conceituação cognitiva na terapia cognitiva, onde o terapeuta desenvolve uma hipótese sobre os pensamentos, crenças e experiências do paciente que contribuem para seus problemas atuais, incluindo crenças centrais, pensamentos automáticos e esquemas cognitivos. A conceituação guia o tratamento, focando na identificação e modificação de crenças disfuncionais.
Os 10 princípios da terapia cognitivo-comportamentalPsicologiaPopular
Os 10 princípios da Terapia Cognitivo Comportamental embasam e dão suporte à teoria. Conheça-os!
Psicóloga: Janaina de Abreu Gaspar - Psicologia Popular
O documento discute os métodos e objetivos da avaliação cognitivo-comportamental. A avaliação é um processo contínuo e recursivo que visa identificar com rigor o problema do paciente. Inclui entrevistas, questionários, observação direta e auto-monitorização para avaliar cognições, comportamentos e emoções.
Palestra a terapia cognitivo comportamentalErika Barreto
O documento fornece um resumo da Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC). Ele descreve como a TCC integra conceitos cognitivos e comportamentais, focando em como pensamentos, crenças e comportamentos se influenciam mutuamente. Também resume algumas das principais técnicas da TCC como relaxamento, dessensibilização sistemática, treino de assertividade e solução de problemas.
O documento discute a importância da contratransferência na terapia cognitivo-comportamental. A contratransferência ocorre quando o paciente desencadeia reações cognitivas, emocionais e comportamentais no terapeuta. Reconhecer a contratransferência permite ao terapeuta melhor entender o paciente e a si mesmo, melhorar a terapia e fornecer feedback valioso ao paciente.
Identificando e mudando as crenças intermediárias - TCCSarah Karenina
O documento discute as crenças dos pacientes e como elas podem ser identificadas e modificadas na terapia cognitivo-comportamental. As crenças são classificadas em centrais e intermediárias e influenciam os pensamentos automáticos. O terapeuta desenvolve uma conceituação cognitiva para mapear estas relações e guiar o tratamento. A modificação das crenças mais profundas requer técnicas como questionamento socrático e experimentos comportamentais.
O documento descreve o que é a psicoterapia, explicando que é um caminho percorrido em conjunto entre o paciente e o terapeuta, onde o terapeuta guia o paciente na descoberta de novas soluções. Descreve também os passos comuns na psicoterapia, como a recolha de dados, definição de objetivos e conceptualização do caso. Realça que o processo foca-se no paciente e que as decisões são tomadas em conjunto.
A terapia do esquema tem como seu enfoque mescla elementos das escolas cognitivo-comportamentais, da teoria do apego, da gestalt, de relações objetais, construtivista e psicanalítica em um modelo conceitual e de tratamento rico e unificador.
O documento descreve uma série de módulos sobre Terapia Cognitiva elaborados por Ana Maria Serra e o Instituto de Terapia Cognitiva de São Paulo. Os oito módulos abordam tópicos como introdução à Terapia Cognitiva, depressão, ansiedade, dependência química, terapia com casais e famílias, e transtornos de personalidade. O objetivo é aprimorar os conhecimentos de estudantes e profissionais da Psicologia sobre os princípios e aplicações da Terapia C
1) O documento discute a Abordagem Centrada na Pessoa, uma abordagem de terapia desenvolvida por Carl Rogers que se opõe aos paradigmas psicanalítico e comportamentalista.
2) A abordagem enfatiza a experiência subjetiva do cliente através da empatia do terapeuta e vê o ser humano como tendo capacidade de escolha e autodeterminação.
3) As condições para mudança terapêutica incluem a compreensão empática do terapeuta, aceitação incondicional do cliente e congru
O documento discute os princípios da medicina quântica, que vê a consciência como fundamental e o corpo como uma possibilidade da consciência. A medicina quântica busca integrar abordagens convencionais e alternativas ao entender a doença e cura no contexto da física quântica e do primado da consciência. O documento também explora diferenças entre medicinas convencional, alternativa e quântica.
O documento descreve uma nova abordagem de psicoterapia breve chamada Psicoterapia Trajetória de Vida desenvolvida pela psicóloga Marisa Oliveira e pelo psiquiatra Mário Simões. A abordagem usa técnicas como hipnose clínica e visualização criativa para ajudar os pacientes a resignificarem positivamente suas vidas através de objetivos definidos a curto prazo.
Aula baseada nos capítulos: 6 - Identificando os Pensamentos Automáticos, 8 - Avaliando os Pensamentos Automáticos e 9 - Respondendo aos Pensamentos Automáticos (in BECK, J.S. Terapia Cognitiva: teoria e prática. Porto Alegre:ARTMED, 1997)
Este artigo fornece uma visão neuroanatômica da ansiedade em 3 frases:
1) A ansiedade envolve circuitos neurais complexos que incluem o sistema cerebral de defesa, o sistema cerebral de aproximação e o sistema inibitório comportamental.
2) Estes sistemas modulam as respostas comportamentais e fisiológicas ao medo e à ansiedade através de estruturas como o hipotálamo, amígdala e sistema septo-hipocampal.
3) Estudos experimentais em animais mape
A psicanalise aplicada a saude mental franciso barretoMarcos Silvabh
O documento discute a aplicação da psicanálise no campo da saúde mental. O autor descreve como a psiquiatria se desenvolveu com base em normas morais de tratamento desde Pinel, enquanto a psicanálise permite pensar uma clínica separada dessas normas através da singularidade subjetiva e responsabilidade do sujeito.
O documento discute os principais campos da psicologia, incluindo psicologia cognitiva, teorias psicanalíticas, psicologia social e psicologia jurídica. Apresenta os conceitos de sensação, percepção e cognição, além de abordar memória, categorização, atenção, tomada de decisão e resolução de problemas.
O documento descreve a história e desenvolvimento da Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) criada por Aaron Beck para tratar a depressão. Beck percebeu que pacientes deprimidos tinham pensamentos negativos automáticos ligados às suas emoções, e passou a ajudá-los a identificar e responder pensamentos irrealistas. Estudos mostraram que a TCC era tão efetiva quanto antidepressivos, estabelecendo-a como tratamento psicológico com evidências científicas.
Este documento descreve 11 técnicas de terapia cognitivo-comportamental frequentemente utilizadas, incluindo psicoeducação, registro de pensamentos disfuncionais, questionamento socrático, técnicas de exposição, desssensibilização sistemática, técnicas de relaxamento, técnicas de habilidades sociais, enfrentamento do estresse, espectador ou observador distante, troca de papéis e parada do pensamento e autoinstrução. O documento explica como cada técnica é aplicada na terapia e como elas
O documento discute a relação entre psicanálise e uso de medicação a partir de um caso clínico. Defende que a prescrição de medicação pode ser considerada como um rearranjo necessário em situações clínicas difíceis, visando garantir condições para o desenvolvimento da subjetividade do paciente.
Este documento discute a psicologia clínica, incluindo suas áreas de atuação como diagnóstico e tratamento, e objetivos como evitar o agravamento de doenças mentais. Também aborda especificidades dos psicólogos clínicos como avaliação e intervenção, e desmistifica alguns mitos sobre a psicologia clínica.
É possível sistematizar a formulação psicodinâmica de caso?Bianca Giannotti
O documento descreve um estudo de caso sobre uma paciente com Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica submetida a psicoterapia. Os autores utilizaram o método CCRT para sistematizar a formulação psicodinâmica do caso, identificando os padrões de relacionamento da paciente nos episódios narrados nas sessões. A aplicação do método permitiu identificar o tema central de conflito da paciente como dificuldade de aceitação da imagem corporal e busca por aceitação em relacionamentos.
O documento discute a importância da conceituação cognitiva na terapia cognitiva, onde o terapeuta desenvolve uma hipótese sobre os pensamentos, crenças e experiências do paciente que contribuem para seus problemas atuais, incluindo crenças centrais, pensamentos automáticos e esquemas cognitivos. A conceituação guia o tratamento, focando na identificação e modificação de crenças disfuncionais.
Os 10 princípios da terapia cognitivo-comportamentalPsicologiaPopular
Os 10 princípios da Terapia Cognitivo Comportamental embasam e dão suporte à teoria. Conheça-os!
