1. CIÊNCIAS AMBIENTAIS
UTILIZAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS NA CONSTRUÇÃO DE COLETORES DE
ENERGIA SOLAR PARA AQUECIMENTO DE ÁGUA EM COMUNIDADES DE
BAIXA RENDA
Marisa Rodrigues de Lima1
Antônio Sérgio Floriano dos Santos2
Ruth Jacob Pimenta3
Deyvid Derik da Silva4
Resumo: Este trabalho visa resolver problemas de abastecimento de energia para
aquecimento de água, aproveitar resíduos sólidos, gerar economia de recursos naturais e
promover desenvolvimento sustentável.
Palavras-Chave: Desenvolvimento; Sustentabilidade; Reciclagem; Energia renovável.
Introdução
As necessidades de reaproveitamento de materiais sólidos, aproveitamento de energia e
economia de recursos da comunidade faz nascer o desejo de se promover ações sustentáveis.
A empresa Celesc desenvolveu um manual de construção de um coletor solar, base para
execução deste trabalho. O texto a seguir foi retirado deste manual.
“Estudos científicos comprovam que o aquecedor solar construído a partir de material
reciclado é altamente eficiente e, além de ecologicamente correto, já se configura em
uma alternativa de renda para muitas famílias, devido à iniciativa da Empresa (Celesc)
em envolver essas famílias na obtenção da matéria-prima e na produção dos
aquecedores. Desenvolvido desde 2005, o Energia do Futuro vai aos poucos
conquistando cada vez mais apoio de diversas instituições e, com isso, renovando
continuamente nosso compromisso com as gerações futuras, com a construção de uma
sociedade justa, feliz e com acesso a todos os seus recursos ambientais e culturais
preservados.” (CELESC, 2009, p. 3)
No nosso trabalho utilizaremos os resíduos sólidos a seguir: caixas de leite e garrafas pet.
Material e Métodos
Este projeto foi dividido em fases para melhor execução e alcance dos objetivos traçados. Na
primeira fase foi implantado no bairro escolhido para execução do projeto pontos de coleta
das garrafas pets e das caixas de leite. Na segunda fase foi realizada a limpeza e seleção do
1 Prof.ª Especialista Marisa Rodrigues de Lima Especialista em Formas Alternativas de Energia, Docente do IFRO/Câmpus Vilhena,
Email marisa.rodrigues@ifro.edu.br
2 Prof. Antônio Sérgio Floriano dos Santos, Docente do IFRO/Câmpus Vilhena
23 Aluna Ruth Jacob Pimenta do curso de edificações do IFRO/Câmpus Vilhena, bolsista do projeto.
4 Aluno Deyvid Derik da Silva do curso de edificações do IFRO/Câmpus Vilhena, bolsista do projeto.
2. material recolhido. Em seguida realizou-se corte e pintura dos tubos e montagem do coletor.
Os tubos das colunas do coletor solar foram cortados de acordo com um gabarito de 105 cm
de comprimento. Em cada tubo encaixou-se cinco garrafas formando fileiras, que juntas,
formaram o coletor. No total utilizou-se 40 fileiras com distanciamento de 8cm feito com
tubos de 20mm de diâmetro. Sucessivamente efetuou-se a montagem da caixa d’água para o
fornecimento de água quente e fria: entrada de água da rede; retorno do coletor solar; saída de
água para o coletor; saída de água quente para consumo. Em seguida determinou-se o local de
instalação e as distâncias da caixa até os coletores e pontos de consumo. Deve-se tomar
cuidado de jamais utilizar tubos e conexões com menos de 25mm na instalação dos coletores
até a caixa; nos projetos com mais de 400 garrafas, devemos aumentar esse diâmetro para
32mm.
Resultados e Discussão
As primeiras etapas foram cumpridas com êxito, porém gastamos mais tempo que o previsto
para executar cada uma delas. Realizamos Visitas ao bairro Barão de Melgaço onde se
pretendia instalar o coletor solar; fizemos entrevistas com moradores do Bairro e coletamos
uma pequena parte de garrafas pets e de caixa de leite por lá; o restante foi coletado no
próprio campus, pois a maioria das casas visitadas tem poucos moradores e baixo consumo de
refrigerante.
A pesquisa procurou identificar também a quantidade de resíduos produzidos pela
comunidade escolar e conseguimos coletar em média 15 garrafas pets por semana. O
quantitativo é que era muito baixo. Já as caixas de leite deram pouco trabalho pra coletar, mas
sua limpeza gerou certo atraso, pois é bem mais difícil de ser realizada e deve-se deixá-las
secar antes de efetuar o corte. Findando a etapa de limpeza tivemos que estudar uma maneira
mais prática de realizar o corte e a pintura das caixas, o que deu bastante trabalho, pois o
quantitativo de caixas era alto e não dispúnhamos de muito espaço. Enfim pudemos efetuar o
corte dos pets, corte de tubulações internas do coletor solar, pintura de tubulações internas do
coletor solar, montagem dos módulos do coletor solar. Por fim, realizamos a montagem da
tubulação interna da caixa d’água.
Foram realizadas mudanças no projeto original em relação ao local de instalação devido à
falta de materiais de consumo necessários para reparar danos causados pela instalação na
estrutura da residência. O aquecedor solar está sendo instalado nas dependências do Campus
Vilhena, e foi necessário desenhar o projeto do suporte do coletor; fazer levantamento de
material para construção do suporte; escolher o melhor local para instalar o coletor. O projeto
3. encontra-se em fase de conclusão e as etapas a serem cumpridas são instalar o coletor, realizar
medição da temperatura, elaborar relatório de dados recolhidos.
Conclusões
O projeto desenvolveu habilidades manuais no uso de equipamentos e instrumentos de
medição, além de gerar competências tanto no âmbito educacional, aumentando a capacidade
dos bolsistas de sintetizar, analisar, escrever, interpretar dados; quanto no âmbito profissional.
Este projeto inseriu os bolsistas em um ambiente que futuramente terão que enfrentar, neste
caso, na área da construção civil considerando que os alunos são do curso técnico em
edificações. O projeto aumentou, nos bolsistas, o conhecimento de fenômenos físicos como:
processo de transferência de calor por condução, convecção e irradiação. Por fim, salientamos
que a execução deste trabalho despertou na comunidade escolar a importância do
reaproveitamento de resíduos sólidos e a responsabilidade com a sustentabilidade.
Agradecimentos
Aos funcionários terceirizados
Aos Departamentos de Pesquisa e de Serviços Gerais
Ao Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Rondônia
Instituição de Fomento
Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Rondônia IFRO – Câmpus Vilhena
Referências Bibliográficas
ALANO, José Alcino. Aquecedor Solar Composto de Produtos Descartáveis.
CELESC, 2009.
MÁXIMO, Antônio; ALVARENGA, Beatriz. Física: Volume único. São Paulo:
Scipione, 1997.
GOLDEMBERG, J.; Villanueva, L. D. Energia, Meio Ambiente & Desenvolvimento,
2a edição, EDUSP, 2003.
MORAN, J. M. e Shapiro, H. N. Princípios de Termodinâmica para Engenharia,
Liv. Tec. Cient., 4a ed. 2002