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Juventude: conceitos e visõesJuventude: conceitos e visões
2
Conceitos de Juventude:Conceitos de Juventude:
“Não vejo esperança para o futuro do nosso povo
se ele depender da frívola mocidade de hoje, pois
todos os jovens são, por certo, indisivelmente
frívolos ... Quando eu era menino, ensinavam-nos
a ser discretos e a respeitar os mais velhos, mas
moços de hoje são excessivamente sabidos e
não toleram restrições.”
Sócrates, séc. a.C.
Hesíodo, séc. VIII a.C.
“Nossos adolescentes atuais parecem amar o luxo.
Têm maus modos e desprezam a autoridade. São
desrespeitosos com os adultos e passam o tempo
vagando nas praças ... São propensos a ofender
seus pais, monopolizam a conversa quando estão
em companhia de outras pessoas mais velhas;
comem com voracidade e tiranizam seus mestres.”
3
• Em diferentes momentos, o conceito de juventude foi
concebido como uma construção social, histórica e cultural.
Diferentes visDiferentes visõões a respeito da juventude:es a respeito da juventude:
Como se define juventude? Como se caracteriza sua
singularidade frente a outras categorias? Como é feito o recorte
etário? Modos de definir o público; ação e posições a respeito
da juventude.
Esta diversidade contém diferentes concepções no que diz
respeito ao entendimento de juventude.
4
“Pues detrás de toda política se encuentra una
nocion determinada del o los sujetos a quines se
destina y sus problemáticas concretas; y
dependerá de esa nocion el tipo de políticas y
programas que se generem como respuesta”
(Oscar Dávila)
5
O jovem assume papel futuro, no presente deixa de ser considerado
sujeito social. O jovem é aquele que vai ser.
Jovem sujeito em preparaJovem sujeito em preparaçãçãoo
Transição entre a infância e a idade adulta
PolPolííticas:ticas: centradas na preparação do jovem para que ele vire
adulto.
-Educação
Juventude entendida como perJuventude entendida como perííodo preparatodo preparatóório:rio:
- Como complemento do tempo dedicado a oferta educativa:
programas dirigidos ao lazer (uso do tempo livre)
-Serviço militar: como programa preparatório de destrezas
específicas para o cumprimento de responsabilidades e
unidade nacional
Baseia-se numa visão homogênia de juventude (moratória social =
dedicação à preparação). Todos os jovens vivem isso?
6
Juventude entendida como etapa problemática:
Jovem sujeito que ameaça a ordem social
Juventude problema/ comportamentos de risco e transgressão
Políticas: voltadas para jovens que estão em situação de
vulnerabilidade, risco ou transgressão (principais setores: saúde e
justiça)
Percepção generalizada da juventude: Criminalização dos
jovens
7
Juventude entendida como ator estratégico do
desenvolvimento
Jovem solução para os problemas sociais/econômicos
Formação de capital humano e social para enfrentar os problemas
de exclusão social/ Jovem= bônus demográfico
Jovem como ator/atriz com potencialidade para responder os desafios
Políticas: centradas principalmente na incorporação à formação
educacional e de competências no mundo do trabalho. Aposta no
envolvimento do jovem no serviço a sua comunidade.
Não se faz a contextualização do modelo de desenvolvimento no qual
os/as jovens se inserem como atores
Carga sobre o jovem sem considerar suas necessidades específicas.
Podem tornar-se alvo do interesse público somente na medida de
suas contribuições, em detrimento de suas demandas.
8
Juventude entendida como cidadJuventude entendida como cidadãã
sujeitos de direitossujeitos de direitos
Jovens sujeitos integraisJovens sujeitos integrais
Juventude entendida como etapa singular do desenvolvimentoJuventude entendida como etapa singular do desenvolvimento
pessoal e socialpessoal e social
O jovem deixa de ser definido por suas incompletudes ou desviosO jovem deixa de ser definido por suas incompletudes ou desvios
Supera a visSupera a visãão negativa do jovem e gera polo negativa do jovem e gera polííticas centradas naticas centradas na
nonoçãção de cidadania. Polo de cidadania. Polííticas integradas.ticas integradas.
PolPolííticas universais que atendam o jovem integralmente e de formaticas universais que atendam o jovem integralmente e de forma
diversificada.diversificada.
Olhando para a necessidade do jovem e para suas capacidades deOlhando para a necessidade do jovem e para suas capacidades de
contribuicontribuiçãção e participao e participaçãção.o.
9
Corresponda com a sociabilidade esperada – sujeito integrado
socialmente
Estar integrado neste modelo de sociedade significa: ‘produzir e
consumir’
Garantir o desenvolvimento da sociedade depende do grau de
integração dos indivíduos. Jovens garantem futuro do sistema
Por isso, intolerância e punição exemplar para os que se
‘desajustam’ (redução da idade penal)
A sociedade espera do jovem que ele/a
10
O/A jovem pobreO/A jovem pobre
• Como um potencial criminoso. Incapaz de
corresponder com a sociabilidade/integração
desejada pela sociedade (traduzida em tornar-se
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• Criminalização da pobreza
•Percepção de que a família é a primeira forma de sociabilidade do
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que um delinqüente, sem noções mínimas de sociabilidade, de
respeito à hierarquia familiar e social.