Psicóloga: Janaina de Abreu Gaspar - Psicologia Popular
O documento discute os métodos e objetivos da avaliação cognitivo-comportamental. A avaliação é um processo contínuo e recursivo que visa identificar com rigor o problema do paciente. Inclui entrevistas, questionários, observação direta e auto-monitorização para avaliar cognições, comportamentos e emoções.
Palestra a terapia cognitivo comportamentalErika Barreto
O documento fornece um resumo da Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC). Ele descreve como a TCC integra conceitos cognitivos e comportamentais, focando em como pensamentos, crenças e comportamentos se influenciam mutuamente. Também resume algumas das principais técnicas da TCC como relaxamento, dessensibilização sistemática, treino de assertividade e solução de problemas.
O documento discute a importância da contratransferência na terapia cognitivo-comportamental. A contratransferência ocorre quando o paciente desencadeia reações cognitivas, emocionais e comportamentais no terapeuta. Reconhecer a contratransferência permite ao terapeuta melhor entender o paciente e a si mesmo, melhorar a terapia e fornecer feedback valioso ao paciente.
Identificando e mudando as crenças intermediárias - TCCSarah Karenina
O documento discute as crenças dos pacientes e como elas podem ser identificadas e modificadas na terapia cognitivo-comportamental. As crenças são classificadas em centrais e intermediárias e influenciam os pensamentos automáticos. O terapeuta desenvolve uma conceituação cognitiva para mapear estas relações e guiar o tratamento. A modificação das crenças mais profundas requer técnicas como questionamento socrático e experimentos comportamentais.
O documento descreve o que é a psicoterapia, explicando que é um caminho percorrido em conjunto entre o paciente e o terapeuta, onde o terapeuta guia o paciente na descoberta de novas soluções. Descreve também os passos comuns na psicoterapia, como a recolha de dados, definição de objetivos e conceptualização do caso. Realça que o processo foca-se no paciente e que as decisões são tomadas em conjunto.
A terapia do esquema tem como seu enfoque mescla elementos das escolas cognitivo-comportamentais, da teoria do apego, da gestalt, de relações objetais, construtivista e psicanalítica em um modelo conceitual e de tratamento rico e unificador.
O documento descreve uma série de módulos sobre Terapia Cognitiva elaborados por Ana Maria Serra e o Instituto de Terapia Cognitiva de São Paulo. Os oito módulos abordam tópicos como introdução à Terapia Cognitiva, depressão, ansiedade, dependência química, terapia com casais e famílias, e transtornos de personalidade. O objetivo é aprimorar os conhecimentos de estudantes e profissionais da Psicologia sobre os princípios e aplicações da Terapia C
1) O documento discute a Abordagem Centrada na Pessoa, uma abordagem de terapia desenvolvida por Carl Rogers que se opõe aos paradigmas psicanalítico e comportamentalista.
2) A abordagem enfatiza a experiência subjetiva do cliente através da empatia do terapeuta e vê o ser humano como tendo capacidade de escolha e autodeterminação.
3) As condições para mudança terapêutica incluem a compreensão empática do terapeuta, aceitação incondicional do cliente e congru
O documento discute os princípios da medicina quântica, que vê a consciência como fundamental e o corpo como uma possibilidade da consciência. A medicina quântica busca integrar abordagens convencionais e alternativas ao entender a doença e cura no contexto da física quântica e do primado da consciência. O documento também explora diferenças entre medicinas convencional, alternativa e quântica.
O documento descreve uma nova abordagem de psicoterapia breve chamada Psicoterapia Trajetória de Vida desenvolvida pela psicóloga Marisa Oliveira e pelo psiquiatra Mário Simões. A abordagem usa técnicas como hipnose clínica e visualização criativa para ajudar os pacientes a resignificarem positivamente suas vidas através de objetivos definidos a curto prazo.
Aula baseada nos capítulos: 6 - Identificando os Pensamentos Automáticos, 8 - Avaliando os Pensamentos Automáticos e 9 - Respondendo aos Pensamentos Automáticos (in BECK, J.S. Terapia Cognitiva: teoria e prática. Porto Alegre:ARTMED, 1997)
Este artigo fornece uma visão neuroanatômica da ansiedade em 3 frases:
1) A ansiedade envolve circuitos neurais complexos que incluem o sistema cerebral de defesa, o sistema cerebral de aproximação e o sistema inibitório comportamental.
2) Estes sistemas modulam as respostas comportamentais e fisiológicas ao medo e à ansiedade através de estruturas como o hipotálamo, amígdala e sistema septo-hipocampal.
3) Estudos experimentais em animais mape
A psicanalise aplicada a saude mental franciso barretoMarcos Silvabh
O documento discute a aplicação da psicanálise no campo da saúde mental. O autor descreve como a psiquiatria se desenvolveu com base em normas morais de tratamento desde Pinel, enquanto a psicanálise permite pensar uma clínica separada dessas normas através da singularidade subjetiva e responsabilidade do sujeito.
O documento discute os principais campos da psicologia, incluindo psicologia cognitiva, teorias psicanalíticas, psicologia social e psicologia jurídica. Apresenta os conceitos de sensação, percepção e cognição, além de abordar memória, categorização, atenção, tomada de decisão e resolução de problemas.
O documento descreve a história e desenvolvimento da Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) criada por Aaron Beck para tratar a depressão. Beck percebeu que pacientes deprimidos tinham pensamentos negativos automáticos ligados às suas emoções, e passou a ajudá-los a identificar e responder pensamentos irrealistas. Estudos mostraram que a TCC era tão efetiva quanto antidepressivos, estabelecendo-a como tratamento psicológico com evidências científicas.
Este documento descreve 11 técnicas de terapia cognitivo-comportamental frequentemente utilizadas, incluindo psicoeducação, registro de pensamentos disfuncionais, questionamento socrático, técnicas de exposição, desssensibilização sistemática, técnicas de relaxamento, técnicas de habilidades sociais, enfrentamento do estresse, espectador ou observador distante, troca de papéis e parada do pensamento e autoinstrução. O documento explica como cada técnica é aplicada na terapia e como elas
O documento discute a relação entre psicanálise e uso de medicação a partir de um caso clínico. Defende que a prescrição de medicação pode ser considerada como um rearranjo necessário em situações clínicas difíceis, visando garantir condições para o desenvolvimento da subjetividade do paciente.
Este documento discute a psicologia clínica, incluindo suas áreas de atuação como diagnóstico e tratamento, e objetivos como evitar o agravamento de doenças mentais. Também aborda especificidades dos psicólogos clínicos como avaliação e intervenção, e desmistifica alguns mitos sobre a psicologia clínica.
É possível sistematizar a formulação psicodinâmica de caso?Bianca Giannotti
O documento descreve um estudo de caso sobre uma paciente com Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica submetida a psicoterapia. Os autores utilizaram o método CCRT para sistematizar a formulação psicodinâmica do caso, identificando os padrões de relacionamento da paciente nos episódios narrados nas sessões. A aplicação do método permitiu identificar o tema central de conflito da paciente como dificuldade de aceitação da imagem corporal e busca por aceitação em relacionamentos.
1) A prática psicológica altera o funcionamento neural e as descobertas da neurociência devem ser levadas em conta.
2) O ambiente e relações sociais impactam o desenvolvimento cerebral e a prática psicológica pode promover mudanças neurais.
3) Os cursos de psicologia devem incorporar conhecimento neurobiológico para melhorar a formação e compreensão dos efeitos da psicoterapia.
Psicologia Cognitivo Comportamental Aplicada No ExercíCio Da OdontologiaThiago de Almeida
O documento discute a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) e como suas técnicas cognitivas e comportamentais podem ser usadas para tratar problemas psicológicos. A TCC ajuda as pessoas a pensarem de forma mais efetiva, identificando pensamentos irracionais relacionados a problemas como depressão, ansiedade e fobias. A hipnose também é discutida como um procedimento que pode ser usado para relaxar pacientes em procedimentos odontológicos.
