1. Esta reflexão tem como base o texto “A Wb 2.0 e a B.E 2.0”
A existência de bibliotecas escolares em Portugal remonta a 1836 aquando
da criação dos antigos Liceus, estas eram simples repositórios de livros,
hoje em dia é impensável conceber as Bibliotecas Escolares nestes termos.
As directrizes da IFLA/Unesco Library School Manifesto, pode ser
considerado o documento internacional de maior importância no que
respeita às Bibliotecas Escolares. Estas são apresentadas, neste documento,
como recursos ao serviço do ensino que proporcionam informação e ideias
fundamentais para a vida na sociedade actual, baseada na informação e no
conhecimento, e que desenvolvem nos alunos competências para a
aprendizagem ao longo da vida, bem como a imaginação, permitindo-lhes
tornarem-se pensadores críticos, utilizadores efectivos da informação.
Às Bibliotecas Escolares cabe um papel fundamental já que podem ser um
instrumento essencial de inovação pedagógica e organizacional,
favorecendo a emergência de novos modelos de aprendizagem, em que o
professor deixa de ser a única fonte de informação à disposição dos alunos
mas passando a ser um orientador dos seus percursos e aprendizagens
através do acesso a uma multiplicidade de informações.
Na base da Web 2.0 está esta participação directa dos utilizadores: eles
acrescentam valor à rede, melhorando o serviço quanto mais pessoas o
usarem, a Web é como uma plataforma de trabalho. Mas mais que uma
tecnologia, a Web 2.0 pode e deve ser definida como uma nova atitude,
uma nova forma de as pessoas se relacionarem com e na Internet.
Em relação à biblioteca 2.0, esta acima de tudo, é uma questão de atitude,
atitude do bibliotecário para atrair novos utilizadores, para criar novos
canais de comunicação para que estes possam contribuir com produtos
informativos que expressem a sua opinião. Com esta atitude não se
abandonam os utilizadores actuais mas, acresce-se a participação de outros
que podem ajudar a construir conteúdos significativos. A grande questão é
envolver a comunidade, os utilizadores e prepará-los para as novas
tecnológicas da informação, combatendo a infoexclusão.
No entanto e apesar destes objectivos o que se verifica muitas vezes nas
Bibliotecas Escolares é que os utilizadores, alunos, não utilizam a Internet e
as suas potencialidades para acrescentar conhecimento, utilizam-na para
jogos, pesquisar no Google, mas sem critérios porque quando se pede a
realização de algum trabalho, simplesmente fazem copy-paste, não sabendo
selecionar e utilizar correctamente a informação.
2. Há assim um longo caminho a percorrer para que os “nossos” utilizadores
saibam usufruir das ferramentas da Web 2.0 e para que as Bibliotecas
Escolares se tornem o coração da escola. Na minha opinião esta última
questão ainda tem que ser trabalhada pois muitas pessoas, que fazem parte
da comunidade educativa, ainda não dão a devida importância ao papel da
Biblioteca Escolar para o desenvolvimento do conhecimento e para o
sucesso escolar dos alunos.
Reflexão realizada por: Carla Delfino em 20.01.2013