1. IMUNIDADE PARA HEPATITE B EM DIFERENTES SITUAÇÕES VACINAIS
DE GESTANTES ATENDIDAS EM UM AMBULATÓRIO DE OBSTETRÍCIA
DA GRANDE VITÓRIA-ES
RONE CARLOS PINTO
Escola Superior de Ciências da Santa Casa de
Misericórdia de Vitória - EMESCAM
2. INTRODUÇÃO
• Hepatite B é um grave problema de saúde pública
mundial:
• Alta prevalência;
• Causa de hepatite crônica, cirrose e hepatocarcinoma.
• Meios de contaminação pelo Vírus da Hepatite B (HBV):
• Parenteral, sexual e vertical.
BRASIL, 2009
HOOFNAGLE, 2009
PERIM, 2005
3. INTRODUÇÃO
• Transmissão vertical:
• 90% durante o parto;
• 5 a 10% via transplacentária;
• Inexpressiva pela lactação e via fecal.
• Formas crônicas da Hepatite B:
• Adulto: risco de 5 a 10%;
• Recém nascido: risco de 90%.
BRASIL, 2009
HOOFNAGLE, 2009
PERIM, 2005
4. INTRODUÇÃO
• Vacina contra hepatite B:
• Disponível desde 1982 no Brasil;
• Programa de vacinação:
• 1989: menores de 10 anos residentes em áreas endêmicas;
• 1990 a 1992: menores de 5 anos residentes em estados da região amazônica,
Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina e Distrito Federal;
• 1997: Menores de 1 ano em todo país;
• Atualmente: faz parte do calendário básico de vacinação das crianças,
adolescentes e adultos (pertencentes a grupos de risco).
BRASIL, 2003
FONSECA, 2010
5. INTRODUÇÃO
• Portaria 3.318 do Ministério da Saúde de 28 de outubro de
2010:
• Gestantes devem ter 3 doses da vacina comprovadamente administradas;
• Se esquema incompleto: completar;
• Quando HBs-Ag não reator e não vacinadas: vacinar com 3 doses;
• Quando HBS-Ag não reator e não houver comprovação: vacinar com 3
doses.
• Vacina é feita após 12 semanas de gestação nos tempos 0;1 e
6 meses.
BRASIL, 2010
6. PERGUNTAS
• A Portaria 3.318 do Ministério da Saúde traz eficácia para
a prevenção da transmissão vertical da hepatite B?
• Basta a comprovação do esquema vacinal completo para
considerar a gestante imune à hepatite B?
• A dosagem de HBsAg isoladamente é suficiente para
promover pré-natal adequado?
7. OBJETIVO
• Conhecer a prevalência de gestantes não imunes à
hepatite B dentre aquelas atendidas no serviço de
Obstetrícia do Hospital Santa Casa de Misericórdia de
Vitória (HSCMV) e correlacionar à presença ou não de
imunidade para a doença com o esquema de vacinação
específica completo, incompleto ou desconhecido.
8. MATERIAL E MÉTODO
• Estudo quantitativo de caráter descritivo;
• População: gestantes atendidas no ambulatório de
obstetrícia do Hospital Santa Casa de Misericórdia de
Vitória;
• Período: novembro de 2012 a agosto de 2013;
• Tamanho da amostra: 100 gestantes;
9. MATERIAL E MÉTODO
• Critérios de inclusão: maiores de 15 anos com HBs-Ag
não reator e titulação de anti-HBs conhecida;
• A não comprovação de situação vacinal não foi
considerada critério de exclusão (neste caso a gestante
foi considerada não imunizada, de acordo com o
Ministério da Saúde);
10. MATERIAL E MÉTODO
• As gestantes responderam a um questionário semi-
estruturado;
• Utilizou-se Microsoft Office Excel para cálculo das
estatísticas descritivas simples com distribuição de
frequência absoluta e percentual;
• Dados encontrados foram analisados à luz da literatura.
11. RESULTADOS
• 30% gestações indesejadas;
• 25% história prévia de transfusão sanguínea;
• 11% relataram 2 a 5 parceiros sexuais nos últimos 12
meses;
• 83% negou uso regular de preservativo.