O documento descreve as principais estratégias da terapia cognitivo-comportamental para o tratamento de transtornos alimentares. A terapia cognitivo-comportamental é uma intervenção breve e orientada para metas que aborda fatores cognitivos, emocionais e comportamentais. As estratégias incluem a modificação de crenças disfuncionais, o controle de comportamentos compulsivos e o desenvolvimento da auto-estima. Vários estudos indicam que a terapia cognitivo-comportamental melhora os sintomas dos tran
O documento discute os fundamentos teóricos e as técnicas da Terapia Cognitivo-Comportamental. A terapia integra conceitos cognitivos e comportamentais para entender e modificar pensamentos, crenças e comportamentos disfuncionais. Várias técnicas são descritas, incluindo relaxamento, dessensibilização sistemática, treino de assertividade e solução de problemas.
(1) O documento discute a importância da ética na terapia comportamental e cognitiva, especialmente no que se refere ao potencial impacto da terapia nos valores e estilo de vida dos pacientes. (2) É comum que os valores dos pacientes convergem para os valores dos terapeutas ao fim da terapia. (3) As diretrizes éticas são importantes para garantir os direitos dos pacientes e também proteger os terapeutas.
Aula 02_Aconselhamento e Psico. Breve[1].pptxCarlaNishimura3
(a) A psicoterapia breve objetiva fornecer intervenção terapêutica de curta duração com objetivos e foco bem definidos;
(b) Ela se baseia no tripé de foco, estratégias e objetivos, com ênfase no diagnóstico, delimitação do foco e estratégias clínicas para atingir os objetivos em tempo limitado;
(c) Diferente da psicoterapia clínica, a breve requer planejamento, duração definida e diretividade do terapeuta para conduz
Atualidades em Psicologia ÊNFASE INTERVENÇÕES PSICOLÓGICAS EM CLÍNICAniviaferreira4
O documento apresenta uma disciplina de Psicologia Clínica que discute as principais abordagens teóricas e intervenções psicológicas contemporâneas, incluindo a ênfase nas perspectivas biológica, psicodinâmica, comportamental, cognitivo-comportamental, humanística, positiva e evolucionista. Também aborda o uso da tecnologia na clínica e as novas modalidades de terapias online.
A Terapia Cognitivo-Comportamental lida com pensamentos, emoções e comportamentos para modificá-los, utilizando técnicas como terapia do esquema emocional e reestruturação cognitiva. Embora as emoções sejam importantes, os pacientes muitas vezes têm dificuldade em lidar com elas. O documento discute como a Terapia Cognitiva pode ajudar os pacientes a entenderem e aceitarem suas emoções através de diversas técnicas.
O documento descreve a história e origens da Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC). A TCC surgiu nos anos 1960 com os trabalhos de Aaron Beck sobre a influência dos pensamentos nos sentimentos e comportamentos. Outros teóricos como Albert Ellis também contribuíram para o desenvolvimento da TCC. O documento explica conceitos-chave da TCC como pensamentos automáticos, crenças centrais e intermediárias.
Este documento apresenta um resumo do primeiro volume da coleção "Psicoterapias Cognitivo-Comportamentais" que discute a Terapia Cognitivo-Comportamental. O prefácio contextualiza o crescimento da TCC nos últimos 30 anos e revisa evidências de sua eficácia. Os capítulos abordam a história, conceitos e prática da TCC, técnicas de avaliação cognitivo-comportamental e aplicação da TCC em crianças e adolescentes.
Este documento fornece orientações gerais sobre psicoterapia utilizando a abordagem da Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC). Ele discute conceitos como análise funcional, excessos comportamentais, regras para atendimentos, inventários e testes, e dividindo o tempo de fala entre terapeuta e paciente. O objetivo é estabelecer um modelo de tratamento estruturado baseado em evidências para auxiliar pacientes a reconhecer e modificar padrões disfuncionais de pensamento e comportamento.
O documento discute a contribuição da análise do comportamento para as áreas da saúde e das organizações. A análise do comportamento pode ajudar a entender como os padrões comportamentais afetam a saúde e como as práticas organizacionais influenciam a produtividade e motivação dos funcionários. A abordagem comportamental se concentra nas interações entre o indivíduo e o ambiente para promover mudanças de comportamento saudáveis.
Este documento discute possíveis articulações entre a estratégia de redução de danos em saúde pública e as contribuições da psicanálise na clínica das toxicomanias. Apresenta a redução de danos como uma estratégia clínica importante que viabiliza modificações no imaginário em torno do uso de drogas e cria condições favoráveis para o acolhimento do sujeito toxicômano. Também discute como a psicanálise pode questionar pressupostos que agravam o sofrimento psíquico dos usuários.
Este documento discute possíveis articulações entre a estratégia de redução de danos em saúde pública e as contribuições da psicanálise no campo da clínica das toxicomanias. A redução de danos pode viabilizar modificações no imaginário em torno do uso de drogas e criar condições favoráveis para acolhimento e construção de demanda analítica no usuário. A psicanálise questiona consensos e ajuda a problematizar abordagens que agravam o sofrimento psíquico. Há desafios em equilibr
A terapia cognitivo-comportamental surgiu na década de 1970 combinando técnicas cognitivas e comportamentais. Ela se baseia na premissa de que pensamentos, emoções e comportamentos estão interligados, e foca em identificar e modificar pensamentos distorcidos que levam a problemas emocionais. O objetivo é ensinar pacientes a reconhecer padrões de pensamento e desenvolver novas perspectivas mais realistas e adaptativas.
Semelhante a Terapias cognitiva e_cognitivo-comportamental_em_d (20)
Este documento discute o uso de substâncias psicoativas no Brasil, abordando a história do consumo de álcool e outras drogas na cultura brasileira, os fatores de risco para o uso abusivo e a dependência, e a epidemiologia do uso de drogas no país.
ЇЇ Reconhecer a importância da motivação no tratamento da dependência
química.
ЇЇ Identificar a técnica da Entrevista Motivacional (EM).
ЇЇ Identificar a técnica da Intervenção Breve (IB).
A Arteterapia como Facilitadora do Processo de Individuaçãotania m f contrim
Este documento discute o papel da arteterapia como facilitadora do processo de individuação. Apresenta o conceito de autoconhecimento e criatividade na psicologia analítica de Jung e como as linguagens artísticas podem ser usadas na arteterapia para apoiar a individuação. Discutem-se os conceitos de inconsciente coletivo, arquétipos e mandalas e como o processo criativo pode promover a integração corpo-mente-emoção necessária para a individuação. Conclui-se que a arteterapia pode desbloque
O documento discute como fluir com a inteligência cósmica permitindo que o universo conspire a seu favor. Sugere abandonar expectativas e se concentrar no presente, deixando que forças maiores dirijam os acontecimentos. Também fala sobre se conectar com a intuição e viver de acordo com valores internos.
1) O documento discute a definição e classificação da dependência do álcool ao longo da história, desde os tempos mais remotos até as definições atuais da OMS.
2) Aborda os aspectos farmacológicos do etanol e seu metabolismo no organismo, assim como os sinais e sintomas relacionados ao uso agudo e crônico de álcool.
3) Apresenta as definições de padrões de consumo de álcool, distinguindo uso moderado, beber pesado e beber pesado episó
23545 dinamica e_animacao_de_grupos___m_formador (1)tania m f contrim
O documento descreve várias técnicas de dinâmica de grupo, incluindo:
1) Role playing ou Jogo de Papéis, que envolve a representação de situações por participantes;
2) Brainstorming, que estimula a criatividade dos participantes para gerar ideias sobre um problema;
3) Outras técnicas como Phillips 6x6, Encadeamento de Conhecimentos, Discussão Livre e Seminário. O objetivo é promover o desenvolvimento pessoal e resolução de problemas por meio da participação ativa dos membros do grupo.
Concepção, gravidez, parto e pós-parto: perspectivas feministas e interseccionais
Livro integra a coleção Temas em Saúde Coletiva
A mais recente publicação do Instituto de SP traça a evolução da política de saúde voltada para as mulheres e pessoas que engravidam no Brasil ao longo dos últimos cinquenta anos.
A publicação se inicia com uma análise aprofundada de dois conceitos fundamentais: gênero e interseccionalidade. Ao abordar questões de saúde da mulher, considera-se o contexto social no qual a mulher está inserida, levando em conta sua classe, raça e gênero. Um dos pontos centrais deste livro é a transformação na assistência ao parto, influenciada significativamente pelos movimentos sociais, que desde a década de 1980 denunciam o uso irracional de tecnologia na assistência.
