1. As implicações da Web 2.0 para as bibliotecas escolares
Hoje em dia, temos que perceber que as bibliotecas escolares para responder às necessidades atuais e futuras dos seus utilizadores têm de mudar. Apesar de um longo caminho já ter sido percorrido, os caminhos ainda a percorrer e que se nos deparam não são lineares, por isso mesmo bem mais estimulantes.
“O novo modelo de educação substitui a aprendizagem uniforme e homogênea pela aprendizagem centrada na individualidade de cada estudante, em um contexto coletivo e cooperativo, onde educadores e educandos constroem o conhecimento e o processo de aprendizagem ocorre a partir de fontes distintas e de formas diversificadas” (Furtado, 2009).
A era Web 1.0 está ultrapassada, a Web 2.0 revela-nos um utilizador que passa de um mero consumidor de informação, para se tornar em produtor, uma vez que disponibiliza os seus próprios conteúdos e/ou acrescenta informação ao que encontra na rede. “No lugar de criar sistemas e serviços para os usuários, os bibliotecários irão habilitar os usuários a criá-los (sistemas e serviços) para eles mesmos.” (Maness, 2007).
Neste contexto, procurando responder às múltiplas solicitações desta sociedade da informação e do conhecimento, as bibliotecas têm vindo a consciencializar-se da necessidade de mudança e adaptação a esta nova realidade, têm obrigatoriamente que evoluir e adaptar-se aos seus reais usuários. As ferramentas colocadas ao dispor pela Web 2.0 por si só não são suficientes para que haja transformações nas nossas bibliotecas, estas mudanças têm de partir primeiramente dos bibliotecários. Penso que este processo é gradual e tem de ser operacionalizado de uma forma consciente, passando pela reflexão destes profissionais e pela construção de planos/projetos/estratégias que contemplem as novas oportunidades da Web 2.0. A sua formação e atualização é um aspeto fundamental. Também não podemos esquecer a forma como a própria escola se posiciona face à utilização dos recursos e ferramentas da Web 2.0 e da própria utilização da biblioteca enquanto recurso pedagógico.
Nesta sociedade, em permanente mudança, a Web 2.0 é uma realidade que exige alteração de mentalidades e de práticas pedagógicas. “Páginas pessoais estão em blogs, enciclopédias estão na Wikipedia, tutoriais baseados em texto estão em aplicações streaming media, taxonomias estão em “folksonomias”, e questões de pergunta/resposta para suporte ao cliente estão em serviços de mensagens instantâneas” O´Reilly (2005).
Tomando como linha de experiência os quatro anos no cargo de professora bibliotecária e a vivência em dois agrupamentos distintos, constato que há ainda uma certa resistência à mudança, especialmente na presente escola. Paulatinamente, e com
2. muito entusiasmo da minha parte, penso que se vão ganhando pequeninas batalhas que considero grandes vitórias. Atualmente, a informação da biblioteca escolar é divulgada online através de um blogue que já estava criado (2010), mas que permanecia estanque e nada interativo. Foi incrementada uma forte dinamização, no ano letivo anterior. Procedo à sua atualização, autenticação e tento tornar o mesmo fidedigno, sendo para isso necessário tempo e muita dedicação. São publicadas atividades da BE, trabalhos dos alunos, recursos educativos, promovem-se concursos, constrói-se, recentemente, conhecimento em Rede-forma colaborativa através da Diigo, são referenciadas páginas de interesse, etc. Também é facultado o acesso a uma página de facebook (a precisar de outra dinâmica). Conta, até, este momento com 19083 visualizações. Utilizamos a ferramenta youtube e Calaméo para divulgação/promoção de atividades e livros digitais no blog. Penso que mais opções, acompanhando outras ferramentas, podem e deverão ser equacionadas. Espero adquirir novas aprendizagens e brevemente este objetivo será concretizado.
Neste "Beta perpétuo" (O´REILLY, 2005), qualquer estabilidade além da aceitação de instabilidade é insuficiente. Referências bibliográficas Maness, J. M. (2007). Teoria da biblioteca 2.0: as suas implicações para as bibliotecas. Informação & Sociedade: Estudos, v.17, n. ᵒ1, pp. 43-51. O’reilly, T. (2005). Teoria da biblioteca 2.0: as suas implicações para as bibliotecas. Informação & Sociedade: Estudos, v.17, n. ᵒ1, pp. 43-51.
Furtado, C. C. (2009). Bibliotecas Escolares e web 2.0: revisão da literatura sobre Brasil e Portugal. Em Questão, v.15, n.ᵒ 2, Porto Alegre, pp. 135-150.