15. RESULTADOS
STATUS VACINAL DAS GESTANTES NÃO
IMUNES (ANTI-HBs NÃO REATOR)
Não vacinadas Uma dose Duas doses Três doses ou mais
30%
20%
8%
42%
16. RESULTADOS
STATUS VACINAL DAS GESTANTES
IMUNIZADAS (ANTI-HBs REATOR)
Não vacinadas Uma dose Duas doses Três doses ou mais
44%
8%
6%
42%
17. RESULTADOS
VACINAÇÃO CONTRA HEPATITE B E
SOROCONVERSÃO
Vacinação
incompleta
ou não
vacinadas
63%
Vacinação
completa
37%
Anti-HBs
não reator
41%
Anti-HBs
reator
59%
18. DISCUSSÃO
• O que diz o Ministério da Saúde?
• Se uma gestante tiver comprovação de 3 doses da
vacina, ela deve ser considerada imunizada;
• Caso a gestante tenha HBsAg não reator, e não tiver
comprovação vacinal, deverá completar o esquema ou
receber as 3 doses da vacina.
19. DISCUSSÃO
• Sobre as gestantes com anti-HBs reator:
• Imunidade vacinal?
• Imunidade por contato prévio seguido de cura?
20. DISCUSSÃO
• Sobre taxas de soroconversão;
• 20 a 30% com 1 dose da vacina;
• 75 a 80% com 2 doses da vacina;
• 90 a 95% com 3 doses da vacina.
FERREIRA, SILVEIRA; 2006
21. DISCUSSÃO
DOSE VACINAL X SOROCONVERSÃO
0
25
50
75
100
Uma Duas Três ou mais
Ferreira, C.T. e Silveira, T.R.
Vieira et al.
Presente estudo
22. DISCUSSÃO
• Redução da imunogenicidade da vacina:
• Cuidado inadequado no armazenamento refrigerado;
• Idade acima de 40 anos;
• Sexo masculino;
• Obesidade;
• Tabagismo;
• Deficiência imunológica.
FERREIRA, SILVEIRA; 2006
23. CONCLUSÃO
• Houve alta prevalência de gestantes susceptíveis ao VHB
dentre aquelas com esquema vacinal completo (41%);
• Houve alta prevalência de gestantes imunizadas (anti-
HBs reator) dentre aquelas sem comprovação vacinal -
Infecção prévia com cura (?);
24. CONCLUSÃO
• HBsAg isolado não forneceu segurança para condução
do pré-natal/parto no que diz respeito à infecção vertical
pelo HBV na população estudada;
• Somente o anti-HBs seria capaz de dar o diagnóstico de
imunidade à hepatite B e assegura uma assistência ideal
durante o pré-natal/parto.
25. QUESTÕES ÉTICAS
• Aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da
EMESCAM, número 64668;
• Assinatura do Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido por cada uma das gestantes, que
responderam a um questionário.
26. LIMITAÇÕES DO ESTUDO
• Não foi questionado às gestantes se em algum momento
da vida elas tiveram o diagnóstico de hepatite B;
• O número de indivíduos do estudo é pequeno e limita a
ampliação das conclusões para populações maiores.
27. ERRATA
• Página 26, no segundo parágrafo, onde se lê “…conclui-
se que tanto o estado vacinal completo quanto HBsAg
não reator podem ser parâmetros suficientes e
seguros…” leia-se "…conclui-se que tanto o estado
vacinal completo quanto HBsAg não reator NÃO podem
ser parâmetros suficientes e seguros…
28. REFERÊNCIAS
• BRASIL.MinistériodaSaúde.SecretariadeVigilânciaemSaúde. Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Programa
Nacional para a Prevenção e o Controle das Hepatites Virais. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para o
Tratamento da Hepatite Viral Crônica B e Coinfecções. Brasília: Ministério da Saúde, 2009.
• CHACHÁ, S.G.F et al. Características clínicas, demográficas e epidemiológicas dos pacientes com hepatite B em
seguimento em hospital universitário no sudeste do Brasil: predominância de casos HBe-Ag negativos. Revista da
Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, Brasília, v.44, n.1, p.13-17, jan-fev, 2011.
• HOOFNAGLE, J.H. Hepatite viral aguda. In: GOLDMAN, L. Cecil Medicina. 23.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. v.1.
cap. 151. p. 1268-1270.
• HOOFNAGLE, J.H. Hepatite Crônica. In: GOLDMAN, L. Cecil Medicina. 23.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. v.1. cap.
152. p. 1276-1280.