Essas iniciativas se integraram ao movimento emergente de avaliação tecnológica em saúde e medicina baseada em evidências, resultando em estudos substanciais que impulsionaram mudanças significativas, muitas das quais são discutidas nesta edição. Esta edição tem como objetivo fomentar o debate na área da saúde, contribuindo para a formação de profissionais para o SUS e auxiliando na formulação de políticas públicas por meio de uma discussão abrangente de conceitos e tendências do campo da Saúde Coletiva.
Esta edição amplia a compreensão das diversas facetas envolvidas na garantia de assistência durante o período reprodutivo, promovendo uma abordagem livre de preconceitos, discriminação e opressão, pautada principalmente nos direitos humanos.
Dois capítulos se destacam: ‘“A pulseirinha do papai”: heteronormatividade na assistência à saúde materna prestada a casais de mulheres em São Paulo’, e ‘Políticas Públicas de Gestação, Práticas e Experiências Discursivas de Gravidez Trans masculina’.
Parabéns às autoras e organizadoras!
Prof. Marcus Renato de Carvalho
www.agostodourado.com
1. Revista Brasileira de Psiquiatria
ISSN 1516-4446 versão impressa
Rev. Bras. Psiquiatr. v.26 supl.1 São Paulo maio 2004
Terapias Cognitiva e Cognitivo-Comportamental em
dependência química
Cláudio Jerônimo da SilvaI
; Ana Maria SerraII
I
Unidade de Pesquisa em Álcool e Droga (UNIAD) - Departamento de Psiquiatria -
Universidade Federal de São Paulo, Escola Paulista de Medicina (UNIFESP/EPM) e
Associação Brasileira de Psicoterapia Cognitiva (ABPC)
II
Instituto de Terapia Cognitiva (ITC) - São Paulo e Associação Brasileira de Psicoterapia
Cognitiva
Endereço para correspondência
RESUMO
Este artigo descreve o estado atual da Terapia Cognitiva, Comportamental, Prevenção
de Recaída e Treinamento de Habilidades no tratamento de usuários de drogas. O
objetivo é apresentar uma revisão sobre teorias e técnicas da Terapia Cognitiva e
outras abordagens que dela derivam.
Terapias Cognitiva e Comportamental, bem como Prevenção da Recaída e Treinamento
de Habilidades, são tratamentos limitados no tempo, orientados em uma meta, e que
utilizam sessões estruturadas, assumindo, assim, uma postura diretiva e ativa.
Nós salientamos algumas diferenças entre Terapia Cognitiva, Prevenção de Recaída e
Treinamento de Habilidades. A Terapia Cognitiva tem seu foco prioritariamente nos
pensamentos, crenças, sentimentos e circunstâncias, como base do comportamento
disfuncional. A Prevenção de Recaída e o Treinamento de Habilidades baseiam-se nas
teorias comportamentais, além da teoria Cognitiva. Esperamos apresentar os últimos
achados científicos para ajudar o psiquiatra geral a melhorar o tratamento da
dependência química.
Descritores: CognitivoTerapia Cognitiva. Terapia Comportamental. Prevenção &
controle. Dependência a substâncias.
Introdução
Nas últimas décadas, houve um grande avanço no uso clínico da Terapia Cognitiva (TC)
aplicada a diversos transtornos psiquiátricos - transtorno de ansiedade; transtorno de
personalidade; transtornos alimentares; diversas situações de crise1
e transtornos
relacionados ao uso de substâncias psicoativas.2,3,4,5
Esse interesse sobre TC se deve
aos resultados promissores de pesquisas controladas que confirmaram sua eficácia
para o tratamento da depressão quando comparada a grupos-controles.6
A partir de
então, a Terapia Cognitiva,6,7,8
a Terapia Comportamental (BT)9
e a Terapia Cognitivo-
2. Comportamental (TCC)10,11
foram pesquisadas para outros transtornos mentais e
mostraram-se eficazes, em vários estudos clínicos, para o tratamento da dependência
química e dos outros transtornos psiquiátricos.
Este artigo não pretende esgotar o assunto das terapias de linhas comportamentais e
cognitivas. Ele se propõe a discutir com mais detalhes: 1) as teorias cognitivas e
comportamentais; 2) as principais técnicas da TC; e 3) as técnicas utilizadas pela
Prevenção de Recaída (PR)8
e Treinamento de Habilidades (TH).13
O elo entre a teoria cognitiva e a teoria comportamental
Pela teoria cognitiva, a dependência química resulta de uma interação complexa entre
cognições (pensamentos, crenças, idéias, esquemas, valores, opiniões, expectativas e
suposições);14
comportamentos; emoções; relacionamentos familiares e sociais;
influências culturais; e processos biológicos e fisiológicos.11
A TC, obviamente, focaliza
primordialmente os processos cognitivos.12,15
Estes, por sua vez, interagem com os
sistemas emocionais, ambientais e fisiológicos, determinando se uma pessoa terá
maior ou menor probabilidade de ser dependente.16,17
A prática clínica da TC prescinde da teoria.3
Assim, a TC pode ser considerada a
aplicação da teoria cognitiva de psicopatologia a um caso individual.15,18
Ela relaciona
os vários transtornos psiquiátricos a variáveis cognitivas específicas e se fundamenta
em diversos princípios formais e abrangentes.10,11
Na teoria da TC, a natureza e a
função do processamento de informação e de atribuição de significados aos
acontecimentos da realidade constituem a chave para entender o comportamento mal-
adaptado.11
A teoria comportamental da dependência química tem seu foco nas teorias do
aprendizado social (condicionamento clássico, aprendizagem instrumental e
modelagem),9
que será detalhado mais adiante. Entretanto, cognições e
comportamentos têm intima relação.3
A teoria cognitiva tem como uma de suas
premissas básicas o fato de que a cognição tem primazia sobre a emoção e sobre o
comportamento.19
Em outras palavras, para a teoria cognitiva, mais importante que a
situação real são as cognições associadas a elas. São as avaliações atribuídas à
situação específica que influenciam as emoções e os comportamentos.19,15
Além disso,
no processo terapêutico, as mudanças cognitivas precedem as mudanças emocionais e
comportamentais.19
Embora haja significativas diferenças entre a teoria cognitiva e a teoria
comportamental, tem sido debatido, ultimamente, que a teoria cognitiva constitui-se
como unificadora para a psicoterapia e para a psicopatologia.10
A TC utiliza um
conjunto de técnicas dentro do enquadre do modelo cognitivo da psicopatologia,12
mas
utiliza também técnicas derivadas dos modelos comportamentais.10
Dada esta
complexa relação, recomendamos que a Terapia Cognitiva, a Terapia Comportamental
e, principalmente, a combinação delas, sejam aplicadas por profissionais devidamente
treinados, com formação e que dominem o conhecimento teórico.1,10
Já a Prevenção de
Recaída8
e o Treinamento de Habilidade13
não consistem formalmente num modelo de
terapia. A PR e o TH assentam-se nas teorias cognitivas e comportamentais e sua
aplicação clínica baseia-se em técnicas mais aprimoradas para o comportamento de
uso de drogas. Portanto, a PR e o TH são ideais para serem utilizados pelos psiquiatras
gerais, com treinamento adequado, sem a necessidade da formação nem das
supervisões recomendadas por Beck, no caso da TC e TCC.20
Teorias e técnicas comportamentais aplicadas à dependência
química
Vários estudos controlados, aleatórios, mostraram a eficácia da BT para redução do uso
de drogas e problemas associados.9
Ela pode ser aplicada em diferentes locais
(ambientes hospitalares, ambulatoriais e domiciliares) e em diferentes modalidades
(individual, grupal e familiar).9
A BT dispõe de diversas técnicas, descritas a seguir, e
3. ainda pode ser combinada com outras modalidades de tratamento, como a Entrevista
Motivacional.21
A BT se concentra em estratégia para modificação e melhora do estado
motivacional22,23
e explora comportamentos associados ao uso de drogas, com vistas a
mudar o estilo de vida e os comportamentos de risco para uso de droga.8
Teorias, técnicas e estrutura das sessões
As teorias que sustentam a BT remontam às clássicas experiências laboratoriais do
início do século XX, que representaram um marco na história da psicologia.24,25,26
Descrevemos a seguir as principais teorias.
