9. Portugal (1527-1580):
-influência de Petrarca, Dante, Sannazzaro,
Boiardo, Ariosto
-mescla da poesia medieval¹ com a clássica²,
o "dolce still nuovo"² (medida velha¹-nova²)
10. 1. Medieval
-redondilhas
-motes e glosas
2. Clássica:
a) versos decassílabos
b) novos tipos de composição:
-soneto
-oitava: estrofe de Os Lusíadas
-epístola: poema em forma de carta
-égloga: poesia de tema pastoril
-elegia: poema sobre sentimentos dolorosos
11. -ode: poema de tom grave e solene
-epitalâmio: poesia nupcial
-epigrama: poema satírico
-canção: em que o mote está depois da glosa
c) narrativa histórica e heroica: epopeia, poesia
épica
d) teatro (regido pela "lei das 3 unidades":
tempo,lugar,ação):
-tragédia grega
-comédia latina
12. Memorizar:
O que está em destaque:
versos redondilhos,
sonetos e oitavas em
versos decassílabos;
poesia épica
15. LUÍS VAZ DE CAMÕES (biografia incerta)
a) RIMAS (1595, poesia lírica, organizadas por
Fernão Rodrigues Lobo Soropita a partir de
fragmentos esparsos do perdido O Parnaso
Lusitano)
-3 fases:
1ª) redondilhas; mulher mais próxima
2ª) sonetos clássicos; concepção platônica;
recriação artística (mímesis) de Petrarca;
equilíbrio
16. Transforma-se o amador na coisa amada,
Por virtude do muito imaginar;
Não tenho logo mais que desejar,
Pois em mim tenho a parte desejada.
Se nela está minha alma transformada,
Que mais deseja o corpo de alcançar?
Em si somente pode descansar,
Pois consigo tal alma está liada.
Mas esta linda e pura semideia,
Que, como o acidente em seu sujeito,
Assim como a alma minha se conforma,
Está no pensamento como ideia;
O vivo e puro amor de que sou feito,
Como a matéria simples busca a forma.
17. 3ª) sonetos de antecipação barroca;
pessimismo, conflito manifesto com antíteses
(expressa oposição), paradoxos (expressa
contradição) e oxímoros (contradições sintéticas) –
Maneirismo
-temas: Amor, religiosidade, mulher, reflexões
filosóficas, transitoriedade, amargura...
Ó vós que Amor obriga a ser sujeitos
A diversas vontades! Quando lerdes
Num breve livro casos tão diversos
Verdades puras são, e não defeitos.
E sabei que, segundo o amor tiverdes,
Tereis o entendimento de meus versos!
18. Tanto de meu estado me acho incerto,
Que em vivo ardor tremendo estou de frio;
Sem causa, juntamente choro e rio,
O mundo todo abarco e nada aperto.
É tudo quanto sinto, um desconcerto;
Da alma um fogo me sai, da vista um rio;
Agora espero, agora desconfio,
Agora desvario, agora acerto.
Estando em terra, chego ao Céu voando,
Numa hora acho mil anos, e é de jeito
Que em mil anos não posso achar uma hora.
Se me pergunta alguém porque assi ando,
Respondo que não sei; porém suspeito
Que só porque vos vi, minha Senhora.
19. Busque Amor novas artes, novo engenho,
Para matar-me, e novas esquivanças;
Que não pode tirar-me as esperanças,
Que mal me tirará o que eu não tenho.
Olhai de que esperanças me mantenho!
Vede que perigosas seguranças!
Que não temo contrastes nem mudanças,
Andando em bravo mar, perdido o lenho.
Mas, conquanto não pode haver desgosto
Onde esperança falta, lá me esconde
Amor um mal, que mata e não se vê.
Que dias há que n'alma me tem posto
Um não sei quê, que nasce não sei onde,
Vem não sei como, e dói não sei por quê.
35. b) OS LUSÍADAS (1572, poesia épica)
-5 Partes (Modelo de A Eneida)
-caráter de modernidade da viagem de Vasco da Gama:
o ser humano vencendo seus limites
-heróis: povo português (principal) e Vasco da Gama
-fontes históricas: crônicas humanísticas
36. -divisão em 10 cantos³
-mitologia: VÊNUS (+ Marte) X Baco (+ Netuno)
-estrofação em oitava-rima (1.102 estâncias);
versos decassílabos (8.816)
“No mar tanta tormenta e tanto dano,
Tantas vezes a morte apercebida:
Na terra, tanta guerra e tanto engano,
Tanta necessidade aborrecida!
Onde pode acolher-se o fraco humano,
Onde terá segura a curta vida,
Que não se arme e se indigne o céu sereno
Contra um bicho da terra tão pequeno?”
A
B
A
B
A
B
C
C
3. canto (na epopeia) = capítulo (no romance)
37. (Modelo de
A Eneida)
-Proposição (cheia de ufanismo, nacionalismo)
-Invocação às Tágides (musas do rio Tejo)
-Dedicatória a D. Sebastião
-Narração: a história de Portugal e a viagem às
Índias (feita por Vasco da Gama ao rei de
Melinde)
-Epílogo (cheio de desencanto, pessimismo)