•Estigmatização do adolescente pobre:
menor reúne características potenciais para
se tornar um criminoso;
11
EvoluEvoluçãção formal do entendimento doso formal do entendimento dos
jovens:jovens:
• Estatuto da Criança e do Adolescente:
Lei Federal nº. 8069 de 1990, considera a criança e o
adolescente sujeitos de direitos, a quem deve ser destinada
prioridade absoluta, traz uma série de aspectos que
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•Código de Menores:
Lei federal 6.697 de 1979 considerava o adolescente pobre e/ou
abandonado um potencial criminoso, sujeitando-o a medidas de
privação de liberdade como método preventivo;
•Ainda não se consolidou por inteiro nem nos procedimentos
jurídicos nem no entendimento geral social de infância e
juventude.
12
Criminalização e PobrezaCriminalização e Pobreza
13
Atitudes dos jovens dentro do reconhecimentoAtitudes dos jovens dentro do reconhecimento
esperado:esperado:
As irregularidades cometidas por adolescentes pobres, muitas
vezes, estão dentro dos reconhecimentos esperados.
O olhar que se lança sob as condições desses adolescentes
influencia as opções que se vai fazer por eles e, por isso, acaba por
ser decisivo nas perspectivas que eles mesmos terão em relação
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O entendimento que se tem do adolescente pobre tem força sobre
ele. Isso quer dizer que a associação entre pobreza e criminalidade
coloca o adolescente pobre dentro de um limite quase
intransponível de possibilidades.
14
Jovem como referJovem como referêência, sinncia, sinôônimo de beleza enimo de beleza e
sucesso. Juventude desejada por todos; imagem dosucesso. Juventude desejada por todos; imagem do
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Esfera privada:Esfera privada:
15
Jovem como incapaz de ocupar os espaJovem como incapaz de ocupar os espaçços deos de
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Conceitos e visões sobre a juventude ao longo da história

  • 1. Juventude: conceitos e visõesJuventude: conceitos e visões
  • 2. 2 Conceitos de Juventude:Conceitos de Juventude: “Não vejo esperança para o futuro do nosso povo se ele depender da frívola mocidade de hoje, pois todos os jovens são, por certo, indisivelmente frívolos ... Quando eu era menino, ensinavam-nos a ser discretos e a respeitar os mais velhos, mas moços de hoje são excessivamente sabidos e não toleram restrições.” Sócrates, séc. a.C. Hesíodo, séc. VIII a.C. “Nossos adolescentes atuais parecem amar o luxo. Têm maus modos e desprezam a autoridade. São desrespeitosos com os adultos e passam o tempo vagando nas praças ... São propensos a ofender seus pais, monopolizam a conversa quando estão em companhia de outras pessoas mais velhas; comem com voracidade e tiranizam seus mestres.”
  • 3. 3 • Em diferentes momentos, o conceito de juventude foi concebido como uma construção social, histórica e cultural. Diferentes visDiferentes visõões a respeito da juventude:es a respeito da juventude: Como se define juventude? Como se caracteriza sua singularidade frente a outras categorias? Como é feito o recorte etário? Modos de definir o público; ação e posições a respeito da juventude. Esta diversidade contém diferentes concepções no que diz respeito ao entendimento de juventude.
  • 4. 4 “Pues detrás de toda política se encuentra una nocion determinada del o los sujetos a quines se destina y sus problemáticas concretas; y dependerá de esa nocion el tipo de políticas y programas que se generem como respuesta” (Oscar Dávila)
  • 5. 5 O jovem assume papel futuro, no presente deixa de ser considerado sujeito social. O jovem é aquele que vai ser. Jovem sujeito em preparaJovem sujeito em preparaçãçãoo Transição entre a infância e a idade adulta PolPolííticas:ticas: centradas na preparação do jovem para que ele vire adulto. -Educação Juventude entendida como perJuventude entendida como perííodo preparatodo preparatóório:rio: - Como complemento do tempo dedicado a oferta educativa: programas dirigidos ao lazer (uso do tempo livre) -Serviço militar: como programa preparatório de destrezas específicas para o cumprimento de responsabilidades e unidade nacional Baseia-se numa visão homogênia de juventude (moratória social = dedicação à preparação). Todos os jovens vivem isso?