Teoria do Aprendizado Social
De acordo com Heather, 199726
, o homem não é um ser totalmente racional. Persistem,
na espécie homo sapiens, processos instintivos.22,23,24
Este mecanismo instintivo
permite que as pessoas ajam pelos meios aos quais estão mais acostumadas a fazê-lo.
A teoria do Aprendizado Social24
estuda, de forma sistemática, como os humanos
aprendem a agir, pensar e sentir em determinadas circunstâncias.24
Esse aprendizado
se dá em diversos níveis, mas destacaremos, aqui, os dois principais: condicionamento
clássico25
e aprendizagem instrumental.26
1. Condicionamento clássico
Pavlov, 1904,26
conduziu um experimento em laboratório que demonstrou que um
estímulo neutro poderia ser transformado em estímulo condicionado pelo aprendizado.
Ao tocar um sino (estímulo neutro) e oferecer carne repetidas vezes a um cão (estímulo
não-condicionado), este salivava. Depois de certo tempo, ao tocar o sino, mesmo na
ausência da recompensa, o cão ainda salivava. O barulho do sino passou a ser um
estímulo condicionado ao alimento e a salivação se tornou uma resposta condicionada
ao barulho do sino.24
Este modelo pode ser aplicado aos comportamentos humanos.
Chidress et col., 1993,24
mostrou a relação entre a exposição de pacientes a
determinadas situações, lugares, objetos e pessoas, com a reação deles a estes sinais
e afirmou que esse conhecimento poderia ser útil para melhorar a habilidade de
enfrentamento dos pacientes ao uso de drogas.
Observemos que o foco da teoria comportamental está nas situações de alto risco e no
comportamento de uso de droga.9
A teoria cognitiva tem seu foco voltado às cognições
que evocam a fissura e aos pensamentos e crenças que facilitam o comportamento de
busca e de uso da droga.27,28,29
Baseando-se nesses princípios, o terapeuta comportamental faz um mapeamento,
junto com o paciente, sobre as situações, lugares, companhias, etc, que estão
condicionados ao uso da droga. Ele ajuda o paciente a reconhecer estes sinalizadores8
e a traçar novos comportamentos, visando desfazer alguns estímulos que se
condicionaram ao uso da droga.27,28,29
2. Aprendizagem instrumental
Esta teoria decorre da existência de primórdios biológicos que atraem os humanos para
a busca de prazer imediato e evitação das situações que os privem de satisfação ou
imponham sofrimento.24
O maior expoente do condicionamento operante foi Skinner.25
Ele demonstrou que reforços positivos (satisfatórios) ou negativos (desprazer)
influenciavam o comportamento. A BT postula que a vida do dependente químico é
desprovida das recompensas cotidianas (contatos sociais, amigos, diversões). Além
disso, os pacientes têm dificuldades para lidar com afetos negativos, críticas ou
frustrações.9
Por outro lado, os próprios efeitos bioquímicos da droga provocam sintomas
desagradáveis e disfóricos na ausência dela. De acordo com a Teoria da Aprendizagem
Instrumental, a droga representa um reforço positivo momentâneo para o paciente que
não encontra recompensas em outros comportamentos.9
O terapeuta comportamental encoraja o paciente a encontrar prazer em outras
situações que não ofereçam riscos e ajuda no manejo da síndrome de abstinência, com
vistas a encontrar outras recompensas que não sejam pelo uso da droga.30
4. Atualmente, com os avanços das pesquisas neuroquímicas em dependência química,
esta técnica pode ser questionada por dois caminhos: 1) Pesquisas recentes postulam
a hipótese de que algumas pessoas apresentam uma dificuldade biologicamente
determinada para obter prazer em atividade cotidianas e tendem a buscá-lo em
atividades de risco como esportes radicais e uso de drogas. Postulou-se que essas
pessoas tinham "Deficiência do Sistema de Recompensa Cerebral".31
Embora ainda não
comprovada, esta teoria invalidaria a técnica de busca por atividades prazerosas em
coisas simples. 2) Na busca por outras atividades recompensadoras, o paciente pode
manter algumas cognições distorcidas. Ele pode esperar que encontre em alguma
atividade livre de riscos o mesmo prazer, intenso e imediato, ocasionado no momento
de uso de droga. Entretanto, por questões óbvias, nenhum prazer se equipara àquele
ocasionado pela droga e o paciente pode se frustrar e passar a não acreditar na terapia
e no terapeuta. O terapeuta comportamental deve estar atento a estas questões, para
não gerar expectativas infundadas.
Outra técnica, utilizada com base na Teoria da Aprendizagem Instrumental, são as
abordagens psicossociais descrita por Budney e Higgins.32,33
Eles incorporaram na
terapia alguns reforços positivos - os Vouchers.34
Este programa de tratamento
necessita de três amostras semanais de urina para screening de droga. Na ausência de
droga ao exame, o paciente recebe um sistema de Vouchers atribuindo pontos que
podem ser trocados por objetos consistentes com um estilo de vida sem drogas, como
artigos desportivos e bilhetes para espetáculos culturais e cinemas.
Em dois estudos clínicos controlados, Higgins e colaboradores, 1991 e 199332,33
,
observaram alta taxa de aceitação, retenção e abstinência nos pacientes que seguiram
o programa baseado em Vouchers, quando estes foram comparados aos pacientes que
receberam o tratamento padrão. Ao substituir os Vouchers por outras formas de
incentivos de menor valor, os desfechos não apresentaram diferenças significativas se
comparados ao sistema de Vouchers.34
Teoria e técnica cognitiva aplicada à dependência química
A TC é uma abordagem estruturada ou semi-estruturada, diretiva, ativa e de prazo
limitado.19,20
Ela se fundamenta na racionalidade teórica de que o afeto e o
comportamento de um indivíduo são, em grande parte, determinados pelo modo como
ele estrutura o mundo.6,20
Neste sentido, mais importante do que a situação real, é a
avaliação que o indivíduo faz a respeito dela. Uma mesma situação pode, portanto,
desencadear diferentes emoções (tristeza, raiva, ansiedade, etc). Por exemplo,
imaginemos um indivíduo que chega à garagem do seu prédio e percebe que esqueceu
as chaves do carro no apartamento. Ele pode avaliar esta situação de várias maneiras.
Exemplifiquemos duas: 1) ao perceber que está sem as chaves, ele pode pensar que é
uma pessoa "azarada" e que seu dia começara ruim; a emoção que acompanha essa
avaliação é tristeza e desânimo. Com este sentimento, seu desempenho no trabalho
tende a ser baixo. 2) ele pode, ao contrário, pensar que, se subir ao apartamento para
pegar as chaves, vai se atrasar. A emoção que ocorre neste caso é ansiedade. Ele
chega ao trabalho tão ansioso que não consegue seguir a programação do dia: seu
desempenho também cai.
O objetivo da TC é reestruturar as cognições disfuncionais e dar flexibilidade cognitiva
no momento de avaliar situações específicas.15
como a exemplificada acima. A TC visa
à resolução de problemas focais, objetivando, em ultima análise, dotar o paciente de
estratégias cognitivas para perceber e responder ao real de forma funcional.19,20
A TC contrasta com a BT por dar maior ênfase às experiências internas (pensamentos,
sentimentos, desejos).13,35
O terapeuta cognitivo formula as idéias e crenças
disfuncionais do paciente sobre si, sobre suas experiências e sobre seu futuro em
hipóteses e, então, testa a validade dessas hipóteses de uma forma objetiva e
sistemática.15
Os pilares conceituais da prática de TC são os seguintes15
:
- Esquemas e Crenças Básicas
5. Os Esquemas são estruturas psíquicas que contêm avaliações firmemente
estabelecidas.19
O Esquema, se traduzido em palavras, forma criações hipotéticas
chamadas de Crenças Básicas.19,15
As Crenças Básicas, quando disfuncionais,
caracterizam-se por serem irracionais, supergeneralizadas e rígidas. Levam a
sofrimento psíquico e comportamentos mal adaptados, além de impedirem a realização
de metas.19,15
O Quadro I mostra alguns exemplos de Esquemas Cognitivos
disfuncionais e suas respectivas Crenças Básicas.