• PERIM, E.B; PASSOS, A.D.C. Hepatites B em gestantes atendidas pelo programa do pré-natal da Secretaria Municipal
de Saúde de Ribeirão Preto, Brasil: prevalência da infecção e cuidados prestados aos recém-nascidos. Revista
Brasileira de Epidemiologia, São Paulo, v.8, n.3, p. 272-281, ago, 2005.
• BRASIL.MinistériodaSaúde.SecretariadeVigilânciaemSaúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Manual de
aconselhamento em hepatites virais. Brasília: Ministério da Saúde, 2005.
29. REFERÊNCIAS
• MELLO, L.C. de; PIMENTEL, R.C.B. Infecções perinatais crônicas. In: MARGOTTO, P.R. Assistência ao Recém-
Nascido de Risco. 2.ed. Brasília: Pórfiro, 2004. cap.12. p.
• PETRY, A; KUPEK, E.J. Efetividade das vacinas anti-VHB (DNA- recombinante) em doadores de sangue de
uma região endêmica para hepatite B no sul do Brasil. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical,
Brasília, v.39, n.5, p.462-466, set-out, 2006.
• SOUTO,F.J.D.etal.Soroconversãodoanti-HBsapósvacinacontrahepatite B em doadores de sangue HBs-Ag
negativos, anti-HBc positivos na rede pública de saúde, Mato Grosso, Brasil. Revista de Patologia Tropical,
Goiânia, v.35. n.5, p. 205-211, set-dez,2006.
• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica.
Hepatites virais: o Brasil está atento. 3.ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2008.
• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de DST, AIDS e Hepatites
Virais. ABCDE do diagnóstico das hepatites virais. Brasília: Ministério da Saúde, 2009.
• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Programa nacional de imunizações 30 anos.
Brasília: Ministério da Saúde, 2003.
30. REFERÊNCIAS
• FONSECA, J.C.F. da. História das hepatites virais. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, Brasília, v.43,
n.3, p.322-330, mai-jun, 2010.
• BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria 3.318, de 28 de Outubro de 2010. Institui em todo o território nacional, o
Calendário Básico de Vacinação da Criança, o Calendário do Adolescente e o Calendário do Adulto e Idoso. Diário
Oficial da União. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2010/ prt3318_28_10_2010.html>.
Acesso em: 14 fev. 2012.
• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas.
Área Técnica de Saúde da Mulher. Pré-natal e puerpério: atenção qualificada e humanizada – manual técnico/
Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas - Brasília:
Ministério da Saúde, 2005.
• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica.
Coordenação Geral do Programa Nacional de Imunizações. Nota Técnica N°. 39/09/CGPNI/DEVEP/SVS/MS - Brasília:
Ministério da Saúde, 2009.
• SÃO PAULO. Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. Divisão de Imunização. Divisão de Hepatites. Centro de
Vigilância Epidemiológica “Prof. Alexandre Vranjac”. Coordenadoria de Controle de Doenças. Vacina contra Hepatite B
– Informe Técnico Institucional da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. São Paulo: Secretaria de Estado da
Saúde de São Paulo, 2006.
• VIEIRA, T. B. et al. Soroconversão após a vacinação para hepatite B em acadêmicos da área da saúde. Série: Ciências
da Saúde, Santa Maria, v.7, n.1, p.13-21, 2006.
31. REFERÊNCIAS
• FERREIRA, C.T.; SILVEIRA, T.R. Prevenção das hepatites virais através de imunizações. Jornal de
Pediatria, v.82, n.3, p.55-66, 2006.
• SILVEIRA, T.R. et al. Hepatitis B seroprevalence in Latin America. Revista Panamericana de Salud
Publica, v.6, n.6, p.378–383, 1999.
• De Figueiredo NC, Page-Shafer K, Pereira, FEL, Miranda AE. Marcadores sorológicos do vírus da
hepatite B em mulheres jovens atendidas pelo Programa de Saúde da Família em Vitória, Estado
do Espírito Santo, 2006.
• Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, Vitória, v.41, n.6 p.590, 2008.
• OSTI, C.; MACHADO, J. M. Vírus da hepatite B: avaliação da resposta sorológica à vacina em
funcionários de limpeza de hospital-escola. Ciência & Saúde Coletiva, v.15, n.1, p.1343-1348,
2010.
32. Gratidão
Rone Carlos Pinto
Médico pela EMESCAM - Escola de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória
Especialista em Medicina de Família e Comunidade pela UERJ/UNASUS
Pós-graduando em Medicina do Trabalho pela EMESCAM
E-mail: roneok@yahoo.com.br