2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental
Biblioteca Escolar Tecnologias
1. Instituto Superior de Línguas e Administração
Pós-graduação
Gestão de Bibliotecas Escolares
A distância
Reflexão sobre o tema 1: A Biblioteca 2.0
Maria de Fátima Nogueira de Sousa
A Biblioteca Escolar e as Novas Tecnologias
Helena Felizardo
Mari Rodrigues
Outubro de 2013
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Reflexão sobre o tema 1: A Biblioteca 2.0
Ao longo do tema 1, a Biblioteca 2.0, tivemos a oportunidade de reflectir sobre a
importância das novas tecnologias e o seu vital contributo no âmbito das Bibliotecas
Escolares e da aprendizagem dos alunos. Como Professores Bibliotecários, devemos ter
plena consciência do papel que as novas tecnologias desempenham nas nossas bibliotecas
e na forma como devem ser usadas para dar resposta às necessidades dos seus
utilizadores.
A sociedade tem sido objecto de inúmeras transformações, sendo marcada por
diversos avanços tecnológicos que se reflectem inequivocamente nas escolas e na
assimilação de informação por parte dos alunos. Atualmente, a escola já não é mais o único
local de aprendizagem dos alunos dadas as inúmeras fontes de informação a que os
mesmos têm acesso. Na realidade, os alunos contactam diariamente com uma variedade e
quantidade de informação provenientes das mais variadas fontes tecnológicas mesmo antes
de a mesma chegar à escola e vão continuar a adquiri-las ao longo da sua vida (Furtado,
2009, p.136). Não é por acaso que Tapscot denomina a sociedade composta por pessoas
que nasceram e vivem em total contacto com a Internet de “geração net” (Furtado, 2009,
p.140).
Estas transformações tecnológicas que caraterizam a crescente Sociedade da
Informação e a Web 2.0 têm exigido por parte das Bibliotecas Escolares uma reflexão sobre
o seu papel na sociedade e sobre a sua postura e atitude perante o processo de
ensino/aprendizagem. Com as mudanças ao nível da Web 2.0, estamos perante um
“processo contínuo de criação e de partilha”, tal como salienta Richardson (2006) citado por
Carvalho (2008, p.12). As Bibliotecas Escolares não são mais repositórios de livros, mas
sim o centro de aprendizagem, promovendo e incentivando a leitura, o estudo e a pesquisa.
Neste âmbito, as Bibliotecas não podem nem devem permanecer estanques, é vital
que acompanhem a metamorfose, desenvolvendo esforços para se tornarem em Bibliotecas
2.0. Essa será a forma de ganharem maior visibilidade e transformarem a forma como o
utilizador tem acesso à informação. Isto pode ser conseguido pelo recurso aos mais
variados tipos de meios tecnológicos, como, por exemplo, mensagens síncronas, streaming
media, blogs, wikis, redes sociais. É neste sentido que Maness (2006) apresenta quatro
elementos que poderão ser os pilares da Biblioteca 2.0 e sobre os quais o Professor
Bibliotecário deve debruçar-se no desempenho das suas funções: a) Biblioteca centrada no
utilizador - o utilizador participa na criação de conteúdos e serviços disponibilizados na Web
pela biblioteca; b) Oferece uma experiência multimídia - as coleções e os serviços da biblioteca
2.0 contêm componentes de vídeo e de áudio; c) Biblioteca socialmente rica – pressupõe a
interação com os utilizadores quer de forma síncrona quer de forma assíncrona; d)
Biblioteca comunitariamente inovadora – biblioteca que procura constantemente a inovação e
acompanha as transformações que se vão operando na comunidade, adaptando os seus
serviços às necessidades dos utilizadores (Maness, 2007, p. 45).
No fundo, a Web 2.0 coloca a tónica na aprendizagem/conhecimento, na
aprendizagem para além da sala de aula, na participação activa do utilizador, na
A Biblioteca Escolar e as Novas Tecnologias
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Reflexão sobre o tema 1: A Biblioteca 2.0
partilha/colaboração, no recurso a redes sociais, na exploração da Internet como fonte
incondicional de informação. Neste âmbito, tal como referido por Ana Carvalho, “todos
estamos conscientes de que há uma grande evolução tecnológica a que os professores não
podem ficar alheios, porque os nossos alunos não o estão” (Carvalho, 2008: 11). Então os
alunos devem ter um papel mais ativo na construção do seu conhecimento, enquanto o
professor passa a assumir o “papel de consultor da aprendizagem, no sentido de abrir
caminhos ao conhecimento” (Furtado, 2009, p.137). Partilhamos da ideia defendida por
Ross Todd, quando refere que “a biblioteca escolar no século XXI diz respeito à construção
de sentido e de novos conhecimentos e à construção de uma infraestrutura de informação e
de recursos de informação” (Todd, 2011, p.2). Compete ao Professor Bibliotecário ser o
agente de mudança, assumindo um papel activo, dinâmico, interventivo e facilitador da
interacção entre a comunidade educativa, fomentando o uso das ferramentas Web 2.0
como instrumentos de trabalho, facilitadoras de aprendizagens e da construção de
conhecimento.
A ponte entre a parte teórica e a parte prática permitiu-nos um contacto directo com
algumas das ferramentas da Web 2.0 e do seu verdadeiro potencial no processo de
ensino/aprendizagem como é o caso do blogue, o facebook, o Diigo, o Photostory, o
Voicethread. Além disso, as ferramentas Web 2.0, na ótica do utilizador, permitem-nos
percecionar novas formas de as Bibliotecas Escolares comunicarem e de extrapolarem os
seus espaços físicos, tornando-se mais ativas e mais participativas. Tal como sublinhado
por Furtado (2009), “com o uso das ferramentas sociais, a biblioteca da escola se
aproximará do cotidiano dos seus utilizadores, pois, não se pode negar a ubiquidade do
computador e da Internet na vida das pessoas, em especial das crianças e jovens“ (Furtado,
2009, p. 140).
Apesar de todas as valências da Biblioteca 2.0, há um longo caminho a percorrer no
sentido de se potenciar todas as vertentes deste tipo de Bibliotecas, principalmente quando
se apresentam como valiosos centros de recursos e de informação num mundo tecnológico
em constante mutação. Não importa somente recorrer à Web 2.0, é necessário tirar o maior
proveito dos seus recursos.
Referências
Carvalho, Ana Amélia (2008). Manual de Ferramentas Web 2.0 para Professores.
Ministério da Educação. DGIDC.
Furtado, Catarina (2009). “Bibliotecas Escolares e Web 2.0: Revisão da Literatura sobre
Brasil e Portugal”. In: Em Questão: Revista de Biblioteconomia & Comunicação. Vol. 15.
jul/dez.. FBC da UFRGS: Porto Alegre.
Maness, Jack M. (2007). “Teoria da Biblioteca 2.0: Web 2.0 e as suas implicações para
as bibliotecas”. In Inf. & Soc.:Est., João Pessoa, v.17, n.1, p.43-51, jan./abr.
Todd, Ross (2011). O que queremos para o futuro das Bibliotecas Escolares.
(Consultado
em
20
de
outubro
de
2013,
em
http://www.rbe.minedu.pt/np4/file/396/01_bibliotecarbe.pdf).
A Biblioteca Escolar e as Novas Tecnologias