Segundo Beck20
, as Crenças Básicas disfuncionais podem ser classificadas em dois
tipos: 1) Crenças de Desamparo e 2) Crenças de "Não ser querido". O Quadro II
exemplifica as crenças mais freqüentes na clínica e as classifica nestas duas
categorias.15,20
- Pensamentos automáticos
As Crenças Centrais Básicas são avaliações genéricas sobre si mesmo, sobre o outro e
sobre a relação com o mundo que o cerca. Na maioria das vezes, tais crenças não são
conhecidas e claras para o indivíduo (são inconsciente) mas, sob determinadas
circunstâncias, influenciam a percepção sobre as coisas e é expressa como
pensamento automático, específico a uma situação.5,15.19
Os pensamentos automáticos
derivam de um "erro" cognitivo19
e têm íntima relação com as crenças. O Quadro III
exemplifica alguns erros cognitivos e pensamentos a eles associados.19
6. - Estratégia compensatória
São comportamentos que visam aliviar ou anular os pensamentos automáticos e
emoções negativas.15,19
Por exemplo, imaginemos um paciente músico, diante de uma
situação na qual vai se apresentar publicamente. Ocorre-lhe um pensamento: "Vou
errar". Lembrando que o pensamento automático é uma constatação inflexível, o
paciente sente-se triste, com medo e ansioso. Ele, então, faz uma suposição: "se eu
beber, conseguirei ficar menos ansioso e poderei me apresentar". Pede uma bebida
alcoólica e bebe. O comportamento de busca e ingestão do álcool é um exemplo de
Estratégia Compensatória.
Poderíamos nos perguntar: por que esse conjunto de cognições ocorreu? Uma
explicação possível seria a seguinte: o fato de ser exposto a essa situação ativou, neste
paciente, um Esquema disfuncional que, em palavras, seria: "Sou inadequado"; "Sou
incapaz". A partir desta ativação, desencadeou-se todo o processo cognitivo descrito.
O terapeuta cognitivo chega a hipóteses semelhantes à descrita acima ao longo do
processo terapêutico.19
Ele vai testando, reconstruindo suas hipóteses e se
aproximando da Estrutura Cognitiva do paciente. Essa construção da hipótese cognitiva
global é chamada de Conceituação Cognitiva, cujo conceito segue abaixo.
- Conceituação Cognitiva
A Conceituação Cognitiva é uma hipótese sobre pensamentos, suposições, emoções e
crenças do paciente. Ela pode ser reformulada no decorrer da terapia, à medida que
novas informações e evidências vão se reunindo.15,19
Formulação da hipótese de Conceituação Cognitiva
Tentemos, através da analise da Figura I, entender como o terapeuta cognitivo
constrói a hipótese da Conceituação Cognitiva.
7. As experiências de vida precoce podem influenciar o desenvolvimento de uma Crença
Básica disfuncional.5,15
Imaginemos o seguinte exemplo: um paciente com diagnóstico
de Uso Nocivo do Álcool e Episódio Depressivo relata, em sua história infantil, que o pai
era extremamente crítico, desvalorizava o que ele fazia e o comparava com o irmão
mais velho o tempo todo. O paciente, no plano inconsciente, começa a formular,
através destas e outras experiências, uma hipótese sobre si mesmo (sua auto-eficácia,
sua condição de ser querido, etc), formando os Esquemas.19
Essa avaliação sobre si
mesmo, em palavras, compõe a Crença Básica.19
Por exemplo, constroem-se algumas
crenças, tais como "não sei fazer nada certo", "meu pai não gosta de mim", "não sou
uma pessoa querida". A partir da crença, o paciente faz algumas suposições.19
Por
exemplo: "não sou querido porque não faço nada certo, logo, se eu me esforçar muito,
eu conseguirei fazer algo bem feito e, se nunca errar, meu pai gostará de mim". Essas
suposições influenciarão, inevitavelmente, o seu comportamento.19
Diante de situações
específicas, essas crenças e suposições serão ativadas e ele desenvolverá padrões
comportamentais denominados de Estratégias Compensatórias.19
As Estratégias
Compensatórias visam aliviar a aflitiva Crença Básica.15
Diversas situações de vida
podem ativar a mesma Crença Básica. Entretanto, para cada situação, o
comportamento pode variar. Observemos o exemplo:
O paciente que apresentamos acima pode ser exposto a duas situações distintas.
- Situação 1: após a aula, ele está deitado, sozinho, no seu quarto, refletindo sobre
seu desempenho acadêmico. Ocorre-lhe, então, um pensamento automático: "sou o
pior aluno". A este pensamento ele atribui um significado: "Eu sou incapaz". A emoção
que decorre dessa cognição é tristeza e uma sensação vívida de fracasso. Então, ele
decide parar de estudar. Observemos que, de forma genérica, a situação ativou um
8. Esquema de Incapacidade que fora construído ao longo da vida do paciente, através de
sua história infantil e experiências precoces. O Esquema influencia a formulação de
pensamentos que sejam compatíveis com o seu conteúdo. Para um conteúdo de
Incapacidade, o pensamento é "sou o pior". Este, por sua vez, influencia a emoção, que
mantém coerência com o pensamento e Esquema. O paciente, então, sente-se triste e
seu comportamento é abandonar a escola. Observemos que o comportamento
"abandonar a escola" é uma Estratégia Compensatória de fuga para aliviar o Esquema
de Incapacidade.
- Situação 2: Ao estudar um texto sobre gramática, o paciente acha o conteúdo difícil
e percebe que precisa ler o texto outra vez e pensa: "vou perder a tarde por culpa
deste professor que me exigiu estudar gramática" e "eu não sou inteligente o
suficiente para aprender isso". A emoção evocada é irritação e tristeza. Ele fecha o
livro e vai beber. Neste exemplo, a situação ativou Esquemas de Vulnerabilidade e
Incapacidade. O comportamento de fechar o livro e beber foi uma Estratégia
Compensatória que o auxiliará a lidar com os Esquemas ativados.
Observando a Figura II, notamos que, ao ter contato com a droga, o paciente
desenvolve um outro grupo de crenças relacionadas à situação "usar droga". As
crenças relacionadas à droga mantêm uma relação coerente com as Crenças Básicas
de caráter mais genérico. Assim, o modelo cognitivo postula que a dependência é
resultado da interação entre o contato inicial com a droga e as cognições que se
formarão por influência das Crenças Básicas. Não são, portanto, todas as pessoas que,
ao ter contato com a droga, desenvolverão dependência.
As crenças relacionadas às drogas são de duas naturezas: 1) facilitadoras e 2) de
expectativas positivas.12,16,17
O paciente, ao avaliar sua situação de estudante como
muito árdua, começa a pensar que "merece" descontrair-se no bar durante o período
da tarde; que beber "melhora o estresse"; e que vai ser "agradável a conversa com os
amigos". Estas crenças são suficientes para eliciar pensamentos automáticos como
"vou beber" e desencadear a fissura.17
Outras crenças, agora na vigência da fissura,
aparecem: são Crenças Facilitadoras. Por exemplo, "não consigo suportar a vontade";
9. "só há um modo de melhorar essa vontade: usar!". Esse conjunto de cognições
impulsiona o paciente ao uso, fechando um ciclo cognitivo para o uso continuado da
droga.
Estrutura das sessões de TC
A TC é uma abordagem de forma estruturada, diretiva, focal e de prazo limitado (12 a
24 sessões).2,5,19,20
Ela se baseia numa relação genuína entre paciente e terapeuta,
pautada pela empatia e colaboração mútua.19,20
A primeira sessão pode ser estruturada
como segue:15,19
1. Estabelecer uma agenda explicitamente, por escrito, para a sessão;
2. Estabelecer o início de uma relação empática;
3. Identificar o foco principal da terapia;
4.Coletar informações (queixa atual, história do problema, antecedentes,
comorbidades);
5. Utilizar as informações e queixa para estabelecer uma meta compartilhada com o
paciente;
6. Educar o paciente sobre a metodologia utilizada na terapia;
7. Iniciar um raciocínio teórico visando à construção da Conceituação Cognitiva;
8. Estabelecer um contrato de parceria com a participação do paciente, incluindo
custos, a necessidade dos deveres entre as consultas e o sigilo.