  • 6. 6 Juventude entendida como etapa problemática: Jovem sujeito que ameaça a ordem social Juventude problema/ comportamentos de risco e transgressão Políticas: voltadas para jovens que estão em situação de vulnerabilidade, risco ou transgressão (principais setores: saúde e justiça) Percepção generalizada da juventude: Criminalização dos jovens
  • 7. 7 Juventude entendida como ator estratégico do desenvolvimento Jovem solução para os problemas sociais/econômicos Formação de capital humano e social para enfrentar os problemas de exclusão social/ Jovem= bônus demográfico Jovem como ator/atriz com potencialidade para responder os desafios Políticas: centradas principalmente na incorporação à formação educacional e de competências no mundo do trabalho. Aposta no envolvimento do jovem no serviço a sua comunidade. Não se faz a contextualização do modelo de desenvolvimento no qual os/as jovens se inserem como atores Carga sobre o jovem sem considerar suas necessidades específicas. Podem tornar-se alvo do interesse público somente na medida de suas contribuições, em detrimento de suas demandas.
  • 8. 8 Juventude entendida como cidadJuventude entendida como cidadãã sujeitos de direitossujeitos de direitos Jovens sujeitos integraisJovens sujeitos integrais Juventude entendida como etapa singular do desenvolvimentoJuventude entendida como etapa singular do desenvolvimento pessoal e socialpessoal e social O jovem deixa de ser definido por suas incompletudes ou desviosO jovem deixa de ser definido por suas incompletudes ou desvios Supera a visSupera a visãão negativa do jovem e gera polo negativa do jovem e gera polííticas centradas naticas centradas na nonoçãção de cidadania. Polo de cidadania. Polííticas integradas.ticas integradas. PolPolííticas universais que atendam o jovem integralmente e de formaticas universais que atendam o jovem integralmente e de forma diversificada.diversificada. Olhando para a necessidade do jovem e para suas capacidades deOlhando para a necessidade do jovem e para suas capacidades de contribuicontribuiçãção e participao e participaçãção.o.
  • 9. 9 Corresponda com a sociabilidade esperada – sujeito integrado socialmente Estar integrado neste modelo de sociedade significa: ‘produzir e consumir’ Garantir o desenvolvimento da sociedade depende do grau de integração dos indivíduos. Jovens garantem futuro do sistema Por isso, intolerância e punição exemplar para os que se ‘desajustam’ (redução da idade penal) A sociedade espera do jovem que ele/a
  • 10. 10 O/A jovem pobreO/A jovem pobre • Como um potencial criminoso. Incapaz de corresponder com a sociabilidade/integração desejada pela sociedade (traduzida em tornar-se mão-de-obra e consumir) • Criminalização da pobreza •Percepção de que a família é a primeira forma de sociabilidade do indivíduo. Se a família não reúne condições de prover o sustento e a educação necessária ao filho, ele está fadado a ser nada mais que um delinqüente, sem noções mínimas de sociabilidade, de respeito à hierarquia familiar e social. •Estigmatização do adolescente pobre: menor reúne características potenciais para se tornar um criminoso;
  • 11. 11 EvoluEvoluçãção formal do entendimento doso formal do entendimento dos jovens:jovens: • Estatuto da Criança e do Adolescente: Lei Federal nº. 8069 de 1990, considera a criança e o adolescente sujeitos de direitos, a quem deve ser destinada prioridade absoluta, traz uma série de aspectos que pretendem ser pedagógicos e não punitivos •Código de Menores: Lei federal 6.697 de 1979 considerava o adolescente pobre e/ou abandonado um potencial criminoso, sujeitando-o a medidas de privação de liberdade como método preventivo; •Ainda não se consolidou por inteiro nem nos procedimentos jurídicos nem no entendimento geral social de infância e juventude.
  • 13. 13 Atitudes dos jovens dentro do reconhecimentoAtitudes dos jovens dentro do reconhecimento esperado:esperado: As irregularidades cometidas por adolescentes pobres, muitas vezes, estão dentro dos reconhecimentos esperados. O olhar que se lança sob as condições desses adolescentes influencia as opções que se vai fazer por eles e, por isso, acaba por ser decisivo nas perspectivas que eles mesmos terão em relação ao futuro e as formas de interação social. O entendimento que se tem do adolescente pobre tem força sobre ele. Isso quer dizer que a associação entre pobreza e criminalidade coloca o adolescente pobre dentro de um limite quase intransponível de possibilidades.
  • 14. 14 Jovem como referJovem como referêência, sinncia, sinôônimo de beleza enimo de beleza e sucesso. Juventude desejada por todos; imagem dosucesso. Juventude desejada por todos; imagem do jovem explorada pela mjovem explorada pela míídia. Todos querem serdia. Todos querem ser jovens.jovens. Esfera privada:Esfera privada:
  • 15. 15 Jovem como incapaz de ocupar os espaJovem como incapaz de ocupar os espaçços deos de poder; difundepoder; difunde--se a idse a idééia do jovem comoia do jovem como irresponsirresponsáável, imaturo, rebelde...vel, imaturo, rebelde... Esfera pEsfera púública:blica:
  • 16. 16