O teatro medieval surgiu no século X como peças religiosas em latim encenadas na igreja e evoluiu para apresentações populares em praças públicas entre os séculos X e XV, influenciando o século XVI. As peças misturavam temas religiosos e profanos e evoluíram de dramas litúrgicos para mistérios, comédias e óperas cômicas. A proibição de misturar o litúrgico e o profano pela igreja em 1548 consolidou o teatro popular e gêneros como a farsa e a
1. O Teatro Medieval foi marcante do século X ao início do século XV e teve grande influência no século
XVI. O teatro medieval é de origem religiosa. A princípio eram encenados dramas litúrgicos
em latim, escritos e representados por membros do clero (padres e monges). Os fiéis
participavam como figurantes e, mais tarde, como atores e misturavam ao latim a língua
falada no país. As ocasiões de representações eram nas festas do ano litúrgico (Ressurreição
de Cristo ou Páscoa). As mesmas eram longas e podiam levar vários dias.
O espaço cênico medieval, no início era no interior da igreja. Mas quando as peças
tornaram-se mais elaboradas e exigiram mais espaço, passaram para a praça em frente à
igreja. Palcos largos deram credibilidade aos cenários extremamente simples. Uma porta
simbolizava a cidade, uma pequena elevação, indicava uma montanha; uma boca de dragão,
à esquerda, indicava o inferno; e uma outra elevação, à direita, simbolizava o paraíso. No
decorrer dos tempos surgiram grupos populares que improvisavam o palco em carroças e se
deslocavam de uma praça à outra.
No século XII, Jean Bodel foi o autor do “Jogo de Adam” e do “Jogo de Saint Nicolas”. Os
textos “Os Milagres”, no século XV, do autor Théophile Rutebeuf, contam a vida dos santos.
E, nos mistérios como o da “Paixão” do ano de 1450 d.C., do autor Arnoul Gréban, temas
religiosos e profanos se misturam. A comédia era profana, entremeada de canções. O texto
“O Jogo de Robin et de Marion” do ano de 1272 d.C., do autor Adam de la Halle, é um dos
precursores da ópera cômica.
A proibição dos mistérios pela igreja, em 1548 d.C., tentou pôr fim à mistura abusiva do
litúrgico e do profano. E essa medida consolidou o teatro popular. Os grupos se
profissionalizaram e dois gêneros se fixaram: as comédias bufas, chamadas de tolices, com
intenções políticas ou sociais; e a farsa que satirizava o cotidiano.
No final da idade média e no começo do século XVI aparecem na Península Ibérica dois
grandes dramaturgos que, sem sair da técnica teatral medieval, enchem-na de ideias novas,
em parte já humanistas e renascentistas. E assim o teatro medieval entrou em franco
declínio a partir do século XVI.
A língua falada era o latim