As demais sessões podem ser estruturadas da seguinte maneira:15,19
1. Construir uma agenda para a sessão, baseando-se nos acontecimentos da semana,
na demanda do paciente e no foco da terapia (breve atualização, por exemplo sobre o
uso de droga) e nas metas estabelecidas;
2. Fazer uma ponte com a sessão anterior;
3. Revisar a tarefa de casa;
6. Discutir os tópicos do roteiro estabelecido na agenda (item 1);
7. Estabelecer a nova tarefa de casa;
8. Fazer um resumo do que foi discutido na sessão e dar feedback.
Técnicas utilizadas pela Terapia Cognitiva15,16,19
As técnicas utilizadas visam identificar, testar a realidade e corrigir as conceituações
cognitivas distorcidas.15,20
O paciente é instruído sobre seu problema e sobre a
terapia.19
A própria terapia é uma experiência de aprendizado para o paciente.19
Durante o processo terapêutico, o paciente aprende as técnicas utilizadas pelo
terapeuta para que se torne o seu próprio terapeuta. São utilizadas as seguintes
técnicas:15,16,17,19,20,28
1) Monitoramento dos pensamentos automáticos negativos. Pode
ser utilizado um diário no qual o paciente registra seus pensamentos e as situações
que o eliciaram; 2) Traçar as conexões entre a cognição, o afeto e o comportamento; 3)
Realizar uma reestruturação cognitiva examinando os pensamentos automáticos
disfuncionais e lidando com eles: procurar evidências a favor e contra (teste de
realidade); desafiá-los com questões do tipo: "o que de pior vai acontecer?", "quais são
meus recursos reais para lidar com isso?"; avaliar a real importância dos pensamentos,
procurando não catastrofizar, distanciar-se deles, ou enfrentá-los; 4) Mapear as
cognições tendenciosas e procurar alternativas de avaliação mais orientadas na
realidade, adquirindo flexibilidade cognitiva; 5) Identificar e alterar as Crenças Básicas
que predispõem a fazer avaliações distorcidas de suas experiências; e, por fim, 6) Lidar
com imagens disfuncionais, eliciando-as e modificando-as.
Prevenção da Recaída (PR)
Marlatt8
descreve: "A Prevenção de Recaída é um programa de automanejo que visa
melhorar o estágio de manutenção do Processo de Mudança de Hábitos". A PR8
se
contrapõe aos modelos de doença e moral, admitindo que a dependência química é um
mau hábito adquirido e passível de mudança, com a participação do paciente. Para
tanto, é necessário explorar de modo afícuo as crenças e os comportamentos que
10. facilitam a manutenção do hábito. Observemos que, de acordo com o modelo da PR
(Figura III), diante de uma situação de alto risco, existem duas possibilidades: 1)
resposta de enfrentamento e 2) nenhuma resposta de enfrentamento. Na primeira
possibilidade, a cada vez que o paciente tem resposta adequada que o proteja do uso
de droga, há aumento da auto-eficácia (avaliação positiva sobre sua própria
capacidade de atingir uma meta).35
Com isso, diminui a probabilidade de recaída. No
caso contrário, a falta de resposta de enfrentamento leva a uma diminuição da auto-
eficácia que, associada a cognições disfuncionais sobre os efeitos da droga, leva ao uso
inicial e aumenta a probabilidade de recaída.8
As cognições disfuncionais relacionadas
ao comportamento de busca e uso de drogas podem ser:8,35
1. Expectativa positiva de resultado8,35
O usuário tem uma visão fragmentada do efeito da droga. Ora focaliza os efeitos
positivos do uso, ora os negativos. No momento do uso, o foco está nos efeitos
positivos. Algumas vezes, as expectativas positivas se manifestam como sensações ou
imagens positivas.8
2. Efeito de violação da abstinência8,35
Diante do lapso inicial (o primeiro uso), o paciente tem uma cognição distorcida do tipo
"perdido por um, perdido por mil", ou seja, "já que violei minha abstinência e tive um
lapso, então vou usar droga no mesmo padrão anterior à abstinência". Essa cognição
leva ao uso continuado e à recaída.
As principais situações de alto risco encontradas nos estudos empíricos8,35
são:
1. Determinantes intrapessoais.
- Estados emocionais negativos;
- Estados físicos negativos;
- Estado emocionais positivos;
- Teste de controle pessoal;
- Desejos e tentações.
2. Determinantes interpessoais.
11. - Conflitos interpessoais;
- Pressão social;
- Estados emocionais positivos.
A PR diferencia lapso de recaída. Lapso é a violação inicial da abstinência. É uma área
de transição para a recaída, porém, não necessariamente o desfecho precisa ser a
recaída. A Recaída é definida como um retorno ao uso continuado que nem sempre é
igual ao padrão de uso anterior à abstinência.8
Técnicas da PR
Técnica 1: Identificação do estado de motivação22
De acordo com Proshaska e DiClemente,23
a motivação do paciente segue um espiral
nos seguintes estágios: 1) Pré-contemplação: o paciente não reconhece que tem
problemas relacionados ao uso de substâncias psicoativas; 2) Contemplação: o
paciente reconhece que tem um problema, porém, não consegue mudar seu
comportamento, nem seu estilo de vida para atingir, como meta, a abstinência; 3)
Ação: o paciente reconhece seu problema relacionado ao uso de drogas psicoativas e
se compromete a mudar seu comportamento através de estratégias eficazes (mudança
do estilo de vida, reconhecimento e enfrentamento de situações de risco, etc); 4)
Manutenção: o paciente, uma vez que conseguiu atingir a abstinência, toma decisões
no sentido de manter o novo comportamento.
O reconhecimento do estado de motivação do paciente é uma das principais tarefas do
profissional.22
Pode ser usado um quadro para balanço sobre vantagens e
desvantagens do uso de drogas,8
que ajudará o paciente a ter uma visão global de
riscos e benefícios e tomar uma decisão mais consistente. É uma técnica excelente no
processo de resolução da ambivalência em pacientes pré-contemplativos.
Técnica 2: Identificação das situações de risco
O profissional deve ajudar o paciente a identificar as situações que aumentariam as
chances de uso ou de recaída; são chamadas de situação de alto risco8
. Ambientes,
companhias, disponibilidade de droga, acesso fácil e todos os determinantes
intrapessoais e interpessoais podem ser situações de risco. O paciente pode evitar as
situações que podem ser evitadas e traçar estratégias eficazes de enfrentamento para
as situações que não possam ser evitadas. O profissional pode pedir para que o
paciente faça uma agenda de suas atividades em dias típicos e, a partir daí, identificar
horários, dias da semana, locais, pessoas, etc, que possam aumentar o risco de
recaída.
Técnica 3: Mudança do estilo de vida
Marlatt8
salienta a importância da mudança do estilo de vida. Pesquisas mostram que
pessoas que continuam freqüentando os mesmos locais, os mesmos companheiros e
mantendo as mesmas atitudes no período da abstinência têm maiores chances de
recair. A construção da agenda de dias típicos também pode ser útil para identificar e
mudar os comportamentos que se mantiveram, mesmo após a cessação do uso da
droga.
Técnica 4: Identificação do processo da recaída8
A recaída ocorre através de uma sucessão de cognições e comportamentos, num
processo que pode ter início em uma decisão que, aparentemente, não tenha nenhuma
relação com o uso da droga. Examinemos o exemplo de um caso clínico: um paciente
com diagnóstico de dependência do álcool estava abstinente há seis meses. Em uma
tarde, após um conflito interpessoal com o chefe, resolveu voltar a casa caminhando
por uma avenida que freqüentava quando usava álcool. Não tinha intenção de beber,
apenas caminhar para relaxar. Seguiu pela avenida que abrigava inúmeros bares. Em
um dos bares, antes freqüentado por ele, um amigo o viu e o convidou a entrar. Dentro
do bar, decidiu tomar apenas uma dose de bebida destilada. Saindo do primeiro bar,
continuou caminhando, agora tomado por uma culpa imensa por ter violado a
abstinência. Entrou em outro bar e se intoxicou.
Técnica 5: Identificar as decisões aparentemente irrelevantes8
12. No exemplo acima, o processo de recaída se iniciou com o conflito interpessoal. O
profissional precisa explorar esse conflito para identificar possíveis dificuldades na
habilidade de lidar com conflitos desta natureza. O passo seguinte foi a decisão de ir
caminhando pela avenida que tinha os bares por ele freqüentados antes da
abstinência. O paciente tomou a decisão de forma inconsciente. Ele não tinha a
intenção de parar em nenhum dos bares. Esta decisão de caráter inconsciente e sem
relação aparente com o uso da droga, Marlatt chamou de "decisão aparentemente
irrelevante". É fundamental que no processo da PR o profissional ajude o paciente a
identificar essas situações. O processo poderia ser interrompido no início, se o paciente
identificasse a decisão como um fator que poderia levar ao lapso e recaída.
Técnica 6: Fatores cognitivos associados à recaída8
Ainda no exemplo anterior, o paciente incorreu em diversas cognições disfuncionais. A
primeira foi pensar que poderia entrar no bar e não beber. Seguiu-se à violação da
abstinência um pensamento "perdido por um, perdido por mil". O profissional que
aplica a PR deve estar atento para estes pensamentos disfuncionais, ajudando o
paciente a identificá-los e desafiá-los com base na realidade.
Técnica 7: Confluência de situações de risco8
A recaída, ou o uso inicial, se dá pela confluência de situações de alto risco. Quanto
maior o número de situações, maiores as chances de uso. No nosso exemplo clínico, o
paciente colecionou diversas situações de risco: 1) tinha pouca habilidade para lidar
com conflitos interpessoais; 2) tomou uma decisão sem a consciência do risco que ela
oferecia (decisão aparentemente irrelevante); 3) não desafiou nem enfrentou qualquer
pensamento disfuncional; 4) esteve em local de fácil acesso e grande disponibilidade
de bebida; 5) tinha pouca habilidade de recusa. Esses pontos devem ser
exaustivamente explorados no tratamento com PR para que o paciente aprenda a
mapear e identificar situações de risco e enfrentá-las com recursos eficazes.
Observemos que a PR, diferente da TC, explora com mais afinco os processos
envolvidos no uso de droga. Ela não explora crenças de caráter mais genérico.
Entretanto, depois de atingida a abstinência, podem permanecer cognições
disfuncionais sobre avaliações de si mesmo, do mundo, das relações pessoais, da visão
do passado e do futuro. Se o profissional identificar alguma destas disfunções
cognitivas, cujos recursos da PR não permitem a exploração, é fundamental que o
paciente seja encaminhado a uma terapia. Caso contrário, ele poderá continuar com
alguns fatores mantenedores do uso de droga que terão influência em recaídas futuras.
Treinamento de Habilidades
As bases teóricas do treinamento de Habilidades também se assentam nas teorias
comportamentais.13,24,25,26
O que diferencia o TH da BT é o maior enfoque que o TH dá
às dificuldades das habilidades para lidar com situações especificas. Pesquisas37
mostram que a falta de habilidade para lidar com algumas situações está associada ao
maior consumo de drogas. As principais dificuldades de habilidade se dão nas
seguintes situações: 1) sentimentos negativos; 2) assertividade; 3) fazer críticas; 4)
receber críticas; 5) comunicação; 6) recusar droga; 7) dizer não; 8) socialização; 9)
frustrações; 10) adiar prazeres; 11) reconhecer e enfrentar situações de risco; 12)
fissura; 13) realizar um planejamento.
As técnicas usadas no TH são verbais e dramatizações (role play).13,37
Em cada sessão,
o grupo elege uma das situações listadas e realiza um role play. O grupo planeja uma
cena na qual apareça uma ou mais das situações listadas. Durante a representação,
não é necessário ser fiel ao roteiro estabelecido. É importante a improvisação, porque
ela estimula a criatividade. É aconselhável trocar de personagem, perguntando ao
grupo quem daria uma resposta diferente à situação encenada. Desta forma, o
paciente adquire flexibilidade de respostas e desenvolve novas habilidades. Para cada
situação, uma lista de habilidades é compilada e o profissional estimula o treino dessas
habilidades durante o role play. A seguir, selecionamos apenas alguns exemplos sobre
a lista de habilidades a serem treinadas para algumas situações:
13. 1. Habilidade de comunicação verbal: 1) ouviu e observou antes de falar? 2) fez
questões abertas ou fechadas? 3) as colocações foram de forma educada?37
2. Habilidade de comunicação não verbal: 1) qual foi a postura? 2) houve contato
visual? 3) qual a expressão facial? 4) qual o tom de voz utilizado? 5) como movimentou
os pés, mãos, cabeça?37
3. Assertividade: 1) pensou antes de falar? 2) foi objetivo e claro no que disse? 3)
assegurou-se de estar sendo ouvido? 4) reafirmou a posição se percebeu que não
estava sendo ouvido?37
4. Fazer críticas: 1) acalmou-se antes de falar? 2) colocou a crítica como sendo uma
opinião pessoal, não um fato absoluto? 3) criticou o comportamento e não a pessoa? 4)
o tom de voz esteve firme e não zangado? 5) mostrou-se disposto a ouvir o outro? 6)
foi claro na questão que criticou, sem deixar dúvidas sobre qual é a crítica?37
5. Receber críticas: 1) conseguiu ouvir sem se colocar na defensiva? 2) conseguiu
avaliar a crítica com clareza e selecionar os pontos pertinentes? 3) conseguiu explorar
a crítica com questões para se certificar de que ficou clara qual é a crítica do outro?37
6. Recusar bebida: 1) conseguiu dizer "não"? 2) ao negar, foi claro, firme, sem
hesitação? 3) fez contato visual? 4) sugeriu alternativas à bebida? 5) disse à pessoa
que não lhe ofereça bebida novamente? 6) evitou respostas vagas?37
7. Dizer não: 1) fez revisão do que é prioritário? 2) decidiu-se de fato a recusar? 3)
deixou claro que entendeu o pedido, mas mesmo assim o recusará? 4) foi firme, claro,
breve e decidido? 5) como esteve a postura (comunicação não verbal)? Ela foi coerente
com a comunicação verbal?37
Obviamente, não esgotamos aqui todas as habilidades desejadas para as situações
listadas, mas o objetivo é deixar claro quais situações devem ser trabalhadas e que um
conjunto de habilidades deve ser praticado. Lembramos que, à semelhança da
Prevenção da Recaída, o Treinamento de Habilidades não exige formação e pode, com
treinamento adequado, ser aplicada na clínica pelo psiquiatra geral.
Conclusão
É importante que todos os profissionais ligados à assistência do dependente químico
conheçam os fundamentos teóricos da TC, da BT e da TCC. Enquanto a TC tem seu foco
na reestruturação de cognições disfuncionais, a BT se fundamenta na relação entre os
comportamentos e as diversas situações reais. Ela procura desfazer os elos
disfuncionais que levam à dependência. A TCC utiliza teorias e técnicas da TC e BT.
Todas estas modalidades de terapia têm uma recomendação unânime para que sejam
aplicadas por profissionais com formação e que conheçam os preceitos teóricos que as
embasam. Entretanto, a Prevenção da Recaída (PR) e o Treinamento de Habilidades
(TH), não sendo propriamente uma modalidade psicoterápica, são ideais para serem
aplicadas por profissionais que não desejam fazer cursos de formação em terapia.
A Prevenção de Recaída explora cognições e comportamentos associados apenas ao
uso de drogas, através de técnicas motivacionais, de reestruturação das cognições e
de modificação do comportamento e apresenta boa eficácia, comprovada em estudos
clínicos.
O TH visa identificar situações reais e emocionais e, através de técnicas
psicodramáticas, explorar cada situação envolvida no comportamento do dependente.
O objetivo é uma flexibilização de respostas. As situações de risco para uso de droga
são testadas objetivamente através de dramatizações, até que o paciente encontre a
melhor estratégia para si.
A PR e TH são de fácil aplicação e podem ser utilizadas pelo profissional que não tem
formação em terapia. Entretanto, é importante lembrar que estas modalidades de
tratamento não exploram crenças e comportamentos básicos genéricos, como a TC.
Portanto, é importante que o profissional reconheça que, mesmo após a abstinência,
possam permanecer Crenças Básicas disfuncionais genéricas que não puderam ser
resolvidas na PR ou TH. Neste caso, é fundamental que o paciente seja encaminhado a
14. uma terapia, para que não fique nenhum fator mantenedor do uso de droga que possa
predispor a uma recaída futura.
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Endereço para correspondência
Cláudio Jerônimo da Silva
UNIAD - Departamento de Psiquiatria da UNIFESP/EPM
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